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PROJETOS ELÉTRICOS 
Vinicius Puglia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS .......................................................... 3 
2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS .................................................. 19 
3 PROTEÇÃO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ............................................... 30 
4 PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ................................. 41 
5 ENTRADA DE ENERGIA ........................................................................... 57 
6 PROJETOS COMPLEMENTARES .............................................................. 68 
 
 
, 
 
 
3 
 
 
1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS 
Apresentação 
Olá estudante, esse é o bloco responsável por apresentar alguns elementos no que se 
refere à projetos elétricos. Para que possamos conhecer melhor determinados 
aspectos, vamos nos aprofundar de início no dimensionamento de cargas com as 
definições de potência, assim como as agências reguladoras pela distribuição de 
energia no Brasil. Veremos também a respeito do dimensionamento de cabos e 
disjuntores e suas respectivas cores dentro da padronização de uma instalação. Em 
seguida será abordado o tema do fator de demanda, como seus cálculos e tabelas. 
Para fechar esse bloco teremos uma noção geral sobre os projetos elétricos em baixa 
tensão regulamentados pela ABNT 5410 e suas respectivas simbologias principais, 
concluindo com esboço de um diagrama para melhor entendimento. 
1.1 Dimensionamento de carga 
Ao tratarmos de energia elétrica estamos nos referindo ao fenômeno capaz de 
impactar nosso modo de vida. Dessa forma o modo do qual lidamos com ele garante a 
máxima eficiência de toda sua capacidade de fornecimento. Para dar início ao 
conteúdo é necessário entender a energia elétrica e seu respectivo funcionamento. 
Definimos como energia elétrica o movimento de elétrons. Assim temos a tensão a 
elétrica como resultado da diferença de potencial (DDP) entre dois pontos. Temos 
dentro desse termo também a potência elétrica onde é definido como trabalho gerado 
pela corrente elétrica num determinado período de tempo. 
Uma vez definidos os termos dentro da energia elétrica, chegou a hora de adentrar 
neste universo do qual nos permite uma infinidade de aplicações, assim como cálculos, 
previsões, dimensionamentos, projeções, entre outros. 
Ao trabalharmos em determinado projeto elétrico o primeiro passo a ser dado é fazer 
um levantamento de dados que nos auxiliam em uma previsão de cargas. Realizar uma 
, 
 
 
4 
 
previsão de cargas é primordial para que possamos saber a quantidade necessária de 
potência a ser demandada para a instalação em questão. Para isso devemos saber 
quem nos fornece energia elétrica para que possamos usufruir no aconchego de nossa 
residência, universidade ou mesmo trabalho. 
A concessionária é definida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica definida 
como o órgão regulador de energia elétrica no Brasil), como “Agente titular de 
concessão federal para prestar o serviço público de distribuição de energia elétrica, 
doravante denominado distribuidora”. Resolução Normativa ANEEL n. 479, de 03 de 
abril de 2012 (Diário Oficial de 12 de abr. de 2012, p. 48). Em outras palavras, é a 
empresa responsável por distribuir a energia para nossa cidade, cabendo a ela 
manutenção e cobranças tributárias. É possível saber mais dos serviços e prazos 
adicionais ofertados pelas concessionárias de energia elétrica na Resolução Normativa 
Aneel nº 414/2010. As principais concessionárias operantes no Brasil são: Energisa, 
Eletrobrás, CPFL, EDP, AES, Enel, Iberdrola, Equatorial Energia. Sendo a Enel 
responsável por boa parte de São Paulo e a EDP responsável pela demanda da cidade 
de Guarulhos. 
1.1.1 Distribuição de pontos 
No contexto da previsão de demanda, devemos analisar tantos as quantidades de 
tomadas com suas respectivas amperagens, quanto os pontos de iluminação. Esta 
tarefa nada mais é do que gerar uma tabela onde separamos as tomadas comuns ou 
mais conhecidas como Tomadas de Uso Geral (TUGs), Tomadas de Uso Específico 
(TUEs) e os pontos de iluminação com a somatória de suas Potências Totais. 
No auxílio desta função podemos encontrar a NBR 5410 da qual regulamenta as 
condições apropriadas para o funcionamento eficaz e com segurança das instalações 
elétricas de baixa tensão. Esta norma, no item 9.5.2.1 por exemplo, fornece diretrizes 
relacionadas à previsão de cargas de iluminação, como estes três tópicos abaixo: 
I. Em cada cômodo ou dependência, no mínimo um ponto de luz, com 100 VA; 
II. Em cômodos com área igual ou inferior a 6 m², no mínimo uma carga de 100 
VA; 
, 
 
 
5 
 
III. Em cômodos com área maior que 6 m², devemos prever 100 VA para os 
primeiros 6 m² + 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros. 
Já no item 9.5.2.2.1 da norma, trata a respeito da quantidade mínima de 
pontos de tomada a ser respeitado, de acordo com alguns critérios, temos: 
I. Em banheiros, deve ser previsto ao menos um ponto de tomada; 
II. Em cozinhas, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um 
ponto a cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo no mínimo dois 
pontos acima da bancada da pia; 
III. Em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, podendo ele 
ser instalado próximo a ela; 
IV. Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada 
para cada 5 m ou fração de perímetro. 
 E para demais cômodos: 
I. Um ponto se a área for inferior a 6 m²; 
II. Um ponto para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do cômodo ou 
dependência for superior a 6 m². 
1.1.2 Dimensionamento de cabos e disjuntores 
Numa instalação é preciso dimensionar os elementos a fim de evitar sobrecargas, 
curtos ou acabar gastando mais do que o necessário. Neste intuito iniciamos o 
dimensionamento do cabeamento, a tabela abaixo expressa a carga suportada de 
acordo com a bitola do cabo: 
 
 
 
 
 
, 
 
 
6 
 
 
 
 
Seções nominais (mm²) Corrente no condutor (A) 
1,5 15,5 
2,5 21,0 
4,0 28 
6,0 36 
10,0 50 
16,0 68 
25,0 89 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 1.1 – Bitola dos cabos em função da corrente 
Assim podemos fazer uma conexão entre a corrente que passa pelo cabo de acordo 
com sua respectiva espessura. Além de dimensioná-lo, devemos também seguir um 
padrão de cores para os cabos para facilitar o trabalho de futuros profissionais que 
venham lidar com a instalação. Veja a tabela de cores de acordo com sua respectiva 
função: 
Cabo verde ou verde e amarelo Terra 
Cabo azul Neutro 
Cabo preto, marrom ou vermelho Fase 
Cabo amarelo Recomendável para retorno 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 1.2 – Cores dos cabos 
Da mesma forma que o dimensionamento dos cabos é importante, o disjuntor é outro 
elemento que necessita determinar a corrente suportada para sua utilização. Mas para 
isso precisamos saber a sua função no circuito. O disjuntor colocado no circuito 
funciona como espécie de um interruptor. Como o relé bimetálico e o relé 
eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionado a alavanca 
, 
 
 
7 
 
liga-desliga fecha-se o circuito, que é travado pelo mecanismo de disparo e a corrente 
circula pelos dois relés. Quando ocorrer o desligamento do disjuntor, basta acionar a 
alavanca de acionamento para que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária a 
substituição, como ocorre com os antigos fusíveis. 
Agora que já sabemos a sua função, seu dimensionamento é dado a partir da Lei de 
Ohm, responsável então por determinar a carga total do circuito da qual o disjuntor 
deverá suportar, veja: 
𝑖 = 
𝑃
𝑉
 
Onde: 
𝑖 - Corrente (A) 
P - Potência (W) 
V - Tensão (V) 
Assim encontramos a corrente do circuito podendo então dimensionar o disjuntor 
deixando uma devida tolerância em relação à potência total do circuito, veja o 
exemplo abaixo: 
Ex.: A soma total doselementos do circuito é de 2200 W, considerando um circuito 
monofásico: 
𝒊 = 
𝟐𝟐𝟎𝟎
𝟏𝟐𝟕
 .: 𝒊 = 𝟏𝟕, 𝟑𝟐 𝑨 
Dessa forma utilizamos um disjunto de 20A, pois além de possuir um valor acima de 
tolerância mínima, também é um disjuntor comerciável. 
 
, 
 
 
8 
 
1.2 Cálculo de demanda 
Andrade e Lobão (1997) citam que “no período de 1970 a 2002, o consumo da classe 
Residencial mineira cresceu à taxa média de 8,3% a. a.” representando assim 
mudanças significativas nas instalações prediais em geral a nível nacional. Por isso ao 
realizar o cálculo de demanda de uma instalação, é possível projetar de uma maneira 
mais realista e econômica tanto a entrada de energia, como os circuitos que 
alimentam os quadros de distribuição, onde a ANEEL define na Resolução Normativa 
nº 414/2010, “fator de demanda é a razão entre a demanda máxima de potência 
registrada num intervalo de tempo especificado, ou potência de alimentação, e a 
potência instalada na unidade consumidora.” 
Em outras palavras este fator é utilizado normalmente no dimensionamento de 
instalações elétricas através da análise do uso dos equipamentos simultaneamente. 
Este fator existe, pois, é muito difícil que ocorra numa instalação a situação onde todos 
os equipamentos estão ligados na tomada (e funcionando), assim como todas as luzes, 
ou seja, 100% da instalação esteja sendo usada. Assim chegamos nesta fórmula do 
Fator de Demanda, apesar de ser um valor muitas vezes fornecido pela concessionária 
ou literaturas de fácil acesso: 
𝐹𝐷 = 
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 (𝑘𝑊)
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎
 
Este valor varia de 0 a 1, onde normalmente a potência instalada é consideravelmente 
maior em relação à demanda máxima de potência na situação de pico na curva de 
carga. Devido a isto, determinar corretamente tais potências assegura uma revisão 
segura, eficaz e econômica da instalação. 
Veja no exemplo a tabela fornecida pela concessionária EDP onde em suas normativas 
declaram o fator de demanda para todos os pontos de instalação que possam existir, 
na figura abaixo veremos o fator de demanda designado para tomadas de uso especial: 
, 
 
