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Alunos: Jucilane Braga, Ricardo Torres, Tiago costa. Data: 28 de abril de 2023. Professor: Elson Almeida. TÍTULO Tensão superficial pelo método do peso da gota. RESUMO Tensão superficial é um efeito que ocorre na camada superficial de um líquido que leva a sua superfície a se comportar como uma membrana elástica, por outro lado, a tensão interfacial é a propriedade que define a afinidade entre moléculas de substâncias diferentes e a capacidade de mistura entre elas. O presente relatório teve como o objetivo determinar a tensão superficial de líquidos e avaliar o erro pelo método da gota, e como resultado tivemos que a tensão superficial da água é de 70,7413 dyn/cm-1 , para o Etanol P.A. foi de 22,38932 dyn/cm-1, e para as soluções de 0,1 e 0,5 mol/L foram de 70,89213 dyn/cm-1 e 63,8743 dyn/cm-1 respectivamente. INTRODUÇÃO A tensão superficial é uma propriedade física que descreve a força que atua na superfície de um líquido, fazendo com que ela tenda a minimizar sua área superficial. Essa força é gerada pela atração entre as moléculas do líquido, que tendem a se manter unidas, e resulta em uma camada de moléculas mais fortemente ligadas na superfície do líquido (IOST e RAETANO, 2010). Compreender a tensão superficial é fundamental para entender muitos processos físicos e químicos, desde a formação de ondas em oceanos e lagos até a fabricação de produtos como tintas, cosméticos e alimentos (COLONETTI e ELYSEU, 2009; PEREIRA et al., 2013). Por isso, estudos envolvendo tal temática é objeto de estudo em diversas áreas da ciência, como por exemplo na física e na química. A tensão pode também existir entre dois líquidos imiscíveis, sendo então chamada de tensão interfacial. Ela é o parâmetro chave no controle da compatibilidade entre os constituintes de uma mistura, é também o parâmetro mais acessível que descreve as condições termodinâmicas e estruturais das interfaces das misturas (DEMARQUETTE e KAMAL, 1997). Um dos métodos utilizados para medir tensão superficial é o método do peso da gota. Nesse método, geralmente emprega-se uma vidraria especial, o estalagmômetro. No exato momento de desprendimento, a força exercida pelo peso da gota (m.g) é equilibrada pela tensão superficial (γ) multiplicada pela circunferência (2.π.r) da gota formada. Desta forma, a tensão superficial pode ser calculada pela medida da massa (m) de uma gota do líquido, ou mesmo, pelo volume da gota (V) e a densidade do líquido (ρ) (BEHRING et al., 2004), como mostra a Equação (1) a seguir. (1) O fator de correção f é uma função do raio do tubo e do volume da gota. Estes valores são tabelados abaixo: Quadro 1 - Fator de correção para o método do peso da gota. 𝒓 𝑽𝟏/𝟑 f 𝒓 𝑽𝟏/𝟑 f 𝒓 𝑽𝟏/𝟑 f* 0,00 1,0000 0,75 0,6032 1,225 0,656 0,30 0,7256 0,80 0,6000 1,25 0,652 0,35 0,7011 0,85 0,5992 1,30 0,640 0,40 0,6828 0,90 0,5998 1,35 0,623 0,45 0,6669 0,95 0,6034 1,40 0,603 0,50 0,6515 1,00 0,6098 1,45 0,583 0,55 0,6362 1,05 0,6179 1,50 0,567 0,60 0,6250 1,10 0,6280 1,55 0,551 0,65 0,6171 1,15 0,6407 1,60 0,535 0,70 0,6093 1,20 0,6535 PARTE EXPERIMENTAL A) Determinação do diâmetro do tubo de vidro O Diâmetro do tubo pode ser medido utilizando-se um paquímetro ou obtido a partir da massa de uma gota de um líquido padrão, cujo valor da tensão superficial seja conhecido. A massa de uma gota de água pura a 20 °C, para tubos de diferentes diâmetros, encontra-se tabelada no quadro abaixo. Para temperaturas superiores ou inferiores a 20 °C, mas não muito diferentes, pode-se usar a seguinte relação para calcular a massa da gota da água a 20 °C. Recolher 10 gotas do líquido padrão, anotar a massa de uma gota e determine r utilizando o Quadro 2. Quadro 2 - Massa de uma gota de água que se desprende de tubos de diferentes diâmetros Massa da gota (g) Raio do tubo (cm) Massa da gota (g) Raio do tubo (cm) 0,033450 0,09946 0,090467 0,31891 0,042347 0,13062 0,091620 0,32362 0,046901 0,14769 0,096392 0,34188 0,054678 0,17750 0,096918 0,34385 0,059700 0,19666 0,09868 0,35022 0,068026 0,23052 0,10623 0,37961 0,069869 0,23135 0,10966 0,39262 0,072682 0,23790 0,11161 0,39968 0,077753 0,26802 0,11957 0,42765 0,079680 0,27605 0,12522 0,44755 0,084270 0,29423 0,12575 0,4498 0,084880 0,29694 0,14142 0,50087 B) Determinação da Tensão Superficial Recolher 10 gotas do líquido problema (água, etanol, solução de etanol 0,5 e 0,1 mol/L) no frasco (já pesado anteriormente com a tampa). Anote o volume e a massa correspondente às gotas recolhidas. Determinar o peso de uma gota e