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EDUCAÇÃO E TRABALHO 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rui Valese 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nosso objetivo nesta unidade é refletirmos sobre as relações entre 
educação e trabalho do final do Estado Novo até os dias atuais. Nesse período, 
talvez precisemos destacar de antemão dois momentos bastante importantes 
devido aos impactos que causaram na educação e na sociedade como um todo. 
O primeiro deles foi marcado pelos movimentos de educação popular dos 
“Anos Dourados”, entre as décadas de 1950 e 1960. O Brasil vivia uma 
efervescência cultural, intelectual e política rica e interessante. É nessa época, 
por exemplo, que Paulo Freire propõe uma metodologia de alfabetização de 
adultos que se realizaria não somente em um tempo curto – 40 dias –, mas 
também que engendrava todo um processo de conscientização cidadã nos 
mesmos moldes que já haviam anunciados por, por exemplo, Kant e sua filosofia 
do esclarecimento. 
Estudaremos também como a educação e o trabalho foram pensados 
durante a Ditadura Civil-Militar, alinhados aos acordos entre Ministério da 
Educação e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento 
Internacional (MEC-USAID) e à ideologia tecnicista, que visava a uma educação 
apenas formativa de mão de obra para o mercado de trabalho. Da mesma forma, 
trataremos das relações entre educação e trabalho, no bojo das transformações 
econômicas, políticas, sociais e educacionais que caracterizaram o Brasil dos 
anos 1990. 
Por fim, chegaremos às últimas transformações propostas para a 
educação brasileira pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esse 
momento será mais de levantamento de dúvidas do que de afirmação de 
certezas, tendo em vista que ainda estamos vivendo esse momento, e as 
mudanças sugeridas pela BNCC ainda estão sendo implementadas. 
TEMA 1 – EDUCAÇÃO E TRABALHO PÓS-ESTADO NOVO 
Após 15 anos do governo de Getúlio Vargas, e da ida do exército brasileiro 
à Segunda Guerra Mundial para unir-se aos aliados para lutar contra os regimes 
autoritários, não fazia sentido manter um presidente ditador no poder, embora a 
saída de Vargas tenha sido negociada por ele mesmo e por Eurico Gaspar Dutra 
– seu candidato –, que o acompanhou durante a instauração do Estado Novo e 
que fora eleito presidente. 
 
 
3 
Após 1946, o Brasil respira ares de uma certa democracia, inclusive com 
partidos políticos perseguidos por Vargas podendo participar da vida política do 
país. Assim, a sociedade se mobiliza e consegue uma nova constituição. É 
importante destacar que não somente o Brasil vivia um momento de 
reconstrução, como outros países vitimados pelos seis anos da Segunda Guerra. 
O Brasil, nas duas décadas após o fim do Estado Novo, buscava conciliar 
o nacional-desenvolvimentismo defendido por alguns economistas, políticos e 
governantes, com a internacionalização da economia apoiada por outros grupos. 
A economia mundial aumentava o seu grau de globalização, e o Brasil precisava 
recuperar séculos de atraso do modelo econômico implementado desde a 
chegada dos portugueses no século XVI. É nessa esteira que, novamente 
Vargas tornou-se presidente, dessa vez, porém, pelo voto direto. 
Vargas realizou um governo nacionalista, com a criação da Petrobras 
como símbolo dessa ideologia na campanha iniciada, ainda no final da década 
de 1930, e sintetizada pela frase “O petróleo é nosso!”. Entretanto, essa sua 
segunda passagem pela presidência foi marcada por forte oposição, 
principalmente de políticos e líderes empresariais, os quais defendiam uma 
economia mais dependente do capital estrangeiro. O desfecho dessa oposição 
foi o suicídio de Vargas em 1954 e, em 1956, Juscelino Kubitschek (ou “JK”), 
conhecido como o “presidente bossa nova”, assume é eleito e apresenta o seu 
plano de “50 anos em 5”. 
A União Democrática Nacional (UDN) questionou a posse de Vargas por 
não ter obtido a maioria dos votos – 50% mais 1 – (o que não era exigido pela 
legislação eleitoral da época), e JK enfrentou o mesmo problema com esse 
grupo, precisando do apoio de parte dos militares para assumir. Segundo Marx 
(2000, p. 6), 
Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e 
personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por 
assim dizer, duas vezes. Ele esqueceu-se de acrescentar: a primeira 
vez como tragédia, a segunda como farsa. 
No caso do Brasil, parece que, como farsa, a história tem se repetido mais 
de uma vez. Ao longo dos mais de 130 anos de República, algumas estratégias 
têm sido repetidamente utilizadas para questionar e/ou impedir um determinado 
governante de assumir, governar e/ou manter-se no cargo até o fim de seu 
mandato. 
 
