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ACIONAMENTOS E MOTORESACIONAMENTOS E MOTORES ELÉTRICOSELÉTRICOS COMANDOS ELÉTRICOSCOMANDOS ELÉTRICOS Au to r ( a ) : G i s e l e A l ve s S a n t a n a R ev i s o r ( a ) : L e o n a rd o S e k i Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 15 minutos. Introdução A eletricidade está fortemente presente no nosso cotidiano, seja para facilitar a comunicação a distância, o acesso à internet, as tarefas domésticas etc. As grandes áreas de estudo da eletricidade são: geração, transmissão, distribuição e consumo. Nesse contexto, os comandos elétricos relacionam- se ao uso dessa energia, transformando-a em uma parte integrante de um produto. Os comandos elétricos são essenciais, representando a maior quantidade de energia elétrica que é transformada em outros tipos de energia. Esses comandos são métodos e técnicas empregadas para manipular ou controlar os acionamentos das máquinas elétricas. Geralmente, esses comandos têm dois circuitos: o circuito de força, que inclui motores elétricos, e o circuito de comando, responsável por implementar logicamente as regras para o acionamento de dispositivos de proteção e manobra, como botoeiras, por exemplo. Neste material, você conhecerá os principais tipos de dispositivos de comando, assim como algumas aplicações dos dispositivos para o acionamento de motores ou máquinas elétricas. Você está preparado(a)? Então, vamos lá! Os dispositivos de controle e acionamento dos comandos elétricos são os componentes que ajudam a compor as regras lógicas de acionamento de um circuito elétricos (FILHO, 2001). Esses dispositivos também são conhecidos por circuitos de comando. Os comandos elétricos têm como principal finalidade acionar equipamentos e máquinas elétricas, como motores. Os comandos elétricos podem ser utilizados para várias finalidades, possuindo diversas aplicações em processos industriais, como tornos, esteiras rolantes, elevadores etc. Basicamente, os comandos elétricos são divididos em (KOSOVO, 1989): Circuito de força: - circuito que abriga as cargas, como equipamentos e motores; - esse circuito pode ser monofásico, bifásico ou trifásico; - nesse circuito, a potência total é determinada pela quantidade de cargas elétricas utilizadas. Circuito de controle ou comando: - circuito que contém os dispositivos de controle, acionamento ou sinalização. Controle e Acionamento Para que você possa entender esses tipos de comandos elétricos, observe alguns exemplos na figura a seguir, que ilustra os tipos de dispositivos de comando. Figura 4.1 – Tipos de dispositivos de comando Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a figura mostra os tipos de dispositivos utilizados para comandos elétricos. Esses dispositivos são divididos em duas grandes categorias: dispositivos de seccionamento e dispositivos de proteção. Alguns dispositivos de seccionamento são: comutadores, seccionadores e contatores. Já os dispositivos de proteção mais utilizados são relés, fusíveis e termistores. Como você pôde observar, existem vários dispositivos que podem ser utilizados para proteção ou seccionamento (acionamento) de circuitos elétricos. Os contatores são tipos de dispositivos de acionamento muito utilizados em qualquer circuito de comando, sendo utilizados para o acionamento de máquinas elétricas em geral. Na próxima seção, você irá conhecer os principais tipos de dispositivos de comando, assim como suas características, dimensionamentos e funcionalidades. Botoeiras A botoeira é um tipo de dispositivo de comando e sinalização também conhecido como botão de comando. Sua principal função é ligar ou desligar os circuitos, possuindo dois tipos de contato que permitem diversos tipos de configuração (KOSOVO, 1989). Normalmente, esses contatos são representados por: NA – Normalmente Aberto; NF – Normalmente Fechado. Conforme as normas ABNT 61439 e ABNT 5410, as botoeiras têm cores que são definidas de acordo com suas funções, conheça quais são essas cores e suas respectivas funções observando o quadro a seguir. Quadro 4.1 – Cores das botoeiras Fonte: Adaptado de ABNT 5410 (2004) e ABNT 61439 (2016 #PraCegoVer: o quadro mostra as cores de botoeiras e suas respectivas funções. O quadro apresenta duas colunas (cor e função). Na linha 1, para a cor “vermelho”, tem-se a função da botoeira definida por parar, desligar ou emergência. Na linha 2, tem-se a cor “amarelo”, que tem a função de intervenção. Já na linha 3 tem-se a cor “verde ou preto” que têm as funções de ligar, partir ou pulsar. Na última linha, linha 4, tem-se a cor “azul ou branco” que fazem qualquer função diferente das citadas anteriormente. As botoeiras podem ter vários tipos de acionamento, como: por botão, por seletores com chave, por seletores etc. Para você ter uma ideia melhor de como são esses acionamentos, veja o infográfico a seguir, que ilustra os tipos de acionamentos possíveis para uma botoeira. Cor Função Vermelho Parar, desligar, emergência. Amarelo Intervenção. Verde ou preto Ligar, partir, pulsar. Azul ou branco Qualquer função diferente das citadas. Sinalizadores Sonoros ou Luminosos Os sinalizadores representam uma maneira de chamar a atenção, seja sonora ou visual, do operador em relação a determinada situação de um circuito ou máquina. A sinalização pode ser realizada por meio da utilização de campainhas, buzinas ou sinalizadores luminosos. Assim como as botoeiras, os sinalizadores luminosos também têm um esquema de cores, que são determinadas de acordo com suas aplicações e funções. Veja como isso funciona no infográfico a seguir. Fonte: Adaptado de ABNT (2005). #PraCegoVer: o infográfico é do tipo estático e possui formato de quadro, com sete linhas e três colunas. A primeira linha apresenta o título: “Esquema de cores dos sinalizadores”. A segunda linha apresenta, na primeira coluna, o item “Cor”; na segunda coluna, o item “Condição de operação” e, na terceira coluna, “Exemplos de aplicação”. Na terceira linha, temos “Vermelho” na primeira coluna; “Condição anormal” na segunda coluna e “Indicação de que a máquina está paralisada pela atuação de um dispositivo de proteção. Aviso para a paralisação da máquina devido à sobrecarga, por exemplo.” na terceira coluna. Na quarta linha, temos “Amarelo” na primeira coluna, “Atenção ou cuidado” na segunda coluna e “O valor de uma grandeza (corrente, temperatura) se aproxima de seu valor limite.” na terceira coluna. Na quinta linha, temos: “Verde” na primeira coluna, “Máquina pronta para operar” na segunda coluna e “Partida normal: todos os dispositivos auxiliares funcionam e estão prontos para operar. A pressão hidráulica ou a tensão estão nos valores especificados. O ciclo de operação está concluído, e a máquina está pronta para operar novamente.” na terceira coluna. Na sexta linha, temos: “Branco (incolor)” na primeira coluna, “Circuitos sob tensão em operação normal” na segunda coluna e “Circuitos sob tensão: chave principal na posição LIGA. Escolha de velocidade ou do sentido de rotação. Acionamentos individuais e dispositivos auxiliares estão operando. Máquinas em movimento.” na terceira coluna. Por fim, na sétima e última linha, temos: “Azul” na primeira coluna e “Todas as funções para as quais não se aplicam as cores acima.” na segunda e terceira coluna, que estão mescladas. Cada linha possui, como cor de fundo, a cor que é referida na respectiva linha. Como você viu, os sinalizadores têm como principal função avisar o operador que alguma coisa fora do previsto está acontecendo em um circuito elétrico ou não. Se o sinalizador estiver indicando a cor verde, quer dizer que a máquina está pronta para sua operação normal. Por outro lado, se o sinalizador indicar a cor vermelha, significa que alguma condição anormal está acontecendo com a máquina, avisando que o funcionamento dela deve ser paralisado devido à sobrecarga ou a outro tipo de falha. Contatores Os contatores são considerados dispositivos de manobra mecânica, sendo eletromagneticamente acionados (KOSOVO, 1989). Esses dispositivos sãofisicamente construídos de maneira a tolerar alta frequência de operação, conforme uma determinada carga ou potência. Os contatores são essenciais para o comando de um sistema ou circuito elétrico, sendo seu principal dispositivo e tendo como função o controle da passagem de altas correntes (FILHO, 2001). Os contatores, assim como as botoeiras, têm duas configurações: Normalmente Aberto (NA) e Normalmente Fechado (NF). Basicamente, existem dois tipos de contatores: contatores de potência (para motores); contatores auxiliares. Os contatores de potência apresentam