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Sociologia da Educação

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MATERIAL DE APOIO 
 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
Habilitação de Professores da Educação Infantil ao Ensino Fundamental (1º ao 5 º ano) 
 
 
 
 
 
 
Organização: Profª Luana Torrentes 
 Profª Vergilia Costa 
 
 
 
2012 
 
- 1 - 
 
 
 
 
 
 
© 2012, IMEC Ltda 
Rua Manuel Martins, 16 
CEP: 21.310-240 – Madureira – Rio de Janeiro/RJ 
Telefax: (21) 3355-3377 
www.imec-edu.com.br 
imec-edu@uol.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A educação é um processo social, 
é desenvolvimento. 
Não é a preparação para a vida, 
é a própria vida." 
 
John Dewey 
 
 
 
 
 
 
Obra organizada pelo Instituto 
Mendonça da Costa Educacional 
Ltda – IMEC para fins didáticos a 
ser utilizada no Curso de 
Formação de Professores, na 
modalidade Normal. 
 
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor os 
conceitos e fundamentações 
emitidos. 
 
A edição desta obra é de 
responsabilidade do IMEC. 
 
 
GONÇALVES, L. T. M. e COSTA, V. dos A. M. da 
 
Sociologia da Educação 
 
Rio de Janeiro: IMEC, 2012. 
 
1. Sociologia da Educação 
2. Educação 
3. Cultura 
4. Trabalho 
5. Educador 
 
http://www.imec-edu.com.br/
mailto:imec-edu@uol.com.br
 
- 2 - 
 
 
SUMÁRIO 
 
 APRESENTAÇÃO 3 
 
I. INTRODUÇÃO 4 
 
II. SOCIOLOGIA 4 
 2.1. Conceito 4 
 2.2. Surgimento da Sociologia 5 
 2,2.1. Revolução Francesa 5 
 2.2.2. Revolução Industrial 6 
 2.3. Objeto da Sociologia 6 
 
III. SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 7 
 3.1. Bases sociológicas da educação 7 
 3.2. Os primeiros grandes sociólogos 7 
 3.2.1. A Sociologia de Augusto Comte 7 
 3.2.2. As contribuições de Emile Durkheim 8 
 3.2.2.1. A educação para Durkheim 10 
 3.2.3. As ideias de Karl Marx 11 
 3.2.4. A Sociologia de Max Weber 13 
 
IV. A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO SOCIAL 18 
 4.1. A educação como objeto de estudo sociológico 18 
 4.2. Importância da Sociologia da Educação para o educador 18 
 4.3. Conceito sociológico de educação 19 
 4.4. A educação como processo socializador 20 
 
V. A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO DE CONTROLE SOCIAL 23 
 5.1. O conceito sociológico de cultura 23 
 5.2. Socialização e instituições sociais 24 
 
VI. A SOCIOLOGIA NO BRASIL 26 
 6.1. Alguns autores 26 
 6.2. A sociologia no currículo escolar 27 
 6.3. A proposta de Paulo Freire 27 
 
VII. DESAFIOS ATUAIS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 28 
 7.1. Educação e globalização 28 
 7.2. Os diferentes espaços educativos 29 
 
VIII. ANÁLISE SOCIOLÓGICA DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 29 
 8.1. As diferentes teorias pedagógicas 30 
 8.2. Quadro síntese 36 
 
 Referências 37 
 
 
 
 
 
- 3 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro/a Aluno/a, 
 
 
Apresentamos o material de apoio de Sociologia da Educação que foi desenvolvido pelos 
profissionais do IMEC, com o intuito de oferecer a você o conteúdo específico da disciplina, atividades práticas 
e exercícios de fixação que possibilitarão a você aproveitar o máximo o seu tempo e a sua capacidade na busca 
de excelentes resultados. 
Convidamos você a iniciar os estudos de mais esta disciplina que compõe a grade curricular do 
seu curso. Uma disciplina de tanta importância quanto todas estudadas até aqui ou as próximas que virão para 
a sua sólida formação enquanto profissional da educação e enquanto cidadão. 
Esperamos que esta disciplina possa modificar a sua maneira de ver as coisas mais simples, mais 
naturais, mais inexpressivas como resultado das ações dos homens e mulheres que todos somos e enquanto 
sujeitos históricos e sociais. 
Que os temas aqui brevemente introduzidos tragam caminhos possíveis de serem trilhados em 
busca de uma sociedade mais justa e de uma educação transformadora da realidade atual. 
Por conta disto este material deve ser utilizado como apoio no curso, mas não esqueça também 
das leituras indicadas , dos materiais disponibilizados pelo professor, das tarefas e das trocas entre os colegas. 
Nosso material está organizado com os conteúdos específicos da disciplina e no decorrer deles 
são apresentadas: 
a) Atividades; 
b) Sugestões de pesquisas; 
c) Sugestões de leituras; 
d) Sugestões de discussões; 
e) Sugestões de filmes, vídeos. 
É importante que você atenda às sugestões no sentido de ampliar sua experiência e sua reflexão 
sobre as questões relativas ao domínio das habilidades necessárias ao trabalho com as crianças na faixa de 
zero a seis anos. 
O IMEC deseja que seu aprendizado possa ser enriquecedor, eficaz, dinâmico e repleto de novas 
oportunidades que contribuirão para seu crescimento profissional. 
ESTUDE, acredite, busque com esforço e verdadeiro querer o seu objetivo. 
Bom trabalho! 
 
 Luana Torrentes e Vergilia Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
- 4 - 
 
 
II.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO 
 
A sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns ela representa uma 
poderosa arma a serviço dos interesses dominantes, para outros ela é a expressão teórica dos movimentos 
revolucionários. 
A sua posição é notavelmente contraditória. De um lado, foi proscrita de inúmeros centros de 
ensino. Foi fustigada, em passado recente, nas universidades brasileiras, congelada pelos governos militares 
argentino, chileno e outros do gênero. Em 1968, os coronéis gregos acusavam-na de ser disfarce do marxismo 
e teoria da revolução. Enquanto isso, os estudantes de Paris escreviam nos muros da Sorbone que "não 
teríamos mais problemas quando o último sociólogo fosse estrangulado com as tripas do último burocrata". 
Como compreender as avaliações tão diferentes dirigidas com relação a esta ciência? Para esclarecer esta 
questão, torna-se necessário conhecer, ainda que de forma bastante geral e com algumas omissões, um pouco 
de sua história. Isto me leva a situar a sociologia — este conjunto de conceitos, de técnicas e de métodos de 
investigação produzidos para explicar a vida social — no contexto histórico que possibilitou o seu surgimento, 
formação e desenvolvimento. 
Esta apostila parte do princípio de que a sociologia é o resultado de uma tentativa de compreensão 
de situações sociais radicalmente novas, criadas pela então nascente sociedade capitalista. A trajetória desta 
ciência tem sido uma constante tentativa de dialogar com a civilização capitalista, em suas diferentes fases. 
Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa de 
reflexão sobre a sociedade moderna. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo 
de interferir no rumo desta civilização. Se o Pensamento científico sempre guarda uma correspondência com a 
vida social, na sociologia esta influência é particularmente marcante. Os interesses econômicos e políticos dos 
grupos e das classes sociais, que na sociedade capitalista apresentam-se de forma divergente, influenciam 
profundamente a elaboração do pensamento sociológico. 
Procuramos apresentar, em termos de debate, a dimensão política da sociologia, a natureza e as 
consequências de seu envolvimento nos embates entre os grupos e as classes sociais e refletir em que medida 
os conceitos e as teorias produzidos pelos sociólogos contribuem para manter ou alterar as relações de poder 
existentes na sociedade. 
 
