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SISTEMAS CORPORAIS
UNIDADE 4 - ORGANIZAÇÃO E DISFUNÇÕES 
DOS SISTEMAS URINÁRIO E TEGUMENTAR
Autoria: Ana Paula Felizatti - Revisão técnica: Marcelo Morganti Sant’Anna
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Introdução
Você já deve ter noção de que o organismo humano é altamente complexo e integrado, certo? Seus diversos
sistemas atuam em conjunto, dependendo uns dos outros. O sistema urinário, por exemplo, elimina a urina e
filtra as impurezas do sangue, permitindo que o organismo se mantenha saudável e livre de possíveis toxinas.
Inclusive, você sabia que os rins são os órgãos-chave de dois sistemas essenciais para o organismo? Estamos
falando dos sistemas circulatório e urinário. No sistema circulatório, os rins atuam filtrando agentes nocivos do
sangue, encaminhando-os para excreção, no sistema urinário.
Já o sistema tegumentar inclui um amplo sistema de glândulas e órgãos que protege todos os sistemas corporais
contra o meio externo. Tais sistemas dependem de outros para que atuem de modo eficiente. Quando você toca
em uma superfície quente e, rápida e involuntariamente, afasta sua pele, consegue compreender o caminho de
sinalização celular para a percepção desse toque?
Trata-se, na verdade, de uma integração com o sistema nervoso, com a percepção externa e o encaminhamento
desta ao Sistema Nervoso Central, com ativação nervosa para a movimentação do sistema muscular.
Assim, nesta unidade, iremos estudar a organização dos dois sistemas corporais mencionados: urinário e
tegumentar. Desse modo, aprenderemos sobre a organização desses sistemas, incluindo os órgãos que os
formam e os principais conceitos de suas fisiologias. Também serão apresentados aspectos sobre alguns
distúrbios desses sistemas, os principais sintomas e a fisiopatologia associada.
Bons estudos!
4.1 Introdução ao sistema urinário
O organismo humano depende de moléculas energéticas para suprir suas necessidades metabólicas. Elas são
obtidas pela alimentação. Todavia, muitas moléculas ingeridas ou subprodutos das reações celulares não são
metabolizáveis, devendo ser encaminhados para eliminação. Nesse sentido, o trato urinário é uma forma de o
organismo realizar essa “faxina”, por meio da purificação sanguínea e formação, armazenamento e eliminação da
urina.
Por isso, ao longo deste primeiro tópico, compreenderemos como o sistema urinário se organiza para realizar
suas funções e como elas são reguladas pelo organismo. Acompanhe o conteúdo com atenção!
4.1.1 Organização e fisiologia do sistema urinário
O sistema urinário é formado pelos órgãos uropoéticos: rins bilaterais, ureteres bilaterais, pelve renal, bexiga e
uretra. Juntos, eles têm a função de filtrar e eliminar compostos não assimiláveis pelo organismo, bem como
metabólicos presentes em concentrações acima da capacidade metabólica do organismo.
Silverthorn (2017) e Tortora (2016) nos explicam que o mecanismo de excreção urinária tem especial
importância na homeostase sistêmica, atuando na regulação da pressão osmótica e no equilíbrio da
concentração de água na circulação sanguínea. Dessa forma, de modo geral, podemos resumir a função do
sistema urinário em: filtrar compostos do sangue, eliminar compostos a partir da formação da urina e manter a
homeostase sistêmica e orgânica.
Nesse contexto, para compreender como o mecanismo urinário funciona, precisamos conhecer melhor os órgãos
que o compõe e suas funções associadas.
O primeiro órgão são os rins, que estão bilaterais, localizados no retroperitônio, na região posterior abdominal.
Tratam-se dos órgãos centrais do sistema urinário, responsáveis pelo processo de purificação e produção da
urina (SILVERTHORN, 2017; LIMA, 2016). Além disso, também atuam no equilíbrio osmótico e de ácido-base,
têm participação na gliconeogênese e na secreção de hormônios.
Lima (2016) destaca que os rins representam menos de 1% do peso corporal, mas recebem 20% do débito
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Lima (2016) destaca que os rins representam menos de 1% do peso corporal, mas recebem 20% do débito
cardíaco, sendo responsáveis pela purificação sanguínea. Assim, o sangue retorna a partir da veia renal para a
circulação, já filtrado.
Anatomicamente, o rim é dividido entre duas zonas: cortical e medular. A medula compreende a região interna
renal, contendo Alças de Henle, vasos, ductos coletores, cálices, papila e pelve renais — que ainda inclui a artéria
renal, a veia renal e os ureteres — e as pirâmides renais. Em cada pirâmide, há milhares de nefróns, que são as
unidades funcionais dos rins, as quais se estendem da medula renal até o córtex. Já a região superficial dos rins
compreende a região do córtex (TORTORA, 2016).
Figura 1 - O sistema urinário é composto por rins, ureteres, bexiga, uretra, glândulas e sistemas de suprimento e 
transporte sanguíneo
Fonte: Olga Bolbot, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a ilustração da anatomia do sistema urinário, em que os rins direito e esquerdo
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#PraCegoVer: na figura, temos a ilustração da anatomia do sistema urinário, em que os rins direito e esquerdo
se projetam conectados a veias e artérias, dando origem a túbulos conectivos com a bexiga, chamados de
ureteres. A bexiga, por sua vez, ramifica-se em uretra. 
A unidade funcional dos rins são os néfrons. Há milhares de néfrons no organismo, os quais são formados por
duas estruturas principais: corpúsculo renal e túbulos renais. O corpúsculo renal, por sua vez, é formado por
uma extensa rede de capilares enovelados, chamada glomérulo; e uma cápsula glomerular, chamada Cápsula de
Bowman.
De acordo com Lima (2016), a estrutura do néfron se estende pelo túbulo renal, que é formado pelo túbulo
proximal, pela Alça de Henle, pelo túbulo distal, pelo túbulo coletor e pelo ducto coletor.
Nos néfrons, ocorre a filtração, pois eles são os responsáveis pelo processo de filtragem sanguínea. Todo sangue
circulante no organismo é filtrado pelos rins. O sangue chega até a estrutura renal adentrando pela aorta
abdominal. A partir dela, há formação da artéria renal, que se ramifica em vasos e arteríolas aferentes,
originando as ramificações dos glomérulos dos néfrons. É na estrutura glomerular que o processo de filtração
sanguínea ocorre (SILVERTHORN, 2017).
No entanto, você saberia responder de que forma esse processo se dá?
Inicialmente, o sangue chega ao sistema renal pela artéria renal, adentrando as estruturas renais pelo hilo renal,
até chegar aos glomérulos. Nestes, presentes nos néfrons, há uma extensa rede de capilares enovelados. A urina
é formada por esse sistema em duas etapas: filtração glomerular e reabsorção renal.
A filtração glomerular ocorre pela remoção das proteínas plasmáticas. A formação do filtrado é possível devido
à presença de uma barreira de filtração criada pela membrana dos capilares glomerulares. Há um gradiente de
pressões hidrostática e osmótica na parede dos capilares, chamadas de Forças de Starling, o que permite o
processo de filtração (LIMA, 2016).
No entanto, o filtrado é constituído de todo o conteúdo plasmático, com exceção das proteínas e elementos
celulares, mas contendo diversas substâncias, importantes ou não para o organismo. Por isso, é necessário uma
etapa adicional, para separa “o trigo do joio”. A etapa de recuperação das substâncias benéficas, que retornam à
circulação sanguínea, ocorre no túbulo renal, no processo de reabsorção. As substâncias não absorvidas
continuam o seu percurso na estrutura dos néfrons, chegando ao ureter e, posteriormente, à bexiga
(SILVERTHORN, 2017; TORTORA, 2016).
O cálculo da efetividade da filtração glomerular é chamado de Taxa de Filtração Glomerular (TFG), relativo ao
volume de filtração sanguínea da Cápsula de Bowman por um período unitário temporal. Assim, a eficiência de
TFG é dependente da pressão na cápsula, de natureza hidrostática e coloidosmótica; bem como da pressão
arterial, dos mecanismos regulatórios das artérias glomerulares e do coeficiente de filtração glomerular
(SILVERTHORN, 2017).
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Figura 2 - O néfron é a unidade funcional renal
Fonte: VectorMine, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer:na figura, temos a ilustração de um rim, sendo suprido por sangue não purificado e originando
sangue purificado. Há destaque para o interior do rim, nos néfrons, com o caminho percorrido pelo sangue
durante a purificação. O sangue purificado é encaminhado para as veias, enquanto os compostos de excreção são
encaminhados para a urina, a partir do ducto coletor.
Os ureteres são tubos que realizam a vinculação entre a estrutura renal rins e a bexiga. Sua função é encaminhar 
a urina por mecanismos propulsivos peristálticos, formada nos néfrons, até a bexiga.
Silverthorn (2017) traz que, histologicamente, os ureteres são formados por três camadas: mucosa, muscular e
adventícia. O mecanismo de peristaltismo renal é involuntário, realizado pela ação da musculatura lisa.
Após a propulsão pelo ureter, a urina chega à , seu local de armazenamento. A bexiga bexiga é um órgão oco e
visceral. Tem habilidade de se distender para alojar o volume urinário. Tortora (2016) destaca que ela é formada
por quatro regiões: ápice, corpo, fundo e colo. Ainda há três túnicas: mucosa, muscular e adventícia serosa.
