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AULA 2 DEFICIÊNCIA FÍSICA Prof.ª Fernanda Sprada 2 BREVE INTRODUÇÃO SOBRE A INCLUSÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS NAS ESCOLAS: EDUCAÇÃO INFANTIL A EDUCAÇÃO SUPERIOR O processo de inclusão escolar de alunos com deficiência em escolas regulares deve ser realizado com muita atenção e cuidado, a fim de garantir um ambiente seguro e estimulante para todos os envolvidos. É necessário que as instituições de ensino sejam organizadas para atender às necessidades específicas de cada aluno, para que os profissionais da área de educação e saúde estejam preparados para oferecer o apoio necessário. Uma vez que essas medidas forem tomadas, a inclusão escolar dos alunos com deficiência terá mais chances de ser bem-sucedida, possibilitando a todos os envolvidos uma experiência educacional significativa e de sucesso. Por isso, é importante que os profissionais que atuam na Educação Infantil tenham conhecimentos científicos sobre desenvolvimento humano. A partir disso, serão capazes de oferecer um cuidado adequado às necessidades individualizadas de cada criança, respeitando a sua diversidade cultural. Além disso, também deverão promover a interação social entre as crianças e criar um ambiente acolhedor e estimulante para que elas possam desenvolver as suas habilidades e competências. TEMA 1 – EDUCAÇÃO INFANTIL, PRÁTICA DE CUIDAR E INCLUSÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA O cuidar e o educar são duas faces da mesma moeda na Educação Infantil. A prática de cuidar não se limita aos cuidados físicos, pois também abrange a parte emocional e afetiva da criança. O cuidar envolve estar presente para atender às necessidades das crianças, e também ajudá-las a compreender as ações que fazem, ensinando-lhes a tomar decisões conscientes e responsáveis. Amorim (2005) define que cabe ao educador realizar essa integração, para que seja possível proporcionar um ambiente capaz de priorizar a valorização da individualidade da criança. A partir dessas informações, nota-se que o ambiente e os momentos de cuidado devem ser planejados de maneira a oferecer oportunidades de autonomia, com o desenvolvimento de habilidades de vida e de aprendizagem. Além disso, os cuidados devem ser oferecidos de forma relacional e acessível, proporcionando aos alunos conhecimentos variados. Assim, a educação infantil 3 pode ser vista como uma importante ferramenta para o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o crescimento e a realização pessoal. É evidente que o cuidado com um aluno com deficiência física exige conhecimento e sensibilidade ainda maiores do que os necessários para cuidar de todos os alunos. É necessário conhecer a rotina da criança, as suas necessidades específicas, e como elas podem ser atendidas. Além disso, é importante ter em mente que cada aluno é único e apresenta os seus próprios desafios. É fundamental entender que o respeito, a compreensão e o amor são fundamentais para o desenvolvimento e a aprendizado desses alunos. Amorim (2005) aborda a preocupação com o bem-estar das crianças com deficiência física, bem como a responsabilidade que o professor tem em relação a elas. Destaca a necessidade de conhecimentos específicos sobre a melhor forma de lidar com essas crianças e de ajudá-las de maneira adequada, evitando agravamentos do quadro motor. Portanto, fica claro que é necessário que os professores recebam formação específica para lidar com alunos com deficiência física, para garantir um ambiente seguro e confortável para eles. Nesse sentido, é importante que as escolas estejam preparadas para desenvolver ações de inclusão de alunos com deficiência física, promovendo a formação específica dos professores com relação às necessidades educacionais específicas desses alunos. A formação deveria incluir conteúdos relacionados com identificação, prevenção e gestão de possíveis problemas de saúde, considerando ainda condições necessárias para que os alunos consigam participar das atividades escolares sem depender de ajuda externa. Além disso, essa formação também deveria abordar a importância da acessibilidade no espaço escolar, promovendo a inclusão dos alunos com deficiência física na vida escolar. Dessa forma, os professores estariam preparados para lidar com qualquer problema que venha a surgir em sala de aula, contribuindo para o sucesso dos programas de inclusão e para o bem-estar dos alunos. Abramowicz, Rocha e Cunha (2002) afirmam que é necessário uma reorganização escolar para que os professores possam atender às necessidades específicas desses alunos. Também é importante que a escola contrate profissionais especializados para auxiliar na inclusão. É preciso ainda oferecer recursos e materiais adequados para que os alunos possam desenvolver o seu potencial de aprendizagem, além do desenvolvimento de programas específicos 4 para a inclusão. Com isso, é possível garantir a inclusão de crianças com deficiência na Educação Infantil. