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FACULDADE DA POLÍCIA MILITAR - FAPOM Instrução de Revitalização Im ag em : P M SC 2 0 2 0 TENENTE CORONEL PM MAURO PALMA REZENDE LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO P M SC 2 0 2 0 @ 2020. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS À POLÍCIA MILITAR DE SAN- TA CATARINA. SOMENTE SERÁ PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA PUBLICAÇÃO, DESDE QUE CITADA A FONTE. Edição, Distribuição e Informações: Faculdade da Polícia Militar de Santa Catarina - FAPOM Diretoria de Instrução e Ensino. Educação a Distância - DIE/EAD Av. Me. Benvenuta, 265 - Trindade, Florianópolis - SC, 88035-001 www.pm.sc.gov.br FICHA TÉCNICA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA - PMSC COMANDANTE GERAL - Coronel PM Dionei Tonet SUBCOMANDANTE - Coronel PM Marcelo Pontes CHEFE DE ESTADO MAIOR - Coronel PM Luciano Walfredo Pinho FACULDADE DA POLÍCIA MILITAR - FAPOM DIRETORIA DE INSTRUÇÃO E ENSINO - DIE DIRETOR GERAL - Tenente-coronel PM Fábio José Martins CHEFE DIVISÃO DE ENSINO - Capitão PM Luiz Carlos Colla Filho EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD CHEFIA - Capitão PM Luiz Carlos Colla Filho SECRETÁRIA EAD - 3º Sargento PM (RR) Luciana Constância de Sousa SECRETÁRIA ADMINISTRATIVA - 2º Sargento PM Lucélia Eler PEDAGOGA - Graziela Gomes Stein DESIGNER EDUCACIONAL - Grayce Lemos DESIGNER GRÁFICO - Mayara Atherino Macedo EQUIPE DE ELABORAÇÃO AUTOR - Tenente Coronel PM Mauro Palma Rezende PARECERISTA - 2º Sargento PM Lucélia Eler PROJETO GRÁFICO - Mayara Atherino Macedo DIAGRAMAÇÃO - Fábio Luiz Raulino DESIGN EDUCACIONAL - Grayce Lemos https://www.pm.sc.gov.br/ Apresentação Uma saudação muito especial a todos os Policiais Militares catarinenses, e em especial a você. Neste caderno de estudos, da disciplina de Legislação de Trânsito, falaremos sobre uma importante atividade do meio policial, que é a fiscalização de trânsito, pois é exatamente na via pública que acontece o teatro de operações das atividades policiais e o conhecimento da legislação de trânsito é de fundamental importância para atuarmos como prota- gonistas, neste palco. O Art. 5º, inciso XV da Constituição Federal, define que é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. O direito constitucional de ir e vir é a raiz do trânsito, que é complexo e exige um conjunto de normas para discipliná-lo, ou seja, uma lei de Trânsito. A própria Constituição Federal estabelece em seu Art. 22, inciso XI, que é de competência privativa da União legislar sobre trânsito e transporte. Desde 1910, temos legislações que regu- lam o trânsito no Brasil, porém somente em 1941, é que tivemos o 1º Código Nacional de Trânsito, pelo Decreto-lei n.º 2.994, de 28 de janeiro de 1941, que vigorou por apenas alguns meses. De lá para cá, tivemos mais duas legis- lações, o Decreto-lei nº 3.651, de 25 de setembro de 1941 (o 2º Código Nacional de Trânsito) e a Lei nº 5.108, de 21 de setembro de 1966. Porém na década de 1960 a frota cir- culante no Brasil não passava de 500 mil registros, a realidade modificou-se e ficou imperiosa a necessidade de atualização da legislação, pela universa- lização do uso de veículo como meio de transporte. Em 1993 começou a tramitação do Pro- jeto de Lei que em 1997, foi promulgado o atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB), neste ano os números da frota Apresentação 1Ministério da Infraestrutura, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - 2020 já alcançavam 30 milhões de veículos, impondo-se a necessidade de uma legis- lação mais ampla, técnica e rígida. Atual- mente gira em torno de 100 milhões1 de veículos registrados, a frota nacional. Para atender ao desejo da população, que clamava por mais segurança no trânsito, foi promulgado o Código de Trânsito Bra- sileiro, Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, a qual passou a vigorar a partir de 22 de janeiro de 1998 em substituição ao antigo Código Nacional de Trânsito. A vida em sociedade nos impõe o cumpri- mento de certas normas de condutas para que haja uma convivência pacífica entre os integrantes dela. Cumprimos diariamente essas normas, muitas vezes sem notarmos, mas cumprimos seja por imposição do Estado organizado ou pelo costume pas- sado de geração para geração. Fica imprescindível ressaltar primeiramen- te, que o trânsito seguro é uma obrigação do Estado, cabendo-lhe proporcionar aos seus cidadãos segurança, paz e tranqui- lidade. Para isso, deve dotar-se de todos os recursos necessários e instrumentos existentes para executar suas ações de prevenção aos acidentes de trânsito. Nes- te sentido, o Código de Trânsito Brasileiro no § 2º do artigo 1º nos diz: “Art. 1º - O trânsito de qualquer na- tureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. (...) § 2º - O trânsito, em condições segu- ras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas des- tinadas a assegurar esse direito. Portanto toda ação dos órgãos ou enti- dades, bem como de seus agentes, deve priorizar a proteção à segurança viária, tornando este princípio basilar para a orga- nização, atuação e fiscalização do trânsito. Apresentação 2Deliberação: ato normativo, editado pelo Presidente do CONTRAN, ad referendum do Conselho, em caso de urgência e relevante interesse público. Neste contexto a Lei nº 9.503/1997, que originalmente contava com 341 artigos, divididos em 20 capítulos, teve 17 destes artigos vetados, e já conta com 41 alterações legais, revogando-se 2 artigos e acrescentando 23, o que resulta atualmente em 345 artigos em vigor no CTB. Para regulamentar o CTB, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) edita resoluções, que conforme a Resolução nº 776/2019 são atos normativos, destinados a regulamentar dispositivo do CTB, de competência do Conselho. Temos, atualmente, 780 resoluções editadas pelo CONTRAN, que somadas às 188 deliberações2 , deixam claro que a amplitude do tema é colossal, não havendo neste curto processo de revi- talizar o efetivo da Polícia Militar catari- nense o escopo de esgotar o tema. Para tanto, buscamos trazer um assun- to de relevância e extremamente atual, que com certeza pela inovação, ainda gera muitas dúvidas ao nosso efetivo. Neste viés esta revitalização tem por objetivo apresentar aos Policiais Militares de Santa Catarina a base teórica legal e infralegal da legislação de trânsito, buscando a padronização das técnicas de fiscalização com vistas à execução do policiamento ostensivo de trânsito, com relação a apresen- tação eletrônica de documentos de porte obrigatório. Ainda, como parte do objetivo desta disciplina, busca conhecer e identificar os documentos de porte obrigatório, em especial o documento de habilita- ção e o Certificado de Registro e Licen- ciamento Anual, bem como suas formas de apresentação, compreender as for- mas de fiscalização destes documentos quando apresentados eletronicamente; e embasar a atuação por parte do Poli- cial Militar frente a situações práticas. Minicurrículo do Professor Graduação Curso de Formação de Oficiais - PMSC Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais - PMSC Direito - UNIVALI Especialização Administração e Segurança no Trânsito - UNISUL Administração de Segurança Pública - UNISUL Policiamento de Trânsito Rodoviário - PMSP Policiamento de Trânsito Urbano - PMSP Técnicas Policiais de Fiscalização de Transporte - PRF Perito em Acidente de Trânsito - PRF Especialista em Técnicas Policiais de Fiscalização de Transporte - PRF Cursos de Formação Curso Avançado de Fiscalização de Trânsito - PRF Perito em Acidente de Trânsito - PRF Mauro Palma Rezende Tenente Coronel PM Chefe do Estado Maior e da Segurança Operacional do Comando de PoliciamentoRodoviário FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO Im ag em : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 8 É comum durante o aprendizado de Legislação de Trânsito, termos como um dos primordiais assuntos tratados os documentos de porte obrigatório. Entre eles os principais são: o documento de habilitação e o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo – CRLV. A Resolução nº 061/1998, estabelece que o Certificado de Registro e Licen- ciamento do Veículo - CRLV, conforme modelo anexo à Resolução 16/98 é o Certificado de Licenciamento Anual de que trata o Código de Trânsito Brasi- leiro (CTB). O objetivo da instrução de Legislação de Trânsito da Revitalização 2020 é dar em- basamento técnico para a fiscalização do documento de habilitação e do certifica- do de registro e licenciamento do veículo, quando apresentados no formato digital. Introdução Im ag em : C ai o C h ri st o fo li em P ex el s Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 9 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO O documento de habilitação nada mais é que uma forma genérica de tratar 03 (três) documentos diferentes que têm o mesmo objetivo: atestar a aptidão de um cidadão para conduzir veículos em vias terrestres. Muitos conhecem ape- nas a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas existe também a Permissão para Dirigir (PPD) e a