A túnica muscular origina a musculatura detrusora, responsável pela contração involuntária, regulada pelo
Sistema Nervoso Parassimpático, o que origina a sensação de urgência urinária.
Seguindo à bexiga, encontra-se a uretra, o canal condutor de urina para o meio externo, a partir do pênis ou da
vulva, com distinções anatômicas nos corpos feminino e masculino. Conforme Lima (2016), a uretra possui um
esfíncter que controla involuntariamente o esvaziamento da bexiga. Assim como a bexiga e o ureter, a uretra é
composta por três camadas histológicas: mucosa, submucosa e muscular.
Assim, Silverthorn (2017) e Tortora (2016) mencionam que o percurso do sangue a ser filtrado segue o seguinte
fluxo: entra na região renal pela artéria renal, passa pela artéria arqueada, caminha pela artéria interlobular,
pelas arteríolas aferentes, pelo glomérulo (capilares) e pela Cápsula de Bowman, tendo saída do filtrado
glomerular, passando pela arteríola eferente, pelos capilares peritubulares, pela veia interlobular, pela veia
arqueada e pela veia renal, retornando à circulação sanguínea.
Durante esse percurso, há saída do filtrado glomerular, que é encaminhado a partir da Cápsula de Bowman para
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Durante esse percurso, há saída do filtrado glomerular, que é encaminhado a partir da Cápsula de Bowman para
o túbulo proximal e, depois, para a Alça de Henle, a mácula densa, o túbulo distal, o túbulo conector, o túbulo
conector cortical e o duto coletor. Este encaminhará o filtrado para a saída do organismo.
Tortora (2016) ainda complementa que o sistema urinário é dividido em algumas etapas: filtração, reabsorção,
secreção e excreção. Os processos de filtração e secreção ocorrem do sangue para o lúmen, ao passo que o
processo de reabsorção ocorre do lúmen para o sangue. Por fim, a excreção se dá do lúmen para o exterior.
Agora que já conhecemos como o sistema urinário se organiza e quais são seus principais órgãos, podemos
conhecer os controles de regulação desse sistema, que são essenciais na manutenção da fisiologia dos órgãos
estudados e nas funções relacionadas. Vejamos!
4.1.2 Balanço hídrico
Quando o sangue chega à unidade funcional renal, ele está carregando diversos compostos, os quais devem ser
segregados para reabsorção ou encaminhados para a formação da urina e sua excreção.
No sistema urinário, moléculas importantes ao metabolismo — como glicose, sódio, aminoácidos e proteínas —
retornam à circulação sanguínea. Entre os compostos que devem ser encaminhados para excreção, incluem-se a
ureia e os compostos nocivos, como drogas. Contudo, é importante que se desenvolva um equilíbrio
homeostático no organismo, em que a concentração de água e eletrólitos, tanto na urina quanto no sangue, se
mantenha balanceada.
Desse modo, são necessários mecanismos regulatórios complexos para garantir que o organismo tenha
equilíbrio de excreção, evitando a perda de metabólitos essenciais e mantendo o balanço eletrolítico nos
sistemas urinário e circulatório (SILVERTHORN, 2017; LIMA, 2016).
Para que ocorra o balanço hídrico no organismo, a quantidade de água ingerida ou produzida deve ser análoga
ao volume excretado. A entrada da água pode se dar pela ingestão fluídica direta, por alimentos e por produção
metabólica. Já as vias de perda aquosa envolvem, além da excreção urinária, as perdas por fezes, suor e expiração
(LIMA, 2016).
A manutenção do equilíbrio de eletrólitos ocorre quando a soma da ingestão é numericamente equivalente à
soma das perdas. Entre todos os meios de perda aquosa, o responsável pelo maior volume é o sistema urinário.
Como sabemos, os rins são os responsáveis pela excreção urinária, podendo secretar diferentes composições de
urina, a depender do balanço hídrico corporal. O termo utilizado para definir as concentrações de solutos em um
volume líquido é chamado de osmolaridade. Por isso, os rins secretam urina com diferentes osmolaridades, de
acordo com as condições fisiológicas do organismo.
De modo geral, quando os néfrons absorvem mais solutos que água, a urina se torna concentrada, chamada 
hiposmótica. Nesse caso, há uma sinalização hormonal, induzindo ao controle da reabsorção de água por meio
de osmose, o que impede a perda de água pela urina, retendo o líquido no organismo.
Por outro lado, quando os néfrons absorvem mais água que soluto, a urina se torna mais diluída, chamada de 
hiperosmótica. Já em condições em que não há uma diferença entre absorção ou remoção de água, a urina é
chamada de isosmótica.
De acordo com Tortora (2016), nos néfrons, o líquido sofre alterações de osmolaridade conforme caminha pelo
sistema. Na região do tubo proximal, encontra-se isosmótico, tornando-se mais diluído na Alça de Henle,
podendo se concentrar ou se diluir ainda mais ao final, na região do duto coletor. De fato, a Alça de Henle tem
papel primordial nesse contexto, sendo que as trocas de íons e moléculas de água ocorrem nessa região,
majoritariamente.
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4.1.3 Controle hormonal da função renal
Os mecanismos regulatórios do sistema urinário são dependentes de ações hormonais e respondem à
quantidade de líquidos corporais. Os principais hormônios relacionados à regulação do sistema urinário dizem
respeito à Ação do Hormônio Antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina e aldosterona
(SILVERTHORN, 2017).
Como estudamos, quando há um volume reduzido de água no organismo, a urina é mais concentrada, em um
mecanismo de proteção contra o processo de desidratação do organismo. Por outro lado, quando a água está
presente em concentrações elevadas, a urina é mais diluída. Esse balanço hídrico é realizado por Ação do
Hormônio Antidiurético (ADH), de origem hipotalâmica.
A sinalização para liberação de ADH é dependente de receptores osmóticos, que detectam a concentração aquosa
do plasma.
Guyton (2011) nos traz que, caso a concentração esteja baixa, o hormônio é secretado para corrente sanguínea e
chega aos túbulos distais e coletores dos néfrons, aumentando a permeabilidade à água e permitindo maior
reabsorção para a corrente sanguínea. No entanto, quando a concentração do plasma é alta, ocorre o inverso,
com inibição da produção de ADH.
Assim, a principal função do ADH é a reabsorção de água, sendo que seus sítios de ação são os túbulos distais e
dutos coletores.
O processo de reabsorção é dependente da abertura de aquaporinas, estruturas proteicas que formam canais
transmembranas, com capacidade de condução de água e transporte de solutos e íons. A presença de ADH
estimula a permeabilidade desses canais, que se tornam menos permeáveis conforme a concentração de ADH é
reduzida.
Desse modo, o controle da osmolaridade corporal se dá pela secreção da vasopressina, por intermédio de
osmoreceptores centrais que percebem as alterações na pressão osmótica e estimulam a secreção hormonal,
além de induzirem à sensação de sede (GUYTON, 2011; LIMA, 2016).
O controle do volume de extracelular é dependente da concentração desódio plasmático. Essa concentração é
percebida por barorreceptores de pressão arterial, controlando a volemia pelo aumento da excreção de sódio,
visando ao aumento da excreção de água e redução da volemia, com menor excreção de sódio. Isso reduz a
excreção de água para aumentar a volemia.
O hormônio responsável pela captação de sódio nos ductos coletores é a aldosterona. Contudo, é importante
CASO
Após uma festa com elevada ingestão de álcool, Renata sentiu alguns sintomas característicos,
como dor de cabeça, boca seca e sede. Ela se questionou como estaria com tanta sede, pois, no
dia anterior, havia ingerido muito líquido. Para compreender o que estava ocorrendo em seu
organismo, ela estudou sobre o metabolismo alcoólico e a fisiologia renal.
Renata descobriu que estava enfrentando um quadro de desidratação, visto que o etanol inibe
a liberação de um importante hormônio: o ADH. Assim, seus túbulos distais perdiam
capacidade de absorção de água, enquanto seu organismo sentia a necessidade de repor essa
água perdida na noite anterior, induzindo à sensação de sede. Assim, Renata percebeu que,
embora tenha ingerido muitos líquidos, as moléculas alcoólicas contidas neles faziam o papel
oposto à hidratação.
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O hormônio responsável pela captação de sódio nos ductos coletores é a aldosterona. Contudo, é importante
destacar que a vasopressina também tem atua nessa regulação (SILVERTHORN, 2017).
A aldosterona é produzida pelas glândulas suprarrenais, atuando diretamente na reabsorção de sódio nos
túbulos renais. A função renal da aldosterona está relacionada ao transporte ativo de sódio para o espaço
extracelular e à reabsorção passiva de sódio a partir do filtrado glomerular. Ela também participa da redução da
calemia sanguínea, regulação do pH sanguíneo e aumento da pressão arterial (GUYTON, 2011; LIMA, 2016).
Silverthorn (2017) cita que a regulação da função renal da aldosterona é dependente de uma proteína chamada 
renina. Produzida pelos rins, ela é enviada para a corrente sanguínea, local onde tem a capacidade de ativar
angiotensinogênio hepática (forma proteica inativa), gerando angiotensina I e, posteriormente, angiotensina II.
