Buscar

educação e saude - conteudo 5

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO 
EM SAÚDE
Camila Pinno
Mediação por meio da 
educação em saúde e 
da educação popular
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar educação em saúde de educação popular no Brasil.
  Definir mediação em saúde.
  Elaborar um plano de resolução de conflitos em saúde.
Introdução
Atualmente, percebe-se que são diversos os conceitos abordados no 
campo da saúde. Neste capítulo, você conhecerá, primeiramente, o con-
ceito de educação e, então, de educação em saúde. Além disso, verá a 
definição e como é desenvolvida a educação popular no Brasil. Por fim, 
aprenderá de que modo a educação em saúde e a educação popular 
podem ser um meio de resolução de conflitos entre os sujeitos envolvidos 
nos processos de trabalho em saúde.
Diferença entre educação em saúde e educação 
popular no Brasil
Pensar e refl etir sobre a educação é algo desafi ador e ousado, pois envolve toda 
a sociedade, governantes, cidadãos e suas mudanças no decorrer dos tempos. A 
educação perpassa todo o ciclo da vida de um ser humano, assim como em todos 
os ambientes e lugares da sociedade pode-se estar educando e se educando, 
aprendendo e reaprendendo em comunidade. Educação relaciona-se à condição 
de respeito, sociedade, civilidade, urbanidade, bem como à capacidade de viver 
em sociedade (socialização); ou seja, envolve a subjetividade das pessoas, 
pois não é possível “medir, aferir, identifi car” a educação de algum sujeito. 
A partir do olhar da disciplina de filosofia, a educação é definida como: ´
[...] a transmissão e o aprendizado das técnicas culturais, que são as técnicas 
de uso, produção e comportamento, mediante as quais um grupo de homens 
é capaz de satisfazer suas necessidades, proteger-se contra a hostilidade do 
ambiente físico e biológico e trabalhar em conjunto, de modo mais ou menos 
ordenado e pacífico (ABBAGNANO, 2000, p. 305).
Entende-se que a educação vem sendo desenvolvida e efetivada desde os 
tempos primitivos, por meio da transmissão de “culturas”, modos de viver e so-
breviver em conjunto com a natureza. Percebe-se que o foco não é a sociedade, 
no geral, mas sim a formação do indivíduo, a formação e o amadurecimento do 
homem, ressaltando, novamente, a sua subjetividade. Calleja (2008) afirma que 
a educação envolve a cultura das sociedades, mas que o conceito de educação 
é complexo e envolve diversas ações, com atividades para: 
[...] reparar as pessoas para a vida, para desenvolver-se e contribuir para o 
desenvolvimento da sociedade em que vivem, e isso significa muito mais que 
possuir um acúmulo de conhecimentos de cultura geral, científica e técnica 
ou ser capaz de desenvolver um sistema de habilidades manuais e intelec-
tuais; significa sobretudo, ser capaz de adotar uma correta atitude diante da 
vida, com melhores convicções humanas, com altos valores éticos, estéticos, 
morais e os mais puros sentimentos (CALLEJA, 2008; documento on-line).
Todavia, percebe-se, novamente, que a subjetividade do ser humano está 
intrínseca à educação e que perpassa sentimentos, valores e formas de agir. 
Aproximando-se dessa concepção de educação, destaca-se Paulo Freire, pois 
seus textos, por mais que tenham sido escritos a vários anos, sempre podem 
ser considerados atuais, tornando-se impossível trabalhar sobre a temática 
educação e não ressaltar suas contribuições, tanto no Brasil quanto para a 
educação mundial.
