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ELETRÔNICA APLICADA Vinicius Puglia 2 SUMÁRIO 1. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL ........................... 3 2. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA NA ÁREA DE AQUISIÇÃO DE DADOS .... 24 3. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA NA ÁREA DE PROCESSAMENTO DE SINAIS ..............................................................................................................43 4. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA NA ÁREA DE ACIONAMENTO E ALIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS ............................................................. 63 5. PLATAFORMA ARDUINO .................................................................... 81 6. PROJETO DE PLACAS EM CIRCUITO IMPRESSO ................................. 101 3 1. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL Apresentação Olá, caro estudante! Nesta disciplina de eletrônica aplicada, você verá a vasta área que cobre o tema voltado para as aplicações dos dispositivos da eletrônica analógica e digital em sistemas computacionais, assim como de controle, aquisição de dados e também acionamentos de dispositivos. Será assim possível analisar o funcionamento de circuitos eletrônicos complexos dentro de suas respectivas aplicações. Neste bloco, serão introduzidas as aplicações da eletrônica analógica e da eletrônica digital. Falaremos sobre suas aplicações tanto no âmbito industrial quanto no cotidiano, em que podem ser encontradas essas tecnologias. Veremos também a respeito das memórias, mais especificamente, as memórias RAM e ROM, elementos que são muito utilizados em microprocessadores e microcontroladores. Portanto, este é um bloco muito importante para o entendimento introdutório de toda a tecnologia que cerca a eletrônica. Vamos lá?! 1.1 Aplicações da eletrônica analógica Ao falarmos de eletrônica, temos duas variantes em seus aspectos: a eletrônica digital e a analógica. A tecnologia eletrônica analógica é baseada na manipulação da tensão e da corrente no circuito para formar um circuito que pode amplificar o sinal, trocar a máquina e tornar possível a diversificação das telecomunicações, sendo que elas só podem funcionar com modulação de sinal no início. Os principais componentes do equipamento eletrônico analógico são chamados de transistores, capacitores, potenciômetros, resistores, bobinas, circuitos integrados, entre outros. 4 A eletrônica analógica é baseada na lei de Ohm, e os especialistas em eletrônica devem tentar entender essa lei para poderem realizar cálculos em circuitos. O surgimento dos produtos eletrônicos analógicos se manifestou com a chegada de novos circuitos de controle. Esses circuitos, trabalhando ou não com grandezas físicas variáveis, oscilam em baixas ou altas frequências e são utilizados em quase todos os tipos de equipamentos. Na eletrônica analógica, o número ou valor do sinal que processamos pode mudar continuamente de escala. O valor do sinal não precisa ser um número inteiro. Por exemplo, o sinal de áudio analógico muda suavemente entre os dois extremos, enquanto o sinal digital só pode mudar em um salto. Veja, a seguir, uma onda de determinado sinal analógico. Figura 1.1 - Sinal Analógico Fonte: Autor, 2021. Dentre os componentes da eletrônica analógica, temos os amplificadores operacionais, como o próprio nome diz, responsáveis por aumentar o sinal de entrada. Esse dispositivo possui muitas aplicações como: controle industrial, instrumentação tanto industrial como médica, telecomunicação, sistema de aquisição de dados e até sistema de som. Por exemplo, temos um módulo amplificador de som, muito usado em carros 5 com o objetivo de potencializar o som, assim como caixa acústica para guitarra, como vemos na imagem a seguir: Figura 1.2 - Caixa Amplificadora com guitarra Fonte: SHUTTERSTOCK. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/amplifier-guitar- electric-foot-control-buttons-355488569> Assim, o amplificador tem diversas aplicações na montagem de circuitos eletrônicos; dentre eles, podemos destacar: Amplificadores DC; Comparadores; Amplificadores Somadores; Mixers de Áudio; Integradores; Filtros Ativos; Buffers; Circuitos Clipper Inversores, entre outras aplicações. O amplificador operacional, como o nome já sugere, é um circuito integrado (CI) capaz de amplificar o sinal de entrada. Esse amplificador é capaz de realizar operações aritméticas, seja subtração, adição, multiplicação, e também operações de maior complexidade, como integral e derivada. Veja a ilustração a respeito de seu funcionamento: 6 Figura 1.3 - Ligação em um Amplificador Operacional Fonte: Autor, 2021. Sendo: • V+: entrada não inversora • V−: entrada inversora • Vo: saída • Vcc+: alimentação positiva • Vcc−: alimentação negativa Em que o amplificador diferencial é um amplificador eletrônico que multiplica a diferença entre duas entradas por um valor constante, definido como ganho diferencial. O amplificador diferencial é o estágio de entrada da maioria dos amplificadores operacionais. Os amplificadores diferenciais são encontrados em muitos sistemas que usam feedback negativo, onde uma entrada é usada para o sinal de entrada e a outra entrada é usada para o sinal de feedback. As aplicações comuns são: o controle de motores ou servomecanismos; e aplicações com funções de amplificação de sinal. 7 Ao adentrarmos nos tipos de amplificadores operacionais, segundo suas aplicações, encontramos uma variedade delas. Destacamos: Amplificador Inversor; Amplificador Não Inversor; Amplificador Somador; Amplificador Subtrator; Amplificador Diferenciador; Integrador, entre outros. Quanto à configuração do amplificador inversor, sua polaridade no sinal de saída é oposta em relação ao seu sinal de entrada. Veja na imagem a sua representação: Figura 1.4 - Ligação em um Amplificador Inversor Fonte: Autor, 2021. Onde sua fórmula do ganho é dada em: Enquanto o amplificador não inversor tem sua configuração conforme a imagem a seguir: 8 Figura 1.5 - Ligação em um Amplificador não Inversor Fonte: Autor, 2021. E sua fórmula é dada por: Temos também seu ganho de tensão que é: Onde, Uout - Tensão de saída Uin - Tensão de entrada Para os outros amplificadores, temos as seguintes fórmulas: • Amplificador somador: Onde, Uout - Tensão de saída 9 U1, U2, U3... Um - São as respectivas tensões de entrada • Amplificador Subtrator: • Amplificador Diferenciador: Onde “C” é a capacitância do circuito, e a expressão entre parênteses é divisão da derivada da tensão de entrada entre a derivada do tempo. • Amplificador integrador: Temos também os comparadores de tensão. Apesar de suas similaridades com os amplificadores operacionais, eles se caracterizam por possuir um alto ganho capaz de operar de forma funcional com uma simples fonte de alimentação. Essa necessidade de comparação nos trouxe a importantes famílias lógicas: o LM339 e o LM311. Esses circuitos consistem em um comparador de tensão de quádruplo com características que permitem sua utilização também como conversores A/D, funções lógicas, geradores de formas de onda, entre outras. Veja seu esquema de ligação com as respectivas imagens: 10 Figura 1.6 - Comparador de tensão LM339 Fonte: Pinterest. Link <https://br.pinterest.com/pin/697424692279777175/visual-search/>. Os Seguidores de Tensão também conhecidos como Buffer correspondem a um circuito do qual resulta em sua saída exatamente a entrada a qual foi aplicada. Entretanto, possui um alto ganho na potência devido à impedância de entrada ser alta e a impedância de saída muito baixa. O buffer pode ser feito a partir de um amplificador operacional,tornando-o, assim, amplificador não inversor. Pelo fato de ser um amplificador de ganho unitário, não oferece ganho na tensão. Ele pode fornecer corrente infinitamente, dentro de suas limitações, pelo fato de a impedância de saída ser nula. Ocasiona, dessa forma, o ganho de potência na carga alimentada pelo buffer. Por esse motivo, os seguidores de tensão costumam ser usados à exaustão em variados circuitos eletrônicos, como uma maneira simples e de baixo custo, a fim de garantir um acoplamento eficaz de impedâncias e ganho de potência estável, utilizando de sua alta capacidade à resposta sobre sua frequência. 11 1.2 Aplicações da eletrônica digital Os circuitos eletrônicos digitais funcionam convertendo informações em bits. Em circuitos eletrônicos analógicos, essas informações podem ser processadas sem conversão. Ao nos referirmos à eletrônica digital, seus dispositivos processam apenas dois níveis de sinal e combinam entradas e saídas de acordo com sua lógica. Eles usam sinais elétricos em duas tensões diferentes para representar valores binários. Veja a forma de se representar graficamente o sinal digital: Figura 1.7 - Sinal Digital Fonte: Autor, 2021. Um exemplo é dado para um circuito operado por pulso. Só podemos processar um número inteiro de pulsos a qualquer momento no circuito. Não podemos encontrar “meio pulso” ou “quarto de pulso” em qualquer lugar. Quando nos referimos à palavra “digital”, associamos a um número, que está relacionado à representação geral. Não podemos usar nossos dedos para representar meio pulso ou um quarto de pulso. Assim, diferenciamos a eletrônica digital da analógica devido a algumas características que fazem com que a tecnologia digital se sobressaia por suas vantagens em relação aos circuitos eletrônicos analógicos. Assim, podemos citar: • Possibilidades quase infinitas de programação; 12 • Alta resistência a ruídos elétricos; • Transmissão de sinais a longas distâncias sem interferências; • Alta capacidade no armazenamento de dados; • Alta estabilidade e confiabilidade; • Bom custo-benefício devido à eficiência. 1.2.1 Máquinas de estados finitos Dessa forma, nos circuitos digitais, temos as máquinas de estados finitos, representados por um modelo matemático usado para representar programas de computador ou circuitos lógicos. Assim, podemos tratar tais máquinas como abstratas e devem estar em um número finito de estados. A máquina está em apenas um estado por vez, e esse estado é chamado de estado atual. O estado armazena dados sobre o estado anterior, ou seja, reflete as mudanças ocorridas desde a entrada no estado (do início do sistema até o momento atual). Uma transição indica uma mudança no estado e é descrita pelas condições que precisam ser atendidas para que a transição ocorra. Uma ação é a descrição de uma atividade que deve ser realizada em um determinado momento. As máquinas de estado finito podem modelar muitos problemas algébricos, incluindo automação de projeto eletrônico, projeto de protocolo de comunicação, análise e, assim, como outras aplicações voltadas para engenharia. Na pesquisa biológica e inteligência artificial, essas máquinas de estado são utilizadas, às vezes, também para descrever o sistema nervoso, enquanto na linguística, essas máquinas são usadas para descrever a gramática da linguagem natural. Tal estado armazena informações sobre o passo anterior. Assim uma transição indica uma mudança de estado e é descrita por uma condição que necessita ser realizada para que essa comutação ocorra. Essa ação é a descrição de determinada atividade a ser executada em determinado momento. Assim, chegamos a esse diagrama de blocos: 13 Figura 1.8 - Diagrama de blocos de máquinas de estado finito Fonte: Autor, 2021. Exercício de aplicação: Para melhor compreendermos as máquinas de estado, iremos apresentar o sistema de um semáforo. O passo inicial será montar o diagrama de transição para ver o funcionamento das luzes: Figura 1.9 - Diagrama de transição das luzes do semáforo Fonte: Autor, 2021. 14 Uma vez definido seu esquema de transição das luzes, faremos uma tabela com as variáveis de entrada de acordo com a designação de valores para cada luz. Veja: Estado Entrada Q1 Entrada Q0 Verde Amarelo Vermelho Verde 0 0 1 0 0 Amarelo 0 1 0 1 0 Vermelho 1 0 0 0 1 Inválido 1 1 0 0 0 Perceba que a última linha se torna inválida pelo fato de haver apenas 3 luzes, não existindo um quarto estado onde as duas entradas sejam 1. Na tabela a seguir, está representada a tabela de transição de estados de acordo com o estado atual e o seguinte. Veja: Estado Próximo estado Q1 Q0 Q1’ Q0’ 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 Repare que essa tabela não é nada mais que uma tabela verdade; então, consequentemente, o próximo passo é o Mapa de Karnaugh. Faremos 5 mapas de acordo com as entradas e as luzes do semáforo e, respectivamente, suas expressões booleanas. Acompanhe: 15 Fonte: Autor, 2021. Fonte: Autor, 2021. Fonte: Autor, 2021. 16 Fonte: Autor, 2021. Fonte: Autor, 2021. Uma vez definido o valor das luzes, tabela de transição, mapa de Karnaugh e expressões booleanas, podemos montar o circuito do semáforo a partir de flip-flops tipo D. Veja a ligação: 17 Fonte: EPUSP. Link <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4203397/mod_resource/content/0/ExemploMEF.pdf>. 1.2.1 PLDs Encontramos, também, na eletrônica digital, os dispositivos lógicos programáveis, conhecidos como PLD. São circuitos integrados (CIs) que são capazes de conter grande quantidade de circuitos lógicos, a partir de uma estrutura que não é fixa. Um PLD é composto por circuitos lógicos e chaves programáveis, cujas funções são definidas por meio de operador. Sua lógica interna pode ser configurada e, até mesmo, modificada por um processo de programação. Veja a seguir o seu organograma de acordo com os tipos de PLD: 18 Figura 1.10 - Organograma do PLD Fonte: Autor, 2021. 