 
4 
A política desenvolvimentista implementada por JK veio acompanhada, 
tanto em seu governo, quanto nos subsequentes, do crescimento do êxodo rural, 
o que provocou o inchaço de alguns centros urbanos, como São Paulo e Rio de 
Janeiro, aumentando tensões sociais tanto no campo, como nas cidades, 
inclusive por conta do aumento da inflação. 
Em termos globais, vivíamos o surgimento do período conhecido como 
Guerra Fria, quando as duas grandes potências econômicas, políticas e militares 
da época – Estados Unidos e União Soviética – disputavam a hegemonia 
internacional. Nesse tabuleiro da geopolítica, o Brasil ficava no quintal dos norte-
americanos. Dessa forma, qualquer política social ou aproximação com 
economias como União Soviética, China, Cuba ou países do Leste europeu, era 
tido e havido como uma aproximação do comunismo. 
Essa contextualização histórica é importante, pois as políticas 
educacionais, bem como algumas propostas pedagógicas surgidas nessa 
época, somente podem ser compreendidas dentro desse cenário. 
Estudaremos a seguir o que aconteceu com a educação nesse período, e 
como ela estava (ou não) vinculada ao mundo do trabalho em seu sentido mais 
amplo. 
Nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é um capítulo à parte na 
história da educação brasileira, visto que levou 13 anos para ficar pronta, e não 
pelo fato de as discussões terem sido tão aprofundadas, mas porque o projeto 
de lei ficou hibernando por quase uma década na Câmara dos Deputados. Além 
da morosidade do Congresso Nacional em deliberar questões importantes para 
o país, outro problema que dificultava o avanço das discussões sobre uma 
legislação educacional abrangente eram as disputas entre os liberais 
(defensores da escola pública) e conservadores/religiosos (defensores das 
escolas privadas). Nessas discussões, outro aspecto que chamou a atenção foi 
a crítica dos escolanovistas à descentralização do ensino, que, como já se 
comprovara no passado, apenas servira para justificar a não implementação de 
decisões. Outro ponto muito polêmico, mas que acabou sendo aprovado, foi a 
destinação de recursos públicos para as escolas privadas. 
Por outro lado, houve alguns avanços, como a criação do Conselho 
Federal de Educação (CFE) e dos Conselhos Estaduais da Educação para 
legislarem, regulamentarem e fiscalizarem os sistemas de ensino. Quanto aos 
aspectos curriculares, o ensino secundário passou a ser menos enciclopédico, 
 
 
5 
embora o ensino técnico ainda continuasse a ser negligenciado, apesar da 
demanda do mercado de trabalho que crescera após o processo de 
industrialização iniciado no segundo governo Vargas e ampliado no de JK. 
Como vimos anteriormente ao tratarmos do toyotismo, as grandes 
empresas passaram a promover a capacitação profissional por meio de suas 
universidades corporativas. Mais uma vez a educação brasileira mostrava o seu 
descompasso com o contexto econômico, político e social. 
Com relação a esse período, é importante também destacarmos as 
contribuições do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e a ideia da 
necessidade de planejamento do Estado brasileiro. Um de seus objetivos era 
pensar a cultura brasileira e latino-americana e, combase nisso, propor um 
projeto de nação. Uma das conclusões a que o ISEB chegara é de que o 
liberalismo era incapaz de reduzir ou evitar a pobreza e, como contraponto, 
propunha uma maior presença do Estado na economia para promover o 
desenvolvimento de uma indústria nacional, e proteger a parcela desprotegida 
da sociedade. 
Por fim, nesse contexto, vale a pena refletirmos sobre a proposta de 
alfabetização desenvolvida pelo pedagogo Paulo Freire. Não é nosso objetivo, 
tampouco temos espaço aqui para tratar de forma aprofundada sua proposta, 
mas se alguns dos princípios propostos por Freire tivessem sido implementados 
à época, o Brasil poderia estar em outro patamar. 
A começar por sua ideia de educação popular como forma de acabar com 
o analfabetismo entre os adultos: somente essa medida teria colocado a 
educação no centro de um projeto de sociedade desenvolvida como defendiam 
os isebianos. Outra das ideias de Freire é a de que a educação não somente 
deveria partir da realidade do educando, mas também trabalhar com elementos 
dessa mesma realidade, e não para mantê-lo nessa condição, mas para 
emancipá-lo e torná-lo sujeito de sua história. Para Freire, a educação atua na 
formação integral do sujeito, não o olhando apenas como mão de obra a ser 
qualificada para o mercado de trabalho. Pelo contrário: a educação deve 
preparar os indivíduos para atuarem no mundo. 
 