Paulo Freire sempre defendeu a igualdade entre os sujeitos envolvidos no 
processo educacional: “Ninguém é superior a ninguém” (FREIRE, 2017, p. 119), 
diz nitidamente em seu último livro publicado em vida. Nessa afirmativa, destaca: 
“[...] uma das raras certezas de que estou certo” (FREIRE, 2017, p. 119). Ou seja, 
Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular2
salientava que, na educação, todas as pessoas envolvidas não tinham diferença 
de conhecimento, de saber, de certo ou errado, uma vez que essa construção 
acontecia no momento da troca de saberes, no contexto real das pessoas envol-
vidas no processo educativo. Kohan (2019, documento on-line) vai ao encontro 
do pensamento de Freire, ressaltando que: 
[...] “aceitar e respeitar a diferença” é uma das condições para a escuta de 
outras e outros, pois quem considera que o seu pensamento é o único certo, 
ou pensa que a gramática dominante é a única aceitável, não escuta o outro, 
mas antes o despreza ou destrata. [...] a humildade é uma virtude principal 
do educador, pois parte do pressuposto de que alguém que se sinta superior 
jamais escutará o outro. Por isso, a afirmação da humildade como virtude 
pedagógica é, para Paulo Freire, um valor ao mesmo tempo ético, político e 
epistemológico e sua ausência significa a emergência da arrogância e a falsa 
superioridade que comportam a impossibilidade de uma educação que afirme 
os princípios mencionados. Desse modo, a igualdade implícita na afirmação 
“ninguém é superior a ninguém” resulta uma exigência para uma educação 
emancipadora. 
A partir desses conceitos de educação, descritos por diversos autores, 
aproxima-se a educação do campo da saúde, “educação em saúde”. A educação 
em saúde é definida pelo Ministério da Saúde como:
[...] um processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que 
visa à apropriação temática pela população e não à profissionalização ou à 
carreira na saúde. Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar 
a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais 
e os gestores a fim de alcançar uma atenção à saúde de acordo com suas 
necessidades (BRASIL, 2012, documento on-line).
A educação em saúde aborda principalmente as necessidades da população, 
potencializadas por meio do controle social, de políticas e serviços de saúde; 
também se objetiva à gestão social da saúde (BRASIL, 2012). O desenvolvi-
mento de ações de educação em saúde prioriza três segmentos: os cidadãos, 
que necessitam de conhecimentos para a realização de cuidados coletiva e 
individualmente; os profissionais de saúde, que abordam tanto a prevenção de 
doenças e a promoção da saúde quanto as práticas curativas; e, por último, mas 
não menos importante, os gestores, que apoiam esses profissionais e promovam 
processos educativos em saúde (FALKENBERG et al., 2014). A partir desses 
objetivos da educação em saúde, percebe-se ainda haver dificuldade da real 
efetivação da ligação entre esses três segmentos.
3Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular
Saiba mais sobre o conceito de educação em saúde lendo o artigo “Educação em 
saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva”, escrito 
por Falkenberg e colaboradores, da Universidade de Brasília (Unb), Programa de Pós-
-Graduação em Saúde Coletiva, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/Xzikf
Já a educação popular em saúde é definida como “[...] ações educativas 
que têm como objetivo promover, na sociedade civil, a educação em saúde, 
mediante inclusão social e promoção da autonomia das populações na parti-
cipação em saúde” (BRASIL, 2012, documento on-line). A Política Nacional 
de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde 
(PNEPS-SUS) foi instituída pela portaria nº. 2.761, de 19 de novembro de 
2013, pelo Ministério da Saúde. 
Essa política envolve e valoriza os aspectos individuais e coletivos da 
população a partir do diálogo, valorizando a diversidade de saberes e saberes 
populares, a ancestralidade, perpassando as ações voltadas para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde. A PNEPS-SUS reafirma o compromisso com 
a integralidade, a universalidade, a equidade e a efetiva participação popular 
no SUS (BRASIL, 2012).
