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PROJETOS ELÉTRICOS Vinicius Puglia , 2 SUMÁRIO 1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS .......................................................... 3 2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS .................................................. 19 3 PROTEÇÃO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ............................................... 30 4 PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ................................. 41 5 ENTRADA DE ENERGIA ........................................................................... 57 6 PROJETOS COMPLEMENTARES .............................................................. 68 , 3 1 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS Apresentação Olá estudante, esse é o bloco responsável por apresentar alguns elementos no que se refere à projetos elétricos. Para que possamos conhecer melhor determinados aspectos, vamos nos aprofundar de início no dimensionamento de cargas com as definições de potência, assim como as agências reguladoras pela distribuição de energia no Brasil. Veremos também a respeito do dimensionamento de cabos e disjuntores e suas respectivas cores dentro da padronização de uma instalação. Em seguida será abordado o tema do fator de demanda, como seus cálculos e tabelas. Para fechar esse bloco teremos uma noção geral sobre os projetos elétricos em baixa tensão regulamentados pela ABNT 5410 e suas respectivas simbologias principais, concluindo com esboço de um diagrama para melhor entendimento. 1.1 Dimensionamento de carga Ao tratarmos de energia elétrica estamos nos referindo ao fenômeno capaz de impactar nosso modo de vida. Dessa forma o modo do qual lidamos com ele garante a máxima eficiência de toda sua capacidade de fornecimento. Para dar início ao conteúdo é necessário entender a energia elétrica e seu respectivo funcionamento. Definimos como energia elétrica o movimento de elétrons. Assim temos a tensão a elétrica como resultado da diferença de potencial (DDP) entre dois pontos. Temos dentro desse termo também a potência elétrica onde é definido como trabalho gerado pela corrente elétrica num determinado período de tempo. Uma vez definidos os termos dentro da energia elétrica, chegou a hora de adentrar neste universo do qual nos permite uma infinidade de aplicações, assim como cálculos, previsões, dimensionamentos, projeções, entre outros. Ao trabalharmos em determinado projeto elétrico o primeiro passo a ser dado é fazer um levantamento de dados que nos auxiliam em uma previsão de cargas. Realizar uma , 4 previsão de cargas é primordial para que possamos saber a quantidade necessária de potência a ser demandada para a instalação em questão. Para isso devemos saber quem nos fornece energia elétrica para que possamos usufruir no aconchego de nossa residência, universidade ou mesmo trabalho. A concessionária é definida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica definida como o órgão regulador de energia elétrica no Brasil), como “Agente titular de concessão federal para prestar o serviço público de distribuição de energia elétrica, doravante denominado distribuidora”. Resolução Normativa ANEEL n. 479, de 03 de abril de 2012 (Diário Oficial de 12 de abr. de 2012, p. 48). Em outras palavras, é a empresa responsável por distribuir a energia para nossa cidade, cabendo a ela manutenção e cobranças tributárias. É possível saber mais dos serviços e prazos adicionais ofertados pelas concessionárias de energia elétrica na Resolução Normativa Aneel nº 414/2010. As principais concessionárias operantes no Brasil são: Energisa, Eletrobrás, CPFL, EDP, AES, Enel, Iberdrola, Equatorial Energia. Sendo a Enel responsável por boa parte de São Paulo e a EDP responsável pela demanda da cidade de Guarulhos. 1.1.1 Distribuição de pontos No contexto da previsão de demanda, devemos analisar tantos as quantidades de tomadas com suas respectivas amperagens, quanto os pontos de iluminação. Esta tarefa nada mais é do que gerar uma tabela onde separamos as tomadas comuns ou mais conhecidas como Tomadas de Uso Geral (TUGs), Tomadas de Uso Específico (TUEs) e os pontos de iluminação com a somatória de suas Potências Totais. No auxílio desta função podemos encontrar a NBR 5410 da qual regulamenta as condições apropriadas para o funcionamento eficaz e com segurança das instalações elétricas de baixa tensão. Esta norma, no item 9.5.2.1 por exemplo, fornece diretrizes relacionadas à previsão de cargas de iluminação, como estes três tópicos abaixo: I. Em cada cômodo ou dependência, no mínimo um ponto de luz, com 100 VA; II. Em cômodos com área igual ou inferior a 6 m², no mínimo uma carga de 100 VA; , 5 III. Em cômodos com área maior que 6 m², devemos prever 100 VA para os primeiros 6 m² + 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros. Já no item 9.5.2.2.1 da norma, trata a respeito da quantidade mínima de pontos de tomada a ser respeitado, de acordo com alguns critérios, temos: I. Em banheiros, deve ser previsto ao menos um ponto de tomada; II. Em cozinhas, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto a cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo no mínimo dois pontos acima da bancada da pia; III. Em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, podendo ele ser instalado próximo a ela; IV. Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m ou fração de perímetro. E para demais cômodos: I. Um ponto se a área for inferior a 6 m²; II. Um ponto para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m². 1.1.2 Dimensionamento de cabos e disjuntores Numa instalação é preciso dimensionar os elementos a fim de evitar sobrecargas, curtos ou acabar gastando mais do que o necessário. Neste intuito iniciamos o dimensionamento do cabeamento, a tabela abaixo expressa a carga suportada de acordo com a bitola do cabo: , 6 Seções nominais (mm²) Corrente no condutor (A) 1,5 15,5 2,5 21,0 4,0 28 6,0 36 10,0 50 16,0 68 25,0 89 Fonte: Autor, 2022. Figura 1.1 – Bitola dos cabos em função da corrente Assim podemos fazer uma conexão entre a corrente que passa pelo cabo de acordo com sua respectiva espessura. Além de dimensioná-lo, devemos também seguir um padrão de cores para os cabos para facilitar o trabalho de futuros profissionais que venham lidar com a instalação. Veja a tabela de cores de acordo com sua respectiva função: Cabo verde ou verde e amarelo Terra Cabo azul Neutro Cabo preto, marrom ou vermelho Fase Cabo amarelo Recomendável para retorno Fonte: Autor, 2022. Figura 1.2 – Cores dos cabos Da mesma forma que o dimensionamento dos cabos é importante, o disjuntor é outro elemento que necessita determinar a corrente suportada para sua utilização. Mas para isso precisamos saber a sua função no circuito. O disjuntor colocado no circuito funciona como espécie de um interruptor. Como o relé bimetálico e o relé eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionado a alavanca , 7 liga-desliga fecha-se o circuito, que é travado pelo mecanismo de disparo e a corrente circula pelos dois relés. Quando ocorrer o desligamento do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento para que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária a substituição, como ocorre com os antigos fusíveis. Agora que já sabemos a sua função, seu dimensionamento é dado a partir da Lei de Ohm, responsável então por determinar a carga total do circuito da qual o disjuntor deverá suportar, veja: 𝑖 = 𝑃 𝑉 Onde: 𝑖 - Corrente (A) P - Potência (W) V - Tensão (V) Assim encontramos a corrente do circuito podendo então dimensionar o disjuntor deixando uma devida tolerância em relação à potência total do circuito, veja o exemplo abaixo: Ex.: A soma total doselementos do circuito é de 2200 W, considerando um circuito monofásico: 𝒊 = 𝟐𝟐𝟎𝟎 𝟏𝟐𝟕 .: 𝒊 = 𝟏𝟕, 𝟑𝟐 𝑨 Dessa forma utilizamos um disjunto de 20A, pois além de possuir um valor acima de tolerância mínima, também é um disjuntor comerciável. , 8 1.2 Cálculo de demanda Andrade e Lobão (1997) citam que “no período de 1970 a 2002, o consumo da classe Residencial mineira cresceu à taxa média de 8,3% a. a.” representando assim mudanças significativas nas instalações prediais em geral a nível nacional. Por isso ao realizar o cálculo de demanda de uma instalação, é possível projetar de uma maneira mais realista e econômica tanto a entrada de energia, como os circuitos que alimentam os quadros de distribuição, onde a ANEEL define na Resolução Normativa nº 414/2010, “fator de demanda é a razão entre a demanda máxima de potência registrada num intervalo de tempo especificado, ou potência de alimentação, e a potência instalada na unidade consumidora.” Em outras palavras este fator é utilizado normalmente no dimensionamento de instalações elétricas através da análise do uso dos equipamentos simultaneamente. Este fator existe, pois, é muito difícil que ocorra numa instalação a situação onde todos os equipamentos estão ligados na tomada (e funcionando), assim como todas as luzes, ou seja, 100% da instalação esteja sendo usada. Assim chegamos nesta fórmula do Fator de Demanda, apesar de ser um valor muitas vezes fornecido pela concessionária ou literaturas de fácil acesso: 𝐹𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 (𝑘𝑊) 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎 Este valor varia de 0 a 1, onde normalmente a potência instalada é consideravelmente maior em relação à demanda máxima de potência na situação de pico na curva de