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Uma mudança nesse sentido acarretará a concepção de um ciclo orgânico de busca contínua por sistemas sustentáveis de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Assim, podem e devem ser pensadas políticas públicas mais eficientes de estímulo a investimentos em pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias, processos e relações mercantis e de produção que tragam novos caminhos em ciência e tecnologia, modelos de negócio, formatos de financiamento e empreendedorismo. Cultura e Valores A concepção de uma cultura de sustentabilidade, apoiada em valores éticos, humanistas e democráticos e orientada por uma visão de bem-estar, qualidade de vida e progresso, é a base necessária para a construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento de práticas que possibilitem o envolvimento e a troca entre iniciativa privada, governo e sociedade e a busca conjunta por resultados e evolução. A cultura voltada para esse fim não só contribui para aumentar o nível de exigência dos cidadãos e das organizações em relação aos bens e serviços públicos e privados como também abre uma margem para diferenciação dos produtos e comportamentos das empresas. Entendendo cultura como o conjunto de costumes que rege o comportamento de um grupo, é necessário estimular e desenvolver os valores que darão suporte às premissas para as atitudes desejadas, permitindo ampliar os campos de visão, de produção de conhecimento e de ações sustentáveis. Esses valores, além de tudo, devem fundamentar os interesses das organizações e da sociedade e interligá-los a um comportamento socialmente responsável e sustentável. A mudança de cultura provavelmente é a mais difícil, pois envolve a quebra de paradigmas. É a partir do estabelecimento de valores sólidos que se compõe a consciência social necessária para a aplicação de novos conceitos. Por isso, é importante que as mudanças não estejam direcionadas apenas para os atores já operantes, mas busquem influenciar as novas gerações. Apenas dessa forma é possível forjar uma sociedade sustentável e promover o desenvolvimento de conhecimento e da consciência social favorável à evolução proposta. Agenda Nacional A ampla mobilização nacional em torno de um projeto de desenvolvimento sustentável para o país, com visão de longo prazo, deve resultar do esforço de toda a sociedade, do sistema político e da iniciativa privada. O Brasil precisa crescer com redução das desigualdades e da pobreza e para isso é necessário constituir uma visão geral de país sustentável e engajar toda a população nesse propósito. O caminho é elevar o nosso modelo econômico a um patamar de equilíbrio em que as principais forças de mudança estejam envolvidas e tenham poder de influência nas políticas e mecanismos de mercado que vão sustentar e orientar os processos econômicos. O desenvolvimento com as características propostas requer o aprimoramento tanto do processo político quanto dos processos de desenvolvimento do conhecimento e de formação da cultura de nossa sociedade e, para isso, deve ser direcionado a três objetivos: O processo produtivo – desde a fase extrativa até a de consumo, tanto de produtos quanto de serviços – deve ser desenhado para preservar a integridade ecológica do planeta; Do ponto de vista social, deve-se contemplar uma estratégia de distribuição de oportunidades capaz de promover o desenvolvimento de comunidades, proporcionando geração de renda suficiente para uma vida digna e acesso aos direitos fundamentais e ao consumo consciente; É necessário promover um ambiente de confiança, diálogo e democracia, fundamentado em relações transparentes e éticas entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade. Para isso, é fundamental a existência de uma plataforma de convergência das diversas iniciativas da sociedade – com conscientização de todos – e a revalorização do processo de planejamento de longo prazo. O potencial mobilizador do desenvolvimento sustentável está pautado, mais do que em qualquer outra coisa, nos benefícios conjuntos conquistados com a elaboração e execução de um projeto nacional. Dessa forma, o país poderá desenvolver, dentro dos próximos anos, uma economia inclusiva, verde e responsável. http://www3.ethos.org.br/cedoc/plataforma-por-uma-economia-inclusiva-verde-e-responsavel-2/ http://www3.ethos.org.br/cedoc/plataforma-por-uma-economia-inclusiva-verde-e-responsavel-2/
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