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2 período Fundamentos da Educação

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2 período Fundamentos da Educação 
Introdução 
Os elementos que fundamentam a existência de um sistema educacional 
alinhado às dinâmicas sociais, produtiva, cultural e política, ao movimento 
histórico, ao processo formativo existente na sociedade – relacionado ao 
perfil de indivíduo almejado pela sociedade – caracteriza uma época e 
sustenta a consolidação de um conceito de Educação. 
 
A partir da elaboração de um conceito de Educação, se faz necessário 
fundamentar os elementos constitutivos do conceito elaborado, visando dar 
sentido e criar raízes concretas com o meio social a ele vinculado. Portanto, 
cada modelo de sociedade fomenta o desenvolvimento dos fundamentos 
elementares do modelo educacional desenvolvido e implementado no 
âmbito desta sociedade. 
 
Na sociedade moderna, a existência da Educação é vinculada a diversos 
elementos, sendo que os principais são: 
 
 Criação de condições favoráveis para o desenvolvimento do processo de 
socialização 
 Formação crítica que proporcione autonomia e independência 
 Desenvolvimento de métodos de ensino que favoreçam o desenvolvimento 
da aprendizagem 
 
Percebemos que, na sociedade moderna a educação possui uma função 
dialética, pois ao mesmo tempo ela é responsável por parte do processo de 
socialização, pela formação crítica dos alunos, pela criação de condições 
para o desenvolvimento da autonomia e da independência intelectual, 
precisando se reinventar a todo momento para desenvolver novos métodos 
de ensino, que, por sua vez, permitam que os alunos desenvolvam a 
aprendizagem. Assim, percebe-se que a educação possui múltiplas 
funções na sociedade moderna, sendo necessário o desenvolvimento de 
múltiplos fundamentos e elementos estruturais, necessários para a 
eficiência e a eficácia do processo educacional. 
 
De um ponto de vista histórico, na sociedade moderna, a educação possui 
uma relação de grande proximidade com o desenvolvimento científico, 
criando uma relação de simbiose e de interdependência, e a escola se 
tornou um espaço de multiplicação social e difusão dos conhecimentos 
científicos. 
 
No decorrer das aulas desta disciplina, será debatido de maneira 
aprofundada todos os elos existentes entre o desenvolvimento científico e 
a sua relação com a consolidação do conceito de educação elaborado pela 
sociedade vigente, sendo necessário, também, aprofundar os estudos no 
processo de construção do contexto social. 
 
Educação e o Contexto Social 
 
Contexto Social – O contexto em que vivemos é marcado por 
características sociais, culturais, econômicas, políticas, geográficas e 
históricas, e tais características possuem elementos que são 
compartilhados com diferentes povos e países, mas também possuem 
elementos que são fruto de um processo histórico determinado e 
apresentam bases de diferenciação. 
 
Como a Educação pode se desenvolver em sintonia com o Contexto 
Social? No decorrer desta disciplina, buscaremos apresentar todos os 
elementos necessários para a construção de potenciais respostas e 
soluções para o questionamento apresentado. 
 
Educação, Política e Economia 
 
Desde os primórdios da humanidade, as relações existentes entre Política, 
Economia e Educação sempre foram uma relação de conflitos e de 
interdependência, mas na sociedade moderna este processo desenvolveu 
complexidades que possuem precedentes na história. O sistema político-
econômico da sociedade moderna (capitalista), desde o seu surgimento, 
sempre buscou “moldar” o sistema educacional da sociedade para 
satisfazer os seus interesses e objetivos, fazendo com que a educação se 
transformasse em um ambiente de reprodução dos interesses dos grupos 
dominantes economicamente, se utilizando de todas as características do 
sistema político do Estado contemporâneo para implementar seus ideais 
por meio do desenvolvimento de políticas públicas que estruturam o 
sistema educacional atual. 
 
 
Atividade extra 
Assistir o vídeo “Pensadores na Educação: Paulo Freire e a educação 
para mudar o mundo 
Link da Atividade: https://www.youtube.com/watch?v=4M69rga5ENo 
 
 
Referência Bibliográfica 
https://www.youtube.com/watch?v=4M69rga5ENo
HEIN, Ana Catarina A. (org). Fundamentos da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TERRA, Márcia de Lima Elias (org). História da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. 
Campinas, SP: Autores Associados, 2020. 
Filosofia da Educação 
Fundamentos Básicos da Filosofia da Educação 
 A filosofia é uma ciência que se constitui no estudo de problemáticas 
primordiais referentes à existência humana, tratando da causa, dos efeitos 
e das propriedades dos seres. Etimologicamente, a palavra filosofia advém 
da unidade de duas sentenças gregas: philos (amor) e sophia (sabedoria). 
Nesse viés, se traduz filosofia como o amor ao conhecimento. Na cultura 
ocidental, os antigos gregos foram os primeiros a se preocupar com os 
métodos de conhecimento e a fazer a distinção entre opinião pública – 
senso comum - e a ciência. 
 O conhecimento é construído de maneira rigorosa, por meio da 
especulação, da argumentação examinando e analisando cuidadosamente 
um determinado assunto/problema proposto para evitar ambiguidade. 
Fazer ciência supõe a adoção de uma postura crítica diante das 
informações coletadas e a sua interpretação, não pode estar relacionada 
aos juízos pessoais que envolvam as emoções e valores do pesquisador. 
As conclusões serão aceitas, porém não devem ser vistas como uma 
verdade única, não podendo ter modificações, pois novas explicações 
podem ser encontradas. 
 Cada ciência é particular por delimitar uma área de pesquisa e adotar 
procedimentos metodológicos próprios. A Filosofia, trata de refletir, 
interrogar e problematizar a existência, as verdades, os valores morais e 
estéticos, as crenças e o próprio conhecimento científico. Através dessa 
reflexão o indivíduo compreende melhor o mundo e a própria realidade a 
qual está inserido, possibilitando ter atitudes críticas em relação aos 
problemas da sociedade, com o objetivo de termos um mundo cada vez 
melhor para todos. 
 A estudo filosófico é abrangente, são muitas as impressões sensíveis 
ao mundo para estabelecer conclusões, assim essa ciência divide-se em 
áreas como a metafísica: é uma das áreas mais antigas da Filosofia busca-
se interpretações sobre o mundo, a natureza e tudo aquilo que constitui a 
realidade; ética: é a área que estuda o conjunto de valores morais de um 
indivíduo ou de um grupo de pessoas, busca-se encontrar a melhor forma 
de viver em sociedade; lógica: volta-se ao estudo dos argumentos, a busca 
pelo pensamento sem contradições, puramente racional; epistemologia: 
conhecida como a teoria do conhecimento, busca-se desenvolver estudos 
em torno da “verdade” e da “crença”; estética: voltada para estudar a 
beleza, a arte e as ideias de obra e criação artística e o impacto da arte na 
sociedade; política: dedicada a compreender as relações entre a vida em 
sociedade e a ordem política estabelecida; educação: consiste em analisar 
o processo educacional como um problema filosófico. 
 
Educação em Foco – Filosofia 
 
A Filosofia da Educação 
 A Filosofia da Educação possui como objetivo primordial esclarecer o 
conhecimento educacional, priorizando as teorias pedagógicas e a relação 
com o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem do aluno. 
Busca acompanhar as ações e o planejamento educacional de forma a 
explicitar os seus fundamentos, esclarecer a função e a contribuição das 
diversas disciplinas e avaliar o significado das soluções escolhidas. Esses 
elementos argumentativos devem ser examinados com o objetivo de se 
obter a compreensão e o desenvolvimento de teoriasreferentes ao campo 
educacional. 
 
Pensamentos Filosóficos Clássicos 
 Sócrates (469-399 a.C.), concebia o homem como um composto de dois 
princípios, alma (ou espírito) e corpo. Defendia uma educação que 
buscasse o raciocínio e identificasse as razões para justificar as crenças, 
julgamentos e ações humanas. 
 Platão (427-347 a.C.), aluno e seguidor de Sócrates, ao distinguir o mundo 
concreto do mundo das ideias, deu a estes status de realidade. Apoiou a 
ideia de que a tarefa fundamental da educação é ajudar os alunos 
a valorizar a razão. 
 Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão que submeteu as ideias, às 
quais se chega pelo espírito, ao mundo real. Para o filósofo, a educação 
fornece unidade orgânica ao Estado; ela deve ocupar toda a vida do 
cidadão, desde a sua concepção. 
 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defendia também que a educação 
permitisse o desenvolvimento natural e livre das crianças, uma visão que 
levou ao movimento moderno conhecido como “educação aberta”. 
 Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão, fundador da “Filosofia Crítica” 
- sistema que procurou determinar os limites da razão humana. O sistema 
filosófico Kantiano foi concebido como uma síntese e superação das duas 
grandes correntes da filosofia da época: o “racionalismo” que enfatizava a 
preponderância da razão como forma de conhecer a realidade, e o 
“empirismo”, que dava primazia à experiência. 
 John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo norte-americano, sustentou 
a afirmação de que a educação deveria ser adaptada a cada criança de 
forma individual. 
 