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (Brasil, 1998, v.1, p. 68), indica o trabalho com grupos de estudo, por meio dos quais os professores têm a oportunidade de estudar, discutir e socializar conhecimentos sobre o tema da inclusão, o que contribui para que desenvolvam maior sensibilidade para a compreensão das necessidades educativas de cada aluno, considerando ainda a formação de uma cultura inclusiva na escola. Um dos métodos que pode ser aplicado é o espaço de escuta, que visa oferecer um ambiente acolhedor, onde os professores podem trocar experiências e encontrar apoio para lidar com as suas dificuldades no trabalho com alunos com deficiência. Já os grupos de estudo contribuem para que os professores adquiram conhecimentos teóricos, para que desenvolvam maior sensibilidade para a compreensão das necessidades educativas de cada aluno e para a formação de uma cultura inclusiva na escola. A Portaria n. 1793/94 incentiva a realização de cursos de pós-graduação e especialização em educação especial, além de disciplinas de formação de professores que tratam de questões relacionadas às pessoas com deficiência. A portaria também recomenda a realização de estudos de campo que possam contribuir para a promoção da inclusão dessas pessoas na sociedade. Por fim, a instituiu um programa de formação de professores para a educação especial, visando estimular a formação de professores que possam atuar na educação de pessoas com deficiência. Portanto, é imprescindível que os professores tenham conhecimento sobre deficiência, para que possam desenvolver habilidades que os ajudem a auxiliar os alunos com deficiência a desenvolver o seu potencial. Nesse sentido, a formação dos professores deve incluir conteúdos relacionados à deficiência, de forma a capacitar os educadores para lidar com essas situações. Além disso, é importante que os professores tenham acesso a informações médicas sobre as deficiências, para que possam compreender melhor os alunos e ajudá-los a desenvolver o seu potencial. É importante que o professor esteja familiarizado com técnicas e tecnologias que possam facilitar o acesso desse aluno às informações, abarcando ainda os procedimentos de solicitação de recursos educacionais especiais e acompanhamento médico. Além disso, é necessário que o professor saiba 5 discriminar e identificar os problemas de aprendizagem que essa condição pode gerar, para que possa aplicar as estratégias mais adequadas para auxiliar esse aluno ao longo do processo ensino-aprendizagem. Segundo Silva, Castro e Branco (2006), o docente pode se empenhar em desenvolver estratégias de ensino para a inclusão do aluno deficiente físico e do seu desenvolvimento, sugerindo metodologias ativas que permitam ao aluno participar de forma efetiva das aulas. Essa propostapode ser concretizada por meio de diferentes recursos, como adaptações de material didático, ambiente escolar, organização do espaço e tarefas, além de interação direta com o aluno, para que ele se sinta acolhido e para que possa compreender os conteúdos ensinados. Martín et al. (2004) comentam que, para garantir o bem-estar e o desenvolvimento adequado de alunos com necessidades especiais, é importante que os profissionais da educação busquem alternativas para que todos os alunos tenham um ambiente favorável de aprendizado. Os equipamentos especiais para posicionamento, como cadeiras acolchoadas, almofadas laterais e colchonetes, são fundamentais para que esses alunos possam se sentir confortáveis e parte do grupo. Além disso, é importante que os profissionais da educação busquem recursos para que todos os alunos participem das atividades, como cadeiras de rodas, andadores e cadeiras especiais. Todas essas medidas contribuem para o desenvolvimento de alunos com necessidades especiais, pois criam um ambiente acolhedor e favorável à socialização. Esses equipamentos também facilitam que esses alunos participem de atividades de forma igualitária com os demais alunos, o que é essencial para o desenvolvimento das crianças na faixa etária da Educação Infantil. Naujorks e Barasuol (2004) destacam que o professor precisa desenvolver um papel de cuidado para além dos aspectos pedagógicos, o que pode levar a uma sobrecarga emocional e física, causando burnout. Esse quadro sintomático interfere na relação entre o docente e o aluno, pois exige contato corporal e atenção constante, além de um esforço maior na preparação de aulas. O