 
9 
 
Fonte: EDP. <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> 
Figura 1.3 – Fator de demanda para TUEs 
Alguns estabelecimentos comerciais também possuem um fator de demanda 
específico, a EDP também aborda alguns sítios do qual podem variar a importância 
deste fator, veja na figura abaixo este fator voltado para iluminação e tomada de uso 
geral: 
 
Fonte: EDP. <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> 
Figura 1.4 – Fator de demanda para alguns estabelecimentos 
 
 
, 
 
 
10 
 
 
 
1.2.1 Previsão de demanda 
A fim de apresentar a demanda prevista de uma instalação, é necessário conhecer a 
instalação em questão para que possamos desenvolver o diagrama elétrico, 
conhecendo as características da instalação. Para isso é recomendável comunicar-se 
com o cliente a fim de conhecer suas respectivas necessidades. 
Com isso geramos o projeto de previsão de cargas, onde é descrito os aparelhos 
eletroeletrônicos na residência a fim de estipular a potência total a ser instalada, assim 
como a disposição de tomadas nos cômodos. A partir disso veja abaixo um projeto de 
previsão de cargas de acordo com uma edificação que contempla um apartamento 
residencial de 40m² com 2 dormitórios: 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 1.5 – Previsão de cargas 
 
 
, 
 
 
11 
 
De acordo com a normativa da EDP, concessionária da qual se encontra a instalação, o 
fator de demanda destinado para tomadas e iluminação podemos encontrar na tabela 
abaixo: 
 
Fonte: <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> 
Figura 1.6 – Fator de demanda para alguns estabelecimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
12 
 
Dessa forma a previsão de acordo com o fator de demanda se altera, diminuindo a 
potência total a ser instalada evidenciada na imagem abaixo: 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 1.7 - Previsão de cargas com o fator de demanda 
 
, 
 
 
13 
 
1.3 Projeto elétrico em baixa tensão 
Segundo Lima Filho (1997), projetar significa apresentar soluções das quais sejam 
possíveis sua implementação para que possamos resolver determinados problemas. 
Por isso em um projeto é necessário identificar o problema a ser resolvido, que seria 
planejar uma instalação livre de sobrecargas, seguro contra descargas atmosféricas ou 
outros surtos e também eficiente e de menor custo para o cliente. Isto tudo alinhado a 
seguir normas e diretrizes que regem estas instalações. 
A norma ABNT NBR 5410:2004 deve ser precisamente seguida por projetistas e 
instaladores, pois conforme o Código de Defesa do Consumidor são legalmente 
responsáveis por acidentes que eventualmente possa acontecer por falhas de projeto 
ou de execução. Dentre algumas diretrizes da qual a ABNT é responsável, citamos 
algumas abaixo: 
• Normas de procedimentos que fornecem orientações sobre a maneira correta 
de empregar materiais e produtos; executar cálculos e projetos; instalar 
máquinas e equipamentos; realizar controle de produtos; 
• Normas de padronização que fixam formas, dimensões tipos de produtos 
usados na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos e 
elétricos; 
• Normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para conceitos, 
grandezas, sistemas ou partes de sistemas, com a finalidade de representar 
esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxograma etc. 
Este último item é importante para realizar a comunicação entre engenheiros e 
técnicos, da qual os diagramas são responsáveis por tal comunicação. No projeto de 
uma instalação elétrica é preciso fazer um levantamento de todos os componentes da 
instalação, além da metragem dos fios, dos eletrodutos e de outros elementos que 
podem estar na construção ou não. Assim a simbologia é crucial para entendimento 
desses elementos e características de um diagrama, veja alguns dos principais 
símbolos nas suas representações gráficas: 
 
, 
 
 
14 
 
• Interruptor de uma seção; 
 
• Interruptor de duas seções; 
 
• Interruptor de três seções; 
 
• Interruptor paralelo; 
 
• Interruptor intermediário; 
 
• Quadro geral de luz e força; 
 
• Caixa para medidor; 
 
 
 
 
, 
 
 
15 
 
• Tomada na parede, baixo (300mm do piso); 
 
• Tomada meia altura (1300mm do piso); 
 
• Tomada alta (2000mm do piso); 
 
• Ponto de luz no teto. Indicar o nº de lâmpadas e watts. 
 
 
A partir da simbologia já conhecida, podemos visualizar um esboço do diagrama 
unifilar. Para isto se faz necessário possuir o levantamento de cargas em mãos, com 
dados relevantes para ter a noção da disposição das tomadas dentro da residência, 
facilitando assim a construção do diagrama elétrico. Dentre estes diagramas temos o 
funcional, trifilar, multifilar e unifilar. O diagrama unifilar é o mais usado devido a 
facilidade de compreensão em plantas elétricas residenciais, ele representa os 
circuitos elétricos na edificação, seja comercial, industrial ou predial. Ele representa os 
pontos de conexão mostrando sua respectiva disposição, como também o trajeto dos 
condutores, local do quadro de distribuição e a separação dos circuitos. 
Para melhor entendimento, nesta etapa veremos um esboço de um digrama unifilar a 
partir dos dados do levantamento de cargas do subtema anterior (1.2.1 Previsão de 
, 
 
 
16 
 
demanda), sem a divisão dos circuitos para que assim possamos visualizar de forma 
mais clara a distribuição de tomadas, lâmpadas e interruptores. Para relembrar, veja o 
projeto de previsão de cargas do apartamento residencial de 40m²: 
 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 1.8 - Previsão de cargas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
17 
 
De acordo com essas informações, é possível plotar a distribuição dos pontosno 
esboço abaixo: 
 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 1.9 – Esboço do Diagrama Unifilar 
Conclusão 
Neste primeiro bloco abordamos o dimensionamento de carga tratando 
primeiramente da definição de energia elétrica para que assim saibamos como 
adentrar a esse assunto. Em seguida vimos, segundo a NBR 5410, algumas 
especificações no que se refere à distribuição de pontos nas áreas, tanto quanto 
tomadas quanto os pontos de iluminação. Abordamos as seções nominais dos cabos 
de acordo com sua corrente, as suas cores de acordo com a sua função e também o 
cálculo para dimensionamento de disjuntores. 
, 
 
 
18 
 
No segundo subtema vimos a respeito do cálculo de demanda, sendo este valor aquele 
que refere a razão entre a demanda máxima e a potência instalada na unidade 
consumidora. Por fim abordamos as simbologias mais usadas no que se refere as 
representações gráficas dos elementos de uma instalação elétrica, exemplificando a 
partir de uma previsão de carga o esboço de um diagrama unifilar. 
REFERÊNCIAS 
• ANDRADE, T. A; LOBÃO, W. J. A. “Elasticidade renda e preço da demanda 
residencial de energia elétrica no Brasil.” Rio de Janeiro: IPEA, 1997. (Texto 
para Discussão, n. 489). 
• EDP. “Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária de distribuição 
– unidade consumidora individual EDP São Paulo”. VS 06, 2022. Disponível em: 
<https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf>. 
Acesso em: 11 maio 2022. 
• LIMA FILHO, Domingos Leite. Projetos de instalações elétricas prediais. Saraiva 
Educação SA, 1997. 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
• GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: 
Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) 
• KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: 
Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) 
• SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: 
InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) 
 
 
 
 
 
, 
 
 
19 
 
 
2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS 
Apresentação 
Assim como tratamos no primeiro bloco do projeto elétrico em baixa tensão, neste 
bloco também trataremos de projeto elétrico, porém estamos nos referindo a um 
projeto elétrico industrial. A partir do dimensionamento de cargas, alguns dispositivos 
de segurança e de manobra usados na indústria, abordaremos este tema. 
Em seguida veremos sobre os fatores de potência com suas respectivas correções. 
Para fechar, veremos um panorama geral de um projeto elétrico industrial 
contemplando as etapas que nele contém, assim como algumas das simbologias mais 
usadas. 
2.1 Dimensionamento de carga 
Quando tratamos de dimensionar a carga de determinada instalação, seja industrial ou 
predial, nos referimos à determinação da corrente necessária para a instalação elétrica 
do projeto. Assim como, estabelecer a quantidade de tomadas, pontos de luz, e 
disjuntores a serem utilizados, garantindo que todos os equipamentos utilizados sejam 
ligados em correntes compatíveis. 
Quanto ao dimensionamento industrial, se faz necessário determinar uma série de 
cálculos que venham determinar as operações de maneira unitária, calculando 
também propriedades físicas dos equipamentos, transportes, transferências de calor 
ou massa nos processos industriais. Consistem também nesse dimensionamento 
as análises de produtividade e rentabilidade do processo, de modo a garantir que o 
potencial de desempenho seja de maior eficiência possível. 
As instalações elétricas industriais referem-se a alimentadores e circuitos 
terminais (ramais) para suprimento de energia de máquinas e outros 
dispositivos elétricos relacionados à fabricação de produtos para uso no dia 
a dia do ser humano ou para dispositivos elétricos usados nos processos 
industriais de fabricação, ou ainda outros processos de produção (GALOTTI, 
2019) 
 
, 
 
 
20 
 
A grande diferença que encontramos no levantamento de cargas industriais para 
prediais, se dá por conta de cargas elevadas e de diferentes tensões que encontramos 
na indústria. Diferentemente das residências, neste meio industrial encontramos 
máquinas com tensões de 380v, 440v e 760v por exemplo. Veja na imagem abaixo uma 
rebobinadeira que opera em alta tensão, muito usada na indústria para desenrolar de 
forma alinhada uma bobina ou rolo maior de material para que seja transformado em 
rolos menores: 
 