Pensamentos Filosóficos Contemporâneos 
 Jean Piaget (1896-1980), biólogo e dedicou a vida a submeter à 
observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento 
pelo ser humano, particularmente a criança. Segundo ele, o pensamento 
infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da 
adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. 
 Lev Vygotsky (1896-1934), o aprendizado decorre da compreensão do 
homem como um ser que se forma em contato com a sociedade externa. 
A formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a 
seu redor - ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o 
homem. 
 Emilia Ferreiro (1937), psicóloga e pedagoga argentina, se tornou uma 
espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser 
ligado ao construtivismo. Para Ferreiro, as crianças têm um papel ativo no 
aprendizado, elas constroem o próprio conhecimento - daí a palavra 
construtivismo. 
 Edgar Morin (1921), antropólogo, sociólogo e filósofo francês, defende a 
transdisciplinaridade: tudo se liga a tudo e de que é urgente aprender a 
aprender, a prática pedagógica libertadora. 
 Paulo Freire (1921-1997), pedagogo e filósofo brasileiro, propôs um método 
onde professores e alunos dialogavam e o aprendizado se fazia com base 
nas necessidades diárias reais dos alunos. 
 Dermeval Saviani (1943), professor, filósofo e pedagogo brasileiro, 
idealizador da Pedagogia por ele denominada Histórico-crítica, Saviani 
defende que uma das funções da escola é possibilitar o acesso aos 
conhecimentos previamente produzidos e sistematizados. 
 Antonio Nóvoa (1954), historiador português da Educação, defende que 
manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino e 
desenvolver práticas pedagógicas mais eficientes são alguns dos principais 
desafios da profissão de educador. 
 
 
Atividade extra 
 
O curta-metragem de Faúston da Silva, Meu amigo Nietzsche, de 2002, 
conta a história do jovem menino Lucas, um migrante nordestino que vive 
com sua família na periferia de Brasília e apresenta dificuldades em seu 
aprendizado. A trama tem início com o diálogo entre Lucas e sua 
professora, a qual o alerta sobre a possibilidade de o garoto reprovar de 
ano e indica a ele ler tudo à sua volta, já que a fonte de suas notas baixas 
seria, segundo ela, sua dificuldade em leitura. 
YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=13rxjV1u5nM 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=13rxjV1u5nM
Referência Bibliográfica 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo. São 
Paulo: EPU, 1986. 
Sociologia da Educação 
Apartir do século XIX, a ciência moderna passou a ter um papel de relativa 
importância na sociedade moderna, tendo em vista que a superação das 
explicações metafísicas (sem base racional) abriu caminho para o 
desenvolvimento de novas formas de pensamento além do conhecimento 
religioso. As Ciências Sociais surgiram como disciplina científica para 
buscar explicações para os diversos fenômenos sociais que atingiam esse 
novo modelo de sociedade. Nesse sentido, podemos afirmar que de 
maneira geral o objetivo dessa nova disciplina é auxiliar na busca pela 
compreensão, de maneira lógica, crítica e científica, das estruturas de 
funcionamento da sociedade e da transformação em todas as suas esferas 
(política, cultural, social e econômica). A Antropologia, a Sociologia e a 
Ciência Política, que constituem as Ciências Sociais, estudam os 
elementos sociais, culturais e políticos que permearam o desenvolvimento 
da humanidade ao longo da história. 
Nesta aula, abordaremos a relação direta entre a sociologia e a educação, 
assim, se faz necessária a compreensão dos principais objetivos da 
sociologia como disciplina científica. A sociologia surgiu para auxiliar no 
processo de reconhecimento das estruturas desta nova sociedade, 
compreendendo os seus avanços (aspectos positivos) e os seus atrasos 
(aspectos negativos), sendo denominada como a ciência da sociedade. 
Destaca-se que o papel da sociologia se tornou de grande relevância com 
as rápidas transformações que atingiram, e ainda atingem, a sociedade 
moderna, necessitando de novos instrumentos e novas pesquisas para 
explicar os fenômenos que circulam na sociedade. Já a educação, em 
grande parte das civilizações humanas, é concebida como forma de 
preparação das gerações mais jovens pelas gerações mais experientes, 
visando enfrentar todas as demandas existenciais. Assim, podemos 
visualizar que a sociologia, ao estudar o desenvolvimento das sociedades, 
também estuda os seus sistemas educacionais, tendo em vista que eles 
são constitutivos do processo de socialização existente em cada 
sociedade. 
 
O surgimento da sociedade moderna industrial foi sustentado por um 
conjunto de transformações sociais que ocorreram ao longo dos últimos 
séculos. Podemos destacar três grandes revoluções que abalaram 
completamente o modelo de sociedade que vigorava até o século XVIII, 
proporcionando o surgimento da sociedade moderna industrial: revolução 
industrial, revolução francesa e revolução científica. 
 
Transformações sociais que impactaram a sociedade e a educação: 
 Revoluções Burguesas (Industrial, Francesa e Científica) 
 Produção Industrial em larga escala 
 Aceleração do processo de Urbanização – surgimento das Cidades 
 Desenvolvimento de um sistema educacional que atenda às novas 
necessidades sociais 
 
Revolução Francesa 
A Revolução Francesa ocorreu no ano de 1789 na França e gerou uma 
grande ruptura do modelo político que vigorava até então, a monarquia 
absolutista. Esse acontecimento proporcionou alguns questionamentos às 
ideias que sustentavam o regime monárquico e um modelo educacional 
ancorado em bases religiosas. Foi o ponto de partida para o surgimento de 
uma proposta de sistema educacional laico, público e gratuito. 
 
Revolução Científica 
A partir do século XIX, a ciência moderna passou a ter um papel de relativa 
importância na sociedade moderna, tendo em vista que a superação das 
explicações metafísicas (sem base racional) abriu caminho para o 
desenvolvimento de novas formas de pensamento além do conhecimento 
religioso. A escola passou a ser a instituição responsável pela propagação 
dos conhecimentos científicos.Revolução Industrial 
Entre os séculos XVII e XIX, a sociedade passou por diversas 
transformações sociais rápidas e intensas, que foram originadas por 
diversos acontecimentos de ordem produtiva e econômica, sendo 
classificados posteriormente como fruto da Revolução Industrial. Tais 
mudanças edificaram o surgimento de um ideal de escola vinculado a 
preparação dos indivíduos para o desempenho de atividades profissionais, 
em detrimento de propostas que vinculavam os ideais da escola 
contemporânea ao processo de formação crítica dos estudantes. 
 
Pensamento Sociológico Clássico 
 Auguste Comte (1798 – 1857) – foi o responsável pela criação da sociologia 
como disciplina científica e um dos principais precursores do positivismo. 
 Karl Marx (1818 – 1883) foi responsável pelo desenvolvimento de uma 
forma de sociologia crítica à sociedade moderna industrial, apresentando 
elementos que apontavam a existência de diversos impactos sociais 
causados aos indivíduos, neste modelo de sociedade, pela separação da 
sociedade em classes sociais. 
 Max Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo alemão que teve um papel 
importante na consolidação das Ciências Sociais como disciplina científica. 
O pensador alemão destaca que a sociologia deveria centrar os seus 
esforços na construção de um modelo científico (tipo ideal) que permitisse 
a compreensão da sociedade a partir dos indivíduos. 
 Émile Durkheim (1858 – 1917) foi um importante sociólogo francês e o 
principal expoente da corrente sociológica e filosófica do positivismo. 
Durkheim sustenta que a sociedade deveria ser analisada a partir de 
fenômenos que possuíssem amplitude coletiva, ou seja, a sociedade 
deveria ser investigada levando em conta fenômenos conceituados como 
fatos sociais, e os fatos sociais, segundo Durkheim, também poderiam ser 
observados no sistema escolar. 
 
Pensadores da Sociologia Contemporânea 
 Zygmunt Bauman (1925 – 2017) 
 Pierre Bourdieu (1930 – 2002) 
 Theodor Adorno (1903 – 1969) 
 Herbert Marcuse (1898 -1979) 
 
Pensadores da Sociologia Brasileira 
 Darcy Ribeiro (1922 – 1997) 
 Sérgio Buarque de Holanda (1902 – 1982) 
 Gilberto Freyre (1900 – 1987) 
 Florestan Fernandes (1920 – 1995) 
 
 
Atividade extra 
Assistir o vídeo Marx e a Educação: Link do 
vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=i6HZ8xvA118 
 
 
Referência Bibliográfica 
HEIN, Ana Catarina A. (org). Fundamentos da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TERRA, Márcia de Lima Elias (org). História da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. Campinas, 
SP: Autores Associados, 2020. 
História da Educação 
https://www.youtube.com/watch?v=i6HZ8xvA118
História da Educação 
 
Fundamentos Básicos da História da Educação 
 Será que podemos dizer que o homem só fez história a partir da escrita? 
Achamos que não, pois, se acreditamos que o sujeito da História é o 
homem então ele fez história desde o momento em que surgiu no planeta, 
há cerca de 5 milhões de anos. Ao longo dessa história evolutiva, para 
superar suas deficiências físicas, se adaptar ao ambiente e garantir e 
ampliar suas condições de sobrevivência, o homem foi levado a 
desenvolver o raciocínio e a produzir recursos materiais que aperfeiçoaram 
cada vez mais seu estilo de vida. 
 Conhecer a história humana, as transformações aceleradas nas 
relações entre o homem e a natureza, as bases da vida social humana e 
da organização da sociedade, por meio de um modelo de pensamento que 
permitisse a observação, o controle e a formulação de explicações, 
constituem o estudo da História. Através das fontes históricas: documentos, 
relatórios, fotografias, iconografias, arquitetura, pintura, escultura, lendas, 
narrativas, diários pessoais, literatura, os pesquisadores conseguem 
compreender os acontecimentos sociais e as relações estabelecidas entre 
os homens nos diferentes períodos históricos. 
 