burnout, portanto, é uma consequência da sobrecarga que o professor enfrenta ao trabalhar com alunos com deficiência, podendo ter efeitos negativos sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Portanto, analisando todas as nuances desse cenário de inclusão, é necessário garantir maior articulação entre os profissionais das diferentes áreas, 6 como educação, saúde e assistência social, para que seja possível compreender e atender as necessidades específicas das crianças com deficiência, de forma que possam ter melhores condições de vida e de desenvolvimento. Por fim, destaque para a necessidade de buscar novas metodologias de trabalho, para alcançar igualdade de oportunidades para todos os alunos da escola, independentemente de suas características e deficiências. TEMA 2 – INCLUSÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL A evasão escolar de pessoas com deficiência é um indicador assustador. Para reverter essa situação, é importante que a sociedade busque educar as pessoas sobre a realidade das dificuldades escolares, pois muitas vezes a falta de sucesso escolar é consequência de fatores externos, como condições socioeconômicas precárias e problemas de saúde. Ou seja, não se deve meramente à incompetência dos alunos. Além disso, a criação de políticas educacionais com foco na inclusão social e na equidade é fundamental para garantir o direito à educação para todas as crianças, independentemente de sua condição socioeconômica ou de sua deficiência. A adoção de medidas como implementação de programas de formação de professores, melhorias nas infraestruturas escolares e aumento do investimento em educação também ajuda a garantir que as crianças tenham acesso à educação de qualidade de que necessitam. Para tanto, é necessário que as escolas promovam o respeito à diversidade e à individualidade, pois isso viabiliza trocas intelectuais, sociais e culturais saudáveis entre os sujeitos. É importante que sejam criados programas para o tratamento de deficiências, para que todas as pessoas se sintam encorajadas a desenvolver as suas potencialidades ao máximo. Além disso, os professores devem ser treinados para trabalhar com essas situações, pois o seu papel é fundamental para promover o aprendizado e o desenvolvimento de cada aluno. Portanto, a fim de garantir o melhor processo de ensino especializado, é necessário uma transformação profunda nas estruturas escolares. Tal transformação deverá incluir o desenvolvimento de novos métodos de ensino, capazes de atender às necessidades educacionais específicas dos alunos com deficiência. É necessário ainda repensar a formação dos professores, para que possam lidar com as características e peculiaridades desses alunos. Além disso, é preciso desenvolver programas de educação inclusiva capazes de promover a 7 integração dos alunos em salas de aula regulares, de forma a permitir o acesso a um ensino especializado. Em contrapartida, o conceito de inclusão escolar se propõe a superar a segregação e a exclusão, pois inclusão implica a participação de todos os alunos na escola regular e nas atividades educativas, independentemente de sua deficiência, raça, sexo, etnia etc. A inclusão escolar não é simplesmente um processo de integração de alunos com deficiência na escola regular, mas sim um processo de transformação da escola em um lugar seguro e acolhedor para todos, onde todos os alunos são vistos como iguais, independentemente de suas diferenças. Portanto, é possível concluir que a inclusão escolar é muito mais do que a integração de alunos com deficiência na escola regular. A inclusão é um processo de transformação da escola em um lugar seguro e acolhedor para todos, onde todos os alunos são vistos como iguais, independentemente de suas diferenças. A inclusão visa superar a segregação e a exclusão, promovendo a participação de todos os alunos na escola regular e nas atividades educativas. TEMA 3 – INCLUSÃO E ESCOLAS REGULARES O art. 59 da Lei n. 9.394 (Brasil, 1996) estabelece que a educação especial deverá ser oferecida às pessoas com deficiência, para garantir a sua inclusão na sociedade, através de programas especiais, tais como: • Programas de Educação Inclusiva • Programas para Minimizar as Disfunções Cognitivas e Motores • Programas de Educação para a Saúde • Programas de Educação para Trabalho • Programas de Educação para o Desenvolvimento Pessoal • Programas de Educação para o Exercício Pleno da Cidadania Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação também estabelece que instituições de ensino devem oferecer programas de atividades lúdicas e recreativas, com o objetivo de promover o desenvolvimento integral do aluno com deficiência. Essas atividades devem ser adaptadas ao perfil de cada aluno, para que ele possa desenvolver habilidades, aprimorar as suas capacidades e ter o seu autoconhecimento estimulado. Também deve ter acesso a programas de orientação profissional, para que possa planejar o seu futuro. 