IIII.. SSOOCCIIOOLLOOGGIIAA 
 
2.1. Conceito 
SOCIOLOGIA 
 
 
Sociedade Estudo 
 
 
- 5 - 
 
O termo Sociologia foi usado pela primeira vez, no sentido pelo qual ainda hoje o conhecemos, por 
Augusto Comte, para designar a sociedade. São inúmeras as definições que encontramos nos manuais de 
Sociologia, desde as mais restritivas, como aquela que propõe Durkheim, para quem a Sociologia "é o estudo 
das instituições sociais, de sua gênese e de seu funcionamento “até as mais amplas como a de Park para quem 
a Sociologia "é a ciência do comportamento coletivo". 
Sociologia é o estudo do comportamento social das interações e organizações humanas. Todos nóssomos sociólogos porque estamos sempre analisando nossos comportamentos e nossas experiências 
interpessoais em situações organizadas. O objetivo da sociologia é tomar essas compreensões cotidianas da 
sociedade mais sistemáticas e precisas, à medida que suas percepções vão além de nossas experiências 
pessoais. 
A Sociologia tem por objeto de estudo a vida dos homens em sociedade, em suas inter-relações, bem 
como as criações culturais que nela têm origem. Por outro lado, a educação é o processo social através do qual 
a sociedade sistematiza a transmissão de sua herança cultural, sendo esta transmissão a própria condição de 
continuidade da espécie humana. 
 
2.2. Surgimento da Sociologia 
 
No limiar do século XXI, estamos vivendo um momento da História que os especialistas estão 
denominando de globalização. Uma das características marcantes da globalização são os sistemas de 
comunicação que unem e aproximam os espaços. A televisão, por exemplo, coloca um fato de um país 
distante dentro de nossa casa no mesmo momento em que ele está acontecendo, e tudo parece estar 
ocorrendo ali "na esquina de nossa casa". 
Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. O seu 
surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desa-
gregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. A sua criação não é obra de um único 
filósofo ou cientista, mas representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se 
empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso. 
A sociologia como disciplina científica surgiu no início do século XIX, como uma resposta acadêmica 
para o novo desafio da modernidade: o mundo estava se tornando cada vez menor e mais integrado, a 
consciência das pessoas sobre o mundo estava aumentando e dispersando. Os sociólogos não só esperavam 
entender o que mantinha os grupos sociais unidos, mas desenvolver um “antídoto” para a desintegração 
social. 
Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela 
primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Emile Durkheim 
(1858-1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu. 
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm 
características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia 
é o estudo dos fatos sociais. 
O termo foi cunhado por Auguste Comte, da palavra latin socius (associação) e o grego lógus (estudo). 
Ele pretendia juntar todos os estudos sobre a humanidade, incluindo história, economia e psicologia. 
A formação da Sociologia é o resultado histórico de uma necessidade urgente de dar respostas 
racionais aos problemas sociais inaugurados pela estrutura social moderna, consolidada através da dupla 
revolução liberal-burguesa (Revolução Francesa e a Revolução Industrial). 
 
2.2.1. Revolução Francesa 
 
Revolução Francesa, processo social e político ocorrido na França entre 1789 e 1799, cujas principais 
consequências foram a queda de Luís XVI, a abolição da monarquia e a proclamação da República, que poria 
fim ao Antigo Regime. 
As causas determinantes de tal processo estavam na incapacidade das classes dominantes (nobreza, 
clero e burguesia) de enfrentar os problemas do Estado, a indecisão da monarquia, o excesso de impostos que 
pesavam sobre os camponeses, o empobrecimento dos trabalhadores, a agitação intelectual estimulada pelo 
 
- 6 - 
 
Século das Luzes e o exemplo da Guerra da Independência norte-americana. Os iluministas atacavam os 
fundamentos da sociedade feudal, os privilégios dos nobres e as restrições que estes impunham aos interesses 
econômicos e políticos da burguesia. Combinando o uso da razão e da observação os iluministas analisaram as 
instituições da época demonstrando que elas eram injustas e deveriam ser iluminadas. 
 
2.2.2. Revolução Industrial 
 
A Revolução Industrial foi a expressão do 
poder da burguesia em ascensão e demonstrou a 
eficácia do novo saber inaugurado no séc. XVII, levando 
a concepção de cientificismo, no qual a ciência é 
considerada o único conhecimento possível e o método 
utilizado pelas ciências sociais o único válido. 
Representou também o triunfo da indústria capitalista. 
A Revolução Industrial, ocorrida na Europa 
(principalmente na Inglaterra) no século XVIII, mudou 
radicalmente a estrutura da sociedade. Homens 
passaram a ser substituídos por máquinas, que 
produziam mais e custavam muito menos. Isto fez com 
que os problemas sociais aumentassem, pois muitas pessoas que antes trabalhavam de forma artesanal, 
ficaram sem emprego. Eram acostumadas à uma forma mais lenta de vida, no meio rural, trabalhando apenas 
para sobreviver da terra. Agora passariam a trabalhar muito mais para os empresários, ganhando às vezes 
menos do que estavam ganhando antes. 
A sociedade se dividiu em Burgueses, os que detinham as fábricas e controlavam a economia, e os 
Proletariados, que tinham a força de trabalho. O capitalismo se fortaleceu, quem produzisse mais, estava 
acima dos outros. 
 
Até o séc. XVII Séc. XVII, XVIII e XIX 
Senhor de feudal x servos Burguesia x proletariado 
Valores: família (linhagem) 
 Oposição ao trabalho 
Valores: prestígio resultante do esforço e da 
capacidade de trabalho individual 
Riqueza: terras Riqueza: moeda, metais preciosos. 
Influência do dogmatismo: fé e revelação Poder exclusivo da razão (capacidade de discernir, 
distinguir e comparar) 
 
2.3. Objeto da sociologia 
 
A Sociologia tem por objeto as interações sociais, estudando os fenômenos que expressam as 
condições sociais dos seres vivos: o comportamento grupal, os processos sociais, as estruturas sociais, a vida 
social. 
A sociologia estuda as condições de existência social dos seres humanos aplicando o ponto de 
vista científico à observação e à explicação dos fenômenos sociais (Florestan Fernandes). 
Estuda, portanto, os fatos que são característicos da vida em grupo, e não da vida do indivíduo. 
 