História da Educação 
 As pesquisas na área da História da Educação possibilitam o 
pesquisador compreender as ações de educação contidas nas diferentes 
sociedades humanas, reconhecendo o tratamento dado à educação, as 
especificidades da formação e desenvolvimento da instituição escolar, 
observando como este modelo se articula com a esfera pública/política e 
cultural do país e podendo comparar as realidades educacionais 
encontradas entre diferentes países. 
 O estudo da História da Educação é de suma importância para ajudar 
a compreender o modelo educacional que possuímos hoje, entender os 
possíveis erros que ocorreram de forma que possamos preveni-los e evitá-
los. Para compreender o presente e planejar o futuro é necessário entender 
o passado, que neste caso é a história da educação. No desenvolvimento 
da educação muitos são os elementos, atores e situações envolvidas. 
Desde a elaboração de uma proposta nacional, passando pelos 
pensadores de educação e finalizando no fazer do profissional na sala de 
aula, onde se materializa toda a teoria. 
 No decorrer da história, as relações sociais estão interligadas a História 
da Educação. Ao pensar sobre a história da educação escolar, entende-se 
que a escola surgiu a partir de uma necessidade social. No surgimento da 
escola a partir dessa necessidade social, alguns conteúdos, alguns 
currículos em algumas áreas dos conhecimentos foram sendo pensados 
para serem trabalhados dentro desse universo escolar. 
Educação Primitiva - o conhecimento era passado de geração para 
geração, mas não através da escrita e sim através da oralidade e também 
pela imitação. 
 Educação Oriental - trabalhada pela transição entre a sociedade primitiva, 
ou seja, iniciou-se a civilização. Surgimento da escrita com o domínio da 
linguagem na literatura, surgiram também cidades, estado e organização 
política. 
Educação Grega – trata-se da reflexão, do espírito especulativo do 
conhecimento sobre si e a natureza, em que se abandonou a explicação 
mítica e a interferência das forças sobrenaturais nos destinos dos homens. 
Educação medieval – período de hegemonia da Igreja Católica no 
Ocidente, a racionalidade passou a ser considerada como mero 
instrumento auxiliar da fé. 
Educação no Renascimento – o homem ocidental redescobre os textos 
antigos e o prazer de investigar o mundo – uma atividade válida por si 
mesma, livre de suas implicações religiosas e metafísicas. 
Educação Iluminista – a compreensão da vida social humana e da 
organização da sociedade, por meio de pensamento que permitisse a 
observação, a crença no poder da razão humana em alcançar a verdade. 
Educação no Brasil – Inicialmente a educação cristã trazida pelo 
colonizador europeu e pelos jesuítas; com a vinda e permanência da família 
imperial no Brasil, século XIX, inicia o conhecimento período imperial, a 
educação, assim com outros setores da sociedade se viu sob um novo 
conceito, uma nova maneira de conceber o processo educacional; na 
década de 1930 inicia-se um processo político-social denominado 
populismo, com ele a esperança no progresso, na educação, havia uma 
forte tendência à industrialização; e hoje a educação volta-se para preparar 
o aluno para se colocar no mundo globalizado. 
 
Pensamentos Clássicos da História da Educação 
Confúcio: o mais célebre filósofo chinês, priorizava a ética nas relações 
pessoais e políticas. A educação consistia em comunicar a cada indivíduo, 
o conjunto de usos e costumes, de conhecimentos e artes, consagrados 
pela milenar tradição. 
Santo Agostinho e Educação Cristã: seguiu o modelo da inteligência cristã, 
faz a ligação entre os conceitos herdados dos filósofos gregos e as crenças 
da fé cristã. 
Tomás de Aquino – como Agostinho, admite que Deus é o verdadeiro 
mestre que ensina dentro de nossa alma, porémsublinha a necessidade 
da ajuda exterior, exemplo, Deus é o mestre e o professor funciona com o 
agente exterior. 
Martinho Lutero – considerava a educação universal de fundamental 
importância, deveria chegar a todo o povo. 
Jean-Jacques Rousseau – representou uma total transformação na 
concepção da Pedagogia. Centralizou sua abordagem na criança, 
considerada não apenas um ser em construção, mas simplesmente uma 
criança, isto é, como um ser perfeito. 
Augusto Comte – criador do positivismo, para ele a educação é responsável 
pela manutenção e pela reforma social. 
 
Pensamentos Contemporâneos da História da Educação 
Nísia Floresta – foi pioneira tanto em suas propostas de renovação 
educacional, apregoando a superação de métodos autoritários 
ultrapassados e o fim de castigos físicos, quanto na defesa dos direitos da 
mulher, em especial o direito à educação, praticamente vedado às 
meninas. Fundou um colégio voltado exclusivamente para a educação 
feminina, e sua proposta pedagógica inovadora permitia às meninas o 
aprendizado de ciências, até então reservado apenas aos meninos. 
Maria Montessori – Educação Científica - ela se fundamenta em 
informações científicas sobre o desenvolvimento infantil. Segundo tais 
informações, a evolução mental da criança acompanha o seu crescimento 
biológico. 
John Dewey – Educação Nova – os estudantes e educadores 
desenvolveriam na escola uma relação comunitária centrada na formação 
das crianças para a autonomia. 
Anton Makarenko – Educação Socialista – centrar a educação do coletivo, 
a escola é um local de democratização do saber. 
Julius Kambarage Nyerere – Educação Africana – a educação africana 
deve propiciar ao educando a orientação para as respostas aos desafios 
socioeconômicos do continente, através da promoção de conhecimentos, 
competências e qualificações necessárias para um desenvolvimento 
sustentável da África. 
Paulo Freire – Educação Popular – a adequação do processo educativo às 
características do meio. Era o próprio aluno que se educava, orientado pelo 
coordenador de debates (o professor), mediante a discussão de suas 
experiências de vida com outros indivíduos que participavam das mesmas 
experiências. 
Darcy Ribeiro - profundamente influenciada pelo movimento da Escola 
Nova, que procurava renovar a educação opondo-se aos métodos 
tradicionais de ensino e tornando a escola instrumento de combate às 
desigualdades sociais. 
 
 
Atividade extra 
Assistir ao filme: Mbyá Reko Pyguá, a luz das palavras 
YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=Ciz_cAdTWRI 
https://www.youtube.com/watch?v=Ciz_cAdTWRI
 
A sensibilidade do povo Guarani em educar as crianças permanece viva 
apesar das influências da sociedade contemporânea. Mas os caminhos e 
esforços dos líderes espirituais e professores indígenas são marcados por 
dilemas, encontros e desencontros. 
 
 
Referência Bibliográfica 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo. São 
Paulo: EPU, 1986. 
Epistemologia da Educação 
Opensamento científico moderno foi um dos elementos que sustentaram o 
processo de transformação social que edificou a sociedade moderna 
industrial. O desenvolvimento da ciência moderna rompeu as amarras 
criadas no decorrer do período medieval e proporcionou o desenvolvimento 
de novos saberes e de novos conhecimentos, necessários para a 
compreensão da natureza e de todos os fenômenos que circulam a 
existência humana. 
 
De um ponto de vista histórico, a ciência moderna começou a ser edificada 
a partir do século XVI, com o desenvolvimento de métodos de observação 
e de experimentação, principalmente do seu alinhamento com o processo 
de construção de conhecimento por meio do desenvolvimento de métodos 
de observação e experimentação direcionados a resolução de problemas 
e ao entendimento de todos os elementos que circulam a existência 
humana. 
 
O rompimento com os elementos arcaicos que sustentavam a construção 
de saberes no decorrer do período medieval, marcado pela forte 
religiosidade, pela ausência de contato com pessoas que viviam em feudos 
diferentes e pela ausência de letramento de grande parte da população, foi 
um dos fatores que impulsionaram o desenvolvimento de um novo linear 
político-econômico na sociedade que estava se formando naquele 
momento: sociedade moderna. 
 
O alinhamento das práticas que eram abordadas isoladamente, por 
exemplo observação e experimentação, com a busca de explicações 
racionais para os fenômenos que circulavam a existência humana foram 
essenciais para o desenvolvimento de novos métodos que possibilitaram 
que, gradativamente, os obstáculos encontrados no período medieval 
fossem superados, neste sentido, podemos destacar o racionalismo de 
René Descartes e o empirismo britânico. 
 
Ciência da Educação 
Levando em consideração que a Educação pode ser concebida como uma 
prática humana e social, que visa transformar os seres humanos nos seus 
estados físicos, mentais, espirituais, culturais, “moldando” a existência 
humana individual e coletiva, ela passou a ser um dos alvos do processo 
de desenvolvimento de novas técnicas, metodologias e experimentos que 
estavam revolucionando a sociedade. Entretanto, foi somente a partir do 
século XIX que a educação passou a ser objeto de estudos sistematizados 
das diversas vertentes científicas existentes, ganhando uma importância 
maior do que já possuía naquele momento histórico, sendo que Herbart 
iniciou o desenvolvimento de metodologias científicas aplicadas à 
Educação a Educação, sendo que para ele defendia que a doutrina 
pedagógica, para ser realmente científica, precisa comprovar-se 
experimentalmente. 
Com o desenvolvimento da ciência moderna diversas áreas se constituíram 
como áreas de construção de saber científico, sendo possível destacar que 
no final do século XIX já existiam diversas ramificações científicas 
influenciando no desenvolvimento de novas perspectivas para a educação 
na sociedade moderna. Podemos destacar as seguintes áreas científicas 
que influenciaram o desenvolvimento da educação nos últimos séculos: 
 
 Filosofia 
 Sociologia 
 Psicologia 
 Biologia 
 Medicina 
 
Assim, no século XX, diversos pensadores de grandes áreas científicas 
influenciaram o desenvolvimento de diversos sistemas educacionais, 
dentre eles: 
 
 Sigmund Freud – Fundador da Psicanálise 
 Jean Piaget – Biólogo 
 Lev Semenovich Vygotsky - Psicólogo 
 Maria Montessori – Médica 
 John Dewey – Filósofo 
 Paulo Freire – Educador, Filósofo e Bacharel em Direito 
 
O desenvolvimento da ciência da educação só foi possível com os 
movimentos de aproximação e distanciamento das diversas áreas do 
conhecimento científico ao longo dos últimos séculos. Assim, é perceptível 
que a área da educação incorporou metodologias, conceitos, formas de 
abordagem e sistemas de classificação, que foram, originalmente, 
desenvolvidos por pensadores que tinham a sua matriz formativa nas 
diversas áreas científicas. A ciência da educação é fruto do 
desenvolvimento da ciência moderna, alinhada com o desenvolvimento 
das relações sociais que permeiam a sociedade moderna desde o seu 
surgimento. 
 