 
 
6 
TEMA 2 – OS MOVIMENTOS DE EDUCAÇÃO POPULAR DOS ANOS 
DOURADOS 
Os anos de 1950 e 1960, não somente no Brasil, mas em toda a América 
Latina, foram de uma efervescência cultural, política e social sem precedentes. 
Alguns desses acontecimentos nasceram na região, outros por diálogos 
estabelecidos com países africanos e, também, sob a influência do que 
acontecia na Europa, como é o caso da Primavera de Praga e das jornadas de 
maio de 1968. 
É dessa época o surgimento de movimentos intelectuais tipicamente 
latino-americanos, como a pedagogia da libertação, a sociologia da libertação, a 
filosofia da libertação e a psicologia da libertação. A ideia desses movimentos 
intelectuais foi expressa nos versos de uma composição de Milton Nascimento 
e Fernando Brant intitulada “Notícias do Brasil (os pássaros trazem)”: “Ficar de 
frente para o mar, de costas pro Brasil/Não vai fazer desse lugar um bom país”. 
Parafraseando os compositores, podemos afirmar que ficar olhando para a 
Europa e para os Estados Unidos, seja do ponto de vista político e econômico, 
seja intelectualmente falando, nunca faremos de nosso país e continente um 
bom lugar para se viver e se desenvolver. Tais movimentos buscavam atuar não 
somente na construção de uma identidade latino-americana, mas também como 
resistência às várias tentativas e golpes de Estado tão comuns por aqui, e 
também no combate às ditaduras militares que marcaram a história da América 
Latina ao longo do século XX. Esses intelectuais viam na educação das classes 
oprimidas uma estratégia de justiça histórica e social. 
Vejamos agora alguns fatos que marcaram a educação e a cultura nesse 
período. Já falamos um pouco sobre Paulo Freire; agora abordaremos seu 
pensamento e suas ideias. Nas obras Pedagogia do oprimido (1968) e 
Conscientização (1980), Freire apresenta os fundamentos de sua concepção de 
educação, e também sua proposta de alfabetização. Na esteira do que o filósofo 
grego Sócrates defendia ao reafirmar a importância da ideia de “Conhece-te a ti 
mesmo”, ele propõe um projeto de esclarecimento como forma de construção da 
autonomia do sujeito defendida por Kant e da proposta de emancipação pela 
educação defendida pelos frankfurtianos. O “método Paulo Freire” propõe 
alcançar, por meio da alfabetização, os mesmos objetivos. Como ele mesmo 
afirma, na obra A importância do ato de ler: “a leitura do mundo precede a leitura 
 
 
7 
da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade 
da leitura daquele” (Freire, 1988, p. 5). Ou seja, primeiramente, estamos no 
mundo, vivemos nele e, posteriormente, passamos a pensar sobre ele. Porém, 
esse pensar gera conhecimento, que precisa ser pensado na relação com o 
mundo. 
Dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem deve ser pensado com 
base no que Freire chamou de palavras geradoras, para que se realize o 
processo de alfabetização. Tais palavras não são retiradas do universo 
acadêmico ou docente, mas do educando: por meio de conversas formais ou 
informais, entre o docente e o discente, o primeiro anota aquelas que são 
aquelas mais significativas e representativas no universo do discente. Por isso, 
Freire afirmava que a leitura do mundo precedia a da palavra. 
Definidas as palavras geradoras, parte-se para a reflexão sobre a 
vinculação delas com a realidade da turma. É a segunda parte da afirmação de 
Freire: sem “prescindir da continuidade da leitura daquele”. Ou seja, a palavra 
não é apenas uma combinação de signos e sons silábicos. É palavra-mundo. 
Toda palavra tem um sentido existencial, é vida, se refere a um determinado 
contexto. Por exemplo: a palavra “vida” adquire sentidos e significados diferentes 
de acordo com a pessoa e o contexto em que é pronunciada. Somente depois 
de descobertas as palavras-mundo, é que se passa para a silabação e, na 
sequência, a construção de novas palavras utilizando as vogais, consoantes e 
sílabas descobertas com base nas palavras geradoras. 
Pela proposta de alfabetização de adultos em 45 dias, Paulo Freire foi 
convidado pelo presidente João Goulart (Jango) para coordenar o Programa 
Nacional de Alfabetização em janeiro de 1964, quase às vésperas do Golpe Civil-
Militar. Os boicotes ao governo Jango continuam, e os recursos financeiros do 
programa MEC-USAID para o desenvolvimento da educação brasileira são 
cortados. 
Nesse período, foi de fundamental importância a atuação da ala 
progressista da Igreja Católica e sua atuação em projetos e pastorais sociais, 
bem como na formação de leigos para atuação na sociedade. 
Outra importante contribuição para a formação cultural da sociedade 
brasileira dessa época foi a possibilitada pela União Nacional dos Estudantes 
(UNE) e o Centro Popular de Cultura (CPC). Iniciado pelo ator e dramaturgo 
Oduvaldo Viana Filho, pelo cineasta Leon Hirszman e pelo sociólogo Carlos 
 