o volume de uma gota. Calcular r/V1/3 e obter f utilizando o Quadro 1. Determinar γ através da Equação 1. RESULTADOS E DISCUSSÕES A primeira parte do experimento é dada pela determinação do diâmetro do tubo de vidro, que pode ser obtida através dos dados do Quadro 2. Ao plotar o gráfico, percebeu-se de que se tratava de uma reta, conforme mostra a Figura 1, dada pela Função 1: 𝑦 = 3,8275𝑥 − 0,0303 (1) onde o R2 = 0,9987. Para fins de confirmação para saber se o diâmetro da vidraria utilizada seria adequado para realizar tal experimento, pesou-se a massa de uma gota de água, cuja messa pesada foi de 0,06007 g, e colocamos na Função 1. O raio do tubo encontrado foi de 0,199618 cm, muito próximo do valor encontrado no Quadro 2, onde uma gota pesando 0,059700 g, apresentaria um raio de 0,19666 cm. Com isso, é possível afirmar que a vidraria é adequada para realizar os testes das etapas seguintes e que corresponde ao valor tabelado. Figura 1 – Gráfico que relaciona a massa da gota e o raio do tubo. Em vermelho se destaca a região onde o raio da vidraria utilizada pode ser encontrado. Fonte: Os autores. Com o raio encontrado, teve-se que encontrar as outras incógnitas para assim poder determinar a tensão superficial das amostras liquidas a serem analisadas, como os valores de r/V 1/3 e o f. Os valores de r/V 1/3 foram adquiridos substituindo os valores encontrados de V e do r, e com isso, encontramos r/V 1/3 sendo 0,484358 tanto para o Teste 1, quanto para o Teste 2. Para encontrar o valor de f, foi necessário analisar o comportamento do gráfico expresso através da Tabela 1, para ver em que faixa o valor de r/V 1/3 se encaixaria, e assim escolher a função adequada. Na figura 2, é notório de que o gráfico não se trata de uma reta, nesse caso, deve-se analisar apenas uma pequena parte para encontrar o valor mais próximo de r/V 1/3. A faixa analisada está representada na Figura 3, onde a linha em vermelho representa os valores mais próximos dos valores encontrados. Com isso, a função dada pela região analisada é y = -0,2285x + 0,7679. Substituindo os valores de r/V 1/3 na função, encontra-se o valor de f. Figura 2 – Gráfico não linear gerado através da Tabela 1. O gráfico apresenta 3 momentos diferentes, então é necessário analisar as regiões por partes. Fonte: Os autores. Figura 3 – Região de análise que apresentam os valores próximos dos valores r/V 1/3 de encontrado, sendo mais preciso a região destacada em vermelho. Fonte: Os autores. Os resultados encontrados para as amostras de água, podem ser observados na Tabela 3 a seguir. Tabela 3 - Valores encontrados de o r/V 1/3 e o f. Fonte: Os autores. O raio é dado em Centímetros, e a massa em Gramas, e para que pusesse calcular a tensão superficial (γ) da água, foi necessário converter as unidades de ambos para Metros e Quilogramas, respectivamente. Logo, utilizando a Equação 1 no Excel, encontramos a tensão superficial de 0,0707413 (ou 70,7413 dyn/cm-1) para o Teste 1, e 0,0744391 (ou 74,4391 dyn/cm-1) para o Teste 2, ficando com uma média de 72,59019 dyn/cm-1. A média encontrada para a tensão superficial da água se aproxima do valor descrito por DE FATIMA ULISSES et al, 2017 e SILVA-MATTE et al, 2014, onde a tensãoé de aproximadamente de 71,809 dyn/cm-1. O mesmo procedimento foi feito para as amostras de Etanol P.A. e para as soluções de etanol de concentração a 0,5 e 0,1. A tabela 4 mostra os resultados para o Etanol P.A., que apresentou uma média de tensão superficial de 22,38932 dyn/cm-1. O valor encontrado para a tensão superficial do Etanol P.A. se aproxima do valor descrito por Rodrigues, 2016, que menciona em seu trabalho que a tensão do Etanol é baixa, sendo próxima de 22 dyn/cm-1. Tabela 4 – Dados da amostra do Etanol P.A. com a média de tensão superficial de 22,38932 dyn/cm-1. Fonte: Os autores. Para as amostras diluídas, encontramos uma tensão de 63,8743 dyn/cm-1 para a solução de 0,5 mol/L e 70,89213 dyn/cm-1 para a amostra de 0,1 mol/L./, conforme a tabela 5. Não foi identificado na literatura algo relacionado sobre os valores encontrados, porém, é possível fazer uma analogia com os resultados anteriores, da Água e do Etanos, logo, nota-se que as soluções diluídas apresentam uma tensão superficial próxima da tensão superficial da água, indicando que na solução apresenta mais água do que Etanol. Tabela 5 – Dados da amostra da solução de etanol a 0,1 e 0,5 mol/L. Fonte: Os autores. CONCLUSÃO O método da gota se mostrou um método eficaz para a determinação da tensão superficial dos líquidos a serem