 
Atividade extra 
Leitura do texto Ciência, tecnologia e inovação no Brasil - UNESCO 
Link da Atividade: https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/science-
technology-innovation 
 
 
https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/science-technology-innovation
https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/science-technology-innovation
Referência Bibliográfica 
HEIN, Ana Catarina A. (org). Fundamentos da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TERRA, Márcia de Lima Elias (org). História da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia noBrasil: História e Teoria. 
Campinas, SP: Autores Associados, 2020. 
O homem e suas relações 
com o mundo 
OHomem e a Sociedade 
 O homem, como uma dentre as várias espécies animais existentes, 
também desenvolveu processos de convivência, vivendo em grupos e 
travando com o mundo ao seu redor uma relação dotada de significado e 
sentido. O conhecimento do mundo transformou-se em um legado 
cumulativo fundamental para que possa interpretar a realidade e agir sobre 
ela. 
 O homem necessita do aprendizado para que possa desenvolver o seu 
comportamento. E o meio social a qual está inserido possibilita essa 
construção do seu conhecimento. Podemos usar as lendas e mitos, como 
exemplo, sobre essa relação entre meio social e comportamento. O 
cineasta alemão Werner Herzog tratou desse tema em seu filme O enigma 
de Kaspar Hauser, de 1974. Baseado no livro do austríaco Jacob 
Wassermann, ele mostra a criação de um homem criado longe de outros 
seres de sua espécie e como o meio influenciou seu modo de viver. 
 O cientista suíço Jean Piaget (1896-1980), influente nome na área da 
educação durante a segunda metade do século 20, dedicou a vida à 
observação científica sobre a aquisição de conhecimento pelo ser humano 
e sua interação com o meio social, particularmente a criança. Piaget, 
defendeu a ideia da interação sujeito/meio e, que o desenvolvimento das 
estruturas mentais se inicia no nascimento, quando o indivíduo começa o 
processo de troca com o universo ao seu redor. 
 
A educação em Foco - Socialização 
 Essa capacidade de pensar o mundo, de atribuir significado à realidade 
e de transmiti-lo aos seus descendentes assegurou ao homem o 
conhecimento e suas visões de mundo. Sobre essa interação entre 
indivíduo e sociedade tornam-se questões metodológicas dentro do 
processo de ensino aprendizagem. Para a professora, mestre em 
Educação e doutora em Ciências Humanas Maria da Graça Nicoletti 
Mizukami, o fenômeno educativo é humano, histórico e multidimensional. 
Esse conhecimento na ação educativa pode ser compreendido pelas 
práticas pedagógicas: 
Pedagogia Tradicional: conhecimento sistematizado e acumulado ao longo 
dos anos; o indivíduo é inserido num mundo que irá conhecer através de 
informações que lhe serão fornecidas, selecionadas como sendo as mais 
importantes. O mundo é estático, pronto e acabado. 
Pedagogia Nova: o mundo é um fenômeno subjetivo, interpretado pelo 
homem que reconstrói em si mesmo e o configura a partir de significados 
que lhe atribui. O mundo tem o papel de criar condições de expressão para 
o indivíduo, cuja tarefa vital consiste no pleno desenvolvimento do seu 
potencial interior. 
Pedagogia Tecnicista: a realidade contém em si mesma suas próprias 
verdades, bastando os homens descobri-las e segui-las. O mundo já está 
construído. 
Pedagogia Libertadora: através de uma aproximação com a realidade e do 
pensamento crítico, o indivíduo elabora e constrói o mundo que ele 
percebe. 
 
O Homem e a Sociedade Contemporânea 
 Octavio Ianni foi um dos sociólogos brasileiros que mais escreveu sobre 
globalização, o novo estágio que atinge o capitalismo. Nota-se com o 
avanço do capitalismo financeiro uma disparidade em relação às 
desigualdades sociais. 
 A competição entre países e regiões se torna mais acirrada; as relações 
se mercantilizam; as mudanças são abruptas e geram sentimento de 
insegurança; as crises se sucedem; os preços sobem; a renda dos mais 
pobres diminuem; os salários perdem valor; as organizações que protegem 
trabalhadores enfraquecem; valores consagrados são abandonados, 
serviços públicos se deterioram e as minorias se insurgem (COSTA, 2005, 
p. 240). 
 No Jornal Folha de S. Paulo de 24 de junho de 2021: 
Desigualdade cresce e 1% no topo da pirâmide do Brasil concentra metade 
da riqueza 
 “O relatório – Credit Suisse - também recorda que a desigualdade de 
riqueza é alta na América Latina, especialmente no Brasil, que possui um 
dos maiores níveis de desigualdade no mundo”. 
 
O papel da educação nas relações do homem com o mundo 
 Em um mundo cada vez mais marcado pelos conflitos armados, 
perseguições relacionadas às questões de raça, religião, gênero e de 
ideologias políticas, desemprego e a instabilidade das situações de 
trabalho, miséria e pobreza, deslocamento de pessoas, a educação é um 
estímulo à reflexão sobre essas e outras questões na relação entre homem 
e sociedade. 
 A educação/conhecimento permite desenvolver: 
. Cognição: o pensamento crítico a capacidade de resolver problemas, 
razão e argumentação, o poder de análise, a criatividade. 
. Interpressoal: a comunicação assertiva, confiança, liderança, resolução de 
conflitos, valorização da diversidade, adaptação, trabalho em equipe, 
empatia, responsabilidade. 
. Intrapessoal: cidadania, profissionalismo e ética, valorização da arte e 
cultura, flexibilidade, orientação para carreira profissional, interesse à 
pesquisa, determinação, incentivo ao diálogo. 
 Um dos fundamentos principais do processo ensino aprendizagem é a 
reflexão e análise das situações reais das diferentes sociedades e a busca 
pelas variadas possibilidades para a melhoria do acesso à igualdade de 
oportunidades para todos e o acesso aos direitos sociais estabelecidos nas 
leis: educação de qualidade, sistema de saúde eficiente, direitos 
trabalhistas permanentes, terra para trabalhar, habitação digna e 
reconhecimento da pluralidade cultural. 
 
 
Atividade extra 
 
Documentário - Ilha das Flores (Brasil, 1989. Dirigido por Jorge Furtado) – 
Filme, diversas vezes premiado, no qual o autor busca mostrar a trajetória 
de um tomate desde quando é plantado até o momento em que é jogado 
em um lixão, tornando-se alimento para os que lá buscam sua comida. 
YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=eUEfBLRT37k 
 
 
Referência Bibliográfica 
COSTA, M. C. C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São 
Paulo: Moderna, 2005. 
KUPPER, A. Sociologia: Diálogos compartilhados. Editora FTD, 1ª ed., 
2014. 
Práxis Educativa 
Contemporânea 
Segundo Paulo Freire, a práxis remete à ideia de um conjunto de práticas 
visando à transformação da realidade objetiva dos indivíduos e à produção 
da história. Ou seja, para Paulo Freire, a práxis significa que, ao mesmo 
tempo, o sujeito age/reflete e ao refletir age, assim, a práxis é um 
movimento dialético. O sujeito da teoria vai para a prática e da sua prática 
https://www.youtube.com/watch?v=eUEfBLRT37k
chega à nova teoria, sendo assim, teoria e prática se fazem juntas, 
perpetuam-se na práxis educativa. 
 
Relação teoria-práxis 
Segundo Paulo Freire, a teoria e a prática precisam dialogar 
permanentemente, fugindo da ideia tradicional de que o saber está 
somente na teoria, construído distante ou separado da ação/prática. Para 
que o ensino e a aprendizagem aconteçam de forma efetiva, teoria e prática 
precisam ser conduzidas concomitantemente, ou atingiremos um processo 
de formação inadequada, que não proporcione a aprendizagem e leve a 
um aprisionamento dos indivíduos, sendo este processo um reflexo da 
cisão entre teoria e prática imposta pela sociedade do capitalismo tardio. 
 
A práxis pedagógica, segundo Paulo Freire, se sustenta na condição 
humana, no diálogo e na transformação da realidade por meio da libertação 
dos indivíduos. Como resultado, a práxis pedagógica gera a capacidade de 
compreensão e intervenção do mundo. Paulo Freire destaca que os 
sujeitos devem se colocar frente ao outro, com propósito de modificar a 
realidade e o contexto opressor/oprimido. 
 
Segundo Paulo Freire, a educação exige ao professor(a) e educando(a) um 
posicionamento de reconhecimento e emancipação humana, para isso, “o 
seu quefazer, ação e reflexão, não pode dar-se sem a ação e a reflexão 
dos outros, se seu compromisso é o da liberdade” (Paulo Freire - Pedagogiado Oprimido). 
 
