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RESUMO PARA ESTUDO – DIREITO CIVIL (PERSONALIDADE) O QUE É DIREITO? Direito é um conjunto de regras com que se disciplina a vida em sociedade. O Direito é uma ciência do “deve ser” O QUE É CONCEITO DE DIREITO CIVIL? Ele é entendido por exclusão e não inclusão, ou seja, Direito Civil é o direito particular (de cada um), e o Direito Público, interessa ao coletivo (Direito Constitucional). Direito Civil é o ramo do direito privado destinado a regular relações de interesses patrimoniais e familiares que se formam entre indivíduos enquanto membros de uma sociedade, e cuida dos interesses da pessoa, antes mesmo de seu nascimento. ● Ramo Público do Direito: relações de interesses coletivos = Direito Constitucional, Direito Penal, Direito Tributário, Direito Internacional Público e Direito Processual; ● Ramo Privado do Direito: relações de interesse particular = Direito Civil, Direito Empresarial, Direito Trabalhista e Direito Internacional Privado; ● Direitos Difusos e Coletivos: Direito do Consumidor e Direito Ambiental. HISTORIA DO DIREITO CIVIL: ● Período Colonial – Ordenações Filipinas; ● Legislação Portuguesa – Ordenações do Reino: Afonsinas (Séc. XIV), Manuelinas (Séc. 1512 até 1603) e Filipinas (a partir de 1603); ● Direito Medieval (Canônicos) e Romano. ● Constituição de 1824, ordem para criar um Código Civil “baseado na justiça e equidade”; ● Depois da Independência do Brasil (1824), continuou a vigorar as Ordenações Filipinas; ● Somente após a proclamação da República (1889), Clovis Beviláqua, fez o projeto do Código Civil; ● Código Civil de 1916: o Tinha Lei de Introdução ao CC e 1807 artigos (divido em parte geral e uma especial); o Concepção Individualista. ● Constituição Federal de 1988: o Inovações ao Direito Civil em: ▪ Filiação; ▪ Função social da propriedade e da empresa. ● Código civil de 2002: o projeto de lei foi em 1967, mas por muitos anos ficou sendo refeita, por causa da constituição de 88, foi publicado em 10/01/02, e entrou em vigor em 11/01/03. ● Princípios do Código Civil: o Socialidade (coletivo); o Eticidade (valor da pessoa humana); o Operabilidade (simplicidade e a efetividade) ● Direito Civil é Constitucional (lei suprema): o Visão unitária (1 único sistema jurídico); o Dignidade da pessoa humana; o Solidariedade social – não indivíduo, sim coletivo; o Igualdade substancial; o Interpretação direito público e privado (antes os bancos prendiam quem tinham dividas com eles); o Eficácia horizontal dos Direitos fundamentais (mesmo em igualdade, tem que obedecer a dignidade da pessoa humana). ESTRUTURA DO CÓDIGO CIVIL: PARTE GERAL: ● DAS PESSOAS ● DOS BENS ● DOS FATOS JURÍDICOS PARTE ESPECIAL: ● DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ● DIREITO DE EMPRESA ● CONTRATOS ● DIREITO DAS COISAS ● DIREITO DE FAMÍLIA ● DIREITO DE SUCESSÕES O QUE É A LINDB? É uma lei de introdução as leis, por conter princípios gerais sobre as normas por qualquer discriminação. É aplicável a todos os ramos do direito. LINDB – LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ● Pode ser de qualquer lei do direito, é a introdução a outras leis ● A lei é para todos, é imperativa (impõe) e é feita para ficar. ● Competência para criar as leis: o Legislativo em âmbito: ▪ Federal – Congresso (deputados e senadores); ▪ Estadual: Assembleia legislativa (deputados estaduais); ▪ Municipal: Câmara dos vereadores. o Executivo (executa, governa e administra) em âmbito: ▪ Federal: Presidente; ▪ Estadual: Governadores; ▪ Municipal: Prefeito. o Judiciário (julga dentro da lei) em âmbito: ▪ Federal: supremo tribunal federal (STF) – Assuntos de grande importância. ▪ Estadual: tribunais estaduais (assuntos comuns) Art. 1º - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1º - Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. § 2º - (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). § 3º - Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4º - As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. VACATIO LEGIS: Período entre a data publicação da lei e a data que entrará em vigência. A contagem de prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância fará com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia seguinte a sua consumação. Fases da criação de uma lei: 1) Iniciativa popular (pegar assinaturas de no mínimo 0,3 do eleitorado de ao menos 5 estados); 2) Debates, quando deliberam sobre o texto do projeto de lei (PL), e depois vai para a casa responsável sobre aquele assunto; 3) Fase Complementar/Executivo: sancionar ou vetar; 4) Promulgar: transformar a ideia de lei em lei; 5) Publicação: do conhecimento