carga. Devido a isto, determinar corretamente tais potências assegura uma revisão segura, eficaz e econômica da instalação. Veja no exemplo a tabela fornecida pela concessionária EDP onde em suas normativas declaram o fator de demanda para todos os pontos de instalação que possam existir, na figura abaixo veremos o fator de demanda designado para tomadas de uso especial: , 9 Fonte: EDP. <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> Figura 1.3 – Fator de demanda para TUEs Alguns estabelecimentos comerciais também possuem um fator de demanda específico, a EDP também aborda alguns sítios do qual podem variar a importância deste fator, veja na figura abaixo este fator voltado para iluminação e tomada de uso geral: Fonte: EDP. <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> Figura 1.4 – Fator de demanda para alguns estabelecimentos , 10 1.2.1 Previsão de demanda A fim de apresentar a demanda prevista de uma instalação, é necessário conhecer a instalação em questão para que possamos desenvolver o diagrama elétrico, conhecendo as características da instalação. Para isso é recomendável comunicar-se com o cliente a fim de conhecer suas respectivas necessidades. Com isso geramos o projeto de previsão de cargas, onde é descrito os aparelhos eletroeletrônicos na residência a fim de estipular a potência total a ser instalada, assim como a disposição de tomadas nos cômodos. A partir disso veja abaixo um projeto de previsão de cargas de acordo com uma edificação que contempla um apartamento residencial de 40m² com 2 dormitórios: Fonte: Autor, 2022. Figura 1.5 – Previsão de cargas , 11 De acordo com a normativa da EDP, concessionária da qual se encontra a instalação, o fator de demanda destinado para tomadas e iluminação podemos encontrar na tabela abaixo: Fonte: <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> Figura 1.6 – Fator de demanda para alguns estabelecimentos , 12 Dessa forma a previsão de acordo com o fator de demanda se altera, diminuindo a potência total a ser instalada evidenciada na imagem abaixo: Fonte: Autor, 2022. Figura 1.7 - Previsão de cargas com o fator de demanda , 13 1.3 Projeto elétrico em baixa tensão Segundo Lima Filho (1997), projetar significa apresentar soluções das quais sejam possíveis sua implementação para que possamos resolver determinados problemas. Por isso em um projeto é necessário identificar o problema a ser resolvido, que seria planejar uma instalação livre de sobrecargas, seguro contra descargas atmosféricas ou outros surtos e também eficiente e de menor custo para o cliente. Isto tudo alinhado a seguir normas e diretrizes que regem estas instalações. A norma ABNT NBR 5410:2004 deve ser precisamente seguida por projetistas e instaladores, pois conforme o Código de Defesa do Consumidor são legalmente responsáveis por acidentes que eventualmente possa acontecer por falhas de projeto ou de execução. Dentre algumas diretrizes da qual a ABNT é responsável, citamos algumas abaixo: • Normas de procedimentos que fornecem orientações sobre a maneira correta de empregar materiais e produtos; executar cálculos e projetos; instalar máquinas e equipamentos; realizar controle de produtos; • Normas de padronização que fixam formas, dimensões tipos de produtos usados na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos e elétricos; • Normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas ou partes de sistemas, com a finalidade de representar esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxograma etc. Este último item é importante para realizar a comunicação entre engenheiros e técnicos, da qual os diagramas são responsáveis por tal comunicação. No projeto de uma instalação elétrica é preciso fazer um levantamento de todos os componentes da instalação, além da metragem dos fios, dos eletrodutos e de outros elementos que podem estar na construção ou não. Assim a simbologia é crucial para entendimento desses elementos e características de um diagrama, veja alguns dos principais símbolos nas suas representações gráficas: , 14 • Interruptor de uma seção; • Interruptor de duas seções; • Interruptor de três seções; • Interruptor paralelo; • Interruptor intermediário; • Quadro geral de luz e força; • Caixa para medidor; , 15 • Tomada na parede, baixo (300mm do piso); • Tomada meia altura (1300mm do piso); • Tomada alta (2000mm do piso); • Ponto de luz no teto. Indicar o nº de lâmpadas e watts. A partir da simbologia já conhecida, podemos visualizar um esboço do diagrama unifilar. Para isto se faz necessário possuir o levantamento de cargas em mãos, com dados relevantes para ter a noção da disposição das tomadas dentro da residência, facilitando assim a construção do diagrama elétrico. Dentre estes diagramas temos o funcional, trifilar, multifilar e unifilar. O diagrama unifilar é o mais usado devido a facilidade de compreensão em plantas elétricas residenciais, ele representa os circuitos elétricos na edificação, seja comercial, industrial ou predial. Ele representa os pontos de conexão mostrando sua respectiva disposição, como também o trajeto dos condutores, local do quadro de distribuição e a separação dos circuitos. Para melhor entendimento, nesta etapa veremos um esboço de um digrama unifilar a partir dos dados do levantamento de cargas do subtema anterior (1.2.1 Previsão de , 16 demanda), sem a divisão dos circuitos para que assim possamos visualizar de forma mais clara a distribuição de tomadas, lâmpadas e interruptores. Para relembrar, veja o projeto de previsão de cargas do apartamento residencial de 40m²: Fonte: Autor, 2022. Figura 1.8 - Previsão de cargas , 17 De acordo com essas informações, é possível plotar a distribuição dos pontosno esboço abaixo: Fonte: Autor, 2022. Figura 1.9 – Esboço do Diagrama Unifilar Conclusão Neste primeiro bloco abordamos o dimensionamento de carga tratando primeiramente da definição de energia elétrica para que assim saibamos como adentrar a esse assunto. Em seguida vimos, segundo a NBR 5410, algumas especificações no que se refere à distribuição de pontos nas áreas, tanto quanto tomadas quanto os pontos de iluminação. Abordamos as seções nominais dos cabos de acordo com sua corrente, as suas cores de acordo com a sua função e também o cálculo para dimensionamento de disjuntores. , 18 No segundo subtema vimos a respeito do cálculo de demanda, sendo este valor aquele que refere a razão entre a demanda máxima e a potência instalada na unidade consumidora. Por fim abordamos as simbologias mais usadas no que se refere as representações gráficas dos elementos de uma instalação elétrica, exemplificando a partir de uma previsão de carga o esboço de um diagrama unifilar. REFERÊNCIAS • ANDRADE, T. A; LOBÃO, W. J. A. “Elasticidade renda e preço da demanda residencial de energia elétrica no Brasil.” Rio de Janeiro: IPEA, 1997. (Texto para Discussão, n. 489). • EDP. “Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária de distribuição – unidade consumidora individual EDP São Paulo”. VS 06, 2022. Disponível em: <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf>. Acesso em: 11 maio 2022. • LIMA FILHO, Domingos Leite. Projetos de instalações elétricas prediais. Saraiva Educação SA, 1997. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES • GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) • KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) • SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) , 19 2 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS Apresentação Assim como tratamos no primeiro bloco do projeto elétrico em baixa tensão, neste bloco também trataremos de projeto elétrico, porém estamos nos referindo a um projeto elétrico industrial. A partir do dimensionamento de cargas, alguns dispositivos de segurança e de manobra usados na indústria, abordaremos este tema. Em seguida veremos sobre os fatores de potência com suas respectivas correções. Para fechar, veremos um panorama geral de um projeto elétrico industrial contemplando as etapas que nele contém, assim como algumas das simbologias mais usadas. 2.1 Dimensionamento de carga Quando tratamos de dimensionar a carga de determinada instalação, seja industrial ou predial, nos referimos à determinação da corrente necessária para a instalação elétrica do projeto. Assim como, estabelecer a quantidade de tomadas, pontos de luz, e disjuntores a serem utilizados, garantindo que todos os equipamentos utilizados sejam ligados em correntes compatíveis. Quanto ao dimensionamento industrial, se faz necessário determinar uma série de cálculos que venham determinar as operações de maneira unitária, calculando também propriedades físicas dos equipamentos, transportes, transferências de calor ou massa nos processos industriais. Consistem também nesse dimensionamento as análises de produtividade e rentabilidade do processo, de modo a garantir que o potencial de desempenho seja de maior eficiência possível. As instalações elétricas industriais referem-se a alimentadores e circuitos terminais (ramais) para suprimento de energia de máquinas e outros dispositivos elétricos relacionados à fabricação de produtos para uso no dia a dia do ser humano ou para dispositivos elétricos usados nos processos industriais de fabricação, ou ainda outros processos de produção (GALOTTI, 2019) , 20 A grande diferença que encontramos no levantamento de cargas industriais para prediais, se dá por conta de cargas elevadas e de diferentes tensões que encontramos na indústria. Diferentemente das residências, neste