as seguintes características principais (KOSOVO, 1989): suportam corrente alta; maior robustez de construção; tamanho físico conforme a potência a ser comandada; podem receber relés de proteção; podem ter uma bobina do secundário com eletroímã. Para compreender melhor os contatores, observe a figura a seguir, que ilustra um exemplo de contatores de potência e seu esquema elétrico. Figura 4.2 – Exemplo de contatores de potência Fonte: Adaptado de Kosovo (1989). #PraCegoVer: na figura, é ilustrado um exemplo de circuito de potência e comandos de contatores, no qual uma bobina tem as extremidades A1 e A2. Nos contatos de potência, temos os pares de contatos: 1-2, 3-4 e 5-6. Já nos contatos de comando, temos os contatos: 13-14 (aberto), 11-12 (fechado) e, depois, o contrário: 11-12 (fechado) e 13-14 (aberto). Os contatores auxiliares, por sua vez, suportam baixa corrente e podem ser utilizados para os seguintes objetivos (KOSOVO, 1989): aumento do número de contatos auxiliares dos contatores de motores; comando dos contatores de consumo elevado na bobina; eliminação do repique; auxílio na sinalização. Relés Os relés têm como principal função ligar e desligar circuitos, operando por meio do efeito térmico provocado pela corrente elétrica (KOSOVO, 1989). Assim, os relés podem atuar como dispositivo de controle, proteção ou comando de um circuito elétrico. O elemento básico dos relés é o bimetal, que pode ser definido como um conjunto composto de duas lâminas de metais diferentes (ferro e níquel) sobrepostas e soldadas (FILHO, 2001). Devido à diferença de coeficientes de dilatação desses metais, se o par metálico for submetido a uma temperatura elevada, como estão fortemente ligados, um deles terá maior dilatação que o outro. Dessa maneira, o metal que possui menor coeficiente de dilatação causa um encurvamento do conjunto para o seu lado, afastando-o de um determinado ponto e provocando seu desarme. REFLITA Os dispositivos de comando têm como principal função a proteção de circuitos elétricos, sendo responsáveis por estabelecer ou interromper a corrente elétrica neles. Uma botoeira ficaria na cor vermelha ou na cor amarela na presença de um curto-circuito no sistema elétrico? Para que você possa conhecer melhor esse dispositivo, observe a figura a seguir que ilustra um exemplo de relé e seu circuito de comando. Figura 4.3 – Exemplo de relé Fonte: Adaptada de Kosovo (1989). #PraCegoVer: na figura, é ilustrado um exemplo de circuito de potência e comandos de um relé. Nos contatos de potência, temos os pares de contatos: 1- 2, 3-4 e 5-6. Já nos contatos auxiliares, temos os contatos: 97-98 (aberto), 95-96 (fechado), e, depois: 95-96 (fechado) e 97-98 (aberto). Como você pôde verificar, a principal finalidade dos relés é o desligamento ou a ligação de circuitos elétricos, atuando por meio de um efeito térmico que é causado pela corrente elétrica. Dessa maneira, os relés têm várias utilidades, como proteção, controle ou comando de circuitos elétricos. Fusíveis Os fusíveis são dispositivos presentes em quase todos os tipos de instalações elétricas, como residências, estabelecimentos comerciais, indústrias etc. A principal função do fusível é a proteção do circuito contra curtos e queima (FILHO, 2001). Conheça quais são principais características dos fusíveis no elemento interativo a seguir (KOSOVO, 1989): 1. conteúdo do item 1: Corrente nominal: valor de corrente suportado pelo fusível sem a interrupção do circuito elétrico. 2. conteúdo do item 2: Corrente de ruptura: valor máximo de corrente que esse dispositivo consegue interromper. 3. conteúdo do item 3: Corrente de curto-circuito: valor máximo de corrente atingida que deve ser interrompida pelo dispositivo.. 4. conteúdo do item 4: Tensão nominal: tensão ideal para o bom funcionamento do fusível. Os fusíveis são essenciais em qualquer tipo de sistema elétrico, pois protegem esses circuitos contra alguma falha elétrica, seja uma sobrecarga ou um curto-circuito. Alguns fatores devem ser considerados para o projeto de fusíveis em uma determinada instalação elétrica, como corrente nominal, corrente de curto-circuito e tensão nominal suportada por esse dispositivo. Disjuntores Assim como o fusível, o disjuntor é um dispositivo usado com a finalidade de proteção do circuito, contra curtos-circuitos ou sobrecargas, que atua como uma chave e interrompe a passagem de corrente elétrica. Os disjuntores que têm características termomagnéticas atendem às normas NBR 60947-2 e NBR 60898. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Os dispositivos de comando são, na maioria das vezes, constituídos por chaves usadas para interromper ou permitir a passagem de corrente elétrica para o funcionamento dos circuitos elétricos (FILHO, 2001). Em relação aos dispositivos de comando, analise as seguintes a�rmativas: I. A botoeira é um tipo de dispositivo de comando, tendo como principal função ligar ou desligar os circuitos. II. A cor vermelha, na botoeira, indica as funções parar, desligar ou emergência. III. Os sinalizadores são maneiras visuais ou sonoras de chamar a atenção de um operador. IV. Um sinalizador indicando a cor verde quer dizer que a máquina está funcionando normalmente e pronta para operar. Está correto o que se a�rma em: a) I e II, apenas. b) I e IV, apenas c) II e III, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, II, III e IV. Até agora você conheceu alguns dispositivos que podem compor um circuito de comando elétrico. Nesse tipo de circuito, para entender como os dispositivos de comando são interligados, é necessário um esquema elétrico ou diagrama de comandos (FILHO, 2001). Esse diagrama é a parte de acionamento ou controle de um sistema elétrico. Para a realização de um diagrama de comandos, é necessário primeiramente conhecer algumas convenções, simbologias e conceitos básicos, que são descritos a seguir. Simbologias e convenções De acordo norma ABNT 61439, cada elemento do circuito tem uma simbologia, conheça quais são as simbologias e suas descrições na figura a seguir: Diagrama de Comandos Quadro 4.2 – Simbologia dos elementos do circuito de comando Fonte: Adaptado de ABNT 61439 (2016). #PraCegoVer: no quadro, é apresentada a simbologia dos principais elementos de um circuito de comando. No circuito, temos o símbolo E, que é a simbologia para uma botoeira. Temos também um retângulo na vertical, que representa um fusível; e um retângulo na horizontal, que representa um acionamento eletromagnético, como bobina do contator. A simbologia de uma lâmpada é um círculo com um X no meio, enquanto a simbologia de um motor trifásico é representada por um círculo com as letras M 3~ escritas no meio dessa forma geométrica. O fusível é representado por um retângulo na vertical, os contatos tripolares são representados por três contatos abertos, o acionamento eletromagnético é um retângulo na horizontal e o relé térmico tem três contatos fechados dentro de um retângulo. Já o disjuntor com elementos térmicos e magnéticos é muito parecido com o relé térmico, mas possui três contatos auxiliares, assim como os disjuntores com apenas elemento magnético. O transformador trifásico é representado por três linhas sinuosas na vertical, uma ao lado da outra. O acionamento temporizado é representado por um retângulo na horizontal e um x no lado esquerdo dessa figura, e os contatos normalmente aberto e fechado sãolinhas verticais. O quadro a seguir apresenta a simbologia literal de alguns dispositivos de comando, de acordo com NBR 60439. Quadro 4.3 – Simbologia literal Fonte: Adaptado de IEC 60439 (2003). Símbolo Componente Exemplos F Dispositivos de proteção Fusíveis, para-raios, disparadores e relés H Dispositivos de sinalização Indicadores acústicos e óticos K Contatores Contatores de potência e auxiliares M Motores Q Dispositivos de manobra para circuitos de potência Disjuntores, seccionadores e interruptores S Dispositivos de manobra, seletores auxiliares Dispositivos e botões de comando e de posição e seletores T Transformadores Transformadores de distribuição, de potência, autotransformadores #PraCegoVer: no quadro, tem-se a simbologia, em forma de letras, para vários tipos de dispositivos de comando. Dispositivos de proteção são representados pela letra F, como fusíveis, para-raios, disparadores e relés. Os dispositivos de sinalização são simbolizados pela letra H, como exemplos tem-se: indicadores acústicos e óticos. As letras K e M representam contatores e motores, respectivamente. Como exemplo de contatores, temos os contatores de potência e os auxiliares. Já a letra Q representa dispositivos