 
8 
Estevam Martins, o CPC propunha que a arte e a cultura deveriam estar 
vinculadas ao mundo em que vivemos, e deveriam possibilitar a compreensão e 
atuação sobre ele para transformá-lo e possibilitar o rompimento com as 
estruturas de opressão sob as quais as pessoas viviam. Apoiada por vários 
artistas e intelectuais, a UNE volante passa a divulgar o movimento nas 
organizações estudantis por todo o país. 
Em comum a essas iniciativas, podemos perceber os seguintes 
elementos: todo ser humano é produtor de conhecimento; o contexto do 
educando é fundamental dentro de seu processo de alfabetização e do processo 
de ensino-aprendizagem; é importantíssimo o respeito à cultura, aos saberes, 
aos valores e às crenças do estudante; e, por fim, a necessidade de se pensar 
a gestão democrática em toda a sociedade. 
Porém, tais ideias pareceram por demais avançadas e perigosas para a 
época, e o resultado dessa reação veremos no próximo tema. 
TEMA 3 – EDUCAÇÃO E TRABALHO DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR 
O capital dificilmente age diretamente sobre o Estado para que seus 
interesses econômicos e políticos sejam garantidos. Ao longo da história, nas 
mais diferentes sociedades, ele financia aqueles que irão representar os seus 
interesses no Poder Executivo e/ou no Poder Legislativo. 
Essa é uma das formas pelas quais podemos interpretar a ascensão dos 
militares com apoio de civis por meio de um golpe de estado no Brasil, em 1964, 
assim como em vários países latino-americanos ao longo de todo o século XX. 
Da mesma forma, tais golpes sempre tiveram o apoio implícito ou explícito de 
agências norte-americanas,dentro do jogo geopolítico da Guerra Fria. 
Lembremos que, por duas vezes – durante os governos de JK e de João Goulart 
– a UDN tentara impedir a posse de presidentes legitimamente eleitos e dar um 
golpe com o apoio da ala conservadora dos militares. Dessa forma, podemos 
dizer que o golpe de 1964 veio com quase dez anos de atraso. 
Outros fatores que explicam o golpe podem ser relacionados ao contexto 
da Guerra Fria, à Revolução Cubana, à adesão dos líderes à antiga União 
Soviética, ao crescimento dos movimentos populares e sindicais tanto nas áreas 
urbanas nas rurais e, em contrapartida, ao crescimento do movimento 
reacionário e conservador ligado às igrejas, às campanhas de formação e 
financiamento de lideranças e desinformação nos meios de comunicação, 
 