 
Fonte: Alvarez Ultra. <https://alvarezultra.com/es/product/ultra-grande-600-
2/?gclid=Cj0KCQjw6pOTBhCTARIsAHF23fK328vrGcqJXdVBTzblBtMDAto7Ic5gFyoUu6_1k9Vjm-
nlhPM0kZAaAkhBEALw_wcB> 
Figura 2.1 - Rebobinadeira Ultra-Grande 600 
Para um detalhamento da carga e de fatores que influenciam diretamente na 
eficiência energética é preciso colocar na conta os itens que dizem respeito à 
segurança. Se tratando da segurança do usuário e dos equipamentos, esta etapa 
contempla os dispositivos que protegem usuários e instalações da indústria em 
questão. 
Exemplos destes elementos a serem dimensionados são: Sistemas de segurança em 
zona de perigo de máquinas; Dispositivo de intertravamento; Dispositivos de Parada 
, 
 
 
21 
 
de Emergência; Dispositivo de habilitação; Dispositivo de comando limitador de 
movimento; Chaves seccionadoras; Disjuntores; Fusíveis; DRs; DPS; entre muitos 
outros equipamentos. Veja na imagem abaixo uma representação de uma chave 
seccionadora tripolar: 
 
Fonte: PowerCom Corp via Shutterstock. 
Figura 2.2 - Chave seccionadora tripolar 
 
Outro elemento que relaciona segurança com geração de energia temos os geradores 
elétricos industriais. Variando desde os mais simples até os mais complexos com 
funções que variam com o abastecimento da indústria e até mesmo suprimento de 
energia devido a sua falta por meio da concessionária. O seu dimensionamento 
também está ligado a demanda da instalação em questão, veja na imagem abaixo o 
exemplo de um gerador: 
 
https://www.shutterstock.com/pt/g/PowerCom+Corp
, 
 
 
22 
 
 
Fonte: Bespaliy via Shutterstock. 
Figura 2.3 - Gerador à diesel 
 
2.2 Correção do fator de potência 
Antes de entrarmos na questão que trata do fator de potência e suas respectivas 
correções, devemos entender melhor como funciona a potência. Para melhor 
entendimento desta potência devemos saber que Watts e VA (Volts-Ampere) são 
unidades de medida que definem potência, porém não são a mesma coisa. O Fator de 
Potência (FP) é o elemento que faz essa diferenciação, onde é representado por uma 
fração percentual que varia de 0 a 1, onde o número 1 representa 100%. Este fator 
corresponde à quantidade de potência que o equipamento está utilizando. Assim 
temos, a Potência Ativa (Watts), Potência Aparente (VA) e Potência Reativa (VAR) 
sendo esta última a potência que é dissipada. 
Por exemplo, se no equipamento diz que ele é de 800 W e seu FP é de 0,8 podemos 
dizer que ele está utilizando apenas 80% da potência que lhe é fornecida e 20% está 
sendo retornada ou mesmo perdida. Portanto temos 1000 VA e 200 VAR 
respectivamente. 
, 
 
 
23 
 
Veja na imagem uma melhor representação da relação destas potências: 
 
 
Fonte: Adaptado de Novitech via Shutterstock. 
Figura 2.4 – Relação das potências 
Uma vez que entendemos esta relação de potência, devemos então corrigir este fator 
de potência com o intuito de promover um ganho de eficiência, além também de 
conter defasagens entre tensão e corrente, possibilitando que os equipamentos não 
venham operar com cargas inadequadas e ineficientes. 
Dentre alguns dos motivos dos quais encontramos um alto valor de energia reativa, 
temos: 
• Operar motores com baixas cargas por longos períodos; 
• Grande quantidade de motores de baixa potência; 
• Motores e transformadores operando sem cargas ou mesmo 
superdimensionados; 
• Motores e transformadores de baixa tecnologia, defeituosos ou muito 
antigos; 
• Transformadores alimentando baixas cargas; 
• Grande quantidade de lâmpadas sem correçãodo fator de potência; 
, 
 
 
24 
 
• Lâmpadas que operem por meio de reatores; 
• Máquinas como Fornos elétricos a indução ou a arco e máquinas de solda 
em funcionamento. 
Grande parte dos equipamentos, como motores e transformadores por exemplo, 
consomem energia reativa indutiva. Elas utilizam cargas indutivas para funcionarem, 
necessitando da geração de um campo magnético e por este motivam são utilizados 
dois tipos de potências: a ativa e a reativa. 
Pelo fato da potência reativa atuar em cargas capacitivas e indutivas, é possível 
neutralizá-la por meio de cargas capacitivas com a instalação de um banco de 
capacitores, criando assim um caminho mais seguro para correção deste fator de 
potência, de modo a compensar as cargas indutivas existentes. Como também em 
determinados casos, como linhas de transmissão por exemplo, dos quais são sistemas 
muito capacitivos, o banco de indutores é inerente na compensação desse efeito. 
É possível também fazer a correção do fator de potência através de elementos ativos, 
como os conversores. O conversor se ajusta por meio do circuito compensador em 
caso de variação deste fator. 
As fórmulas para chegar neste fator de potência se resumem na relação da potência 
ativa com a aparente. E também com outras variações utilizando ângulos de 
defasagem do cosseno e arco tangente. Veja abaixo as fórmulas que temos: 
 
 
, 
 
 
25 
 
2.3 Projeto elétrico industrial 
Um projeto elétrico industrial contempla os ambientes destinados a atividades 
industriais consistindo no levantamento de todas as características elétricas que a 
instalação necessitará de modo a suprir todas as exigências técnicas assim como as 
respectivas necessidades dos clientes. 
Tais instalações possuem características pertinentes a alta potência demandada, 
elevada tensão e capacidade de acionamento desses motores. Os aspectos devem ser 
previstos durante a elaboração do projeto elétrico industrial, afim de que a execução 
das instalações dos circuitos se baseie nos procedimentos de um projeto 
personalizado, sem esquecer-se de seguir as devidas normas regulamentadoras. 
O profissional responsável pela elaboração de um projeto deve reunir informações 
importantes relacionadas à instalação tais como: conhecimento dos suprimentos de 
energia elétrica; planta baixa de arquitetura da instalação; planta detalhada contendo 
colunas e vigas; e a planta baixa com disposição física das máquinas. 
Dentre os itens que um projeto elétrico industrial deve contemplar citamos: 
• Divisão de circuitos elétricos; 
• Dados sobre a corrente elétrica; 
• Discriminação da potência de cada ramal; 
• Balanceamento das fases; 
• Lista de cargas; 
• Informações sobre a bitola dos cabos; 
• Informações sobre a distribuição dos eletrodutos; 
• Descrição dos elementos de proteção a serem instalados; 
• Projeto elétrico funcional e construtivo de painéis de comando e controle; 
, 
 
 
26 
 
• Diagrama unifilar. 
A etapa que se refere ao diagrama unifilar da qual se destina à representação gráfica 
dos elementos elétricos da instalação é uma das mais importantes. Porém para 
entender tais desenhos técnicos, se faz necessário compreender as simbologias 
técnicas utilizadas, pois a partir das simbologias gráficas é possível interpretar os 
diagramas e desenhos elétricos referentes às instalações elétricas industriais. Veja 
abaixo algumas das representações gráficas mais utilizadas: 
 
 
, 
 
 
27 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Silvia, 2020 <https://aprendendoeletrica.com/simbologia-eletrica-industrial-e-
residencial/#Norma_NBR_5444> 
Figura 2.5 – Simbologia elétrica industrial 
 
Já em relação as normas que regem estes projetos, temos as Normas 
Regulamentadoras NR10 e a NR12. Tais normas visam a utilização de parâmetros de 
segurança para garantia do resguardo e o bem-estar dos trabalhadores que atuam 
nestas máquinas e equipamento. No caso da NR10, ela prevê medidas que asseguram 
, 
 
 
28 
 
a segurança geral, com seu escopo abrangendo desde a criação do projeto elétrico 
industrial até a instalação e manutenção de máquinas e equipamentos. 
Se tratando da NR12 falamos de uma norma que visa estabelecer exigências para 
componentes elétricos como: diferencial residual, caixas de transmissão, eletrodutos, 
fios e tomadas, entre outros. Além do mais todo o maquinário adquirido para a 
indústria deve estar adequado e garantido por esta norma também. 
Conclusão 
Assim como abordamos no primeiro bloco, este bloco foi responsável por tratar do 
dimensionamento de carga das instalações industriais. A grande diferença que 
encontramos está no levantamento de cargas ao se tratar de tensões mais elevadas 
das quais encontramos em instalações prediais. Vimos também alguns elementos de 
segurança que contém nas instalações industriais, como por exemplo, dispositivos de 
intertravamento, chaves seccionadoras, entre outros. 
O segundo subtema foi responsável por nos apresentar a relação das potências, tais 
como: a aparente, potência ativa e a potência reativa sendo elas determinantes para 
relacionar o fator de potência e sua respectiva correção. Por fim vimos algumas etapas 
a serem contempladas em um projeto industrial desde a divisão de circuitos elétricos, 
balanceamento de fases, lista de cargas, discriminação de elementos de proteção até o 
seu projeto final com os diagramas. 
REFERÊNCIAS 
• ALVAREZ ULTRA. ULTRA-GRANDE-600 Línea Rebobinada de Alta Velocidad 
Continua. Disponível em: <https://alvarezultra.com/es/?s=ULTRA-GRANDE-
600+L%C3%ADnea+Rebobinada+de+Alta+Velocidad+Continua>. Acesso em: 18 
maio 2022. 
• GALLOTTI, V. D. M. O memorial descritivo no projeto de instalações elétricas. 
Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2019. 
, 
 
 
29 
 
• SILVA, S. G. Simbologia elétrica industrial e residencial. Blog Aprendendo 
Elétrica, 2020. Disponível em: <https://aprendendoeletrica.com/simbologia-
eletrica-industrial-e-residencial/#Norma_NBR_5444>. Acesso em: 18 maio 
2022. 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
• GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: 
Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) 
• KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: 
Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) 
• SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: 
InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
30 
 
 
3 PROTEÇÃO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
Apresentação 
Esse bloco é responsável por tratar das proteções que uma instalação necessita para 
segurança das pessoas e equipamentos de determinada instalação. De início 
abordaremos a proteção contra curtos-circuitos e sobrecargas. Em seguida veremos 
também as proteções no que se refere à surtos na rede elétrica e a melhor forma de 
proteger os equipamentos da instalação. 
Por fim falaremos do choque elétrico e a forma que ele acontece nos nossos corpos, 
tratando consequentemente de algumas medidas protelados pela NR10 para 
prevenção de acidentes, concluindo com as proteções por Extra Baixa Tensão que 
conhecemos como SELV e PELV. 
3.1 Proteção contra curto-circuito e sobrecargas 
Antes mesmo de adentrar na questão que se refere à proteção do sistema, precisamos 
entender o que é um curto-circuito e uma sobrecarga, assim como seus respectivos 
efeitos no circuito elétrico e ainda na pior hipótese, no ser humano. 
 