8 Portanto, os art. 58 e 59 da referida lei regulamentam que é um direito de todos os deficientes o acesso à escola regular: Art. 58, §1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. §2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I. currículos, métodos, técnicas educativas e organização específica, para atender às suas necessidades; II. terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III. professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores de ensino regularcapacitados para a integração desses educandos nas classe comuns; IV. educação especial para o trabalho, visando a sua integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora; V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (Brasil, 1996) No que se refere à estrutura física, devem ser criadas barreiras físicas para garantir o acesso aos alunos com deficiência, o que inclui rampas, corrimãos, elevadores e elevadores panorâmicos. Esses dispositivos devem ser projetados para proporcionar o máximo de segurança e conforto para os usuários. Além disso, as portas precisam ser largas e planas, para permitir a entrada de cadeiras de rodas. Os espaços devem também ser adequados para acomodar alunos com deficiência visual, com sinais de orientação e dispositivos de auxílio. Os recursos pedagógicos também devem ser adaptados para atender às necessidades específicas dos alunos com deficiência. A tecnologia pode ajudar a tornar a educação mais acessível, por meio de softwares de reconhecimento de voz, ferramentas de síntese de voz, software de ampliação de texto etc. Também é importante fornecer material didático acessível, como livros de texto em formato digital, áudio e vídeo. Além disso, os professores devem estar preparados para lidar com alunos com deficiência, oferecendo um ambiente de aprendizagem inclusiva e adaptada às suas necessidades. Schirmer et al. (2007) estabelecem que, para além da legislação, também é necessário contar com o uso de materiais e tecnologias inovadoras para tornar os prédios escolares acessíveis. Tais tecnologias devem ser planejadas e 9 implementadas com o objetivo de facilitar o acesso de alunos com deficiência aos ambientes escolares e seus serviços. É importante também garantir o uso de materiais e equipamentos que ofereçam segurança e conforto ao aluno com deficiência. Portanto, para garantir inclusão de qualidade na escola, é necessário não apenas adequar os prédios escolares à legislação, mas também utilizar materiais e tecnologias inovadoras, com vistas a facilitar o acesso de alunos com deficiência aos ambientes escolares e seus serviços. É essencial que o professor saiba identificar e aplicar as adaptações necessárias para o aluno com deficiência física, para que possa ter acesso a todas as atividades desenvolvidas em sala de aula, garantindo desse modo um ensino de qualidade, para que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatória. De acordo com Paula e Costa (2007), as escolas inclusivas também devem contar com uma equipe multidisciplinar para ajudar os alunos com deficiência, e também oferecer recursos e materiais adequados para que possam acompanhar as aulas. O ambiente escolar deve ser seguro e estimulante para que os alunos se sintam à vontade para expressar as suas ideias e compartilhar o seu conhecimento. É preciso oferecer espaços de convívio entre os alunos, com ampla troca de experiências e o desenvolvimento de habilidades sociais. A escola também deve oferecer equipamentos adequados para aulas práticas, bem como suporte técnico e profissional para a realização de trabalhos e pesquisas. A infraestrutura deve permitir que os alunos desenvolvam as suas habilidades e aprendam de forma eficaz. Além disso, é importante que a escola ofereça instalações adequadas para a prática de esportes e lazer, com equipamentos modernos e atualizados. A escola deve também ter um sistema de segurança para garantir a segurança dos alunos e funcionários. Por fim, a escola precisa oferecer um ambiente saudável, limpo e agradável, para que os alunos se sintam à vontade para desenvolver suas habilidades e interesses. TEMA 4 – EXCLUSÃO NAS ESCOLAS E NA SOCIEDADE A exclusão social de pessoas com deficiência vem se manifestando de diversas formas, por meio da limitação de acesso a serviços essenciais, da falta de estrutura para a realização de tratamentos e procedimentos médicos, além de 10 ausência de acessibilidade, discriminação, bullying e até mesmo violência. Tudo isso gera