 
9 
principalmente impresso, dos think tanks para desestabilizar a sociedade, 
apelando para valores tradicionais de sentido conservador, como família e 
religião, ante à iminente ameaça comunista, que já havia sido utilizada por 
Vargas em 1937, por meio do Plano Cohen, para implantar o Estado Novo, 
também com apoio de militares e políticos de ideologia fascista, como os 
integralistas. Hoje, o avanço da internet e as redes sociais têm influência na 
formação da opinião pública; na década de 1960, os think tanks agiam de forma 
bastante eficaz na formação de uma mentalidade conservadora por meio da 
desinformação. 
Com relação à educação, uma das primeiras medidas adotados pelo 
regime civil-militar foi a perseguição às entidades estudantis: a UNE é proibida, 
sendo colocada na clandestinidade, os centro acadêmicos (CAs) e Diretórios 
Centrais Estudantis (DCEs) somente poderiam atuar no âmbito das respectivas 
universidades, e os grêmios estudantis foram transformados em centros cívicos. 
Para fazer a vigilância e o controle desses órgãos, foi criado o 
Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS). A qualquer 
momento alguém poderia ser levado a esse departamento (que funcionava mais 
como uma delegacia), e tinha que se explicar por algum comentário ou crítica 
feita sobre o cenário político brasileiro. Em 1969, por meio de um decreto-lei, o 
ensino de Educação Moral e Cívica (EMC) foi tornado obrigatório nas escolas 
secundárias. Já no Ensino Fundamental, o nome recebido foi Organização 
Social, Política e Brasileira (OSPB). Porém, isso não significava que era 
permitido o debate sobre a organização social, política do Brasil; sua função era 
repassar a ideologia defendida pelos militares, além de tratar de nacionalismo e 
patriotismo por meio do estudo dos símbolos pátrios e hinos nacionais. 
No Ensino Superior, a disciplina obrigatória em todos os cursos era a de 
Estudo dos Problemas Brasileiros (EPB), cujo caráter era igual ao das disciplinas 
supracitadas, com o agravante de que, por vezes, entre os alunos universitários 
havia militares disfarçados. Por meio do Decreto-Lei n. 477/1969 foram proibidas 
todas e quaisquer manifestações políticas no âmbito das escolas. Por fim, houve 
a aprovação de vestibular classificatório para ingresso nas universidades. 
Em 1971, a Lei n. 5.692 estabeleceu uma reforma mais ampla da 
legislação educacional. Nessa reforma, estava prevista a aplicação do modelo 
empresarial na educação, buscando implementar a economia de tempo, esforço 
e custo na educação. Nessa lógica de gestão da educação, o pedagogo, nas 
 
 
10 
funções de supervisor e orientador educacional, ganha um status diferenciado, 
cujo objetivo era formar mão de obra especializada para as indústrias de base 
tecnológica e, para isso, fazia-se necessário que o processo fosse muito bem 
controlado. Aí entrava em cena essas duas funções: a primeira (supervisor), 
supervisionando o trabalho docente; a segunda (orientador educacional), 
acompanhando os discentes. Era a adoção dos princípios tayloristas e de 
recursos tecnológicos na educação. 
A gestão da educação era feita por meio da divisão de tarefas e 
responsabilidades: havia o setor de planejamento, executado pelas 
mantenedoras; o setor de fiscalização, operacionalizado tanto no âmbito das 
mantenedoras, como das escolas, pela supervisão de ensino e orientação 
educacional; o setor operacional e de execução, realizado por professores nas 
salas de aula. Dessa forma, garantia-se a racionalização, a organização, a 
objetividade e a eficiência para alcançar as metas estabelecidas. Curiosamente, 
ocorre a retomada do acordo MEC-USAID, suspenso no início de 1964, para 
garantir a assistência técnica e financeira para a educação. 
Ainda que de forma não tão efetiva como se esperava, a reforma de 
ensino propôs que o nível secundário fosse profissionalizante e com um objetivo: 
esperava-se que o egresso estivesse apto a ingressar no mercado de trabalho 
como mão de obra qualificada. De certa forma, busca-se uma vinculação da 
educação com o contexto econômico. Porém, a exclusão definitiva das 
disciplinas de Filosofia e Sociologia do Ensino Médio e a inclusão de disciplinas 
profissionalizantes e moralizantes representou um retrocesso em termos de 
formação para os jovens entrarem no mundo do trabalho. 
TEMA 4 – EDUCAÇÃO E TRABALHO NOS ANOS 1990 
Para entendermos as mudanças educacionais apresentadas ao Brasil em 
meados dos anos 1990, precisamos voltar à década anterior, uma vez que elas 
são consequências de outros acontecimentos. 
Esse período, naquele momento, foi denominado Nova República. Sob a 
aparência de novidades, escondiam-se os principais atores que comandaram o 
Brasil com os militares desde o golpe de 1964. Assim, foi possível uma transição 
sem rupturas, sem julgamentos nem punições a qualquer dos crimes cometidos 
durante a Ditadura. Ainda que não tenha sido tão violenta como no Chile ou na 
Argentina, por exemplo, muitos crimes contra a humanidade foram cometidos 
 