Entende-se que o curto-circuito elétrico se dá em virtude de uma 
elevada passagem de corrente elétrica, muito ou pouco acima do 
normal. E, é justamente esse aumento repentino da tensão no circuito 
elétrico que ocasiona essa falha. Isso faz com que os aparelhos ou 
instalações que estejam conectadas a esse circuito elétrico parem de 
funcionar instantaneamente, podendo até queimá-los. Equatorial Pará, 
2019. 
 
Esta definição é dada pela Concessionária Equatorial atuando no Estado do Pará, 
sendo estesproblemas muito comuns nas instalações. Sabendo que a corrente elétrica 
procura passar pelo caminho mais curto possível onde a conexão de baixa resistência 
entre os pólos de um dispositivo eletroeletrônico, responsável por causar a passagem 
de corrente excedendo, ocasionando uma série de problemas no sistema elétrico. 
, 
 
 
31 
 
Além de causar incêndio, danos materiais e perigo de vida, alguns curtos-circuitos 
podem ser silenciosos, e da mesma forma prejudiciais ao circuito elétrico, causando 
falhas nos equipamentos, desgaste dos circuitos e altos custos na conta de luz em 
longo prazo. Dessa forma identificar os sinais de um curto-circuito é primordial, assim 
sendo segue alguns indicativos deste problema nos circuitos: disjuntores 
constantemente desarmando, cheiro forte de queimado, tomadas manchadas na cor 
preta, lâmpadas queimando antes do normal, constantes quedas de energia, e claro o 
aumento na conta de energia. 
Tratando-se de sobrecarga no circuito elétrico, falamos do excesso de equipamentos 
eletroeletrônicos conectados a uma rede elétrica ao mesmo tempo. Por isso a previsão 
de demanda se torna essencial em determinada instalação. Os indícios deste 
fenômeno são detectados por meio do desarme de disjuntores, redução da 
luminosidade no instante em que é ligado um aparelho de alta potência, assim como 
condutores elétricos cheirando queimado (ou mesmo muito quente), ressecados ou 
com rachaduras. 
Quando falamos em proteções contra curto-circuito e sobrecarga é evidente que o 
equipamento disjuntor estará em evidência. O disjuntor atua na intensidade da 
corrente elétrica, dessa forma ao detectar uma sobrecarga, o dispositivo de imediato 
corta o fornecimento de energia do circuito. Por este motivo o disjuntor deve ser 
projetado para possibilitar a passagem de corrente até determinado valor. Para cada 
tipo de circuito haverá um disjuntor específico determinado de acordo com a carga e 
os aparelhos ligados ao circuito. 
O primeiro passo a ser dado é a quantidade de fases do circuito determinando, por 
exemplo, se o disjuntor é monopolar (uma fase), bipolar (duas fases) ou tripolar (3 
fases). Veja abaixo o exemplo de um disjuntor tripolar: 
 
, 
 
 
32 
 
 
Fonte: Maxx-Studio via Shutterstock. 
Figura 3.1 – Disjuntor tripolar 
É possível também dimensionar um disjuntor de acordo com a situação em que ele 
estará instalado e os prováveis danos a serem evitados, veja: 
• Disjuntor magnético - Responsável por proteger os equipamentos elétricos 
contra sobrecargas e curtos-circuitos, possuindo uma precisão muito maior; 
• Disjuntor térmico - Interrompe o circuito elétrico no momento em que detecta 
uma elevação na temperatura fora do normal. Tal disjuntor é bastante utilizado 
em prevenção contra incêndios; 
• Disjuntor termomagnético - Ele combina a proteção térmica com a magnética, 
sendo muito utilizado em instalações elétricas residenciais e comerciais. As 
vantagens deste disjuntor é que pode ser usado para manobras de 
acionamento e desacionamento de circuitos, proteção contra aquecimentos, 
sobrecargas e curtos circuitos. 
Além dos disjuntores mencionados acima, temos também o Dispositivo Diferencial 
Residual, conhecido como DR, é um disjuntor de segurança muito usado em 
instalações elétricas. Sua função é detectar pequenas fugas de corrente nos circuitos 
elétricos, para que desta forma acione o desligamento imediato da alimentação, 
evitando assim a continuidade da corrente elétrica no circuito. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/maxxyustas
, 
 
 
33 
 
Estas fugas podem se originar de várias formas como fios desencapados, o simples 
tocar acidentalmente nos fios energizados, uso de equipamentos eletroeletrônicos em 
áreas molhadas, equipamentos em que a energia elétrica entra em contato com a 
carcaça ou até mesmo elementos que possam ser colocados na tomada por uma 
criança por exemplo. 
O DR, também conhecido como interruptor diferencial residual, faz o desligamento de 
qualquer circuito que apresenta uma corrente de fuga entre 15 e 30 mA. Apesar de ter 
a sensação de choque em caso de contato da fase com o corpo humano, não há risco 
de vida caso o circuito seja protegido por esse dispositivo. Veja no exemplo abaixo a 
imagem deste dispositivo: 
 
Fonte: Siemens. <https://new.siemens.com/br/pt/produtos/energia/produtos-baixa-
tensao/dispositivosmodulares/dispositivosparainfraestruturaeindustria.html> 
Figura 3.2 – Dispositivo DR 
3.2 Proteção contra surtos 
Surtos elétricos são perturbações que acontecem na rede elétrica, fazendo com que a 
tensão aumente de tal forma que ultrapasse os limites admissíveis de determinado 
equipamento. Ela surge de uma onda transitória de tensão, em outras palavras, a 
corrente varia em uma taxa elevada em um curto período de tempo. Dentre as coisas 
, 
 
 
34 
 
deste fenômeno podemos atribuir o acionamento mútuo de motores elétricos na 
mesma rede, apagões de energia, chaveamentos e descargas atmosféricas. 
Dentre estas causas a descarga atmosférica é a de menor frequência, porém a que 
pode causar o maior dano. No momento que um raio atinge diretamente uma linha de 
alimentação (ou um equipamento), grande parte da sua corrente será conduzida por 
ali passando por todos os pontos e equipamentos da qual estiver ligado o circuito, 
surgindo assim um surto conduzido no sistema. 
Além de o raio atingir diretamente o sistema, o campo eletromagnético de uma 
descarga elétrica é tão potente que correntes podem ser induzidas pelo ar em 
quaisquer elementos metálicos (incluindo os condutores de energia e sinal de um 
sistema) em um raio de até 2 km de distância do ponto de impacto, originando dessa 
forma um surto induzido. 
O surto conduzido pode causar danos como incêndios, choques elétricos, explosão dos 
condutores e queima de equipamentos. Já o surto induzido é de menor magnitude, no 
entanto, causando a degradação precoce ou mesmo a queima dos equipamentos. 
Na intenção de prevenir acidentes e incêndios, evitar a queima de aparelhos 
eletrônicos, garantindo a funcionalidade de equipamentos, de forma a resguardar a 
saúde de todos envolvidos em uma instalação é usado o DPS. Esta sigla significa 
Dispositivo de Proteção contra Surtos, equipamentos dos quais possibilitam a detecção 
de sobretensões transitórias na rede elétrica, desviando-as para o sistema de 
aterramento. É possível diferenciá-las em três classificações, veja: 
• Classe I: dispositivos com capacidade para drenagem de correntes parciais de 
um raio, para áreas urbanas periféricas e rurais, que ficam expostas a descargas 
atmosféricas diretas, sendo instalados nos quadros primários de distribuição; 
• Classe II: dispositivos que drenam correntes induzidas, em edificações, com 
efeitos indiretos de descarga atmosférica. Usados normalmente nas cidades 
urbanas, sendo instalados nos quadros secundários de distribuição; 
, 
 
 
35 
 
• Classe III: dispositivos instalados próximos a equipamentos ligados à rede 
elétrica protegendo aparelhos ligados à rede elétrica, linha telefônica e de 
dados. Veja na imagem abaixo um exemplo deste dispositivo: 
 
 
Fonte: Siemens. <https://assets.new.siemens.com/siemens/assets/api/uuid:8699385a-9e3e-4bc0-8f67-
e68bf80939d2/catalogo-dps-set17.pdf> 
Figura 3.3 – Dispositivo DPS 
Este processo de desvio ao sistema de aterramento é um processo rápido, de modo a 
ocorrer em uma fração de segundo sendo este o motivo do disjuntor não detectar esta 
fuga da corrente. Exemplificando melhor seu funcionamento acontece na espécie do 
fechamento de um curto entre fase e terra, sem que prejudique a instalação elétrica é 
claro. 
Sua instalação ocorre antes do disjuntor geral, assegurando assim a segurança do 
sistema, pois mesmo com a falha do DPS, o disjuntor geral pode desarmar. Entretanto, 
é possível também inserir o DPS depois do disjuntor geral, pois nessa posição a falha 
do primeiro desative o segundo ocasionandoa interrupção da alimentação de todo 
circuito, ficando desligado até a substituição do DPS. 
, 
 