A angiotensina, por sua vez, tem ação na glândula suprarrenal, induzindo à produção de aldosterona pela
ligação a receptores que induzem a síntese de aldosterona por intermédio de mensageiros químicos
(SILVERTHORN, 2017).
A ação da aldosterona eleva a reabsorção de NaCl e água, aumentando a secreção de potássio K+. Seu sítio de
ação são os túbulos distais e dutos coletores.
Figura 3 - Ação do sistema renina-angiotensina na absorção de sódio nos néfrons
Fonte: joshya, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos uma ilustração da formação de angiotensina II a partir da conversão por ação de
enzimas que convertem o angiotensinogênio.
Além do ADH e da aldosterona, o hormônio peptídeo natriurético atrial e o paratireóideo também têm ação na
regulação da osmolaridade. Conforme Lima (2016), o primeiro atua na região do túbulo distal e do duto coletor,
induzindo à reabsorção de NaCl. Já o paratireóideo atua nos túbulos proximais e na Alça de Henle (túbulo distal),
com ação de redução da reabsorção de PO4- e aumento da reabsorção de Ca++.
Temos, ainda, que, a regulação do sistema urinário é dependente de estímulos, que são percebidos por
receptores. Estes são encaminhados ao seu local de ação, ativando a produção ou inibição de hormônios
reguladores.
Assim, pudemos conhecer os mecanismos que permitem os balanços hídrico e eletrolítico no organismo,
influenciando as características de excreção. Quando ocorrem falhas no sistema urinário ou na fisiologia dos
órgãos que o compõe, quadros patológicos podem surgir. Por isso, iremos aprender sobre os principais no
próximo tópico, mas, antes, realize a atividade proposta na sequência.
- -9
4.2 Disfunções do sistema urinário
O sistema urinário tem importante função fisiológica de controle osmótico, balanço hídrico, purificação
sanguínea e excreção de urina. Alterações na fisiologia renal podem impactar em todos os sistemas corporais.
De acordo com Silverthorn (2017), as manifestações clínicas das doenças renais incluem uma ocorrência
característica: a azotemia. Esta é o resultado da elevação dos níveis plasmáticos de creatinina, refletindo uma
redução de TFG. A progressão da azotemia causa uremia, que inclui uma série de alterações metabólicas,
endócrinas e na fisiologia de excreção.
Nesse contexto, então, neste tópico, aprenderemos sobre três principais patologias do sistema urinário:
insuficiência renal aguda, doença renal crônica e infecções do trato urinário. Acompanhe!
4.2.1 Insuficiência renal aguda
A insuficiência renal aguda, IRA ou lesão renal aguda é caracterizada pela perda repentina e súbita da capacidade
de purificação dos rins. Dessa forma, não ocorre a filtração das substâncias da corrente sanguínea, causando um
acúmulo de resíduos nitrogenadas que altera a homeostase corporal, além de distúrbios no balanço eletrolítico e
no equilíbrio acidobásico. O quadro pode ou não acompanhar diurese (ANGELO, 2016).
Kumar, Fausto e Abbas (2010, p. 218) definem que
[…] a doença renal aguda é denominada por oligúria ou anúria (ausência do fluxo da urina) e
azotemia de início recente. Pode resultar de lesão glomerular (como a glomerulonefrite rapidamente
progressiva), lesão intersticial, lesão vascular (como a microangiopatia trombótica) ou lesão tubular
aguda.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de IRA são: desidratação, drogas nefrotóxicas, trombose
venosa renal, lesões renais, histórico de doenças renais (síndrome hepatorrenal, síndrome nefrótica e
peritonite), presença de oligoâmnio, asfixia perinatal e sepse.
Angelo (2016) complementa que essa patologia pode surgir poucas horas após o desenvolvimento dos fatores de
VAMOS PRATICAR?
O sistema renal é muito importante para o equilíbrio corporal, sendo o principal órgão do
sistema urinário. Os rins, morfológica e anatomicamente complexos, atuam em diversas
funções, entre as quais está a filtração sanguínea. Eles são essenciais para o balanço eletrolítico
e, em conjunto com as estruturas do sistema urinário, permitem que a concentração aquosa
seja ideal no organismo. Contudo, distúrbios no volume de água podem causar diversos
problemas.
Sendo assim, realize uma pesquisa sobre a fisiologia renal, de excreção e absorção de água.
Depois, desenhe um fluxograma ou mapa mental indicando o caminho percorrido pela água,
desde a sua ingestão até sua excreção, destacando os locais de reabsorção. Além disso,
responda: quais são os sintomas de desidratação? Qual é a resposta renal para esse estado?
Quais são os riscos para o organismo?
- -10
Angelo (2016) complementa que essa patologia pode surgir poucas horas após o desenvolvimento dos fatores de
risco, sendo que a causa relacionada a esses fatores é a redução geral ou local do fluxo sanguíneo renal.
Normalmente, a IRA é caracteriza por três aspectos clínicos principais: hipervolemia, distúrbio eletrolítico e
uremia.
Entre as alterações observadas em indivíduos acometidos pela patologia, destacam-se as alterações no volume
urinário. Isso porque a insuficiência renal aguda pode ser do tipo oligoúrica ou não oligúrica, ou seja,
caracterizada, respectivamente, pelo aumento ou pela redução do volume urinário normal. Como resposta a esse
quadro, pode ocorrer alteração da pressão arterial, alteração no débito cardíaco e arritmias cardíacas, letargia,
hipoatividade e convulsões.
O exame laboratorial para diagnóstico é baseado na medida de creatinina e estimativa da TFG, que refletem a
eficiência da atuação dos rins, especialmente na capacidade glomerular. Também é possível identificar a fração
excretora de sódio (FENa) por análise da concentração de sódio na urina e no sangue, comparativamente à
concentração de creatinina. Por esse exame, pode-se inferir a efetividade da reabsorção tubular de sódio e
identificar o nível da insuficiência renal.
Outro exame que utiliza a concentração de sódio como fatordiagnóstico é o índice de falência renal, que reflete a
capacidade dos túbulos renais pela análise da concentração de sódio e creatinina na urina, bem como de
creatinina no plasma. (KING, 2007; GUYTON, 2011).
Adicionalmente, exames indiretos também podem refletir a IRA, como ultrassom abdominal, hemogramas e
contagem de plaquetas, os quais indicam se há comprometimento da filtração glomerular (ANGELO, 2016).
Kumar, Fausto e Abbas (2010) nos explicam que a IRA ainda pode ser classificada em diferentes tipos,
dependendo de sua causa e dos fatores de risco associados. As principais etiologias são: causas pré-renais,
causas renais (intrínsecas ou parenquimatosas) ou causas pós-renais.
A IRA pré-renal ocorre em consequência de uma redução significativa do aporte sanguíneo renal (perfusão). Ela
pode ser causada por processos hemorrágicos ou diarreias, por exemplo, em casos de hipovolemia absoluta; ou
sepse e problemas cardíacos, em casos de hipovolemia relativa. É a causa mais comum de insuficiência renal
aguda.
O mecanismo regulatório, em resposta à redução da perfusão, é dependente da ação humoral, que induz a
vasodilatação de arteríolas aferentes e constrição das eferentes. Quando o mecanismo regulatório não é
suficiente para o retorno à homeostase, há uma queda na taxa de filtração glomerular, causando a IRA pré-renal.
Ela é assim chamada porque acomete a função renal antes da formação do filtrado glomerular (LIMA, 2016).
A IRA renal, por sua vez, tem como causa principal a ocorrência de necrose tubular aguda (NTA). Trata-se de um
acometimento dos túbulos renais, podendo ocorrer devido a quadros isquêmicos ou nefrotóxicos.
Nesse caso, há alterações nos vasos, no endotélio e na composição celular devido à necrose e apoptose no local,
bem como por causa do quadro inflamatório gerado em consequência. Essas alterações criam uma obstrução
vascular e o vazamento do filtrado glomerular, além de descamação epitelial.
No entanto, além da NTA, a IRA renal também pode ser causada por problemas glomerulares (glomerulonefrite),
vasculares (vasculites, hipertensão e microangiopatia) e nefrite intersticial (inflamação tubular). Todas resultam
no comprometimento da formação do filtrado glomerular, ou seja, a patologia ocorre durante a função renal de
formação do filtrado.
Já a IRA ocorre após a formação do filtrado glomerular. Ela pode ser classificada por intra-renal oupós-renal
extra-renal. No caso, ocorrem obstruções tubulares que impedem o fluxo normal do filtrado glomerular.
Extra-renal
As obstruções se dão na uretra, bilateralmente devido à presença de cálculos, coágulos, neoplasias, fibroses,
tumores e inflamações.
Intra-renal
É consequência da cristalúria, com formação de cristais de ácido úrico, drogas, cálcio e outros compostos que
formam sedimentos urinários e, eventualmente, cristais.
Os sintomas da insuficiência renal aguda incluem alterações na produção urinária, retenção de líquido
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Os sintomas da insuficiência renal aguda incluem alterações na produção urinária, retenção de líquido
(inchaços), fadiga, confusão, sono, falta de apetite, vômito e falta de ar (GUYTON, 2011).
A IRA é uma patologia reversível, ou seja, é possível tratar as causas e possibilitar o retorno à homeostase.
Entretanto, em quadros mais graves e de doenças crônicas, a patologia se torna mais severa, com possibilidade
de reversibilidade reduzida. É o caso da doença renal crônica, por exemplo, que conheceremos no item a seguir.