 
 
Vamos assistir a este vídeo fala sobre a Revolução Industrial, disponível em: 
 PARTE 1 - http://www.youtube.com/watch?v=meSQG6bNvOM 
PARTE 2 - http://www.youtube.com/watch?v=UUMO7xQlGIQ 
 
http://www.youtube.com/watch?v=meSQG6bNvOM
http://www.youtube.com/watch?v=UUMO7xQlGIQ
 
- 7 - 
 
 
IIIIII.. SSOOCCIIOOLLOOGGIIAA DDAA EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO 
 
A Sociologia da Educação é a vertente da Sociologia que estuda a realidade socioeducacional. Tem 
como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da 
Educação sistematizada em obras como Educação e Sociologia, A Evolução Pedagógica na França e Educação 
Moral. 
A partir desta definição, não é difícil deduzir-se a importância que tem, no conjunto das ciências 
humanas, a Sociologia Educacional, que estuda a sociedade do ângulo dos seus processos educativos. Cabe a 
esta disciplina analisar ampla e profundamente o quadro em que se processa a vida dos grupamentos 
humanos e compreender, a partir de uma visão global, de que forma se relacionam os fins que um 
determinado sistema educacional se propõe obter e os meios de que lança mão para tanto. Cabe, pois, à 
Sociologia Educacional desvendar até que ponto as necessidades sociais básicas estão ou não sendo atendidas 
com eficácia; cabe, enfim, a esta disciplina apontar quais as soluções mais viáveis para a superação dos 
obstáculos que se opõem, constantemente, ao funcionamento regular das instituições sociais. 
 
3.1. Bases Sociológicas da Educação 
 
A Sociologia da educação é uma ciência produtora de conhecimentos específicos que levam a 
discussão da democratização e do papel do ensino, promovendo uma reflexão sobre a sociedade e seus 
problemas relacionados à educação. Seu papel é investigar a escola enquanto instituição social,analisando os 
processos sociais envolvidos, todas as mudanças ocorridas em nossa sociedade, trouxeram mudanças para a 
educação. 
No Século XX, a educação tem como parâmetro a dinâmica concreta das relações sociais. É 
principalmente a partir de Durkheim (1858-1917), que a Sociologia ganha uma dimensão específica para o 
estudo da questão educacional, fazendo com que, posteriormente, fosse criada uma área específica dentro da 
Sociologia, chamada de Sociologia da Educação. Esse autor, estava preocupado especialmente com a questão 
da socialização dos indivíduos e com o papel da escola na adaptação dos indivíduos à sociedade. 
 
3.2. Os primeiros grandes sociólogos: a educação como tema e objeto de estudo 
 
Entende-se educação como um caminho para propiciar o pleno desenvolvimento da personalidade, 
das aptidões e das potencialidades, tendo como fim último o exercício pleno da cidadania. 
O processo de construção da sociologia como ciência fundamental para se pensar em educação hoje, é 
um processo que foi se construindo a partir de alguns autores como: Augusto Comte, Émile Durkheim, Karl 
Marx e Max Weber 
A sociologia nasce enquanto ciência como uma tentativa de explicar as mudanças sociais, num 
momento de grandes mudanças sociais, marcado pela Revolução Industrial, Revolução Francesa e a Formação 
dos Estados Nacionais, a chamada Modernidade e esses autores trazem alguns conceitos como: poder, status, 
mobilidade, interação e outros mais. 
 
3.2.1. A Sociologia de Augusto Comte 
 
Auguste Comte (1798-1857) nasceu em Montpellier, França, a 19 de 
janeiro de 1798 e filho de um fiscal de impostos. 
Ingressa na Escola Politécnica em 1814, mas é expulso dois anos depois 
por liderar um movimento de protesto. Volta para sua cidade natal, onde estuda 
medicina antes de retornar a Paris, para dar aulas 
O nome do pensador francês Auguste Comte está indissociavelmente 
ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de 
reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. Comte 
 
- 8 - 
 
também é considerado o grande sistematizador da sociologia e foi um importante filósofo e sociólogo francês 
do século XIX. 
A linha de pensamento de Comte é denominada positivismo. O positivismo se baseou no 
afastamento radical da teologia ou metafísica da existência humana, afirmando que toda a vida humana tinha 
passado pelas mesmas fases históricas distintas e que, se o indivíduo pudesse compreender este progresso, 
poderia resolver os problemas sociais. 
Embora a sociologia tenha surgido a partir da tentativa intelectual de Comte, foi só no século XIX 
com o aparecimento dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, que a sociologia tomou 
proporção, surgindo como a ciência responsável para solucionar esses problemas. 
Comte foi o criador da teoria dos três estados, na qual todas as ciências e todo espírito humano 
passa por esta linha de desenvolvimento: 
a) Teológico: estágio que Deus está presente em tudo. Tudo segue a vontade d’Ele. 
b) Metafísico: há uma relação misteriosa entre as coisas. O pensamento já não está no campo a abstração 
total (tal qual o estado teológico) e é substituído pela vontade própria. Transição entre o estado teológico 
e o positivo. 
c) Positivo: busca por uma resposta cientifica para todas as coisas. Busca o esclarecimento sobre a 
natureza e seus fatos. 
O conhecimento positivo busca conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir da ação 
do homem e assim melhorar a sua realidade. 
Importante ressaltar que as idéias do 
positivismo inspiraram até o lema da bandeira brasileira 
criado por Benjamin Constant “ordem e progresso”, o 
exército brasileiro e a proclamação da República do Brasil 
em 1889. 
 
Lema do positivismo: “amor por base, 
ordem por princípio, progresso por fim.” 
 
O pensamento positivista pregava um 
modelo de sociedade organizada, onde o poder espiritual 
não teria mais importância, sendo os sábios e cientistas a 
primazia nas decisões. 
O Positivismo é uma corrente filosófica fundada por Augusto Comte, no século XIX, caracterizada, 
por uma confiança inabalável nas ciências. De acordo com os seus princípios, somente seria verdade aquilo 
que pudesse ser explicado pela experiência e observação. A ciência, para o positivismo, deveria preocupar-se 
apenas em explicar as leis que regem as coisas, as relações que se estabelecem entre elas e as sucessões 
decorrentes dessa inter-relação, sem, no entanto, indagar o porquê. A origem e a finalidade das coisas, 
segundo Comte, é um conhecimento inalcançável, já que a doutrina positivista é antimetafísica. E na opinião 
desse filósofo, a humanidade desenvolver-se-ia através do conhecimento científico. 
 
