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MONITORIA SOI III APG 11 – Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) - Relembrar morfologia vascular, com foco nos MMII; - Diferenciar da oclusão arterial aguda periférica. HISTOLOGIA E MORFOLOGIA VASCULAR ARTÉRIAS: - Paredes espessas; - Tecido elástico, muscular liso e conjuntivo; - Volume estressado (sob alta pressão); ARTERÍOLAS: - Músculo liso bem desenvolvido; - Local de maior resistência ao fluxo sanguíneo; - Músculo liso tonicamente ativo (sempre contraído); - Difusamente inervado por fibras simpáticas adrenérgicas; CAPILARES: - Paredes finas, formadas por apenas uma camada endotelial sustentada pela lâmina própria; - Local onde ocorre a troca de substâncias; VÊNULAS E VEIAS: - Paredes mais finas; - Musculo liso, endotélio e tecido conjuntivo; - Pouquíssimo tecido elástico → Maior capacidade de armazenar sangue; - “Volume não-estressado”. HISTOLOGIA E MORFOLOGIA VASCULAR COMPLACÊNCIA OU CAPACITÂNCIA DOS VASOS: - Volume de sangue que o vaso consegue conter sob determinada pressão; - Está relacionada com a distensibilidade; - A complacência das veias é alta; - A diferença entre as complacências de veias e artérias fundamenta os conceitos de volume estressado e não-estressado; - Envelhecimento das artérias: • As paredes ficam mais rígidas, menos elásticas e menos complacentes; • Para a mesma P.A, ela suporta menos sangue; • Para que uma “artéria velha” contenha o mesmo volume que uma “artéria jovem”, a pressão na “artéria velha” deve ser maior que a pressão na “artéria jovem”. • A diminuição da complacência arterial é a causa da hipertensão em idosos. VASOS DOS MEMBROS INFERIORES VASOS DOS MEMBROS INFERIORES DRENAGEM VENOSA: Veias profundas e superficiais; Veias profundas acompanham artérias! Sistema venoso superficial: rede venosa superficial dorsal, redes venosas plantares, veias marginais, veias metatarsais → veia safena parva → veia poplítea e veia safena magna → veia femoral Sistema venoso profundo: veias digitais, veias metatarsais → arcos venosos profundos plantar e dorsal → veias tibiais (anterior, posterior) e fibulares (peroneais) → veia poplítea → veia femoral DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA - Oclusão ou semioclusão de um ou mais segmentos de artérias que nutrem os membros inferiores; - Ilíacas e a própria aorta irrigam os MMII → Placas nessas artérias também podem determinar o surgimento da DAOP; ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS: - Poucos estudos→ dados subestimados; - Aumento da prevalência (aumento da expectativa de vida + diagnóstico precoce + hábitos de vita) - Na população norte-americana, o custo estimado por ano foi de 5.955 dólares por paciente com DAOP FATORES DE RISCO: Todos os descritos para aterosclerose: Tabagismo, Hipercolesterolemia, Hiperhomocisteinemia, HAS, DM. ALGUNS FATOS IMPORTANTES: 1. Maioria dos pcientes acima de 60 anos; 2. Aterosclerose é uma doença sistêmica → muitos pacientes também vão possuir fatores de risco para isquemia miocárdica e doença cerebrovascular; 3. A principal causa de óbito em pacientes com DAP é a doença isquêmica do miocárdio! 4. A evolução para amputação não é comum. PRINCIPAIS SÍTIOS DE OCLUSÃO: - Artérias poplítas e femorais (80% a 90%); - Tibiais e fibulares (40% a 50%); - Aorta abdominal e ilíacas (30%); - Os locais de ramificação arterial são os mais envolvidos (comprometimento distal é mais comum em diabéticos e idosos). DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - Muitos não referem queixas, mas, quando aparecem, costumam ser TÍPICAS; - Perfusão em repouso preservada; - Quando em exercício → desequilíbrio entre a demanda metabólica do músculo e a sua perfusão; - Sintoma clássico = CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE (dor, cãibra, formigamento ou fadiga no músculo envolvido); - Ocorrem durante alguns minutos de caminhada e melhoram após cerca de 2 a 5 min de repouso. - Independente do músculo acometido, a claudicação é sempre referida na panturrilha (grupo muscular que mais gasta energia); - Oclusões proximais à origem da femoral → dor na coxa, também; - Dor em região glútea sugere artéria ilíaca interna (acompanhada de impotência em homens). - Síndrome de Leriche: - Homens; - Claudicação da panturrilha, coxa e nádegas + impotência; - Pulsos femorais não palpáveis; - Surge quando há doença aterosclerótica aortoilíaca bilateral; - Dor profunda e incômoda, associada à fraqueza do quadril e coxa. DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA Isquemia crítica: - Dor isquêmica em repouso, associada ou não a úlceras isquêmicas; - Requer revascularização o mais rápido possível; - A dor surge da neurite isquêmica; - Agrava a noite quando o pct deita e deixa o membro em posição horizontal, e melhora com o MMI pendendo no leito ou em pé; - Diagnóstico diferencial → neuropatia periférica (ñ melhora com a posição) - Úlceras isquêmicas: - Mais frequentes na porção distal; - Geralmente