1.3 Memórias: ROM e RAM A memória é um dos principais componentes do equipamento eletrônico digital sequencial e dos circuitos de microprocessamento ou microcontrole. O sistema armazena as instruções direcionadas pelo computador ou microcontrolador na memória e também armazena informações codificadas digitalmente na memória. As informações nada mais são do que informações relacionadas ao processamento com resultados de operações matemáticas, variáveis de processo, comandos de operação, endereços e muitas outras informações relativas ao processo. Dessa forma, lidamos na eletrônica basicamente com dois tipos de memórias: a memória RAM (Memória de Acesso Aleatório/Random Access Memory) e a ROM (Memória Somente Leitura/Ready Only Memory). A memória RAM é uma tecnologia que permite o acesso aos arquivos armazenados no dispositivo. Ao contrário da memória HD, a RAM não armazena conteúdo permanentemente. Ela é responsável pela leitura do conteúdo quando necessário, perdendo as informações no corte da energia. Ela é conhecida como espaço temporário de trabalho, pois, quando o trabalho é finalizado, ela remove os itens PLD Arranjos lógicos programáveis PROM PLA PAL Arranjos de portas programáveis FPGA CPLD 19 anteriormente armazenados. Essa tecnologia RAM é encontrada em computadores, impressoras, celulares. RAM é um chip semelhante a um microprocessador, composto por transistores e capacitores. Após o carregamento, o sistema lerá de acordo com o famoso código binário “zero e um”. Cada vez que esse valor é lido como zero ou um, isso significa um pouco de informação. Essa leitura é muito rápida e pode ser concluída em algunsmilissegundos. É assim que a memória RAM lida com todas as operações realizadas pelo operador. Figura 1.11 - Memória RAM Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/photo-ddr-ram-memory- module-isolated-110320136>. Já a memória ROM transmite a função de que a memória só pode ser lida, possibilitando a gravação de dados de forma única, não sendo possível, assim, apagar ou mesmo editar informações. Com o desenvolvimento da tecnologia, variantes desse tipo de memória foram desenvolvidas, tornando possível armazenar mais itens e modificar itens existentes (por exemplo, atualizações do sistema). Assim, nos dias de hoje a memória ROM é utilizada praticamente como sinônimo de memória interna. Essa tecnologia ROM é encontrada no BIOS, chip que armazena as configurações mais básicas do sistema antes de inicializá-lo: acessando dados como data e hora, se o ventilador do processador está funcionando, se vários periféricos e controladores estão recebendo tensão e se a memória RAM está pronta, para que, enfim, introduza o HD na inicialização do sistema operacional de um computador, por exemplo. Essas instruções e configurações são escritas no software e, em última análise, são a própria 20 ROM. É a analogia do software embutido no dispositivo que estende o conceito de ROM a vários outros dispositivos e sistemas. Veja, a seguir, a imagem de uma memória ROM: Figura 1.12 - Memória ROM de cerâmica Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ceramic-rom-memory-chip- high-quality-1925237624>. Esses circuitos integrados eram originalmente na forma de silício, geralmente extraído da areia. A conversão de silício em chips de memória é um processo muito detalhado que envolve engenheiros, metalúrgicos, químicos e físicos. Os chips de memória semicondutores são fabricados em uma sala limpa porque os circuitos são tão pequenos que uma pequena poeira pode danificá-los. O primeiro passo para converter o silício em um circuito integrado é criar um cilindro ou lingote de cristal único de silício puro, que tenha um diâmetro de 330 mm. Após esse passo, vem uma série de etapas de aplicações de camadas de alumínio e passivação para que assim chegue no encapsulamento e galvanização. Processo esse que sua estrutura encapsulada de chumbo é carregada quando imersa em uma solução de estanho e chumbo. Aqui, os íons de estanho e chumbo são atraídos pela estrutura de chumbo carregada, que formará uma pilha de chapeamento uniforme, aumentará a condutividade do chip e fornecerá uma superfície limpa para o chip ser montado. 21 Em suas etapas finais de acabamento e formato, a estrutura de chumbo é inserida na máquina de acabamento e conformação, onde os contatos são formados e o cavaco é separado da estrutura. Em seguida, o chip isolado é colocado em um tubo antiestático para processamento e transportado para a área de teste para o teste final. Já com os chips de memória produzidos, é hora de dar a eles uma forma de se conectar à placa-mãe do dispositivo eletrônico. As PCBs vêm ao encontro dessa etapa, de modo que são acoplados e instalados na placa, onde suas matrizes são separadas em módulos. Assim, temos os chips de memórias em PCBs prontas paras etapas de serigrafia que envolve soldagem e fixação, além de um processo que leva o material ao forno para derretimento da pasta de solda. A partir do resfriamento da solda, é gerada uma solidificação, a qual cria uma cola permanente entre os chips de memória e a PCB. Agora, temos nossa memória pronta para ser testada e inspecionada, tanto visualmente quanto equipamentos que medem sua qualidade e desempenho para que assim tenhamos uma placa livre de defeitos e totalmente funcional. Conclusão Caro estudante, neste bloco, você pôde observar as duas aplicações distintas que ocorrem na eletrônica. Tanto na eletrônica digital quanto na analógica, o seu uso é amplo e vasto, não limitado apenas às áreas industriais, mas também muito encontrado no nosso dia a dia e em elementos comuns de nosso uso. Por fim, você viu duas memórias muito usadas em dispositivos eletrônicos, sendo a memória RAM aquela que não armazena conteúdo permanente e é responsável pela leitura quando necessário. O outro tipo de memória é a ROM, que possibilita a gravação de dados de forma única, não tornando possível editar ou excluir informações nela armazenadas. Bons estudos e até a próxima! 22 Referências 1. SHUTTERSTOCK. Caixa Amplificadora. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/amplifier-guitar-electric-foot- control-buttons-355488569. Acesso em: 9 mar. 2021 2. EPUSP. Controle de semáforos para cruzamento. Laboratório Digital UPUSP-PCS versão 2013. Site E-disciplinas. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4203397/mod_resource/content/0/Exe mploMEF.pdf. Acesso em: 7 maio 2021. 3. SHUTTERSTOCK. Memória RAM. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/photo-ddr-ram-memory-module- isolated-110320136. Acesso em: 9 mar. 2021. 4. SHUTTERSTOCK. Memória ROM de cerâmica. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ceramic-rom-memory-chip-high- quality-1925237624. Acesso em: 9 mar. 2021. 5. PINTEREST. Comprador de tensão LM339. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/697424692279777175/visual-search. Acesso em: 7 maio 2021. Referências Complementares 1. CRUZ, E. C. A.; CHOUERI, S. Eletrônica aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 2. DACHI, E. P. Eletrônica digital. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2018. (e-book Pearson). 3. SZAJNBERG, M. Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: GEN/LTC, 2014. (e-book Minha Biblioteca). https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/amplifier-guitar-electric-foot-control-buttons-355488569 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/amplifier-guitar-electric-foot-control-buttons-355488569 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4203397/mod_resource/content/0/ExemploMEF.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4203397/mod_resource/content/0/ExemploMEF.pdf https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/photo-ddr-ram-memory-module-isolated-110320136 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/photo-ddr-ram-memory-module-isolated-110320136 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ceramic-rom-memory-chip-high-quality-1925237624 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ceramic-rom-memory-chip-high-quality-1925237624 https://br.pinterest.com/pin/697424692279777175/visual-search 23 4. FILHO, E. S. D. da S. et al. Eletrônica. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (e-book Minha Biblioteca). 5. FLOYD, T. L. Sistemas digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. (e-book Minha Biblioteca). 6. TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. (e-book Pearson). 24 2. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA NA ÁREA DE AQUISIÇÃO DE DADOS Apresentação Caro estudante, neste bloco, você aprenderá sobre condicionadores de sinais, seu uso e aplicações, como, por exemplo: amplificadores operacionais, capazes de realizar operações aritméticas; e amplificadores diferenciais, muito utilizados em feedbacks negativos. Além disso, veremos pontes que podem realizar esse processo. Você verá, também, uma breve introdução sobre sensores, desde o de temperatura até o de posição, pressão e nível. Por fim, este bloco fará uma ligação dos condicionadores de sinal, relacionando-os aos sensores, a fim de criar um conhecimento prático quanto ao uso da eletrônica na aquisição de dados. Vamos lá?! 2.1 Condicionadores de sinal Um condicionador de sinal é um dispositivo responsável por converterum sinal eletrônico em outro sinal. Sua principal função é converter sinais de difícil leitura por instrumentos convencionais em um formato mais fácil de ler. Ao realizar essa conversão, várias funções são usadas, como amplificação de sinais, conversão de corrente para tensões, isolamento elétrico, linearização de sinais, entre outras aplicações. O tipo mais comum de condicionamento de sinal é a amplificação. Sinais de baixa intensidade devem ser amplificados para melhorar a resolução e reduzir o ruído. Para obter maior precisão, o sinal deve ser amplificado de forma que a tensão máxima do sinal a ser ajustado seja consistente com a tensão máxima de entrada do conversor A / D. Quando falamos da conversão de corrente para tensão, tratamos de um dispositivo, o qual possibilita a conexão entre sensores e atuadores industriais. O sistema de 25 automação de diferentes indústrias depende da aplicação do conversor, de forma que a corrente liberada pelo dispositivo pode ser convertida em tensão, para que os dados possam ser recebidos por outros dispositivos do mesmo sistema. Esse conversor de corrente para tensão recebe o sinal de corrente, tendo seu valor variando entre 4 mA ao máximo de 20 mA. Após receber essas correntes, o conversor converte esses valores em sinais de tensão variando de 0 a 10 V. Veja a seguir a imagem de um dispositivo que converte tensão para corrente: Figura 2.1 - Conversor de tensão para corrente Fonte: Easytronics. Link <https://www.easytronics.com.br/conversor-de-tensao-para-corrente-4-a- 20ma>. Os choppers, conhecidos como Conversores CC-CC, são capazes de converter tensão contínua em propriamente outra tensão contínua com variáveis em sua amplitude. Podem ser monofásicos, trifásicos ou mesmo n-fásicos, além de serem unidirecionais ou bidirecionais. Operam com comandos em alta frequência e podem apresentar correção em seu fator de potência, ou até mesmo, não apresentar essa correção. Encontramos os choppers em controle de velocidade de motores CC, energias 26 alternativas, fontes chaveadas, correção de fator de potência, aplicações veiculares, carregadores de bateria, adaptação de tensão contínua, entre outras aplicações. Os choppers variam sua classificação e tipos de acordo com seus níveis de tensão. Veja: - Step-down (Buck): sua tensão de saída será menor que a de entrada, tendo como objetivo reduzir sua tensão com eficiência. Com sua fórmula deduzida assim: - Step-up (Boost): sua tensão de saída será maior que a de entrada, tendo como objetivo aumentar sua tensão com eficiência, como se fosse um transformador. Com sua fórmula deduzida assim: Onde “D” é o valor do diodo. - Buck-boost: a tensão de saída pode ser menor, igual ou maior. Com sua fórmula deduzida assim: Ainda tratando de condicionadores de sinal, temos também a ponte de Wheatstone, circuito usado para medir resistência desconhecida e seu valor geralmente está próximo das outras resistências no circuito. Também pode ser usada para medir duas resistências que mudam de modo espelhado. No momento em que uma resistência aumenta seu valor, a outra resistência diminui de maneira diretamente proporcional. Veja a seguir o esquema de ligação dessa ponte: 27 Figura 2.2 - Esquema de ligação da Ponte de Wheatstone Fonte: Autor, 2020. Para fim de cálculo do valor de suas saídas, obtemos na tensão do ponto B e do ponto C a partir das resistências e entrada do circuito. Veja: Enquanto a tensão de saída será a diferença do VB em relação ao ponto VC. Como sabemos, o extensômetro (strain gauge) é um sensor que usa variantes da resistência para medir deformações de determinado corpo. A fim de obter a leitura das deformações, o strain gauge é submetido a um circuito elétrico da Ponte de Wheatstone, que lê a variação da resistência, causada pela deformação da grade que compõe o corpo do sensor. A variação da tensão na saída da ponte é processada para definir a força ativa da peça, obtida por uma calibração direta. 28 Com a ponte em equilíbrio, podemos substituir um dos resistores do circuito pelo extensômetro, assim toda variável de tensão será originada pela extensão do strain gauge. Dessa forma, encontramos a seguinte fórmula para cálculo: Onde, V0 - Tensão de saída Vex - Tensão de excitação GF - Fator quantitativo definido pela mudança fracional da resistência elétrica pela deformação. ɛ - deformação E quando utilizarmos os 4 resistores com o strain gauge, temos o circuito de ponte completa, com esta equação: Por meio da ponte de Wheatstone, podemos realizar a medição de capacitores. Também temos a ponte de Schering, que pode realizar tanto medição de capacitância quanto de indutância, e sua entrada é um gerador de sinais cuja frequência é selecionada em virtude do valor da capacitância, ou, propriamente, da indutância mensurada. Outra ponte a ser mencionada é a ponte de Maxwell, considerada uma forma avançada da ponte de Wheatstone. Ela trabalha de acordo com o princípio de comparação, ou seja, o valor da indutância desconhecida é determinado comparando- o com um valor conhecido ou um valor padrão. Podendo realizar essa medição por meio da variação de resistências e capacitores do circuito. Alguns sensores ou mesmo transdutores requerem sinais de corrente de tensão externa ou excitação. Tais módulos de condicionamento de sinal para esses sensores 29 costumam gerar tais sinais. Por exemplo, em medições usando o RTDS, uma fonte atual normalmente é utilizada na conversão dessa variação de resistência em relação à tensão mensurável. A ponte de Wheatstone pode ter também conectado em seus terminais o amplificador diferencial, gerando, assim, determinado ganho em sua saída, como vemos na imagem a seguir: Figura 2.3 - Esquema de ligação da Ponte de Wheatstone com amplificador diferencial Fonte: Agusti, 2017. A partir deste amplificador instalado nesse circuito, calculamos sua tensão de saída de acordo com as fórmulas a seguir: Concluímos que se a ponte estiver equilibrada, não resultará em uma amplificação de sinal. 30 2.2 Sensores Sensor é o dispositivo capaz de realizar a detecção de determinada grandeza física, respondendo com eficiência a algumas entradas provenientes do ambiente envolvido. Dessa forma, ao receber esse estímulo de entrada, ele nos fornecerá um sinal de saída dependendo diretamente do processo em que está contido, seja em um transdutor ou transmissor, ou simplesmente gerando o valor mensurado, como, por exemplo, em um termômetro de mercúrio. 2.2.1 Sensores de posição Os sensores de posição são dispositivos usados para obter medições precisas ou medições de posição próxima, como, por exemplo, os sensores responsáveis por detectar variações de inclinação em eixos que necessitam de um alinhamento preciso e constante. Esse tipo de sensor inclui sensores, codificadores e potenciômetros. Dependendo do tipo específico de sensor de posição envolvido, a medição pode ser linear ou angular por natureza e pode ser classificada como relativa ou absoluta. Os sensores de proximidade são os comuns da área, são responsáveis por determinar a distância ou mesmo identificar a presença de um corpo em relação a determinado ponto. Dentre os sensores de proximidades existentes, podemos citar: os sensores capacitivos, sensores indutivos, sensores infravermelhos, sensores ultrassônicos, ópticos, fotoelétricos, entre outros. Veja um exemplo de um sensor de proximidade indutivo, muito usado indústria na linha de produção: 31 Figura 2.4 - Exemplo de sensor de proximidade indutivo Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/inductive-proximity-sensor- switch-installed-on-1106133311>. Amaioria dos sensores de proximidade são de um estado sólido, nomenclatura esta relacionada ao tipo de componentes utilizados no sensor. No caso dos transistores, são usados para alterar a saída do sensor após detectar a presença de um corpo. Encontramos 2 tipos de sensores de 3 fios. São eles: o NPN e PNP. O que os difere é o seu circuito interno, assim como o tipo de transistor usado. Veja o esquema de ligação de um sensor de proximidade com os 2 tipos de ligação ao relé: Figura 2.5 - Ligação do sensor de proximidade NPN e PNP Fonte: Jefferson. Link <https://www.jefferson.ind.br/conteudo/qual-e-a-diferenca-entre-pnp-e-npn-ao- descrever-a-conexao-de-3-fios-de-um-sensor.html> 32 Dessa forma, se o sensor possuir característica PNP, o potencial positivo será ligado. Agora, se o transistor for NPN, a ligação será realizada pelo fio de potencial negativo. 