Neste sentido, a educação na sociedade contemporânea é a única 
possibilidade de transformação da sociedade na medida em que supera a 
contradição existente na educação bancária. 
 
A redução do processo formativo a uma operacionalização da teoria, uma 
espécie de melhores práticas para se ter de atingir o "desenvolvimento 
produtivo" almejado por esta sociedade, tem como objetivo a conversão do 
processo educativo em treinos direcionados a operacionalização de 
determinadas técnicas escolhidas para tal finalidade. 
 
A cisão da teoria e da prática foi acompanhada do desenvolvimento de um 
operacionalismo que impediu o desenvolvimento de propostas 
educacionais que permitissem a superação da condição opressor-
oprimido, tendo em vista que impediu o reconhecimento por parte do sujeito 
da sua condição de oprimido, e a inibição da consciência da sua condição 
impediu a superação desta condição. 
 
Segundo Paulo Freire, na escola da sociedade moderna os objetos de 
aprendizagem são retalhos de uma realidade distante da realidade social, 
não permitindo que os educandos tenham condições de compreender a 
realidade social na sua totalidade. 
 
No campo de atuação dos professores, a práxis educativa poderia permitir 
que os docentes desenvolvem condições para a criação de mecanismos 
formativos efetivos, rompendo com um ciclo de redução da sua atuação a 
mera reprodução dos conteúdos detalhados em livros didáticos, 
meramente teóricos e sem relação com a realidade objetiva dos 
educandos. A práxis educativa pressupõe a rearticulação da teoria e da 
prática, sem a redução desta a um processo de gerador de 
operacionalismo, mas com foco na construção de mecanismos geradores 
de liberdade, autonomia e independência de pensamento para todos os 
envolvidos no processo. 
 
 Por fim, a práxis educativa deve ser: 
 crítica – deve possuir criticidade para potencializar a formação crítica dos 
educandos. 
 problematizadora – deve permitir a problematização do mundo e a 
contextualização dos problemas vivenciados pelos educandos. 
 respeitadora - deve respeitar as individualidades e as potencialidades de 
todos os educandos. 
 humanizadora - deve romper com um sistema educacional tecnicista e 
deve introduzir um processo formativo sustentado na humanização dos 
processos. 
 transformadora – deve produzir as condições objetivas para a 
transformação social por meio da formação. 
 
E, ao mesmo tempo, a práxis educativa deve proporcionar o 
desenvolvimento de(a): 
 cidadania 
 democracia 
 transformação social 
 
Conclui-se que a práxis educativa, para Paulo Freire, pressupõe a 
rearticulação da teoria e da prática, visando criar as condições necessárias 
para o desenvolvimento da cidadania (espírito de solidariedade), da 
democracia (criação de condições de acesso e de permanência de todos 
no sistema educacional) e visa em todas as suas propostas e ações a 
transformação das condições sociais de igualdade na sociedade moderna. 
 
 
Atividade extra 
Assistir o vídeo Ensinar Exige Reflexão Crítica Sobre a Prática - Pedagogia 
da Autonomia, de Paulo Freire 
Link da Atividade: https://www.youtube.com/watch?v=GYCJt7VTnKc 
 
 
Referência Bibliográfica 
HEIN, Ana Catarina A. (org). Fundamentos da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TERRA, Márcia de Lima Elias (org). História da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. 
Campinas, SP: Autores Associados, 2020. 
Abordagem 
Comportamentalista 
https://www.youtube.com/watch?v=GYCJt7VTnKc
Conceito da abordagem comportamentalista 
 O conteúdo sobre Abordagens na Educação tem por finalidade oferecer 
múltiplas e variadas possibilidades para a ação dos professores em geral, 
que estão atuando junto às escolas. Oferecendo também aos alunos do 
curso superior de Pedagogia subsídios para reconhecerem as diferentes 
abordagens do processo de ensino-aprendizagem e refletirem sobre a 
intencionalidade de toda ação educativa. 
 Para os comportamentalistas ou behavioristas, representantes desta 
abordagem, a experiência ou a experimentação é a base do conhecimento. 
Trata-se, a sua origem empirista, ou seja, a considera-se que o 
conhecimento é o resultado direto da experiência. 
 O conhecimento é uma “descoberta” para o indivíduo. E o que foi 
descoberto, já se encontrava presente na realidade exterior. Nesse modelo 
o comportamento humano é modelado e reforçado. Implicam recompensa 
e controle, assim como o planejamento da aprendizagem, das sequências 
de atividades e aprendizagem e a modelagem do comportamento humano, 
a partir da manipulação de reforços. 
 
Características da Abordagem Comportamentalista 
 Em sua obra Ensino: As Abordagens do Processo (1986), a professora 
e pesquisadora Maria da Graça Nicoletti Mizukami, deu amplo espaço para 
as diferentes abordagens e ações do processo de ensino aprendizagem. 
Mizukami que realiza pesquisas nos temas: base de conhecimento para o 
ensino, desenvolvimento profissional da docência, aprendizagem 
profissional da docência e práticas pedagógicas e casos de ensino, traz 
como características da abordagem comportamentalista: 
Conhecimento: resultado direto da experiência planejada, a ciência e 
comportamento são formas de conhecer os eventos, o que torna possível 
a sua utilização e o seu controle. 
 Educação: responsável pela transmissão de conhecimento e cultura, tem 
o poder de controlar e promover mudanças aceitáveis nos alunos, 
promovendo maior responsabilidade e liberdade com o autocontrole. 
Sociedade: o modelo ideal é aquele regido pelas leis da engenharia 
comportamental: qualquer ambiente físico ou social, age sobre a natureza 
humana. O controle e o diretivismo do comportamento humano são 
considerados como inquestionáveis. O indivíduo tem, contudo, seu papel 
nesse planejamento sócio-cultural, que é ser passivo e respondente ao que 
dele é esperado. É ele uma peça numa máquina planejada e controlada, 
realizando a função que se espera seja realizada de maneira eficiente 
(MIZUKAMI, 1986, p. 25). 
Escola: espaço de controle dos comportamentos que pretende instalar e 
manter. Relaciona-se com agências controladoras da sociedade (governo, 
política, economia) para a manutenção de todos, inclusive da própria 
escola. 
Ensino-aprendizagem: o ensino consiste no conteúdo programado, no 
reforço e condicionamento; enquanto a aprendizagem é percebida a partir 
da mudança de comportamento. 
Professor-aluno: cabe ao professor a responsabilidade de planejar e 
desenvolver o processo de ensino-aprendizagem: planejando e dando 
sequência às atividades e reforçando positivamente às respostas 
desejadas com os alunos. 
Metodologia: planejamento e estratégias de ensino são fundamentais, 
necessário a especificação dos objetivos a serem alcançados, observa-se 
o envolvimento do aluno e os feedbacks são constantes. 
Avaliação: parte do pressuposto de que o aluno progride em seu ritmo 
próprio, sem cometer erros, assim a avaliação consiste, em se constatar se 
o aluno aprendeu e atingiu os objetivos propostos no planejamento das 
atividades. 
 
Pensadores da Abordagem Comportamentalista 
 O psicólogo behaviorista norte-americano, Burrhus Frederic Skinner 
(1904-1990), considerado um dos mais importantes pensadores da crença 
na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano. O 
behaviorismo restringe seu estudo no comportamento humano tomado por 
reações dos organismos aos estímulos externos. Seu princípio é que só é 
possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. Portanto, 
descartam-se conceitos e categorias centrais para os estados mentais 
subjetivos: consciência, vontade, inteligência, emoção e memória. 
 O conceitoprincipal do pensamento de Skinner é o de condicionamento 
operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulado 
pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão ligados à fisiologia 
do organismo. A diferença entre o condicionamento operante e o reflexo 
condicionado é que o primeiro é um hábito gerado por uma ação do 
indivíduo; e o segundo é uma resposta a um estímulo puramente externo. 
Para Pavlov, o estímulo segue uma resposta; enquanto para Skinner, o 
ambiente é modificado e produz consequências que agem de novo sobre 
ele, alterando a possibilidade de ocorrência futura semelhante. 
 
Biografia 
 Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi um psicólogo norte-americano, 
seguidor do Behaviorismo de J. B. Watson, mas na década de 40, criou o 
Behaviorismo Radical com uma proposta filosófica sobre o comportamento 
humano. 
 Ingressou no Hamilton College em Nova Iorque, com o objetivo de se 
tornar escritor. Em 1926 concluiu o bacharelado em Literatura Inglesa e 
Línguas Românicas. Em 1928, Skinner inscreveu-se no curso de pós-
graduação em Psicologia pela Universidade de Harvard, embora nunca 
tenha estudado psicologia antes. Concluiu o mestrado em 1930 e o 
doutorado em 1931, permanecendo na Universidade, como pesquisador, 
até 1936. Entre 1945 e 1947 lecionou na Universidade de Indiana, onde se 
tornou presidente do Departamento de Psicologia. Em 1948 retornou para 
Harvard como professor titular. 
 Influenciado pela teoria dos reflexos condicionados de Pavlov e pelo 
estudo do comportamento de John B. Watson, Skinner acreditou que era 
possível explicar a conduta dos indivíduos como um conjunto de respostas 
fisiológicas condicionadas. Suas principais obras são: O Comportamento 
dos Organismos (1938), Walden II (1948), Ciência e Comportamento 
Humano (1953), Comportamento Verbal (1957) e Além da Liberdade e da 
Dignidade (1971). 
 