4.2.2 Doença renal crônica
Se na doença renal aguda ou IRA há redução temporária, súbita e reversível na capacidade renal; na doença renal
crônica ou DRC ocorre o oposto: há perda lenta, progressiva e irreversível da funcionalidade renal.
De acordo com Kumar, Fausto e Abbas (2010, p. 541), trata-se do resultado de “[…] progressivas fibroses
geradas por qualquer lesão renal”. Esse processo causa problemas na estrutura dos glomérulos, no interstício e
nos vasos, a exemplo de escleroses e necroses.
Conforme Bastos, Bregman e Kirsztajn (2010, p. 249), a doença renal crônica é definida pelos seguintes critérios:
- Lesão presente por um período igual ou superior a três meses, definida por anormalidades
estruturais ou funcionais do rim, com ou sem diminuição da FG, evidenciada por anormalidades
histopatológicas ou de marcadores de lesão renal, incluindo alterações sanguíneas ou urinárias, ou
ainda de exames de imagem;
- FG <60 mL/min/1,73 m² por um período igual ou superior a três meses com ou sem lesão renal.
O FG diz respeito à filtração glomerular, sendo que seu valor, para um indivíduo saudável, varia entre 80 a 120
mL/min. O valor de FG é uma medida muito importante da função renal, pois < 60 mL/min/1,73 m² equivale a
50% da função renal normal. Essa medida é obtida pela análise da depuração da creatinina, que é dada em
termos de mL/min/1,73 m².
A DRC pode progredir para falência renal com progressão do comprometimento de FG. Nesse caso, há
necessidade de diálise, ou seja, a função renal é substituída por um sistema que realiza a troca de líquidos e
excreção de substâncias de modo mecânico. Além disso, quando não tratada, a DRC pode progredir para a morte
por uremia (BASTOS; BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010).
Anatomicamente, os rins são simetricamente contraídos em indivíduos saudáveis. Quando os quadros de
insuficiência crônica progridem, ocorre um padrão difuso granular, com rins desiguais e espaços cicatriciais.
A principal característica morfológica do rim com DRC é a presença de glomérulos com cicatrizes e fibroses
intersticiais, com atrofia acentuada. Progressivamente, as lesões se tornam irreversíveis e afetam todas as
estruturas renais, gerando um rim com alto nível de comprometimento, chamado de “rim em fase terminal”
(BASTOS; BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010).
A fisiopatologia de DRP está associada a alterações no meio extracelular. Isso se dá porque o rim tem como
VOCÊ SABIA?
Quando os rins não são mais capazes de realizar a filtração, é necessário que o paciente utilize
um suporte externo, em um processo chamado hemodiálise ou diálise. Neste, o sangue é
filtrado externamente ao organismo e devolvido, sendo complexo e incapacitante. Por isso, há
estudos buscando criar um “rim biônico”, o qual irá substituir os rins comprometidos,
salvando os pacientes de hemodiálises e transplantes com rins naturais — que enfrenta
diversos problemas de rejeição e disponibilidade (CHUR, 2020).
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A fisiopatologia de DRP está associada a alterações no meio extracelular. Isso se dá porque o rim tem como
principal papel fisiológico a manutenção do equilíbrio eletrolítico no meio extracelular. Devido ao
comprometimento das unidades funcionais renais (néfrons), há alteração na fisiologia de excreção, modificando
a concentração de eletrólitos, ácidos e outros metabólitos, alterando, também, a hemodinâmica corporal.
Kumar, Fausto e Abbas (2010) nos trazem que o fluxo de geral de desenvolvimento de DRP inclui algumas
etapas, as quais se iniciam com o mecanismo lesivo de etiologia diversa, que leva à perda irreversível de néfrons.
Com isso, há aumento de pressão nos glomérulos restantes e túbulos renais.
O aumento da pressão eleva a permeabilidade gromelular e tubular, ocasionando quadros de proteinúria e
inflamação, causando fibrose renal. Esta também pode ser causada diretamente por fatores inflamatórios que
atacam as estruturas glomerulares (ANGELO, 2016; KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
Assim, na doença renal crônica ou insuficiência renal crônica, há um acúmulo progressivo de substâncias toxicas
devido à redução lenta da capacidade fisiológica renal. Como consequência, pode ocorrer deterioração óssea,
aterosclerose, alteração no equilíbrio acidobásico sanguíneo e comprometimento de veias, artérias e nervos. O
quadro se torna mais grave com a progressão da doença (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
As causas de DRC incluem quadros de lesão renal grave, diabetes , hipertensão, obstruções renais,mellitus
anomalias renais e doenças autoimunes. De fato, as etiologias de maior ocorrência nas DRC são as nefropatites,
glomerulonefritese doença renal crônica.
As causas ainda se dividem entre primárias, secundárias, de acordo com a localização, adquiridas ou
hereditárias.
Primárias Afetam diretamente a função renal, como as doenças císticas e glomerulonefrites.
Secundárias
Afetam um sistema corporal e, secundariamente, os rins são afetados devido à integração
desses sistemas. São exemplos as hepatites, o lúpus e a diabetes .mellitus
D e
localização
A classificação pela localização anatômica considera as alterações na anatomia renal, como
obstruções, problemas vasculares e presença de tumores.
Adquiridas Envolvem fatores exógenos, como drogas e toxinas.
Hereditárias Envolvem anomalias genéticas.
Guyton (2011) complementa que a DRP pode ser assintomática, dada a progressão lenta da doença. Porém, em
alguns casos, é possível observar a presença de fadiga, perda de apetite, alteração da pressão arterial
(hipertensão), aumento do volume urinário, inchaço, perda de peso severa e presença de líquido pulmonar.
Dessa forma, como os rins são responsáveis pela excreção de produtos do metabolismo, estão ligados a
estruturas que possuem uma interface com o meio externo. Essa interface pode ser perigosa quando agentes
exógenos adentram o meio interno. Por isso, além das patologias renais de natureza endógena, as de natureza
exógena também são importantes. A principal causa de doença renal de etiologia exógena está relacionada a
infecções do trato urinário.
4.2.3 Infecções do trato urinário
Como já estudamos, o trato urinário é formado por rins, ureteres, bexiga e uretra. Assim, as infecções do trato
urinário ou ITU podem acometer qualquer um desses órgãos, de modo isolado ou em conjunto.
As infecções do trato urinário são processos infecciosos, majoritariamente de causa bacteriana. Elas podem ser
classificadas como simples, complexas, adquiridas na comunidade ou hospitalares, podendo se apresentar como
assintomáticas ou sintomáticas.
As ITU simples são aquelas em que não há ocorrência de predisposição anatômica, enquanto as ITU complexas
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As ITU simples são aquelas em que não há ocorrência de predisposição anatômica, enquanto as ITU complexas
são aquelas que ocorrem devido à predisposição em consequência de anomalias estruturais e funcionais do trato
urinário (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
Por sua vez, as ITU adquiridas na comunidade são aquelas em que o patógeno é adquirido fora do ambiente
hospitalar, ao passo que as ITUhospitalares estão relacionadas ao contágio devido a internações ou
procedimentos médicos e/ou cirúrgicos (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
As infecções assintomáticas não são facilmente identificadas, ao contrário das sintomáticas. As principais
infecções sintomáticas são pielonefrites, cistites e prostatites, que apresentam sintomas característicos de
sensação de ardor ao urinar. De acordo com Guyton (2011), as pielonefrites são as infecções do parênquima
renal; as cistites são infeções da bexiga; e as prostatites envolvem as glândulas da próstata.
Os microrganismos causadores da ITU são diversos. Entre os mais comuns estão as bactérias , E.coli
, , , e e . As leveduras tambémStaphylococcus Klebsiella Proteus Enterocoros Citrobacter Pseudomonas aeruginosa
são causadoras (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
Normalmente, os agentes infecciosos adentram o trato urinário pela uretra, deslocando-se para a bexiga, o
ureter e os rins. A bexiga, porém, possui mecanismos de defesa que inibem a entrada dos patógenos para o
ureter e os rins. Assim, quando há infecção no ureter e renal, são, usualmente, de organismos resistentes e
associados a infeções contínuas, recorrentes e mais complexas.
Na bexiga, os mecanismos protetivos estão associados ao pH da urina, à alta concentração da ureia e a
propriedades da mucosa da bexiga, que secreta muco com ação antibacteriana.
Nesse sentido, vale destacar que a urina na bexiga é estéril, assim como a uretra, em indivíduos saudáveis
(SILVERTHORN, 2017).
Lima (2016) cita que as mulheres têm maior predisposição ao desenvolvimento de ITU, mas os homens em idade
extremas (neonatal e geriátricos) são mais ou tão propensos quanto às mulheres da mesma faixa etária.
Nas mulheres, devido à proximidade entre a região anal e o canal vaginal, pode ocorrer a transferência de
microrganismos fecais, principalmente , para a zona vaginal e, consequentemente, para a uretra. Durante aE.coli
prática sexual também é comum ocorrer a contaminação pela entrada de patógenos.
O canal vaginal apresenta mecanismos de proteção, como baixo pH e presença de muco, mas alterações
fisiológicas podem causar maior predisposição ao estabelecimento de processos infecciosos (SILVERTHORN,
2017).