2.2.2 Sensores de velocidade Quanto aos dispositivos responsáveis por medir velocidade ou mesmo movimentos, podemos mencionar o Tacômetro. É um sensor capaz de medir rotações de um motor pela unidade RPM, que significa Rotações Por Minuto. Seu funcionamento inclui a medição de fenômenos repetitivos, medindo a oscilação e vibração de peças mecânicas. Podemos exemplificar sua utilização em operações de embalagem, com intuito de controlar a velocidade de cada motor, utilizando múltiplos tacômetros na máquina, onde cabe ao controlador a função de manter tacômetros e motores em sincronia. Num tacômetro digital, a leitura é mostrada em um visor LCD com memória para armazenamento. Esses aparelhos trabalham com microprocessadores, sendo adequados para medição precisa e monitoramento de rotação, linearidade, velocidade de superfície e comprimento total. Os tacômetros digitais são mais comuns hoje em dia e fornecem leituras digitais em vez de mostradores e ponteiros. Veja a imagem a seguir: Figura 2.6 - Exemplo de um Tacômetro Digital Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/digital-photo-tachometer- new-device-1381048331> 33 Já o encoder é um tipo de sensor que é capaz de fornecer um retorno no motor de rotação e na posição de um equipamento específico, como parte que gira ou se move linearmente. Isso significa que o encoder transforma uma posição física no espaço em um sinal digital. Seu funcionamento se dá por meio de um disco com marcações, receptor e emissor, de forma que o disco gira e suas marcações vão sendo contadas. Assim, o sinal enviado é proporcional em relação ao número de giros. Podemos classificá-lo de duas maneiras: Incremental e Absoluto. O encoder absoluto envia um valor codificado para a posição, gerando um código binário para cada unidade de deslocamento, indicando, assim, sua posição absoluta. Por sua vez, o incremental é um tipo de codificação que converte um movimento angular ou sua posição do eixo, em código analógico ou digital, a fim de identificar sua posição ou movimento. O encoder incremental tem um sistema eletrônico externo para interpretar a posição com base na contagem de eventos que ocorreram nesse dispositivo. Ele fornece uma quantidade especificada de pulsos a cada rotação completa do eixo. Essa leitura é realizada por meio de emissores infravermelhos com sensores do lado oposto. O sinal de saída pode ter uma única linha de pulsos, ou, até mesmo, duas linhas de pulso que são compensados para determinar sua rotação. Dessa forma, apontamos sua posição, velocidade, e, até mesmo, sua velocidade angular. É conhecida como quadratura essa fase entre os dois sinais. 2.2.3 Sensores de temperatura O sensor de temperatura é um dispositivo de medição capaz de detectar a temperatura a partir das características físicas correspondentes do dispositivo, seja a resistência, campo eletromagnético, ou até mesmo, radiação térmica. O método de trabalho do sensor de temperatura depende de suas características e constitui a mesma física. 34 Como exemplo, usaremos os Termopar, pois, além de preciso, é muito sensível a menores variações de temperatura e pode responder rapidamente a mudanças ambientais. Podemos citar sua aplicação em prensas de pneus, onde monitora a qualificação térmica da prensa, ou mesmo, de qualquer evolução relacionada à troca de calor. Seus resultados possibilitam a definição da duração de cada fase do cozimento. É conectado por um par de fios de metal com características diferentes. O par de metal cria uma diferença de tensão térmica entre suas duas extremidades, que reflete a diferença de temperatura entre elas. A seguir, vemos um exemplo de um termopar: Figura 2.7 - Exemplo de termopar Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/thermocouple-heater- isolated-on-white-background-1385688572> 2.2.4 Sensores de pressão Um sensor de pressão é um componente que converte a pressão exercida por um gás ou líquido em sua superfície em dados de saída, e esses dados de saída tornam-se informações relevantes para a indústria. Seu uso está voltado a diversas aplicações, como, por exemplo, na detecção de vazamentos em canos, tubos ou silos por meio de 35 queda de pressão. É de grande ajuda todos os dias, pois há conversão desses dados em sinais elétricos para ajudar no envio para a base de controle. Dentre os sensores de pressão comumente usados no mercado hoje, podemos citar os potenciômetros, ressonantes, piezo-resistivos, capacitivos, entre outros. Temos, como exemplo, o manômetro de tubo Bourdon, também muito usado em equipamentos industriais, tais como compressores, bombas, equipamentos hidráulicos e pneumáticos. Seu elemento de medição é frequentemente chamado de tubo de Bourdon. O engenheiro francês Eugène Bourdon utilizou esse princípio operacional em meados do século XIX. O conceito é baseado em uma mola elástica e um tubo C9 curvo com uma seção transversal elíptica. Vemos a seguir um exemplo de um tubo de Bourdon: Figura 2.8 - Exemplo de tubo de Bourdon Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pressure-gauge-range-060- bar-size-405387529> 2.2.5 Sensores de nível O sensor de nível é um dispositivo usado para controlar sólidos, líquidos ou elementos granulares armazenados em tanques de armazenamento, sejam abertos ou pressurizados, e também silos. Um dos sensores mais conhecidos é o sensor tipo Boia. 36 Quando o nível aumenta ou diminui, o flutuador se move junto e ativa magneticamente os contatos por meio de uma haste, comunicando o nível do elemento medido. A seguir, vemos um sensor tipo boia: Figura 2.9 - Exemplo de um sensor tipo boia Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/search/water+tank+float+sensor>. 2.3 Aplicações em sistemas sensores Uma característica comum do condicionamento de sinal é isolar o sinal do sensor em relação à entrada do conversor para garantir a segurança. O sistema a ser monitorado pode conter sinais de alta tensão, que podem danificar o inversor. Outra razão para o isolamento é garantir que as leituras do dispositivo de aquisição não sejam afetadas por diferenças no potencial de terra ou tensão de modo comum. Quando o potencial de referência da entrada do sinal obtido pelo dispositivo é aterrado, podem ocorrer problemas se houver diferença de potencial entre os dois pontos de aterramento, conhecida como corrente de loop. Essa discrepância pode levar a um chamado curto-circuito de aterramento, que pode levar a uma representação imprecisa do sinal adquirido. Ou a diferença pode ser tão grande que todo o sistema de medição acaba, até mesmo, sendo danificado. Assim sendo, o uso de módulos de condicionamento de sinal isolados pode eliminar curtos-circuitos de aterramento e garantir a aquisição precisa do sinal. 37 A excitação também pode ser aplicadaem sistemas sensores, mais precisamente em transdutores. Alguns sensores (transdutores) requerem tensão externa ou sinais de corrente de excitação. O módulo de condicionamento de sinal desses transdutores geralmente cria esses sinais. Por exemplo, na medição usando RTD, uma fonte de corrente é geralmente usada, que pode converter a mudança de resistência em uma tensão mensurável. Veja o esquema de ligação de um circuito de excitação: Figura 2.10 - Circuito de excitação Fonte: Instrumatic. Link <https://www.instrumatic.com.br/artigo/condicionamento-de-sinais- analogicos-sensores>. Tomando como exemplo um termopar, apesar de simples, esse sensor requer um condicionador de sinal de alta qualidade para funcionar. Embora o T / C seja passivo e não exija excitação ou potência do sensor, ele deve isolar, amplificar e linearizar o minúsculo potencial que gera no lado do conector do sensor. Além disso, ele precisa fornecer uma referência para leituras de temperatura absoluta ̶ caso contrário, ele só pode produzir leituras de temperatura relativa, o que não é muito útil. 38 Para simplificar a ilustração do condicionamento de sinal em relação a alguns tipos de sensores, temos a tabela a seguir relacionando os requisitos básicos do condicionador. Veja: Tabela - Condicionador de sinal em sensores SENSOR CONDICIONADOR REQUISITOS Termopar Tipo termopar Isolação, linearização, compensação de junção a frio RTD Tipo RTD Isolação, alimentação, ajuste na detecção, escalonamento na variedade de RTD Acelerômetro Tipo IEPE Isolação, múltiplas faixas, alimentação de sensor de corrente, filtragem selecionável Strain Gauge Tipo Strain Gauge Isolação, múltiplas faixas, alimentação, balanceamento da ponte, calibração de shunt, ajuste da linha de detecção, filtragem selecionável LVDT Tipo LVDT Isolação, múltiplas faixas, alimentação, ajuste de zero Fonte: Autor, 2021. Vale ressaltar que os requisitos como isolação e alimentação devem ser feitos no hardware, enquanto a filtragem e a linearização serão feitas no software. Podemos relacionar o uso da ponte de Wheatstone a elementos sensores no caso de um extensômetro. Veja a aplicação a seguir: 39 Aplicação 1: Dado o circuito a seguir, consideramos o resistor ajustável com um ajuste linear de 150 Ohms. E temos apenas o valor da resistência do medidor de deformação de 50 Ohms. Devemos encontrar a porcentagem do cursor deslizante no momento em que a ponte está em equilíbrio. Com a ponte em equilíbrio, temos a seguinte equação: Com isso, podemos prever por meio dos valores de resistência a fração exata da extensão do strain gauge que no caso acima é de 17,36%. Aplicação 2: O circuito a seguir trata de um sensor termopar conectado a um AmOp não inversor a fim de amplificar o sinal de saída. Temos os dados da tensão de saída (34 V) e as 40 resistências informadas (R1 - 2KΩ e R2 - 1,2kΩ), porém, não conhecemos o valor da medição do termopar. Dessa forma, devemos saber qual foi o sinal de tensão detectado pelo sensor. A partir dessa fórmula, podemos calcular tanto o ganho quanto o valor da tensão de entrada: Com isso, concluímos que a tensão de entrada emitida pela detecção do termopar foi de 21,25 V e foi amplificada por meio do AmOp para 34 V. Conclusão Caro estudante, neste bloco você viu o sistema de aquisição de dados eletrônicos por meio dos condicionadores de sinal. Mostramos a operação no sistema de amplificação, além das pontes que também são importantes nesse processo: tanto a ponte de Wheatstone quanto a ponte de Maxwell. Em seguida, você teve uma breve introdução a respeito dos sensores capazes de medir diversas grandezas. E, por fim, foi apresentada uma aplicação do condicionador de sinal funcionando como um isolador ligado à entrada do conversor de determinado 41 sensor para garantir a sua segurança. Além disso, você viu a tabela que mostra o condicionador de sinal em sensores caracterizados pelo meio condicionador e, também, os seus requisitos nesse processo. Bons estudos e até a próxima! Referências 1. EASYTRONICS. Conversor de tensão para corrente. Disponível em: https://www.easytronics.com.br/conversor-de-tensao-para-corrente-4-a-20ma. Acesso em: 28 mar. 2021. 2. AGUSTI, C. A. B.; CORRÊA, L. S. Instrumentação A – Relatório de Termometria. UFRGS, 2017. 3. SHUTTERSTOCK. Sensor de proximidade indutivo. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/inductive-proximity-sensor- switch-installed-on-1106133311. Acesso em: 28 mar. 2021. 4. JEFFERSON, Engenharia de Processos Industriais. Qual é a diferença entre PNP e NPN ao descrever a conexão de 3 fios de um sensor?, 11 fez. 2019. Disponível em: https://www.jefferson.ind.br/conteudo/qual-e-a-diferenca-entre-pnp-e-npn- ao-descrever-a-conexao-de-3-fios-de-um-sensor.html. Acesso em: 28 mar. 2021. 5. SHUTTERSTOCK. Tacômetro digital. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/digital-photo-tachometer-new- device-1381048331. Acesso em: 28 mar. 2021. 6. SHUTTERSTOCK. Termopar. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/thermocouple-heater-isolated- on-white-background-1385688572. Acesso em: 28 mar. 2021 7. SHUTTERSTOCK. Tubo de Bourdon. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pressure-gauge-range-060-bar- size-405387529. Acesso em: 28 mar. 2021. https://www.easytronics.com.br/conversor-de-tensao-para-corrente-4-a-20ma https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/inductive-proximity-sensor-switch-installed-on-1106133311 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/inductive-proximity-sensor-switch-installed-on-1106133311 https://www.jefferson.ind.br/conteudo/qual-e-a-diferenca-entre-pnp-e-npn-ao-descrever-a-conexao-de-3-fios-de-um-sensor.html https://www.jefferson.ind.br/conteudo/qual-e-a-diferenca-entre-pnp-e-npn-ao-descrever-a-conexao-de-3-fios-de-um-sensor.html https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/digital-photo-tachometer-new-device-1381048331 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/digital-photo-tachometer-new-device-1381048331 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/thermocouple-heater-isolated-on-white-background-1385688572 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/thermocouple-heater-isolated-on-white-background-1385688572 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pressure-gauge-range-060-bar-size-405387529 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pressure-gauge-range-060-bar-size-405387529 42 8. SHUTTERSTOCK. Sensor tipo boia. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/search/water+tank+float+sensor. Acesso em: 28 mar. 2021. 9. INSTRUMATIC. Circuito de excitação. Disponível em: https://www.instrumatic.com.br/artigo/condicionamento-de-sinais-analogicos- sensores. Acesso em: 1 abr. 2021. Referências Complementares 7. CRUZ, E. C. A.; CHOUERI, S. Eletrônica aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 8. ALBUQUERQUE, R. de O.; SEABRA, A. C. Utilizando eletrônica com AO, SCR, TRIAC, UJT, PUT, CI 555, LDR, LED, IGBT e FET de potência. 2. ed. São Paulo: Érica, 2012. (e-book Minha Biblioteca). 9. DACHI, E. P. Eletrônica digital. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2018. (e-book Pearson). 10. SZAJNBERG, M. Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: GEN/LTC, 2014. (e-book Minha Biblioteca). 11. FILHO, E. S. D. da S. et al. Eletrônica. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (e-book Minha Biblioteca). https://www.shutterstock.com/pt/search/water+tank+float+sensor https://www.instrumatic.com.br/artigo/condicionamento-de-sinais-analogicos-sensores https://www.instrumatic.com.br/artigo/condicionamento-de-sinais-analogicos-sensores 43 3. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA NA ÁREA DE PROCESSAMENTO DE SINAIS Apresentação Caroestudante, chegou a hora de falar sobre aplicação da eletrônica na área de processamento de dados. Para isso, serão abordados os multivibradores e as suas três classificações. Em seguida, abordaremos o processamento de sinal analógico, falando especificamente a respeito dos osciladores. Por fim, você verá sobre filtros eletrônicos e suas respectivas funções e aplicações: tanto os filtros analógicos quanto os filtros digitais com suas formas na abordagem de sinais eletrônicos, além de seus processos passo a passo para uma filtragem. Vamos lá?! 3.1 Multivibradores: Astáveis, Monoestáveis e Biestáveis Conhecemos como multivibrador um circuito eletrônico utilizado para programar uma série de dispositivos como timers, osciladores de relaxamentos e flip-flops. É composto por dois dispositivos amplificadores, com transistores, tubos de vácuo ou outros dispositivos, ligado por meio de capacitores ou resistores. Podemos dividir os multivibradores em 3 classificações. São eles: • Multivibrador astável: circuito que não possui um estado estável de saída definido. Esse circuito pode ser usado, por exemplo, na composição de um pisca- pisca ou mesmo um contador (cronômetro). Assim sendo, a saída oscila inconstantemente entre seus dois níveis de tensão. O circuito é implementado por meio de um biestável inversor realimentado por um circuito RC. Ele é formado por dois transistores bipolares. Por meio desse circuito, chegamos a um sinal 44 retangular com frequência e ciclo ativo, dependendo diretamente do tempo de condução de cada transistor. Figura 3.1 - Circuito de um Multivibrador Astável Fonte: Autor, 2021. • Multivibrador Monoestável: como o próprio nome já sugere, um circuito monoestável tem apenas um estado estável. Comumente usado na construção de circuitos de acionamento temporário, é normalmente encontrado em lâmpadas de halls ou escadas de condomínios. Assim que os multivibradores dessa classificação forem acionados, eles se deslocarão, entrarão em um estado instável e permanecerão por um determinado período de tempo. Ao final desse período, eles retornarão automaticamente ao estado estável inicial. Em outras palavras, uma vez acionado o interruptor, o circuito dará um pulso de disparo de curta duração, para que o ambiente permaneça aceso no período em que a pessoa estiver no local. Em circuitos digitais, os multivibradores monoestáveis são muito importantes, pois, em alguns casos, podem gerar pulsos de largura constante independente da duração do sinal de entrada ou mesmo de sua forma de onda. 45 Figura 3.2 - Circuito de um Multivibrador Monoestável Fonte: Autor, 2021. • Multivibrador Biestável: se o multivibrador tem dois estados estáveis, ele é chamado de estado biestável, e qualquer mudança de um estado para outro só pode ocorrer por ação externa, e pode permanecer em qualquer estado indefinidamente. Isso se nenhuma outra ação acontecer. O circuito de um flip-flop pode ser comparado a um circuito biestável, por isso, sua aplicação é semelhante ao circuito astável em ligações de lâmpadas alternadamente, por exemplo. É composto, essencialmente, por meio de dois transistores polarizados nos dois estados possíveis de chaveamento. Tal sistema é programado de um jeito que, quando um dos transistores está em saturação, o outro está em corte e, da mesma forma, na situação inversa. 46 Figura 3.3 - Circuito de um Multivibrador Biestável Fonte: Junior. Link <http://www.adjutojunior.com.br/eletronica_basica/69_Multivibrador_Biestavel.pdf> Com isso, temos o temporizador 555, sendo um circuito integrado amplamente utilizado em temporizadores, para gerar atrasos de tempo, ou mesmo em osciladores. Assim como nos multivibradores, esse CI atua nos 3 estados. No estado monoestável, funciona como um disparador: ele mantém seu estado estável até que um pulso externo seja introduzido. Nesse modelo, o CI funciona como um gerador de pulso one-shot, tendo sua aplicação voltada para a produção de atraso de tempo em sistemas. No modo biestável, onde o 555 opera como um flip-flop, possui 2 estados estáveis. Pode ser utilizado na armazenagem de 1 bit de dados. Assim não é recomendado na implementação de flip-flop. Esse circuito é capaz de produzir ondas quadradas estáveis em sua saída: saída em baixa e saída em alta, podendo mudar as larguras da saída desejada. No estado Astável, o 555 opera como um oscilador contínuo. Sua saída comutará constantemente entre os níveis alto e baixo, formando um trem de pulso, se tratando 47 de eficiente gerador de onda quadrada. Veja na figura a seguir o temporizador modelo LM555: Figura 3.4 - Temporizador LM555 Fonte: Moura, 2017. Link <https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/arquivos/arquivosPorRange/0000000424/texto/c4da2f7b aacf078f99637ada0cdf6bb8.pdf> Deduzimos sua fórmula em relação à frequência de oscilação desta forma: Podemos calcular também o ciclo de trabalho, variando esse valor de 0 a 1, dado em porcentagem. Esse valor equivale ao tempo em que o sinal de saída estará em nível baixo e o restante da porcentagem equivale ao tempo em que o sinal estará em nível alto. Veja a fórmula: 48 Exercício de aplicação 1: Vamos determinar a frequência de oscilação em um temporizador astável em um circuito no qual apresenta os seguintes dados: Ra - 1,2kΩ Rb - 2kΩ e seu capacitor de 100 nF. Primeiramente, usaremos a fórmula da frequência dada por: Substituindo os valores, temos: Temos, então, uma frequência de oscilação de 2,7 kHertz. Exercício de aplicação 2: De acordo com o circuito da aplicação 1, vamos apresentar o ciclo de trabalho deste circuito: Ciclo de trabalho: Substituindo os valores, temos: O ciclo de trabalho é de 0,38. Com isso, podemos concluir que o circuito fica 38% do tempo em nível baixo e 62% em nível alto. 49 3.2 Processamento de sinais analógicos O processamento de sinal inclui o uso de teorias básicas, aplicações e algoritmos para analisar, ou até mesmo, modificar o sinal a fim de extrair informações do sinal e torná- lo aplicável para determinadas situações específicas. Assim, é definido como todo e qualquer tipo de processamento de sinal realizado em sinais analógicos, usando respectivamente meios também analógicos. O valor analógico, geralmente, é representado pela tensão, corrente e carga nos componentes do dispositivo eletrônico. O processamento do sinal analógico é executado em sinais que ainda não foram digitalizados, como rádio, radar, telefone e outros sistemas. Ao tratarmos desse processamento, nos deparamos com dois tipos de sinais: Contínuo e Discreto. O último não pode ser trabalhado diretamente em sistemas analógicos; logo, sinal discreto só pode ser armazenado e processado em elementos digitais, enquanto sinais contínuos são diretamente ligados ao sistema analógico. 3.2.1 Osciladores Nesse contexto de processamento de sinais analógicos, os osciladores são circuitos essenciais em inúmeras aplicações eletrônicas. Sempre que precisamos de um sinal de frequência e forma de onda específica, seja um simples injetor de sinal, uma sirene ou mesmo um rádio transmissor, recorremos a um circuito oscilador. Uma das características conhecidas de um sinal é a sua frequência, que, em outras palavras, é definida como a velocidade com que ele comuta seu sentido ou diversifica sua 50 intensidade. Tal velocidade é mensurada em termos de variações por segundo, apresentada com Hertz (Hz). O oscilador é, em sua essência, um sistema em que temos um elemento para complementar a energia perdida (perda esta inerente ao circuito) para gerar oscilações, e o circuito sintonizado determina a frequência do sinal que deve ser reproduzido, cabendo, até mesmo,a um amplificador, o elemento responsável pela reposição da energia em um sistema de realimentação positiva. Veja, a seguir, o circuito que o representa. Nesse esquema, é possível vermos o sistema oscilador realimentando a entrada do amplificador, causando, assim, a excitação no sistema: Figura 3.5 - Circuito oscilador com realimentação positiva Fonte: Autor, 2021. Na imagem a acima, o oscilador opera a partir de uma realimentação. Assim, temos um Oscilador de Desvio de Fase com Realimentação Resistor/Capacitor. Tal desvio de fase se dá pela diferença entre dois sinais de mesma frequência (dado em graus angulares). Quando uma segunda onda está atrasada em relação à primeira forma de onda, temos a seguinte expressão a fim representarmos esse desvio angular: 51 A figura a seguir mostra as variáveis dessa expressão representada nas formas de onda em função do tempo. Veja: Figura 3.6 - Desvio de fase em função do tempo Fonte: Museu das Comunicações. Link <http://www.cmm.gov.mo/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_17_4_Oscillators.html> Com o objetivo de o Oscilador fornecer um bom desempenho dentro do circuito, seu desvio de fase deve ser de 360º. O Amplificador, por si só, fornece um desvio de 180º, enquanto cada circuito Resistor/Capacitor é projetado no circuito para fornecimento de um desvio de fase de 60º, como é demonstrado na figura a seguir: 52 Figura 3.7 - Circuito com diagrama de blocos do Oscilador com desvio de fase Fonte: Museu das Comunicações. Link <http://www.cmm.gov.mo/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_17_4_Oscillators.html> A fim de calcularmos a frequência dessa oscilação, temos a seguinte expressão: Onde “RC” é produto das resistências e capacitâncias do circuito. Assim, temos R=R1=R2=R3 e C=C1=C2=C3. Exercício de aplicação 1: Vamos calcular o desvio de fase angular de determinado circuito oscilador. Consideramos o tempo total do ciclo da onda de 4 segundos enquanto seu atraso se dá por 58 milissegundos. No cálculo do desvio de fase angular, usaremos a seguinte fórmula: 53 Substituindo temos: Com isso, temos um desvio de fase de 5,22° de uma onda em relação à outra. Exercício de aplicação 2: Dado determinado circuito oscilador, determine o valor da frequência de oscilação. A partir desta equação, calculamos a frequência: Lembrando que RC é a multiplicação das resistências do circuito pelas capacitâncias. 54 3.3 Filtros: Analógicos e Digitais Os filtros eletrônicos são dispositivos dentro de um circuito eletrônico capaz de realizar funções de processamento de sinal, especialmente para reduzir as características prejudiciais de frequência do sinal de entrada, ou até mesmo, destacar seus elementos necessários. Encontramos dois tipos de filtros eletrônicos: Analógicos e Digitais. Para podermos adentrar no campo do dimensionamento desses filtros, há necessidade de uma introdução a conceitos básicos como a reatância capacitiva que se dá pelo fato de uma oposição à passagem de corrente elétrica imposta por um campo elétrico por meio de um capacitor. E a reatância indutiva referente à mesma oposição à passagem de corrente elétrica devido a uma indutância no circuito elétrica. Veja as respectivas fórmulas: Podemos montar, por exemplo, um filtro passa-baixa a partir de um resistor e um capacitor ligado em série. Veja: 55 Figura 3.8 - Circuito de filtro passa-baixa RC Fonte: Autor, 2021. A partir do circuito acima, podemos identificar a tensão de saída do filtro por meio desta fórmula: Assim, também podemos calcular a frequência do filtro passa-baixa RC a partir de sua conhecida fórmula: Ao tratamos dos filtros passa-baixa RL com indutor ligado em série com a fonte de alimentação, temos o seguinte circuito: 56 Figura 3.9 - Circuito de filtro passa-baixa RL Fonte: Autor, 2021. Assim, temos a sua respectiva fórmula da frequência, lembrando que Indutância (L) é dado em Henry (H): Encontramos também o filtro ativo passa-baixa com um Amplificador Operacional Inversor, dado a partir do circuito a seguir: Figura 3.10 - Circuito de filtro ativo passa-baixa com AmOp Inversor Fonte: Autor, 2021. 57 Assim, temos a sua respectiva fórmula da frequência, assim como a fórmula do ganho do amplificador AmOp. Veja: Para finalizar os filtros passa-baixa, veremos o circuito do filtro ativo passa-baixa com Amplificador Operacional Não Inversor. Veja: Figura 3.11 - Circuito de filtro ativo passa-baixa com AmOp Não Inversor Fonte: Autor, 2021. Veremos agora suas respectivas fórmulas da frequência e do ganho do amplificador AmOp. Acompanhe: 58 Os filtros passa-alta possuem as mesmas fórmulas de acordo com os respectivos circuitos. Há mudanças nas fórmulas referentes aos filtros passa-banda (passa-faixa). As fórmulas a seguir estão de acordo com o filtro passivo passa-banda, filtro ativo passa-banda com Amplificador Operacional Inversor, e o filtro ativo passa-banda com Amplificador Operacional Não Inversor: E em relação aos ganhos: Filtro ativo passa-banda com Amplificador Operacional Inversor: E, por fim, o filtro ativo passa-banda com Amplificador Operacional Não Inversor: 3.3.1 Filtros Analógicos Os filtros analógicos utilizam em seus circuitos eletrônicos elementos analógicos compostos de indutores, capacitores, resistores e entre outros componentes para produzir o efeito de filtragem desejado. Esse circuito de filtro é amplamente utilizado em aplicações como redução de ruído em sistemas de alta fidelidade e muitos outros campos, principalmente nas áreas de áudio e vídeo, como mixadores e equalizadores. 59 Existem técnicas predeterminadas na projeção desses circuitos de filtro analógico para aplicações específicas. Assim sendo, em todas as fases do projeto, as características mais importantes no circuito do filtro são a tensão, corrente e a precisão de seus componentes. Ele é capaz de permitir a passagem de sinais em certas frequências enquanto modera sinais em outras frequências. Com isso, as propriedades funcionais dos circuitos de filtro analógico são afetadas por mudanças de temperatura, mudanças de valor causadas pela estrutura dos componentes usados no circuito e outros parâmetros que dependem do projeto e aplicação. Podemos dividir tais filtros entre ativos e passivos. Os filtros ativos utilizam alguns elementos passivos na sua construção relacionados a certos elementos ativos. Dessa forma que esses filtros podem atuar como fonte de energia, por exemplo, em transistores e amplificadores operacionais. Tais filtros possuem classificação de acordo com sua resposta em relação ao ganho da amplitude. A imagem a seguir traduz e ilustra as classificações em virtude da sua frequência. Veja: Figura 3.12 - Classificação de Amplitude/frequência Fonte: ARNDT. Link <https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/d/d6/FiltroAnalogico2.pdf> 60 3.3.2 Filtros Digitais Filtros digitais são aqueles que usam processador digital para processar sinais digitais para realizar os cálculos necessários para a filtragem. Além de usar técnicas matemáticas como as transformadas de Fourier e Hilbert, o valor de entrada é multiplicado por uma constante, tendo o resultado da soma convertido para o valor amostrado do sinal de entrada. Essencialmente, suas funções estão voltadas para separação e restauração de sinais. Pelo fato de esses filtros serem programáveis, sua operação é determinada por um programa armazenado na memória do processador. Isso significa que o filtro digital pode ser facilmente substituído sem afetar seu circuito eletrônico (hardware).Podemos dizer que os filtros digitais, apesar de mais custosos, têm maior aplicação e benefícios em relação aos circuitos analógicos. Veja na imagem a seguir o diagrama de blocos representando o processo de filtragem: Figura 3.13 - Diagrama de filtragem digital Fonte: Autor, 2021. O primeiro bloco é conversor A/D, responsável por converter o sinal de tempo contínuo x(t) numa sequência x[n]. Em seguida, o filtro digital processará a sequência x[n], ocasionando numa outra sequência y[n], onde representa o sinal filtrado no seu aspecto digital. A partir daí, temos já um sinal digital y[n] que será convertido para um sinal de tempo contínuo por meio de um conversor D/A, reestruturado através de um filtro passa-baixa, cuja saída é o sinal y(t), representando, assim, a versão filtrada do sinal x(t). 