A abordagem comportamentalista na educação 
 A educação está relacionada à transmissão cultural, o conhecimento 
está intimamente relacionado com comportamentos éticos, práticas sociais, 
habilidades consideradas básicas para a manipulação e controle do 
mundo/ambiente (cultural, social). 
 É necessário mencionar que, na fixação de critérios de desempenhos 
adequados, são consideradas igualmente: as exigências da agência 
educacional; às exigências de outras agências a ela ligadas, tais como: 
família, grupos etc., as exigências da própria sociedade. Dessa forma, os 
cenários decisórios, em sua maioria, encontram-se fora de cada situação 
particular de ensino-aprendizagem (MIZUKAMI, 1986, p. 27). 
 
 
Atividade extra 
Wendel dos Santos é morador da Cidade Tiradentes (SP) e dança desde 
os oito anos. Depois de ganhar diversos prêmios, sonha em viajar para um 
concurso de ballet em Nova York. A história de Wendel pode ser analisada 
como o meio social pode influenciar e como o homem pode transformar o 
meio. 
 
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=rLqQciINyNc 
 
 
Referência Bibliográfica 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo. São 
Paulo: EPU, 1986. 
Abordagem Cognitivista 
Conceito da abordagem cognitivista 
 O conteúdo sobre Abordagens na Educação tem por finalidade oferecer 
múltiplas e variadas possibilidades para a ação dos professores em geral, 
que estão atuando junto às escolas. Oferecendo também aos alunos do 
https://www.youtube.com/watch?v=rLqQciINyNc
curso superior de Pedagogia subsídios para reconhecerem as diferentes 
abordagens do processo de ensino-aprendizagem e refletirem sobre a 
intencionalidade de toda ação educativa. 
 A abordagem cognitivista implica, estudar cientificamente a 
aprendizagem / criatividade a partir de fatores externos ao aluno. As 
emoções são consideradas em suas articulações com o conhecimento. 
 Consideram-se aqui formas pelas quais as pessoas lidam com os 
estímulos ambientais: organizam dados, sentem e resolvem problemas, 
adquirem conceitos e empregam símbolos verbais. Embora se note 
preocupação com relações sociais, a ênfase dada é na capacidade do 
aluno de integrar informações e processá-las (MIZUKAMI, 1986, p. 56). 
 
Características da Abordagem Humanista 
 Em sua obra Ensino: As Abordagens do Processo (1986), a professora 
e pesquisadora Maria da Graça Nicoletti Mizukami, deu amplo espaço para 
as diferentes abordagens e ações do processo de ensino aprendizagem. 
Mizukami que realiza pesquisas nos temas: base de conhecimento para o 
ensino, desenvolvimento profissional da docência, aprendizagem 
profissional da docência e práticas pedagógicas e casos de ensino, traz 
como características da abordagem cognitivista: 
Conhecimento: é o produto da interação entre homem e mundo; o 
desenvolvimento do ser humano e do seu conhecimento ocorre por fases 
que se inter-relacionam; o indivíduo é considerado como um sistema 
aberto, em reestruturações sucessivas, em busca de um estágio final nunca 
alcançado por completo; o desenvolvimento está ainda em considerá-lo 
com um processo de adaptação de assimilação versus acomodação (no 
sentido piagetiano); todo o indivíduo tem um grau de operacionalidade em 
suas atividades – motora, verbal e mental – de acordo com o nível de 
desenvolvimento alcançado e de organização do mundo. 
Educação: na medida em que a criança reinventa o mundo criando meios 
de adaptação às suas necessidades, desenvolve a sua inteligência; o 
mundo e o meio social estão a serviço do ser humano, modificando-o; 
Sociedade: deve caminhar no sentido da democracia, que não é um 
produto final, mas uma tentativa constante de conciliação, garantindo a 
liberdade do grupo na participação ativa da elaboração de regras comuns 
para todos, uma espécie de contrato social. 
Escola: deve começar ensinando a criança a observar (ação real e 
material, investigação individual, tentativas), dando ao aluno a possibilidade 
de aprender por si próprio; levar ao aluno o desenvolvimento de suas 
possibilidades de ação motora, verbal e mental; propor atividades num 
processo de equilíbrio e desequilíbrio, os conceitos ensinados não podem 
ser dirigidos, a solução das atividades deverá ser apresentada pelo próprio 
aluno. As diretrizes que norteiam uma escola piagetiana: trabalho em 
grupo, diretividade sequencial – criar situações onde possam ser 
operacionalizados os conteúdos. 
Ensino-aprendizagem: prioriza desenvolver as atividades do sujeito, 
considerando-o inserido numa situação social, oferecendo liberdade de 
ação e propor trabalhos com conceitos; a relação ensino aprendizagem é 
baseada no ensaio e erro, na pesquisa e solução de problemas. 
Professor-aluno: prioriza a relação de cooperação dos alunos entre si e 
não apenas entre professor e aluno; o professor é responsável por provocar 
desequilíbrios e fazer desafios, orientando o aluno para que tenha 
autocontrole e autonomia. 
Metodologia: não é um modelo pedagógico e sim uma teoria do 
conhecimento; 
A inteligência se constrói a partir da interação e das ações do indivíduo com 
o mundo; a didática baseia-se na investigação, o ambiente desafiador e 
problematizador, um método ativo. 
Avaliação: o controle do aproveitamento deve ser apoiado em múltiplos 
critérios, considerando a assimilação e a aplicação do conhecimento. 
 
Pensadores da Abordagem Cognitivista 
 O biólogo suíço, Jean Piaget (1896-1980), considerado um dos mais 
importantes pensadores e influentes no campo da educação durante a 
segunda metade do século XX. Não existe, entretanto, um método Piaget, 
como ele próprio gostava de frisar. Dedicou-se à observação rigorosa sobre 
o processo de aquisição de conhecimento da criança. 
 Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade 
física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que 
denominou epistemologia genética - isto é, uma teoria do conhecimentocentrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o 
pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o 
início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. 
Não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem 
condições de aprender. 
 Para Piaget as crianças passam pelos processos 
de assimilação e acomodação. O primeiro consiste em incorporar 
símbolos do mundo exterior existentes. Como exemplo: a criança tem uma 
ideia mental de bola, ao observar o objeto irá assimilar a imagem conhecida 
por ela. Enquanto a acomodação consiste nas modificações das formas de 
assimilação através do mundo externo. 
Representantes da abordagem cognitivista: Jean Piaget e o norte 
americano Jerome Bruner. 
Biografia 
 Jean Willian Fritz Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. 
Formou-se em biologia na Universidade de Neuchâtel. Aos 23 anos de 
idade mudou-se para Zurique, onde passou a dedicar os seus estudos 
sobre o raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental. Entre 
suas principais obras destacam-se os livros “Biologia e Conhecimento” e “A 
Formação do Símbolo na Criança”. Recebeu títulos honorários de algumas 
das principais Universidades europeias e norte-americanas. Morreu em 
1980 em Genebra, Suíça. 
 
A abordagem cognitivista na educação 
 A educação não implica na transmissão de verdades, informações e 
demonstrações, o aluno aprende por si próprio, conquista as verdades. A 
autonomia intelectual é assegurada pelo desenvolvimento da 
personalidade e pela aquisição de instrumentos lógico-racionais. A 
educação deve garantir autonomia intelectual. 
 O conhecimento adquirido no processo educacional, tem um papel 
importante, ao provocar situações que sejam desequilibradoras para o 
aluno, desequilíbrios esses adequados ao nível de desenvolvimento em 
que se encontram de forma que seja possível a construção progressiva das 
noções e operações, ao mesmo tempo em que a criança vive intensamente 
(intelectual e afetivamente) cada etapa de seu desenvolvimento 
(MIZUKAMI, 1986, p. 70). 
 
 
Atividade extra 
 Documentário completo sobre a epistemologia genética de Jean Piaget. 
O psicopedagogo suíço Piaget é valorizado como um dos mais originais e 
fecundos psicólogos do século XX. Na sua dilatada e completíssima obra 
trata de averiguar como se constrói o conhecimento e de explicar o 
desenvolvimento da inteligência humana. 
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=eKjI6Dx6PhU 
 
 
Referência Bibliográfica 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo. São 
Paulo: EPU, 1986. 
Abordagem Humanista 
Conceito da abordagem humanista 
 O conteúdo sobre Abordagens na Educação tem por finalidade oferecer 
múltiplas e variadas possibilidades para a ação dos professores em geral, 
que estão atuando junto às escolas. Oferecendo também aos alunos do 
curso superior de Pedagogia subsídios para reconhecerem as diferentes 
abordagens do processo de ensino-aprendizagem e refletirem sobre a 
intencionalidade de toda ação educativa. 
 