Saiba mais sobre os princípios e diretrizes do SUS lendo a Lei nº. 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes 
e de outras providências. Acesse aLei na íntegra, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/iqTDz
Ou assista ao vídeo “Vídeo Série SUS — os princípios do SUS”, realizado pela Fundação 
Osvaldo Cruz (Fiocruz), Programa de Qualificação em Educação Popular em Saúde, 
disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/Wv5ZK
Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular4
A educação popular em saúde teve suas bases nas experiências desenvol-
vidas por volta de 1960 por profissionais da saúde, intelectuais e movimentos 
sociais. O principal teórico desse enfoque foi Paulo Freire, considerado um dos 
pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial (BORNSTEIN et 
al., 2016). Apesar dos escritos de Paulo Freire e a educação popular em saúde 
perfazerem mais de 55 anos de envolvimento na saúde, hoje, são considerados 
mais atuais do que nunca, tendo em vista a emancipação dos cidadãos em prol 
de lutas sociais, a efetivação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a autonomia 
individual e coletiva da população.
Segundo a vertente freiriana, um dos objetivos da educação popular é 
promover a autonomia das pessoas; essa autonomia pode ser potencializada por 
ações de educação em saúde. Assim, a educação popular em saúde configura-se 
como um processo de troca de conhecimentos, de diálogo, que ocorre em uma 
perspectiva política de classe e que pode se vincular a ações organizadas da 
população. Objetiva alcançar uma sociedade de acordo com seus interesses; 
ela ocorre tendo em vista a teoria a partir da prática, da realidade vivenciada 
pelo povo, por meio da educação em saúde.
Para que você possa compreender de forma mais eficaz sobre o conhecimento popular, 
o saber popular em saúde, assista ao vídeo de “Dona Chica — Saberes e Fazeres”, em que 
uma mulher fala sobre sua realidade e o seu saber em saúde, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/hQ3uw
Mediação em saúde
Os confl itos existem na nossa sociedade desde a Antiguidade e podem ocorrer 
em todas as relações humanas, entre mãe e fi lhos, amigos, esposa e marido, 
chefe e empregado, colegas de trabalho, enfi m, entre todas as pessoas que se 
relacionam. Apresentam-se, portanto, transversais nos campos da vida, como 
o interpessoal, o laboral, o nacional, o internacional e o religioso (CLARO; 
CUNHA, 2017).
Os conflitos são definidos quando ocorre debate de ideias opostas, interesses 
diferentes ou quando esses mesmos interesses não podem ser favoráveis para 
ambas as partes (CLARO; CUNHA, 2017). Os mesmos autores destacam que:
5Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular
O campo de estudo dos conflitos é multidisciplinar, uma vez que envolve 
diversas áreas de conhecimento, nomeadamente a Psicologia, a Sociologia, 
a Criminologia, a Antropologia, o Direito, as Ciências Políticas e Relações 
Internacionais, entre outras. Traduz-se numa área complexa, devido ao facto de 
lidar com todo o tipo de conflitos e diferentes estádios de evolução (CLARO; 
CUNHA, 2017, documento on-line).
A partir disso, dentre as estratégias de conflitos existentes, salienta-se a 
mediação. No processo de mediação de conflitos:
[...] os vários intervenientes auxiliam-se mutuamente com o intuito de toma-
rem as suas próprias decisões. [...] é entendida como um método evoluído de 
resolução de conflitos, célere e econômico, ao qual ambas as partes recorrem 
de uma forma voluntária, responsabilizando-se pelo término ou permanência 
no mesmo (CLARO; CUNHA, 2017, documento on-line).
O conceito de mediação trata-se do ato ou efeito de mediar, ato de servir de 
intermediário entre pessoas ou grupos, intervenção, intermédio (FERREIRA, 
2008). A mediação é pautada pelo respeito e pela confiança, com o objetivo de 
alcançar soluções satisfatórias para os envolvidos (CLARO; CUNHA, 2017).