sérios impactos na qualidade de vida dessas pessoas, afetando diretamente o seu desenvolvimento, a sua autoestima, o seu empoderamento e as oportunidades de inclusão. É extremamente importante tomar medidas para enfrentar essa situação. É necessário promover a conscientização das pessoas para erradicar o preconceito, a discriminação e a violência. É preciso também investir na construção de espaços acessíveis e na promoção de programas educativos e de saúde, para garantir os direitos desse grupo. É importante também incentivar a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a participação ativa na vida social. Somente com essas ações é possível reduzir o índice de exclusão social e assegurar o direito das pessoas com deficiência às oportunidades oferecidas pela sociedade. A falta de investimento em recursos humanos, materiais e tecnológicos é o principal fator responsável pela dificuldade na implementação da inclusão escolar. A falta de profissionais qualificados para atuar na área, a falta de materiais pedagógicos específicos para o ensino de alunos com necessidades especiais, a falta de acompanhamentos especializados e o alto custo de implementação de tecnologias educacionais são fatores que contribuem para a dificuldade na implementação da inclusão escolar. Além disso, a falta de conscientização da sociedade sobre a importância da inclusão escolar também contribui para a dificuldade de implementação e a inclusão de alunos deficientes em todos os ciclos da educação. O ambiente de aprendizagem deve ser adequado às necessidades educativas especiais dos alunos. Os espaços devem ser acessíveis, seguros e confortáveis, para que os alunos possam desenvolver as suas habilidades e conhecimentos. É importante que os professores ofereçam suporte, estimulem a participação dos alunos e promovam a colaboração entre os membros da sala de aula. A integração professor-aluno é fundamental para o sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais. É importante que os professores desenvolvam relacionamentos positivos com cada aluno, oferecendo o apoio necessário para o desenvolvimento de seus alunos. O professor deve ter em mente o potencial de seus alunos e encorajá-los a desenvolver as suas habilidades e os seus conhecimentos. 11 A interação aluno-aluno também é essencial para o sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais. Os alunos devem ser ensinados a trabalhar em grupo e a interagir uns com os outros de forma respeitosa e construtiva. Essa prática ajuda os alunos com necessidades educativas especiais a desenvolver as suas habilidades sociais e a se sentirem mais integrados na sala de aula. Além disso, é necessário contar com um corpo docente especializado, capaz de desenvolver ações pedagógicas eficazes para o ensino de alunos com necessidades educativas especiais. Assim, é importante incentivar o acesso desse público às tecnologias digitais, pois elas proporcionam uma aprendizagem interativa e mais divertida. A inclusão social de pessoas com deficiência deve ser implementada de forma a garantir o seu acesso a serviços sociais, bens e direitos disponíveis para a comunidade. Nesse sentido, é necessário investir em ações concretas para garantir que a desmarginalização seja efetiva, entre as quais destacamos: • Garantir acessibilidade a locais públicos como ruas, calçadas, transportes públicos e estabelecimentos comerciais; • Melhorar o ensino inclusivo, adotando práticas pedagógicas e materiais que contemplemas diferenças de aprendizagem; • Implementar políticas de inclusão laboral, promovendo a igualdade de oportunidades; • Criar programas de apoio social que possibilitem o acesso a serviços de saúde, assistência social e lazer; • Estimular a participação das pessoas com deficiência na vida política, social e cultural da comunidade; • Realizar campanhas de conscientização sobre os direitos humanos e a inclusão social. Como podemos perceber, a desmarginalização de pessoas com deficiência é um processo complexo, exigindo a participação de todos, em especial dos governos, para que sejam criadas políticas públicas que garantam a inclusão social e o acesso aos recursos sociais, como escolas, universidades e até mesmo o mercado de trabalho. 