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SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Brasília TSE 2019 7 Eixo Tem ático VI: Crim es Eleitorais e Processo Penal Eleitoral 7 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Brasília TSE 2019 7 3 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS© 2019 Tribunal Superior Eleitoral É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização expressa dos autores. Secretaria de Gestão da Informação SAFS, Quadra 7, Lotes 1/2, 1º andar Brasília/DF – 70070-600 Telefone: (61) 3030-9225 Secretário-Geral da Presidência Estêvão Waterloo Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal Anderson Vidal Corrêa Secretária de Gestão da Informação Zélia Oliveira de Miranda Coordenadora de Editoração e Publicações Renata Motta Paes Responsáveis pelo conteúdo Grupo de Trabalho para a Sistematização das Normas Eleitorais (GT-SNE) – Eixo VI: Luiz Carlos dos Santos Gonçalves (coordenador), Fernando Gaspar Neisser e Pedro Barbosa Pereira Neto Produção editorial e diagramação Seção de Editoração e Programação Visual (Seprov/Cedip/SGI) Capa e projeto gráfico Leandro Morais e Rauf Soares Revisão e normalização Marina Ribeiro (estagiária), Paula Lins e Patrícia Jacob Impressão e acabamento Seção de Serviços Gráficos (Segraf/Cedip/SGI) As ideias e opiniões expostas neste volume são de responsabilidade exclusiva dos autores e podem não refletir a opinião do Tribunal Superior Eleitoral. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Tribunal Superior Eleitoral – Biblioteca Professor Alysson Darowish Mitraud Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. Sistematização das normas eleitorais [recurso eletrônico] : eixo temático VI : crimes eleitorais e processo penal eleitoral / Tribunal Superior Eleitoral. – Brasília : Tribunal Superior Eleitoral, 2019. 100 p. ; 27 cm. – (Coleção SNE ; 7) Responsáveis pelo conteúdo: Grupo de Trabalho para a Sistematização das Normas Eleitorais (GT- SNE) – EIXO VI: Luiz Carlos dos Santos Gonçalves (coordenador), Fernando Gaspar Neisser e Pedro Barbosa Pereira Neto. Modo de acesso: tse.jus.br/o-tse/catalogo-de-publicacoes/lista-do-catalogo-de-publicacoes Disponível, também, em formato impresso. ISBN 978-85-54398-13-2 (coleção). – ISBN 978-85-54398-28-6 (v. 6) 1. Legislação eleitoral – Análise – Relatório – Brasil. 2. Crime eleitoral – Legislação – Brasil. 3. Proces- so penal eleitoral – Legislação – Brasil. I. Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. Grupo de Trabalho para a Sistematização das Normas Eleitorais. II. Título. III. Série. CDD 342.810 7 CDU 342.8(81) Bibliotecária: Sabrina Ruas Lopes – CRB-1/1865 4 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL Presidente Ministra Rosa Weber Vice-Presidente Ministro Luís Roberto Barroso Ministros Ministro Edson Fachin Ministro Jorge Mussi Ministro Og Fernandes Ministro Luis Felipe Salomão Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto Ministro Sérgio Banhos Procurador-Geral Eleitoral Augusto Aras 5 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Coordenador-Geral do GT-SNE Ministro Luiz Edson Fachin Conselho Consultivo do GT-SNE Ministro Og Fernandes Coordenação Executiva do GT-SNE Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto Juiz Auxiliar Nicolau Konkel Junior Polianna Pereira dos Santos Elaine Carneiro Batista Gabriel Menezes Figueiredo Eron Júnior Vieira Pessoa Diego Messina Felisbino Frederico Alvim Diogo Cruvinel Coordenadores dos Eixos Temáticos João Andrade Neto (Eixo I) Carlos Bastide Horbach (Eixo II) Alexandre Basílio Coura (Eixo III) Denise Goulart Schlickmann (Eixo IV) Roberta Maia Gresta (Eixo V) Luiz Carlos dos Santos Gonçalves (Eixo VI) Lara Marina Ferreira (Eixo VII) Jaime Barreiros Neto (Eixo VIII) Secretaria-Geral do GT-SNE Flávio Pansieri 6 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS SUMÁRIO Prefácio ................................................................................................................................................................ 7 Apresentação....................................................................................................................................................11 Introdução ........................................................................................................................................................14 1. Exame dos crimes eleitorais ....................................................................................................................16 2. Processo penal eleitoral ............................................................................................................................62 3. Contribuições sem indicativo de norma ..............................................................................................97 4. Referências ...................................................................................................................................................99 7 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Prefácio 8 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Prefácio Preambularmente, cabe registrar que o relatório final do Eixo Temático VI escrutinou 16 diplomas normativos e mais de 120 dispositivos legais atinentes às esferas penal e processual penal. Em várias ocasiões, foi sugerida a não recepção de tipos penais materialmente incompatíveis com a Constituição Federal de 1988, dentre os quais cabe exemplificativamente citar os arts. 290, 292, 293, 296, 297, 300, 303, 304, 310, 319, 321, 335, 338, 342, 343, 345, todos do Código Eleitoral (CE)/1965, para demonstrar como a legislação anterior precisa ser esquadrinhada e passada pela filtragem constitucional. Perceberá o leitor quão minudente e profundo é o relatório, pois trouxe à baila sugestões de revogação de dispositivos, tais como os arts. 295, 320 e 358 do CE/1965, e de declaração de incompatibilidade, como o art. 58, § 7º, da Lei nº 9.504/1997 (diante do estatuto constitucional da magistratura) e o art. 100-A da Lei nº 9.504/1997 (em face do Direito Penal do Estado democrático de direito). Interessantíssimo perceber como o relatório final foi detalhista, pois ora propugnou pela antinomia de dispositivos legais, como o art. 357, § 1º, do CE/1965 diante do art. 62, IV, da Lei Complementar nº 75/1993; ora requestou o reconhecimento de antinomia parcial, como o caso do art. 339 do CE/1965 em relação ao art. 72 da Lei nº 9.504/1997 (apenas no trecho relativo à destruição de urna); e chegou até mesmo a suscitar declaração de antinomia de apenas um inciso, no caso o inciso III do § 5º do art. 39 da Lei nº 9.504/1997. Tudo isso a demonstrar, de modo insofismável, a diligência na busca de sistematização, no nível mais granular. Casos há em que as normas continuam em vigor, mas encontram-se de há muito sem aplicabilidade, identificando o relatório que já perderam o objeto (como os arts. 311 e 330 do CE/1965) ou estão em processo de perda de objeto (como os arts. 307, 308, 313 e 315 do mesmo diploma legal). Essa análise é sobremaneira instrutiva, pois auxilia o operador do Direito a identificar normas sumamente atingidas pelo fator temporal, ainda que continuem intactas no texto normativo. Vale aqui frisar o que o próprio coordenador desse Eixo Temático ressaltou na introdução ao relatório final: “Ainda que o caráter de menor potencial ofensivo dificulte o acesso à instância superior, o passar dos anos demonstra que se trata de dispositivos de escassa judicialização, se existente”. O nobre leitor irá notar que o relatório enfrentou destemidamente vários casos polêmicos, como o cabimento ou não do recurso de embargos infringentes ou de nulidade, bem como do recurso em sentido estrito, no âmbito eleitoral. Na incansável luta por garantir segurança jurídica, aquilatou o relatório, igualmente, temas como o do art. 286 do CE/1965,em que se sugeriu que a resolução sobre crimes e processo penal eleitoral trouxesse detalhamento sobre fixação, cobrança e execução da multa penal eleitoral. Louvável o relatório final também quando, na busca de conclusões orgânicas, harmônicas e