meio industrial encontramos máquinas com tensões de 380v, 440v e 760v por exemplo. Veja na imagem abaixo uma rebobinadeira que opera em alta tensão, muito usada na indústria para desenrolar de forma alinhada uma bobina ou rolo maior de material para que seja transformado em rolos menores: Fonte: Alvarez Ultra. <https://alvarezultra.com/es/product/ultra-grande-600- 2/?gclid=Cj0KCQjw6pOTBhCTARIsAHF23fK328vrGcqJXdVBTzblBtMDAto7Ic5gFyoUu6_1k9Vjm- nlhPM0kZAaAkhBEALw_wcB> Figura 2.1 - Rebobinadeira Ultra-Grande 600 Para um detalhamento da carga e de fatores que influenciam diretamente na eficiência energética é preciso colocar na conta os itens que dizem respeito à segurança. Se tratando da segurança do usuário e dos equipamentos, esta etapa contempla os dispositivos que protegem usuários e instalações da indústria em questão. Exemplos destes elementos a serem dimensionados são: Sistemas de segurança em zona de perigo de máquinas; Dispositivo de intertravamento; Dispositivos de Parada , 21 de Emergência; Dispositivo de habilitação; Dispositivo de comando limitador de movimento; Chaves seccionadoras; Disjuntores; Fusíveis; DRs; DPS; entre muitos outros equipamentos. Veja na imagem abaixo uma representação de uma chave seccionadora tripolar: Fonte: PowerCom Corp via Shutterstock. Figura 2.2 - Chave seccionadora tripolar Outro elemento que relaciona segurança com geração de energia temos os geradores elétricos industriais. Variando desde os mais simples até os mais complexos com funções que variam com o abastecimento da indústria e até mesmo suprimento de energia devido a sua falta por meio da concessionária. O seu dimensionamento também está ligado a demanda da instalação em questão, veja na imagem abaixo o exemplo de um gerador: https://www.shutterstock.com/pt/g/PowerCom+Corp , 22 Fonte: Bespaliy via Shutterstock. Figura 2.3 - Gerador à diesel 2.2 Correção do fator de potência Antes de entrarmos na questão que trata do fator de potência e suas respectivas correções, devemos entender melhor como funciona a potência. Para melhor entendimento desta potência devemos saber que Watts e VA (Volts-Ampere) são unidades de medida que definem potência, porém não são a mesma coisa. O Fator de Potência (FP) é o elemento que faz essa diferenciação, onde é representado por uma fração percentual que varia de 0 a 1, onde o número 1 representa 100%. Este fator corresponde à quantidade de potência que o equipamento está utilizando. Assim temos, a Potência Ativa (Watts), Potência Aparente (VA) e Potência Reativa (VAR) sendo esta última a potência que é dissipada. Por exemplo, se no equipamento diz que ele é de 800 W e seu FP é de 0,8 podemos dizer que ele está utilizando apenas 80% da potência que lhe é fornecida e 20% está sendo retornada ou mesmo perdida. Portanto temos 1000 VA e 200 VAR respectivamente. , 23 Veja na imagem uma melhor representação da relação destas potências: Fonte: Adaptado de Novitech via Shutterstock. Figura 2.4 – Relação das potências Uma vez que entendemos esta relação de potência, devemos então corrigir este fator de potência com o intuito de promover um ganho de eficiência, além também de conter defasagens entre tensão e corrente, possibilitando que os equipamentos não venham operar com cargas inadequadas e ineficientes. Dentre alguns dos motivos dos quais encontramos um alto valor de energia reativa, temos: • Operar motores com baixas cargas por longos períodos; • Grande quantidade de motores de baixa potência; • Motores e transformadores operando sem cargas ou mesmo superdimensionados; • Motores e transformadores de baixa tecnologia, defeituosos ou muito antigos; • Transformadores alimentando baixas cargas; • Grande quantidade de lâmpadas sem correçãodo fator de potência; , 24 • Lâmpadas que operem por meio de reatores; • Máquinas como Fornos elétricos a indução ou a arco e máquinas de solda em funcionamento. Grande parte dos equipamentos, como motores e transformadores por exemplo, consomem energia reativa indutiva. Elas utilizam cargas indutivas para funcionarem, necessitando da geração de um campo magnético e por este motivam são utilizados dois tipos de potências: a ativa e a reativa. Pelo fato da potência reativa atuar em cargas capacitivas e indutivas, é possível neutralizá-la por meio de cargas capacitivas com a instalação de um banco de capacitores, criando assim um caminho mais seguro para correção deste fator de potência, de modo a compensar as cargas indutivas existentes. Como também em determinados casos, como linhas de transmissão por exemplo, dos quais são sistemas muito capacitivos, o banco de indutores é inerente na compensação desse efeito. É possível também fazer a correção do fator de potência através de elementos ativos, como os conversores. O conversor se ajusta por meio do circuito compensador em caso de variação deste fator. As fórmulas para chegar neste fator de potência se resumem na relação da potência ativa com a aparente. E também com outras variações utilizando ângulos de defasagem do cosseno e arco tangente. Veja abaixo as fórmulas que temos: , 25 2.3 Projeto elétrico industrial Um projeto elétrico industrial contempla os ambientes destinados a atividades industriais consistindo no levantamento de todas as características elétricas que a instalação necessitará de modo a suprir todas as exigências técnicas assim como as respectivas necessidades dos clientes. Tais instalações possuem características pertinentes a alta potência demandada, elevada tensão e capacidade de acionamento desses motores. Os aspectos devem ser previstos durante a elaboração do projeto elétrico industrial, afim de que a execução das instalações dos circuitos se baseie nos procedimentos de um projeto personalizado, sem esquecer-se de seguir as devidas normas regulamentadoras. O profissional responsável pela elaboração de um projeto deve reunir informações importantes relacionadas à instalação tais como: conhecimento dos suprimentos de energia elétrica; planta baixa de arquitetura da instalação; planta detalhada contendo colunas e vigas; e a planta baixa com disposição física das máquinas. Dentre os itens que um projeto elétrico industrial deve contemplar citamos: • Divisão de circuitos elétricos; • Dados sobre a corrente elétrica; • Discriminação da potência de cada ramal; • Balanceamento das fases; • Lista de cargas; • Informações sobre a bitola dos cabos; • Informações sobre a distribuição dos eletrodutos; • Descrição dos elementos de proteção a serem instalados; • Projeto elétrico funcional e construtivo de painéis de comando e controle; , 26 • Diagrama unifilar. A etapa que se refere ao diagrama unifilar da qual se destina à representação gráfica dos elementos elétricos da instalação é uma das mais importantes. Porém para entender tais desenhos técnicos, se faz necessário compreender as simbologias técnicas utilizadas, pois a partir das simbologias gráficas é possível interpretar os diagramas e desenhos elétricos referentes às instalações elétricas industriais. Veja abaixo algumas das representações gráficas mais utilizadas: , 27 Fonte: Adaptado de Silvia, 2020 <https://aprendendoeletrica.com/simbologia-eletrica-industrial-e- residencial/#Norma_NBR_5444> Figura 2.5 – Simbologia elétrica industrial Já em relação as normas que regem estes projetos, temos as Normas Regulamentadoras NR10 e a NR12. Tais normas visam a utilização de parâmetros de segurança para garantia do resguardo e o bem-estar dos trabalhadores que atuam nestas máquinas e equipamento. No caso da NR10, ela prevê medidas que asseguram , 28 a segurança geral, com seu escopo abrangendo desde a criação do projeto elétrico industrial até a instalação e manutenção de máquinas e equipamentos. Se tratando da NR12 falamos de uma norma que visa estabelecer exigências para componentes elétricos como: diferencial residual, caixas de transmissão, eletrodutos, fios e tomadas, entre outros. Além do mais todo o maquinário adquirido para a indústria deve estar adequado e garantido por esta norma também. Conclusão Assim como abordamos no primeiro bloco, este bloco foi responsável por tratar do dimensionamento de carga das instalações industriais. A grande diferença que encontramos está no levantamento de cargas ao se tratar de tensões mais elevadas das quais encontramos em instalações prediais. Vimos também alguns elementos de segurança que contém nas instalações industriais, como por exemplo, dispositivos de intertravamento, chaves seccionadoras, entre outros. O segundo subtema foi responsável por nos apresentar a relação das potências, tais como: a aparente, potência ativa e a potência reativa sendo elas determinantes para relacionar o fator de potência e sua respectiva correção. Por fim vimos algumas etapas a serem contempladas em um projeto industrial desde a divisão de circuitos elétricos, balanceamento de fases, lista de cargas, discriminação de elementos de proteção até o seu projeto final com os diagramas. REFERÊNCIAS • ALVAREZ ULTRA. ULTRA-GRANDE-600 Línea Rebobinada de Alta Velocidad Continua. Disponível em: <https://alvarezultra.com/es/?s=ULTRA-GRANDE- 600+L%C3%ADnea+Rebobinada+de+Alta+Velocidad+Continua>. Acesso em: 18 maio 2022. • GALLOTTI, V. D. M. O memorial descritivo no projeto de instalações elétricas. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2019. , 29 • SILVA, S. G. Simbologia elétrica industrial e residencial. Blog Aprendendo Elétrica, 2020. Disponível em: <https://aprendendoeletrica.com/simbologia- eletrica-industrial-e-residencial/#Norma_NBR_5444>. Acesso em: 18 maio 2022. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES • GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) • KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) • SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) , 30 3 PROTEÇÃO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Apresentação Esse bloco é responsável por tratar das proteções que uma instalação necessita para segurança das pessoas e equipamentos de determinada instalação. De início abordaremos a proteção contra curtos-circuitos e sobrecargas. Em seguida veremos também as proteções no que se refere à surtos na rede elétrica e a melhor forma de proteger os equipamentos da instalação. Por fim falaremos do choque elétrico e a forma que ele acontece nos nossos corpos, tratando consequentemente de algumas medidas protelados pela NR10 para prevenção de acidentes, concluindo com as proteções por Extra Baixa Tensão que conhecemos como SELV e PELV. 3.1 Proteção contra curto-circuito e sobrecargas Antes mesmo de adentrar na questão que se refere à proteção do sistema, precisamos entender o que é um curto-circuito e uma sobrecarga, assim como seus respectivos efeitos no circuito elétrico e ainda na pior hipótese, no ser humano. Entende-se que o curto-circuito elétrico se dá em virtude de uma elevada passagem de corrente elétrica, muito ou pouco acima do normal. E, é justamente esse aumento repentino da tensão no circuito elétrico que ocasiona essa falha. Isso faz com que os aparelhos ou instalações que estejam conectadas a esse circuito elétrico parem de funcionar instantaneamente, podendo até queimá-los. Equatorial Pará, 2019. Esta definição é dada pela Concessionária Equatorial atuando no Estado do Pará, sendo estesproblemas muito comuns nas instalações. Sabendo que a corrente elétrica procura passar pelo caminho mais curto possível onde a conexão de baixa resistência entre os pólos de um dispositivo eletroeletrônico, responsável por causar a passagem de corrente excedendo, ocasionando uma série de problemas no sistema elétrico. , 31 Além de causar incêndio, danos materiais e perigo de vida, alguns curtos-circuitos podem ser silenciosos, e da mesma forma prejudiciais ao circuito elétrico, causando falhas nos equipamentos, desgaste dos circuitos e altos custos na conta de luz em longo prazo. Dessa forma identificar os sinais de um curto-circuito é primordial, assim sendo segue alguns indicativos deste problema nos circuitos: disjuntores constantemente desarmando, cheiro forte de queimado, tomadas manchadas na cor preta, lâmpadas queimando antes do normal, constantes quedas de energia, e claro o aumento na conta de energia. Tratando-se de sobrecarga no circuito elétrico, falamos do excesso de equipamentos eletroeletrônicos conectados a uma rede elétrica ao mesmo tempo. Por isso a previsão de demanda se torna essencial em determinada instalação. Os indícios deste fenômeno são detectados por meio do desarme de disjuntores, redução da luminosidade no instante em que é ligado um aparelho de alta potência, assim como condutores elétricos cheirando queimado (ou mesmo muito quente), ressecados ou com rachaduras. Quando falamos em proteções contra curto-circuito e sobrecarga é evidente que o equipamento disjuntor estará em evidência. O disjuntor atua na intensidade da corrente elétrica, dessa forma ao detectar uma sobrecarga, o dispositivo de imediato corta o fornecimento de energia do circuito. Por este motivo o disjuntor deve ser projetado para possibilitar a passagem de corrente até determinado valor. Para cada tipo de circuito haverá um disjuntor específico determinado de acordo com a carga e os aparelhos ligados ao circuito. O primeiro passo a ser dado é a quantidade de fases do circuito determinando, por exemplo, se o disjuntor é monopolar (uma fase), bipolar (duas fases) ou tripolar (3 fases). Veja abaixo o exemplo de um disjuntor tripolar: , 32 Fonte: Maxx-Studio via Shutterstock. Figura 3.1 – Disjuntor tripolar É possível também dimensionar um disjuntor de acordo com a situação em que ele estará instalado e os prováveis danos a serem evitados, veja: • Disjuntor magnético - Responsável por proteger os equipamentos elétricos contra sobrecargas e curtos-circuitos, possuindo uma precisão muito maior; • Disjuntor térmico - Interrompe o circuito elétrico no momento em que detecta uma elevação na temperatura fora do normal. Tal disjuntor é bastante utilizado em prevenção contra incêndios; • Disjuntor termomagnético - Ele combina a proteção térmica com a magnética, sendo muito utilizado em instalações elétricas residenciais e comerciais. As vantagens deste disjuntor é que pode ser usado para manobras de acionamento e desacionamento de circuitos, proteção contra aquecimentos, sobrecargas e curtos circuitos. Além dos disjuntores mencionados acima, temos também o Dispositivo Diferencial Residual, conhecido como DR, é um disjuntor de segurança muito usado em instalações elétricas. Sua função é detectar pequenas fugas de corrente nos circuitos elétricos, para que desta forma acione o desligamento imediato da alimentação, evitando assim a continuidade da corrente elétrica no circuito. https://www.shutterstock.com/pt/g/maxxyustas , 33 Estas fugas podem se originar de várias formas como fios desencapados, o simples tocar acidentalmente nos fios energizados, uso de equipamentos eletroeletrônicos em áreas molhadas, equipamentos em que a energia elétrica entra em contato com a carcaça ou até mesmo elementos que possam ser colocados na tomada por uma criança por exemplo. O DR, também conhecido como interruptor diferencial residual, faz o desligamento de qualquer circuito que apresenta uma corrente de fuga entre 15 e 30 mA. Apesar de ter a sensação de choque em caso de contato da fase com o corpo humano, não há risco de vida caso o circuito seja protegido por esse dispositivo. Veja no exemplo abaixo a imagem deste dispositivo: Fonte: Siemens. <https://new.siemens.com/br/pt/produtos/energia/produtos-baixa- tensao/dispositivosmodulares/dispositivosparainfraestruturaeindustria.html> Figura 3.2 – Dispositivo DR 3.2 Proteção contra surtos Surtos elétricos são perturbações que acontecem na rede elétrica, fazendo com que a tensão aumente de tal forma que ultrapasse os limites admissíveis de determinado equipamento. Ela surge de uma onda transitória de tensão, em outras palavras, a corrente varia em uma taxa elevada em um curto período de tempo. Dentre as coisas , 34 deste fenômeno podemos atribuir o acionamento mútuo de motores elétricos na mesma rede, apagões de energia, chaveamentos e descargas atmosféricas. Dentre estas causas a descarga atmosférica é a de menor frequência, porém a que pode causar o maior dano. No momento que um raio atinge diretamente uma linha de alimentação (ou um equipamento), grande parte da sua corrente será conduzida por ali passando por todos os pontos e equipamentos da qual estiver ligado o circuito, surgindo assim um surto conduzido no sistema. Além de o raio atingir diretamente o sistema, o campo eletromagnético de uma descarga elétrica é tão potente que correntes podem ser induzidas pelo ar em quaisquer elementos metálicos (incluindo os condutores de energia e sinal de um sistema) em um raio de até 2 km de distância do ponto de impacto, originando dessa forma um surto induzido. O surto conduzido pode causar danos como incêndios, choques elétricos, explosão dos condutores e queima de equipamentos. Já o surto induzido é de menor magnitude, no entanto, causando a degradação precoce ou mesmo a queima dos equipamentos. Na intenção de prevenir acidentes e incêndios, evitar a queima de aparelhos eletrônicos, garantindo a funcionalidade de equipamentos, de forma a resguardar a saúde de todos envolvidos em uma instalação é usado o DPS. Esta sigla significa Dispositivo de Proteção contra Surtos, equipamentos dos quais possibilitam a detecção de sobretensões transitórias na rede elétrica, desviando-as para o sistema de aterramento. É possível diferenciá-las em três classificações, veja: • Classe I: dispositivos com capacidade para drenagem de correntes parciais de um raio, para áreas urbanas periféricas e rurais, que ficam expostas a descargas atmosféricas diretas, sendo instalados nos quadros primários de distribuição; • Classe II: dispositivos que drenam correntes induzidas, em edificações, com efeitos indiretos de descarga atmosférica. Usados normalmente nas cidades urbanas, sendo instalados nos quadros secundários de distribuição; , 35 • Classe III: dispositivos instalados próximos a equipamentos ligados à rede elétrica protegendo aparelhos ligados à rede elétrica, linha telefônica e de dados. Veja na imagem abaixo um exemplo deste dispositivo: Fonte: Siemens. <https://assets.new.siemens.com/siemens/assets/api/uuid:8699385a-9e3e-4bc0-8f67- e68bf80939d2/catalogo-dps-set17.pdf> Figura 3.3 – Dispositivo DPS Este processo de desvio ao sistema de aterramento é um processo rápido, de modo a ocorrer em uma fração de segundo sendo este o motivo do disjuntor não detectar esta fuga da corrente. Exemplificando melhor seu funcionamento acontece na espécie do fechamento de um curto entre fase e terra, sem que prejudique a instalação elétrica é claro. Sua instalação ocorre antes do disjuntor geral, assegurando assim a segurança do sistema, pois mesmo com a falha do DPS, o disjuntor geral pode desarmar. Entretanto, é possível também inserir o DPS depois do disjuntor geral, pois nessa posição a falha do primeiro desative o segundo ocasionandoa