61 Sua resposta apresenta a informação completa sobre o filtro, sendo que cada tipo de resposta é capaz de ser convertida em outra. Matematicamente falando, sua resposta ao degrau é a integral da resposta ao impulso, enquanto a resposta à frequência é a transformada de Fourier da resposta ao impulso. Assim como os filtros analógicos, os filtros digitais têm sua classificação voltada para sua resposta em relação à amplitude/frequência. E tem como padrão os filtros passa- baixa, enquanto outros filtros como passa-alta, passa-faixa e corta-faixa provêm de derivações do filtro passa-baixa. Conclusão Caro estudante, neste bloco você aprendeu sobre os multivibradores e suas respectivas classificações, conhecidas como astável, monoestável e biestável. Em seguida, o processamento de sinal analógico foi definido com o uso de teorias básicas para aplicações de algoritmos, para fins de análise ou mesmo para modificação e determinação de sinais. Para isso, usamos os osciladores como base para fim de demonstração de dispositivos que realizam essa função. Por fim, foram apresentados os filtros eletrônicos, que definimos como dispositivos dentro de um circuito eletrônico capaz de realizar funções de processamento de sinal, especialmente para reduzir as características prejudiciais de frequência do sinal de entrada, ou, até mesmo, destacar seus elementos necessários, se diferenciando de acordo com o sinal eletrônico utilizado: Analógico ou Digital. Bons estudos e até a próxima! Referências 1. JUNIOR, A. Série de Eletrônica. SENAI, p 12. Disponível em: http://www.adjutojunior.com.br/eletronica_basica/69_Multivibrador_Biestavel.p df. Acesso em: 1 abr. 2021. http://www.adjutojunior.com.br/eletronica_basica/69_Multivibrador_Biestavel.pdf http://www.adjutojunior.com.br/eletronica_basica/69_Multivibrador_Biestavel.pdf 62 2. MOURA, A. F. Eletrônica II. Brasília: NT Editora, 2017. p. 15. Disponível em: https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/arquivos/arquivosPorRange/0000000 424/texto/c4da2f7baacf078f99637ada0cdf6bb8.pdf. Acesso em: 1 abr. 2021. 3. MUSEU DAS COMUNICAÇÕES. Osciladores. Disponível em: http://www.cmm.gov.mo/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_17_4_Oscillato rs.html. Acesso em: 1 abr. 2021. 4. ARNDT, D. M. Filtragem analógica. Instituto Federal de Santa Catarina, 2016. Disponível em: https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/d/d6/FiltroAnalogico2.pdf. Acesso em: 1 abr. 2021. Referências Complementares 12. CRUZ, E. C. A.; CHOUERI, S. Eletrônica aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 13. DACHI, E. P. Eletrônica digital. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2018. (e-book Pearson). 14. SZAJNBERG, M. Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: GEN/LTC, 2014. (e-book Minha Biblioteca). 15. FILHO, E. S. D. da S. et al. Eletrônica. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (e-book Minha Biblioteca). 16. FLOYD, T. L. Sistemas digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. (e-book Minha Biblioteca). 17. TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. (e-book Pearson). https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/arquivos/arquivosPorRange/0000000424/texto/c4da2f7baacf078f99637ada0cdf6bb8.pdf https://avant.grupont.com.br/dirVirtualLMS/arquivos/arquivosPorRange/0000000424/texto/c4da2f7baacf078f99637ada0cdf6bb8.pdf http://www.cmm.gov.mo/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_17_4_Oscillators.html http://www.cmm.gov.mo/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_17_4_Oscillators.html https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/d/d6/FiltroAnalogico2.pdf 63 4. APLICAÇÕES DA ELETRÔNICA NA ÁREA DE ACIONAMENTO E ALIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS Apresentação Caro estudante, neste bloco serão introduzidos os amplificadores. Assim, faremos uma abordagem sobre os amplificadores valvulados, os transistorizados e os operacionais. Em seguida, falaremos sobre as fontes de alimentação, se dividindo entre linear e chaveada. Além disso, demonstraremos, por meio de uma tabela, sua eficiência, regulagem de tensão, complexibilidade, interferência, entre outros fatores. Por fim, abordaremos especificamente as fontes chaveadas, estudando mais a fundo o seu conceito, funcionabilidade e aplicação. Vamos lá?! 4.1 Amplificadores O amplificador é um dispositivo eletrônico usado no controle de determinada quantidade de energia. Tal relação dada entre entrada e saída opera em função da frequência de entrada em que é gerada a função de transferência, assim como a magnitude de tal função, conhecida como ganho. Assim, consideramos que os amplificadores eletrônicos se tornaram cada vez mais comuns por seu uso em transmissores, receptores de rádio e televisão, dispositivos de alta definição, entre outros dispositivos digitais. Podemos classificar os amplificadores em três categorias: Amplificadores valvulados: utilizam tubos a vácuo, conhecidos como válvulas, para amplificar os sinais de instrumentos eletrônicos, principalmente, guitarras. Quando você aumenta o volume do amplificador, essas válvulas vão saturar, criando uma distorção natural. 64 Figura 4.1 - Amplificador Valvulado Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/small-electric-guitar- amplifier-619898783> Amplificadores transistorizados: não usam válvulas, mas usam uma combinação de transistores para obter seu ganho. Assim como os de válvula, esses amplificadores também produzem distorção quando seu volume é aumentado, porém, tal distorção é muito mais leve em relação ao valvulado. Esses sistemas transistorizados, como o nome sugere, usam transistores e outros dispositivos não ativos, e sua saída é um sinal semelhante e amplificado do sinal aplicado à sua entrada. Esse tipo de amplificador foi projetado para substituir o amplificador valvulado e pode-se dizer que é uma substituição perfeita e vantajosa para o amplificador valvulado. Algumas de suas maiores aplicações são em sistemas de áudio, mp3, receptores de rádio, sistemas de comunicação, entre outros. Podemos, também, compor tais amplificadores por meio de transistores bipolares, MOSFETs ou mesmo circuitos integrados. Veja, na imagem, o exemplo de um transistor MOSFET: 65 Figura 4.2 - Transistor MOSFET Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/isolated-220-mosfet- electronic-package-3d-1177573819> Amplificador Operacional: além de amplificar o sinal de entrada, esse amplificador é capaz de realizar operações aritméticas, seja subtração, adição, multiplicação, e também operações de maior complexidade como integral e derivada. A funcionalidade do amplificador operacional é de fácil compreensão, podendo assim ser identificado por meio de dois terminais de entrada: o terminal inversor, identificado por um sinal negativo (-); o outro terminal é um não inversor, apontado por um sinalpositivo (+); há também um terminal de saída e os outros dois terminais se dividem em uma fonte de alimentação positiva (Vcc +) e uma fonte de alimentação negativa (Vcc -). Na imagem a seguir, está ilustrada sua funcionalidade: 66 Figura 4.3 - Ligação em um Amplificador Operacional Fonte: Autor, 2021. Ainda sobre os circuitos amplificadores, temos o circuito PWM, abreviatura em inglês para Modulação por Largura de Pulso. A tecnologia PWM pode substituir outras tecnologias de controle de energia, como a tecnologia liga/desliga, modulação de frequência, ou mesmo a tecnologia de uso de resistores variáveis em série. Para melhor exemplificar, imaginemos uma chave voltada para acionamento eletrônico: 100% da tensão e da potência são aplicados à carga; quando a chave está desligada, a tensão é zero, logicamente sua potência também. Já ao controlarmos o tempo de ativação da chave, assim como seu período desativado, podemos controlar a potência média entregue a ela. Em outras palavras, acompanhe o exemplo: o switch fica em 50% ativado e 50% desativado, o que significa que, em média, temos 50% do tempo com passagem de corrente e 50% do tempo sem a sua passagem. Desse modo, a potência média aplicada à carga é a própria tensão média, ou seja, 50%. Logo, quanto mais tempo na maior potência conectada à carga, menor será o tempo de operação. Enquanto isso, o SCR é um dos componentes mais importantes em aplicações que envolvem o controle de cargas elétricas de alto valor da rede. Sua principal aplicação está voltada para conversão e controle de grandes quantidades de potência em 67 sistemas CC/CA, fazendo o uso de uma pequena quantidade de potência para seu controle. Como uma chave eletrônica voltada para acionamento, pode facilmente exceder seu desempenho mecânico devido à sua velocidade, sensibilidade e capacidade de trabalhar sob alta tensão e alta corrente. Devido às suas características, os SCR possibilitam que o transistor seja utilizado como elemento amplificador de sinais, contando com uma pequena corrente aplicada em sua base, fazendo com que circule determinada corrente com maior intensidade em seu coletor. O SCR possui três terminais: ânodo, cátodo e gate (ou gatilho). Esse gatilho determina a corrente entre os terminais principais do tiristor (ou seja, entre o ânodo e o cátodo). Se o gatilho não for acionado, o tiristor não conduzirá. Quando ativado, se a corrente flui do ânodo para o cátodo, o SCR conduzirá. Em corrente alternada, com a alternância de cada meio ciclo de tensão, o SCR altera seu estado. Quando o tiristor para de conduzir, ele comuta e retorna ao estado de bloqueio atual até que seja acionado novamente. Em corrente contínua, o circuito deve ser bloqueado à força; caso contrário, o circuito deve ser interrompido. Se o tiristor estiver em um estado de corrente alternada, o pulso no gate deve durar um certo tempo ou repetido várias vezes. Nesse caso, atrasando ou avançando o pulso de disparo pode-se controlar a fase da corrente ao passar pela carga. Uma vez iniciada, a tensão da porta pode ser cancelada e o tiristor continuará a conduzir até que a corrente de carga seja inferior à corrente de manutenção e diminua. Isso ocorre na prática quando a onda senoidal atinge zero. Para dimensionamento dos SCR, temos a seguinte fórmula a fim de calcularmos sua corrente de disparo. Veja: Onde: Ico - Corrente de fuga (A) Valor fornecido pelo fabricante 68 α1 - Ganho do primeiro transistor α2 - Ganho do segundo transistor Dessa forma, encontramos o TRIAC, dispositivo de comutação bidirecional. Consideramos seu funcionamento semelhante aos SCRs, com grande diferença em sua condução de corrente em ambas as direções. Ele é considerado como um componente obtido pela conexão de dois SCRs opostos, que possuem um eletrodo de disparo em comum, conhecido como gate. Veja a seguir seu símbolo, estrutura e o componente físico: Figura 4.4 -Triac Fonte: Pereira. Link <https://docente.ifrn.edu.br/jonathanpereira/disciplinas/eletronica-aplicada/slide- scr-triac> Dessa forma, cada SCR constituinte do TRIAC já tem sua função conhecida, podendo, então, atuar como uma espécie de interruptor bidirecional, conduzindo corrente nos dois sentidos, para que essa corrente possa ser aplicada aos seus componentes do tubo de pressão através do acionamento do sinal. Para dimensionamento do TRIAC, temos a seguinte fórmula a fim de calcularmos a dissipação da potência. Veja: 69 Onde: Us - Tensão de saturação (V) Id - Corrente direta (A) 4.2 Fontes de Alimentação A fonte de alimentação é parte integrante de um equipamento eletrônico, que serve para converter a energia elétrica que chega à corrente alternada em uma corrente contínua. Exemplificando com números, a partir do recebimento de tensão 110 V ou 220 V, há a conversão de voltagem adequada ao funcionamento do aparelho, seja 5 V, 9 V, 12 V ou outras tensões relacionadas. Enquanto algumas fontes de alimentação podem aumentar ou diminuir o nível de tensão, outras podem apenas isolar o circuito da rede, sendo ainda um importante protetor contra picos de energia e instabilidade, o que é muito comum no Brasil. Encontramos dois tipos amplamente usados de fontes de alimentação em corrente contínua: as lineares e as fontes chaveadas. Os dois elementos usam tecnologias diferentes para alcançar o mesmo resultado que seria a conversão de CA em CC. A fonte de alimentação linear utiliza a voltagem alternada, seja 110 V ou 220 V, e reduz sua tensão especificada na fonte de alimentação por meio de um transformador, de 12 V, por exemplo. Essa tensão, ainda em corrente alternada, passa por um circuito retificador composto por uma série de iodo, que converte a tensão CA em uma tensão pulsante. Então, após a filtração, a tensão pulsante é convertida em um estado quase contínuo, e normalmente deve ser ajustada com a ajuda de um transistor de potência para torná-la estável. As fontes de alimentação lineares são muito adequadas para aplicações de baixa energia, como telefones sem fio. No entanto, as fontes de alimentação lineares costumam ser muito grandes quando mais energia se faz necessária. Isso ocorre 70 porque quanto menor a frequência da tensão CA, maior será o tamanho do componente. Assim, sua utilização não se torna viável para equipamentos portáteis devido a seu tamanho; a partir daí, surgiram as fontes chaveadas. Em uma fonte de alimentação chaveada, a tensão de entrada aumentará a frequência antes de entrar no transformador. Conforme a frequência aumenta, os transformadores e os capacitores eletrolíticos se tornam menores. Por esse motivo, tais fontes são comumente usadas em dispositivos eletrônicos de menor tamanho, como computador, celulares, notebooks, entre outros. Vale ressaltar que o termo “chaveado” está ligado a uma chave de alta frequência, e não a uma fonte com uma chave on/off como parece sua nomenclatura. Veja, na imagem a seguir, uma tabela de comparação entre os dois tipos de fontes: Tabela - Comparação entre fontes chaveadas e lineares Metros Fonte de alimentação linear Fonte de alimentação chaveada Eficiência Baixa Alta Regulação de tensão Regulação é feita pelo regulador Regulação é feita pelo feedback do circuito Ruído e interface eletromagnética Imune a ruídos e interface eletromagnética O efeito do ruído e da interferência eletromagnética é bastante significativo, portanto, são necessários os filtros de EMI Resposta à Transiente Rápida Lenta Interferência RF Sem interferência RF O chaveamento produz mais interferências RF Complexibilidade Menos complexa Mais complexa Fonte: adaptado de Getrotech. Link <https://www.getrotech.com.br/loja/Artigos/diferenca_fonte_de_alimentacao/> 71 4.2.1Fontes Retificadoras, Pontes Retificadoras e Diodos Retificadores Enquanto as fontes retificadoras são projetadas para converter corrente alternada em corrente contínua, no caso da corrente alternada, há uma variação com o tempo; já na corrente contínua, não há tal variação com o tempo. Nesse contexto, introduzimos o diodo retificador, sendo o principal componente do circuito que converte a corrente alternada em corrente contínua. Como esse circuito é amplamente utilizado em produtos eletrônicos, os diodos retificadores são amplamente utilizados em aplicações de energia. Além disso, os diodos retificadores também podem ser usados para fins gerais, principalmente, quando necessários, no caso de alta corrente. A principal característica de um diodo retificador é suportar, em seus terminais, correntes e tensões máximas. O diodo elimina o semiciclo da corrente alternada, entretanto, sua forma de onda resultante não é estável, mas sim formada por pulsos, que, apesar de já ser corrente contínua, não possui uma tensão constante, sendo necessário utilizar os dois semiciclos para assim formarmos uma fonte de corrente contínua com a tensão mais estável que pudermos. A Ponte Retificadora pode solucionar esse problema. É formada a partir de 4 diodos, sendo que cada par deles é responsável por retificar um semiciclo da onda senoidal. Os diodos D1 e D2 são encarregados de conduzir no semiciclo positivo, enquanto os diodos D3 e D4 conduzem no semiciclo negativo. Na intenção de deixar a tensão ainda mais estável, adicionamos um capacitor depois do circuito da ponte retificadora, de modo que o capacitor carrega sua energia no topo da onda, e quando a tensão diminui, o capacitor se descarrega estabilizando a tensão do circuito. Veja a seguir o circuito da Ponte Retificadora: 72 Figura 4.5 - Circuito Simples da Ponte Retificadora Fonte: Usinainfo. Link <https://www.usinainfo.com.br/pontes-retificadoras-459> Em relação à retificação dos sinais, essas fontes usam diodos para tal função. O retificador meia onda permite a passagem de meio-ciclos de onda, com isso a outra metade do ciclo não é aproveitada. Temos, também, os retificadores de onda completa que utilizam os dois semiciclos, onde cada lado deve ter a tensão esperada na saída da fonte, em que a ondulação da corrente de saída é menor que a do circuito de meia onda. Veja a imagem que representa essa onda sendo aproveitada nos dois semiciclos: Figura 4.6 - Retificador de onda completa Fonte: Autor, 2021. 