 
36 
 
3.3 Choque elétrico, SELV e PELV 
O choque elétrico pode ser descrito como a corrente elétrica usando nosso corpo 
como condutor. O corpo humano por sua vez é um condutor elétrico, quando posto 
em contato com uma fonte de energia elétrica, a tendência é que a corrente flua por 
ele como se fosse um cabo usado em instalações elétricas. O grande problema é que 
nosso corpo não está preparado para receber tensões, por isso há a desorganização do 
arranjo fisiológico dos elementos químicos celular causando um enorme desconforto 
físico. O que vai definir a gravidade de seu impacto no indivíduo são a intensidade e o 
tempo de duração que a eletricidade permanecerá no corpo. 
Segundo informações do órgão DATASUS, no período entre janeiro de 2008 a junho de 
2010, foram computados 4.140 internações e 100 mortes por meio da exposição às 
correntes ou mesmo linhas de transmissão elétrica no Brasil. A taxa de mortalidade do 
período em questão está em 2,42%. 
Agora a questão que cerca este assunto está na proteção, nos cuidados necessários 
para que não ocorra um choque elétrico. A NR10 é uma norma regulamentadora que 
atua como principal via de diretrizes que visa proteger os colaboradores que 
trabalham com energia elétrica em suas atividades de campo. Esta norma objetiva 
prevenir acidentes e preservar a vida, integridade e segurança daqueles que lidam com 
essa área. 
Para exemplificar, a NR10 tem algumas medidas de controle e prevenção de acidentes 
que devem ser asseguradas pelo engenheiro no projeto da instalação ou mesmo após 
o projeto, contanto que o profissional responsável pela instalação elétrica se atente 
em algumas diretrizes importantes, tais como: 
• Desenergizar todo o circuito antes de operá-lo a fim de eliminar qualquer sinal 
de eletricidade em instalações ou equipamentos; 
• Aterrar o circuito como medida de segurança para que toda e qualquer 
descarga elétrica siga o caminho do solo. 
, 
 
 
37 
 
• As instalações das quais ficam expostas, deve estar de difícil acesso às pessoas 
comuns do edifício, a fim de evitar que pessoas não qualificadas possam ter 
contato fácil com a instalação; 
• Muitas vezes o choque elétrico pode ser de baixa intensidade, porém uma 
possível queda de uma escada ou andaime pode ser muito mais danoso. Assim 
sendo para operação em instalações em altura a NR35 orienta quanto às 
diretrizes para trabalhos deste tipo. 
3.3.1 SELV e PELV 
A proteção por Extra Baixa Tensão está prevista no tópico 10.2.8 da norma NR10 que 
trata de proteção coletiva. A norma trata de serviços executados “devem ser previstos 
e implantados prioritariamente medidas de proteção coletivas aplicáveis, mediante 
procedimentos às atividades a serem desenvolvidas para garantir a segurança e saúde 
dos trabalhadores.” Esta NR estabelece que as medidas de proteção coletivas 
priorizem a desenergização elétrica, e na impossibilidade deste cenário exige o 
emprego da tensão de segurança. 
É aí onde entra a extra baixa tensão, sendo uma tensão inferior à 50 V em CA (corrente 
alternada) ou 120 V em CC (corrente contínua), seja entre fases ou entre fase e terra. 
Originando daí a sigla SELV que em inglês vem de Separated Extra-Low Voltage, trazida 
para nossa língua é Extra Baixa Tensão Separada. O SELV possui uma segurança 
derivada da baixa tensão elétrica em um sistema eletricamente separado do 
aterramento de outros circuitos e de maneira que a ocorrência de uma única falha não 
resulte em risco de choque elétrico. Já no caso PELV, que do inglês provem de 
Protected Extra-Low Voltage, em português significa Extra Baixa Tensão Protegida, 
sistema este que possuem as mesmas características do SELV, com somente a 
diferença de não ser eletricamente separado do aterramento. 
Tais conceitos de SELV como de PELV geralmente são adotados em ocasiões em que o 
risco de choque elétrico é iminente, como por exemplo nas situações de áreas de 
estacionamentos, iluminações de piscinas, camping, banheiras e etc. 
, 
 
 
38 
 
Dependendo diretamente da tensão nominal do sistema e das condições de uso, seja 
em SELV ou PELV, suas funções no sistema podem limitar da tensão do circuito, 
realizar uma isolação básica, assim como o uso de barreiras ou até invólucros que 
atendam minimamente as exigências da norma NBR 5410/2004. 
Veja algumas especificações abaixo que apresentam as condições de um sistema 
SELV/PELV: 
• Deve ser inacessível para a o sistema de extra baixa tensão entrar em contato 
com um sistema de baixa voltagem. Para isso a instalação deve ter os terminais 
protegidos contra o surgimento de uma baixa voltagem; 
• Não pode existir nenhuma conexão, seja entre as partes vivas do sistema SELV 
e a terra, seja entre o sistema de proteção contra correntes de baixa voltagem. 
O perigo nessa situação é que o aterramento ou outro sistema possam 
apresentar aumento na voltagem da tensão em condições de falha e essa 
tensão ser absorvida no sistema SELV; 
• É necessário possuir uma separação física entre os condutores do sistema. 
Plugs e soquetes do SELV não devem ser interligáveis com aqueles do sistema, 
isso previne que o sistema SELV seja acidentalmente conectado a um sistema 
de baixa voltagem; 
• Plugs e soquetes não podem possuir uma proteção de conexão. Isso previne a 
mistura de aparelhos SELV e FELV; 
• Acopladores de suporte para luminárias com sistema para aterramento não 
poderão ser utilizados. 
Conclusão 
Este bloco possui uma grande importância no conhecer de um engenheiro, pois trata 
de saúde e segurança, evidenciando os riscos e as maneiras de evitá-lo. Iniciando pelos 
curtos-circuitos e sobrecargas em instalações, abordando as suas causas, definições e 
também os indícios das quais eles submetem a instalação elétrica. Em seguida 
, 
 
 
39 
 
tratamos dos surtos elétricos inerentes as instalações elétricas evidenciando o grande 
dano que uma descarga atmosférica pode ter em um circuito, seja de forma direta ou 
indireta. 
Fechamos o bloco vendo a respeito do choque elétrico descrito como uma corrente 
elétrica usando nosso corpo como condutor, exemplificando também algumas 
medidas de controle e prevenção de acidentes regidos pela NR10. Por fim vimos sobre 
a proteção por Extra Baixa Tensão conhecida como SELV (Extra Baixa Tensão Separada) 
e (Extra Baixa Tensão Protegida) abrangendo seus conceitos e especificações dentro de 
um sistema elétrico. 
REFERÊNCIAS 
DATASUS. Morbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas. Disponível em: 
<http://tabnet.datasus.gov.br>. Acesso em: 18 maio 2022. 
EQUATORIAL, Energia. Você sabe o que é um curto-circuito? Assessoria de imprensa 
Equatorial Pará, 2019. Disponível em: 
<https://pa.equatorialenergia.com.br/2019/08/voce-sabe-o-que-e-um-curto-
circuito/>. Acesso em: 18 maio 2022. 
SIEMENS. Dispositivo DR. Disponível em: 
<https://new.siemens.com/br/pt/produtos/energia/produtos-baixa-
tensao/dispositivosmodulares/dispositivosparainfraestruturaeindustria.html>. Acesso 
em: 18 maio 2022. 
SIEMENS. Dispositivo DPS. Disponível em: 
<https://assets.new.siemens.com/siemens/assets/api/uuid:8699385a-9e3e-4bc0-8f67-
e68bf80939d2/catalogo-dps-set17.pdf>. Acesso em: 18 maio 2022. 
 
 
, 
 
 
40 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES 
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 
2017. (e-book Minha Biblioteca) 
KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: Érica, 
2014. (e-book Minha Biblioteca) 
SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 
2017. (e-book Pearson) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
41 
 
 
4 PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS 
Apresentação 
Olá estudante, esse é o bloco responsável por tratar de assuntos que se referem à 
segurança nas instalações,principalmente no que se refere a descargas atmosféricas. 
De início iremos abordar as hastes de para-raios evidenciando suas funções e tipos que 
encontramos. Em seguida abordaremos o tema do aterramento elétrico onde veremos 
a respeito desta função nas instalações elétricas e as respectivas formas de ligação. 
Por fim será abordado de maneira mais factível um caso real de um projeto SPDA, 
onde será possível ver como funciona a documentação de um laudo assim como 
apresentar os principais pontos dos elementos que compõe o SPDA. 
4.1 Para-raios 
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 5419/01 (2001), o 
para-raios tem como objetivo encaminhar a energia do raio, desde o ponto que ele 
atinge a edificação até o aterramento, o mais rápido e seguro possível. 
O para-raios foi inventado por Benjamin Franklin no ano de 1752, que ao realizar uma 
perigosa experiência manipulando um fio de metal para empinar uma pipa de papel, 
constatou que a carga elétrica dos raios descia pelo artefato. Demonstrou também que 
hastes de metal, quando em contato com a superfície terrestre poderiam 
desempenhar a função de condutores elétricos, surgindo dessa forma o para-raios. 
De acordo com Ferreira (2014) para-raios é o tipo mais comum de proteção usada 
contra as descargas atmosféricas, sendo uma haste de metal pontiaguda interligada a 
cabos de cobre ou mesmo de alumínio de baixa resistividade que são levadas até o 
solo. Suas pontas têm como objetivo atrair os raios, uma vez que o raio é atraído ele é 
desviado até o solo através dos cabos sendo dissipado no solo, de forma que não 
cause nenhum dano na instalação. Esses para-raios devem ser colocados no ponto 
mais alto da estrutura, facilitando assim a atração da descarga atmosférica. 
, 
 
 
42 
 
No intuito de encontrar o raio de abrangência de um para-raios, é preciso ter a 
metragem da altura da ponta do para-raios até o solo (h), multiplicando pela raiz 
quadrada de três, como na fórmula a seguir: Alcance = h . √3 
Vale ressaltar que não é função do sistema de para-raios realizar a proteção de 
equipamentos eletroeletrônicos, pois mesmo uma descarga captada e conduzida a 
terra com segurança, é capaz de produzir uma forte interferência eletromagnética, 
capaz de danificar determinados equipamentos. 
4.1.1 Tipos de para-raios 
Existem alguns métodos no emprego do para-raios dentro de um SPDA. Os mais 
comuns são o método de Franklin e o de Faraday. Além desses temos também o 
Método Eletrogeométrico (Esferas Rolantes). 
No caso do método de Franklin, conhecido como Método do Ângulo de Proteção, ele 
parte do princípio do qual a ponta do para-raios protege o volume de um cone abaixo 
dele, de modo a formar um ângulo α com a vertical como vemos na imagem abaixo. 
Este método é recomendado para edifícios residenciais de até 20 Andares, ou até 60m 
de altura em média. 
 