de manobra para circuitos de potência, como disjuntores, seccionadores e interruptores. A letra S representa dispositivos e manobra, como dispositivos e botões de comando e de posição e seletores. Por fim, a letra T representa os transformadores, como transformadores de distribuição, de potência e autotransformadores. Além disso, a numeração dos contatos segue algumas convenções da norma NBR 5380. Veja o elemento a seguir para saber quais são essas convenções. Como exemplo do uso das simbologias, você pode ver a figura a seguir, que ilustra as simbologias de fusível, chave, relé e motor. Em relação à numeração dos terminais de força, tem-se: ● 1, 3 e 5 – circuito de entrada (linha); ● 2, 4 e 6 – circuito de saída (terminal). Figura 4.4 – Exemplo do uso de simbologias Fonte: Adaptado de Filho (2001). #PraCegoVer: na figura, tem-se a utilização das simbologias de relés, fusíveis e motor trifásico, na qual os fusíveis são simbolizados pelas letras F, as chaves têm a simbologia como letra C e os relés têm como simbologia a letra R. Como você pôde perceber, os dispositivos de comandos, que fazem parte da maioria dos circuitos elétricos, têm algumas simbologias e convenções, que são necessárias para que os diagramas possam ser entendidos por qualquer engenheiro elétrico ou projetista de circuitos e instalações elétricas. Conceitos básicos Até agora, você conheceu algumas simbologias e convenções que são padrões para a representação de comandos em circuitos elétricos. Mas quais são os tipos de comandos elétricos mais utilizados e qual é o funcionamento deles? A seguir, são apresentados alguns elementos básicos dos comandos elétricos, suas descrições e simbologias. Selo O contato de selo é sempre ligado em paralelo com o contato de fechamento da botoeira. Seu objetivo é conservar a corrente circulando pelo contator, mesmo após o operador ter retirado o dedo da botoeira (FILHO, 2001). Observe as figuras a seguir, que ilustram o exemplo de um selo com um contato e o selo com dois contatos, utilizado para fornecer maior segurança ao sistema. Figura 4.5 – a) selo de 1 contato b) selo de 2 contatos Fonte: Adaptado de Filho (2001). #PraCegoVer: nas figuras, são ilustradas duas formas de selos: com um e dois contatos. Na primeira figura, tem-se dois dispositivos de manobra (S0 e S1) e um contator K1 aberto. Já na outra figura, tem-se dois dispositivos de manobra (S0 e S1) e dois contatores abertos (K1 e K2). O contato de selo é um contato auxiliar de um contator que geralmente fica no estado aberto e, como o próprio nome diz, o selo tem a função principal de selar um circuito elétrico, mantendo-o em funcionamento. Intertravamento O intertravamento é o procedimento de ligação entre os contatos auxiliares de vários dispositivos, no qual as posições de operação deles são dependentes (FRANCHI, 2018). Com o intertravamento é possível evitar a ligação de determinados dispositivos antes que os outros autorizem essa ligação. Conheça, por meio da figura a seguir, um exemplo de intertravamento. Figura 4.6 – Exemplo de intertravamento em série Fonte: Adaptado de Filho (2001). #PraCegoVer: na figura tem-se um exemplo de intertravamento em série, no qual existem dois contatores no estado fechado, sendo que o contato K2 depende do contato K1, ou seja, a carga ligada ao contator K2 só será acionada ou ligada se K1 também estiver fechado. No intertravamento entre contatos em paralelo, que você pode observar na figura a seguir, o contato auxiliar de selo não pode criar um circuito paralelo ao intertravamento. Figura 4.7 – Exemplo de intertravamento em paralelo Fonte: Adaptado de Filho (2001). #PraCegoVer: na figura tem-se um exemplo de intertravamento em paralelo, na qual tem-se dois contatores K1 e K2, sendo que o contato auxiliar de selo não pode criar um circuito paralelo ao intertravamento. Já no intertravamento com dois contatos, que você pode ver a seguir na próxima figura, tem-se dois contatos ligados em série, que aumentam a segurança do sistema. Geralmente, esse tipo de intertravamento é indicado quando se deve acionar cargas com altas correntes. Veja, na figura a seguir, que se tem por ação da chave C1-1, a chave magnética C2 somente pode ser ligada por B3, caso C1 já esteja ligada. Se, após C2 ligada, essa chave se desligará por ação de