Dessa forma, alguns fatores tornam os indivíduos mais ou menos propensos ao desenvolvimento de ITU, como a
predisposição genética, o nível da virulência bacteriana, bem como as anormalidades anatômicas e funcionais.
Contudo, de modo geral, as infecções do trato intestinal mais comuns são as cistites e pielonefrites, classificadas,
respectivamente, como ITU inferiores e ITU superiores.
ITU inferiores
As cistites são infecções do trato inferior (bexiga). O sintoma principal é a urgência urinária e o aumento da sua
frequência, com disúria e baixo volume de micção. Adicionalmente, pode ocorrer noctúria, desconforto
suprapubiano e dorsal. A urina tem coloração turva, podendo conter células sanguíneas. A principal bactéria
associada ao quadro de cistite é a .E.coli
Em alguns casos, a cistite não apresenta sintomas, representando gravidade, pois o quadro infeccioso pode ser
descoberto em níveis já muito elevados.
ITU superiores
As pielonefrites são infecções do trato superior (rins). Elas podem ser a evolução das cistites, pela progressão e
pelo deslocamento das bactérias do trato inferior para o superior. Em menor número de casos, também podem
ser em decorrência de infecções da corrente sanguínea, atingindo os rins.
Elas podem englobar um ou os dois rins. Os principais sintomas incluem calafrios, dores na região lombar
/costas, vômito e náuseas.
Angelo (2016) ressalta que a pielonefrite também pode ser causada por anomalias estruturais, que impedem o
fluxo normal da urina, causando seu acúmulo, refluxo e outros mecanismos obstrutivos, como cálculos renais.
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Figura 4 - Na inflamação renal, há atrofia do córtex, resultado de lesões e processos inflamatórios
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos duas ilustrações de rins comparando as regiões de um rim saudável e outro
acometido por pielonefrite. No rim acometido, há inflamações, presença de pus e atrofia com redução
significativa do volume da massa renal. 
O diagnóstico das infecções urinárias é obtido por exames de cultura, que visam identificar a presença de
microrganismos. Em exames mais completos, busca-se a espécie e o tipo de antibiótico necessário para o
tratamento adequado (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
Assim, finalizamos nossos estudos sobre o sistema urinário, sua organização e as principais patologias
associadas. Esse sistema tem importante função na excreção de compostos, mantendo a homeostase corporal
pela remoção de compostos nocivos. No entanto, há outro sistema que também tem função na homeostase,
protegendo o organismo contra agentes nocivos: o tegumentar.
Assim como sistema urinário, o sistema tegumentar procura manter aquilo que é danoso ao organismo do lado
de fora, mas de um modo diferente. Por isso, conheceremos sobre ele no próximo tópico.
VAMOS PRATICAR?
As doenças do sistema urinário são, majoritariamente, relacionadas à fisiologia renal. Todos os
sistemas corporais são integrados e, portanto, a nutrição do organismo tem impactos na
fisiologia renal e excreção urinária.
Sendo assim, realize uma pesquisa sobre o impacto da alimentação ultraprocessada e os
problemas renais. Depois, responda aos seguintes questionamentos: como a alimentação pode
influenciar nas características da urina? O que são os cálculos renais e como a alimentação
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4.3 Introdução ao sistema tegumentar
É fácil observar a importância do sistemategumentar: basta olharmos para alguém ou, até mesmo, para o nosso
reflexo no espelho. Afinal, o tegumento é externo, complexo, formado por diferentes glândulas, alta
vascularização e distintos tipos celulares. Ele é responsável pela proteção dos sistemas, atuando como uma
barreira, além de participar de processos metabólicos e de sinalização celular, do controle da temperatura
corporal.
De fato, o sistema tegumentar é um dos principais órgãos sensoriais do organismo, daí a importância de
compreendermos como ele se organiza, quais são suas funções principais e as estruturas que o formam.
4.3.1 Formação do sistema tegumentar
Tortora (2016) explica que o sistema tegumentar humano é formado por um revestimento, suas glândulas e
estruturas associadas. O tegumento é composto pelas seguintes partes: pele, tecido subcutâneo, apêndices
cutâneos (anexos), junções monocutâneas e glândulas mamárias.
De acordo com Silverthorn (2017), as principais funções da pele envolvem a proteção contra agentes físicos,
químicos, mecânicos e biológicos; a regulação térmica; as funções sensorial e imunológica; o equilíbrio
hemodinâmico; e a produção e excreção de metabólitos e hormônios (função endócrina).
Trata-se do maior órgão do corpo humano em área e peso, formada por três camadas unidas: epiderme, derme e
hipoderme.
A epiderme é a camada mais superficial, composta por tecido epitelial multiestratificado e queratinizado, com
origem ectodérmica, sem vascularização. Um tecido multiestratificado é aquele composto pela sobreposição de
camadas celulares. Os múltiplos estratos que a formam têm renovação constante e são classificados em: córneo,
lúcido, granuloso, espinhoso e basal. (ANDERSON, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012).
Estrato
córneo
É composto por células mortas altamente queratinizadas, sendo o mais externo.
Estrato
lúcido 
É composto por células finas nucleadas e transparentes, estando presente na sola dos pés e
na palma das mãos.
Estrato
granuloso 
Forma uma barreira com células achatadas, unidas e queratinizadas.
Estrato
espinhoso 
É formado por células com desmossomos. Estes são responsáveis por ancorar queratina e
conferir resistência a traumas mecânicos. Nesta camada, ocorre a difusão de nutrientes e
água.
Estrato
basal 
Tem baixa queratinização e apresenta células basais, que originam novas células.
influenciar nas características da urina? O que são os cálculos renais e como a alimentação
pode influenciar em sua formação? Em sua opinião, todos os alimentos líquidos auxiliam no
quadro de hidratação e homeostase eletrolítica? Explique a respeito.
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Os principais tipos celulares presentes na epiderme são, principalmente, os queratinócitos, que se intercalam
com células produtoras de pigmento (melanócitos) e determinam a coloração da pele. Também traz as células de
Langerhans e de Merkel, que apresentam função sensorial (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012; JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2008).
A derme é a camada abaixo da epiderme e que apresenta vascularização. Por conta disso, quando você machuca 
a sua pele e há sangramento, é porque a derme foi atingida, visto que a epiderme não apresenta tecido vascular.
Além da vascularização, na derme estão presentes vasos linfáticos, nervos e órgãos sensoriais. Ela é formada por
tecido conjuntivo e tem origem mesodérmica, dividindo-se em dermes papilar, reticular e perianexial
(ANDERSON, 2014).
A derme papilar é altamente celularizada, composta por fibras colágenas finas verticais. Já a derme reticular é
formada por fibras colágenas espessas e paralelas à epiderme. Por fim, a derme perianexial tem configuração
semelhante à papilar, localizando-se adjacentemente aos anexos cutâneos (ANDERSON, 2014).
A derme é formada por tipos celulares: fibroblastos, histiócitos, mastócitos e células dendríticas, além de células
sanguíneas, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e neutrófilos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012; JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2008).
Abaixo da derme, temos o tecido subcutâneo, também conhecido como hipoderme. Ele é formada por tecido
conjuntivo frouxo, rico em fibras e adipócitos.
Conforme Anderson (2014), a hipoderme é uma cada adiposa, com relevante função de proteção térmica e
mecânica, rica em vascularização e inervação.
Figura 5 - As camadas da pele permitem a formação de uma barreira de proteção
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
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#PraCegoVer: na figura, temos a ilustração das camadas da pele e suas subdivisões: epiderme, derme e
hipoderme.
Além da pele e do tecido subcutâneo, temos os apêndices cutâneos ou anexos, que são os pelos, as unhas e as
glândulas sudoríparas e sebáceas.
Os pelos e as unhas são especializações das células dérmicas. De acordo com Anderson (2014) e Tortora (2016),
os pelos são filamentos cornificados que podem ser de dois tipos: e terminais. vellus
Vellus
Os não se projetam para além da região folicular, sendo superficiais, curtos e estreitos. Estão presentes navellus
maior parte do corpo.
Terminais
Os pelos terminais apresentam pigmentação, são alongados e grossos. Estão presentes na região pubiana, no
couro cabeludo, na barba e nas axilas.
A principal função dos pelos está associada à proteção e regulação térmica, bem como a mecanismos sensoriais.
Eles se desenvolvem a partir do folículo piloso.
O folículo piloso é formado pela haste pilosa, bainhas foliculares interna e externa e bulbo germinativo. Ele cria a
unidade pilossebácea, que se distribui por toda a pele, com exceção das regiões palmar e plantar, lábios e glade.
A unidade pilossebácea é formada pela estrutura do folículo piloso, em conjunto com uma glândula sebácea, e
musculatura lisa piloeretora.
As unhas, por outro lado, são formadas por escamas queratinizadas e minerais, especialmente cálcio. Sua
principal função é a proteção da extremidade dos dedos e auxílio na manipulação de objetos.
Já as glândulas sudoríparas são exócrinas, secretando compostos. Sua principal função é auxiliar a
termorregulação corporal.
As glândulas sudoríparas podem ser do tipo écrina ou apócrina. A glândula sudorípara écrina está distribuída
em toda a superfície corporal, sendo responsável pela secreção de suor. Este é essencial para a termorregulação
do corpo, composto por cloreto, ureia, lactato, glicose e potássio. O ducto da região secretora (ácino) desemboca
na superfície da pele. O estímulo dessa glândula é dependente das terminações simpáticas colinérgicas e
respostas do hipotálamo.