integradoras, perscrutou casos e dispositivos legais, levantou dúvidas quanto a 9 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral eles, os colocou à prova e a teste, mas, ao fim e ao cabo, entendeu não existir antinomia (como o art. 344 do CE/1965) ou prescindir de sugestão no âmbito do projeto de Sistematização de Normas Eleitorais (por exemplo, os arts. 331, 332, 340, 346 e 360 do mesmo diploma legal). O relatório, ainda, sugere a inserção de algumas normas na Resolução-TSE nº 23.396/2013: a) a possibilidade de que a polícia judiciária instaure, de ofício, inquérito eleitoral; b) a não recorribilidade das decisões interlocutórias, mas o cabimento de mandado de segurança no caso de eventuais gravames irreparáveis; c) a aplicação do art. 319 do Código de Processo Penal no processo-crime eleitoral e o cabimento de habeas corpus no caso de gravame. Com isso tudo, a resolução específica de crimes e de processo penal eleitoral restaria ainda mais completa e atualizada, além de melhor assegurar os valorosos direitos fundamentais e seus remédios constitucionais. Levando-se em consideração que muitas matérias podem ser detalhadas na forma de resoluções do TSE, o relatório sugeriu que: a) a resolução sobre crimes e processo penal eleitoral poderia indicar o cabimento de embargos à execução da pena de multa, à luz do art. 914 do Código de Processo Civil; b) a resolução poderia regulamentar as audiências de custódia no âmbito eleitoral. Em suma, o substancioso relatório final configura-se como indispensável para o debate aprofundado dos temas levantados. Os dispositivos e diplomas normativos da esfera penal e processual penal, dessa feita, estarão cada vez mais afinados com os ditames constitucionais e com a sistematicidade do Direito, escopo precípuo do projeto em questão. Gabriel Menezes Figueiredo Seção de Pesquisa de Jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral 10 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral RELATÓRIO FINAL Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral (Grupo de Trabalho criado pela Portaria-TSE nº 115 de 13 de fevereiro de 2019) 11 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Apresentação Excelentíssimo Senhor Ministro Edson Fachin, Cumprimentando Vossa Excelência, apresentamos o relatório final do Grupo de Trabalho VI (GTVI), relativo às normas penais e processuais penais eleitorais, no bojo do projeto de Sistematização das Normas Eleitorais (SNE), objeto da Portaria nº 115 de 13 de fevereiro de 2019, firmada pela Excelentíssima Senhora Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ministra Rosa Weber. O Ofício nº 2/2016 – GMTVC/TSE, de 27 de março de 2019, encaminhado pelo Excelentíssimo Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, convidou o primeiro signatário a coordenar o GTVI. Aceito o honroso convite, o primeiro signatário convidou, para integrarem o GT, os colegas Pedro Barbosa Pereira Neto, Procurador Regional Eleitoral-Substituto de São Paulo, e Fernando Gaspar Neisser, advogado, Presidente da Comissão de Direito Eleitoral do Instituto dos Advogados de São Paulo. Depois de estudos preliminares, consulta à literatura e à jurisprudência pertinente, as primeiras impressões do GTVI foram, somadas às dos demais grupos, publicadas e submetidas a exame, crítica e aperfeiçoamentos da sociedade civil e da comunidade científica em audiências públicas realizadas em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. As atividades do GT contaram com o essencial apoio e liderança do Coordenador Executivo, Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, e do Ministro Geraldo Og Nicéas Marques Fernandes, do Conselho Consultivo. O Diretor da Escola Judiciária Eleitoral, Dr. Flávio Pansieri, bem como o Assessor-Chefe da EJE, Dr. Rene Sampar, proporcionaram suporte e incentivo para o bom êxito dos trabalhos. Igualmente imprescindível foi a colaboração dos membros da Coordenadoria Executiva, Dr. Nicolau Konkel (TSE), Polianna Santos (TSE), Frederico Alvim (TRE/SP), Diogo Cruvinel (TRE/MG), Elaine Batista (Assessoria Consultiva/TSE), Gabriel Menezes (Sepjur/TSE) e Diego Felisbino (Seleg/TSE). A estes agradecimentos soma-se o devido ao Excelentíssimo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, pelo apoio e espaço cedido para a realização da audiência pública em São Paulo, bem como ao Excelentíssimo Presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), Dr. Renato da Silveira, advogado e professor, que propiciou reunião da Advocacia e de representantes do Ministério Público para refletir sobre a proposta de sistematização dos crimes e do processo penal eleitoral. Por igual, fica o agradecimento ao Excelentíssimo Vice-Procurador-Geral Eleitoral, Dr. Humberto Jacques de Medeiros, pelo apoio pessoal e institucional ao projeto e ao GTVI. 12 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Valiosas participações e contribuições foram dadas pela Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) e pelo Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade). Advogados, funcionários da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral, professores e estudiosos do tema somaram com sugestões, críticas e aportes, sendo o caso de mencionar o Excelentíssimo Ministro Humberto Martins (STJ); Hélio Freitas de Carvalho da Silveira (advogado e Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP); Larissa Tardin Cardoso (TRE/ES); Letícia Garcia de Farias (TRE/RS); Daniela de Cássia Wochnicki (TRE/RS); Matheus França de Souza (Universidade Católica de Petrópolis); Bruno Ferreira de Oliveira (advogado); Rudi Badi Loewenkron (Poder Judiciário); Caio Silva Guimarães (TRE/CE); Rafael Morgental (TRE/RS); André Ramos Tavares (Universidade de São Paulo); ex-Ministro do TSE e advogado Henrique Neves da Silva (Ibrade); Diego Fernandes Gradim (advogado); Antonio Carlos da Ponte (Procurador de Justiça de São Paulo); Igor Pereira Pinheiro (Promotor de Justiça do Ceará); Rodrigo López Zilio (Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul e membro auxiliar da Procuradoria-Geral Eleitoral); Silvana Batini (Procuradora Regional da República e professora da Fundação Getulio Vargas); Vera Lúcia Taberti e Ana Laura Bandeira Lins Lunardelli (Promotoras de Justiça e assessoras eleitorais do Ministério Público de São Paulo); Gustavo Badaró e Alamiro Velludo Salvador Netto (professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e advogados); Yasmin Brehmer Handar, Juliana Bertholdi, Marina Pinhão Coelho Araújo e Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro (advogadas); Joel de Souza Batista Daniel Zaclis, Rafael Sonda Vieira, Francisco Octavio De Almeida Prado Filho, Milton de Moraes Terra e Audrey Rodrigues de Oliveira (advogados). Fica o agradecimento aos coordenadores dos demais GTs de Sistematização das Normas Eleitorais, ao Instituto de Referência em Internet e Sociedade (Iris), à Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte. No âmbito da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, destacaram-se, por seu trabalho, Robson Soares Valença, Fábia Lima de Brito Damia, Guilherme Guimarães Coam, Shaieny Ernandes Biancolin, Italo Aoki e, em especial, a assessora Lais Passos Lauand, sem os quais este relatório não teria sido feito, muito menos de forma tempestiva. A pesquisa tem como objetivo identificar conflitos na norma eleitoral vigente, no campo dos crimes e do processo penal, revelando antinomias e propondo as soluçõesque, sem carecer de reforma legislativa, possam ser adotadas, na superior avaliação da Corte Eleitoral, no âmbito de suas competências. As proposições afinal feitas são de responsabilidade do coordenador do GT, não traduzindo, necessariamente, a opinião dos demais membros. Ao TSE, o agradecimento dos signatários pela confiança em nosso trabalho. São Paulo, 2 de setembro de 2019. 