C1-1, se C1 for desligado por B2. Neste exemplo, as duas cargas (C1 e C2) podem ser motores de indução, por exemplo, os quais podem funcionar de maneira complementar de acordo com esse intertravamento. Figura 4.8 – Exemplo 1 de intertravamento Fonte: Adaptado de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura mostra um diagrama que representa a primeira alternativa de funcionamento de um intertravamento de circuitos. Nesse diagrama, temos duas cargas, representadas por C1 e C2. Por ação da chave C1, a chave C2 só pode ser ligada por B3 se C1 já estiver ligada. Após a chave C2 ser ligada, ela só poderá ser desligada pela chave C1 se esta for desligada por B2. Veja, na figura a seguir, por ação da chave C1-1, a chave C2 somente poderá se manter ligada caso a chave C1 também esteja ligada. Porém, a chave magnética C2 pode ser ligada por B3, independentemente do estado (ligado ou desligado) da chave C1. Da mesma maneira que no exemplo anterior, essas duas cargas (C1 e C2) podem ser representadas por motores de indução, que, de acordo com esse intertravamento, podem operar de forma complementar um ao outro. Figura 4.9 – Exemplo 2 de intertravamento Fonte: Adaptado de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura mostra um diagrama que representa a segunda alternativa de funcionamento de intertravamento em circuitos elétricos. Nesse diagrama, temos duas cargas C1 e C2, que podem ser representadas por dois motores, por exemplo. Por ação da chave C1, a chave C2 só pode se manter ligada se C1 também estiver ligada. Entretanto, a chave C2 pode ser ligada por B3, independentemente do estado da chave C1 (ligado ou desligado). Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) O intertravamento é o procedimento de ligação entre os contatos auxiliares de vários dispositivos, no qual as posições de operação deles são dependentes (FRANCHI, 2018). Com o intertravamento é possível evitar a ligação de determinados dispositivos antes que os outros autorizem essa ligação. Analisando os tipos de intertravamentos, assinale a alternativa que apresenta corretamente o tipo mais indicado para o acionamento de cargas com correntes elevadas. a) Intertravamento paralelo. b) Intertravamento com dois contatos. c) Contato de selo. d) Intertravamento série. e) Intertravamento por chave magnética C1-1. Comandos de Motores Elétricos Como você já aprendeu, os motores são máquinas responsáveis por converter alguma forma de energia em energiamecânica. Você também já conheceu alguns tipos de partidas e acionamento de motores elétricos, como partida direta ou com plena tensão, partida estrela-triângulo, dentre outras. Por questões de segurança, recomenda-se que todos os motores tenham suas carcaças aterradas. Em frequência nominal, os motores CA não devem ser alimentados por níveis de tensão diferentes do valor de tensão nominal especificado pelo fabricante, por motivos de danificação da máquina (KOSOVO, 1989). Assim, os motores devem ser ligados por chaves contatoras, para que sua ligação e desligamento ocorram de maneira eficiente. Além disso, os motores devem ser ligados por meio de fusíveis para proteção contra curto-circuito, sendo que esses dispositivos de comando devem ser devidamente dimensionados. S A I B A M A I S Nos ambientes industriais que têm muitos motores, geralmente existem painéis de controle para essas máquinas, chamados Quadros de Comando de Motors (QCM). Normalmente, esses painéis têm dispositivos como disjuntores, fusíveis e relés. Para saber mais, acesse: https://www.citisystems.com.br/painel-de- comando/. https://www.citisystems.com.br/painel-de-comando/ A seguir, você vai aprender alguns tipos de ligações de motores trifásicos, além do processo de dimensionamento dos dispositivos de comando para o acionamento dessas máquinas. Circuitos de Comando de Motores Elétricos A partida direta dos MITs é ideal quando se deseja usufruir do desempenho máximo desse motor, como o torque de partida. Porém, a partida direta é apenas recomendada para motores que tenham potência máxima de 7,5 ou 10 CV. Você pode observar isso na figura a seguir, que mostra a ligação de motores com seis terminais, tanto o circuito de potência quanto o circuito de comando de um motor sendo acionado por partida direta. Essa ligação tem os seguintes