 
11 
em nome da segurança nacional. De outro lado, as reivindicações da sociedade 
civil foram simplesmente ignoradas. Houve a elaboração e aprovação de uma 
nova Constituição, a “Constituição Cidadã”, que contou, pela primeira vez na 
história do Brasil, com a participação da sociedade civil. 
Porém, o endividamento dos períodos anteriores, principalmente durante 
os governos militares para a realização de obras faraônicas – a mais desastrada 
talvez seja a Transamazônica –, travava o desenvolvimento econômico e, 
somente 10 anos depois, em uma política de privatizações ineficiente1 do ponto 
de vista da autonomia econômica do Brasil, foi possível reequilibrar a economia 
do país. Ainda na área da economia, o descontrole inflacionário levou à edição 
de sucessivos planos econômicos e congelamentos de preços, sem que, com 
isso, a situação fosse controlada. Como dissemos, somente em meados dos 
anos 1990 é que a economia brasileira se estabilizou, levando pelo menos mais 
dez anos para voltar a crescer minimamente. Porém, ainda que estabilizada e 
inserida no contexto da globalização, nossa economia ainda permanece na 
dependência do capital estrangeiro – principalmente o especulativo – e no 
subdesenvolvimento. 
Nesse cenário, qual era a situação da educação? Primeiramente, 
precisamos abordar a Conferência de Jomtien, em 1990, e seu lema “Toda 
pessoa tem direito à educação”. Essa conferência teve objetivos que impactaram 
a educação brasileira, entre os quais destacamos a universalização do acesso à 
educação, e promoção da equidade; concentração da atenção na aprendizagem; 
ampliação dos meios e do raio de ação da educação básica; propiciar um 
ambiente adequado à aprendizagem; e, fortalecer alianças. Antes, porém, de a 
conferência acontecer, o Brasil já vinha discutindo uma nova LDB, mais 
antenada com o contexto político e econômico que vivíamos com a promulgação 
da Carta Magna de 1988. 
O projeto inicial vinha sendo construído com a participação da sociedade 
civil, por meio do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública. No entanto, fruto 
de acordos de bastidores,o projeto aprovado foi o apresentado por Darcy 
 
1 Por política econômica de privatização desastrada nos referimos ao fato de algumas empresas 
serem estratégicas do ponto de vista do desenvolvimento econômico e social do país, e pelo fato 
de, antes de serem privatizadas, terem recebido aportes, por parte do Estado, maiores do que o 
valor pelo qual elas foram efetivamente vendidas. Além disso, em alguns casos, o próprio Estado 
financiou a compra da estatal. Para mais informações, sugerimos a leitura do artigo “As 
privatizações no Brasil dos anos 90”, de João Braga Arêas (disponível em: 
<http://www.ugb.edu.br/revista-episteme-transversalis/edicao_5/joao-braga-areas-as-
privatizacoes-no-brasil-anos-90.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2022). 
 
 
12 
Ribeiro, com apoio do governo e do Ministro da Educação. Nesse projeto, houve 
completa ausência de participação da sociedade civil em sua discussão. 
As principais características da nova LDB eram: o Ensino Médio, além da 
formação geral, também possibilitava a formação profissionalizante e reafirmava 
a competência dos Estados nessa etapa da educação. O Ensino Superior era de 
competência da União, podendo ser exercido pelos estados e municípios quando 
já tivessem atingido as metas de atendimento da Educação Básica. A educação 
profissional e tecnológica ganhou espaço, tendo como objetivos a preparação 
para atuar na atividade produtiva e a atualização profissional. 
Outra novidade dessa época é o aparecimento dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN), que surgiram com o Plano Decenal de Educação 
para Todos (1993-2003); eles eram importantes referenciais para os sistemas de 
ensino se organizarem. É também interessante destacar a formulação de 
parcerias entre os sistemas de ensino federal, estadual e municipal para alcançar 
as metas estabelecidas. 
Da mesma maneira, a criação de um sistema nacional de avaliação para 
acompanhamento trouxe a educação para o centro das discussões da sociedade 
civil. Um dos problemas foi a transformação dos parâmetros em 
diretrizes/currículos. No entanto, algumas de suas inovações merecem ser 
destacadas: o currículo passa a ser pensado para além de lista de conteúdos; a 
democratização da gestão escolar passa a ser implementada, apesar de 
algumas resistências e distorções; a inserção de temas transversais, como 
cidadania, saúde e sexualidade, torna a escola mais inclusiva; e, a organização 
do processo ensino/aprendizagem com base em competências e habilidades, 
traz mais organicidade à educação. Primando pela formação docente, a nova 
LDB estabelece a década da educação e cobra, pela primeira vez na história, 
que os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental tivessem 
formação em nível superior. 
TEMA 5 – EDUCAÇÃO E TRABALHO NA BNCC 
Por fim, chegamos ao período mais recente da história da educação 
brasileira: o da discussão e implantação de uma Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) que significou uma completa descaracterização da LDB 
aprovada em 1996, feita pela Reforma do Ensino Médio (aprovada em 2017), 
ignorando todo o debate educacional que vinha sendo feito desde a discussão e 
 