Autorização para Condução de Ciclomotores (ACC), muito embora todos usem o mesmo documen- to físico como suporte documental. Seu porte é obrigatório ao condutor de qualquer veículo, e contém a fotografia, os números dos principais documentos do condutor, o tipo de documento (CNH/PPD ou ACC), sua validade, a categoria de veículos que o portador está autorizado a conduzir, entre outras informações (no campo observações), podendo ser utilizada como documento de identidade no Brasil Documento de habilitação Imagem 01: Carteira Nacional de Habilitação, emitida em 1950 Fonte: Memória Brusque https://www.brusquememoria.com.br/acervo-imagem/1725 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 10 Com o 3º Código Nacional de Trânsito que entrou em vigor em 1966, pela Lei nº 5.108, o modelo da carteira nacional de habilitação não oferecia espaço para fotografia, era obrigatória a apresenta- ção da Carteira de Identidade, e poucos itens de segurança. A regulamentação existente determina- va que a CNH deveria ser renovada, com a realização de novo ‘exame médico’, quando o condutor completasse 40 anos de idade, independente do momento em que obteve o seu documento de habilita- ção, vejamos os exemplos de modelos: Imagem 02 e 03: Carteiras Nacional de Habilitação, emiti- das em 1966 e 1980 Fonte: Bianco Despachante Fonte: BLOG É DA SUA ÉPOCA http://bianco1982despachante.blogspot.com/2012/02/blog-post.html http://edasuaepoca.blogspot.com/2014/01/1980-cnh.html?m=1 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 11 Houve uma pequena alteração do mo- delo da CNH com a entrada em vigor do da Resolução nº 565/1980, que instituiu o Prontuário Geral Único (PGU), que é o número de registro da CNH do modelo antigo emitido entre janeiro de 1981 e setembro de 1994. Pela Resolução CONTRAN nº 734/1989, foi alterado o prazo de renovação da CNH, que se mantém até hoje: renova- ção a cada cinco anos para o público em geral, ou a cada três anos para conduto- res com mais de 65 anos. Imagem 04: Carteira Nacional de Habilitação com PGU Imagem 05: Carteira Nacional de Habilitação, emitida em 1999. Fonte: Detran Roraima Fonte: Slide Curso Policiamento de Trânsito Urbano, CPTRAN/PMESP: 2017 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO https://www.rr.getran.com.br/site/apps/bruto/duvidas-cons-pgu.htm Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 12 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO Em substituição a este modelo, a Reso- lução CONTRAN nº 765/1993 trouxe novo formato, com muitas inovações, incluindo a fotografia e vários itens de segurança e passando a ser aceita como documento de identificação, muito em- bora o modelo antigo continuou em vi- gor até o vencimento das CNH emitidas. Imagem 06: Carteira Nacional de Habilitação, emitida entre 1993 e 2006. Fonte: Fonte: Slide Curso Avançado de Fiscalização de Trânsito, PRF: 2018 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 13 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO Sob a égide do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) passamos para outro modelo de docu- mento de habilitação conforme Resolução CONTRAN nº 192/06, que estabeleceu novo modelo de CNH/PPD/ ACC, que foi emitida até 31 de dezembro de 2016, e portanto, ainda pode haver algumas sendo utilizadas com validade até Dez/21. Imagem 07: Carteira Nacional de Habilitação, emitida entre 2007 e 2016. Fonte: Wikipédia https://pt.wikipedia.org/wiki/Carteira_Nacional_de_Habilita%C3%A7%C3%A3o Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 14 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO O modelo atual de documento de habilitação é o regulamentado pela Resolução CONTRAN nº 598/16, que trouxe várias inovações nos itens de segurança documental, incluindo a partir de maio de 2017, um QRCode3 no verso do documento, para auxiliar ainda mais a comprovação da sua autenticidade. Imagem 08: Carteira Nacional de Habilitação, emitida a partir de 2017. Fonte: Adptado Divulgação / Detran-SP 3Fonte: Código QR (sigla do inglês Quick Response) é um código de barras bidimensional que pode ser facilmente esca- neado usando a maioria dos telefones celulares equipados com câmera. Esse código é convertido em texto (interativo), um endereço URI, um número de telefone, uma localização georreferenciada, um e-mail, um contato ou um SMS. http://www.detran.sp.gov.br/wps/portal/portaldetran/cidadao/noticias/detalhes/5870f247-1a3c-4261-abd6-0a011115a0f5/!ut/p/z1/tZNdb4IwFIZ_yy68JD2lgHhZBb-AEecH0hvTCUg3BXWNbv9-1bgsugxdzHrTNn3P-7RvThFDU8QKvhMLLkVZ8KXax8yaEQOGjSamYJsOBWqTQRh22jgcYhQdBfDLoIDYWT00XaCe1STQesTQgVN9hYBV8yeIITYv5FrmKF6XW8mXSSq3vKjB1zwXCU94WYOilGIu-NvxiC_zVK1Muw6ZbtQ1zMlcM3QLa_w5sTTggNUwOWTmAbFWLii-SR1dy4xVJxYdeGcO7qStHJ5IG7uhDh6cBP0BtLpdW_c72GkBbRhG0Ot7BBrkJKiAxOqS9W8EOD1HIeqe7ps9DJ6Oop1I92hclNuV6oPhHzPo_iT0R-RImGCfEgitOwkX9hcp63Cnff9a46mfIV42G0ZV-5WFTN8lmv5X_ymWvg1awUI9gctcE0VWoulNpevVeLyyyYf2-mTvR1m-WM0Cl5jLnU8fPgEGJQpb/dz/d5/L2dBISEvZ0FBIS9nQSEh/ Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 15 Porém, as inovações tecnológicas não pararam por aí. Com as Resoluções CONTRAN nº 684/17 e 727/17 houve a possibilidade de obtermos o documento de habilitação expedido em meio ele- trônico (CNH-e) e desta forma passou a se considerar como documento original de habilitação a apresentação deste em meio digital, sendo dispensado o porte do documento físico. O formato eletrônico reproduz o documento físico, como se fosse uma cópia digitalizada. Dessa forma também facilitou a produção de fraudes e, para impedir essas ações, além das imagens da frente e do verso do documento, também é apresentado um QR Code com o objetivo de autenticar o documento fiscalizado. FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO Imagem 09: leiaute da Carteira Nacional de Habilitação Digital. Fonte: CNH Digital https://cnhdigitalbrasil.com.br/ Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 16 Em caráter informativo, a Resolução CONTRAN nº 718/17 regulamenta novas especificações para a produção e a expe- dição da CNH. A partirde 01/01/2023 (alteração da Res.747/18) passa a ser no padrão da Con- venção de Viena sobre Trânsito Viário de 1968, conforme o modelo ao lado, e fabricada em poli- carbonato, semelhante a um cartão de crédito. Porém, vamos deixar para tratar do novo mo- delo de habilitação mais próximo da entrada em vigor, considerando a previsão de entrar em vigor apenas em 2023. FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO Imagem 10: modelo da futura Carteira Nacional de Habilitação Digital. Fonte: Slide Curso Avançado de Fiscalização de Trânsito, PRF: 2018 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 17 FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | CERTIFICADO DE REGISTRO E LICENCIAMENTO DO VEÍCULO O Certificado de Registro e Licencia- mento do Veículo (CRLV), também co- nhecido como licenciamento, é de porte obrigatório, garantindo assim o direito de circulação do veículo em vias terres- tres. Todo veículo para transitar na via deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver re- gistrado o veículo. O modelo de CRLV que conhecemos foi regulamentado pela Resolução CON- TRAN nº 016/1998: Certificado de registro e licenciamento do veículo Imagem 11: modelo certificado de registro e licenciamento do veículo. Fonte: Governo do Município de Criciúma /pmc/webroot/upload/ckfinder/files/PROCEDIMENTOS_PARA_O_ALV_DTT.pdf Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 18 Houve uma tentativa de atualização do CRLV, pela Resolução CONTRAN nº 512/2014, porém logo em seguida revogada pela Resolução CONTRAN nº 539/2015, não chegando assim a entrar em vigor. A Lei nº 13.281/2016 acrescentou ao art. 133 do CTB, o parágrafo único, dispensando o porte do CRLV nos casos em que o agente de trânsito, durante a fiscalização, puder obter as informações sobre o licenciamento do veículo por meio de sistema informatizado. É impe- rioso ressaltar que em todas as demais situações, o porte do CRLV continua obrigatório. Essa inovação legal de pronto já trouxe alguns problemas à fiscalização, por exemplo, para aplicação do § 2º do art. 270 do CTB, que determina a liberação do veículo após aplicação da medida administrativa de retenção, quando sem a possibilidade de regularização no local para condutor devidamente habilitado, desde que o veículo apresente condi- ções de segurança para circular e com o recolhimento do CRLV, mediante recibo, com prazo para apresentação do veículo regularizado. Com o advento da Resolução CONTRAN nº 720/2017, passou a ser permitido não somente o CRLV em meio físico, mas também em formato digital, a exemplo da CNH-e. Assim, o CRLV-e passou também a ser permitido, sendo que sua fiscalização deve se dar pelo aplicativo padrão criado pelo DENATRAN. Por fim, cabe apresentar também as ino- vações trazidas pela Deliberação CON- TRAN nº 180/2019, que além de alterar o modelo do CRLV, deu fim à sua versão impressa em papel moeda, que só poderá ser emitida para o exercício 2020. Após, somente o novo modelo em formato digital será expedido. Cabe lembrar que este novo modelo de CRLV pode ser apresentado em meio ele- trônico através do aplicativo (Carteira Digital de Trânsito) ou impressa em papel comum, modelo A4, pelo próprio proprietário. FISCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE PORTE OBRIGATÓRIO | CERTIFICADO DE REGISTRO E LICENCIAMENTO DO VEÍCULO 4Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual. Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momento da fiscalização, for possível ter acesso ao devido sis- tema informatizado para verificar se o veículo está licenciado. Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 19 Como já citado, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou, no Diário Oficial da União (DOU) do dia 31 de dezembro de 2019, a Deliberação CONTRAN Nº 180/2019, que trata da emissão do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo em meio ele- trônico (CRLV/CLA digital). O CRLV/CLA Digital é a versão eletrô- nica do documento do veículo. Está disponível, juntamente à CNH Digital, no aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT), que reúne os dois documentos de porte obrigatório. A partir de junho de 2020, o CRLV-e, como também é chamado, será expedi- do obrigatoriamente, em substituição ao CRLV/CLA em documento físico, na forma estabelecida pelo Departamen- to Nacional de Trânsito (Denatran). Facultada a antecipação, o que de fato aconteceu em vários Estados e inclusive em Santa Catarina devido a pandemia do COVID-19. A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E Im ag em : F re ep ik Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 20 A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E O proprietário do veículo não receberá mais a versão impressa e poderá fazer a cópia – em papel – do documento do carro digital com o Quick Response Code (QRCode) gerado pelo Denatran. Assim, o código de segurança impresso (em papel comum) no certificado poderá ser verificado pelas autoridades mesmo na ausência de um telefone. A versão eletrônica do CRLV/CLA traz todas as informações do documento impresso e tem a mesma validade jurídi- ca do CRLV/CLA físico. Para ter acesso à versão digital, o proprietário deve fazer o download gratuito do aplicativo CDT, disponível no Google Play e App Store, preenchendo os dados do usuário, Rena- vam e o código de segurança impresso no documento físico. O veículo deve estar com a documentação em dia. O CRLV/CLA digital poderá ser acessado pelo dispositivo móvel, mesmo sem aces- so à internet, e poderá ser compartilhado com até cinco pessoas. Também é pos- sível ter mais de um CRLV eletrônico no mesmo smartphone. O CRLV/CLA Digital estará vinculado ao celular informado no cadastro de usuário e, para ser adiciona- do, exige a confirmação de dados que só o proprietário do veículo possui. No entanto, é possível que o documento em arquivo formato “PDF” com QR Code e assinatura digital seja exportado e compartilhado para outra pessoa que utiliza o mesmo veículo, desde que ela já tenha instalado, em seu dispositivo móvel, o aplicativo CDT. A pessoa a quem o proprietário enviou o CRLV/CLA digital não consegue exportar ou compartilhar o documento, mas pode apresentá-lo às autoridades de trânsito, pois o documento eletrônico possui todos os requisitos de segurança de vali- dade da original. A nova funcionalidade evita a obriga- toriedade da retirada presencial do documento impresso em uma Ciretran ou despachante, pois o proprietário pode compartilhar o documento com quem efetivamente vai conduzir o veículo. Também é possível a impressão do CRLV/CLA em uma folha de papel A4 comum, nesse caso a autenticidade do documento, será aferida pela fiscalização por meio da leitura do QRCode. O CRLV/CLA em meio físico com modelo previsto na Resolução CONTRAN nº 16, de 06 de fevereiro de 1998, com a alte- ração dada pela Resolução CONTRAN https://servicos.serpro.gov.br/carteira-digital/ Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 21 A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E nº 775, de 28 de março de 2019, como já citado, ainda poderá ser utilizado para o licenciamento de veículos para o exercí- cio 2020. O documento digital do usuário está protegido por uma senha de acesso de quatro dígitos, exigida para o login na Carteira Digital de Trânsito. O acesso ao aplicativo pode ser feito também com a impressão digital do usuário nos dispo- sitivos móveis que já possuam leitor por biometria. A autenticidade do documento é garan- tida pelo QR Code, que pode ser lido para verificar se há alguma falsificação no documento durante uma fiscalização de trânsito. O procedimento de obtenção do CRLV/CLA e da CNH Digital é100% online, não sendo necessário o compareci- mento do proprietário ao Detran. Imagem 12: Instruções para obter o CRLV Digital Fonte: Detran-SC http://www.detran.sc.gov.br/informacoes/veiculos/crlv-digital Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 22 A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Aplicação da medida administrativa: Recolhimento do Certificado de Registro e Licenciamento Anual (CLA/CRLV) O Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito estabelece que o recolhimento do Certificado de Registro e Licencia- mento do Veículo consiste em recolher, mediante recibo, o documento que certifica o licenciamento do veículo com o objetivo de garantir que o proprietário promova a regularização da infração constatada. No Código de Trânsito Brasileiro (CTB) há apenas uma (01) infração que prevê o recolhimento do documento de licencia- mento, que é a prevista no art. 240: “Dei- xar o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperável ou definitivamente desmontado”. Porém, além do previsto no artigo 240 do CTB, que não é aplicável pelo Policial Militar no ato da fiscalização, o CTB prevê esta medida administrativa para todos os casos de retenção de veículos. Pois o art. 270 do CTB que trata da re- tenção de veículos prevê que: Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código. § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação. § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, desde que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser liberado e entre- gue a condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra apre- sentação de recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a situação, para o que se considerará, desde logo, notificado. (grifo meu) Verifica-se que legalmente, o veículo retido DEVE ser liberado sempre que a infração for sanada imediatamente no local. Analisando as infrações de trânsito per- cebemos que se apresentam 37 (trinta Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 23 e sete) infrações em que há previsão da adoção de medida administrativa de RETENÇÃO do veículo. Porém, há casos em que a retenção se dá pela falta de condutor devidamente habilitado, que são 08 (oito) situações referentes aos artigos 162 I ao VI, 165 e 165 A. No caso do artigo 232 (se o documento não portado for a habilitação do condu- tor), a apresentação de condutor regular- mente habilitado sana a irregularidade e o Policial Militar deve liberar o veículo (§ 1º do art. 270 do CTB). Nas demais infrações, que somam 30 (trinta), algumas podem ser facilmente sanadas - até automaticamente - com a abordagem do Policial Militar. Vejam como exemplo as infrações do quadro da próxima página: Fo n te : P M SC 2 0 2 0 A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 24 ARTIGO TIPIFICAÇÃO SANEAMENTO 170 Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos. Na abordagem. 167 Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65. Basta colocar o cinto. Obs.: se não possuir ou não estiver funcionando cabe outra infração 223 Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma a per- turbar a visão de outro condutor. No caso do facho de luz alta basta desligar. 228 Usar no veículo equipamento com som em volume ou frequência que não se- jam autorizados pelo CONTRAN. Basta desligar o som ou diminuir o volume. 