73 Entretanto, se o circuito requerer uma tensão constante, o filtro sozinho não será capaz de garantir a estabilidade no sistema. A partir disso, usamos um transistor em série com a carga. O diodo Zener gera uma tensão de referência constante inserida na faixa predeterminada. Essa tensão constante, junto com a tensão variável de saída, é aplicada ao circuito controlador, que compara as duas e polariza a base do transistor. Exemplificando, se a corrente de carga aumenta, a tensão de saída tende a diminuir, e o circuito de controle ajusta a polarização da base do transistor para condução de mais corrente, restaurando, assim, o valor de antes. A fonte que opera dessa forma é chamada de fonte linear, pois o transistor em série com a carga atua como um regulador linear aproximado. Na verdade, ele usa um resistor variável e o valor do resistor variável é ajustado automaticamente para compensar as mudanças na carga. Uma desvantagem importante dessa estrutura é que o consumo de energia no transistor é igual ao produto de sua queda de tensão pela corrente. Em outras palavras, o processo de condicionamento gera calor, o que reduz a eficiência do circuito, perdendo energia nesse processo. 4.2.2 Funcionamento do LED A lâmpada LED é um dispositivo formado por um conjunto de LEDs. Denominamos como um diodo emissor de luz, componente eletrônico o qual emite luz visível por meio da transformação da energia elétrica em energia luminosa, em um processo conhecido como eletroluminescência. Sua composição se dá a partir de materiais semicondutores. Com a substituição de alguns dos seus átomos por outros em um processo chamado de dopagem, podemos controlar a cor emitida, como, por exemplo, o fosfato de gálio que nos fornece luz verde. Voltando para as lâmpadas, suas principais características se dão pelo fato de não esquentarem e são iluminadas pelos constantes movimentos dos elétrons localizados no material semicondutor. A vida útil média de um LED é de aproximadamente 50.000 74 horas, superando assim a vida útil das lâmpadas incandescentes muito comuns antigamente. O LED faz isso por meio de uma junção PN, formada esta por um semicondutor do tipo P, que possui portadores carregados positivamente, e também um semicondutor do tipo N, portador de elétrons. A junção entre os dois tipos de semicondutores é chamada de “junção P-N”. Tais junções são os blocos de construção de cada dispositivo eletrônico do semicondutor. Figura 4.7 - Junção P-N de um LED Fonte: Autor, 2021. Os LEDs são modificados a fim de produzir uma forma de radiação luminosa, e os elétrons de semicondutores do tipo N conectam aos portadores do semicondutor tipo P. Essa energia flui de forma unidirecional; dessa maneira, só é possível o fluxo de N para P, e não o contrário. A partir da formação da junção, os elétrons localizados no diodo alteram seu estado e iniciam a emissão de fótons. Os elétrons mudam sua órbita movimentando-se de uma órbita mais alta para outra mais baixa; ao fazerem isso, eles automaticamente “perdem” energia na forma de luz. Assim, temos as lâmpadas com o conjunto de LED; em sua grande maioria, as lâmpadas LED possuem uma forma arredondada que visa focar a luz em direções determinadas. Segue assim a tendência da evolução, na substituição das lâmpadas 75 fluorescentes em lugar das lâmpadas incandescentes, e agora a substituição das lâmpadas de LED em lugar das fluorescentes. 4.2.3 Drive de potência Definimos drive de potência como um elemento amplificador de potência composto a partir de dispositivos eletromecânicos (relés) e semicondutores como diodos, transistores e circuitos integrados de variadas potências. Sua principal função se dá pelo acionamento de equipamentos cujas especificações de tensão e corrente sejam superiores ao do controlador. Os drives de potência são amplamente usados em projetos de acionamento de motores de passo, de corrente contínua e alternada, como também em automação residencial e predial etc. No caso do acionamento de um motor de corrente contínua, apresentaremos um drive simples responsável por essa função. Por meio de alguns elementos, podemos montar esse drive para acionar um motor CC, através de um transistor de efeito de campo (MOSFET), um diodo para proteção do motor e um resistor pulldown que mantém o gate do transitor em 0 V e uma chave para interrupção ou continuidade do circuito. Veja o circuito de acionamento a seguir: Figura 4.8 - Circuito com drive de acionamento Fonte: Autor, 2021. 76 No mesmo circuito, é possível a inclusão de determinados elementos capazes de realizar o controle da potência desse motor, desde um pulso PWM a ser aplicado na entrada de um transistor NPN e, posteriormente, à entrada de um PNP. Tudo isso ligado a um circuito dobrador de tensão, responsável por permitir o controle de altas cargas desse motor. 4.3 Fontes chaveadas O conceito de chavear tensão para regular a tensão e até permitir que seu valor seja alterado é muito antigo. Em carros antigos, em meados da década de 1930 e 1940, o rádio ainda estava aberto e exigia alta pressão para ser polarizado. Essa alta tensão era obtida por um circuito de comutação eletromecânico, conhecido como vibrador. Através do uso de transformadores e outrosrecursos, ligar e desligar uma linha de 6 V, por exemplo, pode-se obter um sinal de pulsação que é facilmente alterado. No entanto, tecnologias de alto desempenho para comutação e alteração de tensão foram desenvolvidas para usar dispositivos de estado sólido de alta eficiência, como transformadores com núcleos de ferrite, como MOSFETs de energia. Trabalhando em uma frequência muito alta, o transformador pode ser pequeno e o rendimento é alto. É realizado o processo de conversão de tensão ligando e desligando um circuito de chaveamento (oscilador), que é composto de semicondutores que podem dissipar energia através da oscilação de frequência. Em outras palavras, eles não convertem o excesso de energia elétrica em calor, mas geram ondas de alta frequência no oscilador. As fontes chaveadas, primeiramente, retificam a tensão do circuito. Então, o transistor de potência liga e desliga a tensão retificada através do enrolamento primário do pequeno transformador por milhares de vezes por segundo. Veja na imagem a seguir uma exemplificação de uma fonte chaveada: 77 Figura 4.9 - Fonte chaveada Fonte: Iluminim. Link <https://www.iluminim.com.br/fonte-chaveada-24v-5a-para-led> Nesse contexto, a evolução dessas fontes nos trouxe as fontes chaveadas de temporização voltadas para aplicações industriais que requerem o uso de fontes chaveadas de alta qualidade combinadas com funções de temporização. Esse tipo de fonte de sinal pode ser conectado a sensores e pode ser usado com atuadores mecânicos. Tal fonte possui um microprocessador interno para identificar a ativação do sensor inicialmente. Em seguida, prepara funções pré-programadas e controla o estágio de saída, que consiste em relés de contato reversíveis. Os parâmetros e funções podem ser visualizados na tela do display, de forma que o dispositivo possa ser parametrizado e a contagem do tempo, em que a função é programada, seja exibida. A fonte chaveada temporizada é aplicável no interfaceamento de sensores de corrente contínua que são responsáveis pelo acionamento de cargas indutivas, como solenoides e contatoras. Com princípio de funcionamento na corrente contínua, sua estrutura é formada a partir de relés que fornecem energia para capacitores, indutores, sensores 78 fotoelétricos etc. Todo o processo ocorre no circuito interno, que detecta o acionamento do sensor e transfere energia para o relé de saída. O funcionamento é indicado por um LED, e de acordo com o tipo de sensor, seu desempenho será indicado por cores diferentes. Veja o exemplo de uma fonte temporizada a seguir: Figura 4.10 - Fonte chaveada temporizada Fonte: Wesen. Link <http://www.wesen.com.br/fonte-chaveada-temporizada#group1-4> Conclusão Caro estudante, anteriormente havíamos visto a respeito dos amplificadores operacionais e, neste bloco, conhecemos também os valvulados e transistorizados, assim como suas funções dentro da eletrônica. Os dois últimos tópicos foram responsáveis por tratar das fontes de alimentação: enquanto no segundo tópico tratamos de maneira genérica essas fontes e a sua forma de conversão de voltagem de corrente alternada em corrente contínua, no terceiro tópico, focamos especialmente nas fontes chaveadas ligadas diretamente ao seu conceito de chavear tensão, de modo que houve muitos anos de estudo procurando sua constante evolução, pois se trata de um conceito antigo. Trazendo para os dias de 79 hoje, a sua evolução está relacionada com as fontes chaveadas temporizadas, de maneira que todo o processo ocorre no circuito interno, que detecta o acionamento do sensor e transfere energia para o relé de saída. Bons estudos e até a próxima! Referências 1. SHUTTERSTOCK. Transistor MOSFET. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/isolated-220-mosfet- electronic-package-3d-1177573819. Acesso em: 26 ar. 2021 2. SHUTTERSTOCK. Amplificador valvulado. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/small-electric-guitar-amplifier- 619898783. Acesso em: 26 mar. 2021 3. PEREIRA, Jonathan. Tiristores. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (RN). Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/jonathanpereira/disciplinas/eletronica-aplicada/slide- scr-triac. Acesso em: 26 mar. 2021. 4. GETROTECH. Comparação entre fontes chaveadas e lineares. Getrotech, 28 set. 2020. Disponível em: https://www.getrotech.com.br/loja/Artigos/diferenca_fonte_de_alimentacao. Acesso em: 26 mar. 2021. 5. USINAINFO. Pontes retificadoras. Disponível em: https://www.usinainfo.com.br/pontes-retificadoras-459. Acesso em: 26 mar. 2021. 6. ILUMININ. Fonte chaveada. Disponível em: www.iluminim.com.br/fonte- chaveada-24v-5a-para-led. Acesso em: 26 mar. 2021. 7. WESESN. Fonte chaveada temporizada. Disponível em: http://www.wesen.com.br/fonte-chaveada-temporizada#group1-4. Acesso em: 26 mar. 2021. https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/isolated-220-mosfet-electronic-package-3d-1177573819 https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/isolated-220-mosfet-electronic-package-3d-1177573819 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/small-electric-guitar-amplifier-619898783 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/small-electric-guitar-amplifier-619898783 https://docente.ifrn.edu.br/jonathanpereira/disciplinas/eletronica-aplicada/slide-scr-triac https://docente.ifrn.edu.br/jonathanpereira/disciplinas/eletronica-aplicada/slide-scr-triac https://www.getrotech.com.br/loja/Artigos/diferenca_fonte_de_alimentacao https://www.usinainfo.com.br/pontes-retificadoras-459 http://www.iluminim.com.br/fonte-chaveada-24v-5a-para-led http://www.iluminim.com.br/fonte-chaveada-24v-5a-para-led http://www.wesen.com.br/fonte-chaveada-temporizada#group1-4 80 Referências Complementares 18. CRUZ, E. C. A.; CHOUERI, S. Eletrônica aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 19. SCHULER, C. Eletrônica II. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 20. DACHI, E. P. Eletrônica digital. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2018. (e-book Pearson). 21. SZAJNBERG, M. Eletrônica Digital: teoria, componentes e aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: GEN/LTC, 2014. (e-book Minha Biblioteca). 22. FILHO, E. S. D. da S. et al. Eletrônica. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (e-book Minha Biblioteca). 23. FLOYD, T. L. Sistemas digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. (e-book Minha Biblioteca). 24. TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. (e-book Pearson). 81 5. PLATAFORMA ARDUINO Apresentação Caro estudante, este bloco é voltado especialmente para o Arduino, e apresenta uma abordagem completa de tal ferramenta. Você aprenderá sobre seu hardware e software; os diferentes tipos de Arduino encontrados hoje; e como é feita a sua programação. Em seguida, será abordada a sua montagem, ligada, diretamente, à sua análise virtual, em que será apresentado o software conhecido como Arduino IDE. Por fim, será feita uma conexão com a teoria, num exemplo prático de suas aplicações, seja no ramo industrial residencial ou comercial. 5.1 Hardware e Programação O Arduino é uma placa de desenvolvimento de protótipo eletrônico de código aberto, incluindo hardware e software livre, com o objetivo de fornecer uma ferramenta adaptável de baixo custo para a criação de projetos interativos com diferentes ordens. Sua criação foi dada em 2005 por cinco pesquisadores: David Cuartielles, Massimo Banzi, Tom Igoe, David Mellis e Gianluca Martino. O objetivo era projetar um dispositivo de baixo custo, funcional e fácil de programar, para que estudantes e designers amadores pudessem usá-lo. Além disso, o conceito de hardware livreé adotado, o que significa que qualquer pessoa pode começar a partir do mesmo hardware básico para montar, modificar, aprimorar, podendo, até mesmo, customizá- lo. Podemos encontrar uma variedade relacionada a seus modelos e tecnologias. Conheça os tipos a seguir: • Arduino Uno: o mais comum dos Arduinos. Possui uma boa quantidade de portas disponíveis, alta compatibilidade com os shields encontrados no mercado. Tem um 82 processador ATMEGA328 de 14 portas digitais, com 6 dessas portas possuindo a capacidade de saídas PWM, e outras 6 portas analógicas. Sua alimentação provém tanto da conexão USB quanto do conector para alimentação externa, podendo ser alimentada de 7 V a 12 V. Figura 5.1 - Arduino Uno Fonte: Shutterstock (Adaptado). Link <https://www.shutterstock.com/pt/image- photo/ljubljana-slovenia-april-29-2013-photo-190713134> • Arduino Mega 2560: esse Arduino vem equipado com um microcontrolador ATmega2560, além de ter 54 portas digitais; 15 dessas portas têm a capacidade de saída PWM, e conta com 15 portas analógicas. Possui também o Clock de 16 MHz, conector de alimentação externa e conector USB. Aplicável para projetos de maior complexidade que requerem alta quantidade entradas e saídas. 83 Figura 5.2 - Arduino Mega 2560 Fonte: Arduino. Link <https://store.arduino.cc/usa/mega-2560-r3 > • Arduino Leonardo: esse Arduino vem equipado com um microcontrolador ATmega32u4, além de ter 20 portas digitais; 7 dessas portas têm a capacidade de saída PWM, e conta com 12 portas analógicas. Possui também o Clock de 16 MHz, conector de alimentação externa e conector micro USB para conexão ao computador. Outra função é o chip de conexão USB integrado ao microcontrolador, eliminando, assim, a necessidade de um chip de comunicação adicional no cartão e permitindo que o Arduino Leonardo seja reconhecido pelo computador como um mouse, ou mesmo, um teclado, em vez de ser usado como uma porta serial, o que também é possível. Figura 5.3 - Arduino Leonardo 84 Fonte: Arduino. Link <https://store.arduino.cc/usa/leonardo> • Arduino Due: esse é considerado o Arduino que possui maior poder de processamento, baseado em um microcontrolador ARM de 32 bits e 512 Kb de memória totalmente disponível para programação, assim como outras aplicações. Já vem com bootloader gravado originalmente em uma memória ROM. Esse Arduino vem equipado com 54 portas digitais, em que 12 dessas portas têm a capacidade de saída PWM, e conta com 12 portas analógicas. Conta com 4 chips controladores de portas seriais, conector de alimentação externa e conector USB. Sua tensão de operação é de 3,3 V. Figura 5.4 - Arduino Due Fonte: Arduino. Link <https://store.arduino.cc/usa/due> • Arduino Mega ADK: esse Arduino vem equipado com um microcontrolador ATmega2560, além de ter 54 portas digitais; 15 dessas portas têm a capacidade de saída PWM, e conta com 16 portas analógicas. Possui, também, 4 chips para comunicação serial, Clock de 16 MHz, conector de alimentação externa e conector USB, voltado este para a ligação de dispositivos operacionais Android (muito usados em smartphones). 