Na área da saúde, pode haver conflitos entre os próprios profissionais, entre 
profissionais e entre pacientes, entre profissionais e familiares, entre gestores 
e profissionais. Por ser um campo que envolve tomadas de decisões, aspectos 
éticos e morais e condutas a serem realizadas, os envolvidos podem entrar 
em conflito. Destaca-se que, quando ocorrem conflitos entre profissionais e 
população, envolve-se a “educação em saúde”, pois:
[...] as práticas de educação em saúde envolvem três segmentos de atores 
prioritários: os profissionais de saúde que valorizem a prevenção e a promoção 
tanto quanto as práticas curativas; os gestores que apoiem esses profissionais; 
e a população que necessita construir seus conhecimentos e aumentar sua 
autonomia nos cuidados, individual e coletivamente (FALKENBERG et al., 
2014, documento on-line). 
Já a educação na saúde: 
[...] consiste na produção e sistematização de conhecimentos relativos à for-
mação e ao desenvolvimento para a atuação em saúde, envolvendo práticas de 
ensino, diretrizes didáticas e orientação curricular. [...] há duas modalidades 
de educação no trabalho em saúde: a educação continuada e a educação 
permanente. A educação continuada envolve as atividades de ensino após a 
graduação, possui duração definida e utiliza metodologia tradicional, tais como 
Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular6
as pós-graduações; enquanto a educação permanente estrutura-se a partir de 
dois elementos: as necessidades do processo de trabalho e o processo crítico 
como inclusivo ao trabalho. (FALKENBERG et al., 2014, documento on-line).
Assim, necessita-se de ações ou métodos que diminuam os conflitos exis-
tentes, ou, quando ocorrem, soluções consideradas pacíficas entre os sujeitos 
envolvidos. Dessa forma, a mediação na área da saúde pode ser uma estratégia 
de resolução de conflitos.
Salienta-se que, o método de mediação no trabalho em saúde, que engloba 
diálogo, compreensão e aceitação da diversidade, adquire um papel de trans-
formação das subjetividades (PARISI; SILVA, 2018), ou seja, proporciona a 
tentativa de promover a mudança de pensamento, de ideias, ao se tentar chegar 
em um consenso entre os sujeitos envolvidos.
Plano de resolução de conflitos em saúde
Os confl itos podem ser vivenciados entre um grupo de pessoas ou por uma 
pessoa com outro indivíduo. Com frequência, as ações do indivíduo envolvido 
no confl ito são consideradas como boas, e as do outro, como más, causando 
frustração, desacordo e confronto entre os envolvidos e provocando efeito 
negativo na vida das pessoas (BRUINSMA et al., 2017). 
O enfermeiro, como integrante da equipe multiprofissional em saúde, tem, 
em sua formação, as competências que podem auxiliar no desenvolvimento 
de planos de gerenciamento de conflitos (AMESTOY, 2014). Segundo as 
Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Enfermagem, torna-se 
indispensável que o estudante de enfermagem desenvolva as seguintes com-
petências: administração e gerenciamento, tomada de decisões, comunicação, 
educação permanente, liderança e atuar na atenção à saúde (BRASIL, 2001). 
Assim, salienta-se que o enfermeiro tem papel primordial no desenvol-
vimento de ações de resolução de conflitos em saúde, utilizando-se de suas 
competências profissionais. Assim, a seguir, você conhecerá um plano de 
resolução de conflitos em saúde, desenvolvido por um enfermeiro. Lembre-
-se de que os nomes de pessoas, instituições de saúde e endereços citados no 
plano são fictícios. 
Carolina, enfermeira, é gerente da equipe de enfermagem (técnicos de en-
fermagem e enfermeiros) em um hospital de porte médio, denominado Hospital 
São João (HSJ), na cidade de Tertúlia, Estado do Rio Grande do Sul. Observa 
e analisa que, nos últimos dias, tem recebido várias queixas de pacientes que 
7Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular
tiveram conflitos com a equipe de saúde, bem como percebe que os próprios 
trabalhadores também se queixaram de diversos conflitos estarem ocorrendo 
no decorrer do processo de trabalho. A partir dessa demanda, Carolina resolve 
organizar um plano de resolução de conflitos.