230 XVII Com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legislação. Basta abri-las. 230 XIX Sem acionar o limpador de para-brisa sob chuva. Basta acionar. Obs.: se não possuir ou não estiver funcionando cabe outra infração Quadro 01: Exemplos de infrações. Fonte: O autor (2020). A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 25 Nestas e outras situações, fica claro que o saneamento da irregularidade, nos casos de RETENÇÃO, implica na LIBE- RAÇÃO imediata do veículo. Porém, o que preocupa e nos causa dú- vida é a situação em que a irregularidade não pode ser sanada no local, exemplos comuns: • veículo com suspensão alterada sem a devida regularização, • sistema de iluminação alterado tam- bém sem regularização, • descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou inoperante. Nestes e em outros casos há necessi- dade de conduzir o veículo a um local apropriado para sanar a irregularidade, e como já citado no § 2º do art. 270, há requisitos previstos, que se atendidos o veículo DEVE ser liberado, são estas 03 (três) situações concomitantes: 1. Ter condições de segurança para circulação; 2. Ser entregue a condutor regularmente habilitado; 3. Mediante recolhimento do CRLV/CLA, oportunizando prazo ao condutor para regularizar a infração constatada, recolhimento este mediante recibo. Nos casos em que o condutor não demonstre interesse em sanar a irregularidade: Havendo comprometimento da se- gurança do trânsito e/ou no caso do condutor sinalizar que não regulari- zará a situação, a retenção do veículo poderá ser transferida para local mais adequado ou para o depósito do órgão ou entidade de trânsito.” (Resolução nº 561/2015, item 8.1) (grifo meu) A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 26 Ou do não cumprimento de algum dos requisitos supracitados deve ser aplicada a medida administrativa de REMOÇÃO, removendo o veículo ao depósito contrata- do, através do serviço de guincho licitado. A previsão legal para tais situações estão nos parágrafos 4º e 7º do art. 270, do CTB: § 4º Não se apresentando condutor ha- bilitado no local da infração, o veículo será removido a depósito, aplicando-se neste caso o disposto no art. 271. [...] § 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2o resultará em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. Dos requisitos apontados a segurança para circulação e o condutor regu- larmente habilitado, dependerão da situação pontualmente enfrentada pelo Policial Militar. Porém, com relação ao recolhimento do CRLV/CLA, devido a uma alteração legislativa devemos ob- servar algumas situações às quais cabem outros esclarecimentos. O documento que comprova o licencia- mento é o Certificado de Licenciamento Anual (CRLV/CLA), que é de porte obrigatório, porém a Lei 13.281/2016, que alterou o CTB, inovou a fiscalização de trânsito quando acrescentou o Pa- rágrafo Único ao Art. 133 do CTB, qual seja e cito todo o artigo para melhor compreensão: Art. 133. É obrigatório o porte do Cer- tificado de Licenciamento Anual. Parágrafo único. O porte será dispen- sado quando, no momento da fiscali- zação, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para verificar se o veículo está licenciado. Pela nova redação do artigo, acrescida do parágrafo único, o porte do Certificado de Licenciamento Anual (CRLV/CLA) con- tinua obrigatório, porém se no momento da fiscalização o agente de trânsito tiver acesso fisicamente ou via comunicação à distância, com sistema informatizado que permita verificar se o veículo está licen- ciado, não estará incorrendo na infração prevista no Art. 232, do CTB. Se o condutor não porta o CRLV/CLA e o Policial Militar verifica através do sistema informatizado que o mesmo está com o licenciamento em dia, e houver outra infração que preveja a retenção do A FISCALIZAÇÃO DOCRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 27 veículo, fica a dúvida de como aplicar o §2º do Art. 270, por falta do documento necessário, considerando que um dos requisitos para este benefício é o recolhi- mento do CRLV/CLA: Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código. [...] § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo poderá ser retirado por condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra recibo, assinalando-se ao con- dutor prazo para sua regularização, para o que se considerará, desde logo, notificado.(grifo meu) Como a partir da adoção do CRLV/CLA digital, ou na forma impressa em papel comum, não há mais como se reter o documento físico para aplicação do pre- visto no § 2º do art. 270 do CTB, e como não se deve imputar ao condutor/pro- prietário o problema da falta de amparo legal para procedimentos de fiscalização, deve o Policial Militar abrigar-se nos princípios constitucionais que garantem o direito ao cidadão. A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Fo n te : j co m p e m F re ep ik Fo n te : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 28 5§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo de transporte coletivo trans- portando passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições de segu- rança para circulação em via pública. Neste caso, estando o veículo devida- mente licenciado, porém não sendo apresentado o documento físico para recolhimento, o Policial Militar deverá, via PMSC Mobile, proceder a lavratura de Recibo de Recolhimento de Docu- mento de Trânsito (RRDT). Este procedimento deve ser feito, mesmo sem a possibilidade de recolhi- mento do documento físico, pois este procedimento será encaminhado ao SADE e ficará registrado a aplicação da medida administrativa e o prazo para sua regularização. Isto posto, os Policiais Militares devem também observar o §5º do Art. 2705, não realizando a imediata retenção de veículos de transporte coletivo que estiver trans- portando passageiros, veículos transpor- tando produto perigoso ou perecível. Nestes casos verificar a medida mais apropriada para o momento, conside- rando o local, horário e demais situações pontuais, devendo sempre tais medidas serem anotadas nos campos próprios do AIT e comunicadas e registradas na ocorrência via CRE. Orienta-se também, que conforme os preceitos do Estatuto da Criança e Ado- lescente, Estatuto do Idoso e Estatuto da Pessoa com Deficiência, não se dará a retenção de veículos transportando crianças, idosos ou pessoas que apresen- tem alguma deficiência de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, devendo o Policial Militar atuar com o bom senso necessário e possível a situação. Frise-se que a aplicação do § 5º do art. 270, enseja na NÃO APLICAÇÃO DA RETENÇÃO, e neste caso não se aplica nenhuma medida administrativa aces- sória, seja recolhimento do CRLV/CLA, A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 29 transbordo de carga ou remoção, e, por- tanto, não cabe a lavratura de RRDT. Ainda não há a integração automatizada, ou seja, ao preencher o RDDT, o sistema o reconheceria automaticamente o recolhimento do CRLV/CLA e efetuaria a transmissão desta informação para o cadastro do veículo, o que causaria a inclusão de uma restrição administrativa, que impediria o seu licenciamento. Ainda não há padronização pela Polícia Militar, mas o procedimento seria a se- ção de trânsito ou equivalente da OPM depois de vencido o prazo assinalado no RRDT e não havendo a apresentação do veículo regularizado, lavrar um auto de infração de trânsito pela infração do Art. 1956 do CTB informando a data e hora do prazo findo (ou seja, a infração se dará na data e hora em que expirou o prazo para apresentação do veículo regulari- zado) e o local será o determinado para a apresentação (nos mesmos moldes da infração lavrada com base no § 8º do art. 257 do CTB). Para justificar a aplicação desta penalida- de ao condutor, usamos como base uma consulta realizada pela Polícia Rodoviária Federal ao CONTRAN, da qual foi emitida uma Nota Técnica nº 33/2018/CTEL/ CONTRAN de lavra do especialista e ex-diretor do DENATRAN Jerry Adriane Dias Rodrigues que conclui ser aplicável a infração prevista no art. 195, do CTB, no caso em tela, como inicialmente previa o MBFT, em seu volume I, aprovado pela Resolução CONTRAN nº 371/2010. A lavratura do AIT por infração ao art. 195 poderá continuar mesmo após a implantação da transmissão da informa- ção do recolhimento do documento de forma automática (via sistema), devendo a seção de trânsito ou responsável per- manecer atento ao prazo estipulado para reapresentação do veículo regularizado, situação esta, que também poderia ser automatizada com a emissão do auto de infração, através da melhoria do próprio sistema RRDT do PMSC Mobile. Independentemente da lavratura ou não da infração ao art. 195 do CTB, deverá ser providenciada a comunicação ao DETRAN/CIRETRAN, via ofício, a não apresentação do veículo regularizado, solicitando a inclusão da restrição no cadastro do veículo, pode ou não haver 6Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou de seus agentes: Infração - grave; Penalidade - multa. A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 30 A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA encaminhamento do documento físico em anexo, contendo as informações do documento recolhido física ou vir- tualmente e o respectivo protocolo do SADE. Este encaminhamento deverá ser feito via SGPe. Uma observação importante é que como a legislação não fez uma previsão para o prazo de apresentação do veículo com a irregularidade saneada, pode-se adotar por analogia o prazo mínimo do recolhi- mento da CNH/PPD/ACC de 05 (cinco) dias úteis, o que a critério do Policial Mili- tar pode ser antecipado ou dilatado, ob- servando-se a infração apurada, o local, meios e condições do condutor promover a regularização do veículo. Fo n te : F re e- P h o to s em P ix ab ay Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 31 Conclusão Com as alterações legislativas e a im- plantação do CRLV/CLA digital, torna-se imprescindível a consulta ao sistema informatizado. Cabe lembrar que a apre- sentação de documento impresso em papel comum ou no próprio smartphone do condutor não obsta a necessidade de se utilizar o app FISCALIZAÇÃO DENA- TRAN para verificar a autenticidade do documento. Como esta alteração também está resolvida, finalmente a situação do veículo com débitos quitados, nos casos em que seu proprietário não realizou a impressão do documento original no DETRAN/CIRETRAN ou despachante, pois com a nova sistemática do CLRVe, o licenciamento se dá sem a necessidade de impressão do documento. Deve ficar claro também ao Policial Militar que os casos a que estamos no referindo são os casos de infrações que preveem a medida administrativa de RETENÇÃO. Fo n te : P M SC 2 0 2 0 A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | CONCLUSÃO Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 32 Já quando a medida prevista a ser aplica- da for de REMOÇÃO, deve-se observar duas questões, a primeira relacionada aos casos em que a irregularidade do veículo é sanada de imediato, não há aplicação de medida administrativa e o veículo deve ser liberado imediatamente.A segunda questão vincula-se aos demais casos em que seja prevista a REMOÇÃO, alertando-se que nestes casos, NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL DE RECOLHIMENTO DO CRLV/CLA. No caso da infração do Art. 230 VI - Conduzir o veículo com qualquer uma das placas de identificação sem condições de legibilidade e visibilida- de, a previsão de medida administra- tiva é remoção: 1. Caso a visibilidade esteja prejudi- ca por sujeira, o condutor limpa e o veículo DEVE ser liberado. 