interrupção da alimentação de todo circuito, ficando desligado até a substituição do DPS. , 36 3.3 Choque elétrico, SELV e PELV O choque elétrico pode ser descrito como a corrente elétrica usando nosso corpo como condutor. O corpo humano por sua vez é um condutor elétrico, quando posto em contato com uma fonte de energia elétrica, a tendência é que a corrente flua por ele como se fosse um cabo usado em instalações elétricas. O grande problema é que nosso corpo não está preparado para receber tensões, por isso há a desorganização do arranjo fisiológico dos elementos químicos celular causando um enorme desconforto físico. O que vai definir a gravidade de seu impacto no indivíduo são a intensidade e o tempo de duração que a eletricidade permanecerá no corpo. Segundo informações do órgão DATASUS, no período entre janeiro de 2008 a junho de 2010, foram computados 4.140 internações e 100 mortes por meio da exposição às correntes ou mesmo linhas de transmissão elétrica no Brasil. A taxa de mortalidade do período em questão está em 2,42%. Agora a questão que cerca este assunto está na proteção, nos cuidados necessários para que não ocorra um choque elétrico. A NR10 é uma norma regulamentadora que atua como principal via de diretrizes que visa proteger os colaboradores que trabalham com energia elétrica em suas atividades de campo. Esta norma objetiva prevenir acidentes e preservar a vida, integridade e segurança daqueles que lidam com essa área. Para exemplificar, a NR10 tem algumas medidas de controle e prevenção de acidentes que devem ser asseguradas pelo engenheiro no projeto da instalação ou mesmo após o projeto, contanto que o profissional responsável pela instalação elétrica se atente em algumas diretrizes importantes, tais como: • Desenergizar todo o circuito antes de operá-lo a fim de eliminar qualquer sinal de eletricidade em instalações ou equipamentos; • Aterrar o circuito como medida de segurança para que toda e qualquer descarga elétrica siga o caminho do solo. , 37 • As instalações das quais ficam expostas, deve estar de difícil acesso às pessoas comuns do edifício, a fim de evitar que pessoas não qualificadas possam ter contato fácil com a instalação; • Muitas vezes o choque elétrico pode ser de baixa intensidade, porém uma possível queda de uma escada ou andaime pode ser muito mais danoso. Assim sendo para operação em instalações em altura a NR35 orienta quanto às diretrizes para trabalhos deste tipo. 3.3.1 SELV e PELV A proteção por Extra Baixa Tensão está prevista no tópico 10.2.8 da norma NR10 que trata de proteção coletiva. A norma trata de serviços executados “devem ser previstos e implantados prioritariamente medidas de proteção coletivas aplicáveis, mediante procedimentos às atividades a serem desenvolvidas para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores.” Esta NR estabelece que as medidas de proteção coletivas priorizem a desenergização elétrica, e na impossibilidade deste cenário exige o emprego da tensão de segurança. É aí onde entra a extra baixa tensão, sendo uma tensão inferior à 50 V em CA (corrente alternada) ou 120 V em CC (corrente contínua), seja entre fases ou entre fase e terra. Originando daí a sigla SELV que em inglês vem de Separated Extra-Low Voltage, trazida para nossa língua é Extra Baixa Tensão Separada. O SELV possui uma segurança derivada da baixa tensão elétrica em um sistema eletricamente separado do aterramento de outros circuitos e de maneira que a ocorrência de uma única falha não resulte em risco de choque elétrico. Já no caso PELV, que do inglês provem de Protected Extra-Low Voltage, em português significa Extra Baixa Tensão Protegida, sistema este que possuem as mesmas características do SELV, com somente a diferença de não ser eletricamente separado do aterramento. Tais conceitos de SELV como de PELV geralmente são adotados em ocasiões em que o risco de choque elétrico é iminente, como por exemplo nas situações de áreas de estacionamentos, iluminações de piscinas, camping, banheiras e etc. , 38 Dependendo diretamente da tensão nominal do sistema e das condições de uso, seja em SELV ou PELV, suas funções no sistema podem limitar da tensão do circuito, realizar uma isolação básica, assim como o uso de barreiras ou até invólucros que atendam minimamente as exigências da norma NBR 5410/2004. Veja algumas especificações abaixo que apresentam as condições de um sistema SELV/PELV: • Deve ser inacessível para a o sistema de extra baixa tensão entrar em contato com um sistema de baixa voltagem. Para isso a instalação deve ter os terminais protegidos contra o surgimento de uma baixa voltagem; • Não pode existir nenhuma conexão, seja entre as partes vivas do sistema SELV e a terra, seja entre o sistema de proteção contra correntes de baixa voltagem. O perigo nessa situação é que o aterramento ou outro sistema possam apresentar aumento na voltagem da tensão em condições de falha e essa tensão ser absorvida no sistema SELV; • É necessário possuir uma separação física entre os condutores do sistema. Plugs e soquetes do SELV não devem ser interligáveis com aqueles do sistema, isso previne que o sistema SELV seja acidentalmente conectado a um sistema de baixa voltagem; • Plugs e soquetes não podem possuir uma proteção de conexão. Isso previne a mistura de aparelhos SELV e FELV; • Acopladores de suporte para luminárias com sistema para aterramento não poderão ser utilizados. Conclusão Este bloco possui uma grande importância no conhecer de um engenheiro, pois trata de saúde e segurança, evidenciando os riscos e as maneiras de evitá-lo. Iniciando pelos curtos-circuitos e sobrecargas em instalações, abordando as suas causas, definições e também os indícios das quais eles submetem a instalação elétrica. Em seguida , 39 tratamos dos surtos elétricos inerentes as instalações elétricas evidenciando o grande dano que uma descarga atmosférica pode ter em um circuito, seja de forma direta ou indireta. Fechamos o bloco vendo a respeito do choque elétrico descrito como uma corrente elétrica usando nosso corpo como condutor, exemplificando também algumas medidas de controle e prevenção de acidentes regidos pela NR10. Por fim vimos sobre a proteção por Extra Baixa Tensão conhecida como SELV (Extra Baixa Tensão Separada) e (Extra Baixa Tensão Protegida) abrangendo seus conceitos e especificações dentro de um sistema elétrico. REFERÊNCIAS DATASUS. Morbidade Hospitalar do SUS por Causas Externas. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br>. Acesso em: 18 maio 2022. EQUATORIAL, Energia. Você sabe o que é um curto-circuito? Assessoria de imprensa Equatorial Pará, 2019. Disponível em: <https://pa.equatorialenergia.com.br/2019/08/voce-sabe-o-que-e-um-curto- circuito/>. Acesso em: 18 maio 2022. SIEMENS. Dispositivo DR. Disponível em: <https://new.siemens.com/br/pt/produtos/energia/produtos-baixa- tensao/dispositivosmodulares/dispositivosparainfraestruturaeindustria.html>. Acesso em: 18 maio 2022. SIEMENS. Dispositivo DPS. Disponível em: <https://assets.new.siemens.com/siemens/assets/api/uuid:8699385a-9e3e-4bc0-8f67- e68bf80939d2/catalogo-dps-set17.pdf>. Acesso em: 18 maio 2022. , 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) , 41 4 PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS Apresentação Olá estudante, esse é o bloco responsável por tratar de assuntos que se referem à segurança nas instalações,principalmente no que se refere a descargas atmosféricas. De início iremos abordar as hastes de para-raios evidenciando suas funções e tipos que encontramos. Em seguida abordaremos o tema do aterramento elétrico onde veremos a respeito desta função nas instalações elétricas e as respectivas formas de ligação. Por fim será abordado de maneira mais factível um caso real de um projeto SPDA, onde será possível ver como funciona a documentação de um laudo assim como apresentar os principais pontos dos elementos que compõe o SPDA. 4.1 Para-raios Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 5419/01 (2001), o para-raios tem como objetivo encaminhar a energia do raio, desde o ponto que ele atinge a edificação até o aterramento, o mais rápido e seguro possível. O para-raios foi inventado por Benjamin Franklin no ano de 1752, que ao realizar uma perigosa experiência manipulando um fio de metal para empinar uma pipa de papel, constatou que a carga elétrica dos raios descia pelo artefato. Demonstrou também que hastes de metal, quando em contato com a superfície terrestre poderiam desempenhar a função de condutores elétricos, surgindo dessa forma o para-raios. De acordo com Ferreira (2014) para-raios é o tipo mais comum de proteção usada contra as descargas atmosféricas, sendo uma haste de metal pontiaguda interligada a cabos de cobre ou mesmo de alumínio de baixa resistividade que são levadas até o solo. Suas pontas têm como objetivo atrair os raios, uma vez que o raio é atraído ele é desviado até o solo através dos cabos sendo dissipado no solo, de forma que não cause nenhum dano na instalação. Esses para-raios devem ser colocados no ponto mais alto da estrutura, facilitando assim a atração da descarga atmosférica. , 42 No intuito de encontrar o raio de abrangência de um para-raios, é preciso ter a metragem da altura da ponta do para-raios até o solo (h), multiplicando pela raiz quadrada de três, como na fórmula a seguir: Alcance = h . √3 Vale ressaltar que não é função do sistema de para-raios realizar a proteção de equipamentos eletroeletrônicos, pois mesmo uma descarga captada e conduzida a terra com segurança, é capaz de produzir uma forte interferência eletromagnética, capaz de danificar determinados equipamentos. 