3.2.2. As contribuições de Émile Durkheim 
 
 Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal (região de Lorena, França) 
no dia 15 de abril de 1858. Faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de novembro 
de 1917. É considerado, junto com Max Weber, um dos fundadores da sociologia 
moderna. 
Viveu numa família muito religiosa, pois seu pai era um rabino. Porém, 
não seguiu o caminho da família, optando por uma vida secular. Desde jovem, foi 
um opositor da educação religiosa e defendia o método científico como forma de 
desenvolvimento do conhecimento. Em boa parte dos seus trabalhos, procurou 
demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em acontecimentos 
sociais. 
 
- 9 - 
 
Aos 21 anos de idade, Durkheim foi estudar na Escola Normal Superior (École Normale 
Supérieure) e passou a dedicar-se ao mundo intelectual. Formou-se em Filosofia, no ano de 1882. Cinco anos 
após sua formatura, foi trabalhar na Universidade de Burdeos como professor de pedagogia e ciência social. 
Neste período, começaram seus estudos sobre sociologia. 
Foi somente na segunda metade do século XIX, com Émile Durkheim que a Sociologia realmente 
passou a existir, com objeto, método e objetivos claros e definidos. Embora Auguste Comte, seja considerado 
o pai da sociologia e tenha-lhe dado esse nome, Durkheim é apontado como um de seus primeiros grandes 
teóricos. 
Durkheim destaca que o objeto de estudo da sociologia são os fatos sociais. 
 
Fatos sociais 
 
Vamos a um exemplo simples que nos ajudará a entender o conceito de fato social? 
Se um aluno chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação 
muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca e provavelmente o 
diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada. 
Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo 
indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente 
permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá 
uma punição. O modo de vestir é um fato social. 
São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de 
outros fenômenos do mesmo tipo. Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um 
grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo e exercem sobre 
ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais têm as seguintes características: 
 
 generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo; 
 exterioridade – o fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente de sua vontade; 
 coercitividade – os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido. 
 
Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados 
objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a 
Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais. 
 
Vamos estudar agora estas três características dos fatos sociais: 
 
 Generalidade: É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na 
maioriadeles; que ocorre em distintas sociedades, em um determinado momento ou ao longo do tempo. 
São exemplos: formas de comunicação sociais e profissionais, uso de determinados tipos de roupas em 
dadas situações, machismo, sentimento de posse entre casais, formas de habitação, os sentimentos e a 
moral. 
 
 Exteriorioridade (fatores exteriores ao indivíduo): as regras após algum tempo se transformam em 
hábito. O uso de uma determinada Língua ou o predomínio no uso da mão direita são internalizados no 
indivíduo que passa a agir assim sem sequer pensar a respeito. Esta característica dos fatos sociais existe e 
atua sobre o indivíduo independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente. 
Como exemplo: o uso do véu pelas mulheres mulçumanas. 
 
 Coerção social: é a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da 
sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. Essa força se manifesta quando o 
indivíduo adota um determinado idioma, quando se submete a um determinado tipo de formação familiar 
ou quando está subordinado a determinado código de leis. 
 
- 10 - 
 
Essa coerção dos fatos se torna evidente pelas sanções a que o indivíduo estará sujeito. As sanções podem 
ser legais ou espontâneas. 
 
- Legais são as prescritas pela sociedade, sob a forma das leis, estabelecendo a infração e a penalidade 
subseqüente. Exemplo: multas por infringir o código de trânsito. 
- Espontâneas são percebidas pela rejeição do grupo ou da sociedade, quando se pratica um ato que não 
está adaptado a estrutura do grupo. Exemplos: as reações de rejeição aos grupos homossexuais e aos 
negros. 
 
Para Durkheim, a sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como também 
encontrar soluções para a vida social. A sociedade como todo organismo, apresentaria estados saudáveis e 
doentios. 
 
 Saudável é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma 
determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. 
 Doentio é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente, 
quando põe em risco a harmonia, o consenso, e, portanto a evolução da sociedade. 
 
Ele se distinguiu dos demais positivistas porque suas idéias ultrapassaram a reflexão filosófica e 
chegaram a constituir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos sobre a 
sociedade. Procurou estabelecer os limites e as diferenças entre a particularidade e a natureza dos 
acontecimentos filosóficos, históricos, psicológicos e sociológicos. Elaborou um conjunto coordenado de 
conceitos e de técnicas de pesquisa que, embora norteado por princípios das ciências naturais, guiava o 
cientista para o discernimento de um objetivo de estudo próprio e dos meios adequados para interpretá-lo. 
 
3.2.2.1. A Educação para Durkheim 
 
Como já sabemos, para Durkheim, o objeto da Sociologia é o 
fato social e a educação é considerada como o fato social, isto é, se impõe, 
coercitivamente, como uma norma jurídica ou como uma lei. Assim sendo, 
ela é coercitiva, ou seja, é imposta às pessoas, independente de sua vontade 
por serem incapazes de reagir diante da ação educativa. 
Para ele, os conteúdos da educação são independentes das 
vontades individuais, são as normas e os valores desenvolvidos por uma 
sociedade ou o grupo social em determinados momentos históricos, que 
adquirem certa generalidade e com isso uma natureza própria, tornando-se 
assim “coisas exteriores aos indivíduos”. 
A criança só pode conhecer o dever através de seus pais e 
mestres. Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar 
cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social. "A construção do ser 
social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de 
uma série de normas e princípios - sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento - que baliza a 
conduta do indivíduo num grupo. 
Durkheim não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas idéias ajudaram a compreender o 
significado social do trabalho do professor, tirando a educação escolar da perspectiva individualista, sempre 
limitada pelo psicologismo idealista - influenciado pelas escolas filosóficas alemãs de Kant (1724-1804) e Hegel 
(1770-1831). 
A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foi uma grande 
conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara 
demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para 
o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os 
 
- 11 - 
 
currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe 
aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo 
é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz. 
 