Plano de resolução de conflitos em saúde do hospitalSão João — Tertúlia/RS
  Responsável pelo plano: enfermeira Carolina da Silva.
  Instituição de aplicação: Hospital São João — Tertúlia/RS.
  Público-alvo: equipe multiprofissional atuante no hospital (15 enfermeiros; 42 
técnicos de enfermagem; 6 médicos; 5 fonoaudiólogos; 5 fisioterapeutas; 6 nutri-
cionistas; e 2 terapeutas ocupacionais).
  Período de desenvolvimento: aproximadamente 6 meses.
1º passo: inicialmente, realizar-se-á uma discussão com as chefias de cada profissão, 
com o objetivo de agendar um encontro com cada grupo de trabalhadores, com a 
finalidade de levantar quais os principais conflitos que acontecem durante os processos 
de trabalho em saúde. Considerando-se que pode haver conflitos entre os profissionais e 
a própria chefia, no momento de realização dos encontros, não contará com a presença 
da chefia. Após conhecido quais os principais conflitos, estes serão identificados por 
meio de palavras que descrevam essa problemática. Como há profissionais de sete 
profissões atuantes no HSJ, serão desenvolvidos sete encontros.
2º passo: na próxima etapa do plano, serão desenvolvidos os encontros. No início 
dos encontros, será realizada a proposta pedagógica, denominada “Para problemas, 
soluções!” (BRASIL, 2016), composta das seguintes etapas:
  Objetivo: proporcionar a reflexão sobre o exercício da solidariedade na resolução 
de conflitos em saúde. 
  Material necessário: bexiga e tira de papel. 
  Tempo de duração: o tempo previsto para o desenvolvimento é de, aproximada-
mente, 60 minutos. 
  Equipe de apoio: psicólogo, psiquiatra (solicitar-se-á a participação desses pro-
fissionais, tendo-se em vista que, em algum momento, possa haver determinada 
situação constrangedora ou surgir algum “conflito”).
Metodologia: 
1. O facilitador pede ao grupo que se organize em círculo e distribui uma bexiga 
vazia para cada participante, com uma tira de papel dentro (com uma palavra que 
será conhecida no final da técnica). 
2. O facilitador dirá para o grupo que aquelas bexigas são os conflitos que enfrentamos 
no nosso dia a dia (de acordo com a vivência de cada um): desinteresse, intrigas, fofocas, 
competições, inimizade, etc. 
3. Cada um deverá encher a sua bexiga e brincar com ela, jogando-a para cima com 
as diversas partes do corpo; depois, juntamente com os outros participantes, sem 
Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular8
Concluindo este capítulo, percebe-se que a educação em saúde e a educação 
popular permeiam todos os lugares da sociedade e são intrínsecas aos pro-
cessos de trabalho em saúde. Podem ser consideradas como forma de mediar 
e gerir os conflitos em saúde. Agora você já conhece um plano de resolução 
de conflitos, pode colocá-lo em prática.
deixá-la cair. Aos poucos, o facilitador pedirá para alguns dos participantes deixarem a 
sua bexiga no ar e sentarem-se; os restantes continuam no jogo. Quando o facilitador 
perceber que quem ficou no centro não está dando conta de segurar todos os conflitos, 
pedirá para que todos voltem ao círculo e, então, perguntará:
  a) A quem ficou no centro: o que sentiu quando percebeu que estava ficando 
sobrecarregado?
  b) A quem saiu: o que sentiu?
4. Depois dessas colocações, o facilitador fará uma reflexão sobre a potência em 
resolver conflitos, considerando que ficamos mais fortes quando estamos juntos, em 
coletivo. 
5. Ele pedirá aos participantes que estourem as bexigas e peguem o seu papel com 
uma palavra (que deve significar algo que possa facilitar a resolução de conflitos). Um 
a um, partilhará sua palavra e será convidado a comentá-la. 