12 TEMA 5 – OLHAR DO ENSINO SUPERIOR PARA O DEFICIENTE FÍSICO Segundo Lermen e Fisher (2010), uma educação inclusiva considera o indivíduo como um todo, com suas habilidades e limitações. A sua meta é promover o desenvolvimento de todos os alunos. Ela busca promover o direito à educação de qualidade para todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou culturais. Para isso, é necessário desenvolver ações e programas que levem em consideração as individualidades de cada aluno, de forma a permitir que todos possam participar da vida acadêmica e social. Além disso, a educação inclusiva atua para promover a igualdade de oportunidades e combater a discriminação. Ela busca criar condições que permitam que todos os alunos se desenvolvam, de acordo com AS suas habilidades e necessidades, garantindo oportunidades reais de participação. A educação inclusiva é, portanto, uma forma de garantir o direito à educação de todos os alunos, independentemente de sua condição física, intelectual ou cultural. Ela busca promover o desenvolvimento de todos os alunos de forma igualitária, combatendo discriminações de qualquer natureza. De acordo Castanhos e Freitas (2007), é possível observar que diferentes barreiras ainda persistem. É notório o desconhecimento dos direitos legais e o despreparo das universidades e seus profissionais educacionais para lidar com alunos com necessidades especiais. Além disso, existem em jogo questões culturais, como o estigma social em relação às pessoas com deficiência, fator que influencia na inserção desses indivíduos no ensino. Segundo Siqueira e Santana (2010), para garantir a inclusão efetiva desses alunos, é necessário uma mudança na cultura da instituição educacional, por meio da adoção de práticas inclusivas eficazes na promoção da participação plena desses sujeitos. Assim, é necessário uma mudança na forma como pensamos a inclusão educacional, deixando de lado a ideia de que as pessoas com deficiência devem se adaptar ao meio escolar. O foco deve ser a criação de condições para que todos possam participar plenamente da vida escolar. É necessário garantir que todos os alunos tenham o acesso a recursos adequados, facilitando o desenvolvimento de seus potenciais e habilidades. Além disso, é importante promover o desenvolvimento de atitudes e comportamentos inclusivos entre os 13 professores e alunos, para que todos tenham oportunidades iguais de serem aceitos e respeitados. Oliveira, Jensen e Lima (2010) explanam estratégia que poderiam ser mais difundidas, como a educação a distância, que pode oferecer aos estudantes com deficiência maior flexibilidade de horários e acesso a conteúdos educacionais de qualidade. Além disso, os recursos tecnológicos, como áudio, vídeo, sistemas de entrega de notas, fóruns on-line e outras formas de interação, permitem que os alunos com deficiência sigam os cursos de forma independente, com mais tranquilidade. Outras estratégias que podem ser aplicadas na educação de alunos com deficiência incluem: programas de treinamento especializado para professores, para que eles possam lidar melhor com os alunos com deficiência; melhoria do acesso a materiais didáticos e tecnologia adaptada; e oferta de apoio emocional e social aos alunos. Além disso, é importante fomentar o diálogo entre os alunos com deficiência e os demais estudantes, para garantir maior inclusão no ambiente acadêmico. 14 REFERÊNCIAS ABRAMOWICZ, A.; ROCHA, M. J. S. ; CUNHA, I. M. O desenvolvimento das crianças de três a seis anos. In: PALHARES, M. S.; MARINS, S. Escola inclusiva. São Carlos: EdUFSCar, 2002. p 237- 249. AMORIM, E. Educar versus cuidar. In: UNESCO, 2005. O cotidiano no centro de educação infantil. Brasília, 2005. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 dez. 1996. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1. CASTANHO, D. M.; FREITAS, S. N. Inclusão e prática docente no ensino superior. Revista Educação Especial, Santa Maria, n. 27, p. 85-92, 2007. LERMEN, H. S.; FISHER, P. D. Percepção ambiental como fator de saúde pública em área de vulnerabilidade social no Brasil. Revista de APS, v. 13, n. 1, 2010. MARTÍN, M.C. et al. Incapacidade motora: orientações para adaptar a escola. Porto Alegre: Artmed, 2004. NAUJORKS, M. I.; BARASUOL, E. B. Burnout docente no trabalho com a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Revista Educação Especial, v. 24, p. 97-104, 2004. OLIVEIRA D. L.; JENSEN, R. G. D.; LIMA, V. A. A. Educação a Distância para Pessoas com Deficiência Auditiva. Revista Olhar Científico, v. 1, n. 2, ago./dez. 2010. PAULA, A. R.; COSTA, C. M. A hora e a vez da família em uma sociedade inclusiva. Brasília: MEC, 2007. SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento educacional especializado: deficiência física. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. SILVA, A. F.; CASTRO. A. L. B.; BRANCO, M. C. M. C. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: deficiência física. Brasília: MEC/SEESP, 2006. 15 SIQUEIRA, I. M.; SANTANA, C. da S. Propostas de acessibilidade para a inclusão de pessoas com deficiências no ensino superior. Rev. bras. educ. espec., v. 16, n. 1, p. 127-136, 2010.
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