13 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Luiz Carlos dos Santos Gonçalves Procurador Regional Eleitoral de São Paulo Coordenador do Eixo Temático VI Pedro Barbosa Pereira Neto Procurador Regional Eleitoral de São Paulo – Substituto Membro colaborador do Eixo Temático VI Fernando Gaspar Neisser Advogado Presidente da Comissão de Direito Eleitoral do Iasp Membro colaborador do Eixo Temático VI 14 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Introdução Tipos penais eleitorais são previstos, de maneira abundante, no Código Eleitoral (CE), Lei nº 4.737/1965. O Código procurou, para cada momento relevante do processo eleitoral, prever um rol de tipos penais sem, muitas vezes, descrever, de modo suficiente, a conduta proibida. Há comportamentos carentes de dignidade penal, protegendo bens jurídicos que poderiam, superiormente, ser tutelados por normas extrapenais. Uma das antinomias de direto interesse do Grupo de Trabalho (GT) é justamente o rol desses crimes sob a ótica da Constituição Federal de 1988, que, além de garantias como a legalidade estrita em matéria penal, traz principiologia afinada com a aplicação subsidiária das normas penais. Sede alargada de antinomias dá-se com a aplicação subsidiária do Código Penal (CP), determinada pelo art. 287 do Estatuto Eleitoral: “Aplicam-se aos fatos incriminados nesta Lei as regras gerais do Código Penal”. Conquanto necessária, vez que a codificação eleitoral nada fala de temas como causalidade, concurso de agentes, dolo e culpa, extinção da punibilidade, entre outros, a aplicação subsidiária enseja dúvidas sobre a prevalência das normas do CP que, ao menos em sua parte geral, é mais moderno que o diploma de 1965. Os tipos penais eleitorais saíram de relativo oblívio – em alguns casos, até de dessuetudo – por disposições das demais leis eleitorais. Assim, a Lei nº 9.840/1999, ao prever o ilícito cível da captação ilícita de sufrágio, iluminou a necessidade de aplicação do tipo do art. 299 do CE. Por igual, a Lei Complementar nº 135/2010, chamada de Lei da Ficha Limpa, ao prever inelegibilidade para condenados por extenso rol de tipos penais, incluiu os crimes eleitorais sancionados com pena privativa de liberdade, a partir de condenações colegiadas. Mais recentemente, por força de processos-crime por crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro, com larga repercussão social, condutas como a dos falsos eleitorais, que incluiriam o caixa dois eleitoral, passaram a ganhar visibilidade e destaque. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) – Inquérito nº 4.435 – que reconheceu a aplicabilidade do art. 350 do CE e vis attractiva dos crimes eleitorais, por igual, trouxe-os ao primeiro plano da atenção pública. Sem embargo, dados estatísticos da atividade da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (www.presp.mpf.mp.br) relativos aos três anos anteriores ao deste relatório indicam a média de que menos de 5% da movimentação processual que ali teve lugar se referiu a processos-crime, em qualquer de seus momentos (inquéritos, recursos, ações originárias, habeas corpus, revisões criminais, etc.). Pesquisa realizada com o setor próprio do TSE mostrou que muitos dos tipos penais eleitorais jamais mereceram acórdãos desta Corte. Ainda que o caráter de menor potencial ofensivo dificulte o acesso à instância superior, o passar dos anos demonstra que se trata de dispositivos de escassa judicialização, se existente. Por igual, a normativa processual penal eleitoral, além de antiga, recebe incipiente regramento eleitoral, que remete à aplicação da lei processual comum quando não houver 15 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral dispositivo em sentido contrário. É de controvérsia perene saber quais dispositivos processuais comuns são aplicáveis – até porque o Código de Processo Penal (CPP) recebeu atualizações de índole mais favorável à ampla defesa. O debate sobre a primazia da norma processual comum ou especializada é duradoura e informa boa parte das antinomias ora relatadas. As tabelas que seguem encontram-se organizadas do seguinte modo: o artigo de lei, a controvérsia suscitada, as opiniões doutrinárias e a solução analítica proposta. Esta última pode ser plural, colhendo opiniões distintas no próprio seio deste GT e nos debates e discussões historiados. Nos casos em que não se faz destaque das visões distintas, estas não foram detectadas. É convergência a oferecer luz forte, conquanto indicativa, sobre a realidade sistêmica da norma penal ou processual referida. Foram examinados os seguintes diplomas normativos: • Constituição da República Federativa do Brasil (CF); • Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral – CE); • Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições – LE); • Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal – CP); • Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal – CPP); • Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil – CPC); • Lei nº 6.091, de 15 de agosto de 1974; • Lei nº 6.996, de 7 de junho de 1982; • Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989; • Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013; • Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993; • Resolução-TSE nº 20.105, de 4 de março de 1998; • Resolução-CNJ nº 213, de 15 de dezembro de 2015; • Resolução-TSE nº 23.396, de 17 de dezembro de 2013; • Resolução-TSE nº 23.424, de 27 de maio de 2014; • Enunciado nº 29 das Câmaras de Coordenação do Ministério Público Federal, aprovado na sessão 468, de 9 de junho de 2009. 16 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Re la tó ri o Fi na l G RU PO V I Cr im es E le it or ai s e Pr oc es so P en al E le it or al 1. Ex am e do s cr im es e le it or ai s Co ns ti tu iç ão F ed er al d e 19 88 (C F/ 19 98 ); Có di go E le it or al (C E) ; L ei d as E le iç õe s (L E) ; L ei n º 6 .0 91 /1 97 4; L ei n º 6 .9 96 /1 98 2 Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im in ar Su ge st ão d e en ca m in ha m en to Có di go E le ito ra l Ar t. 28 9. In sc re ve r-s e fra ud ul en ta m en te e le ito r: Pe na - re clu sã o at é cin co a no s e pa ga m en to d e cin co a 1 5 di as -m ul ta . A co m pa tib ilid ad e en tre o s di ve rs os tip os le ga is qu e tra ta m d o al ist am en to el ei to ra l f ra ud ul en to . O co nju nt o de tip os p en ais re lat ivo a o ali sta m en to el ei to ra l é d es ar m on io so . E le v al e- se , de sn ec es sa ria m en te , d a té cn ica d a de sc riç ão au tô no m a de c on du ta s de a ut or ia (a rt. 2 89 ) e pa rti cip aç ão (a rt. 2 90 ), ao m es m o te m po e m qu e co m in a, p ar a es ta ú ltim a, p en a de st oa nt e da g ra vid ad e re la tiv a da fr au de n a in sc riç ão el ei to ra l. A ju ris pr ud ên cia d o TS E te m s id o co rre tiv a de st a de sa rm on ia , s ej a co ns id er an do qu e ta m bé m a tr an sf er ên cia fr au du le nt a do d om icí lio , p or s er n ov a in sc riç ão , e st á co nt em pl ad a noti po d o ar t. 28 9 (A gR -A I nº 1 39 2) , s ej a en te nd en do q ue , s e a in sc riç ão fo r e fe tiv ad a, o p ar tíc ip e re sp on de rá p or e ss e cr im e, e n ão p el o do a rt. 2 90 (R Es pe n º 1 98 ). Co m re la çã o ao a rt. 2 89 , n ad a a su ge rir . V er , a ba ixo , p ro po siç ão so br e o cr im e do a rt. 2 90 . Có di go E le ito ra l Ar t. 29 0. In du zir a lg ué m a s e in sc re ve r el ei to r c om in fra çã o de q ua lq ue r di sp os itiv o de st e Có di go . Pe na - re clu sã o at é 2 an os e pa ga m en to d e 15 a 3 0 di as -m ul ta . Pe na m ui to b ra nd a em re la çã o ao tip o an te rio r, cr ia nd o de sp ro po rç ão en tre a in st ig aç ão d a co nd ut a e su a ef et iva çã o. A d es cr içã o, p or d em ai s ge né ric a, d a co nd ut a de liti va . Do ut rin a Pa ra J os é Ja iro G om es , h á ne ce ss id ad e de in te rp re ta r e xt en siv am en te a n or m a le ga l, no se nt id o de q ue q ua lq ue r i nf rin gê nc ia d e pr ec ei to el ei to ra l, in de pe nd en te m en te d e es ta r o u nã o loc ali za do n o Có dig o, le va à o co rrê nc ia do d eli to e m qu es tã o (G O M ES , J os é Ja iro . C rim es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l. 2 . e d. A tla s, 20 16 . p . 