85 Figura 5.5 - Arduino Mega ADK Fonte: Eletrofun. Link <https://www.electrofun.pt/arduino/arduino-mega-adk-android-compativel- cabo-usb> • Arduino Nano: esse Arduino vem equipado com um microcontrolador ATmega328 (32 Kb de memória) ou ATmega168 (16 Kb de memória). Na mão contrária das outras placas, não conta com conector para alimentação externa, sua alimentação é dada por meio de um conector USB Mini-B. A partir de seu reduzido tamanho com medidas de 4,3 cm x 1,85 cm, se torna uma ótima opção para projetos compactados que requerem constante atualização em seu software. Figura 5.6 - Arduino Nano Fonte: Arduino. Link <https://store.arduino.cc/usa/arduino-nano?queryID=undefined> 86 • Arduino Pro Mini: esse Arduino vem equipado com um microcontrolador ATmega168, além de ter 14 portas digitais; 6 dessas portas têm a capacidade de saída PWM, e conta com 8 portas analógicas. Não conta com conector de alimentação externa e conector USB, podendo ser adicionado um módulo de USB à parte, para comunicação com o computador. Torna-se aplicável para projetos fixos, que não exijam alto poder de processamento ou atualizações constantes. Figura 5.7 - Arduino Pro Mini Fonte: Arduino Br. Link <https://br-arduino.org/2015/02/arduino-pro-mini-conhecendo-o- modelo-economico.html> • Arduino Esplora: com sua geometria similar a um controle de videogame, essa placa se difere de todas as outras placas da série Arduino, principalmente por possuir múltiplos sensores em sua construção. Esse Arduino vem equipado com um microcontrolador ATmega32u4, Clock de 16 MHz, 32 Kb de memória e conexão micro USB. A placa inclui um buzzer, potenciômetro deslizante, joystick, sensores de temperatura e luz, led RGB, acelerômetro, microfone e 4 botões. Conta ainda com entrada para painéis LCD. Essa placa já vem praticamente pronta, necessitando apenas se concentrar em sua programação. 87 Figura 5.8 - Arduino Esplora Fonte: BotnRoll. Link <https://www.botnroll.com/pt/arduino-controladores/673-arduino-esplora.html > O trabalho não é composto apenas pelo hardware; assim, temos também o software, de código aberto, por sinal, onde podem ser modificados de acordo com as necessidades do usuário. É necessário apenas usar o software Arduino para programação direcionar, ao dispositivo, a ordem a ser executada. Quanto ao software, ele é desenvolvido na linguagem C e C++, criado a partir de um ambiente gráfico escrito em Java. Trazendo, assim, um firmware embutido, carregado este na memória ROM da placa. Nos programas de computador (softwares), podemos definir seu conceito como uma sequência de instruções que são enviadas para determinada máquina. Cada tipo de microprocessador compreende um conjunto de instruções diferentes, em outras palavras, a linguagem de máquina. No caso, precisamos fazer com que a máquina entenda o que queremos dizer, e para isso, devemos falar com ela da única forma que ela entende. É aí onde entra a Linguagem de Programação, pois a partir dela podemos encontrar uma grande variedade. Porém, como falamos de Arduino, tratamos da linguagem de programação C++, que seria uma linguagem de programação de alto nível. 88 Dentro da programação C++, muito comum em softwares para programação de Arduinos, temos alguns pilares que formam o modo de escrever o código. Veja a seguir esses pilares da construção de um código: • Variável: definimos como o recurso usado no armazenamento de dados em um programa. Como toda máquina conta com uma memória, a variável representa uma região da memória usada nesse armazenamento. A partir de uma declaração de variável, informamos ao programa a quem estamos nos referindo, seja um número, um texto ou um caractere. Além da variável, informamos também o tipo de informação a ser armazenada. Veja a lista dos dados que podemos incluir: - boolean: valor verdadeiro (true) ou falso (false); - char: um caractere; - byte: um byte, ou sequência de 8 bits; - int: número inteiro de 16 bits com sinal; - unsignedint: número inteiro de 16 bits sem sinal (0 a 65535) - long: número inteiro de 16 bits com sinal; - unsignedlong: número inteiro de 16 bits sem sinal; - float: número real de precisão simples (ponto flutuante); - double: número real de precisão dupla (ponto flutuante); - string: sequência de caracteres; - void: tipo vazio (não tem tipo). Veja um exemplo de um dado com variável: “int led;” • Atribuição: podemos atribuir determinado valor para uma variável, isso significa armazenar esse valor para que possa ser usado posteriormente. Utilizamos o “=” para tal atribuição,como no caso de precisar atribuir um valor para determinado LED. Fazemos desta forma: “int led = 10;” 89 • Operador: conhecemos como conjunto de um ou mais caracteres que são responsáveis pela representação de operações sobre uma ou mais variáveis ou constantes. Além das 4 operações aritméticas, temos também as operações lógicas. Veja: • Função: seria uma sequência de comandos, que pode ser reutilizada diversas vezes ao longo de um programa. Dessa forma, é preciso fazer uma declaração de função. No caso do Arduino, funções como “setup( )” e “pinMode( )” já são previamente chamadas em programações do Arduino IDE. Podemos chamar a função quantas vezes quisermos durante o programa, uma vez definida sua função. Quando a função é executada, ela automaticamente retorna ao valor inicial como um loop, por meio da função “return”, como também pode ser “void”, significando que não retorna a nada. • Parâmetro: esse recurso tem o sentido de enviar dados para a função quando acionada. Como, por exemplo, o parâmetro soma: “intsoma(int a, int b)”. No caso, nomeamos a função de “a” e “b”. Assim, quando chamarmos a função soma, devemos fornecer valores a sua variável. Veja: “x = soma(1+2);”. 90 • Comentário: podemos fazer comentários no programa sem que isso interfira no código de programação. Usamos “//” na linha, para inserir um comentário; “/*” para iniciar um comentário no bloco; e “*/” para finalizar o comentário. • Estruturas de controle: conhecemos como bloco de instruções, capazes de alterar o fluxo de execução do código. A partir delas, é possível executar comandos diferentes de acordo com uma condição, ou mesmo repetir uma série de comandos várias vezes. Temos algumas palavras que representam essa estrutura como: “while”, “for”, “if”, “else”. • Biblioteca: por fim, temos a biblioteca formada a partir de códigos fonte adicionais, os quais podemos inserir ao projeto por meio do comando “include”. A biblioteca do Arduino, por exemplo, se caracteriza por uma ou mais classes que possuem funções, métodos para acionamento de dispositivos, configurações ou até executar outra tarefa. 5.2 Montagem e análise virtual A montagem de uma placa de Arduino é simples e intuitiva. A partir de terminais e conexões, é possível ter um projeto em mãos de forma objetiva. Muitas vezes, se faz necessário o uso de uma placa protoboard que auxilia em testes e montagem. Uma vez que está consolidada a programação, podemos utilizar placas de circuito impresso que viabilizam a montagem final do circuito. É possível encontrarmos o Arduino vendido em conjunto com a placa protoboard como na imagem a seguir. Veja: 91 Figura 5.9 - Arduino na protoboard Fonte: Eletrogate. Link <https://www.eletrogate.com/base-acrilica-para-fixacao-arduino-uno-e- protoboard-400- furos?utm_source=Site&utm_medium=GoogleMerchant&utm_campaign=GoogleMerchant> Entretanto, em relação ao Arduino, a maior complexidade está em sua programação. Para tanto, se faz uso de softwares responsáveis, por isso, no próprio site <https://www.arduino.cc/> é possível encontrar tudo sobre a ferramenta, desde os hardwares, documentação e informações de compras até do software, para ser baixado ou mesmo ser usado online. Trata-se do software Arduino IDE que, segundo o próprio site, é descrito da seguinte forma: O Arduino Software (IDE) de código aberto facilita a escrita de código e o upload para a placa. Ele roda em Windows, Mac OS X e Linux. O ambiente é escrito em Java e baseado em Processing e outros softwares de código aberto. Este software pode ser usado com qualquer placa Arduino. (Fonte: disponível em: https://www.arduino.cc/en/Guide/Introduction. Acesso em: maio 2021). https://www.arduino.cc/en/Guide/Introduction 92 Além do fato de esse programa ser compatível com a grande maioria dos sistemas operacionais, o Arduino IDE programa todos os modelos da placa Arduino e, caso o projeto tenha algum problema em sua configuração, ou mesmo, em seu código, ele irá gerar uma notificação e listar os possíveis problemas, tornando seu uso didático e que dificilmente resultará em erros à sua programação (desde que o usuário tenha conhecimento técnico quanto à sua linguagem). O Arduino IDE conta com um layout muito rico, fácil de navegar, além de ter opções bem divididas de acordo com suas respectivas funções, implementando, também, os mais diversos processos de forma direta e simples. Para aqueles que possuem dificuldade na língua inglesa, ele pode ter suas funções traduzidas ao português. Veja na imagem um exemplo do layout do Arduino IDE online: Figura 5.10 - Layout do software Arduino IDE Fonte: Autor, 2021. Nesse contexto, também temos o Tinkercad. É um software que conta com uma coleção online e gratuita de ferramentas que nos permite criar, projetar e simular. 93 Conta também com designers de modelos 3D em CAD, além da simulação de circuitos elétricos analógicos e digitais, desenvolvida pela Autodesk. A interface é bem similar ao do Arduino IDE, com espaço para colocar códigos fonte, alteração das propriedades dos componentes, seja a resistência do resistor, a cor dos leds, tensão da fonte, entre outros. A adição dos componentes é simples: basta buscar em uma lista totalmente ilustrada e cheia de informações. A seguir, mostraremos um circuito simples para acionamento de um led por meio de um botão com o software Tinkercad. Veja a disposição dos elementos: Figura 5.11 - Circuito no Tinkercad Fonte: Autor, 2021. Por meio desse circuito, é possível simular com o mouse, pressionando o botão e vendo o LED acender, assim como temos o código do programa para que efetue esse acionamento. Veja a programação a seguir, a qual o programa também permite baixar esse código para poder ser colocado em qualquer máquina: 94 Figura 5.12 - Código do programa no Tinkercad Fonte: Autor, 2021. 5.3 Exemplos de aplicação Projetos de automação residencial, comercial e industrial podem ser executados por meio do Arduino. Conectando motores, luzes e um grande número de sensores a essa ferramenta, podemos alcançar um número muito alto de aplicações. Mesmo com o tamanho pequeno de sua placa, podemos adaptar o hardware em locais de difícil acesso e pequenos espaços de alocação. É possível conectar sensores, motores e milhares de dispositivos que interagem entre si por meio da placa. Dessa forma, podemos, por exemplo, automatizar toda uma residência. O Arduino pode controlar a lâmpada a partir do sinal enviado pelo celular 95 via Bluetooth, ou mesmo, WiFi. Assim, a domótica é uma das áreas, entre muitas, que privilegiam sua utilização. Aplicação 1: Podemos exemplificar um circuito por um módulo relé Arduino, que pode auxiliar nesse processo. O relé é tido como um elemento eletromecânico capaz de realizar o acionamento de cargas elétricas por meio de um circuito de comando de baixa potência, sendo, nesse caso, um sinal digital gerado pelo Arduino. Veja o esquema de ligação apresentado pelo Tinkercad composto pelo Arduino Uno, módulo relé, fonte de alimentação (bateria 9 V) e lâmpada: Figura 5.13 - Esquema de acionamento de uma lâmpada Fonte: Autor, 2021. Após a montagem, vem a hora de programar o circuito para realizar a operação, em que serão determinados a pinagem de ligação, o tempo de acionamento, a forma como será ligada (se será piscante ou estática), o loop, entre outras funções que cabem ao programador definir e alimentar o microcontrolador com essas informações, definindo, assim, um projeto que vai da separação de insumos, montagem, programação e execução, a fim de se chegar ao objetivo do processo, que, nesse caso, será o acionamento simples da lâmpada por meio do Arduino.Veja o código de 96 programação do circuito executado para permanecer 3 segundos em nível alto (ligada) e 3 segundos em nível baixo (desligada): Figura 5.14 - Código de programação Fonte: Autor, 2021. Aplicação 2: Vamos exemplificar aqui uma lógica de controle, a qual será capaz de ler o sinal analógico do potenciômetro, assim convertendo esse sinal em um valor digital de frequência. Frequência esta que varia entre 0 e 120 kHz. A fim de demonstrar o sinal digital gerado, usaremos um monitor de osciloscópio para visualização da forma de onda. Veja a imagem do circuito montado no Tinkercad: 97 Figura 5.15 - Esquema de conversão de sinal Fonte: Autor, 2021. O código a seguir será escrito para que você possa criar esse circuito no Tinkercad e analisar a forma de onda formada pelo sinal analógico na entrada e sua respectiva onda no sinal digital gerada na saída: 98 Conclusão Caro estudante, para fim de estudo dessa ferramenta tão importante no ramo industrial, você aprendeu, neste bloco, sobre os tipos de Arduino encontrados hoje, mais especificamente, sobre seus oito tipos. Em seguida, lhe foi apresentado um pouco mais a respeito de sua montagem física e a utilização de uma placa protoboard muito útil para testes. Além disso, você viu sobre a sua simulação e projeto que pode ser feito virtualmente por meio de softwares online, ou mesmo, aqueles que possuem licença que precisa ser adquirida. Por fim, foi feita uma relação com a placa Arduino no exemplo prático de domótica, onde foi apresentado o esquema de acionamento de uma lâmpada por meio de um Arduino e também um relé, mostrando, de forma dinâmica, uma aplicação muito comum usada residencialmente dessa ferramenta. Bons estudos e até a próxima! Referências 1. SHUTTERSTOCK. Arduino Uno. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ljubljana-slovenia-april-29-2013- photo-190713134. Acesso em: 27 mar. 2021. 2. ARDUINO. Arduino Mega 2560. Disponível em: https://store.arduino.cc/usa/mega-2560-r3. Acesso em: 27 mar. 2021. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ljubljana-slovenia-april-29-2013-photo-190713134 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ljubljana-slovenia-april-29-2013-photo-190713134 https://store.arduino.cc/usa/mega-2560-r3 99 3. ARDUINO. Arduino Leonardo. Disponível em: https://store.arduino.cc/usa/leonardo. Acesso em: 27 mar. 2021. 4. ARDUINO. Arduino Due. Disponível em: https://store.arduino.cc/usa/due. Acesso em: 27 mar. 2021. 5. ELETROFUN. Arduino Mega ADK. Disponível em: https://www.electrofun.pt/arduino/arduino-mega-adk-android-compativel-cabo- usb. Acesso em: 27 mar. 2021. 