 
13 
aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014. Antes de tratarmos 
de algumas questões educacionais desse período mais recente, 
apresentaremos uma breve contextualização. 
Não desejamos fazer uma avaliação maniqueísta dos últimos 30 anos da 
história do Brasil, mas é possível olhar essas três décadas como de avanços e 
retrocessos em vários aspectos. Do ponto de vista político, por exemplo, vivemos 
a estabilidade das instituições, apesar de algumas tentativas de desestabilizá-
las. Por outro lado, por trás de manifestações aparentemente legítimas, alguns 
atores políticos acabaram por provocar algumas instabilidades, ao quererem que 
as mesmas instituições estivessem a serviço de seus projetos pessoais. 
Tivemos avanços consideráveis em políticas de inclusão social e garantia 
de direitos individuais, porém, vimos parte da sociedade retroceder no 
reconhecimento desses direitos e, ao mesmo tempo, a pretexto de 
modernização das leis brasileiras, promoverem a flexibilização da legislação em 
várias áreas sem resultados efetivos e concretos quanto ao previsto. Da mesma 
forma, observamos polarizações ideologizadas sobre assuntos que deveriam ser 
pacíficos. 
Na economia, tivemos um crescimento econômico razoável na primeira 
década do novo milênio, mas, na segunda, vivemos estagnação e, até mesmo, 
o retrocesso. Consequentemente, a diminuição das desigualdades sociais 
alcançada na primeira década, parou e as vemos voltando a crescer. Por fim, da 
relevância política no cenário mundial na última década de 1990 e na primeira 
do novo milênio, voltamos a cumprir o papel de coadjuvantes da ordem global. 
Ainda em 2013, houve uma primeira grande reformulação da LDB, que 
ampliou a obrigatoriedade, gratuidade e responsabilidade estatal para todos os 
níveis da educação básica. Foi, sem dúvida, um grande avanço, permitindo o 
acesso e a permanência de mais crianças e jovens na educação básica. Porém, 
em 2017, a reformulação do Ensino Médio via Proposta de Emenda 
Constitucional (PEC) começou a causar os primeiros prejuízos à educação, seja 
pelo conteúdo, seja pela forma. Em 2015, quando a PEC foi apresentada, houve 
a reação de estudantes secundaristas, que ocuparam as escolas, cobrando a 
revogação da proposta; essas mobilizações foram apoiadas por educadores, 
órgãos de classe, entidades da sociedade civil. Porém, mais uma vez a 
sociedade foi excluída e alijada do processo de discussão da educação nacional. 
Audiências públicas até foram marcadas (e algumas realizadas), porém, 
 