Obs.: dicas de palavras: amizade, solidariedade, confiança, cooperação, apoio, 
aprendizado, humildade, tolerância, paciência, diálogo, alegria, tranquilidade, troca, 
motivação, aceitação, etc. 
6. Após a aplicação da dinâmica, o facilitador focará na discussão específica dos 
conflitos de cada profissão.
3º passo: finalizando a aplicação do plano, será realizado um evento, denominado 
“Engajamento dos trabalhadores do processo de resolução dos conflitos”. Esse encontro 
será organizado pelos próprios trabalhadores do hospital, tendo como foco a educação 
permanente em saúde.
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. 4. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2000. 
AMESTOY, S. C. et al. Percepção dos enfermeiros sobre o processo de ensino-aprendi-
zagem da liderança. Texto Contexto Enfermagem, v. 22, n. 2, 2013. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/tce/v22n2/v22n2a24.pdf. Acesso em: 19 jul. 2019.
BORNSTEIN, V. J. et al. Curso de aperfeiçoamento em educação popular em saúde: textos 
de apoio. Rio de Janeiro: EPSJV, 2016.
9Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 3, de 07 de novembro de 2001. 
Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Brasília, DF, 
2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf. Acesso 
em: 19 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na 
saúde. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/glossario_sgtes.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ideias e dicas para o desenvolvimento de processos partici-
pativos em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://portalarqui-
vos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/novembro/10/Ideias-Dicas-P-Participativos-2016-
-10-04-final-final.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019.
BRUINSMA, J. L. et al. Conflitos entre idosas institucionalizadas: dificuldades vivencia-
das pelos profissionais de enfermagem. Escola Anna Nery, v. 21, n. 1, 2017. Disponível 
em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452017000100220&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 jul. 2019.
CALLEJA, J. M. R. Os professores deste século. Algumas reflexões. Revista Científica 
Institucional, v. 27, n. 1, 2008. Disponível em: https://revistas.utch.edu.co/ojs5/index.
php/revinvestigacion/article/view/442. Acesso em: 20 jul. 2019.
CLARO, R. F. S.; CUNHA, P. F. S. S. Estratégias de gestão construtiva de conflitos: 
uma perspetiva dos profissionais de saúde. Psicologia, Saúde & Doenças, v. 18, n. 1, 
2017. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S1645-00862017000100005. Acesso em: 20 jul. 2019.
FALKENBERG, M. B. et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implica-
ções para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, 2014. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232014000300847&script=sci_abstract&tlng=pt. 
Acesso em: 20 jul. 2019.
FERREIRA, A. B. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Positivo, 
2008.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 54. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2017.
KOHAN, W. O. Paulo Freire e o valor da igualdade em educação. Educação e Pes-
quisa, v. 45, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1517-97022019000100529&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 20 
jul. 2019.
PARISI, L.; SILVA, J. M. Mediação de conflitos no SUS como ação política transforma-
dora. Saúde em Debate, v. 42, n. 4, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_abstract&pid=S0103-11042018000800030&lng=en&nrm=iso&tlng
=pt. Acesso em: 20 jul. 2019.
Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular10
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF, 1990. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 20 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.761, de 19 de novembro de 2013. Institui a Polí-
tica Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde 
(PNEPS-SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2013.Disponível em: http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2761_19_11_2013.html. Acesso em: 20 jul. 2019.
DONA Chica Saberes. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (17 min). Publicado pelo canal Luiz Gus-
tavo Souza Lima Jr. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JW1FizpVhrA. 
Acesso em: 20 jul. 2019.
OS PRINCÍPIOS do SUS. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (8 min). Publicado pelo canal 
Série SUS. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs. Acesso 
em: 20 jul. 2019.
11Mediação por meio da educação em saúde e da educação popular

Continue navegando