de todos. Art. 2º - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1º - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. ● A outra lei perde sua vigência; ● Revogação de uma lei é sempre por outra lei, mas a lei tem que ser da mesma hierarquia ou mais alta/superior ou pode ser revogado quando o Supremo Tribunal Federal a declare inconstitucional; ● Revogação: Total: ab-rogação; ● Revogação Parcial: derrogação; ● Revogação expressa: é a regra (deveria ser sempre assim); ● Revogação tácita: não está expressa, mas se tiver incompatibilidade ou estiver regulamentando totalmente a matéria, estará revogando. ● Causas da Lei Temporária: o Advento de Termo: está lei tem efeito em eventos específicos (EX: Lei no período da Copa do Mundo, ou outros eventos); o Execução de Seu Fim: está lei tem seu início e fim já expressamente declarado em seu texto (EX: Lei de Orçamento); o Implemento da Condição Resolutiva: está lei serve para erradicar algum evento que assole o País (EX: Lei até que acabe o surto da febre amarela). OBS: Lei a ordinária não modifica lei complementar e nem a CF, mas a lei complementar pode modificar a lei ordinária, e uma emenda pode modificar parcialmente a CF, menos as Leis Pétreas. § 2º - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. ● As leis podem coexistir, uma lei completa a outra, se tiver conflito de interpretação, a lei que se aplica é a lei especial ● Lei geral: válida para todos; ● Lei especial: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Estatuto do Idoso, Lei do Consumidor e outros. § 3º - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. No Brasil, existe repristinação, apenas se vier expresso na lei que, a lei revogadora perdeu a sua vigência e a lei que por ela revogada volta a ter vigência. Efeito de Repristinação: se o STF disser que a lei “B” é inconstitucional, ela será revogada e a lei “A” voltará a ter vigência. ● ERGA OMINES: vale para todos ● EX TUNC: quando seus efeitos são retroativos à época da origem dos fatos a ele relacionados. ● EX NUNC: quando seus efeitos não retroagem, valendo somente a partir da data da decisão tomada. Art. 3º - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Presunção Legal: presume que a lei publicada é conhecida por todos. Ficção: Presume que a lei publicada é conhecida por todos, apesar de não ser verdade tal afirmação. Necessidade Social: mais aceita, a lei deve ser obrigatória e cumprida por todos, por ser matéria de interesse público. Art. 4º - Quando a lei for omissa (não tem lei, tem brechas ou não é especifico), o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. ● Analogia: inexistência de um dispositivo legal (EX: crimes cibernéticos), usa-se uma lei semelhante, o juiz vai ter base em umcrime já existente; ● Costumes: quando não tem lei semelhante. Fonte subsidiária – juiz pode recorrer depois de esgotadas as possibilidades da analogia. Força normativa decorrente da prática de determinado comportamento com a convicção de que esse comportamento é obrigatório; ● Princípios Gerais do Direito: regras que se encontram na consciência dos povos, universalmente aceitos. o Princípio da Igualdade: Significa dar as mesmas oportunidades e os mesmos instrumentos processuais para que possam fazer valer os seus direitos; o Princípio do Contraditório: Significa dizer que o processo exige que seus sujeitos tomem conhecimento de todos os fatos que venham a ocorrer durante seu curso, podendo ainda se manifestar sobre tais acontecimentos. Para demonstrar a veracidade dessas informações, basta lembrar que, proposta uma ação, deve-se citar o réu (ou seja, informa-lo da existência de um processo em que este ocupa o polo passivo), para que o mesmo possa oferecer sua defesa. o Princípio da Ampla Defesa: A ampla defesa envolve a autodefesa ou a defesa-técnica, defesa efetiva e a defesa por qualquer meio de prova (inclusive por meio de prova ilícita, desde que seja pro reo). Outras fontes: ● Leis; ● Doutrina (pessoas que estudam sobre determinado assunto da lei e dão seu ponto de vista sobre a mesma); ● Jurisprudência (quem está julgando uma causa e pode pegar um exemplo que houve em outro tribunal). Art. 