3.2.3. As ideias de Karl Marx 
 
Karl Marx nasceu em 1818, em Trier, sul da Alemanha (então Prússia). 
Seu pai, advogado e sua mãe descendiam de judeus, mas haviam se convertido ao 
protestantismo. Estudou direito em Bonn e depois em Berlim, mas se interessou 
mais por filosofia e história. Na universidade, aproximou-se de grupos dedicados à 
política. Aos 23 anos, quando voltou a Trier, percebeu que não seria bem-vindo nos 
meios acadêmicos e passou a viver da venda de artigos. Em 1843, casou-se com a 
namorada de infância, Jenny von Westphalen. O casal se mudou para Paris, onde 
Marx aderiu à militância comunista, atraindo a atenção de Friedrich Engels, depois 
amigo e parceiro. 
Foi expulso de Paris em 1845, indo morar na Bélgica, de onde também 
seria deportado. Nos anos seguintes, se engajou cada vez mais na organização da 
política operária, o que despertou a ira de governos e da imprensa. A Justiça alemã o acusou de delito de 
imprensa e incitação à rebelião armada, mas ele foi absolvido nos dois casos. Expulso da Prússia e novamente 
da França, Marx se estabeleceu em Londres em 1849, onde viveu na miséria durante 15 anos, ajudado, 
quando possível, por Engels. Dois de seus quatro filhos morreram no período. O isolamento político terminou 
em 1864, com a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois conhecida como Primeira 
Internacional Socialista), que o adotou como líder intelectual, após a derrota do anarquista Mikhail Bakunin. 
Em 1871, a eclosão da Comuna de Paris o tornou conhecido internacionalmente. Na última década de vida, 
sua militância tornou-se mais crítica e indireta. Marx morreu em 1883, em Londres. 
O tema da educação não ocupou um lugar central na obra de Marx. Ele não formulou 
explicitamente uma teoria da educação, muito menos princípios metodológicos e diretrizes para o processo 
ensino-aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupação fora o estudo das relações sócio-econômicas e 
políticas e seu desenvolvimento no processo histórico. Entretanto, a questão educacional encontra-se 
inevitavelmente enredada em sua obra. Existem alguns textos que Marx, juntamente com Engels, redigiu 
sobre a formação e o ensino em que a concepção de educação está articulada com o horizonte das relações 
sócio-econômicas daquela época. Assim, para compreendermos qual sua perspectiva na análise do fenômeno 
educativo precisamos passar pelo seu modo de compreender a sociedade. 
O ponto de partida da história, para Marx, é a existência de seres humanos reais que vivem em 
sociedade e estabelecem relações. Para ele a essência do homem é o conjunto das relações sociais. O que 
distingue o ser humano dos outros animais, conforme Marx, é o fato de ele, num dado momento da história, 
começar a produzir os seus próprios meios de existência. 
Deduz-se desta perspectiva que, para a compreensão do processo educativo, deve-se 
compreender aquele (processo) pelo qualos seres humanos produzem a sua existência, isto é, o processo 
produtivo, o mundo do trabalho e o âmbito de suas relações. 
Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E o trabalho, sendo a 
centralidade da atividade humana, se desenvolve socialmente, sendo o homem um ser social. Sendo os 
homens seres sociais, a História, isto é, suas relações de produção e suas 
relações sociais fundam todo processo de formação da humanidade. Esta 
compreensão e concepção do homem é radicalmente revolucionária em 
todos os sentidos, pois é a partir dela que Marx irá identificar a alienação 
do trabalho como a alienação fundante das demais. 
Na base do pensamento de Marx está a ideia de que tudo se 
encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são 
os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para 
Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o 
filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses 
 
- 12 - 
 
da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende 
sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado. 
 
A obra de Marx reúne uma grande variedade de textos: reflexões curtas sobre questões políticas 
imediatas, estudos históricos, escritos militantes – como O Manifesto Comunista, parceria com Friedrich 
Engels – e trabalhos de grande fôlego, como sua obra-prima, O Capital, que só teve o primeiro de quatro 
volumes lançado antes de sua morte. 
 
 
 
Vamos assistir a este vídeo que apresenta a vida de Karl Marx, disponível em: 
http://br.youtube.com/watch?v=2jDzEaED9To&eurl=http://www.viuvideos.com/video/2jDzE
aED9To/karl-marx 
Depois assista o vídeo: Karl Marx e o capital, disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=D1X9vbvb5yA 
 
Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da educação. Para isso seria 
necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O 
filósofo alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”. 
Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas de Estado – o que equivaleria a 
subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades a ser 
aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o 
trabalho. 
 O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência “profissionalizante”, que levava as escolas 
industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia 
que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção, chamada de 
“onilateral” (múltipla), difere da visão de educação “integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva 
que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. O filósofo não chegou a 
fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar. Isso ficou para seguidores 
como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), o ucraniano Anton Makarenko (1888-1939) e a russa Nadia 
Krupskaia (1869-1939). 
http://br.youtube.com/watch?v=2jDzEaED9To&eurl=http://www.viuvideos.com/video/2jDzEaED9To/karl-marx
http://br.youtube.com/watch?v=2jDzEaED9To&eurl=http://www.viuvideos.com/video/2jDzEaED9To/karl-marx
http://www.youtube.com/watch?v=D1X9vbvb5yA
 
- 13 - 
 
 
 
 
3.2.4. A sociologia de Max Weber 
 
Max Weber nasceu na cidade de Erfurt (Alemanha) em 21 de 
abril de 1864 e morreu na cidade de Munique (Alemanha) em 14 de junho de 
1920. 
Filho de um grande industrial têxtil na Alemanha Ocidental, de 
uma família da alta classe média, Weber encontrou em sua casa uma 
atmosfera intelectualmente estimulante. Foi um dos principais nomes da 
sociologia moderna. Realizou extensos estudos sobre história comparativa e foi 
um dos autores mais influentes no estudo do surgimento do capitalismo e da 
burocracia, bem como da sociologia da religião. Um dos seus objetivos 
principais foi refutar a tese de Karl Marx, segundo a qual o capitalismo nascera 
somente da exploração do homem pelo homem. 
Uma sociedade não se explica por uma determinação unilateral, 
seja ela, econômica, política ou religiosa. Uma sociedade é composta por uma 
teia de relações sociais. Como pressuposto para a compreensão da realidade social, Weber desenvolveu 
pressupostos teóricos para a elaboração de uma teoria da ação social. A ação social dos indivíduos se 
relaciona com o comportamento de outros indivíduos. A ação social para Weber pode ser dividida em quatro 
ações fundamentais: 
1 – ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado. Ocorre quando o agente 
cumpre hábitos e costumes arraigados simplesmente porque é o que sempre foi feito. É a ação daquelas 
pessoas que se casam na igreja e batizam os filhos sem nunca terem sido religiosas, mas apenas porque todo 
mundo faz assim. 
2 – ação afetiva ou emocional: aquela determinada por afetos ou estados sentimentais. É a ação inspirada por 
emoções imediatas tais como vingança, desespero, admiração, orgulho, medo, inveja ou entusiasmo. Na ação 
afetiva o agente segue um impulso e não elabora as conseqüências da sua ação. É a ação de quem larga tudo 
por amor. É a ação de quem dá um tiro na cara da mulher quando descobre que foi traído. É a ação de quem 
larga o emprego porque foi xingado pelo chefe. 
3 – ação racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado 
importante, independentemente do êxito desse valor na realidade. É a ação do crente que prefere pregar para 
as paredes a fazer alguma adaptação de suas idéias de acordo com o gosto do público. É a ação do artista que 
prefere não vender nenhuma obra a fazer concessões. É a ação do político que prefere perder as eleições a 
renegar a sua ideologia. 
4 – ação racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios 
necessários. É a ação do empresário capitalista, é a ação do político, é a ação do crime organizado. 
 