5 1) . An tin om ia e m g ra u m áx im o é a qu e se d á en tre d isp os itiv o le ga l e n or m a co ns tit uc io na l. A re da çã o do ti po d o ar t. 29 0, a o m en cio na r “ in fra çã o de qu al qu er d isp os itiv o de st e Có di go ” of er ec e de sc riç ão in co m pa tív el c om o gr au d e de lim ita çã o ex ig id o pe la es tri ta le ga lid ad e pe na l. Su ge re -s e 17 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Co ns tit ui çã o Fe de ra l Ar t. 5º [… ] XX XI X - n ão h á cr im e se m le i a nt er io r qu e o de fin a, n em p en a se m p ré via co m in aç ão le ga l; Pa ra L ui z Ca rlo s do s Sa nt os G on ça lve s, a ex te ns ão d o el em en to n or m at ivo d o tip o, “i nf ra çã o de q ua lq ue r d isp os itiv o de st e Có di go ”, é in di ca tiv a de s ua n ão re ce pç ão c on st itu cio na l, à lu z da n ec es sid ad e de d es cr içã o le ga l d a co nd ut a cr im in os a, a rt. 5 , X XI X (G O NÇ AL VE S, Lu iz Ca rlo s do s Sa nt os . C rim es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l, 2. e d. A tla s, 2 01 5) . qu e, p or re so lu çã o ou e m re sp os ta a ev en tu al c on su lta , a C or te co ns id er e nã o re ce bi do o ti po d o ar t. 29 0 pe la C on st itu içã o Fe de ra l de 1 98 8 (C F/ 19 88 ). Có di go E le ito ra l Ar t. 29 1. E fe tu ar o ju iz, fra ud ul en ta m en te , a in sc riç ão de a lis ta nd o. Pe na - re clu sã o at é 5 an os e pa ga m en to d e 5 a 15 d ia s- m ul ta . A de sc on fia nç a em re la çã o à at ivi da de do ju iz fa z m er ec er ti po c rim in al au tô no m o? As ra zõ es p el as q ua is o ju iz el ei to ra l p ra tic ar ia es se ti po d e fra ud e ta lve z es tiv es se m c la ra s em 1 96 5, s en do , a tu al m en te , o bs cu ra s, q ui çá in ex ist en te s. N ão h á, e nt re ta nt o, e le m en to s pa ra in di ca çã o de re vo ga çã o co ns tit uc io na l. Na da a s ug er ir no a m bi en te de s ist em at iza çã o de n or m as an tin ôm ica s. Có di go E le ito ra l Ar t. 2 92 . N eg ar o u re ta rd ar a a ut or ida de jud ici ár ia, se m fu nd am en to le ga l, a ins cr içã o re qu er ida : Pe na - pa ga m en to d e 30 a 6 0 dia s- m ult a. Co ns tit ui çã o Fe de ra l Ar t. 93 . [ … ] IX - to do s os ju lg am en to s do s ór gã os do P od er J ud ici ár io s er ão p úb lic os , e fu nd am en ta da s to da s as d ec isõ es , so b pe na d e nu lid ad e, p od en do a le i lim ita r a p re se nç a, e m d et er m in ad os at os , à s pr óp ria s pa rte s e a se us ad vo ga do s, o u so m en te a e st es , e m ca so s no s qu ai s a pr es er va çã o do di re ito à in tim id ad e do in te re ss ad o no s ig ilo n ão p re ju di qu e o in te re ss e pú bl ico à in fo rm aç ão ; A ex te ns ão d o el em en to n or m at ivo “s em fu nd am en to le ga l” e a co m pa tib ilid ad e de ss e di sp os itiv o co m o pe rfi l c on st itu cio na l d a m ag ist ra tu ra . Do ut rin a Tr at a- se d e tip o pe na l q ue p od er ia te r s ua n ão re ce pç ão re co nh ec ida , p or n ão a te nd er à e xig ên cia da d es cr içã o leg al da co nd ut a (G O NÇ AL VE S, L uiz Ca rlo s d os S an to s. In : F UX , L uiz ; P ER EI RA , L uiz Fe rn an do C as ag ra nd e; A G RA , W alb er d e M ou ra ; PE CC IN IN , L uiz E du ar do . D ire ito P en al e P ro ce ss o Pe na l E le ito ra l. F ór um , 2 01 8. p . 5 6) . É d es cr içã o qu e es ba rra n a ne ce ss ida de d e m ot iva çã o de to da s as d ec isõ es ju dic iár ias e n a po ss ibi lid ad e de re cu rs o dia nt e de im ot iva da re cu sa o u re ta rd am en to d a ex pe diç ão d a ins cr içã o ele ito ra l. Di sp os itiv o le ga l q ue n ão te ve p re ce de nt es lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. P es qu isa nº 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria d e G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). An tin om ia e m g ra u m áx im o é a qu e se d á en tre d isp os itiv o le ga l e no rm a co ns tit uc io na l. A re da çã o do ti po d o ar t. 29 2, a o m en cio na r “s em fu nd am en to le ga l”, o fe re ce de sc riç ão in co m pa tív el c om o g ra u de d el im ita çã o ex ig id o pe la e st rit a le ga lid ad e pe na l. Su ge re -s e qu e, po r r es ol uç ão o u em re sp os ta a ev en tu al c on su lta , a C or te c on sid er e nã o re ce bi do o ti po d o ar t. 29 2 pe la CF /1 98 8. 18 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im in ar Su ge st ão d e en ca m in ha m en to Có di go E le ito ra l Ar t. 29 3. P er tu rb ar o u im pe di r d e qu al qu er fo rm a o al ist am en to : Pe na - de te nç ão d e 15 d ia s a se is m es es o u pa ga m en to d e 30 a 6 0 di as -m ul ta . O e m pr eg o de v er bo s in di ca tiv os d e co nd ut as m ui to v ar ia da s, a m plific ad o pe la in ex ist ên cia d e fo rm a pr ev ist a pa ra a c on du ta , p ra tic áv el “d e qu al qu er fo rm a” . Do ut rin a Nã o se a dm ite fi gu ra tí pi ca d ol os a (c om o sã o to do s os c rim es e le ito ra is) c om e ss e gr au d e ab er tu ra n a de sc riç ão d a co nd ut a pr oi bi da (G O NÇ AL VE S, L ui z Ca rlo s do s Sa nt os . C rim es El ei to ra is e P ro ce ss o Pe na l E le ito ra l. 2. e d. A tla s, 20 15 . p . 3 7) . Po sic ion am en to co nt rá rio d e Ig or P er eir a Pi nh eir o, qu e re lat a qu e o dis po sit ivo é co m pa tív el co m a CF /1 98 8 (P IN HE IR O , I go r P er eir a. L eg isl aç ão Cr im in al E le ito ra l: A sp ec to s M at er iai s e Pr oc es su ais . E dit or a Ju sP od ivm , 2 01 8. p . 1 65 -1 66 ). Di sp os itiv o le ga l q ue n ão te ve p re ce de nt es lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. P es qu isa nº 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria d e G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). An tin om ia e m g ra u m áx im o é a qu e se d á en tre d isp os itiv o le ga l e n or m a co ns tit uc io na l. A re da çã o do ti po do a rt. 2 93 , a o m en cio na r r es ul ta do qu e pr at ica do “d e qu al qu er fo rm a” tis ne a tr an qu ilid ad e do a lis ta m en to , of er ec e de sc riç ão in co m pa tív el c om o gr au d e de lim ita çã o ex ig id o pe la es tri ta le ga lid ad e pe na l. Su ge re -s e qu e, p or re so lu çã o ou e m re sp os ta a ev en tu al c on su lta , a C or te co ns id er e nã o re ce bi do o ti po d o ar t. 29 3 pe la C F/ 19 88 . Có di go E le ito ra l Ar t. 29 5. R et er tí tu lo e le ito ra l c on tra a vo nt ad e do e le ito r: Pe na - de te nç ão a té d oi s m es es o u pa ga m en to d e 30 a 6 0 di as -m ul ta . Le i n º 9 .5 04 /1 99 7 Ar t. 91 . N en hu m re qu er im en to d e in sc riç ão e le ito ra l o u de tr an sf er ên cia se rá re ce bi do d en tro d os c en to e cin qu en ta d ia s an te rio re s à da ta d a el ei çã o. Pa rá gr af o ún ico . A re te nç ão d e tít ul o el ei to ra l o u do c om pr ov an te d e al ist am en to e le ito ra l c on st itu i c rim e, Dú vid a so br e su a re vo ga çã o pe lo ar t. 91 , p ar ág ra fo ú ni co , d a Le i nº 9 .5 04 /1 99 7. Do ut rin a Jo sé Ja iro G om es a fir m a a re vo ga çã o de ss e ar tig o pe lo pa rá gr af o ún ico d o ar t. 9 1 da L ei nº 9 .5 04 /1 99 7, já qu e es te re gu lou to da a m at ér ia (G O M ES , J os é Ja iro . C rim es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l. 2. e d. A tla s, 20 16 . p . 5 8) . G on ça lve s v ai no m es m o se nt ido (G O NÇ AL VE S, L uiz C ar los d os S an to s. Cr im es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l. 2 . e d. At las , 2 01 5. p . 3 8 e 26 5) . Ig or P er ei ra P in he iro d iz qu e nã o há fa la r e m re vo ga çã o tá cit a do a rt. 2 95 d o CE p el o cr im e es ta be le cid o no a rt. 9 1, p ar ág ra fo ú ni co , d a Le i nº 9 .5 04 /1 99 7, e m ra zã o da s di fe re nç as d as co nd ut as v ed ad as (P IN HE IR O , I go r P er ei ra . Le gi sl aç ão C rim in al E le ito ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. E di to ra J us Po di vm , 2 01 8. p . 1 74 ). Su ge re -s e o re co nh ec im en to , e m re so lu çã o ou re sp os ta a e ve nt ua l co ns ul ta , q ue o a rt. 9 1 da L ei 9. 