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Políticas Públicas - parte 1

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Políticas Públicas 
O Brasil vem buscando, por meio de políticas públicas claras, incentivar a criação de 
instrumentos que promovam o envolvimento de empresas e da sociedade no trabalho 
de constituição de um sistema sustentável, principalmente do ponto de vista das 
mudanças de atitude. Muito disso é resultado das necessidades indicadas pela iniciativa 
privada. 
Um exemplo de medida eficiente é transformar em regras as boas práticas empresariais, nas 
suas diversas searas – seja no modo de produção, seja na substituição de recursos naturais –, 
consolidando-as como padrão geral. E o meios que podem ser utilizados para transformar 
boas práticas em normas são a regulamentação pública e a autorregulação setorial, muitas 
vezes utilizadas conjuntamente. 
Nesse sentido, a indução de políticas públicas utilizaria as organizações já comprometidas 
com pelo menos parte das mudanças necessárias como apoio ao engajamento do mercado 
em que estão inseridas, provocando ações estruturais que resultariam em alterações 
relevantes nos perfis da produção, do consumo e da distribuição de renda. 
Considerando um objetivo mais abrangente, a adoção de políticas públicas representa 
ampliar o leque contributivo das ferramentas já criadas pelas próprias empresas para 
promover avanços concretos na implantação de uma nova economia, equilibrando o 
patamar das práticas de Responsabilidade Social Empresarial. 
Além disso, as políticas públicas devem prever que práticas voltadas para o 
desenvolvimento sustentável, que já produzem algum resultado, devem ser identificadas e 
reconhecidas, de forma que o ciclo de investimentos e de desenvolvimento de ações 
positivas permaneça sempre em atividade. 
Inovação 
A capacidade de transformação de conhecimento em melhor qualidade de vida e em 
negócios ainda é pequena no Brasil, e isso afeta significativamente o desenvolvimento do 
setor produtivo. Boa parte da competitividade brasileira ainda está baseada na produção de 
bens que fazem uso intensivo de recursos naturais, seja na forma de energia e de insumos, 
seja no seu transporte e descarte. E o cálculo dos impactos negativos sobre o meio ambiente 
e na sociedade ainda não é considerado na nossa cadeia produtiva. 
O cenário é de baixo investimento no setor de ciência e tecnologia (equivalente a 1,1% do 
PIB em 2008), de carência em termos de qualificação dos recursos humanos e de baixa 
produção tecnológica (o número de patentes apresentadas no Brasil em 2008 foi de apenas 
0,3/milhão de habitantes). E a inovação é peça-chave para ampliar nossa capacidade 
competitiva. É necessário conscientizar-se de que inovar ultrapassa a questão da 
transformação industrial e do desenvolvimento de novas tecnologias, referindo-se também à 
criação de soluções para o aperfeiçoamento dos modelos atuais de produção. O foco 
principal do apoio à inovação deve ir além do retorno econômico e passar a mirar também 
os ganhos sociais e ambientais. 
O direcionamento à inovação pede a constituição de governança e de novas relações nas 
cadeias de produção, de forma que a cooperação entre governo, instituições de pesquisa e 
ensino, empresas e empreendedores vislumbre o favorecimento do conjunto. 
Atualmente, o apoio governamental à inovação se dá principalmente por meio de 
mecanismos de renúncia fiscal (Lei do Bem), financiamento reembolsável (BNDES, Finep) 
e financiamento não reembolsável. Observando casos internacionais, esse modelo de apoio 
tem sido a melhor forma de promover o crescimento econômico sustentável em longo prazo 
por meio da inovação, mas ainda é limitado no Brasil. Nos países da Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a gestão empresarial orientada para a 
inovação tem oferecido grande contribuição e os financiamentos de atividades de pesquisa e 
desenvolvimento são, em sua maior parte, realizados por empresas (64,5% em 2008). 
Uma mudança nesse sentido acarretará a concepção de um ciclo orgânico de busca contínua 
por sistemas sustentáveis de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Assim, 
podem e devem ser pensadas políticas públicas mais eficientes de estímulo a investimentos 
em pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias, processos e relações mercantis e 
de produção que tragam novos caminhos em ciência e tecnologia, modelos de negócio, 
formatos de financiamento e empreendedorismo.

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