O professor age socialmente na medida em que o ritmo lento de sua linguagem se relaciona 
com a conduta dos seus estudantes, que devem fazer um esforço para tomar nota das demonstrações escritas 
no quadro negro. Caso falasse sozinho, sem dirigir-se a ninguém, sua ação não seria social. A ação social se 
organiza em relação social quando o sentido de cada ator, de um grupo de pessoas que age se relaciona uns 
com os outros. O professor e seus alunos vivem uma relação social. Essa relação se legitima por algo que 
aponte a regularidade de tais relações. Weber aponta que a mesma se legitima pelo costume ou pela tradição. 
Podemos apresentar os tipos ideais de educação de Max Weber da seguinte forma: 
a) educação carismática: conforme explica Weber “isto significa que eles [os educadores] simplesmente 
desejavam despertar e testar uma capacidade considerada como um dom de graça exclusivamente 
pessoal, pois não se pode ensinar nem preparar um carisma”. Entre os exemplos citados por Weber 
estão os mágicos (ou feiticeiros) e os heróis guerreiros. 
b) educação especializada: de acordo com a explicação de Weber trata-se das “tentativas especializadas 
de treinar o aluno para finalidades úteis à administração – na organização das autoridades públicas, 
 
- 14 - 
 
escritórios, oficinas, laboratórios industriais, exércitos disciplinados”. Weber esclarece ainda que este 
treinamento pode ser realizado com qualquer pessoa. 
c) educação humanística: procura educar um tipo de homem, cuja natureza depende do ideal de cultura 
da respectiva camada decisiva. E isto significa educar um homem para certo comportamento interior e 
exterior. Entre os exemplos citados pelo autor está a camada dos guerreiros no Japão, no qual “a 
educação visará a fazer do aluno um cavalheiro e um cortesãoestilizado, que despreza os homens que 
usam a pena, tal como os samurais japoneses os desprezaram”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Responda as questões: 
a) Dentro da perspectiva sociológica, o que podemos entender por coerção social? 
b) Qual pensador enfatizava em seus estudos a luta de classes e a divisão do trabalho? 
c) Caracterize a Sociologia enquanto ciência, salientando sua origem e objetivos. 
d) Qual a importância de Augusto Comte para a Sociologia? 
e) Segundo Emile Durkheim, defina fato social. 
 
2) Marque com um X a resposta certa: 
 
a) Para Émile Dürkheim o objeto de estudos da Sociologia é: 
(1) O fenômeno social. 
(2) O acontecimento social. 
(3) O “fato social”. 
(4) A sociedade. 
 
b) Para Max Weber o objeto de estudos da Sociologia é : 
(1) A “ação social”. 
(2) A“relação social”. 
(3) A “ação e a relação social”. 
(4) A“vida social”. 
 
c) O lema da bandeira brasileira “Ordem e Progresso” inspirou‐se: 
(1) Na Revolução Francesa. 
(2) Na filosofia positivista de Augusto Comte. 
(3) No marxismo. 
(4) No idealismo alemão. 
 
d) O que Marx entende por alienação? 
(1) Perda da capacidade de pensar logicamente. 
(2) Separação entre o trabalhador e os meios de produção. 
Resumidamente, podemos apontar como os sociólogos pensavam os aspectos educacionais: Marx defendia 
uma transformação na educação daquele momento; via-a, da forma como estava organizada, a serviço das 
classes dominantes; Weber se preocupava em compreender as formas de dominação e relações de poder 
presentes nas instituições educativas; e, por fim, Durkheim considerava que a educação tinha o papel de 
perpetuar as normas e regras sociais para os indivíduos. (PIANA, 2002). 
 
- 15 - 
 
(3)Trabalho mecânico. 
(4) Trabalho artesanal. 
 
e) Que classes sociais Karl Marx identifica ao longo da história? 
(1) Nobreza e burguesia 
(2) Burguesia e clero 
(3) Nobreza, burguesia e clero. 
(4) Burguesia e proletariado 
 
f) Para Karl Marx a sociedade humana é fruto de um processo constante de transformações sociais provocadas 
por um determinado fator: 
(1) As guerras. 
(2) A luta de classes. 
(3) As invenções científicas. 
(4) As disputas políticas. 
 
g) O ser humano busca no trabalho: 
(1) Status social 
(2) Ganhar dinheiro e enriquecer 
(3) Receber um salário que permita a sua sobrevivência 
(4) Receber um salário que garanta a sua sobrevivência e ainda sentir que seu trabalho é útil à sua família 
e a sociedade em geral. 
 
 
 
Confira as respostas com seu professor. 
Texto complementar 
EDUCAÇÃO? EDUCAÇÕES: APRENDER COM O ÍNDIO 
 
“Pergunto coisas ao buriti; e o que ele responde é: 
a coragem minha. Buriti quer todo o azul, e não se 
 aparta de sua água - carece de espelho. Mestre não é 
quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.” 
João Guimarães Rosa/Grande Sertão: Veredas 
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos 
todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para 
saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou 
com várias: educação? Educações. E já que pelo menos por isso sempre achamos que temos alguma coisa a 
dizer sobre a educação que nos invade a vida, por que não começar a pensar sobre ela com o que uns índios 
uma vez escreveram? 
 
Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os 
Índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito adequados a 
momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para que 
enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A 
 
- 16 - 
 
carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulgá-la aqui 
e ali. Eis o trecho que nos interessa: 
 
 
“... Nós estamos convencidos, portanto, que os 
senhores desejam o bem para nós e agradecemos de 
todo o coração. 
Mas aqueles que são sábios reconhecem que 
diferentes nações têm concepções diferentes das coisas 
e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao 
saber que a vossa idéia de educação não é a mesma 
que a nossa. 
...Muitos dos nossos bravos guerreiros foram 
formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a 
vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, 
eles eram maus corredores, ignorantes da vida da 
floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. 
Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e 
construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito 
mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não 
serviam como guerreiros, como caçadores ou como 
conselheiros. 
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa 
oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar 
a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de 
Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que 
Ihes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens.” 
 