50 4/ 19 97 re vo go u o ar t. 29 5 do CE , d ad a a id en tid ad e da s co nd ut as de sc rit as . (C on tin ua çã o) 19 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral pu ní ve l c om d et en çã o, d e um a trê s m es es , c om a a lte rn at iva d e pr es ta çã o de s er viç os à c om un id ad e po r i gu al p er ío do , e m ul ta n o va lo r d e cin co m il a d ez m il U fir s. Ta m bé m R od rig o Ló pe z Zi lio o pi na q ue co ex ist em a s fig ur as d el itiv as p re vis ta s no ar t. 29 5 do C E e do a rt. 9 1, p ar ág ra fo ú ni co , d a Le i n º 9 .5 04 /1 99 7 (Z IL IO , L óp ez R od rig o. C rim es El ei to ra is . E di to ra J us Po di vm , 2 01 4. p . 9 6) . Es tu do s e su ge st õe s M at ér ia re gu lad a em o ut ro d ipl om a no rm at ivo . Ar t. 91 , p ar ág ra fo ú nic o, d a Le i n º 9 .5 04 /1 99 7 (s ug es tã o de : I br ad e – An ex o I – O fíc io G T Po rta ria -T SE n º 1 15 – C E – an áli se d e dis po sit ivo s) . Có di go E le ito ra l Ar t. 29 6. P ro m ov er d es or de m q ue pr ej ud iq ue o s tra ba lh os e le ito ra is. Pe na - de te nç ão a té d oi s m es es e pa ga m en to d e 60 a 9 0 di as -m ul ta . O q ue v em a s er “d es or de m ” e q ua l o m od o de m en su ra r s e el a pr ej ud ico u os tr ab al ho s el ei to ra is? Do ut rin a Su za na e L ui z Ca rlo s do s Sa nt os G on ça lve s en te nd em q ue e ss e tip o de sa te nd e à ex ig ên cia co ns tit uc io na l d a de sc riç ão le ga l d a co nd ut a cr im in os a. A fin al , o q ue v em a s er “d es or de m ”? O q ue a c ar ac te riz a? Q ue m v ai m en su ra r o gr au d e “o rd en aç ão ” a p ar tir d o qu al o tr ab al ho el ei to ra l f ica p re ju di ca do ? ( G O M ES , S uz an a de C am ar go . C rim es E le ito ra is . R ev ist a do s Tr ib un ai s, 3 . e d. S ão P au lo , p . 3 07 .) Em s en tid o di ve rs o, p ar a Ig or P er ei ra P in he iro , a cr im in al iza çã o da d es or de m n ão é e xc lu siv a da s ea ra e le ito ra l e a d es cr içã o nã o é va ga e su bj et iva a o po nt o de im pe di r q ue s e co ns ig a ex tra ir se u co nt eú do (P IN HE IR O , I go r P er ei ra . Le gi sl aç ão C rim in al E le ito ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. E di to ra J us Po di vm , 2 01 8. p . 1 81 ). Ro dr igo L óp ez Z ilio m en cio na q ue o T RE /R S m an te ve co nd en aç ão d e ca nd ida ta a ve re ad or a qu e pr om ov eu d es or de m e p re jud ico u os tr ab alh os n a se çã o ele ito ra l – R ec ur so C rim ina l n º 3 2, re l. D ra . A na Be at riz Is er , j. 1 6. 12 .2 00 9 (Z IL IO , L óp ez R od rig o. Cr im es E lei to ra is. E dit or a Ju sP od ivm , 2 01 4. p . 9 6) . An tin om ia e m g ra u m áx im o é a qu e se d á en tre d isp os itiv o le ga l e n or m a co ns tit uc io na l.A re da çã o do ti po d o ar t. 29 6, a o m en cio na r “ de so rd em ”, co nc ei to in de te rm in ad o e de fo rte vié s id eo ló gi co , s em o m ín im o de ta lh am en to d a co nd ut a pr oi bi da , ad ot a de sc riç ão in co m pa tív el c om o gr au d e de lim ita çã o ex ig id o pe la es tri ta le ga lid ad e pe na l. Su ge re -s e qu e, p or re so lu çã o ou e m re sp os ta a ev en tu al c on su lta , a C or te co ns id er e nã o re ce bi do o ti po d o ar t. 29 6 pe la C F/ 19 88 . 20 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im in ar Su ge st ão d e en ca m in ha m en to Có di go E le ito ra l Ar t. 29 7. Im pe di r o u em ba ra ça r o ex er cí cio d o su frá gi o: Pe na - de te nç ão a té s ei s m es es e pa ga m en to d e 60 a 1 00 d ia s- m ul ta . Em pr eg o de v er bo s típ ico s de sig ni fic aç ão v ar ia da , “ im pe di r” e “e m ba ra ça r”, s em in di ca çã o ad ici on al do s co nt or no s da c on du ta . Do ut rin a G on ça lve s, na su a ob ra d ou tri ná ria C rim es El ei to ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l, a fir m a qu e es se a rti go ta m bé m é in dic at ivo d e inc on sti tu cio na lid ad e po r d es at en de r a o pr ev ist o no ar t. 5º , X XX IX , d a CF /1 98 8, se nd o qu e, d a m es m a m an eir a co m o ab or da do n o ar t. 29 3, o s v er bo s do tip o pe na l s ão a br an ge nt es (G O NÇ AL VE S, L uiz Ca rlo s d os S an to s. Cr im es E le ito ra is e Pr oc es so Pe na l E le ito ra l. 2 . e d. A tla s, 20 15 . p . 4 1) . Po sic io na m en to c on trá rio d e Ig or P er ei ra Pi nh ei ro , q ue re la ta q ue a c rim in al iza çã o do ex er cí cio d o su frá gi o de fo rm a liv re é p re vis ta n o ar t. 23 8 do C E e qu e a co nd ut a nã o é tã o va ga e su bj et iva a p on to d e im pe di r a p ro ib içã o do ti po (P IN HE IR O , I go r P er ei ra . L eg is la çã o C rim in al El ei to ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. Ed ito ra J us Po di vm , 2 01 8. p . 1 91 -1 92 ). An tin om ia e m g ra u m áx im o é a qu e se d á en tre d isp os itiv o le ga l e no rm a co ns tit uc io na l. A re da çã o do ti po d o ar t. 29 7, a o pr ev er re su lta do s le siv os s em d ec lin ar a co nd ut a do lo sa q ue a e le s co nd uz , de sa te nd e à ex ig ên cia d a re se rv a de le i p en al . A su ge st ão é q ue , p or re so lu çã o ou em re sp os ta a e ve nt ua l c on su lta , a Co rte c on sid er e nã o re ce bi do o ti po do a rt. 2 97 p el a CF /1 98 8. Có di go E le ito ra l Ar t. 29 8. P re nd er o u de te r e le ito r, m em br o de m es a re ce pt or a, fi sc al , de le ga do d e pa rti do o u ca nd id at o, co m v io la çã o do d isp os to n o ar t. 23 6: Pe na - re clu sã o at é qu at ro a no s. Có di go E le ito ra l Ar t. 23 6. N en hu m a au to rid ad e po de rá , d es de 5 (c in co ) d ia s an te s e at é 48 (q ua re nt a e oi to ) h or as d ep oi s do e nc er ra m en to d a el ei çã o, p re nd er ou d et er q ua lq ue r e le ito r, sa lvo e m fla gr an te d el ito o u em v irt ud e de se nt en ça c rim in al c on de na tó ria p or A co m pa tib ilid ad e co ns tit uc io na l d a im un id ad e à pr isã o ca ut el ar e m p ro l de c an di da to s, e le ito re s, m es ár io s e fis ca is de p ar tid o é co nt ro ve rs a. A co m pa tib ilid ad e co ns tit uc io na l d o tra ta m en to d ive rs o da do a e le ito re s, m es ár io s e ca nd id at os ta m bé m o é . Po r i gu al , h á dú vid as s ob re s ua ap lic aç ão e m c as os c om o o da pr or ro ga çã o da p ris ão te m po rá ria , da o rd em d e pr isã o an te rio rm en te ex pe di da , d a pr isã o cí ve l e m ra zã o do in ad im pl em en to v ol un tá rio e in es cu sá ve l d e pr es ta çã o al im en tíc ia . Do ut rin a An tô nio C ar los d a Po nt e af irm a qu e o ar t. 2 36 d o CE , ao q ua l o a rt. 2 98 se re fe re , n ão fo i re ce pc ion ad o pe la C F/ 19 88 , c ar ac te riz an do , h od ie rn am en te , de sig ua la çã o de sp ro po rc io na l a d et er m in ad o se gm en to (P O NT E, A nt on io C ar lo s da . C rim es El ei to ra is. 2 . e d. S ar ai va , 2 01 6. p . 1 45 -1 46 ). Ig or P er eir a Pi nh eir o co m pa rti lha d e po sic ion am en to se m el ha nt e e in di ca q ue o a rt. 5 º, LX I, da C F/ 19 88 nã o ex ce pc io no u as p ris õe s em p er ío do e le ito ra l e co nc lu i q ue ta nt o o ar t. 29 8, q ua nt o o ar t. 23 6 do C E nã o fo ra m re ce pc io na do s pe la C F/ 19 88 . (P IN HE IR O , I go r P er ei ra . L eg isl aç ão C rim in al El ei to ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. Ed ito ra J us Po di vm , 2 01 8. p . 2 01 ). In clu íd a en tre a s “g ar an tia s el ei to ra is” , a im un id ad e pr isi on al pr ev ist a no a rt. 2 36 e a re sp ec tiv a cr im in al iza çã o di sp os ta n o ar t. 29 8 do C E nã o se m os tra m c om pa tív ei s co m a C F/ 19 88 e s eu a m bi en te d e pr isõ es ju di cia lm en te c on tro la da s e de e le içõ es liv re s. P os içã o do re la to r d es te G T. Em s en tid o di ve rs o, o pi ni ão d a Ab ra de p de q ue e ss as g ar an tia s fo ra m re ce bi da s pe la C F/ 19 88 , m as ca re ce m d e de ta lh am en to s, q ue po de ria m s er fe ito s po r r es ol uç ão d o TS E. E la p od er ia in di ca r o s ca so s (C on tin ua çã o) 21 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral cr im e in af ia nç áv el , o u, a in da , p or de sr es pe ito a s al vo -c on du to . § 1º O s m em br os d as m es as re ce pt or as e o s fis ca is de p ar tid o, du ra nt e o ex er cí cio d e su as fu nç õe s, nã o po de rã o se r d et id os o u pr es os , sa lvo o c as o de fl ag ra nt e de lito ; da m es m a ga ra nt ia g oz ar ão o s ca nd id at os d es de 1 5 (q ui nz e) d ia s an te s da e le içã o. § 2º O co rre nd o qu al qu er p ris ão o pr es o se rá im ed ia ta m en te c on du zid o à pr es en ça d o ju iz co m pe te nt e qu e, s e ve rif ica r a ile ga lid ad e da de te nç ão , a re la xa rá e p ro m ov er á a re sp on sa bi lid ad e do c oa to r.Lu iz Ca rlo s do s Sa nt os G on ça lve s co nc or da co m e ss e en te nd im en to , r es sa lva nd o a pr ot eç ão ao m es ár io e a o fis ca l p ar tid ár io d ur an te o s tra ba lh os e le ito ra is (G O NÇ AL VE S, L ui z Ca rlo s do s Sa nt os . C rim es E le ito ra is e P ro ce ss o Pe na l El ei to ra l. 2. e d. A tla s, 2 01 5. p . 