Características da Abordagem Humanista 
 Em sua obra Ensino: As Abordagens do Processo (1986), a professora 
e pesquisadora Maria da Graça Nicoletti Mizukami, deu amplo espaço para 
as diferentes abordagens e ações do processo de ensino aprendizagem. 
https://www.youtube.com/watch?v=eKjI6Dx6PhU
Mizukami que realiza pesquisas nos temas: base de conhecimento para o 
ensino, desenvolvimento profissional da docência, aprendizagem 
profissional da docência e práticas pedagógicas e casos de ensino, traz 
como características da abordagem humanista: 
Gerais: Enfoque no sujeito: principal elaborador do conhecimento humano; 
ênfase às relações interpessoais, à vida psicológica e emocional, a 
personalidade do indivíduo em seus processos de construção pessoal da 
realidade – pessoa integrada. 
Conhecimento: é construído no decorrer do processo de ensino-
aprendizagem; o papel central e primordial na elaboração e criação do 
conhecimento. Ao experienciar o homem conhece; não é acabado, possui 
uma característica dinâmica e é inerente à atividade humana. “O único 
homem que se educa é aquele que aprendeu a aprender” (Rogers). 
Educação: centrada na pessoa, no aluno; educação democrática; 
finalidade: criar condições que facilitem a aprendizagem. Objetivo básico: 
liberar no aluno a capacidade de autoaprendizagem (desenvolvimento 
intelectual e emocional); tornar os alunos pessoas de iniciativa, de 
responsabilidade, de autodeterminação, com espírito livre e criativo. Ação 
pedagógica crítica e consciente. 
Escola: Respeita a criança e oferece condições para que ela se 
desenvolva. Se governa pelo princípio da autonomia democrática; 
estabelece um clima de aprendizagem, compromisso e liberdade para 
aprender. 
Ensino-aprendizagem: centrado na pessoa; método não diretivo: 
contribuir com a pessoa à sua própria experiência, para que ela possa 
estruturar-se e agir. A aprendizagem deve fazer sentido sobre o 
comportamento (autodescoberta, autodirigida e auto apropriada). 
Professor-aluno: - o professor é uma personalidade única que assume a 
função de facilitador da aprendizagem. - O relacionamento entre professor 
e aluno é sempre pessoal e único. Deve haver uma compreensão empática 
e o apreço (aceitação e confiança). - O aluno deve responsabilizar-se pelos 
objetivos referentes à aprendizagem. 
Metodologia: - incentivo a curiosidade e o interesse dos alunos, que 
escolhe o que quer aprender; os conteúdos devem ser significativos 
pesquisados pelos alunos, que devem ser capazes de analisar criticamente 
os mesmos. 
Avaliação: encontra-se uma rejeição por qualquer padronização de 
produtos de aprendizagem e competências. Crianças e adultos aprendem 
o que desejam aprender. Autoavaliação (com critérios, só o indivíduo pode 
conhecer a sua experiência). 
 
Pensadores da Abordagem Humanista 
 
Carl Rogers 
 A proposta do norte-americano Carl Rogers (1902-1987) para a 
educação é identificada como representativa da psicologia humanista. O 
“ensino centrado no aluno” é derivado da teoria rogeriana sobre 
personalidade e conduta. Rogers atuou nos dois campos da educação e 
da psicologia. Em seu ideal de ensino, o papel do professor se assemelha 
ao do terapeuta e o do aluno ao do cliente. Isso quer dizer que a tarefa do 
professor é facilitar o aprendizado, que o aluno conduz a seu modo e possa 
viver novas experiências, confiar nos próprios desejos e intuições, liberdade 
e responsabilidade de agir e disponibilidade para criar. 
 Uma marca da teoria de Carl Rogers é o termo “não-diretivo”. Ou seja, 
o professor para exercer sua função três qualidades são requeridas: 
congruência - ser autêntico com o cliente/aluno; empatia - compreender 
seus sentimentos; e respeito - "consideração positiva incondicional", na fala 
rogeriana. 
 
Biografia 
 Carl Ransom Rogers nasceu em Oak Park, perto de Chicago, em 1902. 
Teve uma infância isolada e uma educação fortemente marcada pela 
religião. Tornou-se pastor e encaminhou os estudos para a teologia, 
quando começou a se interessar por psicologia. Na nova carreira, o 
primeiro foco de trabalho foram crianças submetidas a abusos e maus-
tratos. Por essa época começou, por observação, a desenvolver suas 
teorias sobre personalidade e prática terapêutica. Aos 40 anos publicou o 
primeiro livro. Seguiram-se mais de 100 publicações destinadas a divulgar 
suas ideias, que ganharam seguidores em todo o mundo. Rogers quis 
provocar uma ruptura na psicologia, dando a condução do tratamento ao 
cliente, e não temeu acusar de autoritários a maioria dos métodos 
hegemônicos na área. O pilar da terapia rogeriana são os "grupos de 
encontro", em que vários clientes interagem. Rogers foi um dos primeiros a 
gravar e filmar as sessões de terapia. Morreu de um ataque cardíaco em1987, em San Diego, Califórnia. 
 
A abordagem Humanista na Educação 
 
O mais importante é a relação aluno-professor 
 No campo da educação, Carl Rogers pouco se preocupou em definir 
práticas. Chegou a afirmar que "os resultados do ensino ou não têm 
importância ou são perniciosos". Acreditava ser impossível comunicar 
diretamente a outra pessoa o conhecimento que realmente importa é que 
ele definiu como "a verdade que foi captada e assimilada pela experiência 
pessoal". Além disso, Rogers estava convencido de que as pessoas só 
aprendem aquilo de que necessitam ou o que querem aprender. Sua 
atenção recaiu sobre a relação aluno-professor, que deve ser impregnada 
de confiança e destituída de noções de hierarquia. Instituições como 
avaliação, recompensa e punição estão completamente excluídas, exceto 
na forma de autoavaliação. Embora anticonvencional, a pedagogia 
rogeriana não significa abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio 
para que caminhem sozinhos. 
 
 
Atividade extra 
Filme: O Substituto 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SRvJrxsrtsE&t=585 
 
O filme traz a história de Henry Barthes (Adrien Brody), professor de liceu e 
com um talento nato para criar empatia com jovens. Porém, decidido a não 
criar vínculos com jovem mais, optou por uma carreira de substituição, 
orientando por períodos curtos, turmas que ficariam sem o docente. Até ao 
dia em que é colocado numa problemática escola pública, onde o corpo de 
professores debatem com jovens desmotivados. 
https://www.youtube.com/watch?v=SRvJrxsrtsE&t=585
https://www.youtube.com/watch?v=SRvJrxsrtsE&t=585
 
 
Referência Bibliográfica 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo. São 
Paulo: EPU, 1986. 
Educação no Contexto das 
Sociedades 
Aescola possui diversos papéis de grande relevância na sociedade 
moderna, sendo possível destacar que os principais estão vinculados aos 
processos geradores de Socialização, Coesão social e Reprodução Social. 
 
A escola se transformou de maneira cristalina nos últimos séculos, 
principalmente a partir do século XIX, assumindo papéis que não estavam 
no seu escopo de atuação nos séculos anteriores. No final XIX, Émile 
Durkheim apresentou elementos concretos para a compreensão do papel 
assumido pela escola em uma sociedade complexa e marcada por um 
elevado grau de solidariedade orgânica. Destaca-se que o elevado grau 
de solidariedade orgânica, apontado por Durkheim, resultou em um 
elevado nível de especialização do trabalho, colocando no escopo de 
atuação da escola um papel que ela não possuía antes: formação de 
profissionais especialistas para na sociedade moderna. 
 
O modelo de solidariedade existente na sociedade moderna impulsionou a 
conversão da escola moderna em uma instituição formadora de mão-de-
obra qualificada, ressaltando que os modelos de solidaridades descritos por 
Émile Durkheim foram: 
 
 Solidariedade Mecânica – modelo de solidariedade das sociedades pré-
capitalistas, com baixo nível de transformação social e baixa especialização 
do trabalho humano. 
 
 Solidariedade Orgânica – modelo de solidariedade adotado pela 
sociedade capitalista, que sustenta em um elevado nível de transformação 
e no crescente nível de especialização do trabalho humano. 
 
No sentido da transformação social apresentada, percebemos que a escola 
assumiu um papel de grande relevância na aproximação de indivíduos com 
características diferentes, ou seja, a escola assumiu um papel de aproximar 
pessoas com diferentes características culturais, gerando experiências a 
partir de contato com a diversidade (cultural, política, social e demais 
diversidades existentes na sociedade). 
 
A socialização sempre foi um dos principais elementos históricos da escola, 
entretanto em uma sociedade marcada pelo elevado grau de diversidade e 
de solidariedade orgânica na sociedade moderna é sustentada 
basicamente na assimilação de hábitos, costumes, valores sociais e 
culturais adotados pelas sociedades ou por determinados grupos sociais. 
 
O segundo elemento apresentado por Émile Durkheim como essencial 
para definir o papel da escola na sociedade moderna é a coesão social. 
Levando em consideração que a coesão social está diretamente vinculada 
ao mecanismo de geração de unidade no grupo social, permitindo o pleno 
funcionamento de todas as esferas da sociedade. O caráter de unicidade 
da sociedade moderna é fruto de um forte processo de coesão social, da 
qual a escola é um dos principais pilares, tendo em vista que em uma 
sociedade marcada pela diversidade em todos os estágios sociais, assim, 
a coesão social deriva diretamente do processo de organização da escola, 
nas esferas política, econômica, social e cultural. Neste sentido, a coesão 
social não deve ser confundida com planificação de saberes, mas de 
elementos norteadores de perpetuação da convivência social de maneira 
pacífica e sem conflitos que coloquem em risco o processo de socialização. 
 
Émile Durkheim afirma que o processo de coesão social deriva diretamente 
do processo de construção de solidariedade nas sociedades, sendo que a 
sociedade moderna é marcada pela solidariedade orgânica e as 
sociedades pré-capitalistas são marcadas pela solidariedade mecânica. 
 
