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A Propriocepção
A propriocepção é o termo que descreve a percepção do próprio corpo, e inclui a consciência da postura, do movimento, das partes do corpo e das mudanças no equilíbrio, além de englobar as sensações de movimento e de posição articular. [1,2] Embora seja estudada há muito tempo, a propriocepção ainda é pouco conhecida. Este texto tem como objetivo fazer um breve apanhado da neurofisiologia deste tema tão complexo.
Inicialmente é impossível falar em propriocepção sem falar em receptores sensoriais. Afinal de contas são eles que "informam" o nosso SNC (aqui me refiro a SNC e não apenas ao cérebro pois existe a propriocepção consciente e inconsciente) sobre a posição articular e o nível de tensão muscular, por exemplo.
[1] Lent, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos e fundamentos da Neurociência. Atheneu, 2001. [2] Kandel, E. R.; Schwartz, J.H.; Jessell, T.M.Princípios da Neurociência. Manole, 2003.
Receptores Sensoriais
Os receptores sensoriais fazem parte do sistema sensorial somático, responsável pelas diferentes experiências sensoriais captadas e interpretadas pelo nosso corpo. A função mais elementar dos receptores sensoriais é prover o SNC com informações sobre o estado interno de estruturas orgânicas e do ambiente externo. São eles que definem o que chamamos de sentidos (visão, audição,sensibilidade corporal, olfação, gustação). Porém um único receptor não é capaz de identificar sozinho os diferentes estímulos que nos bombardeiam a cada instante. Desta forma contamos com diferentes tipos receptores sensoriais, cada um com características próprias que permitem que ele "sinta" diferentes estímulos. Podemos classificar os receptores sensoriais de acordo com a sua função (mecanoceptores, termoceptores, fotoceptores, quimioceptores e nociceptores). Além da classificação funcional, podemos também classificá-los de acordo com a sua localização anatômica: exteroceptor, interoceptor e proprioceptor (esta última classe é a que nos interessa no momento).
Proprioceptores
Os proprioceptores são receptores que se localizam mais profundamente nos músculos, aponeuroses, tendões, ligamentos, articulações e no labirinto cuja função reflexa é locomotora ou postural. Podem gerar impulsos nervosos, conscientes ou inconscientes. Os primeiros atingem o córtex cerebral e permitem que, mesmo de olhos fechados, se tenha a percepção do próprio corpo, seus segmentos, da atividade muscular e do movimento das articulações. Sendo portanto responsáveis pelo sentido de posição e de movimento (cinestesia). Os impulsos nervosos proprioceptivos inconscientes não despertam nenhuma sensação; são utilizados pelo sistema nervoso central para regular a atividade muscular, através do reflexo miotático ou dos vários centros envolvidos com a atividade motora, como o cerebelo. Em resumo: Os proprioceptores são essenciais para informar ao nosso cérebro a noção de posição dos membros, e por sua vez, esta informação de posicionamento corporal é essencial para o controle dos movimentos.
Estes receptores desempenham, em simultâneo, a função de detectar todas as variações mecânicas e de enviar a informação recolhida ao sistema nervoso central. Para além dos proprioceptores, o aparelho vestibular e o sistema visual também fornecem importantes informações somato-sensoriais. Pode-se dizer, portanto, que a propriocepção é responsável pelo envio constante de informação sobre eventuais deslocamentos de segmentos no espaço auxiliando-nos nas diversas tarefas motoras. Apropriadamente, os proprioceptores estão localizados nos músculos (fusos musculares), tendões (órgãos tendinosos de Golgi) e nas cápsulas articulares (corpúsculos de Ruffini e Pacini).
Muito bem. Até aqui aprendemos que a propriocepção depende dos receptores sensoriais, e que estes receptores são estruturas especializados, cuja função é de transformar a energia mecânica da deformação física (alongamento, compressão e pressão) em potenciais de ação nervosos que são transmitidos ao SNC, mais exatamente na medula espinhal. Ao chegar na medula, estes potenciais de ação seguem pelo fascículo grácil (local que recebe informações originadas de receptores do membro inferior) e/ou fascículo cuneiforme (recebe informações originadas de receptores do membro superior). Destas estruturas os estímulos seguem passando pelo diencéfalo e córtex cerebral, terminando assim na área somestésica (responsável pelo armazenamento de informações proprioceptivas). Ao atingirem esta área o movimento passa a ser reconhecido pelo cérebro. Este processo possui uma duração em torno de 80 a 100 m/s e é muito mais rápido que os estímulos dolorosos (estes seguem a uma velocidade de 1 m/s).
O cérebro tem uma representação do próprio corpo. A maioria das aferências somestésicas da metade do nosso corpo chega ao tálamo e projeta-se no córtex somestésico primário (S1) do giro pós-central contralateral. No córtex somestésico primário há um mapa corporal completo chamado homúnculo sensorial. Essa representação não é proporcional: a face e os dedos das mãos possuem a principal representação em relação a outras partes do corpo refletindo a densidade de receptores distribuídos pelo corpo. Assim determinadas regiões do corpo apresentam maior resolução espacial, ou seja, maior sensibilidade e maior precisão para identificar o estimulo. A sensibilidade tátil é a que tem melhor precisão. Não é à toa que a leitura Braille se executa com a superfície dos dedos indicadores e médios e não com a palma da mão.
A existência de um mapa foi corroborada pela 1ª vez pelo neurologista canadense Wilder Penfield que estimulou eletricamente determinadas regiões do córtex somestésico e obtinha relatos de formigamento na região correspondente do corpo. Atualmente as atividades corticais podem ser acompanhadas através da ressonância magnética funcional e técnicas de potencial evocado.O córtex somestésico possui 4 subáreas distintas que processam aspectos específicos da modalidade somestésica como é mostrado a seguir:
Subárea 3a: propriocepção
Subárea 3b: tato
Subárea s 1 e 2:
Este aí de cima é o homúnculo de penfield
Para ter maiores detalhes sobre as áreas corticais envolvidas na propriocepção, sugiro a leitura da Apostila de fisiologia da Unesp-Botucatu
O que eu quero enfatizar com esta breve descrição é que o mapa somático cortical não é fixo: apresenta plasticidade de uso e desuso. Ex: Paciente com as mãos amputadas, relata sensação fantasma evocadas por estímulos faciais.
Conforme o uso que é dado a determinadas partes do corpo, a representação se torna proporcionalmente maior ou menor; os mapas são diferentes entre as pessoas. Mas o que isso significa e qual a implicação desta informação para um fisioterapeuta? Ora, significa que a propriocepção pode ser treinada. Creio que na verdade, o mais correto seria dizer que podemos treinar nosso SNC de modo a otimizar as reações motoras em resposta a alterações bruscas do posicionamento corporal. Em outras palavras: Tonar o cérebro mais atento às informações proprioceptivas e ensiná-lo a responder rapidamente a elas.
Após uma lesão articular e/ou ligamentar, os receptores proprioceptivos também são danificados, o que significa que a informação que é normalmente enviado para o cérebro fica prejudicada. Nestes casos, haverá um déficit na capacidade proprioceptiva do indivíduo. Isto pode deixar a pessoa propensa a se lesionar novamente, ou diminuir a sua coordenação durante o esporte. O treino proprioceptivo envolve geralmente superfícies instáveis. Esta instabilidade fornece ao organismo constantes oportunidades para avaliar a sua orientação no espaço, desenvolvendo e treinando a consciência corporal. Uma melhora na reposta proprioceptiva proporciona ao corpo com maior equilíbrio e estabilidade.
Exercícios de Propriocepção
Abril 01 2011
Segundo Sexton (2005) apenas exercícios que desenvolvam força e amplitude articular não são decisivos para uma boa manutenção e desenvolvimento do sistema proprioceptivo, sendo necessária uma abordagem específicaatravés de exercícios de equilíbrio estático e dinâmico com ou sem auxílio de equipamentos, como plataformas de equilíbrio, que devem seguir uma progressão de intensidade conforme a capacidade do indivíduo a ser treinado.
 