4 3) . M ar co s Vi ní ciu s Fu rta do C oê lh o ap re se nt ou hi pó te se s de p ris ão d o el ei to r d ur an te a e le içã o (5 d ia s an te s e at é 48 h or as d ep oi s) , q ua is se ja m : p ris ão e m fl ag ra nt e (a rt. 3 02 , i nc iso s I a IV , d o CP P) ; p or se nt en ça c on de na tó ria p or cr im e in af ia nç áv el ; p or c rim es in af ia nç áv ei s; po r d es re sp ei to a s al vo -c on du to . R el at a, n o en ta nt o, q ue e st ão v ed ad as , n o pe río do p re vis to no a rt. 2 36 d o CE , a s pr isõ es te m po rá ria s, a s pr ev en tiv as , a s de co rre nt es d e se nt en ça d e pr on ún cia e d e se nt en ça s co nd en at ór ia s po r cr im es a fia nç áv ei s, b em c om o a pr isã o do de ve do r d e al im en to s (C O EL HO , M ar cu s Vi ni ciu s Fu rta do . D ire ito E le ito ra l e P ro ce ss o El ei to ra l. 3. e d. re vis ta , a tu al iza da e a m pl ia da , R io d e Ja ne iro : R en ov ar , 2 01 2. p . 3 13 -3 14 ). Di sp os itiv o le ga l ( CE a rt. 2 98 ) q ue n ão te ve pr ec ed en te s lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. Pe sq ui sa n º 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria de G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). no s qu ai s as g ar an tia s se a pl ica m e em q ua is nã o se a pl ica m , di rim in do a s dú vid as s ob re pr isõ es a nt er io rm en te d ec re ta da s e pr or ro ga çõ es d e pr isõ es ca ut el ar es n o cu rs o do s pe río do s de im un id ad e. P or ig ua l, ca be es cla re ce r s e a ga ra nt ia im pe de a pr isã o civ il. Có di go E le ito ra l Ar t. 29 9. D ar , o fe re ce r, pr om et er , so lic ita r o u re ce be r, pa ra s i o u pa ra ou tre m , d in he iro , d ád iva , o u qu al qu er ou tra v an ta ge m , p ar a ob te r o u da r vo to e p ar a co ns eg ui r o u pr om et er ab st en çã o, a in da q ue a o fe rta n ão se ja a ce ita : A co nv en iê nc ia d a de sc riç ão d as co nd ut as d e co rru pç ão a tiv a e pa ss iva no m es m o tip o pe na l, di fic ul ta nd o a ap lic aç ão p ro po rc io na l d a pe na . Tr at a- se d e um d os p ou co s tip os p en ai s el ei to ra is br as ile iro s co m s im ila re s em o ut ra s na çõ es . Co ns ta v er sã o em n os sa o rd em ju ríd ica d es de o Có di go C rim in al d o Im pé rio , d e 18 30 . C rit ica -s e, po ré m , a re un iã o, n a m es m a fig ur a típ ica , d as di st in ta s co nd ut as d a co m pr a e da v en da d o vo to , qu e de ve ria m re ce be r t ip os a ut ôn om os , a té e m ra zã o da d ist in ta g ra vid ad e qu e po de m a ss um ir. A pe na , p or ig ua l, é de sp ro po rc io na lm en te b ra nd a. Nã o há fa lar e m a nt ino m ia em se nt ido té cn ico . T ra ta -s e de n or m a im pe rfe ita , cu ja co rre çã o de pe nd er ia de a tiv ida de leg isl at iva , fo ra d o alc an ce d o pr oje to de si ste m at iza çã o. A de m ais , a jur isp ru dê nc ia do T SE te m se m os tra do co rre tiv a de e xa ge ro s q ue p od er iam ad vir d e int er pr et aç õe s d a no rm a dis so cia da s d a re ali da de so cia l d es se tip o de co nd ut a. 22 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Pe na - re clu sã o at é qu at ro a no s e pa ga m en to d e 5 a 15 d ia s- m ul ta . Có di go E le ito ra l Ar t. 30 0. V al er -s e o se rv id or p úb lic o da s ua a ut or id ad e pa ra c oa gi r al gu ém a v ot ar o u nã o vo ta r e m de te rm in ad o ca nd id at o ou p ar tid o: Pe na - de te nç ão a té s ei s m es es e pa ga m en to d e 60 a 1 00 d ia s- m ul ta . Pa rá gr af o ún ico . S e o ag en te é m em br o ou fu nc io ná rio d a Ju st iça E le ito ra l e co m et e o cr im e pr ev al ec en do -s e do ca rg o a pe na é a gr av ad a. Ar t. 30 1. U sa r d e vio lê nc ia o u gr av e am ea ça p ar a co ag ir al gu ém a v ot ar , ou n ão v ot ar , e m d et er m in ad o ca nd id at o ou p ar tid o, a in da q ue o s fin s vis ad os n ão s ej am c on se gu id os : Pe na - re cl us ão a té q ua tro a no s e pa ga m en to d e ci nc o a qu in ze di as -m ul ta . Co nt ra di çã o en tre o ti po d e vio lê nc ia m or al , c om p en a m ui to b ra nd a, e o tip o do a rt. 3 02 , q ue ta m bé m tr at a de co aç ão e tr az p en a se ve ra . A c on du ta m ai s br an da é ju st am en te a p ra tic ad a po r f un cio ná rio p úb lic o. É a co aç ão m ai s br an da d e to do o o rd en am en to ju ríd ico b ra sil ei ro , t ra ze nd o in ju st ific áv el fa vo re cim en to p ar a o fu nc io ná rio p úb lic o, a té em fa ce d a co nd ut a de v io lê nc ia e g ra ve a m ea ça pr ev ist a no a rt. 3 01 . Te m -s e aq ui a nt in om ia e nt re o di sp os to n o ar t. 30 0 e a fig ur a do ar t. 30 1, a s er in te rp re ta da à lu z da C F/ 19 98 , q ue n ão a ut or iza ou to rg a de p riv ilé gi o ju st am en te a o in tra ne us , e m d et rim en to d a pe ss oa co m um . O m et us p ub lic ae p ot es ta tis é eq ui va le nt e à gr av e am ea ça e , in clu siv e, d ig no d e m ai or re pr ov aç ão . Po r d es ig ua la r s em d isc rím en co ns tit uc io na lm en te a ut or iza do , su ge re -s e o re co nh ec im en to , p or re so lu çã o ou e m re sp os ta à Co ns ul ta , d a nã o re ce pç ão d o ar t. 30 0 do C E pe la C F/ 19 88 . Có di go E le ito ra l Ar t. 30 2. P ro m ov er , n o di a da el ei çã o, c om o fi m d e im pe di r, em ba ra ça r o u fra ud ar o e xe rc íc io d o vo to a c on ce nt ra çã o de e le ito re s, so b qu al qu er fo rm a, in clu siv e o fo rn ec im en to g ra tu ito d e al im en to e tra ns po rte c ol et ivo : Pe na - re clu sã o de q ua tro (4 ) a s ei s (6 ) a no s e pa ga m en to d e 20 0 a 30 0 di as -m ul ta . Dú vid a so br e a pe rm an ên cia d a pa rte fi na l d es se a rti go , con fro nt ad a pe la L ei n º 6 .0 91 /1 97 4, q ua nd o se re fe re a fo rn ec im en to g ra tu ito d e al im en to s e tra ns po rte . O s ist em a el ei to ra l v ed a, a p ar tir d e do is di sp os itiv os c rim in ai s di ve rs os , o fo rn ec im en to gr at ui to d e al im en to s e de tr an sp or te a e le ito re s no d ia d a el ei çã o (a rt. 3 02 e a rt. 1 1, II I, da Le i n º 6 .0 91 /1 97 4) . H á cla ra a nt in om ia , a s er re so lvi da p el o cr ité rio c ro no ló gi co , m ot ivo p el o qu al d ev e te r-s e co m o re vo ga da a p ar te fi na l do a rt. 3 02 d o CE – “i nc lu siv e o fo rn ec im en to gr at ui to d e al im en to e tr an sp or te c ol et ivo ”. Ig or P er ei ra P in he iro in fo rm a qu e se tr at av a de an tin om ia re so lvi da p el o cr ité rio c ro no ló gi co e q ue a re vo ga çã o do d isp os itiv o pe na l é c on se nt id a po r to da a d ou tri na e ta m bé m p el o TS E (P IN HE IR O , A pr ov id ên cia c ab ív el já fo i a do ta da pe lo T SE n o ju lg am en to e m q ue co ns id er ou re vo ga do o tr ec ho fin al d o ar tig o, q ue d iz “in clu siv e o fo rn ec im en to g ra tu ito d e al im en to e tra ns po rte c ol et ivo ”. 23 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Ig or P er ei ra . L eg is la çã o C rim in al E le ito ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. E di to ra Ju sP od ivm , 2 01 8) . Há d ec isã o do T SE , n o RE sp e nº 2 1. 