De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre as mais importantes 
estão escritas nesta carta de índios. Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não 
é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o 
professor profissional não é o seu único praticante. 
Em mundos diversos a educação existe diferente: em pequenas sociedades tribais de povos 
caçadores, agricultores ou pastores nômades; em sociedades camponesas, em países desenvolvidos e 
industrializados; em mundos sociais sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito entre as suas 
classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Estado em formação ou com ele consolidado 
entre e sobre as pessoas. 
Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre 
povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação 
como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os 
mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos, sem 
livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos. 
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam 
para tornar comum, como saber, como idéia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como 
trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o 
controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do 
trabalho, dos direitos e dos símbolos. 
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, 
entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e 
praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam-e-aprendem, o saber que atravessa as 
palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, do 
artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida’ do grupo e a de 
 
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cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem 
dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar - às vezes a ocultar, às 
vezes a inculcar - de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem. 
Por isso mesmo - e os índios sabiam - a educação do colonizador, que contém o saber de seu 
modo de vida e ajuda a confirmar a aparente legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para 
ser a educação do colonizado. Não serve e existe contra uma educação que ele, não obstante dominado, 
também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura. 
Assim, quando são necessáriosguerreiros ou burocratas, a educação é um dos meios de que os 
homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas. Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que 
isso, ela ajuda a criá-los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e legitima. Mais 
ainda, a educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que 
envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a 
sua força. 
No entanto, pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de todos, o educador 
imagina que serve ao saber e a quem ensina mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu 
professor, a fim de usá-lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação - nas 
suas agências, suas práticas e nas idéias que ela professa- interesses políticos impostos sobre ela e, através de 
seu exercício, à sociedade que habita. E esta é a sua fraqueza. 
Aqui e ali será preciso voltar a estas idéias, e elas podem ser como que um roteiro daqui para a 
frente. A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, 
de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa 
melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: “... e deles faremos homens”. Mas, na prática, 
a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que 
faz, ou do que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, totalmente inúteis”. 
(Texto extraído do livro “O que é Educação”, de C.R. Brandão) 
TOMANDO O TEXTO COMO BASE, RESPONDA: EXISTE SOMENTE UM CONCEITO DE EDUCAÇÃO? 
JUSTIFIQUE. 
 
 
- 18 - 
 
IIVV.. AA EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO CCOOMMOO PPRROOCCEESSSSOO SSOOCCIIAALL 
 
Quando nascemos, não nascemos sabendo das coisas. Vamos aprendendo ao longo do nosso 
processo de socialização. 
A sociologia como ciência social que é, tem um duplo papel: aumentar o conhecimento que o 
homem tem de si e da sociedade e contribuir para a solução dos problemas que enfrenta. Já a educação como 
processo social global que ocorre em toda sociedade, abre horizontes para a compreensão da vida social em si. 
Ambas trilham um caminho de extrema importância para o desenvolvimento de todo contexto cultural. As 
duas coexistem para fazer frente aos anseios do homem, que busca constantemente o resgate de sua 
dignidade enquanto ser humano. É utopia pensar que todos os problemas sociais se resolvem pela educação, 
mas é certo que ela representa uma condição indispensável para resolvê-lo. À luz dos sistemas sociais, citando 
aqui como referência a sociologia da educação, com base em estudos da realidade social, permite que se 
compreenda o papel da educação na sociedade. 
 
4.1. A educação como objeto de estudo sociológico 
 
Como já observamos anteriormente, embora Augusto Comte seja considerado o pai da 
Sociologia, por ter utilizado pela primeira vez esse termo (em 1839) em seu livro Curso de Filosofia Positiva, foi 
com Émile Durkheim que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e a se desenvolver como tal. 
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais 
têm características próprias, que os distinguem dos estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é o 
estudo dos fatos sociais. Como uma das Ciências Sociais que estudam de forma sistemática o comportamento 
social do homem, a Sociologia tem um duplo papel: pode aumentar o conhecimento que o homem tem de si 
mesmo e da sociedade e contribuir para a solução dos problemas que enfrenta. 
Como ciência, a Sociologia pode ser geral e especial. É geral quando estuda os fatos sociais 
considerados em suas manifestações gerais, isto é, quando consideramos a sociedade em seu sentido mais 
amplo, e é especial quando se ocupa de determinado grupo de fatos sociais da mesma natureza. Assim, a 
Sociologia divide-se em várias disciplinas, que nada mais são que Sociologias especiais: Sociologia do Direito, 
da Religião, do Lazer, da Arte, do Trabalho,do Desenvolvimento, da Educação, Rural etc. 
 
Mas, o que é a Sociologia da Educação? 
 
A Sociologia da Educação é um ramo da Sociologia geral que se ocupa dos fatos sociais 
relacionados com a educação. Assim, como Sociologia especial, a Sociologia da Educação estuda: 
 a educação como processo social global que ocorre em toda a sociedade; 
 os sistemas escolares, ou seja, o conjunto de uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação, como 
partes do sistema social mais global; 
 a escola como unidade sociológica; 
 a sala de aula como subgrupo de ensino; 
 o papel do professor... 
 
4.2. Importância da Sociologia da Educação para o educador 
 
A Sociologia da Educação é uma disciplina fundamental para o educador. 
Ela abre o horizonte para a compreensão da vida social em si; esclarece o processo 
educativo e as relações entre a escola e a sociedade; e analisa a escola como grupo 
social e sua estrutura interna (nascida da convivência entre educandos e educadores), 
que escapa ao administrador e só pode ser compreendida através da análise sociológica 
da escola. 
A Sociologia da Educação também explica a influência da escola no 
comportamento e na personalidade de seus membros; estuda os padrões de interação 
 
- 19 - 
 
entre escola e demais grupos sociais da comunidade e analisa os sistemas escolares à luz dos sistemas sociais, 
permitindo, com base em estudos da realidade social, que se compreenda o papel da educação na sociedade e 
em seu desenvolvimento e que se proponham reformas educacionais, com base nesses alicerces científicos. 
A natureza social do processo educativo e as relações que existem entre a escola e a sociedade 
mostram a importância da Sociologia da Educação na formação do educador. Estudando-a, os professores 
tomam contato mais profundo com a realidade pedagógica e social; verificam a influência exercida pelos 
fatores sociais sobre o processo educativo; percebem a relação existente entre os fatores sociais e os fatos 
pedagógicos; adquirem uma visão mais nítida e penetrante dos fenômenos educacionais e ampliam sua 
cultura geral e seus conhecimentos. 
 
4.3. Conceito sociológico de educação 
 
É principalmente a partir de Durkheim, que a Sociologia ganha uma dimensão específica para o 
estudo da questão educacional, fazendo com que, posteriormente, fosse criada uma área específica dentro da 
Sociologia, chamada de Sociologia da Educação. 
A educação é uma das atividades básicas de todas as sociedades humanas, pois a sobrevivência 
de qualquer sociedade depende da transmissão de sua herança cultural aos jovens. Toda sociedade, portanto, 
utiliza os meios necessários para perpetuar sua herança cultural e ensinar aos mais jovens os costumes do 
grupo. 
Assim, a educação é o processo pelo qual a sociedade procura transmitir suas tradições, costumes 
e habilidades, isto é, sua cultura aos mais jovens. A criança se torna socializada porque aprende as regras de 
comportamento do grupo em que nasceu. A educação é uma socialização. 
Do ponto de vista sociológico, portanto, a educação é a ação pela qual as gerações adultas 
transmitem sua cultura às gerações mais Jovens. A educação visa a transmitir ao indivíduo o patrimônio 
cultural para integrá-lo à sociedade e aos grupos que a constituem; visa, por conseguinte, a socializar, a ajustar 
os indivíduos à sociedade e, ao mesmo tempo, a desenvolver suas potencialidades e as da própria sociedade. 
 (Extraído de “Introdução à Sociologia da Educação”, de Pérsio Santos de Oliveira) 
 
