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L A U D O S E P E R Í C I A S J U D I C I A I S Sob a ótica da Lei 13.105/15 (CPC) Eng°. Civil e de Segurança Cristiano Leão Goiânia/GO 2022 MÓDULO 1: ASPECTOS LEGAIS DA PERÍCIA o Introdução o Legislação brasileira o Constituição da República Federativa do Brasil o Lei 5.194 de 24 de dezembro de 1966 o Lei 12.378 de 31 de dezembro de 2010 o Resolução 218 de 29 de junho de 1973 – CONFEA o Resolução 345 de 27 de julho de 1990 – CONFEA o Ética profissional o Anotação de Responsabilidade Técnica/ART o Acervo técnico profissional o Certidão de acervo técnico o Responsabilidade civil do perito o Responsabilidade criminal do perito Introdução Tudo começou assim... E o tempo foi passando... Chegamos até aqui... Ou aqui... Ou aqui !!! Desde que o homem se organiza em sociedade existem os conflitos de interesses... Podemos resolver nossas diferenças assim... Ou podemos ter REGRAS As vezes a vontade de um era a regra Mas as regras precisam contemplar os anseios da sociedade Precisamos de fazer cumprir a lei... Temos que ter uma estrutura que garanta a mediação dos conflitos Legislação brasileira Constituição da República Federativa do Brasil 1.1.1 - Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Observe que a CF/88 prevê que é através de legislação infraconstitucional que se estabelecerá as qualificações profissionais necessárias para o exercício das diversas profissões. No caso dos Engenheiros, a Lei Federal 5.194/66 é que ordena o exercício da profissão. 1.1.2 - Lei nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966 Regula o exercício das profissões do Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo e dá outras providências. Vejamos: Do uso do Título Profissional Art. 3º - São reservadas exclusivamente aos profissionais referidos nesta lei as denominações de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo, acrescidas obrigatoriamente, das características de sua formação básica. Parágrafo único. As qualificações de que trata este artigo poderão ser acompanhadas de outras designações referentes a cursos de especialização, aperfeiçoamento e pós- graduação. Exemplo: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho. Atribuições profissionais e coordenação de suas atividades Art. 7º - As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro- agrônomo consistem em: c) (...) avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica. 1.1.3 - Lei nº 12.378 de 31 de dezembro de 2010 Regula o exercício da profissão do Arquiteto e Urbanista e dá outras providências. As atividades e atribuições do Arquiteto Urbanista consistem em: Art. 2º - As atividades e atribuições do Arquiteto Urbanista consistem em: VI) (...) vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem. 1.1.4 - Resolução nº 218 de 29 de Junho de 1973 – CONFEA Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: (...) Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico. Art. 2º - Compete ao ARQUITETO OU ENGENHEIRO: I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução. Art. 5º - Compete ao ENGENHEIRO AGRÔNOMO: I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a engenharia rural. Art. 7º - Compete ao ENGENHEIRO CIVIL ou ao ENGENHEIRO DE FORTIFICAÇÃO e CONSTRUÇÃO: I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução. 1.1.5 – Resolução nº 345 de 27 de julho de 1990 Dispõe quanto ao exercício por profissional de nível superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia. Art. 1º - Para os efeitos desta Resolução, define-se: a) VISTORIA é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minunciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o motivaram. b) ARBITRAMENTO é a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre alternativas tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos. c) AVALIAÇÃO é a atividade que envolve a determinação técnica do valor qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento. d) PERÍCIA é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento ou da asserção de direitos. e) LAUDO é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá as suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos, fundamentadamente. Art. 2º - Compreende-se como a atribuição privativa dos Engenheiros em suas diversas especialidades, dos Arquitetos, dos Engenheiros Agrônomos, dos Geólogos, dos Geógrafos e dos Meteorologistas, as vistorias, perícias, avaliações e arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas partes integrantes e pertences, máquinas e instalações industriais, obras e serviços de utilidade pública, recursos naturais e bens e direitos que, de qualquer forma, para a sua existência ou utilização, sejam atribuições destas profissões. Art. 3º - Serão nulas de pleno direito as perícias e avaliações e demais procedimentos indicados no Art. 2º, quando efetivados por pessoas físicas ou jurídicas não registradas no sistema Confea-Crea. Art. 4º - Os trabalhos técnicos indicados no artigo anterior, para sua plena validade, deverão ser objeto de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) exigida pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977. “Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: (1) quero? (2) devo? e (3) posso? Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve” Mário Sérgio Cortella Ética Profissional Ética: conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. Os profissionais da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia deverão pautar seu comportamento com o disposto no Código de Ética Profissional elaborado pelo Confea/CREA. No tocante especificamente aos profissionais da área de perícias, podemos ter como base, o Código de Ética profissional elaborado pelo Ibape/SP. É importante salientar aos profissionais da área de perícias judiciais, que o seu comportamento deve sempre se pautar não só nos Códigos de Ética profissional, mas também no respeito às normas que regem os processos em que estão atuando. Os processos devem seguir uma marcha processual regular, atentando- se sempre para o atendimento ao princípio da celeridade previsto no art. 5º, LXXVIII da CF/88. Art. 5º, LXXVIII da CF/88: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Com isso, depreende-se que não só as partes, como também os auxiliares do juízo (os peritos são considerados – art. 149, CPC) devem agir de forma a não retardar ou atrapalhar o andamento do feito de forma intencional. Temos também o comportamento do perito pautado na ética, a partir do momento em que ele respeita o princípio constitucional da licitude das provas. Art. 5º, LVI da CF/88: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Assim, não pode o perito se valer de informações para instruir seu laudo que não se revistam de verdade ou adquiridas de forma considerada ilícita. Ex: subornar pessoa para modificar a situação do imóvel na data da perícia a fim de beneficiar uma das partes. De forma geral, os peritos deverão atuar com: o zelo, honestidade, dignidade; o guardar sigilo profissional; o manifestar sobre seu impedimentoou suspeição; o recusar a realização do trabalho quando não possuir conhecimento técnico suficiente para sua confecção; o suprir enganos e corrigir erros constatados em seu serviço; o ausência de interesse processual (resultado positivo para uma parte); o atender aos prazos fixados pelo juiz. Anotação de Responsabilidade Técnica - ART Instituída pela Lei nº 6.496 de 7 de dezembro de 1977, e regulamentada pela Resolução nº 1.025 de 30 de outubro de 2009, a A.R.T. é o instrumento que define, para os efeitos legais, o responsável técnico pela prestação de serviço relativo às profissões abrangidas pelo Sistema Confea/CREA. O perito ao elaborar o laudo pericial deverá juntar a ART em item anexo a esse. Art. 3º Todo contrato escrito ou verbal para execução de obras ou prestação de serviços relativos às profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea fica sujeito ao registro da ART no Crea em cuja circunscrição for exercida a respectiva atividade. Para relembrarmos o que descreve a Resolução nº 345 de 27 de julho de 1990 Art. 3º - Serão nulas de pleno direito as perícias e avaliações e demais procedimentos indicados no Art. 2º, quando efetivados por pessoas físicas ou jurídicas não registradas nos CREA’s. Art. 4º - Os trabalhos técnicos indicados no artigo anterior, para sua plena validade, deverão ser objeto de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) exigida pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977. Responsabilidade Civil do Perito Art. 158, CPC: O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas (até mesmo relacionadas à qualificação profissional) poderá: • responder pelos prejuízos que causar à parte; • ficar inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 cinco (cinco) anos, independente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção de medidas que entender cabíveis. Art. 158, CPC: O perito que, por dolo* ou culpa, prestar informações inverídicas (até mesmo relacionadas à qualificação profissional) poderá: *No direito civil, o dolo é caracterizado pela intenção de prejudicar alguém ou fraudar documento ou declaração. É um erro induzido ou proposital que visa alcançar o fim pretendido pela parte que pratica o vício de consentimento. Art. 158, CPC: O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas (até mesmo relacionadas à qualificação profissional) poderá: A culpa se caracteriza pela ausência de vontade do agente em cometer um ato prejudicial ao outro. Ele não tem como fim pretendido, fraudar, ocultar ou negligenciar atos, documentos ou informações, mas acaba por assim fazer. No direito civil, a culpa decorre da negligência, imprudência ou imperícia daquele que comete o ato ilícito. Negligência: Falta de cuidado, de atenção, de observância. Imprudência: Age sem cautela, com precipitação, sem o cuidado necessário. Imperícia: Aquele que age sem possuir o conhecimento técnico e/ou científico na causa em que atua. O Código civil abarca a imperícia dentro da imprudência (art. 186, CC). Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927, CC – Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Na esfera cível: ao caracterizar o ato do perito como negligência ou imperícia, a parte prejudicada terá o direito de regresso contra ele, pleiteando os prejuízos decorrentes de seu ato ilícito. Na esfera administrativa: o juiz poderá oficiar o órgão de classe para que o mesmo aplique as punições que entender cabíveis ao profissional, assegurado no processo administrativo o direito ao contraditório e à ampla defesa. Responsabilidade Criminal do Perito Na esfera criminal, temos a previsão legal de crime de falsa perícia, sendo este punível, todavia, somente nos casos em que não ocorra a retratação do perito no processo em que cometeu o ilícito penal. Art. 342, CP – Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Quem é o perito judicial ? • É um profissional de área ou atuação específica que possui determinadas aptidões a mais do que outro profissional, ou seja, tem técnica ou conhecimento, que