2. Caso esteja com o para-choque ocultando a placa e esta situação não poderá ser sanada no local, pois necessita remoção do equi- pamento, etc., deve ser aplicada imediatamente a REMOÇÃO, pois neste caso não há previsão do recolhimento do CRLV/CLA para posterior apresentação. Portanto, observar com atenção a me- dida administrativa prevista e aplicá-la dentro da legalidade. Para deixar prá- tico e operacional este parecer, elenco algumas situações de como deve agir o Policial Militar a seguir: A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | CONCLUSÃO EXEMPLO Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 33 Situação 1 Veículo abordado, condutor apresenta CRLV/CLA físico e/ ou digital vencido. Consultado o sistema, o mesmo consta licenciamento anterior ao legalmente previsto, indepen- dentemente de constar ou não débitos no campo próprio do sistema, adotar também as medidas previstas para outras infrações, se for o caso: • Autuar no Art. 230, V; • Remoção do veículo ao depósito. Exemplos de situações A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Fo n te : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 34 Situação 2 Situação 3 Veículo abordado, condutor não porta CRLV/CLA físico e apresenta ou não o digital. Ao consultar o sistema é verificado que o mesmo consta como licenciamento vencido. Inde- pendentemente de constar ou não débitos, adotar também as medidas previstas para outras infrações: • Autuar no Art. 230, V; • Remoção do veículo ao depósito. Veículo abordado, condutor não porta CRLV/CLA em qualquer formato (físico, digital ou papel impresso), consultado o sistema o mesmo consta licenciamento em dia, e não há outra infração, (se houver autuar) que seja apli- cável a medida administrativa de retenção ou remoção: • Liberar o veículo. A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Fo n te : K at h ar in e Sp ar ro w e m C re at iv e C o m m o n s C C Fo n te : A rt e d e Fr ee p ik s o b re Im ag m d e D et ra n Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 35 Situação 4 Veículo abordado, condutor não porta CRLV/CLA, em qualquer formato (físico, digital ou papel impresso), consultado o sistema consta licenciamento em dia, e há outra infração que seja apli- cável a medida administrativa de retenção: • Autuar na infração constatada; Lavrar RRDT (CRLVe) no PMSC Mobile: Recibo de Recolhimen- to de Documento de Trânsito, com prazo para apresentação do veículo regularizado. 1. Se houver a apresentação do veículo regularizado, dar baixa no SADE, 2. Caso não apresente, autuar no art. 195, do CTB (se for procedimento da OPM), e fazer a comunicação ao DETRAN/CIRETRAN para inclusão da restrição no pron- tuário do veículo, mesmo sem anexar o documento físico, anotando a motivação (p.ex.: apresentou CRLVe). A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Fo n te : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 36 Situação 5 Veículo abordado, condutor porta CRLVe ou CRLV impresso em folha A4, feita a leitura do QRCode consta licenciamento em dia, e há outra infração que seja aplicável a medida adminis- trativa de retenção: • Autuar na infração constatada; • Lavrar RRDT (CRLVe) no PMSC Mobile: Recibo de Re- colhimento de Documento de Trânsito, com prazo para apre- sentação do veículo regulariza- do. Se apresentar regularizado dar baixa no SADE, caso não apresente, autuar no art. 195, do CTB (se for procedimento da OPM), e fazer a comunica- ção ao DETRAN/CIRETRAN para inclusão da restrição no prontuário do veículo, mesmo sem anexar o documento físi- co, anotando a motivação. Obs: Não deverá ser procedido o recolhimento da folha impressa, tampouco do smartphone. A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Fo n te : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 37 Situação 6 Veículo abordado, condutor não porta CRLV/CLA, em qualquer formato (físico, digital ou papel impresso), e não é possível con- sultar o sistema informatizado, e há outra infração que preveja a retenção do veículo: • Autuar na infração constatada; • Art. 270, §7º, do CTB, trans- forma retenção em remoção do veículo ao depósito. Obs: Ao conseguir acesso ao sistema, verificar o exercício de licenciamento e em caso de irregularidade lavrar a infração do Art. 230, V, ou se o licencia- mento estiver em dia, lavrar a autuação do Art. 232. A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Fo n te : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 38 Situação 7 Veículo abordado, condutor não porta CRLV/CLA, em qualquer formato (físico, digital ou papel impresso), e não é possível con- sultar o sistema informatizado, e não há outra infração que de- termine a retenção do veículo: • Reter o veículo até que seja apresentado o CLA, ou seja, possível acesso ao sistema. Obs: Ao acessar o sistema ou com a apresentação do CRLV/ CLA, adotar as medidas cabíveis (autuação com base no Art. 230, V ou Art. 232). A FISCALIZAÇÃO DO CRLV-E | EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Fo n te : P M SC 2 0 2 0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 39 Sobre a lavratura da infração ao art. 195 do CTB, no caso de não apresentação do veículo com a irregularidade saneada, confor- me determinado pelo Policial Militar, não há padronização de atuação por parte da Polícia Militar, algumas OPM adotam este procedimentos, outras não, cito como exemplo a Polícia Rodoviária Federal que adota este procedimento conforme a Portaria Normativa nº 152, de 10 de fevereiro de 2017, subscrita pelo Diretor Geral da PRF. Em sua obra Código de trân- sito brasileiro comentado e legislação complementar7, o autor Ordeli Savedra Gomes, na pág. 196, corrobora com o entendimento de que é aplicável a infração nesta situação Neste caso o Policial Militar deve citar no campo de observações “Não apresentou o veículo regu- larizado para vistoria, dentro do prazo fixado pelo agente de trân- sito (§ 2º do art. 270 do CTB)”. A ficha da infração do art. 195 do CTB, no Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito (MBFT) prevê que para caracterização da infração administrativa prevista no art. 195 são necessários 3 pressupostos: 1. seja relativa a normatização do trânsito em geral; 7GOMES, 2019 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS 2. que seja emanada da autorida- de de trânsito ou de seu agente; 3. participação em qualquer si- tuação de trânsito, em sentido amplo. No caso em tela verifica-se que apresentam-se os três requisitos satisfeitos, senão vejamos, a norma de trânsito: § 2º do art. 270 c/c com art. 195 do CTB, o prazo para apre- sentação do veículo foi emanado pelo agente de trânsito, consignado em recibo, subscrito pelo condu- tor do veículo no momento da abordagem, retenção e posterior liberação, que somente se dá com este compromisso do condutor, pois caso este não demonstre inte- resse em regularizar o veículo, este deverá ser removido de imediato, e toda esta argumentação, mais do que justifica que trata-se de uma participação em sentido amplo de uma situação de trânsito. Além disto o MBFT reforça que a ordem pode ser verbal, escrita,bem como através de gestos e sinais sonoros. Uma importante determinação da Deliberação do CONTRAN nº 180/2020, é que em viagens internacionais com veículo registrado no Brasil, o condutor deverá portar o CRLV impresso, no modelo da Resolução nº 016/1998, caso ainda possua dentro da validade, ou no novo modelo impresso em papel A4, CONSIDERAÇÕES FINAIS 41 O documento CRLV/CLA impres- so em papel moeda, nos moldes da Resolução CONTRAN nº 016/98 só poderia ser impresso para o exercício de licenciamento anual deste ano (2020), porém após a adoção das medidas re- ferentes à pandemia de corona vírus, este procedimento foi an- tecipado e não teremos