6. ARDUINO. Arduino Nano. Disponível em: https://store.arduino.cc/usa/arduino- nano?queryID=undefined. Acesso em: 27 mar. 2021. 7. ARDUINO, Br. Arduino Pro Mini. Disponível em: https://br- arduino.org/2015/02/arduino-pro-mini-conhecendo-o-modelo-economico.html. Acesso em: 27 mar. 2021. 8. ROLL, B. Arduino Esplora. Disponível em: https://www.botnroll.com/pt/arduino- controladores/673-arduino-esplora.html. Acesso em: 27 mar. 2021. 9. ELETROGATE. Arduino na protoboard. Disponível em: https://www.eletrogate.com/base-acrilica-para-fixacao-arduino-uno-e- protoboard-400- furos?utm_source=Site&utm_medium=GoogleMerchant&utm_campaign=Google Merchant. Acesso em: 27 mar. 2021. Referências Complementares 25. CRUZ, E. C. A.; CHOUERI, S. Eletrônica aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 26. SCHULER, C. Eletrônica II. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 27. DACHI, E. P. Eletrônica digital. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2018. (e-book Pearson). https://store.arduino.cc/usa/leonardo https://store.arduino.cc/usa/due https://www.electrofun.pt/arduino/arduino-mega-adk-android-compativel-cabo-usb https://www.electrofun.pt/arduino/arduino-mega-adk-android-compativel-cabo-usb https://store.arduino.cc/usa/arduino-nano?queryID=undefined https://store.arduino.cc/usa/arduino-nano?queryID=undefined https://br-arduino.org/2015/02/arduino-pro-mini-conhecendo-o-modelo-economico.html https://br-arduino.org/2015/02/arduino-pro-mini-conhecendo-o-modelo-economico.html https://www.botnroll.com/pt/arduino-controladores/673-arduino-esplora.html https://www.botnroll.com/pt/arduino-controladores/673-arduino-esplora.html https://www.eletrogate.com/base-acrilica-para-fixacao-arduino-uno-e-protoboard-400-furos?utm_source=Site&utm_medium=GoogleMerchant&utm_campaign=GoogleMerchant https://www.eletrogate.com/base-acrilica-para-fixacao-arduino-uno-e-protoboard-400-furos?utm_source=Site&utm_medium=GoogleMerchant&utm_campaign=GoogleMerchant https://www.eletrogate.com/base-acrilica-para-fixacao-arduino-uno-e-protoboard-400-furos?utm_source=Site&utm_medium=GoogleMerchant&utm_campaign=GoogleMerchant https://www.eletrogate.com/base-acrilica-para-fixacao-arduino-uno-e-protoboard-400-furos?utm_source=Site&utm_medium=GoogleMerchant&utm_campaign=GoogleMerchant 100 28. SZAJNBERG, M. Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: GEN/LTC, 2014. (e-book Minha Biblioteca). 29. STEVAN JR, S. L. Automação e instrumentação industrial com Arduino: teoria e projetos. 1. ed. São Paulo: Érica, 2015. 30. FILHO, E. S. D. da S. et al. Eletrônica. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (e-book Minha Biblioteca). 31. FLOYD, T. L. Sistemas digitais: fundamentos e aplicações. 9. ed., Porto Alegre: Bookman, 2007. (e-book Minha Biblioteca). 32. TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. (e-book Pearson). 101 6. PROJETO DE PLACAS EM CIRCUITO IMPRESSO Apresentação Caro estudante, neste bloco você irá conhecer as placas eletrônicas conhecidas como PCB e PCBA, que nos ajudam a montar circuitos eletrônicos. Em seguida, será apresentado um pouco sobre as placas protoboards, que seriam placas de protótipo, apresentando sua montagem física, bem como a sua funcionalidade técnica. Por fim, este bloco abordará os softwares voltados para impressão de circuitos em placas eletrônicas, além de apresentar uma vasta lista delas, falando um pouco de um software específico, conhecido como Fritizing e fazendo uma abordagem a respeito de seu layout e funcionamento. Vamos lá?! 6.1 Placas PCB e PCBA PCB provêm da sigla em inglês Printed Circuit Board (ou PCI, em português, Placa de Circuito Impresso). É uma placa fina feita de fibra de vidro, resina epóxi composta ou outros materiais laminados. Caminhos condutores são registrados (impressos) na placa, conectando diferentes componentes na placa de circuito impresso, como resistores, transistores, capacitores, diodos, circuitos integrados, entre outros componentes. Esses componentes são muito usados em computadores desktop e notebooks, tablets, televisores, consoles, controles, entre outras infinidades de aplicações. Eles são a base para muitos componentes internos do computador, como placas de vídeo, placas controladoras, placas de interface de rede e placas de expansão. Todos esses componentes são conectados à placa-mãe, que também é uma placa de circuito impresso. 102 A formação dessas placas vem de alguns materiais responsáveis pelo seu funcionamento. Veja os três principais itens: - Placa virgem: constituída e revestida por material isolante, podendo ter em sua construção fibra de vidro, fibra de poliéster, fenolite ou polímeros que possuem propriedades isolantes; - Fios de metal: responsável pela condução de energia no circuito, fazendo o caminho da corrente no circuito; - Folha de cobre: implantada na superfície da placa de circuito, encarrega-se das ligações entre componentes do circuito. Veja naimagem a seguir um exemplo de placa PCB: Figura 6.1 - Placas PCB Fonte: Shutterstock. Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/multiplied-printed-circuit- boards-pcb-isolated-1522150469> Enquanto isso, PCBA provêm de Placa de Circuito Impresso Assembleia. Essa placa é obtida após toda soldagem e impressão na placa PCB, em conjunto com toda a 103 montagem de uma variedade de componentes, seja resistores, circuitos integrados, capacitores e quaisquer outros componentes. PCBA é, geralmente, aquecida em um forno de refluxo para estabelecer uma conexão mecânica entre o PCB e o componente. Veja um exemplo de uma placa de rede PCBA que pode ser usada em notebooks e computadores: Figura 6.2 - Placa de rede PCBA Fonte: Michigan. Link <https://www.michigan.com.br/redes/switches-e-roteadores/placa- pcba-engenius-esr-1221-sem-pigtail> 6.2 Placa Protoboard Placa de protótipo, matriz de contato, ou propriamente placa protoboard, consiste em uma placa com orifícios e placas de conexão. Usada para prototipar circuitos elétricos e eletrônicos para teste e experimentação. A vantagem oferecida é que, como não há necessidade de solda, os componentes podem ser usados sem concessões, não só podem ser reaproveitados quando necessário, mas também o circuito montado pode ser rapidamente modificado simplesmente removendo o circuito nele montado antes. 104 A placa Protoboard é formada por duas faixas: a Faixa de Terminais e a Faixa de Barramentos. A Faixa de Terminais é composta de dois conjuntos de faixas verticais de cinco pontos, separados por uma faixa vazada centralizada, que existe na placa do protótipo. Cada coluna é composta por cinco pontos, que são conectados internamente por um condutor metálico que pode ser acessado através de orifícios na estrutura plástica da placa protótipo, de forma que quaisquer terminais ou condutores componentes presentes na tira serão conectados entre si. Já a Faixa de Barramento é composta por uma coleção de duas faixas apresentadas nas extremidades laterais da matriz de contato e geralmente são usadas para distribuir o sinal de potência do circuito montado nela, normalmente com uma faixa azul que simboliza aterramento ou sinal de energia negativa para o circuito, e uma faixa vermelha usada como sinal de tensão da fonte de alimentação positiva para o circuito. Veja a imagem representando tal esquema: Figura 6.3 - Placa Protoboard Fonte: Shutterstock (Adaptado). Link <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/protoboard- electronic-devices-prototyping-273509480> 105 Assim também, o uso de protoboard traz consigo algumas limitações, como a existência de capacitância indesejada, resistência elétrica e circuitos integrados que não podem acomodar componentes de superfície sem o uso de um adaptador, bem como mau contato devido a encaixes não muito precisos. Vejamos um exemplo na montagem de um circuito simples na protoboard. Realizaremos o acendimento de uma LED, com um resistor e um botão. Acompanhe o circuito a seguir: Figura 6.4 - Circuito de acionamento de um LED Fonte: Autor, 2021. Agora com os elementos em mão e o circuito apresentado, usaremos a placa protoboard onde colocaremos os dispositivos de forma que não serão necessários circuitos impressos ou mesmo soldas. Dessa maneira, apenas encaixando os elementos da maneira correta, será possível plotar o circuito, acionando para fazê-lo funcionar. Veja na imagem a seguir como ficaria a disposição dos elementos na placa: 106 Figura 6.5 - Circuito na Placa Protoboard Fonte: Robocore. Link <https://www.robocore.net/tutoriais/como-utilizar-uma-protoboard> 6.3. Software para impressão de circuitos Agora que já sabemos o que são as placas de circuito impresso, precisamos saber como passar o projeto para a placa em questão. A partir de softwares, conseguiremos processar a conectividade dos elementos para gerar o processo do projeto a ser manufaturado. Para isso, contamos com uma lista de softwares responsáveis por essa criação, para que depois uma Prototipadora realize a impressão dos caminhos de conexão. Segue uma lista de alguns principais softwares capazes de realizar a criação de PCBs: • AutoDesk Eagle • CometCAD • EasyEDA - Programa Online • DesignSpark PCB • PCB Artist • DipTrace 107 • Fritzing • gEDA (Linux) • Osmond PCB (Macintosh) • ZenitPCB • KiCad EDA • BSch3V • ExpressPCB • PCB123 • PCB Layout Tool • FreePCB Dentre tais softwares, podemos destacar o Fritizing. Tal software possibilita a criação simples e rápida de layouts de circuitos eletrônicos. Esses layouts permitem que pesquisadores, designers, artistas e amadores registrem esquemas e criem o circuito desejado. Cabe muito bem ao uso de circuito impresso, além de ser muito usado também em programação de Arduinos. Segundo o próprio site fritizing.org, o software se autodenomina da seguinte forma: Fritzing é uma iniciativa de hardware de código aberto que torna a eletrônica acessível como um material criativo para qualquer pessoa. Oferecemos uma ferramenta de software, um site de comunidade e serviços no espírito de Processing e Arduino, promovendo um ecossistema criativo que permite aos usuários documentar seus protótipos, compartilhá-los com outras pessoas, ensinar eletrônica em uma sala de aula e fazer o layout e fabricar PCBs profissionais (FRITIZING, 2021). O Fritizing apresenta, virtualmente, a montagem física em protoboard, assim também o circuito elétrico do projeto na placa. Conta graficamente com vários elementos que 108 usamos na criação de circuitos eletrônicos, se tornando acessível com seu layout simples e seu designer intuitivo. Vejamos o layout de uma placa PCB criada e projetada pelo Fritizing, mostrando todos os elementos dispostos no projeto: Figura 6.6 - Projeto de placa PCB (Fritizing) Fonte: Fritizing. Link <https://forum.fritzing.org/t/messed-up-pcb-after-reloading/402> Reparem, no circuito acima, os elementos na placa e suas respectivas conexões, onde as linhas laranja representam as partes de cobre da placa que irão percorrer o caminho da energia e os pontos verdes representando as ligações dos componentes que integram o circuito, formando, assim, um projeto pronto para execução e impressão na Prototipadora. Lembre que esse software não conta com a função de simulação; para isso, é necessária bastante atenção na hora de projetar, evitando, assim, a queima de elementos, ou mesmo, a perda da placa. Veja o exemplo de um circuito com temporizador 555 para acionamento de um LED. A partir de programa Fritizing, é possível desenhar o circuito numa protoboard para que 109 assim passe para uma futura placa PCB. O programa é bem didático em seu layout e de fácil montagem. Acompanhe na imagem a seguir seu layout, assim como o circuito montado a partir de resistores, capacitores e propriamente o CI 555: Figura 6.7 - Layout e circuito no Fritizing Fonte: Autor, 2021. Veja mais de perto o circuito projetado inicialmente na placa protoboard: 110 Figura 6.8 - Layout e circuito no Fritizing Fonte: Autor, 2021. Após a execução da montagem do circuito, a partir das opções que o software nos fornece, podemos visualizar seu projeto propriamente na placa PCB e, posteriormente, fazer o roteamento das conexões, para, enfim, exportar o projeto da placa PCB no objetivo de importá-la na impressora ou Prototipadora que realizará a impressão do circuito. Veja na imagem a seguir as opções que ele oferece na visão da placa PCB como o autorroteamento das conexões e exportação da placa para impressão: 111 Figura 6.9 - Layout de exportação da placaPCB no Fritizing Fonte: Autor, 2021. Conclusão Caro estudante, este último bloco da disciplina Eletrônica Aplicada apresentou as placas de circuito impresso, conhecidas como PCBs. Você pôde ver as placas formadas pelo conjunto de soldas e toda a montagem de componentes da PCB, conhecida como placa PCBA. Além disso, aprendeu, também, sobre a placa protoboard e sua forma de funcionamento a partir de suas faixas tanto de barramento quanto terminais, que têm seu uso voltado para prototipação e montagens provisórias. Por fim, foi apresentada uma relação dos softwares responsáveis pela impressão de circuitos eletrônicos e os principais softwares encontrados hoje na internet. E foi abordado, mais especificamente, o software Fritizing, responsável por apresentar virtualmente a montagem física tanto em placas protoboard como sua montagem em placas de circuito impresso. Com isso, chegamos ao final da disciplina Eletrônica Aplicada, confira as Referências e continue se aprimorando. Bons estudos! Referências 1. SHUTTERSTOCK. Placas PCB. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/multiplied-printed-circuit-boards- pcb-isolated-1522150469. Acesso em: 27 mar. 2021. https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/multiplied-printed-circuit-boards-pcb-isolated-1522150469 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/multiplied-printed-circuit-boards-pcb-isolated-1522150469 112 2. MICHIGAN. Placa de rede PCBA. Disponível em: https://www.michigan.com.br/redes/switches-e-roteadores/placa-pcba-engenius- esr-1221-sem-pigtail. Acesso em: 27 mar. 2021. 3. SHUTTERSTOCK. Placa Protoboard. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/protoboard-electronic-devices- prototyping-273509480. Acesso em: 27 mar. 2021. 4. FRITIZING. Projeto de placa PCB. Disponível em: https://forum.fritzing.org/t/messed-up-pcb-after-reloading/402. Acesso em: 27 mar. 2021. 5. ROBOCORE. Como utilizar uma protoboard. Disponível em: https://www.robocore.net/tutoriais/como-utilizar-uma-protoboard . Acesso em: 7 maio 2021. Referências Complementares 33. CRUZ, E. C. A.; CHOUERI, S. Eletrônica Aplicada. 2. ed. São Paulo: Érica, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 34. SCHULER, C. Eletrônica II. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (e-book Minha Biblioteca). 35. DACHI, E. P. Eletrônica digital. 1. ed. São Paulo: Blucher, 2018. (e-book Pearson). 36. SZAJNBERG, M. Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: GEN/LTC, 2014. (e-book Minha Biblioteca). 37. FILHO, E. S. D. da S. et al. Eletrônica. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (e-book Minha Biblioteca). https://www.michigan.com.br/redes/switches-e-roteadores/placa-pcba-engenius-esr-1221-sem-pigtail https://www.michigan.com.br/redes/switches-e-roteadores/placa-pcba-engenius-esr-1221-sem-pigtail https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/protoboard-electronic-devices-prototyping-273509480 https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/protoboard-electronic-devices-prototyping-273509480 https://forum.fritzing.org/t/messed-up-pcb-after-reloading/402 https://www.robocore.net/tutoriais/como-utilizar-uma-protoboard