O processo de reprodução social por meio da escola foi identificado e 
aprofundado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, que apresentou a 
perspectiva de que a escola, nesta sociedade, teria a função de reprodução 
dos saberes, interesses e objetivos da classe dominante, levando em conta 
que a classe dominada é obrigada a adotar padrões culturais, sociais, 
econômicos que não fazem parte da sua natureza, e são derivados de 
elementos produzidos pela classe dominante. Neste cenário, o sistema 
escolar passou a assumir um papel de fomentador de reprodução de 
ideologias e de pensamentos da classe dominante, descartando os 
saberes, as experiências e os valores culturais da classe social dominada, 
edificando um sistema educacional que tenha como propósito manter a 
coesão social e a reprodução social por meio de um processo de 
socialização controlado e sem possibilidades de superação das condições 
existentes na sociedade, ou seja, um controle de todas as forças 
transformadoras da sociedade em prol dos objetivos da classe dominante. 
Assim, na sociedade moderna, a educação tradicional prega que a 
escola seja reprodutora dos elementos estruturais da sociedade, 
descartando o papel revolucionário da escola. 
 
Educação Crítica 
Educação Crítica – corrente pedagógica que defende que a Educação 
assuma o papel de formar pessoas críticas, autônomas e independentes 
no pensamento e nas suas decisões. Defende a ruptura com o papel da 
escola de mera reprodutora dos valores, ideais, saberes e interesses da 
classe social dominante, em detrimento dos saberes e das experiências da 
classe social dominada (classe popular). 
 
 
Atividade extra 
Assistir o vídeo Bourdieu e a Educação – Parte 01 
Link da Atividade: https://www.youtube.com/watch?v=nBImhAMslqU 
 
 
Referência Bibliográfica 
HEIN, Ana Catarina A. (org). Fundamentos da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TERRA, Márcia de Lima Elias (org). História da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. 
Campinas, SP: Autores Associados, 2020. 
Educação na Sociedade do 
Capital 
https://www.youtube.com/watch?v=nBImhAMslqU
Sociedade Moderna, Escola e Capitalismo 
A sociedade moderna industrial se constituiu a partir de um conjunto de 
transformações sociais e políticas que foram iniciadas a partir do século 
XVII, sendo que tais transformações criaram um linear de mudanças 
profundas nas formas de vida social dos indivíduos, na organização política 
doEstado e no cotidiano da sociedade. As transformações ocorridas foram 
marcadas historicamente por alguns acontecimentos, sendo os principais a 
Revolução Francesa, a Revolução Industrial e a Revolução Científica. 
 
Neste novo modelo de sociedade, alguns elementos se tornaram 
estruturais e passaram a direcionar todas as ações dos indivíduos na sua 
vida social (vida em sociedade). O tipo de trabalhado desempenhado 
passou a ser o trabalhador assalariado e a conquista dos meios de 
sobrevivência foi edificada por este tipo de trabalho, destacando que os 
excedentes do valor derivado da remuneração recebida pelos 
trabalhadores resultaram na constituição de em um princípio importante 
para este modelo de sociedade: acumulação de capital. A sociedade 
sustentada na acumulação de capital ficou conhecida como sociedade 
capitalista. 
 
Se o trabalho passou a impulsionar a busca pela acumulação de capital 
nesta sociedade, podemos destacar que todas as instituições sociais 
(escola, família etc.) passaram a ser organizadas para a realização deste 
princípio básico. A escola passou a ter um novo papel, além de ser 
responsável pela preparação dos indivíduos para a sua vida cotidiana e 
para a socialização, a escola também assumiu o papel de preparar os 
indivíduos para o desempenho de atividades profissionais que 
proporcionem o desempenho de atividades geradoras dos meios sociais 
de sobrevivência e de acumulação de capital. 
 
De um ponto de vista prático, a valorização da acumulação de capital na 
sociedade moderna deriva de três elementos básicos que geram 
diferenciação social entre os indivíduos: 
 
 Consumo de Mercadorias – o consumo de mercadorias é derivado 
diretamente das condições sociais e econômicas que os indivíduos 
possuem, ou seja, a acumulação de capital determina o consumo de 
mercadorias dos indivíduos na sociedade moderna. 
 
 Melhores condições de Vida – as condições de vida também são 
determinadas pela acumulação de capital na sociedade moderna, assim, 
os indivíduos que venham atingir níveis elevados de acumulação de capital 
possuem as melhores condições de vida (acesso a sistemas de saúde, 
educação, saneamento básico e potencial de consumo de mercadorias). 
 
 Acesso ao Capital Cultural – segundo Pierre Bourdieu, outro elemento 
gerado pelo processo de acumulação de capital nesta sociedade é a 
possibilidade de acesso ao Capital Cultural. O Capital Cultural é um 
elemento gerador de diferenciação entre os indivíduos e está sustentado 
no acesso às condições de geração de experiências culturais (visita a 
museus, viagens para contato com culturas diferentes, acesso aos 
conhecimentos derivados de diversos idiomas e a domínio da linguagem 
geradora de status social) 
 
Na sociedade capitalista, a escola assumiu um papel importante na 
geração das condições econômicas geradoras de possibilidade de 
consumo de mercadorias, melhores condições de vida e de acesso ao 
capital cultural. Entretanto, destaca-se, que tal processo foi mediado pela 
criação de sistemas planificados e padronizados de ensino, que, 
consequentemente, inibiram a possibilidade de formação crítica, autônoma 
e independente dos indivíduos, tendo em vista que o sistema educacional 
passou a impor normas rígidas de comportamento, padrões de ensino 
sustentados na repetição e na reprodução de conhecimentos e na criação 
de um modelo na qual o aluno assumiu um papel de passividade no 
sistema educacional. 
 
Modelos Educacionais na Sociedade do Capital 
 Educação Tradicional – modelo sustentado na reprodução dos 
conhecimentos e na assimilação com base na repetição dos 
conhecimentos, sem a possibilidade de posicionamento dos alunos frente 
aos conhecimentos reproduzidos. 
 Educação Bancária – concepção educacional que percebe o aluno como 
um ser passivo e como um “vaso vazio”, os alunos recebem os saberem 
como forma de depósitos neste vaso, sem a possibilidade de reflexões dos 
alunos sobre os conteúdos depositados. 
 Educação Utilitarista – modelo utilizado para a utilização dos 
conhecimentos nas atividades profissionais existentes na sociedade, sem 
a possibilidade de desenvolvimento crítico dos alunos. 
 
Características da Escola na Sociedade do Capital 
Na sociedade moderna, a escola assumiu um papel de instituição 
opressora, e tal papel é derivado do processo de dominação imposto pela 
sociedade capitalista aos indivíduos. O controle é um instrumento 
fundamental para a consolidação da opressão e da dominação, assim, a 
escola passa a ter um alinhamento com as características da própria 
sociedade capitalista. 
 
Pensadores Brasileiros Críticos a este modelo de escola 
 Paulo Freire 
 Florestan Fernandes 
 Darcy Ribeiro 
 Dermeval Saviani 
 
 
Atividade extra 
Assistir o vídeo “As contradições da educação na sociedade capitalista” 
Link de acesso a atividade extra 
(Link https://www.youtube.com/watch?v=Tq69p7la8kQ) 
 
 
Referência Bibliográfica 
HEIN, Ana Catarina A. (org). Fundamentos da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
TERRA, Márcia de Lima Elias (org). História da Educação. Biblioteca 
Universitaria Pearson. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. 
Campinas, SP: Autores Associados, 2020. 
https://www.youtube.com/watch?v=Tq69p7la8kQ
Educação na Sociedade do 
Capital 
Sociedade Moderna, Escola e Capitalismo 
A sociedade moderna industrial se constituiu a partir de um conjunto de 
transformações sociais e políticas que foram iniciadas a partir do século 
XVII, sendo que tais transformações criaram um linear de mudanças 
profundas nas formas de vida social dos indivíduos, na organização política 
do Estado e no cotidiano da sociedade. As transformações ocorridas foram 
marcadas historicamente por alguns acontecimentos, sendo os principais a 
Revolução Francesa, a Revolução Industrial e a Revolução Científica. 
 
Neste novo modelo de sociedade, alguns elementos se tornaram 
estruturais e passaram a direcionar todas as ações dos indivíduos na sua 
vida social (vida em sociedade). O tipo de trabalhado desempenhado 
passou a ser o trabalhador assalariado e a conquista dos meios de 
sobrevivência foi edificada por este tipo de trabalho, destacando que os 
excedentes do valor derivado da remuneração recebida pelos 
trabalhadores resultaram na constituição de em um princípio importante 
para este modelo de sociedade: acumulação de capital. A sociedade 
sustentada na acumulação de capital ficou conhecida como sociedade 
capitalista. 
 
Se o trabalho passou a impulsionar a busca pela acumulação de capital 
nesta sociedade, podemos destacar que todas as instituições sociais 
(escola, família etc.) passaram a ser organizadas para a realização deste 
princípio básico. A escola passou a ter um novo papel, além de ser 
responsável pela preparação dos indivíduos para a sua vida cotidiana e 
para a socialização, a escola também assumiu o papel de preparar os 
indivíduos para o desempenho de atividades profissionais que 
proporcionem o desempenho de atividades geradoras dos meios sociais 
de sobrevivência e de acumulação de capital. 
 
De um ponto de vista prático, a valorização da acumulação de capital na 
sociedade moderna deriva de três elementos básicos que geram 
diferenciação social entre os indivíduos: 
 
 Consumo de Mercadorias – o consumo de mercadorias é derivado 
diretamente das condições sociais e econômicas que os indivíduos 
possuem, ou seja, a acumulação de capital determina o consumo de 
mercadorias dos indivíduos na sociedade moderna. 
 
 Melhores condições de Vida – as condições de vida também são 
determinadas pela acumulação de capital na sociedade moderna, assim, 
os indivíduos que venham atingir níveis elevados de acumulação de capital 
possuem as melhores condições de vida (acesso a sistemas

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