Fonte: Silva, 2018. 
Figura 4.1 – Método do Ângulo de Proteção 
, 
 
 
43 
 
Já o método de Faraday, conhecido como Método das Malhas, idealizado por Michael 
Faraday, sua afirmação se dava no princípio de que no interior de uma estrutura 
envolvida por uma superfície metálica, quando eletrizada, seu campo eletromagnético 
é nulo. Neste método é necessário posicionar no perímetro da parte superior da 
edificação captores espaçados com as respectivas descidas formando uma espécie de 
gaiola como vemos na imagem abaixo que representa este modelo. Tendo seu uso 
recomendado para edificações que possuam grandes alturas. 
 
Fonte: terzuku via Shutterstock. 
Figura 4.2 – Método das Malhas (Gaiola de Faraday) 
Quanto aos principais tipos de captores que encontramos no mercado temos: 
• Captores do Tipo Franklin: Dentre os três é o mais comum, são sustentados por 
uma haste metálica possuindo quatro pontas no topo. É usado no método do 
Ângulo de Proteção, porém também podem ser utilizados no método 
eletrogeométrico. 
, 
 
 
44 
 
 
Fonte: OkayNonthanakorn via Shutterstock. 
Figura 4.3 – Haste tipo Frankiln 
• Captores Melsen: Também conhecido como Minicaptores, são hastes que 
medem 50 cm de altura e são instaladas num espaçamento de cinco ou oito 
metros. Estes captores não são primordiais no método das malhas, entretanto 
sua utilização é recomendável por evitar o desgaste térmico dos cabos em 
decorrência da incidência direta dos raios. 
 
Fonte: Santil. Link <https://www.santil.com.br/produto/terminal-aereo-38-x-300mm-aluminio-
paratec/2897708> 
Figura 4.4 – Minicaptores 
, 
 
 
45 
 
 
 
• Captores Radioativos: Sua aparência se dá por meio de discos sobrepostos, 
diferentemente das hastes pontiagudas comumente vistas. Meados da década 
de 70 a 80, estes captores eram muito usados como alternativa à haste de 
Franklin. O material contido na composição desses captores é, na maioria das 
vezes, o Radioisótopo Amerício 241, que possui um baixo risco de irradiação, 
mas conta um alto risco de contaminação com o contato com a fonte, se 
tornando assim proibido desde 1989. 
 
Fonte: J.A. Para-raios. Link <https://www.japararaios.com.br/para-raio-radioativo> 
Figura 4.5 – Captores Radioativos 
 
, 
 
 
46 
 
4.2 Aterramento elétrico 
O aterramento elétrico consiste em uma medida de segurança capaz de garantir o 
funcionamento seguro dos equipamentos conectados à rede elétrica, por meio da 
conexão dos circuitos da instalação ao solo, com o objetivo de dissipar correntes de 
fugas a um local adequado. 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o aterramento como 
“colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial da terra. Assim, em casos de 
uma fuga de corrente elétrica, a eletricidade tende a ir para o menor potencial; a terra, 
que tem o potencial próximo de zero.” Assim é possível proteger equipamentos e vidas 
que estejam próximo ao equipamento. 
Para esclarecer o porquê da necessidade do aterramento elétrico, podemos classificar 
em quatro tópicos de acordo com sua funcionalidade, veja: 
i. Promove a proteção das pessoas que estão próximas ao equipamento. O 
equipamento que goze de um sistema de aterramento evita que as superfícies 
e carcaças estejam energizadas decorrente de algum curto-circuito, 
sobrecargas ou surtos; 
ii. O aterramento elétrico simplifica o processo de desligamento automático de 
equipamentos de proteção (como o disjuntor por exemplo) de forma mais 
rápida; 
iii. O aterramento também é um equipamento primordial em projeto de SPDA, 
representando a parte final do sistema responsável por direcionar as correntes 
para terra; 
iv. O aterramento por fim atua no controle de tensões, na iminência de um curto-
circuito fase-terra retornando da terra para a fonte mais próxima, o sistema de 
aterramento viabiliza o controle das tensões desenvolvidas no solo. 
Atualmente encontramos dois tipos de aterramento elétrico. O primeiro é aquele que 
protege os equipamentos e circuitos da instalação por meio do aterramento da rede 
, 
 
 
47 
 
elétrica. Enquanto o segundo tipo é aquele que compõe o SPDA dando o caminho 
correto para as descargas atmosféricas. Vale ressaltar que os dois aterramentos 
podem coexistir em uma instalação, porém não podem ser ligadas juntas, separando 
assim um aterramento do outro. 
Se tratando das hastes de aterramento, ou eletrodos, seu comprimento pode variar de 
1,5 m a 4 m dependendo das características da instalação. A NBR 13571 é a 
responsável por definir os requisitos mínimos para hastes de aterramento de aço-
cobreadas, assim como seus respectivos acessórios, como o conector de aterramento 
e a luva de emenda. Veja a imagem de um eletrodo de aterramento com seus pontos: 
 
Fonte: Junior (2013) apud Oliveira (2018) 
Figura 4.6 – Eletrodo de aterramento 
Encontramos também outras classificações dos aterramentos elétricos como os de 
proteção e os funcionais sendo os principais. No caso do aterramento funcional ocorre 
a ligação à terra de um dos condutores vivos dosistema (em geral, o neutro), com a 
finalidade de definir e estabilizar a tensão da instalação em relação à terra durante o 
funcionamento. Ela também limita as sobretensões devido as manobras, descargas 
atmosféricas e contatos acidentais com linhas de tensão mais elevada; por fim é 
, 
 
 
48 
 
responsável pelo fornecimento de um caminho de retorno da corrente de curto-
circuito monofásica ou bifásica à terra ao sistema elétrico. 
Se tratando do aterramento de proteção, seu funcionamento é dado com a ligação à 
terra das massas (massa é qualquer corpo condutor de eletricidade que não tenha 
necessariamente função elétrica no circuito, sendo normalmente conectado à terra 
por motivos de segurança) e dos elementos condutores estranhos à instalação, com a 
finalidade de limitar o potencial entre massas e elementos condutores estranhos à 
instalação e a terra em um valor resoluto sob condições normais e anormais de 
funcionamento. Além do mais, proporciona as correntes de falta um caminho de 
retorno para terra de baixa impedância, de maneira que o dispositivo de proteção 
possa atuar de forma adequada. 
Dentro destas classificações de funcional e de proteção, temos 3 principais tipos de 
esquemas de aterramento classificados em função do aterramento da fonte de 
alimentação, seja um transformador ou gerador, e das massas das quais são 
apresentados pela simbologia TN, TT e IT. 
• TN - Onde: 
T: um ponto diretamente aterrado; 
N: massas sem um aterramento próprio no local, mas que utilizam o aterramento da 
fonte de alimentação por meio de um condutor separado (PE) ou condutor neutro 
(PEN); 
Nesse esquema um ponto da alimentação, em geral o neutro, é diretamente aterrado 
e as massas dos equipamentos elétricos são ligadas a esse ponto através de condutor 
metálico. Neste esquema encontramos 3 variações: TN C, TN S e TN C-S. Veja na 
imagem abaixo o esquema TN C-S onde há uma interligação entre o condutor neutro e 
de proteção em um único condutor e em uma parte da instalação. 
 
, 
 
 
49 
 
 
Fonte: Mattede, 2014. Link <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/> 
Figura 4.7 – Esquema TN C-S 
• TT - Onde: 
T: um ponto diretamente aterrado; 
T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da 
alimentação; 
Neste esquema o ponto da alimentação, normalmente o enrolamento secundário do 
transformador com seu ponto neutro, é aterrado de forma direta e as massas da 
instalação estão ligadas ao eletrodo de aterramento de maneira que independe do 
eletrodo de aterramento da alimentação. 
 
Fonte: Mattede, 2014. Link <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/> 
Figura 4.8 – Esquema TT 
, 
 
 
50 
 
 
• IT - Onde: 
I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância razoável; 
T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da 
alimentação; 
Nesse esquema não há ponto da alimentação diretamente aterrado. Este ponto está 
isolado da terra (a) ou mesmo aterrado através de uma impedância (Z) de valor 
elevado (b). As massas são conectadas à terra mediante ao eletrodo de aterramento. 
 