Já as glândulas sudoríparas apócrinas estão localizadas especialmente na região do folículo piloso. Este é uma
região epitelial onde um pelo pode se desenvolver, com estrutura de bainha que o circunda e à sua raiz.
O ducto das glândulas apócrinas desemboca acima dos ductos das glândulas sebáceas, sendo que a região
secretora se localiza nas regiões dérmica e hipodérmica.
A secreção apócrina tem composição distinta, formada por proteínas, amônia, carboidratos e ácidos graxos. De
fato, devido à presença desses compostos que podem ser metabolizados por microrganismos, surge o mau odor.
Por fim, as glândulas sebáceas são compostas por ácidos secretores agrupados, formando um ducto, o qual
pode se abrir nos folículos pilosos e na superfície da pele. Elas são responsáveis pela secreção de sebo, com
importante função na barreira térmica, de proteção epidérmica e na proteção imunológica dérmica.
A principal função das glândulas sebáceas está relacionada à hidratação da pele.
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Figura 6 - As principais glândulas anexas à pele são do tipo endócrinas, exócrinas e sudoríparas
Fonte: Aldona Griskeviciene, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos uma ilustração com três configurações de glândulas da pele: endócrinas, com
conteúdo interno aprisionado; exócrinas, com conteúdo extravasando; e sudoríparas, com característica
enovelada.
Como o sistema tegumentar envolve todo o organismo, deve haver uma região de transição entre os tecidos
internos, as mucosas e a região mais externa, de epiderme e derme. Essa zona de transição entre mucosa e pele é
chamada de junções monocutâneas.
Além das glândulasconsideradas como apêndices cutâneos, há um outro tipo de glândula no sistema
tegumentar: as glândulas mamárias. Elas estão presentes na região da musculatura peitoral, no tecido
subcutâneo. São funcionais apenas no sexo feminino, durante a lactação (ANDERSON, 2014).
Morfologicamente, o tegumento é formado por sulcos e linhas. Sulcos grandes originam as pregas dérmicas e são
chamados de linha de flexão. Já os sulcos menores formam as cristas papilares. Estas, por sua vez, são
responsáveis pela formação das impressões digitais, com um padrão único para cada indivíduo.
A disposição das fibras de colágeno da região dérmica formam linhas direcionais, chamadas de linhas de tensão
(ANDERSON, 2014).
A estrutura do sistema tegumentar, portanto, é construída por diversas estruturas que se organizam para formar
o maior órgão do organismo, fornecendo proteção e fisiologia própria. Para que realize suas funções, são
necessários mecanismos que mantenham a fisiologia tegumentar saudável, como de hidratação, permeabilidade
e vascularização, além dos protetivos (térmicos e contra patógenos).
A sensibilidade cutânea também é essencial para o organismo na percepção do meio externo. Na próxima sessão,
serão abordadas as estruturas e especializações estruturais que dão ao sistema tegumentar suas características
únicas.
VAMOS PRATICAR?
Como pudemos aprender, a pele é formada por diversas camadas que se renovam
constantemente, gerando proteção térmica, mecânica e contra fatores externos.
Sendo assim, realize uma entrevista com um especialista no assunto e questione sobre alguns
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4.4 Características do tegumento
O sistema tegumentar tem diversas funções, dentre as mais importantes: a proteção do organismo. Essa proteção
depende de mecanismos para manter agentes nocivos fora do meio interno, e também da ação de receptores
sensitivos, que são responsáveis pela percepção do meio externo e encaminhamento de respostas necessárias. O
sistema tegumentar é muito complexo, e sua composição pode variar entre os indivíduos, principalmente em
relação a pigmentação. Nesta sessão, iremos conhecer os mecanismos de permeabilidade cutânea, sensibilidade,
hidratação e coloração.
4.4.1 Hidratação cutânea
O sistema tegumentar é composto por uma extensa e complexa rede de vascularização. Esta não ocorre na
epiderme, apenas na derme e em regiões mais profundas. A vascularização é importante e necessária para o
transporte de substâncias, tanto do meio interno para o meio externo quanto para absorção do meio externo e
encaminhamento ao meio interno.
Na hipoderme, há inúmeras artérias, localizadas adjacentemente à região limiar dérmica. As artérias se
ramificam em arteríolas, que se unem à região das papilas dérmicas. Conforme Anderson (2014), as arteríolas e
os finos capilares das regiões da derme e hipoderme são responsáveis pelas trocas entre a corrente sanguínea e
a região da pele. As trocas realizadas pela epiderme são dependentes da membrana basal, visto que não há
vascularização na região.
Portanto, os compostos absorvidos pela pele adentram a corrente sanguínea por meio da rede de arteríolas,
capilares e veias, que se expandem nas regiões dérmica e hipodérmica. A principal função das artérias e veias do
sistema tegumentar está relacionada à nutrição (SILVERTHORN, 2017; ANDERSON, 2014).
Uma das funções mais importantes da pele é a manutenção do equilíbrio térmico corporal, além da proteção
contra fatores exógenos. Uma complexa rede de substâncias é formada na superfície da pele, formando uma
barreira protetora, chamada de manto hidrolipídico, que é constituído por uma região lipídica e outra de
compostos hidrossolúveis (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012).
Os compostos da barreira são formados na epiderme, por ação dos queratinócitos. Estes têm a capacidade de
produzir, além de queratina e outras proteínas, classes de moléculas lipídicas. Com o amadurecimento e
envelhecimento dos queratinócitos, eles se transformam em células anucleadas, chamadas de corneócitos, que se
acumulam na superfície epidérmica.
Assim, os corneócitos superficiais, em conjunto com as macromoléculas lipídicas e o sebo das glândulas
sebáceas; dão origem a uma barreira lipídica, formando uma película protetora lipossolúvel de uma mistura
gordurosa que recobre quase toda a superfície da pele(TORTORA, 2016).
Já a fase hidrossolúvel é composta por uma substância hidratante, chamada Fator de Hidratação Natural (FHN).
O FHN é um conjunto de compostos hidrofílicos e hidroscópicos, os quais criam uma camada umectante,
interagindo quimicamente com a água, retendo-a na superfície da pele.
Junqueira e Carneiro (2012) mencionam que o FHN é formado por aminoácidos, ácidos, lactato, ureia, açúcares e
Sendo assim, realize uma entrevista com um especialista no assunto e questione sobre alguns
pontos. Você pode, por exemplo, perguntar, em lesões, qual camada da pele é atingida quando
há formação de cicatrizes. Ou, ainda, em casos de tatuagens, qual camada da pele é atingida
para que a imagem se perpetue no sistema tegumentar.
Sua entrevista pode ser gravada ou transcrita, mas o fundamental é que seja realizada para
uma fixação do conteúdo!
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Junqueira e Carneiro (2012) mencionam que o FHN é formado por aminoácidos, ácidos, lactato, ureia, açúcares e
eletrólitos (como cloro, sódio, cálcio, entre outros). Ele atua impedindo que a pele resseque, retendo a
hidratação. Além disso, representa até 20% do peso do estrato córneo.
Figura 7 - A região superior da epiderme é recoberta por películas protetores que asseguram a hidratação e 
proteção da pele
Fonte: Thum_art, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a ilustração das camadas da epiderme, destacando a ação dos corneócitos e de
fatores de hidratação na superfície.
O manto hidrolipídico é uma defesa primária da pele, com pH ácido, atuando tanto no mecanismo de hidratação
quanto na inibição do crescimento de microrganismos nocivos. Importante destacar que a pele contém uma
microbiota natural, permanente, e alterações nesse equilíbrio biológico podem gerar quadros graves de
infecções cutâneas.
Quando há desequilíbrios no manto hidrolipídico, a pele pode se tornar ressecada e mais propensa a
microlesões, o que aumenta a probabilidade de entrada de agentes nocivos biológicos e químicos. De fato, muitos
quadros patológicos são associados a distúrbios na barreira cutânea, como dermatites, infecções fúngicas,
bacterianas e virais (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
No entanto, é essencial que haja equilíbrio no mecanismo de permeabilidade da pele. Apesar de ela formar uma
barreira ao meio externo, é necessário que permita a passagem dinâmica de compostos benéficos.
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4.4.2 Permeabilidade cutânea
A região de menor permeabilidade cutânea é o estrato córneo epidérmico, formada por corneócitos unidos por
desmossomos. Assim, o estrato córneo é a etapa limitante na permeação cutânea.
Os níveis de permeabilidade dependem da capacidade e profundidade de entrada dos compostos. A entrada
pode ocorrer por penetração, permeação e absorção (ANDERSON, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012).
Anderson (2014) nos traz que a penetração se dá quando os compostos conseguem atingir a epiderme,
alcançando o estrato córneo. Já na permeação, os compostos chegam até a derme, sem atingir a vascularização.
Finalmente, na absorção, os compostos são capazes de atingir a corrente sanguínea.
Como destacamos, a camada córnea é a etapa limitante para todos esses processos, sendo que o seu principal
componente são os corneócitos. Estes constituem a região não viável da pele.