dispositivos: 1 disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 1 contator (K1); 1 botoeira NF (S0); 1 botoeira NA (S1) e 1 motor trifásico (M1). Figura 4.10 – Circuitos de comando e potência para uma partida direta Fonte: Adaptada de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura mostra a ligação de motores com seis terminais, tanto o circuito de potência quanto o circuito de comando de um motor sendo acionado por partida direta. Essa ligação tem os seguintes dispositivos: 1 disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 1 contator (K1); 1 botoeira NF (S0); 1 botoeira NA (S1) e 1 motor trifásico (M1). Na próxima figura, observe a ilustração dos circuitos de comando e potência para uma partida direta usando sinalização. Os componentes de sinalização e comando desse circuito são: 1 contator (K1); 1 botoeira NF (S0); 1 botoeira NA (S1); 1 disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 1 motor trifásico (M1); 1 lâmpada verde (H1); 1 lâmpada amarela (H2) e 1 lâmpada vermelha (H3). Figura 4.11 – Circuitos de comando e potência para uma partida direta com sinalização Fonte: Adaptada de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura é uma ilustração dos circuitos de comando e potência para uma partida direta usando sinalização. Os componentes de sinalização e comando desse circuito são: 1 contator (K1); 1 botoeira NF (S0); 1 botoeira NA (S1); 1 disjuntor tripolar (Q1); 1 disjuntor bipolar (Q2); 1 relé térmico (F2); 1 motor trifásico (M1); 1 lâmpada verde (H1); 1 lâmpada amarela (H2) e 1 lâmpada vermelha (H3). A maioria dos motores trifásicos têm seis ou doze terminais, sendo cada par de terminais referente a uma bobina. No tipo de ligação estrela-triângulo, cada uma das bobinas do MIT deve ser alimentada com 220 V em funcionamento normal. Veja de que forma isso ocorre no elemento a seguir: 1. Administração de empresas: Eu mi bibendum neque egestas congue quisque egestas diam in. 2. Juros compostos: Eu mi bibendum neque egestas congue quisque egestas diam in. 3. Impostos: Eu mi bibendum neque egestas congue quisque egestas diam in. 4. Recursos Humanos: Eu mi bibendum neque egestas congue quisque egestas diam in. Você vai observar nas figuras a seguir a ilustração do circuito de potência e circuito de comando de um motor, respectivamente. Figura 4.12 – Circuito de potência da partida estrela-triângulo Fonte: Adaptada de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura ilustra o circuito de potência do tipo de ligação estrela- triângulo. Nessa ligação, cada uma das bobinas do MIT deve ser alimentada com 220 V em funcionamento normal. O motor com seis terminais é alimentado com os níveis de tensão entre 220 e 380 V. Já os motores com doze terminais são alimentados com as tensões de 220 V, 380 V, 440 V ou 760 V. Na ligação estrela-triângulo, tem-se a redução de até um terço da corrente de partida, o que não acontece na partida direta. Nesse tipo de ligação, primeiramente o motor parte utilizado a ligação estrela e, depois que atinge uma determinada velocidade, inverte para a ligação triângulo. Figura 4.13 – Circuito de comando da partida estrela-triângulo Fonte: Adaptada de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura ilustra o circuito de comando do tipo de ligação estrela- triângulo. Nessa ligação, cada uma das bobinas do MIT deve ser alimentada com 220 V em funcionamento normal. O motor com seis terminais é alimentado com os níveis de tensão entre 220 e 380 V. Já os motores com doze terminais são alimentados com as tensões de 220 V, 380 V, 440 V ou 760 V. Como você pôde perceber, a partida direta de motores é recomendada apenas para máquinas que tenham até 10 CV de potência máxima. Já a partida estrela-triângulo pode reduzir em até um terço a corrente de partida, sendo que cada uma das bobinas do motor deve ser alimentada com 220 V nesse tipo de partida. Dimensionamento de Dispositivos de Comando Para dimensionar os dispositivos de comando e proteção de um motor, como você pode ver na figura a seguir, que utiliza a partida direta como forma de acionamento, é aconselhado seguir as seguintes etapas: contator: K1 → Ie ≥ IN . 