analisados. Os resultados encontrados se aproximavam dos valores encontrados na literatura. Para as soluções de 0,1 e 0,5, não foram encontradas suas tensões na literatura, porém, deduz-se que ambas apresentam mais agua do que etanol. REFERÊNCIAS COLONETTI, E.; ELYSEU, F. Tensão superficial e sua relação com a decoração em revestimentos cerâmicos. Cerâmica Industrial, v. 14, n. 2, p. 28-32, 2009. DE FÁTIMA ULISSES, A. et al. Verificação experimental de aspectos relevantes sobre a tensão superficial em uma abordagem didática. Revista Ifes Ciência, v. 3, n. 2, p. 3-15, 2017. DEMARQUETTE, N. R.; KAMAL, M. R. Comparação entre o método da gota pendente e o método da gota girante para medida da tensão interfacial entre polímeros. Polímeros, v. 7, p. 63-70, 1997. IOST, C. A. R.; RAETANO, C. G. Tensão superficial dinâmica e ângulo de contato de soluções aquosas com surfatantes em superfícies artificiais e naturais. Engenharia Agrícola, v. 30, p. 670-680, 2010. PEREIRA, T. C. et al. Detergentes e seus congêneres: qualidade e segurança. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, v. 1, n. 23, p. 40-41, 2013. RODRIGUES, D. V. Aplicação de microemulsão como colchão lavador de fluido não aquoso. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Química do Petróleo - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016. SILVA-MATTE, S. C. et al. Variabilidade da quebra da tensão superficial da gota pelo adjuvante em função de locais de captação de água. Agrarian, v. 7, n. 24, p. 264-270, 2014. QUESTIONÁRIO 1. Faça uma tabela de valores de tensão superficial para mercúrio, água, acetona, tetracloreto de carbono, alguns alcanos e álcoois. Qual a faixa de valores caraterística para estes líquidos orgânicos? Qual das substâncias apresenta o maior valor de tensão superficial? A maior tensão superficial encontrada é a do Mercúrio. 2. Na determinação da tensão superficial pelo método do peso da gota, em que situação deve-se usar o raio interno e em que situação deve-se usar o raio externo do tubo para se calcular a tensão superficial? No caso dexperimento ser de tensão superficial pelo método da gota, se deve ter ciência quando utilizar qual raio da vidraria, interno ou externo. O raio externo deve ser usado quando o tubo estiver mergulhado no líquido, ou seja, quando o líquido molha o tubo; de outro modo, deve-se utilizar o raio interno do tubo. Como vimos antes, as moléculas da superfície da gota são atraídas para dentro, forçando, por causa dessa atração, as moléculas internas. Sendo essa tensão superficial T uma força por unidade de comprimento podemos calcular a força total sobre uma circunferência máxima da gota multiplicando T pelo comprimento dessa circunferência. Obtemos: F1 = 2π R x T. 3. A equação utilizada na determinação da tensão superficial pelo método do peso da gota é γ= mg/ 2πrf. Qual significado de cada termo da equação? Por que é necessário medir tanto a massa quanto o volume da gota? A que se deve o fator de correção f? Como a tabela de f em função de r/V1/3 pode ser construída experimentalmente? Por questão de curiosidade os termos da equação 𝛾 = 𝑚𝑔/2𝜋𝑟𝑓, significam 𝛾 = tensão superficial, m= massa de uma única gota da substância, g= 9,8 m/s², 2 é constante, 𝜋 =3,14, r= raio do tubo e f= fator de correção. O método da gota é, talvez, o mais convenientemente correto para se medir a tensão superficial de um gás-líquido ou líquido-líquido (interface). O procedimento é formar gotas do líquido no fim de um tubo, permitindo a queda dentro de um recipiente até que o suficiente tenha sido coletado, assim o peso da gota pode ser determinado corretamente Esse método é muito antigo, com observações feitas por Tate (1864), e uma simples expressão para o peso da gota é encontrado pela fórmula abaixo: W=2π*r*γ O procedimento usual é para aplicar um fator de correção ‘f ’ na equação anterior, assim que W’ é encontrado por [1]. W=2π*r*γ*f Harkins e Brown concluíram que o “f ” mostrado será uma função da razão r/a ou r/v^1/3, onde V é o volume da gota. Isto foi verificado experimentalmente. O volume da gota V é determinado a partir da densidade do líquido. Logo: γ=(m.g)/2πr O método da gota pode ser usado para a determinação das tensões interfaciais líquido-líquido. A mesma equação é aplicada, todavia, deve ser relembrado que ‘W’ e ‘m’ agora denotam o peso e a massada gota menor do que o líquido deslocado. Disponível em: http://www.hottopos.com/regeq9/adejane.htm. Acessado em 27 de abril de 2023.
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