4.1.1 Tipos de para-raios Existem alguns métodos no emprego do para-raios dentro de um SPDA. Os mais comuns são o método de Franklin e o de Faraday. Além desses temos também o Método Eletrogeométrico (Esferas Rolantes). No caso do método de Franklin, conhecido como Método do Ângulo de Proteção, ele parte do princípio do qual a ponta do para-raios protege o volume de um cone abaixo dele, de modo a formar um ângulo α com a vertical como vemos na imagem abaixo. Este método é recomendado para edifícios residenciais de até 20 Andares, ou até 60m de altura em média. Fonte: Silva, 2018. Figura 4.1 – Método do Ângulo de Proteção , 43 Já o método de Faraday, conhecido como Método das Malhas, idealizado por Michael Faraday, sua afirmação se dava no princípio de que no interior de uma estrutura envolvida por uma superfície metálica, quando eletrizada, seu campo eletromagnético é nulo. Neste método é necessário posicionar no perímetro da parte superior da edificação captores espaçados com as respectivas descidas formando uma espécie de gaiola como vemos na imagem abaixo que representa este modelo. Tendo seu uso recomendado para edificações que possuam grandes alturas. Fonte: terzuku via Shutterstock. Figura 4.2 – Método das Malhas (Gaiola de Faraday) Quanto aos principais tipos de captores que encontramos no mercado temos: • Captores do Tipo Franklin: Dentre os três é o mais comum, são sustentados por uma haste metálica possuindo quatro pontas no topo. É usado no método do Ângulo de Proteção, porém também podem ser utilizados no método eletrogeométrico. , 44 Fonte: OkayNonthanakorn via Shutterstock. Figura 4.3 – Haste tipo Frankiln • Captores Melsen: Também conhecido como Minicaptores, são hastes que medem 50 cm de altura e são instaladas num espaçamento de cinco ou oito metros. Estes captores não são primordiais no método das malhas, entretanto sua utilização é recomendável por evitar o desgaste térmico dos cabos em decorrência da incidência direta dos raios. Fonte: Santil. Link <https://www.santil.com.br/produto/terminal-aereo-38-x-300mm-aluminio- paratec/2897708> Figura 4.4 – Minicaptores , 45 • Captores Radioativos: Sua aparência se dá por meio de discos sobrepostos, diferentemente das hastes pontiagudas comumente vistas. Meados da década de 70 a 80, estes captores eram muito usados como alternativa à haste de Franklin. O material contido na composição desses captores é, na maioria das vezes, o Radioisótopo Amerício 241, que possui um baixo risco de irradiação, mas conta um alto risco de contaminação com o contato com a fonte, se tornando assim proibido desde 1989. Fonte: J.A. Para-raios. Link <https://www.japararaios.com.br/para-raio-radioativo> Figura 4.5 – Captores Radioativos , 46 4.2 Aterramento elétrico O aterramento elétrico consiste em uma medida de segurança capaz de garantir o funcionamento seguro dos equipamentos conectados à rede elétrica, por meio da conexão dos circuitos da instalação ao solo, com o objetivo de dissipar correntes de fugas a um local adequado. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define o aterramento como “colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial da terra. Assim, em casos de uma fuga de corrente elétrica, a eletricidade tende a ir para o menor potencial; a terra, que tem o potencial próximo de zero.” Assim é possível proteger equipamentos e vidas que estejam próximo ao equipamento. Para esclarecer o porquê da necessidade do aterramento elétrico, podemos classificar em quatro tópicos de acordo com sua funcionalidade, veja: i. Promove a proteção das pessoas que estão próximas ao equipamento. O equipamento que goze de um sistema de aterramento evita que as superfícies e carcaças estejam energizadas decorrente de algum curto-circuito, sobrecargas ou surtos; ii. O aterramento elétrico simplifica o processo de desligamento automático de equipamentos de proteção (como o disjuntor por exemplo) de forma mais rápida; iii. O aterramento também é um equipamento primordial em projeto de SPDA, representando a parte final do sistema responsável por direcionar as correntes para terra; iv. O aterramento por fim atua no controle de tensões, na iminência de um curto- circuito fase-terra retornando da terra para a fonte mais próxima, o sistema de aterramento viabiliza o controle das tensões desenvolvidas no solo. Atualmente encontramos dois tipos de aterramento elétrico. O primeiro é aquele que protege os equipamentos e circuitos da instalação por meio do aterramento da rede , 47 elétrica. Enquanto o segundo tipo é aquele que compõe o SPDA dando o caminho correto para as descargas atmosféricas. Vale ressaltar que os dois aterramentos podem coexistir em uma instalação, porém não podem ser ligadas juntas, separando assim um aterramento do outro. Se tratando das hastes de aterramento, ou eletrodos, seu comprimento pode variar de 1,5 m a 4 m dependendo das características da instalação. A NBR 13571 é a responsável por definir os requisitos mínimos para hastes de aterramento de aço- cobreadas, assim como seus respectivos acessórios, como o conector de aterramento e a luva de emenda. Veja a imagem de um eletrodo de aterramento com seus pontos: Fonte: Junior (2013) apud Oliveira (2018) Figura 4.6 – Eletrodo de aterramento Encontramos também outras classificações dos aterramentos elétricos como os de proteção e os funcionais sendo os principais. No caso do aterramento funcional ocorre a ligação à terra de um dos condutores vivos dosistema (em geral, o neutro), com a finalidade de definir e estabilizar a tensão da instalação em relação à terra durante o funcionamento. Ela também limita as sobretensões devido as manobras, descargas atmosféricas e contatos acidentais com linhas de tensão mais elevada; por fim é , 48 responsável pelo fornecimento de um caminho de retorno da corrente de curto- circuito monofásica ou bifásica à terra ao sistema elétrico. Se tratando do aterramento de proteção, seu funcionamento é dado com a ligação à terra das massas (massa é qualquer corpo condutor de eletricidade que não tenha necessariamente função elétrica no circuito, sendo normalmente conectado à terra por motivos de segurança) e dos elementos condutores estranhos à instalação, com a finalidade de limitar o potencial entre massas e elementos condutores estranhos à instalação e a terra em um valor resoluto sob condições normais e anormais de funcionamento. Além do mais, proporciona as correntes de falta um caminho de retorno para terra de baixa impedância, de maneira que o dispositivo de proteção possa atuar de forma adequada. Dentro destas classificações de funcional e de proteção, temos 3 principais tipos de esquemas de aterramento classificados em função do aterramento da fonte de alimentação, seja um transformador ou gerador, e das massas das quais são apresentados pela simbologia TN, TT e IT. • TN - Onde: T: um ponto diretamente aterrado; N: massas sem um aterramento próprio no local, mas que utilizam o aterramento da fonte de alimentação por meio de um condutor separado (PE) ou condutor neutro (PEN); Nesse esquema um ponto da alimentação, em geral o neutro, é diretamente aterrado e as massas dos equipamentos elétricos são ligadas a esse ponto através de condutor metálico. Neste esquema encontramos 3 variações: TN C, TN S e TN C-S. Veja na imagem abaixo o esquema TN C-S onde há uma interligação entre o condutor neutro e de proteção em um único condutor e em uma parte da instalação. , 49 Fonte: Mattede, 2014. Link <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/> Figura 4.7 – Esquema TN C-S • TT - Onde: T: um ponto diretamente aterrado; T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da alimentação; Neste esquema o ponto da alimentação, normalmente o enrolamento secundário do transformador com seu ponto neutro, é aterrado de forma direta e as massas da instalação estão ligadas ao eletrodo de aterramento de maneira que independe do eletrodo de aterramento da alimentação. Fonte: Mattede, 2014. Link <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/> Figura 4.8 – Esquema TT , 50 • IT - Onde: I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância razoável; T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da alimentação; Nesse esquema não há ponto da alimentação diretamente aterrado. Este ponto está isolado da terra (a) ou mesmo aterrado através de uma impedância (Z) de valor elevado (b). As massas são conectadas à terra mediante ao eletrodo de aterramento. Fonte: Mattede, 2014. Link <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/> Figura 4.9 – Esquema IT 4.3 Projeto SPDA O principal objetivo de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) é evitar a incidência direta de raios na estrutura de determinada instalação, por meio do estabelecimento de pontos preferenciais de ocorrência para as descargas que possivelmente atinjam a estrutura na ausência do mesmo. Tudo isto regido de acordo com a NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. A norma prevê a obrigatoriedade da edificação ter o laudo comprovando a qualidade e assegurando a funcionalidade do para-raios e sua estrutura. A norma NBR 5419:2005 prevê a validade deste laudo de 1 ano para instalações contendo munição ou , 51 explosivos, locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.), ou ainda estruturas pertencentes a fornecedores de serviços considerados essenciais (energia, água, sinais, etc.). E prevê a validade de três anos para as demais estruturas seja condomínios, prédios, comércios e indústrias que não se encaixam na descrição acima. A partir dos projetos elaborados com base em disposições das normas que regem tais projetos, tornam a instalação eficiente e confiável. Porém tal eficiência dificilmente alcançará 100% de eficácia, estando assim sujeito a falhas de proteção. As falhas mais comuns que costumam acontecer variam desde a destruição de pequenos trechos do revestimento de fachadas, quinas da edificação até alguns trechos de telhados. (VISACRO 2005) Veja o caso de um laudo realizado em um condomínio da zona sul de São Paulo pela empresa MKSZ Engenharia e Sanchez Engenharia. A edificação em questão se enquadra no nível de proteção tipo II. Nível este voltado para edifícios comerciais, bancos, teatros, museus, locais arqueológicos, hospitais, prisões, casas de repouso, escolas, igrejas, e áreas esportivas. A instalação atual conta atualmente com o SPDA do tipo misto, com tipo haste de Franklin instalado sob a caixa d’água, e gaiola de Faraday circundando toda a edificação, com equipotencialização de todas as estruturas metálicas, equipamentos instalados e que compõe a estrutura das coberturas. Veja abaixo a condição da haste em questão. , 52 Fonte: Autor, 2022. Figura 4.10 – Haste tipo Franklin no topo da edificação No caso da estrutura em questão é possível observar o bom estado da haste e os anéis captores que o cercam e descem para o nível inferior. Veja a próxima imagem a respeito da instalação. Fonte: Autor, 2022. Figura 4.11 – Haste tipo Franklin com ligação ao anel captor Nesta imagem podemos comprovar a ligação da haste nas cordoalhas do anel captor. Assim podemos aprovar mais uma etapa da instalação do SPDA. Na imagem a seguir , 53 podemos ver novamente o anel captor no nível inferior, correspondendo com suas respectivas descidas formando a gaiola de Faraday. Fonte: Autor, 2022. Figura 4.12 – Ligações nos níveis inferiores E para fechar, resumidamente, a inspeção do sistema é hora de checar as caixas de inspeção distribuídas pelo condomínio, veja uma delas. Fonte: Autor, 2022. Figura 4.13 – Caixa de inspeção , 54 Atestando então que as caixas de inspeção estão de acordo com a norma vigente, assim o laudo pode ser emitido e aprovado mediante assinatura de um engenheiro qualificado e devidamente inscrito no CREA, que é o órgão regulador da engenharia. Vale ressaltar que este é o resumo da execução de um laudo, pois ele tende a ser bem denso e minucioso em sua inspeção, tendo ao final uma conclusão a respeito dos valores ôhmicos encontrados. A norma NBR 5419:2015 diz que “deve-se obter a menor resistência de aterramento possível, compatível com o arranjo do eletrodo, a topologia e a resistividade do solo no local”, não tendo mais a obrigatoriedade de não exceder os 10 ohms. Conclusão Esse bloco foi responsável pela apresentação dos componentes que se referem principalmente à segurança contra descargas atmosféricas que conhecemos popularmente como raios. O para-raios é um dos principais componentes de um projeto SPDA responsável por atrair essas descargas atmosféricas. No segundo tema vimos a respeito desta parte final da descarga atmosféricas, conceituando-nos no tocante a dissipação desta corrente na terra, por isso o nome de aterramento elétrico. Para finalizar concluímos propriamente com o projeto que reúne estes principais pontos, começando pelo para-raios no topo da edificação, passando pelas cordoalhas e anéis de descida, chegando até o sistema de aterramento responsável por lançar toda esta energia emum local seguro, de forma que apresentamos um estudo de caso real, a fim de que tenha uma melhor noção de um laudo SPDA. , 55 REFERÊNCIAS • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 5419/01: Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. Rio de Janeiro, 2001. • FERREIRA, L. C.; BILESK, L. R. “Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) nas edificações”. Revista Científica Eletrônica de Ciências Aplicadas da FAIT, 2014. • SILVA, J.; LEMOS, N.; RAMOS, W.; MENDES, E. “Modelo didático para SPDA Tipo Franklin”. Revista do CEDIS nº8, 2018. Disponível em: <http://sou.undb.edu.br/public/publicacoes/modelo-didatico-para-spda-tipo- franklin-julian-abreu-natalia-alves-wellyngton-souza-e-eduardo-mendes.pdf>. Acesso em: 18 maio 2022. • SHUTTERSTOCK. “Gaiola de Faraday”. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/faraday-cage-physics- experiment-electricity-tesla-2003660732>. Acesso em: 18 maio 2022. • SHUTTERSTOCK. “Haste tipo Franklin”. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/lightning-rod-soft-sky- background-warm-315402311>. Acesso em: 18 maio 2022. • SANTIL. “Minicaptor”. Disponível em: <https://www.santil.com.br/produto/terminal-aereo-38-x-300mm-aluminio- paratec/2897708>. Acesso em: 18 maio 2022. • JA, Para-raios. “Captores Radioativos”. Disponível em: <https://www.japararaios.com.br/para-raio-radioativo>. Acesso em: 18 maio 2022. • VISACRO, F. S. Descargas atmosféricas: uma abordagem de engenharia. 1. ed. São Paulo: Artiber, 2005, 272p. , 56 • OLIVEIRA, W. S. de. Metodologia para dimensionar um sistema de aterramento elétrico: um estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca examinadora do curso de Engenharia Elétrica da FATECS – Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas – Centro Universitário de Brasília. Brasília - DF, 2018. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12384/1/21365311.p df>. Acesso em: 18 maio 2022. • MATTEDE, H. “Aterramento elétrico, tipos e usos”. Conceitos da eletricidade, Mundo da Elétrica, 2014. Disponível em: <https://www.mundodaeletrica.com.br/aterramento-eletrico-tipos-e-usos/>. Acesso em: 18 maio 2022. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES • GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) • KANASHIRO, N. M.; NERY, N. Instalações elétricas industriais. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014. (e-book Minha Biblioteca) • SAMED, M. M. A. Fundamentos de instalações elétricas. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. (e-book Pearson) , 57 5 ENTRADA DE ENERGIA Apresentação Olá estudante, Neste bloco conheceremos a respeito das tensões primárias e secundárias caracterizando-as nos critérios de baixa, média e alta tensão. Veremos também exemplos voltados para entrada de energia em baixa tensão e fornecimento da mesma para instalações que requerem uma alta demanda energética. Para finalizar este bloco abordaremos o tema que se refere a parte da distribuição da energia, desde sua geração nas hidrelétricas até o seu destino final em residências, comércios e indústrias. Além também de fazer uma introdução aos transformadores a partir do seu princípio de funcionamento. 5.1 Fornecimento até 75kW O sistema de distribuição de energia é dividido em dois subsistemas: Primário (média tensão - MT) e o secundário (baixa tensão - BT). (GÖNEN, 1986) No fornecimento da energia de instalações inferiores à 75kW, conhecemos como fornecimento em tensão secundária. Esses sistemas atuam com tensões abaixo de 1 kV formando as Redes em Baixa Tensão. O fornecimento que encontramos na aplicação final se destina aos pequenos consumidores em níveis de tensão com valores entre 110 V e 440 V, dos quais operam os alimentadores secundários. Neste contexto temos a energia em tensão primária, da qual é disponibilizada a um grande número de consumidores, como por exemplo: indústrias, grandes hospitais, centros comerciais, parques de diversão, etc. Tais alimentadores primários fornecem um grande número de transformadores de distribuição responsáveis por abaixar o nível para tensão secundária destinada ao uso doméstico ou mesmo de pequenos consumidores industriais e comerciais. Estima-se que 85% das unidades consumidoras são residenciais, entretanto 35% do consumo de energia elétrica do Brasil são provenientes da utilização industrial, muito disso por conta de equipamentos que operam sob alta tensão. , 58 A fim de padronizar o abastecimento aos consumidores a EDP, concessionária responsável pelo fornecimento de energia de algumas cidades de São Paulo, utiliza-se das aplicações de uma série de normas técnicas relacionadas a este abastecimento em Baixa Tensão, veja um trecho de seu normativo: Fonte: EDP. Link <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf> Figura 5.1 – Padrão Técnico EDP Dentre essas normas técnicas referendadas pela EDP, o tipo de transformador usado nessas instalações são os do tipo Estrela com neutro aterrado com tensões de 127 V e 220 V. E também se utiliza o transformador do tipo Delta com neutro aterrado com tensões de 120 V e 240 V, onde a fase de força, representada pelo 4º fio, deve ser utilizada apenas para alimentação de cargas trifásicas, com sua respectiva seção sendo a mesma dos condutores das outras fases. Vale ressaltar que ambos os sistemas operam na frequência de 60 Hz. , 59 Se tratando de uma instalação residencial, a entrada de energia é definida pela concessionária em vigor. Os elementos que abrangem toda a entrada de energia são em sua maioria, o tipo de caixa que será usado, de acordo com o número de relógios que terá na instalação; os disjuntores ou chaves seccionadoras; a bengala assim como a bitola dos cabos que passam por ela; e o modelo do poste definido pela concessionária determinada. Veja na imagem abaixo o exemplo destes elementos que são vendidos num site como um kit já no padrão, no caso da EDP: Fonte: Elbran materiais elétricos. Link <https://www.elbran.com.br/> Figura 5.2 – Kit padrão entrada de energia EDP Um dos itens solicitados pela concessionária de energia, além do projeto técnico, é o dimensionamento da potência a ser utilizada pela instalação. Dessa forma é necessário realizar o levantamento dos equipamentos eletroeletrônicos da instalação para que se possa informar a potência total da instalação. , 60 5.2 Cabine Primária Definimos cabine primária como a entrada de energia elétrica conectada à sistemas de distribuição em Média ou Alta Tensão. Seu uso ocorre quando o fornecimento secundário (Baixa Tensão) não supre a demanda da instalação, ultrapassando assim os 75 KW, sendo necessário utilizar-se da cabine primária como meio de fornecimento de energia. Veja abaixo o exemplo de uma cabine primária: Fonte: Grupo Setta. Link <https://gruposetta.com.br/os-5-tipos-de-cabine-primaria-aceitos-pela- cemig/> Figura 5.3 – Cabine primária A função da cabine primária é servir de acesso à energia elétrica, da qual está em contato com o sistema de distribuição em média ou alta tensão, sendo ideal para instalações da qual necessitam da energia de média ou alta tensão, porém não possuem o fornecimento necessário direto da concessionária de energia elétrica da região. Os componentes que fazem partes das cabines servem para realizar a distribuição e transmissão da energia elétrica, além também de realizar a proteção e controle da energia na instalação. Desta maneira, a cabine direciona e controla o fluxo de energia transformando os níveis de tensão, atuando como ponto de entrega e fornecimento para a instalação. , 61 Sua estrutura conta com um painel para equipamentos específicos, cubículo do disjuntor, cubículos de entrada, cubículode medição, painel geral de baixa tensão, sala de medição e cubículo do transformador. Dentre os principais equipamentos que encontramos numa cabine primária, temos: • Barramentos; • Para-raios de linha; • Chaves seccionadoras de média tensão; • Disjuntores de média alta tensão; • Isoladores e chave fusível; • Transformadores de correntes (TC); • Transformadores de potencial (TP); • Transformadores de potência e o principal os relés de proteção. Podemos encontrar cabines primárias de alvenaria, blindada e em postes sendo que são divididas em simplificadas e convencionais. As cabines simplificadas são indicadas para clientes que contam com um consumo de energia mais baixo, com capacidade de fornecimento de até 300 kVA, além também de ocupar um menor espaço se comparado com as convencionais. Esta cabine tem seu uso voltado normalmente para pequenas indústrias, prédios comerciais, supermercados, padarias, entre outros. Já as cabines primárias convencionais são projetadas para grandes instalações que possuem uma alta capacidade de transformação, como grandes centros comerciais, indústrias multinacionais que contam com um grande acervo de maquinários de alta potência. Veja na imagem abaixo a diferença entre uma cabine blindada e em alvenaria respectivamente: , 62 Fonte: WP Automação (Adaptado). Link <https://www.wpautomacao.com.br/cabine-primaria-em- alvenaria> Figura 5.4 – Cabines primárias blindada e em alvenaria 5.3 Distribuição de Energia Quando abordamos o tema que se refere à distribuição de energia, as linhas elétricas são as responsáveis pela energia que usamos em nossas casas. Podemos tratá-las como redes de distribuição das quais utilizam por meio de geradores, transformadores e cabeamento todo o sistema que faz com que a energia seja transportada das hidrelétricas, passando pelas estações de energia, até as residências ou seus pontos de consumo. Essa energia é gerada nas usinas ou geradores elétricos, sendo então transportada por meio de cabos aéreos, revestidos de camadas isolantes e fixados em torres, definindo , 63 assim este conjunto de torres de metal e cabeamento de rede de transmissão de energia elétrica. O primeiro passo são as usinas hidrelétricas que representam em cerca de 95% a forma de produzir energia elétrica aqui no Brasil. Tais usinas operam através de turbinas que giram por meio da energia cinética gerada pela força das águas. As águas passam por meio de uma tubulação que são ligadas às turbinas, forçando assim o movimento da rotação. Tais turbinas são acopladas ao gerador, dessa forma o setor gerador realiza a transformação da energia cinética em mecânica, e através da rotação das pás da turbina, há a geração da energia elétrica. Veja a imagem do complexo de uma usina hidrelétrica na numeração da ordem dos processos de 1 a 4: Fonte: Aliança Energia. Link <https://aliancaenergia.com.br/br/como-funciona-uma-usina-hidreletrica/> Figura 5.5 – Esquema de funcionamento de um complexo hidrelétrico Após o processo da força das águas serem transformadas em energia elétrica, é a vez da Estação Transformadora de Distribuição (ETD) ou também Subestação de Energia (SE) entrar em ação. Definimos estas estações como um conjunto de equipamentos de , 64 proteção, manobra e transformadores usados no intuito de rebaixar ou elevar a tensão para transmissão da energia elétrica. Nessas subestações ocorre a distribuição da energia percorrendo o sistema de transmissão, nesses locais são rebaixadas as tensões para valores de distribuição nas classes de 5, 15, 25 e 35kv, variando este valor com a demanda do local onde está instalada a ETD. Assim também ocorre a elevação da tensão, com o intuito de reduzir as perdas de energia durante o longo percurso até os pontos consumidores otimizando assim a transmissão. Mesmo com o rebaixamento da tensão, as mesmas não estão prontas para o uso dos consumidores, por este motivo existem os transformadores que vemos no poste das nossas ruas, como observamos na imagem abaixo: Fonte: StockMediaSeller via Shutterstock. Figura 5.6 – Transformador de potência/distribuição em um poste Estes equipamentos são os transformadores de distribuição, dos quais recebem uma tensão superior da qual usamos em nossas residências e as transformam normalmente em 110/127v. Em seu sistema interno possuem refrigerantes com óleo isolante de origem vegetal ou mineral e seus condutores elétricos que são constituídos de cobre ou alumínio, ficando a critério da norma regida por meio da concessionária. Porém , 65 esses transformadores podem variar de acordo com uso destinado e energia demandada no estabelecimento, condomínio ou indústria. Vale ressaltar que seus padrões de qualidade são regidos pela ABNT NBR 5440. Estes transformadores são divididos em monofásico, bifásicos e trifásicos, veja abaixo suas características: • Monofásico: Sua ligação é feita utilizando apenas dois cabos sendo uma fase e o outro neutro. A instalação proporciona tensões elétricas máximas de 127 V, sendo utilizado apenas quando a potência máxima de determinado equipamento não ultrapassa 8000 W; • Bifásico: Seu uso está voltado para zonas rurais. A ligação é feita através de três cabos, sendo duas fases e um neutro, capaz de proporcionar tensões de 127 V e 220 V, da qual devem ser utilizados quando a potência total dos equipamentos esteja entre 12000 a 25000 W; • Trifásico: Sua ligação é realizada por quatro fios, onde temos três fases e um neutro. Seu uso está voltado para o atendimento de regiões urbanas e indústrias devido sua alta potência. As tensões elétricas disponibilizadas são de 127 V ou 220 V, atendendo equipamentos de 25000 a 75000 W. Conclusão Através deste bloco aprendemos os termos tensão primária e secundária, assim como a quantidade de energia que demanda cada categoria. Vimos exemplos voltados para entrada de energia em baixa tensão, com o respectivo padrão de uma concessionária. Além de conhecer as cabines primárias também, responsáveis pelo fornecimento de energia para instalações que requerem uma alta demanda energética. Na conclusão do bloco abordamos o tema que se refere a parte da distribuição da energia, onde encontramos sua geração nas usinas hidrelétricas, passando pelas linhas de transmissão até chegar nos devidos pontos de consumo. Do qual fazem parte deste processo os transformadores, responsáveis tanto por elevar quanto abaixar a tensão. , 66 REFERÊNCIAS • GÖNNEN, T. Electric power distribution system engineering. New York: McGraw-Hill, 1986. 752p. • EDP. “Sistema Normativo Comparativo” Engenheiro responsável: Fabio Sapucaia, 2022. Disponível em: <https://www.edp.com.br/CentralDocumentos/PT.DT.PDN.03.14.020.pdf>. Acesso em: 18 maio 2022. • ELÉTRICOS, Elbran Materiais. “Kit padrão entrada de energia EDP”. Disponível em: <https://www.elbran.com.br/>. Acesso em: 18 maio 2022. • SETTA, Grupo. “Os 5 tipos de cabine primária aceitos pela CEMIG”. 2020. Disponível em: <https://gruposetta.com.br/os-5-tipos-de-cabine-primaria- aceitos-pela-cemig/>. Acesso em: 18 maio 2022. • WP, Automação. “Cabine primária em alvenaria”. Disponível em: <https://www.wpautomacao.com.br/cabine-primaria-em-alvenaria>. Acesso em 18 maio 2022. • ENERGIA, Aliança. “Como funciona uma usina hidrelétrica?” Disponível em: <https://aliancaenergia.com.br/br/como-funciona-uma-usina-hidreletrica/>. Acesso em: 18 maio 2022. • SHUTTERSTOCK. “Transformador de potência/distribuição em um poste” Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/power-line- pole-transformer-on-typical-1488414140>. Acesso em: 18 maio 2022. , 67 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES • GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017. (e-book Minha Biblioteca) • KANASHIRO, N. M.;
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