Essas células são conectadas por desmossomos especializados (corneodesmossomos), formando uma estrutura
análoga à uma parede de tijolos, em que se inserem ácidos graxos, colesterol e outros lipídios, bem como
proteínas e ceramidas (ANDERSON, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
As substâncias podem adentrar a “parede” de corneócitos. Quando elas são transportadas por meio dos
corneócitos, dá-se o transporte do tipo transcelular. Por outro lado, quando são transportadas pelos espaçosque intercalam a parede de corneócitos, o transporte é do tipo intercelular. Porém, as substâncias também
podem entrar por intermédio das glândulas anexas à pele, pelos folículos pilosos, no transporte transfolicular;
e pelas glândulas sudoríparas, pelo transporte transglandular (SILVERTHORN, 2017; ANDERSON, 2014).
A compreensão dos mecanismos de transporte tem especial importância nas indústrias de fármacos e
cosméticos, no contexto do desenvolvimento e da aplicação de substâncias ativas. Estas dizem respeito a
substâncias que possuem algum efeito no organismo, como as pomadas dérmicas, os cremes antienvelhecimento
e os medicamentos de uso tópico.
A entrada das substâncias ativas deve considerar, portanto, as barreiras presentes e o nível de profundidade
necessário. Assim, diferentes formulações são desenvolvidas para que as moléculas sejam capazes de superar as
barreiras cutâneas e chegar ao seu local de ação.
De modo geral, para atravessar a camada córnea, as moléculas precisam ser hidrolipofílicas, com baixo peso
molecular; e resistir ao pH da pele, à temperatura e a substâncias naturais da região.
Silverthorn (2017) ressalta que é possível, também, que mecanismos adicionais sejam utilizados, como lasers e
agulhas, para ultrapassar física e mecanicamente a região epidérmica, dérmica ou hipodérmica.
Dessa forma, para que o organismo seja capaz de utilizar substâncias ativas, elas devem ser formuladas para
adentrar as barreiras química e física da pele, dispersando-se ativamente no local de ação.
Além da barreira cutânea, a superfície da pele conta com diversas estruturas sensoriais e células que dão sua
VOCÊ QUER LER?
A permeabilidade cutânea tem especial importância nas aplicações farmacêuticas. No artigo
“Promotores de permeação para a liberação transdérmica de fármacos: uma nova aplicação
para as ciclodextrinas”, Maria Rita Fernandes Morais Martins e Francisco Veiga explicam sobre
as principais metodologias envolvidas na promoção de permeação de fármacos, em especial as
ciclodextrinas, de modo transdérmico. O artigo aborda conceitos fundamentais a respeito dos
diferentes meios de permeabilidade. Você pode ler o texto completo em: https://www.scielo.br
./pdf/rbcf/v38n1/v38n1a04.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbcf/v38n1/v38n1a04.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbcf/v38n1/v38n1a04.pdf
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Além da barreira cutânea, a superfície da pele conta com diversas estruturas sensoriais e células que dão sua
coloração característica. Assim, no próximo item, aprenderemos sobre tais características e possíveis patologias
associadas.
4.4.3 Sensibilidade cutânea
A pele tem uma característica muito especial, chamada somestesia. É o que permite que o indivíduo sinta o meio
externo pelo tato e toque. Essa sensibilidade cutânea é resultado da ação de receptores da pele.
Tortora (2016) e Anderson (2014) mencionam que os principais receptores cutâneos são:
• Corpúsculos de Meissner: respondem a estímulos vibracionais, retornando a sensação do toque ágil;
• terminações do folículo piloso: respondem aos estímulos que deslocam os pelos, retornando o sentido 
de movimento e direção;
• Terminações de Ruffini: respondem a estímulos térmicos e permitem a sensação de calor;
• Corpúsculo de Krause: responde a estímulos de pressão, retornando sensações também relacionadas à 
pressão;
• Corpúsculo de Pacini: responde a estímulos vibracionais, retornando a sensação de vibração;
• terminações livres: respondem a estímulos diversos (mecânicos, térmicos e químicos), retornando a 
sensação dolorosa;
• Corpúsculos de Merkel: respondem aos estímulos de endentação estável, retornando sensações de 
toque e pressão.
A sensibilidade cutânea depende, então, da ação dos receptores cutâneos, os quais captam estímulos externos e
encaminham sinalizações ao cérebro para percepções sensitivas, podendo ser de adaptação rápida ou lenta.
Os receptores de adaptação rápida captam estímulos momentâneos que, quando persistem, deixam de ser
sentidos. Os corpúsculos de Meissner e de Pacini são exemplos de receptores de adaptação rápida.
Já os receptores de adaptação lenta são aqueles que respondem de modo contínuo, sem sessar a sensação
relacionada. São exemplos os Corpúsculos de Merkel e as Terminações de Ruffini.
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Figura 8 - A pele é repleta de estruturas sensoriais que se conectam ao Sistema Nervoso Central
Fonte: Tefi, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a ilustração de uma secção de pele e suas camadas, destacando a presença de
receptores, principalmente nas regiões epidérmica e dérmica.
A sensibilidade cutânea é um exemplo claro de como os sistemas corporais se integram. Os sinais percebidos
pela pele são encaminhados ao Sistema Nervoso Central, na região do córtex, que abriga a sessão
somatossensorial.
Anderson (2014) ainda cita que os receptores possuem campos de percepção de estímulos relacionadas à sua
área de inervação, direcionados a rotas neurais específicas que se conectam ao eixo do córtex sensorial.
A intensidade da percepção é diretamente dependente do campo sensorial da pele e da quantidade de células
receptoras de sinal. As regiões das mãos, da face, do lábio e da língua têm uma percepção sensorial maior
quando comparadas às regiões dos braços e do tronco, por exemplo (TORTORA, 2016).
VOCÊ O CONHECE?
Wilder Penfield foi um neurologista de grande relevância. Ele descobriu sobre as diferentes
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Os estímulos sensoriais são fundamentais para a rápida resposta do organismo. No caso de uma sensação
dolorosa, ela é rapidamente percebida para que o organismo se afaste da fonte do estímulo doloroso.
4.4.4 Patologia relacionada à sensibilidade cutânea
Uma das principais patologias relacionadas à perda da sensibilidade cutânea é a Hanseníase. Trata-se de uma
doença infectocontagiante, cujo agente etiológico é uma bactéria chamada , tambémMycobacterium leprae
chamado de Bacilo de Hansen. Tal organismo tem capacidade de infectar a pele e os nervos periféricos, assim
como os receptores e as estruturas que compõem a pele. Também pode acometer os demais sistemas e órgãos
que contenham macrófagos, com exceção do Sistema Nervoso Central (KING, 2007; GUYTON, 2011).
Devido ao acometimento dos nervos, da pele e dos receptores, um dos principais sintomas da doença são as
alterações da sensibilidade (térmica, dolorosa e de pressão ou tato), incluindo infecção da pele e mudanças
motoras e do sistema autônomo por conta da infecção dos nervos periféricos.
Guyton (2011) alerta, ainda, que surgem áreas com redução de pelos e secreções, sensações de amortecimento,
redução de força muscular e aparecimento de caroços. Os sintomas podem demorar a aparecer, visto que o
período de incubação é extenso, podendo levar entre dois e sete anos para ter início.
Wilder Penfield foi um neurologista de grande relevância. Ele descobriu sobre as diferentes
áreas de sensibilidade do corpo e foi o primeiro cientista a descrever o mapa sensorial,
destacando as áreas com maior intensidade de estímulos e respostas. Ao seu molde sensorial,
deu o nome de (SILVA, 2013).Homúnculo de Penfield
VOCÊ QUER LER?
A Hanseníase é uma doença conhecida desde os tempos bíblicos. Popularmente, era conhecida
como “Lepra”, sendo que os primeiros registros datam milhares de anos a.C. Assim, o artigo
“Breve história da hanseníase: sua expansão do mundo para as Américas, o Brasil e o Rio
Grande do Sul e sua trajetória na saúde pública brasileira”, de Letícia Maria Eidt, visa resumir
os principais pontos sobre a história da Hanseníase no Brasil e no mundo, bem como o
contexto da saúde pública brasileira no tratamento e contenção dessa patologia. Você pode ler
o documento completo em: .https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v13n2/08.pdf
https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v13n2/08.pdf
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Figura 9 - A hanseníase é caracterizada pelo surgimento de manchas na pele
Fonte: MR.PRAWET THADTHIAM, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de um indivíduo deitado lateralmente com manchas mais claras em
sua pele escura, naregião da lombar. 
A transmissão da Hanseníase ocorre por contato direto, embora também possa se dar de modo indireto.
Somente os seres humanos são fontes da forma contagiante.
A entrada do microrganismo ocorre pelas vias áreas e por lesões ou traumas cutâneos. Ao atravessar a barreira
cutânea, a microbactéria adentra os gânglios linfáticos e lançam estruturas que permitem seu alojamento na
pele, nos nervos periféricos e demais sistemas orgânicos.
4.4.5 Pigmentação cutânea
Além dos receptores cutâneos, outra característica da pele é sua pigmentação. As células responsáveis pela
coloração são os melanócitos. Estes não atuam apenas para colorir a pele, mas formam uma rede de proteção.
Os melanócitos produzem um pigmento chamado melanina, que é de coloração marrom, de alto peso molecular,
a qual se espalha na epiderme. O conjunto de melanócitos plasmáticos que produzem a melanina formam as
estruturas dos melanossomos, localizados na camada basal da epiderme e, ocasionalmente, na derme
(ANDERSON, 2014).