o torna um “expert” no assunto. •O Perito tem aptidões de especialista, capaz de trazer a prova verdadeira de qualquer fato. Conceituação • É um profissional legalmente habilitado, que possui conhecimento técnico ou científico na área de atuação para o qual foi nomeado e funciona como auxiliar do juízo, fornecendo subsídios para o julgador solucionar a controvérsia. •Quem nomeia o perito? O juiz da causa. • Profissional legalmente habilitado • Que possui uma profissão regulamentada em Lei e registro no Órgão de Classe Profissional (p. ex. o Engenheiro Civil possui o registro no CREA, o Arquiteto possui o registro no CAU). • Conhecimento técnico e científico • Conhecimento adquirido através de formação em curso de nível superior (art. 464, §4º), devidamente comprovado no ato da aceitação da nomeação, sendo que, conforme art. 465 do CPC, o profissional deverá ser especialista na área em que vai atuar. • Auxiliar do juízo • O art. 149, do CPC prevê que os peritos são auxiliares da Justiça. Quem pode ser perito ? Qualquer profissional que tenha conhecimentos técnicos específicos de uma matéria pode ser um perito, desde que atendam os requisitos acima citados, pois o mesmo trará informações necessárias para a elucidação de um caso que esta sendo discutido num processo judicial. Quem pode atuar como perito (art. 156,§1º do CPC) • Profissionais legalmente habilitados; • Órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro do tribunal. (O tribunal deverá observar o que dispõe a Lei 5.194/66 no parágrafo único do art. 8º). • Art. 8º (...) Parágrafo único - As pessoas jurídicas e organizações estatais só poderão exercer as atividades discriminadas no Art. 7º, com exceção das contidas na alínea "a", com a participação efetiva e autoria declarada de profissional legalmente habilitado e registrado pelo Conselho Regional, assegurados os direitos que esta Lei lhe confere. Cadastro do perito no tribunal Existem duas formas de o perito ser cadastrado no tribunal: 1ª) Quando ele efetua o cadastro no site do Tribunal para realizar perícias. 2ª) Quando o próprio tribunal efetua o cadastro mediante consulta. Exigências do CPC Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. Art. 156. § 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. Art. 156. § 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. Art. 156. § 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados. Art. 156. § 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelotribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. Na prática: Os profissionais entregam pessoalmente seu currículo ao juiz, a fim de que seja incluído na lista dos peritos. Art. 157. § 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento. Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: I - ao membro do Ministério Público; II - aos auxiliares da justiça; III - aos demais sujeitos imparciais do processo. Art. 144. Há impedimento do juiz (perito), sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; Art. 144. Há impedimento do juiz (perito), sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; Art. 144. Há impedimento do juiz (perito), sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; Art. 144. Há impedimento do juiz (perito), sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. Art. 145. Há suspeição do juiz (perito): I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; Art. 145. Há suspeição do juiz (perito): III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. Art. 145. Há suspeição do juiz (perito): § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. Conceituação O assistente técnico é um profissional de confiança da parte e que deverá possui um conhecimento técnico ou científico a respeito da matéria da qual irá tratar a perícia judicial, uma vez que terá uma função muito importante no processo, que se liga diretamente à produção de prova pericial, qual seja, auxiliar o advogado da parte que o contratou a contestar o laudo pericial caso as informações ali constantes não estejam corretas ou tenham sido produzidas de forma errônea ou tendenciosa e elaborando os quesitos que serão respondidos pelo perito . Caso ele não seja possuidor desse conhecimento, poderá prejudicar a parte que o nomeou uma vez que não conseguirá desenvolver de forma eficiente os seus trabalhos. Nomeação do assistente técnico O assistente técnico é nomeado pelas partes Não poderão as partes ocupantes de polos distintos nomearem o mesmo assistente técnico, em processos contenciosos, uma vez que este irá atuar de forma parcial, visando defender os interesses da parte que o contratou. Podem os litisconsortes nomearem mesmo assistente técnico, uma vez que ocupam o mesmo polo da ação. O assistente técnico tem como funções básicas: • Formulação de quesitos; • Acompanhamento de diligências; • Contestação, do laudo oficial, quando for o caso. O assistente técnico deverá ainda: Orientando o advogado da parte sobre a matéria delineada na perícia, sendo esta orientação de suma importância para os causídicos, uma vez que não possuem conhecimento técnico no assunto, assim como o juiz; Remuneração do assistente técnico O assistente técnico será remunerado pela parte que o nomeou. Todavia, quando o juiz proferir uma sentença, poderá condenar a parte vencida a pagar à vencedora as despesas processuais que ela adiantou. Art. 84, CPC: As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha. Assim, a parte que custeou as despesas com assistente técnico e venceu o processo, terá de volta o valor que despendeu.