Malliou et al. (2004) afirmam que os exercícios de estimulação sensorial devem fazer parte de qualquer programa de treinamento e não apenas visando à reabilitação após lesões, quando é mais usado. Os exercícios de equilíbrio estimulam os mecanorreceptores treinando o SNC a reconhecer a posição corporal durante qualquer atividade executada, prevenindo possíveis lesões e quedas principalmente na população idosa.
Os exercícios proprioceptivos são uma parte integral do processo de reabilitação, estudos realizados comprovaram que a prescrição destes exercícios melhora o senso de posição articular e evita que as lesões ocorram (Dover et al., 2003).
 
A prática regular de exercícios proprioceptivos ajuda a manter uma excelente resposta do sistema somatosensorial, comprovando que a utilização destes exercícios auxilia na manutenção do equilíbrio (Gauchard, 1999).
 
O programa de exercícios proprioceptivos, para compor um trabalho proprioceptivo preventivo, deve ter exercícios dinâmicos, multidirecionais e específicos de cada esporte ou atividade exercida pelo paciente. Estes exercícios trabalham principalmente com componentes da estabilidade dinâmica das articulações (unidades músculo-tendíneas) que mantém os membros e as articulações estáveis durante os movimentos. Este treinamento de exercícios dinâmicos específicos de cada esporte ou atividade exercida permite facilitações na adaptação proprioceptiva nas articulações.
 
Em resumo são exercícios específicos que visam estabelecer o equilíbrio dinâmico das articulações. São executados mediante tomada de peso sobre a articulação e situações criadas a fim de promover a reeducação do equilíbrio.
 
Promovem desequilíbrio músculo-articular, que proporcionam movimentos complexos e estabilizam a articulação.
 
A importância e o objetivo destes exercícios consistem em após uma lesão provocar desequilíbrios, através de diferentes estímulos para que haja equilíbrio e conseqüente formação de novo engrama.
 
Os exercícios proprioceptivos têm finalidades como:
- Diminuição do período de latência nervosa, ou seja, do tempo existente entre a introdução de um estímulo e uma resposta a ele.
- Formação de engrama sensorial, importante para que se evite lesões repetitivas.
- Aquisição de confiança por parte do paciente para voltar as suas atividades.
- Importância emocional.
 
 
 
Os exercícios proprioceptivos podem ser divididos em três fases:
 
1. Fase ativa-estática: desequilíbrio provocado pelo fisioterapeuta, onde o paciente fica aproximadamente 40 segundos tentando reagir para manter-se equilibrado.
 
2. Fase ativa-dinâmica: exercícios mais complexos, com adição de superfícies de apoio para execução de cada exercício.
 
3. Fase de proteção de prática desportiva: alterna-se o ritmo, as superfícies de execução e as posições de simulações dos gestos desportivos, tendo como principal objetivo à integralização dos movimentos globais e específicos do gesto desportivo.
 
Podem ser utilizados ainda na propriocepção aparelhos como o "skate", "cama elástica", "balancinho", "giro-plano", podem ser feitos circuitos, enfim, o mais importante para o terapeuta e ter criatividade para inventar o máximo de situações diferentes de desequilíbrio do paciente para que haja posteriormente o equilíbrio.
 
 
 
 
 
 
Existem muitos exercicios de propriocepção, é só colocar a criatividade em ação.

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