A melanina é responsável pela pigmentação da pele, por isso, quanto maior sua concentração, mais escura será a
característica da pigmentação. Majoritariamente, a distribuição de melanina na pele é uniforme em indivíduos
saudáveis. Sua produção é determinada por fatores genéticos e, de fato, a pigmentação cutânea é uma
característica fenotípica de ampla variação: basta pensar em quantos tons de pele você já observou por aí. No
entanto, apesar de muitos estudos tentando compreender os mecanismos genéticos que explicam tantos
fenótipos, eles não são bem esclarecidos.
Os melanócitos são essenciais para a proteção contra radiação UV, visto que a melanina atua como uma camada
protetora direta.
De acordo com Miot . (2009, p. 624), oet al
[…] número de melanócitos diminui com a idade, em áreas não fotoexpostas, na proporção de 6 a 8%
por década, sendo que as diferenças raciais na pigmentação não são devidas a uma marcante
variação no número de melanócitos, mas sim no seu grau de atividade (síntese de melanina e
melanossomas), na proporção dos subtipos de melanina (feomelanina e eumelanina), suas
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melanossomas), na proporção dos subtipos de melanina (feomelanina e eumelanina), suas
distribuições e envolvimento de fatores ambientais como a exposição solar, já que estimulam
diretamente a síntese de melanina.
O processo de produção de melanina é chamado de melanogenese. Ela ocorre na unidade melanocitária, que é
composta por queratinócitos, melanócitos e Células de Lanferhans.
A melanina possui compostos diversos, com origem nas moléculas de tirosina. Por isso, a enzima-chave da
produção de melanina é a tirosinase. Esta é armazenada nos melanossomos. Inicialmente, a tirosina é
responsável pela hidroxilação de um composto chamado L-tirosina, formando a L-dihidroxifenilalanina (L-
DOPA). A L-DOPA é, então, oxidada, formando a L-dopaquinona. A partir desta, a síntese de melanina pode seguir
pela via de produção de dois compostos, produzindo dois tipos de melaninas: eumelanina e feomelanina.
A eumelanina tem coloração castanha e é escura, enquanto a feomelanina possui uma coloração entre 
amarelada ou avermelhada.
Dessa maneira, a síntese de melanina é baseada na polimerização da tirosina, por intermédio da tirosinase. Ela é
produzida e depositada nos queratinócitos da epiderme. Sua produção tem regulação hormonal, com sua ação
baseada em um hormônio chamado MSH (estimulador de melanócito); e regulação pela concentração de
tirosinase, estrógenos e progesterona.
Figura 10 - A formação de melanina inicia na região basal, alastrando-se para as demais camadas, até a superfície 
da epiderme
Fonte: CHEN I CHUN, Shutterstock, 2020.
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#PraCegoVer: na figura, temos uma ilustração da formação de melanina a partir de melanócitos da camada
basal da epiderme, atingindo o estrato córneo, com ativação a partir de radiação ultravioleta.
O depósito de melanina forma uma camada que dá coloração ao tegumento e constrói ume rede protetora contra
raios ultravioleta, protegendo o DNA das células epidérmicas. Por isso, diversas patologias podem surgir quando
a melanogênese é ineficiente.
4.4.6 Patologias relacionadas à pigmentação cutânea
Uma das patologias associadas a distúrbios da melanogênese são as discromias cutâneas. As discromias são
alterações na pigmentação natural da pele, com etiologia diversa, podendo ser de origem genética, de lesões
cutâneas, da exposição à UV, de alterações fisiológicas e hormonais, entre outras.
Anderson (2014) menciona que as discromias podem causar redução da pigmentação, chamada de hipocromia;
ausência total de pigmentação, chamada acromia; ou aumento excessivo de pigmentação, chamada hipercromia.
Em todos os casos, há um comprometimento da unidade melanocitária.
Um exemplo de patologia relacionada à hipocromia, é a doença chamada Vitiligo. Nesta, ocorre uma
despigmentação localizada em que regiões mais escuras se tornam progressivamente mais claras, com manchas
delimitadas.
A fisiopatologia do Vitiligo envolve redução acentuada do número de melanócitos. Embora não se conheça
totalmente as causas de seu surgimento, as hipóteses mais aceitas estão relacionadas ao sistema imune e a
fatores genéticos.
Entre os casos de hipercromia, destaca-se a patologia chamada Melasma. Nela, há o surgimento de manchas
escuras na pele devido à hiperprodução de melanina. As causas do melasma podem ser de origem genética,
alterações fisiológicas, exposição à luz ou uso de medicamentos. (MIOT ., 2009).et al
Já um exemplo de acromia é o Albinismo. Nesse caso, há uma produção muito baixa de melanina, sendo que os
indivíduos acometidos têm baixa resistência ao sol. Além disso, há falta de coloração para além da região
cutânea, atingindo os pelos, os olhos e as mucosas (KUMAR; FAUSTO; ABBAS, 2010).
Com isso, mais uma vez podemos perceber que os sistemas corporais são todos integrados, atuando de modo
conjunto para manter a fisiologia corporal, cada um com sua função: proteção, manutenção osmótica, muscular,
nutritivo ou excretor.
Para finalizar nossos estudos e fixar os conhecimentos, observe a figura a seguir, que resume a integração dos
sistemas corporais.
VOCÊ QUER VER?
O filme “White Shadow”, dirigido por Noaz Deshe, retrata a vida de um grupo de albinos
nascidos em uma região de população majoritariamente negra, no continente africano. A obra
destaca a crença religiosa que vê a discromia como uma maldição, acreditando-se que as
pessoas afetadas pela doença são “demoníacas”. Vale assistir ao longa!
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Figura 11 - Sistemas corporais integrados, atuando em conjunto e sendo influenciados mutuamente
Fonte: SILVERTHORN, 2017, p. 4.
#PraCegoVer: na figura, temos um quadro com os sistemas corporais, seus órgãos e suas funções principais.
Lateralmente, há uma ilustração da anatomia corporal com todos os sistemas conectados.
Aqui, então, finalizamos a unidade e, junto, nossa disciplina, compreendo como a máquina do corpo humano é
simplesmente incrível.
Conclusão
Chegamos ao final da quarta e última unidade da disciplina de Sistemas Corporais. Aqui, pudemos conhecer os
sistemas urinário e tegumentar, que desempenham funções muito importantes na fisiologia corporal. O sistema
urinário tem função de manter o equilíbrio corporal, protegendo o organismo de toxinas pela filtração
sanguínea. Já o sistema tegumentar fornece uma rede de proteção geral para o organismo pela pele e suas
VAMOS PRATICAR?
Os sistemas corporais são, de fato, todos integrados. Assim, quando um sistema é afetado, é
muito provável que os outros também sejam.
Dessa forma, com base nessas informações, realize uma pesquisa sobre a integração dos
sistemas urinário e tegumentar, respondendo às seguintes questões: quando o indivíduo está
desidratado, quais são os impactos perceptíveis na pele e no sistema renal? Como o sistema
urinário pode influenciar na camada de hidratação da pele?
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sanguínea. Já o sistema tegumentar fornece uma rede de proteção geral para o organismo pela pele e suas
estruturas anexas.
Nesta unidade,você teve a oportunidade de:
• compreender a organização e os órgãos do sistema urinário;
• identificar os principais componentes do sistema renal e suas funções, com destaque para os néfrons e a 
formação do filtrado glomerular;
• entender as principais funções renais, especialmente as relacionadas à homeostase corporal e 
integração com os demais órgãos;
• conhecer os mecanismos regulatórios e hormonais, bem como a ação dos receptores para manutenção 
da fisiologia dos sistemas renal e urinário;
• identificar a fisiopatologia da insuficiência renal crônica, da doença renal crônica e das infecções do trato 
urinário;
• diferenciar as camadas do sistema tegumentar (epiderme, derme e hipoderme) e suas principais 
características;
• analisar a funcionalidade e importância dos apêndices cutâneos e das principais glândulas do sistema 
tegumentar;
• reconhecer a organização das estruturas de manutenção de hidratação, permeabilidade, sensibilidade e 
pigmentação cutânea;
• compreender as características da hanseníase e das discromias como patologias do tegumento.
Bibliografia
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SILVERTHORN, D. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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WHITE Shadow. Direção: Noaz Deshe. Alemanha: 2013. 115 min., son., color.
https://www.scielo.br/pdf/abd/v84n6/v84n06a08.pdf
https://www.scielo.br/pdf/physis/v23n1/10.pdf
	Introdução
	4.1 Introdução ao sistema urinário
	4.1.1 Organização e fisiologia do sistema urinário
	4.1.2 Balanço hídrico
	4.1.3 Controle hormonal da função renal
	4.2 Disfunções do sistema urinário
	4.2.1 Insuficiência renal aguda
	4.2.2 Doença renal crônica
	4.2.3 Infecções do trato urinário
	4.3 Introdução ao sistema tegumentar
	4.3.1 Formação do sistema tegumentar
	4.4 Características do tegumento
	4.4.1 Hidratação cutânea
	4.4.2 Permeabilidade cutânea
	4.4.3 Sensibilidade cutânea
	4.4.4 Patologia relacionada à sensibilidade cutânea
	4.4.5 Pigmentação cutânea
	4.4.6 Patologias relacionadas à pigmentação cutânea
	Conclusão
	Bibliografia

Outros materiais