Fonte: Mattede, 2014. Link <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/> 
Figura 4.9 – Esquema IT 
4.3 Projeto SPDA 
O principal objetivo de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) 
é evitar a incidência direta de raios na estrutura de determinada instalação, por meio 
do estabelecimento de pontos preferenciais de ocorrência para as descargas que 
possivelmente atinjam a estrutura na ausência do mesmo. Tudo isto regido de acordo 
com a NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. 
A norma prevê a obrigatoriedade da edificação ter o laudo comprovando a qualidade e 
assegurando a funcionalidade do para-raios e sua estrutura. A norma NBR 5419:2005 
prevê a validade deste laudo de 1 ano para instalações contendo munição ou 
, 
 
 
51 
 
explosivos, locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, 
ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.), ou ainda estruturas pertencentes 
a fornecedores de serviços considerados essenciais (energia, água, sinais, etc.). E prevê 
a validade de três anos para as demais estruturas seja condomínios, prédios, 
comércios e indústrias que não se encaixam na descrição acima. 
A partir dos projetos elaborados com base em disposições das normas que regem tais 
projetos, tornam a instalação eficiente e confiável. Porém tal eficiência dificilmente 
alcançará 100% de eficácia, estando assim sujeito a falhas de proteção. As falhas mais 
comuns que costumam acontecer variam desde a destruição de pequenos trechos do 
revestimento de fachadas, quinas da edificação até alguns trechos de telhados. 
(VISACRO 2005) 
Veja o caso de um laudo realizado em um condomínio da zona sul de São Paulo pela 
empresa MKSZ Engenharia e Sanchez Engenharia. A edificação em questão se 
enquadra no nível de proteção tipo II. Nível este voltado para edifícios comerciais, 
bancos, teatros, museus, locais arqueológicos, hospitais, prisões, casas de repouso, 
escolas, igrejas, e áreas esportivas. 
A instalação atual conta atualmente com o SPDA do tipo misto, com tipo haste de 
Franklin instalado sob a caixa d’água, e gaiola de Faraday circundando toda a 
edificação, com equipotencialização de todas as estruturas metálicas, equipamentos 
instalados e que compõe a estrutura das coberturas. Veja abaixo a condição da haste 
em questão. 
, 
 
 
52 
 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 4.10 – Haste tipo Franklin no topo da edificação 
No caso da estrutura em questão é possível observar o bom estado da haste e os anéis 
captores que o cercam e descem para o nível inferior. Veja a próxima imagem a 
respeito da instalação. 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 4.11 – Haste tipo Franklin com ligação ao anel captor 
Nesta imagem podemos comprovar a ligação da haste nas cordoalhas do anel captor. 
Assim podemos aprovar mais uma etapa da instalação do SPDA. Na imagem a seguir 
, 
 
 
53 
 
podemos ver novamente o anel captor no nível inferior, correspondendo com suas 
respectivas descidas formando a gaiola de Faraday. 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 4.12 – Ligações nos níveis inferiores 
E para fechar, resumidamente, a inspeção do sistema é hora de checar as caixas de 
inspeção distribuídas pelo condomínio, veja uma delas. 
 
Fonte: Autor, 2022. 
Figura 4.13 – Caixa de inspeção 
, 
 
 
54 
 
Atestando então que as caixas de inspeção estão de acordo com a norma vigente, 
assim o laudo pode ser emitido e aprovado mediante assinatura de um engenheiro 
qualificado e devidamente inscrito no CREA, que é o órgão regulador da engenharia. 
Vale ressaltar que este é o resumo da execução de um laudo, pois ele tende a ser bem 
denso e minucioso em sua inspeção, tendo ao final uma conclusão a respeito dos 
valores ôhmicos encontrados. A norma NBR 5419:2015 diz que “deve-se obter a 
menor resistência de aterramento possível, compatível com o arranjo do eletrodo, a 
topologia e a resistividade do solo no local”, não tendo mais a obrigatoriedade de não 
exceder os 10 ohms. 
Conclusão 
Esse bloco foi responsável pela apresentação dos componentes que se referem 
principalmente à segurança contra descargas atmosféricas que conhecemos 
popularmente como raios. O para-raios é um dos principais componentes de um 
projeto SPDA responsável por atrair essas descargas atmosféricas. No segundo tema 
vimos a respeito desta parte final da descarga atmosféricas, conceituando-nos no 
tocante a dissipação desta corrente na terra, por isso o nome de aterramento elétrico. 
Para finalizar concluímos propriamente com o projeto que reúne estes principais 
pontos, começando pelo para-raios no topo da edificação, passando pelas cordoalhas 
e anéis de descida, chegando até o sistema de aterramento responsável por lançar 
toda esta energia emum local seguro, de forma que apresentamos um estudo de caso 
real, a fim de que tenha uma melhor noção de um laudo SPDA. 
 
, 
 
 
55 
 
REFERÊNCIAS 
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 5419/01: 
Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. Rio de Janeiro, 2001. 
• FERREIRA, L. C.; BILESK, L. R. “Sistema de proteção contra descargas 
atmosféricas (SPDA) nas edificações”. Revista Científica Eletrônica de Ciências 
Aplicadas da FAIT, 2014. 
• SILVA, J.; LEMOS, N.; RAMOS, W.; MENDES, E. “Modelo didático para SPDA 
Tipo Franklin”. Revista do CEDIS nº8, 2018. Disponível em: 
<http://sou.undb.edu.br/public/publicacoes/modelo-didatico-para-spda-tipo-
franklin-julian-abreu-natalia-alves-wellyngton-souza-e-eduardo-mendes.pdf>. 
Acesso em: 18 maio 2022. 
• SHUTTERSTOCK. “Gaiola de Faraday”. Disponível em: 
<https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/faraday-cage-physics-
experiment-electricity-tesla-2003660732>. Acesso em: 18 maio 2022. 
• SHUTTERSTOCK. “Haste tipo Franklin”. Disponível em: 
<https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/lightning-rod-soft-sky-
background-warm-315402311>. Acesso em: 18 maio 2022. 
• SANTIL. “Minicaptor”. Disponível em: 
<https://www.santil.com.br/produto/terminal-aereo-38-x-300mm-aluminio-
paratec/2897708>. Acesso em: 18 maio 2022. 
• JA, Para-raios. “Captores Radioativos”. Disponível em: 
<https://www.japararaios.com.br/para-raio-radioativo>. Acesso em: 18 maio 
2022. 
• VISACRO, F. S. Descargas atmosféricas: uma abordagem de engenharia. 1. ed. 
São Paulo: Artiber, 2005, 272p. 
 
, 
 
 
56 
 
• OLIVEIRA, W. S. de. Metodologia para dimensionar um sistema de aterramento 
elétrico: um estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Banca examinadora do curso de Engenharia Elétrica da FATECS – Faculdade de 
Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas – Centro Universitário de Brasília. 
Brasília - DF, 2018. Disponível 
em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12384/1/21365311.p
df>. Acesso em: 18 maio 2022. 
• MATTEDE, H. “Aterramento elétrico, tipos e usos”. Conceitos da eletricidade, 
Mundo da Elétrica, 2014. Disponível em: 
<https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/>. 
Acesso em: 18 maio 2022. 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
• GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: 
Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) 
• KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: 
Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) 
• SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: 
InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
57 
 
 
5 ENTRADA DE ENERGIA 
Apresentação 
Olá estudante, Neste bloco conheceremos a respeito das tensões primárias e 
secundárias caracterizando-as nos critérios de baixa, média e alta tensão. Veremos 
também exemplos voltados para entrada de energia em baixa tensão e fornecimento 
da mesma para instalações que requerem uma alta demanda energética. 
Para finalizar este bloco abordaremos o tema que se refere a parte da distribuição da 
energia, desde sua geração nas hidrelétricas até o seu destino final em residências, 
comércios e indústrias. Além também de fazer uma introdução aos transformadores a 
partir do seu princípio de funcionamento. 
5.1 Fornecimento até 75kW 
O sistema de distribuição de energia é dividido em dois subsistemas: Primário (média 
tensão - MT) e o secundário (baixa tensão - BT). (GÖNEN, 1986) No fornecimento da 
energia de instalações inferiores à 75kW, conhecemos como fornecimento em tensão 
secundária. Esses sistemas atuam com tensões abaixo de 1 kV formando as Redes em 
Baixa Tensão. O fornecimento que encontramos na aplicação final se destina aos 
pequenos consumidores em níveis de tensão com valores entre 110 V e 440 V, dos 
quais operam os alimentadores secundários. 
Neste contexto temos a energia em tensão primária, da qual é disponibilizada a um 
grande número de consumidores, como por exemplo: indústrias, grandes hospitais, 
centros comerciais, parques de diversão, etc. Tais alimentadores primários fornecem 
um grande número de transformadores de distribuição responsáveis por abaixar o 
nível para tensão secundária destinada ao uso doméstico ou mesmo de pequenos 
consumidores industriais e comerciais. 
Estima-se que 85% das unidades consumidoras são residenciais, entretanto 35% do 
consumo de energia elétrica do Brasil são provenientes da utilização industrial, muito 
disso por conta de equipamentos que operam sob alta tensão. 
, 
 
 
58 
 
A fim de padronizar o abastecimento aos consumidores a EDP, concessionária 
responsável pelo fornecimento de energia de algumas cidades de São Paulo, utiliza-se 
das aplicações de uma série de normas técnicas relacionadas a este abastecimento em 
Baixa Tensão, veja um trecho de seu normativo: 
 
 
Fonte: EDP. Link <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> 
Figura 5.1 – Padrão Técnico EDP 
Dentre essas normas técnicas referendadas pela EDP, o tipo de transformador usado 
nessas instalações são os do tipo Estrela com neutro aterrado com tensões de 127 V e 
220 V. E também se utiliza o transformador do tipo Delta com neutro aterrado com 
tensões de 120 V e 240 V, onde a fase de força, representada pelo 4º fio, deve ser 
utilizada apenas para alimentação de cargas trifásicas, com sua respectiva seção sendo 
a mesma dos condutores das outras fases. Vale ressaltar que ambos os sistemas 
operam na frequência de 60 Hz. 
, 
 
 
59 
 
Se tratando de uma instalação residencial, a entrada de energia é definida pela 
concessionária em vigor. Os elementos que abrangem toda a entrada de energia são 
em sua maioria, o tipo de caixa que será usado, de acordo com o número de relógios 
que terá na instalação; os disjuntores ou chaves seccionadoras; a bengala assim como 
a bitola dos cabos que passam por ela; e o modelo do poste definido pela 
concessionária determinada. Veja na imagem abaixo o exemplo destes elementos que 
são vendidos num site como um kit já no padrão, no caso da EDP: 
 
Fonte: Elbran materiais elétricos. Link <https://www.elbran.com.br/> 
Figura 5.2 – Kit padrão entrada de energia EDP 
Um dos itens solicitados pela concessionária de energia, além do projeto técnico, é o 
dimensionamento da potência a ser utilizada pela instalação. Dessa forma é necessário 
realizar o levantamento dos equipamentos eletroeletrônicos da instalação para que se 
possa informar a potência total da instalação. 
 