1,15 relé de sobrecarga: FT1 → IN fusíveis de força: F 1,2,3 corrente de partida [IP = (IP / IN) . I] tempo de partida (TP = 5s), (consultar a curva característica do fusível e obter o modelo indicado por essa curva). IF ≥ 1,20 . IN IF ≤ IFMáxK1 IF ≤ IFMáxFT1 Figura 4.14 – Dimensionamento do motor com partida direta Fonte: Adaptada de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura ilustra os dispositivos de comando e proteção de um motor que utiliza a partida direta como forma de acionamento. Nesse circuito, tem-se um contator K1, o relé de sobrecarga FT1, os fusíveis de força F1, F2 e F3 e um motor M. Já para um motor, como o visto na figura anterior, que é acionado com a partida estrela-triângulo, tem-se as seguintes etapas: contatores: K1 e K2 → Ie ≥ (0,58 . IN) . 1,15 e K3 → Ie ≥ (0,33 . IN) . 1,15. relé de sobrecarga: FT1 → 0,58 . IN fusíveis de força: F 1,2,3 corrente de partida [ IP = (IP / IN) . IN . 0,33 ] tempo de partida (TP = 10s), (consultar a curva característica do fusível e obter o modelo indicado por ela). - IF ≥ 1,20 . IN - IF ≤ IFMAXK1, K2 IF ≤ IFMAXFT1 Simulação Computacional O software Cade Simu pode ser utilizado para realizar a prática de simulação de diagramas de comandos elétricos. É possível fazer o download dessa ferramenta no site oficial. Por meio desse software, vamos fazer o diagrama de comandos da simulação de partida direta de um motor de indução trifásico, ilustrado na figura. Para realizar o diagrama de força dessa partida, você vai precisar inserir a alimentação trifásica (220 V) e um dispositivo de proteção (disjuntor termomagnético – Q1) com os fusíveis que possuem os pares de terminais F1-F2, F3-F4 e F5-F6. E seguida, você deve inserir, como dispositivo de comando, um contator (KM1) e depois um relé térmico (RT1), para proteção do motor e, finalmente, o motor trifásico (M0). Figura 4.15 – Diagrama de comando e força da partida direta de um MIT Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer: a figura apresenta um diagrama de força e comando da partidadireta do motor de indução trifásico utilizando o software Cade Simu. Primeiramente, tem-se a alimentação trifásica (220 V) e um dispositivo de proteção (disjuntor termomagnético – Q1) com os fusíveis que possuem os pares de terminais F1-F2, F3-F4 e F5-F6. Após, tem como dispositivo de comando um contator (KM1) e depois um relé térmico (RT1) para proteção do motor e, finalmente, o motor trifásico (M0). Para o diagrama de comandos, primeiramente tem-se um disjuntor termomagnético (Q2), que é ligado no terminal 4 desse disjuntor o contato do relé térmico (FT), depois tem uma botoeira normalmente fechada (B0) e, em seguida, uma botoeira normalmente aberta (B1). Em paralelo com a botoeira B1, tem-se os contatos de comando do contator (KM1) e, em seguida, a bobina do contator (KM1). Para o diagrama de comandos, primeiramente você vai inserir um disjuntor termomagnético (Q2), ligar no terminal 4 desse disjuntor o contato do relé térmico (FT), depois, você deve inserir uma botoeira normalmente fechada (B0) e, em seguida, uma botoeira normalmente aberta (B1). Em paralelo com a botoeira B1, você vai inserir os contatos de comando do contator (KM1) e, em seguida, inserir a bobina do contator (KM1). Agora, pressione as botoeiras B1 e B2 e analise o que acontece com a simulação. praticar Vamos Praticar Como exemplo, vamos realizar o dimensionamento de uma chave de partida estrela-triângulo para um motor da WEG de 100 CV, 380 V / 660 V, 2 polos, 60 Hz, com comando em 220 V e Tp = 10 s, ilustrado na �gura a seguir. Figura – Exemplo de aplicação Fonte: Adaptada de Franchi (2018). #PraCegoVer: a figura ilustra os dispositivos de comando e proteção de um motor que utiliza a partida estrela-triângulo como forma de acionamento. Nesse circuito, tem-se os contatores K1, K2 e K3, o relé de sobrecarga FT1, os fusíveis de força F1, F2 e F3 e um motor M. Realize o dimensionamento da chave de partida estrela-triângulo do motor. Material Complementar WEB Comandos elétricos – reversão de motor Ano: 2018 Comentário: Nesse vídeo, você vai aprender a realizar o circuito de comando de um outro tipo de partida para acionamento de um motor elétrico, chamada partida com reversão. Nesse tipo de partida, o motor pode girar no sentido horário e anti-horário por meio da utilização de contatores. Para conhecer mais, acesse o vídeo disponível em: ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=oBuIyf7pxnw