há história de um trauma discreto; - Dolorosas; - Sem sinal de cicatrização; - Ulceras secas. Exame físico: - Redução dos pulsos distal à obstrução; - Eventuais sopros audíveis sobre a lesão estenótica; - Extremidades frias, perda de pelos e pele atrófica e brilhosa; - Presença de úlceras ou alterações gangrenosas. DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO: - História e exame físico muitas vezes são suficientes; - Exames para avaliar gravidade da doença; - Índice Pressórico Tornozelo-Braço (ITB): - Relação entre a pressão sistólica no tornozelo (tibial posterior ou dorsal) e no membro superior (braquial); - O normal é que a do tornozelo seja maior do que a do membro superior; - Valor normal 1,11 +- 0,10; - Pacientes com claudicação → 0,5 a 0,9; - Em diabéticos e renais crônicos, não é um bom método de avaliação; - Duplex-scan → Fornece imagens de estruturas em movimento (hemácias), representando a velocidade do fluxo; - USG intravascular → + sofisticado, mas de alto custo; - Angio-TC → diâmetro do vaso e grau de estenose; - Arteriografia convencional → Metodo de escolha em pcts candidatos à revascularização. DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA CLASSIFICAÇÕES: DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA CLASSIFICAÇÕES: DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA TRATAMENTO CLÍNICO: - Modificação dos hábitos de vida; - Interrupção do fumo → impacto favorável na redução da mortalidade em 10 anos; - Tratamento da HAS (pode ter sintomas exacerbados); - Diminuição dos níveis de LDL (estatinas); - Drogas antiplaquetárias; - Caminhadas por mais de trinta minutos em uma frequência maior do que três vezes na semana parecem ser o ideal. O tratamento intervencionista está sempre indicado em pacientes com sintomas incapacitantes, intensos e progressivos e naqueles com isquemia em repouso (dor em repouso e/ou úlceras isquêmicas). AMPUTAÇÃO: - Necessária em 5% dos pacientes apresentando claudicação em cinco a dez anos de acompanhamento; - Doentes que continuam a fumar; - A presença de infecção extensa é outro fator que geralmente indica o procedimento. OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA DOS MMII: - O estreitamento longo e progressivo de uma arterial costuma ser acompanhado do desenvolvimento de colaterais → manifestações mais leves ou ausentes; - Quando ocorre oclusão aguda → EVENTO SÚBITO! - No caso dos membros inferiores, estes podem apresentar alterações irreversíveis decorrentes da isquemia progressiva dentro de horas. - Embolia: os vasos não tem aterosclerose e por isso não tem circulação colateral, com manifestações intensas; - As fontes mais comuns de êmbolos são o coração, aorta e grandes artérias; - Bifurcação da femoral (40%); bifurcação da ilíaca (15%); aorta (10 a 15%); poplítea (10%); tibiofibular. - Trombose in situ: vizinhança de uma placa aterosclerótica, em um aneurisma aterosclerótico ou em sítios onde houve revascularização prévia (clínica menos exuberante). - Principais causas: instabilidade da placa, estreitamento progressivo, estase, trauma vascular.Os membros inferiores geralmente são mais resistentes à isquemia do que outras regiões do organismo. O miocárdio, por exemplo, evolui para o infarto em dezessete a vinte minutos de isquemia. No sistema nervoso central, o infarto cerebral já é detectado após quatro a oito minutos de isquemia. No membro inferior, alterações isquêmicas importantes podem persistir por cinco a seis horas sem a perda da extremidade. Nos membros inferiores, os tecidos mais resistentes à isquemia são a pele e os ossos, e os mais sensíveis são os nervos. Contudo, o músculo deve ser encarado como o principal componente das extremidades, uma vez que recebe 71% do fluxo sanguíneo, representa 90% da atividade metabólica e corresponde a 75% do peso. OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA DOS MMII: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - A dor é a mais comum, e a intensidade depende da gravidade da isquemia; - Inicialmente é distal, e vai se tornando proximal; - Mais tardiamente, a dor tende a melhorar devido à perda sensorial (necrose isquêmica); - Oclusão embólica completa → palidez intensa, semelhante a uma cera; - Ausência de pulsos; - Déficit sensorial no dorso do pé corresponde ao sinal mais precoce (junto de parestesias, diminuição do tato epicrítico); - Êmbolo em sela → anestesia e paralisia abaixo da cintura; REFERÊNCIAS: - Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8ª ed., Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2010. - MOTA, TDC; SANTOS, JDM; DA SILVA, BDJC; DE MESQUITA, NMCB; OLIVEIRA, DM DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista Uningá , [S. l.] , v. 53, n. 1, 2017. DOI: 10.46311/2318- 0579.53.eUJ1402. Disponível em: https://revista.uninga.br/uninga/article/view/1402. Acesso em: 11 mar. 2023. Tornamo-nos mais fortes ao enfrentar voluntariamente o que impede nosso necessário progresso. - Jordan Peterson OBRIGADA!