 
 
, 
 
 
60 
 
5.2 Cabine Primária 
Definimos cabine primária como a entrada de energia elétrica conectada à sistemas de 
distribuição em Média ou Alta Tensão. Seu uso ocorre quando o fornecimento 
secundário (Baixa Tensão) não supre a demanda da instalação, ultrapassando assim os 
75 KW, sendo necessário utilizar-se da cabine primária como meio de fornecimento de 
energia. Veja abaixo o exemplo de uma cabine primária: 
 
Fonte: Grupo Setta. Link <https://gruposetta.com.br/os-5-tipos-de-cabine-primaria-aceitos-pela-
cemig/> 
Figura 5.3 – Cabine primária 
A função da cabine primária é servir de acesso à energia elétrica, da qual está em 
contato com o sistema de distribuição em média ou alta tensão, sendo ideal para 
instalações da qual necessitam da energia de média ou alta tensão, porém não 
possuem o fornecimento necessário direto da concessionária de energia elétrica da 
região. 
Os componentes que fazem partes das cabines servem para realizar a distribuição e 
transmissão da energia elétrica, além também de realizar a proteção e controle da 
energia na instalação. Desta maneira, a cabine direciona e controla o fluxo de energia 
transformando os níveis de tensão, atuando como ponto de entrega e fornecimento 
para a instalação. 
, 
 
 
61 
 
Sua estrutura conta com um painel para equipamentos específicos, cubículo do 
disjuntor, cubículos de entrada, cubículode medição, painel geral de baixa tensão, sala 
de medição e cubículo do transformador. Dentre os principais equipamentos que 
encontramos numa cabine primária, temos: 
• Barramentos; 
• Para-raios de linha; 
• Chaves seccionadoras de média tensão; 
• Disjuntores de média alta tensão; 
• Isoladores e chave fusível; 
• Transformadores de correntes (TC); 
• Transformadores de potencial (TP); 
• Transformadores de potência e o principal os relés de proteção. 
Podemos encontrar cabines primárias de alvenaria, blindada e em postes sendo que 
são divididas em simplificadas e convencionais. As cabines simplificadas são indicadas 
para clientes que contam com um consumo de energia mais baixo, com capacidade de 
fornecimento de até 300 kVA, além também de ocupar um menor espaço se 
comparado com as convencionais. Esta cabine tem seu uso voltado normalmente para 
pequenas indústrias, prédios comerciais, supermercados, padarias, entre outros. 
Já as cabines primárias convencionais são projetadas para grandes instalações que 
possuem uma alta capacidade de transformação, como grandes centros comerciais, 
indústrias multinacionais que contam com um grande acervo de maquinários de alta 
potência. Veja na imagem abaixo a diferença entre uma cabine blindada e em 
alvenaria respectivamente: 
 
, 
 
 
62 
 
 
Fonte: WP Automação (Adaptado). Link <https://www.wpautomacao.com.br/cabine-primaria-em-
alvenaria> 
Figura 5.4 – Cabines primárias blindada e em alvenaria 
5.3 Distribuição de Energia 
Quando abordamos o tema que se refere à distribuição de energia, as linhas elétricas 
são as responsáveis pela energia que usamos em nossas casas. Podemos tratá-las 
como redes de distribuição das quais utilizam por meio de geradores, transformadores 
e cabeamento todo o sistema que faz com que a energia seja transportada das 
hidrelétricas, passando pelas estações de energia, até as residências ou seus pontos de 
consumo. 
Essa energia é gerada nas usinas ou geradores elétricos, sendo então transportada por 
meio de cabos aéreos, revestidos de camadas isolantes e fixados em torres, definindo 
, 
 
 
63 
 
assim este conjunto de torres de metal e cabeamento de rede de transmissão de 
energia elétrica. 
O primeiro passo são as usinas hidrelétricas que representam em cerca de 95% a 
forma de produzir energia elétrica aqui no Brasil. Tais usinas operam através de 
turbinas que giram por meio da energia cinética gerada pela força das águas. As águas 
passam por meio de uma tubulação que são ligadas às turbinas, forçando assim o 
movimento da rotação. Tais turbinas são acopladas ao gerador, dessa forma o setor 
gerador realiza a transformação da energia cinética em mecânica, e através da rotação 
das pás da turbina, há a geração da energia elétrica. Veja a imagem do complexo de 
uma usina hidrelétrica na numeração da ordem dos processos de 1 a 4: 
 
Fonte: Aliança Energia. Link <https://aliancaenergia.com.br/br/como-funciona-uma-usina-hidreletrica/> 
Figura 5.5 – Esquema de funcionamento de um complexo hidrelétrico 
Após o processo da força das águas serem transformadas em energia elétrica, é a vez 
da Estação Transformadora de Distribuição (ETD) ou também Subestação de Energia 
(SE) entrar em ação. Definimos estas estações como um conjunto de equipamentos de 
, 
 
 
64 
 
proteção, manobra e transformadores usados no intuito de rebaixar ou elevar a tensão 
para transmissão da energia elétrica. 
Nessas subestações ocorre a distribuição da energia percorrendo o sistema de 
transmissão, nesses locais são rebaixadas as tensões para valores de distribuição nas 
classes de 5, 15, 25 e 35kv, variando este valor com a demanda do local onde está 
instalada a ETD. Assim também ocorre a elevação da tensão, com o intuito de reduzir 
as perdas de energia durante o longo percurso até os pontos consumidores otimizando 
assim a transmissão. 
Mesmo com o rebaixamento da tensão, as mesmas não estão prontas para o uso dos 
consumidores, por este motivo existem os transformadores que vemos no poste das 
nossas ruas, como observamos na imagem abaixo: 
 
Fonte: StockMediaSeller via Shutterstock. 
Figura 5.6 – Transformador de potência/distribuição em um poste 
Estes equipamentos são os transformadores de distribuição, dos quais recebem uma 
tensão superior da qual usamos em nossas residências e as transformam normalmente 
em 110/127v. Em seu sistema interno possuem refrigerantes com óleo isolante de 
origem vegetal ou mineral e seus condutores elétricos que são constituídos de cobre 
ou alumínio, ficando a critério da norma regida por meio da concessionária. Porém 
, 
 
 
65 
 
esses transformadores podem variar de acordo com uso destinado e energia 
demandada no estabelecimento, condomínio ou indústria. Vale ressaltar que seus 
padrões de qualidade são regidos pela ABNT NBR 5440. 
Estes transformadores são divididos em monofásico, bifásicos e trifásicos, veja abaixo 
suas características: 
• Monofásico: Sua ligação é feita utilizando apenas dois cabos sendo uma fase e 
o outro neutro. A instalação proporciona tensões elétricas máximas de 127 V, 
sendo utilizado apenas quando a potência máxima de determinado 
equipamento não ultrapassa 8000 W; 
• Bifásico: Seu uso está voltado para zonas rurais. A ligação é feita através de três 
cabos, sendo duas fases e um neutro, capaz de proporcionar tensões de 127 V 
e 220 V, da qual devem ser utilizados quando a potência total dos 
equipamentos esteja entre 12000 a 25000 W; 
• Trifásico: Sua ligação é realizada por quatro fios, onde temos três fases e um 
neutro. Seu uso está voltado para o atendimento de regiões urbanas e 
indústrias devido sua alta potência. As tensões elétricas disponibilizadas são de 
127 V ou 220 V, atendendo equipamentos de 25000 a 75000 W. 
Conclusão 
Através deste bloco aprendemos os termos tensão primária e secundária, assim como 
a quantidade de energia que demanda cada categoria. Vimos exemplos voltados para 
entrada de energia em baixa tensão, com o respectivo padrão de uma concessionária. 
Além de conhecer as cabines primárias também, responsáveis pelo fornecimento de 
energia para instalações que requerem uma alta demanda energética. 
Na conclusão do bloco abordamos o tema que se refere a parte da distribuição da 
energia, onde encontramos sua geração nas usinas hidrelétricas, passando pelas linhas 
de transmissão até chegar nos devidos pontos de consumo. Do qual fazem parte deste 
processo os transformadores, responsáveis tanto por elevar quanto abaixar a tensão. 
, 
 
 
66 
 
REFERÊNCIAS 
• GÖNNEN, T. Electric power distribution system engineering. New York: 
McGraw-Hill, 1986. 752p. 
• EDP. “Sistema Normativo Comparativo” Engenheiro responsável: Fabio 
Sapucaia, 2022. Disponível em: 
<https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf>. 
Acesso em: 18 maio 2022. 
• ELÉTRICOS, Elbran Materiais. “Kit padrão entrada de energia EDP”. Disponível 
em: <https://www.elbran.com.br/>. Acesso em: 18 maio 2022. 
• SETTA, Grupo. “Os 5 tipos de cabine primária aceitos pela CEMIG”. 2020. 
Disponível em: <https://gruposetta.com.br/os-5-tipos-de-cabine-primaria-
aceitos-pela-cemig/>. Acesso em: 18 maio 2022. 
• WP, Automação. “Cabine primária em alvenaria”. Disponível em: 
<https://www.wpautomacao.com.br/cabine-primaria-em-alvenaria>. Acesso 
em 18 maio 2022. 
• ENERGIA, Aliança. “Como funciona uma usina hidrelétrica?” Disponível em: 
<https://aliancaenergia.com.br/br/como-funciona-uma-usina-hidreletrica/>. 
Acesso em: 18 maio 2022. 
• SHUTTERSTOCK. “Transformador de potência/distribuição em um poste” 
Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/power-line-
pole-transformer-on-typical-1488414140>. Acesso em: 18 maio 2022. 
 
 
 
 
, 
 
 
67 
 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
• GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: 
Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) 
• KANASHIRO, N. M.;

Outros materiais