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· CRIMES CONTRA A HONRA (Art. 138, 139 e 140) Crimes de palavra – “opinião exteriorizada de maneira ofensiva a terceiros”. A honra é um bem jurídico tutelável pelo direito. (Art. 5º, X) direito de garantia fundamental – cláusula pétrea. Se não estiver tipificada em nenhuma lei específica (militar, etc...) se julga aqui no código penal. CRIMES FORMAIS: Da ocorrência do resultado, “causar dano a reputação de alguém” - CALÚNIA (ART. 138) Conduta: Caluniar alguém, imputar um fato falso definido como crime. PENA: Detenção de 6 meses a 2 anos, e multa Bem jurídico: Honra OBJETIVA Objetiva: Imagem, bom nome, reputação da pessoa perante a coletividade Subjetiva: Autoestima, autoimagem Ex.: Fulano fez isso no dia tal, nessas condições, etc. (NARRAR UM FATO), professor abusou de seus alunos, se xingar será injúria. Elemento do tipo: falsidade, tem ciência da falsidade. (há de ser tanto subjetiva como objetiva)) Erro do tipo essencial: Se o autor achar que é verdadeira não caracteriza o tipo não ter consciência da falsidade da calúnia feita a terceiro. Se eu atribuir o fato criminoso a um menor de idade configura crime de calúnia CRIME DE FORMA LIVRE: Pode ser praticada de forma verbal, por escrito, gestos ou qualquer outro meio simbólico. – pode ser implícita. Desde que fique clara que o sujeito esteja atribuindo um fato alguém, a imputação tem que ser clara. ELEMENTO SUBJETIVO: DOLO CALÚNIA REFLEXA: Envolvo um terceiro na calúnia §1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo da falsa imputação, a propala ou divulga – passa informação sabendo da falsidade. A doutrina tem se admitido que o dolo pode ser eventual. Ex.: “Ah se for falso, que seja” · DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA (ART. 339): Crimes praticados contra a AP, é quando alguém da causa à instauração de uma investigação, imputando a alguém falsamente a prática de um crime. PENA: Reclusão, 2 – 8 anos e multa. Imunidade quanto aos crimes de Honra: Deputados, senadores, parlamentares em geral, não praticam crimes contra a honra se estão no exercício da sua função no mandato exercendo sua atividade política garantia da independência do seu mandato. possibilidade de defender ideias, de defender o que acha ser certo. SUJEITO PASSIVO: Será o sujeito ativo do crime a ele atribuído §2º - Calúnia contra os mortos – A honra permanece após a morte. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa. OBS.: Em regra, a PJ não pode ser vítima de calúnia, mas se for de crime ambiental ela pode ser vítima de calúnia. AÇÃO PENAL PRIVADA: A vítima tem 6 meses para ocorrer a jurisdição. Conta-se a partir do momento que ela tomou ciência do fato. · EXCEÇÃO DA VERDADE: Usada no sentido técnico. Se opõe a ação em sentido processual. Autor entra com ação e o réu exceção. significa se defender, sustentando a veracidade daquilo que foi imputado. Querelado se defende com exceção da verdade e prova que é verdadeira, se provado, o querelante praticou um crime. – a ação ocorrerá na Vara criminal Não é uma defesa válida, que será levada em conta pelo juiz. Estão expressas no CP – Art. (para retirar o elemento do tipo) Querelante: autor da queixa e autor do crime imputado. Querelado: autor da calúnia e réu na queixa. Se o querelante for um juiz, promotor, deputado ou prefeito não pode ser julgado por um juiz na Vara Criminal pela prerrogativa do foro, será julgado no tribunal competente. CALÚNIA: “Ela roubou a bolsa” DIFAMAÇÃO: “Ela está em um caso extraconjugal” INJÚRIA: “Você é um canalha!” 02\03 EXCEÇÃO DA VERDADE: Ainda que eu queira provar que o fato é verdadeiro, corro o risco de me condenar. Ofendido é o querelante (ofendido do crime de calúnia), a pessoa que eu acusei. Se esse crime for de ação privada, e a pessoa entra com processo de calúnia, não vou poder entrar com exceção da verdade se a pessoa caluniada não foi condenada por conta daquele crime ocorrido. não foi condenado por sentença irrecorrível. Ex.: A que disse que B estuprou a funcionária C, A não pode alegar exceção da verdade, pois quem tem direito para dizer se é ou não é a funcionária C. Art. 141, I - não cabe a exceção da verdade a qualquer dessas pessoas. – calúnia dirigida contra presidente da república ou chefe de governo estrangeiro e essa pessoa quiser me processar... NÃO CABE EXCEÇÃO DA VERDADE. DIFAMAÇÃO (ART. 139) Honra objetiva – imagem que tenho perante terceiros A consumação ocorre quando terceiros tomam conhecimento da imputação de um determinado fato difamatório, OFENSIVO A REPUTAÇÃO - Atribui um fato que não é real, mas contravenção. Não interesse se o fato é verdadeiro ou não. – não é elementar do crime, é necessário que seja ofensivo a reputação. 1º requisito: não pode ser considerado fato criminoso, mesmo se tiver prescrito. Já se for contravenção, não é crime, então cabe a difamação. 