 
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serviram apenas para legitimar o que se pretendia. A Reforma do Ensino Médio 
acabou por atropelar as discussões que resultaram no PNE de 2014, como 
metas previstas para a década seguinte, propondo a inclusão da BNCC. 
O estabelecimento de conhecimentos indispensáveis a todos os alunos 
da educação básica, previsto na reforma e na BNCC, veio, no entanto, 
acompanhado de algumas mudanças que consideramos como prejudiciais e 
equivocadas na formação de nossos jovens. Apenas dois componentes 
curriculares foram considerados obrigatórios: Língua Portuguesa e Matemática; 
outros, tiveram sua obrigatoriedade anulada, como Arte, Filosofia, Sociologia, 
entre outras que foram prejudicadas na medida em que se sugere a junção de 
áreas de conhecimento similares, mas ministrada por profissionais formados em 
ciências específicas. 
Tomemos o caso de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: ainda que 
englobe áreas de conhecimento similares, como História, Geografia, Filosofia e 
Sociologia, os profissionais foram e ainda são formados em áreas específicas. 
Por outro lado, a inclusão de disciplinas como Educação Financeira e Projeto de 
Vida desvirtuam o que deveria ser a etapa do Ensino Médio: terminalidade por 
meio da profissionalização, ou preparatório para continuidade dos estudos no 
Ensino Superior. 
Ainda que uma das justificativas apresentadas seja a de uma educação 
voltada para a atuação no mercado de trabalho, o que se vislumbra é o aumento 
ainda maior da exclusão dos que mais necessitam da educação. Da mesma 
forma, outros aspectos dessas reformulações têm chamado a atenção de 
especialistas em educação e gestão da educação, como: a visão da educação 
como mercadoria, e não como parte fundamental de um projeto de nação; os 
educadores, estudantes e especialistas ficaram à margem das discussões; a 
formação cidadã, equitativa, republicana e de urbanidade, defendida pela 
Constituição de 1988, foi prejudicada; a inclusão de aspectos conservadores e 
reacionários atende apenas aos interesses de determinados grupos que 
monopolizam o debate nacional, acuando políticos de diferentes agremiações 
partidárias; e, por fim, a prevalência do econômico sob as demais dimensões da 
vida e da existência humana.Acreditamos que a educação precisa ser repensada, principalmente pelos 
resultados alcançados nas duas últimas décadas e pelos altos índices de evasão 
e reprovação escolar, além das péssimas condições de efetivação do processo 
 
 
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ensino-aprendizagem a que nossas crianças e jovens são submetidos. Porém, 
uma reformulação nesse sentido precisa, principalmente, de investimento efetivo 
de recursos para melhoria e atualização das condições de realização do 
processo ensino-aprendizagem. A mudança curricular como foi proposta, sem a 
efetiva correspondência de recursos financeiros adequados, mais uma vez 
significará o que, historicamente, temos visto na educação brasileira: boas 
intenções que ficam apenas no papel e no corpo da lei. 
NA PRÁTICA 
Apesar de Paulo Freire ser conhecido em praticamente todo o mundo, e 
ser um dos educadores mais lidos e pesquisados do século XX, podemos dizer 
que o Brasil ainda precisa descobrir o patrono da educação nacional. 
Desse modo, propomos a você, como atividade prática, investigar a 
proposta pedagógica de Paulo Freire, que parte do princípio de que a leitura do 
mundo precede a leitura da palavra, assim como as palavras que devem ser 
utilizadas para o processo de ensino-aprendizagem, com base em experiências 
concretas vividas pelos educandos. Portanto, aprofunde-se um pouco mais 
acerca da proposta freireana e, definindo um determinado grupo social, 
identifique quais palavras podem ser tomadas como temas geradores para um 
processo de alfabetização. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, fizemos uma retomada dos últimos 80 anos da educação 
brasileira. Começamos pelo pós-Estado Novo e pelo início da redemocratização 
do Brasil, destacando os movimentos de educação popular dos “Anos 
Dourados”, a educação popular proposta por Paulo Freire, e a elaboração da 
nossa primeira LDB. 
Em seguida, analisamos as relações entre educação e trabalho durante a 
Ditadura Civil-Militar, e a tentativa de profissionalização ainda no Ensino Médio. 
Estudamos também as propostas educacionais feitas nos anos 1990, nossa 
última LDB (1996), e as mudanças apresentadas pela Reforma do Ensino Médio 
feita em 2017, além de alguns aspectos que consideramos relevantes sobre essa 
reforma, e a adoção de uma BNCC. 
 
 
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Nesse último tema, como já havíamos anunciado, há muito mais dúvidas 
do que certezas. Porém, algumas dessas certezas nos preocupam quanto ao 
que precisamos fazer, para que a educação seja parte integrante e fundamental 
de um projeto de desenvolvimento nacional autodeterminado e emancipatório. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto-Lei n. 477, de 26 de fevereiro de 1969. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 26 fev. 1969. 
BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 18 ago. 1971. 
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 
São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1988. 
_____. Conscientização. São Paulo: Cortez, 1980. 
_____. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1968. 
MARX, K. O 18 Brumário de Luís Bonaparte, 1851-1852. Disponível em: 
<https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/4/o/brumario.pdf>. Acesso em: 21 fev. 
2022. 
NOTÍCIAS do Brasil (os pássaros trazem). Intérprete: Milton Nascimento. 
Compositores: Milton Nascimento; Fernando Brant. In: NASCIMENTO, M. 
Caçador de mim. Rio de Janeiro: Phillips, 1981. 1 CD (35 min).

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