mais este documento impresso pelo órgão executivo de trânsito dos Estado e DF, sendo que passaremos a fiscalizar o documento, apresen- tado digitalmente no smartphone ou impresso em papel A4, pelo próprio proprietário, conforme modelo da próxima página: 42 Fonte: Ministério da Infraestrutura https://infraestrutura.gov.br/images/Deliberacoes/deliberacao1802019.pdf Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 43 Considerando as regulamentações trazidas pela Resolução nº 598, de 24 de maio de 2016, esta alterada pelas Re- soluções nº 684/2017 e 727/2018, bem como na Portaria nº 1.657, de 27 de de- zembro de 2018, passou a ser possível a emissão da Carteira Nacional de Habi- litação (CNH), bem como da Permissão para Dirigir (PPD) e da Autorização para Condução de Ciclomotores (ACC), em meio eletrônico, este documento digital foi denominado CNH Digital. O condutor habilitado que desejar portar a CNH Digital deverá baixar o aplicativo Carteira Digital de Trânsito na Play Store e pela App Store. O documento de habilitação continua sendo de porte obrigatório, garantindo assim o direito do titular de conduzir veículos em vias terrestres, na categoria de veículo permitida, pela validade especificada, dentro das condições e dos cursos obrigatórios elencados no campo observações, a inovação é a pos- sibilidade de apresentar o documento através do aplicativo disponibilizado pelo DENATRAN. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL Im ag em : G er d A lt m an n e m P ix ab ay Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 44 FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL A CNH Digital armazena todas as infor- mações da carteira impressa, garantin- do a autenticidade do documento. Pra- ticidade, segurança e comodidade para o condutor são algumas das vantagens da versão digital, cujo valor jurídico é o mesmo do documento impresso. A CNH Digital só pode ser gerada para quem tem a última versão da CNH im- pressa, que conta com um QR Code na parte interna. O código está disponível nos documentos de habilitação emiti- dos a partir de 02 de maio de 2017. Antes de baixar o aplicativo, o condutor deve ter um número de celular e um endereço de e-mail cadastrado na base do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Para isso, as opções são as seguintes: cadastrá-las diretamente pelo site do Detran/SC ou dirigir-se à Ciretran ou ao CFC de seu município para atualizar o número de celular e o endereço de e-mail, e após realizar um cadastro no Portal de Serviços do Denatran; ou, ainda, para quem possui certificação digital, comunicar todos os dados diretamente no Portal do Denatran. O diagrama abaixo exemplifica o processo: Fonte: Detran-SC http://www.detran.sc.gov.br/informacoes/cnh-habilitacao/cnh-digital Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 45 A versão impressa continuará sendo emitida normalmente, mas o condutor poderá dirigir apenas com a CNH Digital. Nesse caso, deverá atentar para o funcio- namento de seu smartphone, já que, para efeitos de fiscalização, se o aparelho es- tiver descarregado ou com defeito, será considerado que a CNH não está sendo portada, cabendo a autuação pelo artigo 232 (conduzir veículo sem os documen- tos de porte obrigatório), uma infração leve que prevê multa de R$ 88,38, três pontos na CNH e retenção do veículo até a apresentação do documento. A CNH Digital é acessível off-line, sem necessidade de conexão wi-fi ou dados móveis habilitados. A CNH Digital constitui a versão eletrô- nica da Carteira Nacional de Habilitação e possui o mesmo valor jurídico do do- cumento impresso, portanto o condutor ao ser abordado em uma fiscalização de trânsito, ou em qualquer outra situação na qual o Policial Militar requisite a apresentação do documento de habilita- ção, este poderá ser exibido no aparelho de telefone móvel cadastrado pelo con- dutor, não há possibilidade de impressão do documento de habilitação, como no caso do CRLVe. A CNH Digital tem o mesmo layout do documento físico, em frente e verso, apresentando todas as informações contidas no modelo impresso da CNH, a autenticidade da CNH Digital poderá ser verificada através do aplicativo VIO, ou pelo aplicativo FISCALIZAÇÂO DENATRAN (disponível apenas para agentes de segurança pública, e pode ser solicitado via canais competentes ao INOVA PMSC) disponibilizado gra- tuitamente pelo SERPRO, disponível para aparelhos smartphones no Google Play e na App Store, ou através de consulta direta aos sistemas informa- tizados, no caso de Santa Catarina, o DetranNet. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 46 Por intermédio da Resolução CON- TRAN nº 598, de 24 de maio de 2016 e suas alterações, passou a ser obrigatória a inserção de código de barras bidimen- sional (Quick Response Code – QR Code) nas respectivas CNH’s a fim de possibi- litar a conexão direta do documento ao sistema RENACH, sem necessidade de digitação das informações do condutor pelo agente de trânsito para este acesso. De forma sucinta, o Quick Response Code, popularmente conhecido simplesmente por QR Code, é um código de barras bidimensional que pode ser digitalizado pela maioria dos aparelhos celulares que possuam câmera fotográfica ou mesmo por aplicativos específicos, como é o caso do QR Code utilizado na CNH. Esse código, após a decodificação, passa a ser um trecho de texto ou mesmo um link que irá redirecionar o acesso ao conteúdo disponibilizado de forma online na rede mundial de computadores. A vantagem deste tipo de codificação é o seu layout visual, que permite o arma- zenamento de uma quantidade signifi- cativa de caracteres e facilita o acesso à informação, bem como a sua inserção em documentos, textos impressos, entre outros, com a segurança de que as infor- mações inseridas não estejam corrom- pidas quando forem acessadas como, por exemplo, um endereço eletrônico faltando caracteres, o que impede o seu acesso pelo usuário. Por sua vez, o aplicativo utilizado como interface de acesso à versão eletrônica da CNH, permite visualizar a frente e o verso da respectiva CNH, bem como o QR Code personalizado para o condutor; além de exportar e compartilhar, quando disponível acesso à internet, o arquivo da CNH (por e-mail e até pelo aplicativo WhatsApp) para que seja utilizado em qualquer situação que se exija um docu- mento autenticado. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 47 O acesso ao referido aplicativo e suas informações poderá ocorrer ainda que não haja conexão com a internet (acesso off-line). Tal acesso, inclusive, não coloca em risco a segurança dos dados, uma vez que o aplicativo serve tão somente como plataforma de consulta dos dados da CNH, mas as autoridades e agentes de trânsito permanecerão verificando as informações apresentadas junto aos sistemas internos de controle (Sistemas RENAVAM, RENACH, etc..), através do DetranNet,ou até mesmo pelo aplicati- vo FISCALIZAÇÃO DENATRAN. Resumindo, o agente de trânsito, no momento da abordagem do condutor, lançará mão do aplicativo FISCALI- ZAÇÃO DENATRAN, que por meio de acesso on-line, possibilita o acesso direto às informações disponíveis nos sistemas internos de controle (Sistemas RENAVAM, RENACH, etc..) ou se utili- zará, via CRE, dos acessos já utilizados para a verificação da autenticidade do documento e/ou confirmação das infor- mações apresentadas. Decorrente das dúvidas apresentadas pelos Policiais Militares foi realizada uma consulta oficial ao DENATRAN que prestou seus esclarecimentos através da Nota Técnica nº 1002/2017/CGIJF/DE- NATRAN/SE-MCIDADES, em Processo nº 08650.024504/2017-29, do qual tam- bém é interessada a Polícia Rodoviária Federal. De forma resumida e buscando dar praticidade a instrução, procuraremos descrever a atuação do Policial Militar quando da abordagem de um veículo no qual o condutor apresente a CNH Digi- tal, ao invés do documento físico. Quando o condutor relatar ao Policial Militar que possui a CNH Digital deve- rá ser possibilitado a este que abra o aplicativo correspondente no telefone móvel do condutor, e que deve ter sido previamente cadastrado junto ao órgão executivo de trânsito do Estado (DETRAN). Orienta-se que o agente de fiscalização deve, sempre que for possível, evitar ter contato com o aparelho (resguardando- -se para o caso de queda ou qualquer outro evento que possa causar dano ao bem alheio). FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 48 Caso o Policial Militar tenha o FISCALIZAÇÃO DENATRAN instalado em seu smartphone, pode fazer uso deste aplicativo para ler o QR Code da CNH Digi- tal confirmando as informações nela contidas, que são as de praxe quando da verificação da CNH impressa oficialmente. Deste modo, o agente de trân- sito no momento da abordagem do condutor, deverá digitalizar o QR Code apresentado, que por sua vez promoverá a consulta automática nos bancos de dados do sistema interno de controle (RENACH) a fim de possibilitar a verificação da existência de alguma restrição administrativa ativa no prontuário do condutor. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL Fo n te : G o o gl e P la y Fo n te : G o o gl e P la y https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.serpro.denatran.fiscalizacaodenatran&hl=pt https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.serpro.denatran.fiscalizacaodenatran&hl=pt Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 49 Deve-se atentar que o aplicativo FIS- CALIZAÇÃO DENATRAN depende de acesso online para consulta aos dados do condutor, bem como, para consulta de eventuais autuações e demais restrições administrativas, exatamente nos moldes da atual sistemática adotada, garantindo que as atualizações inseridas pelos DETRAN’s sejam divulgadas a todos os integrantes do Sistema Nacional de Trânsito o mais breve possível. Se não possuir o aplicativo ou não for possível o acesso on-line ao sistema, deverá ser realizado contato via CRE para acesso via sistema DetranNet, a fim de confirmar as informações da CNH Digital. Caso não seja verificado, no veículo abordado nenhuma infração de trânsi- to ou esta infração não ensejar a apli- cação da medida administrativa pre- vista no art. 269, III, os procedimentos serão os normalmente já adotados pelos agentes de trânsito, em confor- midade com os Manuais Brasileiros de Fiscalização de Trânsito. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL Fo n te : G o o gl e P la y https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.serpro.denatran.fiscalizacaodenatran&hl=pt Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 50 Aplicação da medida administrativa: Recolhimento do Documento de Habilitação São dezenove as infrações que preveem as medidas administrativas de recolhi- mento do documento de habilitação. O Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito (MBFT) estabelece que o reco- lhimento do documento de habilitação tem por objetivo imediato impedir a condução de veículos nas vias públicas enquanto perdurar a irregularidade constatada, e deve ser efetuado median- te recibo, sendo que uma das vias será entregue, obrigatoriamente, ao condutor e o documento ficará sob custódia do ór- gão ou entidade de trânsito responsável pela autuação até que o condutor com- prove que a irregularidade foi sanada. Sanada a irregularidade, a restituição do documento de habilitação se dará sem qualquer outra exigência. O recibo expedido pelo agente não autoriza a condução do veículo, o docu- mento de habilitação deverá ser enca- minhado ao órgão executivo de trânsito responsável pelo seu registro. Caso o condutor não compareça ao órgão ou entidade de trânsito responsá- vel pela autuação em até 5 (cinco) dias da data do cometimento da infração, o documento será encaminhado ao órgão executivo de trânsito responsável pelo seu registro. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Fo n te : A rt e d e Fr ee p ik s o b re Im ag m d e D et ra n FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 51 Com relação às 19 infrações que deter- minam o recolhimento da CNH/PPD/ ACC, e considerando que devemos cum- prir o determinado no MBFT e restituir o documento assim que sanada a irregula- ridade, temos uma situação fatídica que resulta no seguinte cenário: 1. O documento de habilitação somente será efetivamente recolhido em caso de infração penal (documento falso ou falsificado); e 2. Em apenas 05 (cinco) infrações de trânsito, considerando que as demais infrações o saneamento da irregulari- dade é automático, pois com a abor- dagem cessa a conduta infracional, as cinco infrações que causam o recolhi- mento são as infrações aos seguintes artigos do CTB: 162 II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir; 162 V - com validade da Carteira Na- cional de Habilitação vencida há mais de trinta dias; (devendo o prazo tam- bém ser entendido para PPD e ACC) 165 - Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psi- coativa que determine dependência; 165 A - Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substân- cia psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277; 244 I - Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor, sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 52 Nos casos em que há previsão de reco- lhimento do documento de habilitação, sendo este apresentado em modelo físico em papel moeda, deverão ser realizados os procedimentos até então adotados normalmente, porém em si- tuação de apresentação do CNH Digital, fica impossibilitado o recolhimento do documento, e é justamente nestes casos que afloram as dúvidas. Em resposta ao questionamento sobre a atuação do agente de trânsito nestes casos o DENATRAN respondeu da se- guinte forma, verbo ad verbum: 5. No que concerne ao questionamento apresentado nas alíneas “a” e “b”, esclarecemos que as providências sistêmicas estão sendo adotadas por este DENATRAN a fim de que seja possível ao agente de trânsito inserir a restrição administrativa de“CNH Retida” junto ao Sistema RENACH em tempo real, no momento da aborda- gem ao condutor. 6. Já em relação ao questionamento da alínea “c”, esclarecemos que o aplica- tivo de consulta da versão eletrônica encontra-se em constante atualiza- ção, sendo que a versão atual já pos- sui atualização sistêmica que atende as situações de aplicação da medida administrativa de recolhimento da CNH eletrônica, previstas no CTB. 7. Desta forma, nas situações em que o condutor está com a respectiva CNH cassada ou suspensa, o aplicativo da CNH-e informa na tela a medida administrativa aplicada ao caso, de modo a garantir que não seja utili- zada como instrumento de burla da fiscalização de trânsito. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 53 Em análise a resposta exarada restou esclarecido, que o DENATRAN deveria desenvolver uma solução sistêmica que permitisse ao agente de trânsito o cadastramento da medida administrativa adotada no momento da abordagem ao condutor, desta forma em caso de nova abordagem o condutor ao apresentar a CNH Digital, o sistema já faria um alerta com relação à situação verificada, o que na prática não ocorreu e, portanto não há como inserir essa restrição no sistema. Tal integração garantiria, por exemplo, que uma restrição administrativa recém inserida no sistema (v.g. recolhimento virtual da CNH em face da autuação por embriaguez ao volante) pudesse ser consultada por outro agente, logo em seguida, em local distinto, a fim de garan- tir o seu efetivo cumprimento. Também, restou ululante, que em nenhuma hipótese haverá a retenção, apreensão, confisco ou qualquer outra atitude com relação ao aparelho móvel apresentado pelo condutor. Ressalte-se que ainda não foi relatado data ou prazos para a entrada em ação deste sistema de inserção da medida administrativa. Deste modo até que seja possível a in- serção no respectivo sistema da medida administrativa, fica o Policial Militar im- pedido de cumpri-la, fato este que deve ser consignado no Auto de Infração de Trânsito (AIT). Porém o sistema PMSC Mobile permite a lavratura do Recibo de Recolhimento de Documento de Trânsito (RRDT), o que deve ser feito, mesmo sem a possi- bilidade de recolhimento do documento físico, pois este procedimento será enca- minhado ao SADE e ficará registrada a aplicação da medida administrativa. Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 54 Orientações Gerais A possibilidade de compartilhamento ou mesmo impressão do arquivo da CNH Digital já devidamente autenticado, não exime a responsabilidade do condutor em apresentar a respectiva CNH origi- nal, seja na versão oficial impressa em papel-moeda, seja na versão eletrônica (na tela do smartphone), em consonância com o que determina o artigo 159 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB. Se- não vejamos: Art. 159 A Carteira Nacional de Ha- bilitação, expedida em modelo único e de acordo com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o território nacional. § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo. [...] § 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para dirigir somente terão validade para a condução de veí- culo quando apresentada em original. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | APLICAÇÃO DA MEDIDA ADMINISTRATIVA Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 55 A existência da nova modalidade (CNH Digital) não dispensa o seu porte, nem cria a opção de que ela seja substituída por documento autenticado, ainda que este documento seja gerado pelo próprio aplicativo oficial de consulta. Em outras palavras, se no momento da abordagem o condutor não possuir a respectiva versão ORIGINAL, física (em papel moeda) ou eletrônica da CNH (ins- talada no celular apresentado ao agente de trânsito), este não poderá solicitar a terceiros o envio via whatsapp, e-mail ou qualquer outro meio eletrônico do arquivo da CNH autenticado ou mesmo realizar seu download (do documento autenticado) de banco de dados em nu- vem, a fim de suprir tal ausência. Nesta situação, o condutor deverá ser autuado pelo cometimento da infração de trânsito prevista no artigo 232, do CTB, devendo o veículo ser retido até a apresentação do documento ORIGINAL, físico ou eletrônico, ou liberado para outro condutor devidamente habilitado. Caberá também autuação se o condutor, que por questões de defeito ou falta de bateria no smartphone não conseguir apresentar a CNH Digital. É importante ressaltar que a possibili- dade de compartilhamento ou mesmo a impressão do documento com auten- ticação digital objetivou, tão somente, fornecer ao condutor uma solução tecnológica e gratuita de acesso à CNH para uso em situações cotidianas, onde é necessário a fotocópia de um docu- mento físico. Podemos citar como exemplos dessas situações: abertura de contas bancárias, realização de cadastros comerciais, entre outros. Uma vez que a versão eletrônica da Carteira Nacional de Habilitação possui o mesmo valor jurídico da CNH impressa, conforme disposto no artigo 2º da Portaria DENATRAN nº 1.657/2018, este pode ser plenamente utilizado como documento de identi- ficação civil - em consonância com o disposto no artigo 159, do CTB e orien- tação exarada pela Advocacia-Geral da União, no Parecer nº 00266/2017/ CONJUR-MCID/CGU/AGU. Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 56 FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | CONCLUSÃO Pelo anteriormente exposto, o Policial Militar deverá, quando da abordagem ao veículo e apresentação de documento de habilitação, sempre adotar a prática de pro- curar, via os meios tecnológicos possíveis, verificar a autenticidade e/ou veracidade do documento apresentado, seja através do app FISCALIZAÇÃO DENATRAN ou de consulta ao sistema DetranNet. A medida administrativa de recolhimen- to do documento de habilitação (CNH/ PPD/ACC) se dá efetivamente nos se- guintes casos: 1. Documento falso ou falsificado, o que enseja medidas criminais (Art. 298 e/ ou 304 do Código Penal); 2. Infração aos artigos 162 II (CNH/ PPD/ACC suspensa ou cassada) e 162 V (CNH/PPD/CNH vencida), neste caso não é necessário o prazo de 05 (cinco) dias, considerando que o condutor não conseguirá regularizar a situação, devendo ser informado via ofício imediatamente ao DETRAN/ CIRETRAN; Conclusão Im ag em : P M SC 2 0 2 0 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 57 3. Infração aos artigos 165 e 165-A, no qual deverá ser adotado os procedi- mentos do item 01 ou 03 acima. 4. Infração do art. 244, I (condutor de motocicleta sem capacete), no qual se dará a imediata restituição do docu- mento, assim que sanada a irregulari- dade, o que na maioria dos casos ocor- re logo após a abordagem ou conforme o caso, encaminhar o documento após o prazo de 05 (cinco) dias. A inovação proposta aos procedimentos já adotados, é o recolhimento virtual do documento de habilitação, através da inserção no sistema PMSC Mobile, e registro junto ao SADE, e posterior libe- ração do mesmo ao condutor (no caso das infrações do art. 165, 165-A e 244 I) ou após o prazo de 05 (cinco) dias o en- caminhamento de um ofício informando do recolhimento virtual da CNH/PPD/ ACC ao DETRAN/CIRETRAN, via SGPe, para que aquele órgão possa tomar as providênciascabíveis. No caso de constatar infração que deter- mine a medida administrativa de reco- lhimento da CNH, desde que seja neces- sário, conforme as orientações citadas, adotar os seguintes procedimentos: Situação 1 Caso seja apresentado o documento físico, atuar normalmente conforme as medidas desde sempre adotadas, com a confecção do RRDT e inserção no SADE do recolhimento e posterior liberação ao condutor ou o encami- nhamento da CNH/PPD ao DETRAN/ CIRETRAN; Situação 2 Caso o condutor afirmar que não porta a CNH/PPD, e também não possui a CNH Digital, será autuado no art. 232 do CTB, após consulta ao sistema informatizado (FISCALIZA- ÇÃO DENATRAN ou DETRANET), permanecendo o veículo retido, até a apresentação do documento (físico ou eletrônico) ou a apresentação de outro condutor devidamente habilitado; FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | CONCLUSÃO Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 58 Situação 3 Se o condutor afirmar que possui a CNH Digital, mas por defeito ou falta de bateria no aparelho no qual a CNH Digital está instalado, não conseguir apresentá-lo, será autuado no art. 232 do CTB, sem prejuízo das demais autuações que forem constadas, após consulta ao sistema informati- zado (FISCALIZAÇÃO DENATRAN ou DETRANET), permanecendo o veículo retido, até a apresentação do documento (físico ou eletrônico) ou a apresentação de outro condutor devi- damente habilitado; Situação 4 No caso de apresentação da CNH Digital, até que seja possível inserir no sistema a restrição do recolhimento da CNH, o Policial Militar deverá constar no AIT e no RRDT, e após a lavratura do RRDT no sistema PMSC Mobile, informar ao condutor que em até 05 (cinco) dias, este deverá comparecer a OPM para regularizar a situação, e após este prazo será informado ao DE- TRAN, via ofício relatando a infração e as informações do documento reco- lhido virtualmente, com o respectivo protocolo do SADE, o encaminhamen- to deste documento se dará via SGPe, após o envio deverá ser registrado o encaminhamento da CNH/PPD/ACC para DETRAN/CIRETRAN no SADE. FISCALIZAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DIGITAL | CONCLUSÃO 59 Deve ficar claro que a inovação tecnológica é primordial para avançar em busca da diminuição da burocracia e da facilidade do acesso aos cidadãos dos serviços prestados pelo Poder Público, porém com a implantação do formato digital dos documentos de habilitação e licenciamento do veículo, sem a necessária e pru- dente contrapartida nos meios de fiscalização dificultou o exer- cício operacional das funções do Policial Militar como agente de trânsito. Com esta instrução buscamos amenizar os problemas encon- trados, padronizar as ações, mas também é necessário buscar as ferramentas tecnológicas ne- cessárias para que a fiscalização possa ser eficiente e eficaz. Para tanto, deve-se buscar uma parceria da PMSC e DETRAN para integrar a base de dados dos registros de RRDT no PMSC Mobile, com as informa- ções do prontuário do condutor e do veículo no DETRANET e no próprio RENACH e RENA- VAM, através dos protocolos informatizados de transmissão de informações. O uso da tecnologia, também deve partir do próprio Policial Militar, que deve via os canais competentes, buscar a autoriza- CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS 60 ção para uso do aplicativo FIS- CALIZAÇÃO DENATRAN, que entre outras informações para consulta, também disponibiliza o leitor de QR Code que como vimos é essencial para verificar a autenticidade dos documen- tos, bem como também da nova Placa de Identificação Veicular, pois esta não é mais lacrada a estrutura do veículo e também vem com QR Code para veri- ficação por parte do agente fiscalizador. Obviamente novas alterações vi- rão em breve, e este estudo não esgota o assunto, apenas visa dar uma linha de conduta a seguir, obviamente não há como se des- crever caso a caso prático que os Policiais Militares encontram diariamente no serviço operacio- nal, mas procuramos embasar a atuação na grande maioria das situações, e esperamos contar com todos para juntos ampliar- mos nossos conhecimentos em Legislação de Trânsito. CONTATO Im ag em : O le g M ag n i e m P ex el s Caso você tenha dúvidas em relação ao conteúdo, envie men- sagem para Secretária EAD. Sua dúvida será encaminhada ao coordenador da disciplina e respondida o mais breve possível. Secretária EAD: http://enavirtual.sc.gov.br/user/profile.php?id=126380 http://enavirtual.sc.gov.br/user/profile.php?id=126380 Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 62 TÍTULO | TÍTULO SECUNDÁRIO Referências BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/Leis/L9503.htm. Acesso em: 20 mar. 2020. BRASIL. Lei n. 13.281, de 01 de maio de 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L13281.htm. Acesso em: 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 734/1989. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/ resolucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 765/1993. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/ resolucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 016/1998. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 512/2014. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L13281.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L13281.htm https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html Instrução de Revitalização 2020 | Legislação de Trânsito | 63 TÍTULO | TÍTULO SECUNDÁRIO Referências BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 539/2015. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 192/2006. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 561/2015. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 598/2016. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 684/2017. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 718/2017. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. BRASIL. Resolução do CONTRAN nº 720/2017. Disponível em https://infraestrutura.gov.br/reso- lucoes-contran.html. Acesso no dia 20 mar. 2020. https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html
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