2º requisito: Intenção de ofender – dolo de difamação O jornalista não pratica o crime de difamação. Não importa se é verdade ou não, por isso EM REGRA, não se admite a exceção da verdade. Hipótese em que o sujeito poderá dizer que é verdade o que disse e ser absolvido. Se o ofendido\querelante (pessoa difamada) se for funcionário público. Pode entrar com a exceção da verdade, se aquilo que ele fez tinha alguma relação com o exercício de uma função (Ex.: ta fazendo corpo mole), pois é interesse de todos que o funcionário público trabalhe direito. SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa, salvo quem tiver imunidade (parlamentares em geral, advogado) Existe difamação contra Pessoa jurídica INJÚRIA (ART. 140) §1º - Injuriar alguém, ofendendo a dignidade ou decoro. PENA: 1 a 6 meses OU multa. HONRA SUBJETIVA Consuma quando EU tomo o conhecimento Imagem minha, tenho que entender que aquilo é ofensivo. Ex.: não existe injúria contra o Bebê. (pois não tem consciência, autoestima) CRIME: Atribuição de uma qualidade negativa a outra. Ex.: xingamento. Diferente de atribuir um fato como na calúnia e difamação. Ofensa a dignidade da vítima – que interfira nos seus atributos morais, ao decoro. §3º - elementos referentes a religião, etnia, orientação sexual, etc. injúria racial qualificada diferente do crime de racismo (por conta da raça ou cor distratei a pessoa, não a deixei entrar em tal lugar, etc discriminação envolvendo um fato ou posição a prática de algo a alguém) PENA: Reclusão, 1 a 3 anos + multa. DOLO: Não há crime se não houver intenção de ofender. Não se admite a EXCEÇÃO DA VERDADE Sujeito ativo: Qualquer pessoa, salvo as imunidades. Sujeito passivo: Ofensa a pessoa(s) determinada(s) – menores e doentes mentais só podem ser vítimas de injúria se tem condições de entender o caráter daquilo. §1º O juiz pode deixar de aplicar a pena em 2 circunstâncias: (caso de perdão judicial – art. 107, IX – princípio da irrevogabilidade da aplicação da pena – extingue a punibilidade da pena) I – Quando o ofendido (o xingado) de forma reprovável, provoca a injúria; (Ex.: a pessoa já tava provocando aí a outra vai e xinga) II – “Retorsão imediata” – xingo a pessoa de volta. (não é um excludente de ilicitude, mas se aplica). §2º INJÚRIA REAL – Crime LIVRE (pode ser expressa ou tácita) – “violência ou vias de fato” Ex.: tapa na cara (Ato de violência – aviltante, que envergonha) PENA: Detenção, 3 meses a 1 ano e multa, além da pena correspondente a violência. (Ex.: corte de cabelo, marido que corta o cabelo da mulher) ART. 141 (Causa de aumento de pena) Aplicada na 3ºfase da dosimetria. Se aplicam as penas cominadas neste capítulo (calúnia, difamação e injúria) I – Aumenta se for contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; II – Contra funcionário público, em razão de suas funções; (pode acontecer dele ser aposentado – aí não incidiria a causa de aumento de pena) – o que será tipificado é o desacato – art 331 “ou em razão dela” O desacato é feito na presença(na cara dele) do funcionário público, na injuria é feito na ausência dele) III – Se cometido na presença de várias pessoas ou por meio que facilita a divulgação. IV – Se a calúnia ou difamação for conta pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência. §1º Seé cometido mediante paga ou promessa de recompensa – aplica-se a pena em DOBRO. · ART. 142 CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE Não constituem injúria ou difamação punível: I – Ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou procurador. II – A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica (ônus da prova é da acusação), salvo quando inequívoca a intenção. III – O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação\informação que preste no cumprimento de dever de ofício. §único: I e III, responde pelo crime quem lhe dá publicidade se a coisa estava em sigilo. Art. 140, §1º (perdão judicial) · ART. 143 - CAUSA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE RETRATAÇÃO Da Calúnia ou Difamação – a retratação tem que ser total – tem que ter a mesma proporção em termos de efeito que a ofensa. É causa de extinção da punibilidade: a renúncia (antes da ação), perdão e retratação quando couber · ART. 144 – A pessoa ofendida pode entrar com pedido - chance de se recomporem. · ART. 145 – Todos esses crimes, somente se procede mediante QUEIXA (Ação privada), salvo no caso do art. 140, §2º quando resulta lesão corporal §único = contra mediante Presidente e representação do ofendido (II – crime contra funcionário público na sua função) – Ação Pública Condicionada – mediante requisição do Ministro da Justiça – pode entrar com a queixa ou não. Se for injúria racial, pode também.
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