40 1, n o se nt id o de q ue a L ei n º 6 .0 91 /1 97 4 re vo go u a pa rte fi na l d es se a rti go . Có di go E le ito ra l Ar t. 30 3. M aj or ar o s pr eç os d e ut ilid ad es e s er viç os n ec es sá rio s à re al iza çã o de e le içõ es , t ai s co m o tra ns po rte e a lim en ta çã o de e le ito re s, im pr es sã o, p ub lic id ad e e di vu lg aç ão de m at ér ia e le ito ra l: Pe na - pa ga m en to d e 25 0 a 30 0 di as -m ul ta . Dú vid a so br e a pe rm an ên cia d es se cr im e di an te d a or de m e co nô m ica tra zid a pe la C F/ 19 88 . O a rt. 3 03 d o CE n ão p os su i c om pa tib ilid ad e m at er ia l c om o fu nd am en to d o Es ta do b ra sil ei ro di sp os to n o ar t. 1º , V , n em c om o s pr in cí pi os da o rd em e co nô m ica p re vis to s no a rt. 1 70 , no ta da m en te n o in cis o IV , a m bo s da C F/ 19 98 . Do ut rin a Ro dr ig o Zi lio d iz qu e es sa “v ar ia çã o de p re ço q ue ob se rv a a os cil aç ão d o m er ca do , p or s i s ó, n ão po de s er p un id a cr im in al m en te ” ( ZI LI O , L óp ez Ro dr ig o. C rim es E le ito ra is . E di to ra J us Po di vm , 20 14 . p . 1 14 ). Ne ss e m es m o se nt ido , é o p os ici on am en to d e Ig or Pe re ira P inh eir o (P IN HE IR O , Ig or P er eir a. L eg isl aç ão Cr im ina l E lei to ra l: A sp ec to s M at er iai s e P ro ce ss ua is. Ed ito ra Ju sP od ivm , 2 01 8. p . 2 31 -2 32 ) e L uiz C ar los do s S an to s G on ça lve s ( G O NÇ AL VE S, L uiz C ar los do s S an to s. Cr im es E lei to ra is e Pr oc es so P en al El eit or al. 2 . e d. A tla s, 20 15 ). Su za na d e C am ar go G om es , e m a po nt am en to s di ve rs os , r el at a qu e, n o di a da s el ei çõ es , “o tr an sp or te , a a lim en ta çã o e o m at er ia l d e pr op ag an da , e ss e úl tim o du ra nt e as e le iç õe s, nã o de ve s of re r a um en to s ab us iv os d e pr eç os ” (G O M ES , S uz an a de C am ar go . C rim es El ei to ra is . R ev is ta d os T rib un ai s, 3 . e d. S ão Pa ul o, 2 00 6. p . 2 26 ). An tin om ia , r es ol vid a pe la n ão re ce pç ão , e nt re e ss e ar tig o e a CF /1 98 8 em s ua s di sp os içõ es s ob re or de m e co nô m ica . S ug es tã o de re co nh ec im en to d a re vo ga çã o pe lo T SE , e m re so lu çã o so br e cr im es e le ito ra is ou e m re sp os ta a ev en tu al c on su lta . 24 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Di sp os itiv o le ga l ( CE , a rt. 3 03 ) q ue n ão te ve pr ec ed en te s lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. Pe sq ui sa n º 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria de G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). Có di go E le ito ra l Ar t. 30 4. O cu lta r, so ne ga r a ça m ba rc ar ou re cu sa r n o di a da e le içã o o fo rn ec im en to , n or m al m en te a to do s, de u tili da de s, a lim en ta çã o e m ei os d e tra ns po rte , o u co nc ed er e xc lu siv id ad e do s m es m os a d et er m in ad o pa rti do ou c an di da to : Pe na - pa ga m en to d e 25 0 a 30 0 di as -m ul ta . Re vo ga çã o. Do ut rin a Tr at a- se d e tip o pe na l q ue n ão a te nd e à or de m ec on ôm ica tr az id a pe la C F/ 19 88 (G O NÇ AL VE S, Lu iz Ca rlo s do s Sa nt os . I n: F UX , L ui z; P ER EI RA , Lu iz Fe rn an do C as ag ra nd e; A G RA , W al be r de M ou ra ; P EC CI NI N, L ui z Ed ua rd o. T om o de D ire ito P en al e P ro ce ss o Pe na l E le ito ra l. Be lo Ho riz on te : F ór um , 2 01 8. p . 5 8) . Di sp os itiv o le ga l ( CE , a rt. 3 04 ) q ue n ão te ve pr ec ed en te s lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. Pe sq ui sa n º 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria de G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). An tin om ia , r es ol vid a pe la n ão re ce pç ão , e nt re e ss e ar tig o e a CF /1 98 8 em s ua s di sp os içõ es s ob re or de m e co nô m ica . S ug es tã o de re co nh ec im en to d a re vo ga çã o pe lo T SE , e m re so lu çã o so br e cr im es e le ito ra is ou e m re sp os ta a ev en tu al c on su lta . Có di go E le ito ra l Ar t. 30 5. In te rv ir au to rid ad e es tra nh a à m es a re ce pt or a, s al vo o ju iz el ei to ra l, no s eu fu nc io na m en to s ob qu al qu er p re te xt o: Pe na - de te nç ão a té s ei s m es es e pa ga m en to d e 60 a 9 0 di as -m ul ta . Dú vid a so br e a ne ce ss id ad e de ss e cr im e qu e, a pa re nt em en te , t ra ta a pe na s de ir re gu la rid ad e ad m in ist ra tiv a. Do ut rin a Tr at a- se d etip o pe na l q ue p od er ia se r e xti nt o po r nã o at en de r à e xig ên cia d a de sc riç ão le ga l d a co nd ut a (F UX , L uiz ; P ER EI RA , L uiz F er na nd o Ca sa gr an de ; A G RA , W alb er d e M ou ra ; P EC CI NI N, Lu iz Ed ua rd o. D ire ito P en al e P ro ce ss o Pe na l El ei to ra l. F ór um , 2 01 8. p . 5 7) . Di sp os itiv o le ga l ( CE , a rt. 3 05 ) q ue n ão te ve pr ec ed en te s lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. Pe sq ui sa n º 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria de G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). Se m s ug es tõ es n o âm bi to d o pr oj et o de s ist em at iza çã o de no rm as , p oi s nã o há a nt in om ia . O co rre p ro vá ve l d es su et ud o, s em m ar ca s de in co ns tit uc io na lid ad e. Có di go E le ito ra l Ar t. 30 6. N ão o bs er va r a o rd em em q ue o s el ei to re s de ve m s er ch am ad os a v ot ar : Dú vid a so br e a ne ce ss id ad e de ss e cr im e qu e, a pa re nt em en te , t ra ta a pe na s de ir re gu la rid ad e ad m in ist ra tiv a. Do ut rin a Ro dr ig o Ló pe z Zi lio a po nt a co nc or dâ nc ia c om o po sic io na m en to d e Lu iz Ca rlo s do s Sa nt os G on ça lve s, q ue a ce nt ua q ue o “t ip o pe na l ‘p er fa z In co m pa tib ilid ad e en tre e ss a de sc riç ão tí pi ca e a n ec es sid ad e de re le vâ nc ia , a in da q ue m ín im a, a ju st ific ar a im po siç ão d e qu al qu er pe na c rim in al , m es m o a pe cu ni ár ia . 25 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Pe na - pa ga m en to d e 15 a 3 0 di as -m ul ta . m er a irr eg ul ar id ad e ad m in ist ra tiv a, a n ão s er qu e ef et iva m en te im pl iq ue e m c oa çã o, fr au de o u im pe di m en to p ar a o ex er cí cio d o vo to ’, nã o te nd o um m ín im o de d ig ni da de p en al , o u m es m o, n ão ap re se nt an do ti pi cid ad e m at er ia l ( pp . 5 9/ 60 )” (Z IL IO , L óp ez R od rig o. C rim es E le ito ra is . E di to ra Ju sP od ivm , 2 01 4. p . 1 21 ). Jo sé J ai ro G om es ta m bé m a cr ed ita q ue a cr im in al iza çã o da c on du ta é e xa ge ra da e de sp ro po rc io na l, em v irt ud e de n ão e xis tir fe rim en to re le va nt e a be m ju ríd ico tu te la do p el o or de na m en to (G O M ES , J os é Ja iro . C rim es El ei to ra is e P ro ce ss o Pe na l E le ito ra l. 2. e d. A tla s, 20 16 . p . 8 8) . Ig or P er ei ra P in he iro c om pa rti lh a da m es m a or ie nt aç ão , n o qu e in di ca q ue e ss e di sp os itiv o nã o ap re se nt a re le vâ nc ia c rim in al , e xc et o se ta l f at o ge ra r p re ju íz o pa ra a p os sib ilid ad e de al gu ém v ot ar , o q ue e st á pr ev ist o no a rt. 2 97 d o CE (P IN HE IR O , I go r P er ei ra . L eg is la çã o C rim in al El ei to ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. Ed ito ra J us Po di vm , 2 01 8. p . 2 43 ). Tr at a- se d e m er a irr eg ul ar id ad e ad m in ist ra tiv a, qu e po de s er re so lvi da p el o po de r d e po líc ia d o ju iz el ei to ra l o u do p re sid en te d a m es a re ce pt or a de vo to s. De sr es pe ita da a o rd em le ga l d as p es so as no p ro ce ss o de v ot aç ão (a rt. 1 43 , § 2 º, CE e ar t. 45 , § 2 º, da R es ol uç ão -T SE n º 2 3. 45 6/ 20 15 ), a at ua çã o ad m in ist ra tiv a é su fic ie nt e pa ra s an ar a irr eg ul ar id ad e. E ss e ar tig o fe re o s pr in cí pi os do E st ad o de d ire ito e d a in te rv en çã o m ín im a, co ns ag ra do s n a CF (s ug es tã o de : G ru po d e Tr ab alh o da s N or m as E lei to ra is, P or ta ria n º 1 8. 61 5/ 20 19 T RE PR E DG S GP C op es S RF [e -m ai l]) . 