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Equidade (justiça), o que é melhor para a sociedade, ponderação de valores. Silogismo: pressima maior (norma jurídica, lei) + premissa menor (caso concreto, fatos) = sentença. Art. 6º - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. ● Irretroatividade da lei, não retroage, o efeito dela é daqui para frente. § 1º - Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. ● Obedeceu e realizou o que estava na lei vigente da época. § 2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. ● Já preencheu os requisitos da lei, mas ainda não exerceu, a lei já determinou que ele pode exercer, a qualquer momento ele tem o direito de se beneficiar dessa lei. o EX: já pode se aposentar, mas ainda não foi na previdência. § 3º - Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. ● Acórdão: analisar melhor, decisão de um tribunal de desembargadores no caso de recorrer a segunda instancia, sentença é a decisão no tribunal de primeira instancia no caso é aplicada por um juiz. ● Trânsito em julgado é uma expressão usada para uma decisão ou acórdão judicial da qual não se pode mais recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer terminou ou por acordo homologado por sentença entre as partes. CÓDIGO CIVIL Art. 1º - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. EX: Tenho direito de ir e vir, mas também é meu dever respeitar o direito de liberdade de outrem. Art. 2º - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. ● Nascituro Feto que está no ventre da mãe; ● Teoria Natalista Saiu do ventre materno com vida é pessoa natural; ● Teoria Concepcionalista Basta a concepção já é pessoa natural (quando o espermatozoide fecunda o ovulo, e este gruda na parede do útero); ● Teoria Condicionalista É preciso nascer com vida para ter seus direitos garantidos (quando o nascituro respira ao menos uma vez, já é considerado pessoa natural); ● Natimorto Quando o feto nasce sem vida, nunca poderá ser considerado pessoa natural. O Natimorto, tem direito ao registro no Livro “C” (auxiliar), constando o nome dos pais, o próprio nome do natimorto e a data de óbito. o OBS: No Direito Civil não se estuda o início da vida, mas sim o início da personalidade jurídica. DIREITOS DO NASCITURO ● O direito criminal de penalizar o aborto, pois a CF assegura a todos o direito à vida (Art.5º, CF); ● Tem direito uma adequada assistência de pré-natal (Art. 8º, ECA); ● Alimentos a entrega à genitora, através de ação de alimentos gravídicos, regulamentado pela Lei 11.804/2008; ● Pode receber doação (Art. 542, CC) e ser comtemplado em testamento (Art. 1.798, CC). Art. 9º - Serão registrados em registro público: I - Os nascimentos, casamentos e óbitos; II - A emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; III - A interdição por incapacidade absoluta ou relativa; IV - A sentença declaratória de ausência e de morte presumida. Art. 10 - Far-se-á averbação em registro público: I - Das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - Dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; EXTINÇÃO DE PESSOA NATURAL Art. 6º - A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. ● Morte Real = Quando o há corpo, e um médico atesta que não há mais vida naquele corpo; ● Morte Presumida = Quando não há o corpo, mas tem provas ou indícios de morto daquele indivíduo. Mas para isso é necessário ter algum evento específicos como guerras ou outros, mas para ser considerado morto é necessário que se passe dois anos após o termino do evento, aí sim um Juiz, poderá usar por meio de provas e outros para chegar o mais próximo possível da data e hora da morte daquele indivíduo. Art. 7º - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. ● Ausência = Quando o indivíduo estava em perigo de vida. 1. Declaração de Ausência ou Curadoria; I. Juiz nomeia um curador (administra os bens do ausente); II. Quando a pessoa desaparecida deixa uma procuração nomeando um curador, espera-se três anos para entrar com o processo de ausência; III. Caso não deixa procuração, espera-se um ano. a. Preferência para curadores da família, se não tem se nomeia outro curador que possa deixar alguma garantia (carro, casa e outro bem que possua valor), caso haja depredação do bem em questão. Art. 22 - Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear lhe à curador. Art. 23 - Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. Art. 24 - O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. Art. 25 - O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. § 1º - Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. § 2º - Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. § 3º - Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 2. Sucessão Provisória;I. Herança, analisa se tem testamento; II. Quando se tem o trânsito em julgado, precisa-se esperar 180 dias para pedir os benefícios; III. Mas para se declarar morto se espera dez anos após o trânsito em julgado, e para dar a sucessão provisória. Art. 26 - Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. Art. 27 - Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - O cônjuge não separado judicialmente; II - Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III - Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - Os credores de obrigações vencidas e não pagas. Art. 28 - A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. § 1º - Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. §2º - Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. Art. 29 - Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. Art. 30 - Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. § 1º - Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. § 2º - Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. Art. 31 - Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. Art. 32 - Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. Art. 33 - O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. Parágrafo único: Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. Art. 34 - O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. Art. 35 - Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. Art. 36 - Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 3. Sucessão Definitiva. I. Se o indivíduo retorna antes de dez anos (1º fase); a. Ele pode retornar a administrar seus bens. II. Se voltar após dez anos ele receberá 50% dos seus bens.; III. Após dez anos o cônjuge já pode ser considerado viúvo e pode-se casar novamente; IV. Antes dos dez anos não se pode casar e nem ser viúvo; V. Se retornar após vinte anos, receberá os bens como estiverem. Art. 37 - Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Art. 38 - Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. Art. 39 - Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Parágrafo único: Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. Art. 8º - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comoriêntes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. ● Comoriência = significa a morte simultânea de duas ou mais pessoas em um mesmo acontecimento, sem hipótese de averiguação sobre qual delas morreu primeiro. DIREITOS DA PERSONALIDADE (Art. 11, CC) Art. 11 - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Conceito Conceituam-se os direitos da personalidade como aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais. ● OBS: os direitos Personalíssimos são ilimitados, regra geral. Direitos à Integridade Moral: Liberdade Civil, política e religiosa, a honra-moral, imagem, identidade pessoal (nome familiar e social). Direito à Integridade Física: Vida, corpo (vivo ou morto) e as partes separadas do corpo. Direito à Integridade Intelectual: Liberdade de pensamento, direito de autor, de inventor e de esportista. Tutela da Personalidade ● Proteção da dignidade da pessoa humana. (Art. 1º, III, CF); Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; ● Solidariedade social. (Art. 3º, I, CF); Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; ● Igualdade em sentido amplo. (Art. 5º, Caput, CF) Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes. DIREITOS DE PERSONALIDADE CARACTERISTICAS: Irrenunciável: não posso renunciar meus direitos de personalidade. Absoluto: efeito erga omnes: contra todos, inclusive contra o estado. Ilimitado: não estão classificados em rol taxativo. Extrapatrimoniais: não podem ser quantificados em valor econômico. Impenhoráveis: não podem ser dados em garantia de pagamento de dívida. Direitos da Personalidade – espécies (ser humano) e (pessoa jurídica, no quer for compatível com o que tem o ser humano). Aspectos Morais A pessoa dentro da sociedade. ● OBS: O direito da personalidade pode ser aplicado ao natimorto e a pessoa que morreu. Danos Morais – ligados a dor e angustia. Danos Materiais – ligado ao patrimônio: Emergente: consigo quantificar emdecorrência do ilícito. Lucro Cessante: ligado a perca de lucro em decorrência do dano. Art. 402 - Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 403 - Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Intransmissível: Não posso transmitir meus direitos de personalidade para ninguém. Indisponíveis: Ninguém pode dispo da forma que bem entender dos direitos de personalidade, como por exemplo, doar o coração para meu pai. Imprescritíveis: Podem ser exercidos a qualquer tempo, independente de idade. Vitalícios: Acompanham o nascituro até o nascimento, depois a pessoa natural até a morte. OBS: sua imagem não se vende, apenas se dá uma licença para atividade licita. EXECEÇÕES PARA LIMITAÇÃO Direito da Imagem – Exploração econômica para fins comerciais e lícitos. A proteção visa inibir ou interromper a violação, com a reparação de danos. Imprescritível – A imagem pode ser defendida a qualquer momento, mas a reparação terá três anos para ser exercida. Intransmissível – Porém é lícita a transmissão dos direitos patrimoniais pelos herdeiros. Vitalícios – Não são perpétuos para o próprio titular, mas os familiares podem reclamar dano moral reflexo ou ricochete. (Art. 12, 948, CC). Art. 12 - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único: Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Art. 948 - No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - No pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - Na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. ● Ricochete: Às vezes prejudica um, mas também terceiros. Art. 13 - Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único: O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Restringe o direito da personalidade da personalidade, onde ninguém pode tirar uma parte do corpo, a menos que precise. EX: Uma perna que está apodrecendo e traz risco de vida. Defeso: Proibido. Art. 14 - É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único: O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Art. 15 - Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. NOME – Art. 16 a 18 Direito ao nome – Individualização da Pessoa I. Elementos do Nome a) Prenome: nome individual; b) Sobrenome: patronímico, cognome e nome familiar; c) Agnome: diferenciador da pessoa com nome igual na mesma família: filho, neto, sobrinho, júnior. Art. 16 - Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17 - O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18 - Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19 - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. O nome pode ser alterado em caso de erro gráfico, exposição ao ridículo, adoção, apelido público notório e casos previstos na lei de Proteção a Testemunhas. Prenome e Sobrenome. OBS: O STF, reconhece a transgêneros possibilidade de alteração de registro civil sem mudança de sexo. BIOGRAFIAS DE PESSOAS PÚBLICAS Art. 20 Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. Por unanimidade, o Plenário do STF julgou procedente a ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 4815) e declarou inexigível a autorização prévia para a publicação de biografia. CAPACIDADE E INCAPACIDADE Art. 3º - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Todo ser humano tem capacidade de direito, mas nem todo ser humano tem capacidade de fato. Capacidade de Fato: quando a pessoa pode sozinho exercer os fatos da vida civil. I. Coisa para saber se tem capacidade de fato: a. Idade; b. Capacidade Mental. ● Deficiência física não tira a capacidade civil plena; ● Idoso tem capacidade civil plena; ● Menores de 18 anos para assumir algo, terão suas tutelas entregues a tutores; ● Somente menores de 16 anos são absolutamente incapazes. (únicos absolutamente incapazes). o Contratos assinados por menores de 16 ANOS é NULO, ato nulo, ou seja, nunca existiu. Art. 4º - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (EX: coma); IV - Os pródigos. (gastam muito sem noção de valor e que prejudique sua sobrevivência). Parágrafo único: A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. Necessitam de assistentes para ajudar os incapazes. INTERDIÇÃO Só pode acontecer com laudos médicos quando se trata de doenças. EMANCIPAÇÃO (Art. 5º, CC) A emancipação é irrevogável e pode ser voluntária, judicial ou legal (ocorre de forma automática). Art. 5º - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapacidade: I - Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - Pelo casamento; III - Pelo exercício de emprego público efetivo; IV - Pela colação de grau em curso de ensino superior; V - Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE – PESSOA NATURAL ● Pela maioridade; ● Pela emancipação; ● Cessaram as causas que lhe deram origem. O emancipado não pode tirar CNH, pois ele é menor para a vara penal e não tem a maioridade que os mesmos pedem. Ele será punido pelo ECA, caso cometa algum crime. PESSOAS JURÍDICAS São diferentes das pessoas físicas. PESSOA JURÍDICA DO DIREITO PÚBLICO (PJDP) Criada mediante a ordem pública. ● Externo (Internacional) – Sempre representada por uma ou mais pessoas físicas. o Países Estrangeiros; o Organizações Internacionais. ● Interno o Direta ▪ PJDP Administrador Direto. União; Estados; Municípios; Distrito Federal. o Indireta ▪ PJDP Administrador Indireto. Autarquias = são fundações públicas. DETRAN; BACEN; ANATEL. PESSOA DO DIREITO PRIVADO No mínimo uma pessoa física a representa. Associações; Fundações; Partidos Políticos; Organizações Religiosas; Sociedades EIRELI Sociedade Anônima (S.A). Todo Banco é uma. Sociedade Limitada (LTDA).Mais de um sócio.
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