26 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Di sp os itiv o le ga l ( CE , a rt. 3 06 ) q ue n ão te ve pr ec ed en te s lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. Pe sq ui sa n º 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria de G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). Có di go E le ito ra l Ar t. 30 7. F or ne ce r a o el ei to r c éd ul a of ici al já a ss in al ad a ou p or q ua lq ue r fo rm a m ar ca da : Pe na - re clu sã o at é cin co a no s e pa ga m en to d e 5 a 15 d ia s- m ul ta . At o pr ep ar at ór io pa ra fr au de e lei to ra l, c om pe na se ve ra . P os sív el de sn ec es sid ad e dia nt e da s u rn as e let rô nic as . Do ut rin a Ig or P er ei ra P in he iro e nt en de q ue e ss e tip o pe na l é de a pl ica çã o su bs id iá ria d ia nt e da re al id ad e da Ju st iça E le ito ra l, se nd o qu e o sis te m a m an ua l só é p os sí ve l q ua nd o a ur na e le trô ni ca a pr es en ta de fe ito in sa ná ve l o u de d ifíc il r ep ar aç ão (P IN HE IR O , Ig or P er ei ra . L eg isl aç ão C rim in al E le ito ra l: As pe ct os M at er ia is e Pr oc es su ai s. E di to ra Ju sP od ivm , 2 01 8. p . 2 44 ). G on ça lve s, n a su a ob ra d ou tri ná ria , t am bé m af irm a qu e es sa c on du ta te nd e a de sa pa re ce r co m a s cé du la s im pr es sa s e co m a u rn a co m um (G O NÇ AL VE S, L ui z Ca rlo s do s Sa nt os . C rim es El ei to ra is e P ro ce ss o Pe na l E le ito ra l. 2. e d. A tla s, 20 15 . p . 3 3) . No m es m o se nt id o, T ito C os ta m en cio na q ue o di sp os itiv o es ta ria p ra tic am en te re vo ga do em ra zã o da u rn a el et rô ni ca e d a m od er ni da de do s ist em a, e s om en te s er ia c on sid er ad o se im po ss ív el a v ot aç ão e le trô ni ca p or o ut ro s m ot ivo s (C O ST A, T ito . C rim es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l. Ed ito ra J ua re z de O liv ei ra , 2 00 2. p . 7 3- 74 ). Ro dr ig o Ló pe z Zi lio a fir m a qu e es sa in fra çã o pe na l so m en te p od er á se r c om et id a no p ro ce ss o de vo ta çã o m an ua l e q ue , s e a vo ta çã o oc or re r n o sis te m a in fo rm at iza do , o c rim e em q ue st ão n ão po de rá o co rre r ( ZI LI O , L óp ez R od rig o. C rim es El ei to ra is. E di to ra J us Po di vm , 2 01 4. p . 1 21 ). No rma em p ro ce ss o de p er da de o bj et o, p el o em pr eg o da s ur na s el et rô ni ca s e da b io m et ria . O ut ro ss im , s em a nt in om ia co ns tit uc io na l o u le ga l a re co nh ec er . Em s en tid o di ve rs o, o rie nt aç ão d e Br eh m er H an da r, qu e re co nh ec e a an tin om ia e nt re e ss e ar tig o e a CF /1 98 8. 27 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Jo sé J ai ro G om es a fir m a ta m bé m q ue o c rim e se e nc on tra p ra tic am en te e xt in to p or im pr ov áv el oc or rê nc ia d a co nd ut a, e m ra zã o da v ot aç ão el et rô ni ca e d a id en tif ica çã o bi om ét ric a do s el ei to re s (G O M ES , J os é Ja iro . C rim es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l. 2. e d. A tla s, 2 01 6. p . 8 7) . Es tu do s e su ge st õe s “O p rin cí pi o da fr ag m en ta rie da de d et er m in a um a es pé cie d e se le çã o nã o ap en as d os b en s ju ríd ico s qu e se rã o tu te la do s, m as a cim a de tu do de q ua is of en sa s a es te s be ns ju ríd ico s se rã o tu te la da s. O u se ja , n em to da s as le sõ es a b en s ju ríd ico s se rã o pe na lm en te tu te la da s – ap en as as q ue s ej am re co nh ec id as c om o gr av es o su fic ie nt e pa ra e ns ej ar o u so d o di re ito p en al . Aq ui p od e- se tr az er p ra tic am en te to do s os de lito s pr oc ed im en ta is do C ód ig o El ei to ra l (p er tu rb aç ão d e al ist am en to e le ito ra l, pr om oç ão de d es or de m e m tr ab al ho e le ito ra l, vo ta r e m se çã o el ei to ra l d ist in ta , n ão o bs er va r a o rd em d a vo ta çã o, e tc ). Em q ue p es e o fa to d e o no rm al de se nv ol vim en to d os tr ab al ho s el ei to ra is co m o m ei o pa ra g ar an tir a lis ur a do p le ito p os sa s er en te nd id o co m o um b em ju ríd ico d ig no d e tu te la pe na l, nã o po de q ua lq ue r s or te d e pe rtu rb aç ão se r c om pr ee nd id a co m o le gí tim a pa ra a tra ir a in te rv en çã o pe na l. E m ai s, m ui to s de st es d el ito s nã o so br ev ive ra m s eq ue r a o vo to e le trô ni co (c om o os a rt. 3 07 e 3 08 ), ra zã o pe la q ua l f az -s e ur ge nt e um a sis te m at iza çã o em re la çã o a es te cr ité rio .” (S ug es tã o de : Ya sm in B re hm er H an da r. En co nt ro R eg io na l T RE /P R. ) Di sp os itiv o le ga l ( CE , a rt. 3 07 ) q ue n ão te ve pr ec ed en te s lo ca liz ad os e m p es qu isa n o TS E. Pe sq ui sa n º 6 81 /2 01 9, fi na liz ad a na S ec re ta ria de G es tã o da In fo rm aç ão d o TS E (S eç ão d e Pe sq ui sa d e Ju ris pr ud ên cia ). 28 SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im in ar Su ge st ão d e en ca m in ha m en to Có di go E le ito ra l Ar t. 30 8. R ub ric ar e fo rn ec er a c éd ul a of ici al e m o ut ra o po rtu ni da de q ue n ão a de e nt re ga d a m es m a ao e le ito r: Pe na - re clu sã o at é cin co a no s e pa ga m en to d e 60 a 9 0 di as -m ul ta . At o pr ep ar at ór io pa ra fr au de e lei to ra l, c om pe na se ve ra . P os sív el de sn ec es sid ad e dia nt e da s u rn as e let rô nic as . Do ut rin a Ig or P er eir a Pi nh eir o en te nd e qu e es se tip o pe na l é de a pli ca çã o su bs idi ár ia dia nt e da re ali da de d a Ju sti ça E lei to ra l, s en do q ue o si ste m a m an ua l s ó é po ss íve l q ua nd o a ur na e let rô nic a ap re se nt a de fe ito ins an áv el ou d e dif íci l r ep ar aç ão (P IN HE IR O , I go r Pe re ira . L eg isl aç ão C rim in al E le ito ra l: A sp ec to s M at er iai s e P ro ce ss ua is. E dit or a Ju sP od ivm , 2 01 8. p. 2 49 -2 50 ). Ti to C os ta ta m bé m m en cio na q ue a c rim in al iza çã o só p od er á oc or re r s e se tr at ar d e vo ta çã o m an ua l e al eg a qu e, e m c ot ej o co m a ti pi fic aç ão d o ar t. 30 7 do C E, tr at a- se d e in fra çã o te nd en te a de sv irt ua r a e le içã o, o q ue c om pr om et e a lim pi de z e tra ns pa rê nc ia (C O ST A, T ito . C rim es E le ito ra is e Pr oc es so P en al E le ito ra l. Ed ito ra J ua re z de O liv ei ra , 2 00 2. p . 7 5) . Ro dr ig o Ló pe z Zi lio a fir m a qu e es sa in fra çã o pe na l so m en te p od er á se r c om et id a no p ro ce ss o de vo ta çã o m an ua l e q ue , s e a vo ta çã o oc or re r n o sis te m a in fo rm at iza do , o c rim e em q ue st ão n ão po de rá o co rre r ( ZI LI O , L óp ez R od rig o. C rim es El ei to ra is. E di to ra J us Po di vm , 2 01 4. p . 1 23 ). Jo sé J ai ro G om es a fir m a ta m bé m q ue o c rim e se e nc on tra p ra tic am en te e xt in to p or im pr ov áv el oc or rê nc ia d a co nd ut a, e m ra zã o da v ot aç ão ele trô nic a e d a ide nt ific aç ão b iom ét ric a do s e lei to re s (G O M ES , J os é Ja iro . C rim es E lei to ra is e Pr oc es so Pe na l E lei to ra l. 2 . e d. A tla s, 20 16 . p . 8 7) . Es tu do s e su ge st õe s “O p rin cí pi o da fr ag m en ta rie da de d et er m in a um a es pé cie d e se le çã o nã o ap en as d os b en s ju ríd ico s No rm a em p ro ce ss o de p er da de o bj et o, p el o em pr eg o da s ur na s el et rô ni ca s e da b io m et ria . O ut ro ss im , s em a nt in om ia co ns tit uc io na l o u le ga l a re co nh ec er . Em s en tid o di ve rs o, o rie nt aç ão d e Br eh m er H an da r, qu e re co nh ec e a an tin om ia e nt re e ss e ar tig o e a CF /1 98 8. (C on tin ua çã o) 29 (C on tin ua çã o) Di sp os iti vo le ga l Qu es tã o su sc ita da Di ag nó st ic o pr el im ia r Su ge st ão d e en ca m in ha m en to SISTEMATIZAÇÃO DAS NORMAS ELEITORAIS Eixo Temático VI: Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral qu e se rã o tu te la do s, m as a cim a de tu do d e qu ai s of en sa s a es te s be ns ju ríd ico s se rã o tu te la da s. O u se ja , n em to da s as le sõ es a b en s ju ríd ico s se rã o pe na lm en te tu te la da s – ap en as a s qu e se ja m re co nh ec id as c om o gr av es o s uf ici en te p ar a en se ja r o u so d o di re ito p en al . A qu i p od e- se tr az er pr at ica m en te to do s os d el ito s pr oc ed im en ta is do C ód ig o El ei to ra l ( pe rtu rb aç
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