No contexto das transformações e complexidades da sociedade hoje, num mundo globalizado, a 
educação aparece como um instrumento fundamental para a formação do sujeito. Por isso, a importância de 
se discutir as influências dessas transformações ocorridas com o processo de globalização para a prática 
pedagógica. 
No Brasil, o debateacerca da educação no contexto da globalização está presente nos principais 
estudos sobre o sistema educacional. Do ponto de vista do discurso da modernidade, os defensores do 
progresso tecnológico estigmatizam a escola e o trabalho pedagógico. 
Portanto, pensar a relação educação e globalização implica em pensar sobretudo a formação 
global do ser humano. Ou seja, pensar as condições de formação do ser humano com base no 
desenvolvimento da razão. 
A educação precisa reconciliar-se para assumir seu papel nesse contexto como agente de 
mudanças, geradora de conhecimento, formadora de sujeitos capacitados a intervir e atuar na sociedade de 
forma crítica e criativa. 
Outro desafio para a Sociologia da Educação, hoje, é como pensar os espaços educativos que 
acontecem fora das instituições de ensino, espaços esses que, além de se constituírem como espaços 
educativos, nos ajudam a pensar a sociedade brasileira. 
Mas, que espaços são esses? 
Um exemplo disso, são as organizações da sociedade civil e os movimentos sociais. 
A Sociologia da Educação oferece alguns instrumentos que podem ajudar você a “ler” a realidade, 
na tentativa de compreender melhor as complexidades contemporâneas e a importância da educação dentro 
dela e também é uma possibilidade para você pensar a sua prática pedagógica. 
Você pode perguntar, como é que eu posso pensar a minha pratica pedagógica, a partir de uma 
visão sociológica? 
 
- 20 - 
 
A ciência, no caso da Sociologia da Educação, pode lhe dar algumas “ferramentas”, mas a 
experiência concreta só poderá ser feita por você. As mudanças sociais só serão possíveis se você, a cada dia, 
conseguir através da sua prática pedagógica ajudar os seus alunos a ler não apenas palavras, frases, textos, 
mas também a realidade social que o cerca, percebendo-se como sujeito educativo que ao aprender ensina e 
ao ensinar aprende. 
 
 
 
Vamos assistir a estes vídeos que apresentam um resumo da Sociologia da Educação. 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=cAWkzu-QaC4&feature=fvsr e 
Vídeo-Seminário: http://www.youtube.com/watch?v=fzoJD5VJ3ZA&feature=fvsr 
 
 
4.4. A Educação como processo socializador 
 
Como verificamos anteriormente, grosso modo, educação consiste na socialização das novas 
gerações. A socialização visa constituir em cada um de nós, um ser social. 
Assim, é evidente o significado e a importância da educação para a sociedade. A socialização 
como processo social permanente na sociedade humana é responsável pelo nosso ajustamento aos padrões 
culturais vigentes. 
Não podemos acreditar que vamos educar nossos filhos como desejamos. Há costumes com 
relação aos quais somos obrigados a nos conformar. Não fomos nós que criamos as ideias e os costumes que 
determinam o tipo de educação que recebemos quando crianças. Eles são o resultado da vida em comum e 
exprimem suas necessidades. São na verdade e na sua maior parte, obras das gerações passadas. 
O passado da humanidade contribuiu estabelecendo esse conjunto de princípios que dirigem a 
educação hoje. Recebemos tudo isso como herança cultural das gerações que nos precederam a essa herança 
acrescentamos coisas novas (todo indivíduo é produtor de cultura). 
Cada sociedade, entretanto, considerada em determinado momento de seu desenvolvimento, 
possui um sistema de educação que se impõe aos indivíduos, de modo geralmente irresistível. Mas em toda 
sociedade o sistema educativo se apresenta sob um duplo aspecto: o de ser ao mesmo tempo, uno e duplo. 
Por essa razão, o sistema educativo é múltiplo (tomemos como exemplo desta afirmativa o texto 
complementar da unidade anterior que traz em seu corpo a carta dos índios aos americanos). Não há uma 
única forma nem um único modelo de educação, e a escola não é o único lugar que ela acontece. 
Há diferentes espécies de educação em uma determinada sociedade. Se a sociedade é 
estratificada em castas, como acontece na Índia, a educação vai variar de uma casta para outra – a educação 
dos brâmanes não é a mesma dos sudras. Na Grécia antiga a educação dos senhores não era a mesma dos 
escravos. 
Da mesma forma ainda hoje notamos que a educação varia de acordo com as classes sociais e 
com as regiões. A educação do operário não é a mesma oferecida à classe média. A educação da cidade não é 
a mesma oferecida no campo. 
Quando estudamos historicamente a forma pela qual se organizaram os sistemas educativos, 
percebemos que eles foram e são influenciados pela organização econômica e política, pela religião e pelo 
grau de desenvolvimento cultural de cada sociedade. 
Essa função diferenciadora, essa heterogeneidade da educação se manifesta de maneira mais 
evidente quando a própria diversidade de profissões acarreta uma diversidade pedagógica. Cada profissão, 
cada função constitui um meio que reclama aptidões particulares e conhecimentos especiais. E como a criança 
deve ser preparada em vista da função que será chamada a executar, a educação não pode ser a mesma, 
desde certa idade de acordo com os indivíduos. Eis por que em todos os países ela se apresenta de forma cada 
vez mais diversificada e especializada. Para encontrar um tipo de educação totalmente homogêneo e 
igualitário, seria preciso voltar às sociedades pré-históricas, no seio das quais nunca existisse nenhuma 
diferenciação. Devemos compreender porém que tal espécie de sociedade não representa senão um 
momento imaginário na história da humanidade. 
http://www.youtube.com/watch?v=cAWkzu-QaC4&feature=fvsr
http://www.youtube.com/watch?v=fzoJD5VJ3ZA&feature=fvsr
 
- 21 - 
 
Nas sociedades onde têm escolas, principalmente nos dias de hoje, essa função é assumida pela 
família e pelos quatro primeiros anos dos cursos de ensino fundamental. 
Neste sentido, vemos claramente que a educação desde as antigas civilizações até os dias de hoje 
vem reproduzindo as condições econômicas, sociais e culturais do poder social dominante, conservando assim 
esse sistema vigente, dando continuidade à formação de indivíduos que não questionem, simplesmente 
obedeçam à camada mais poderosa. 
Então, diante disso acreditamos que cabe à educação se tornar um instrumento de transformação 
social. E nós, responsáveis pela educação, temos que repensar a nossa pratica pedagógica, analisar e discutir 
seu papel e sua função diante da sociedade escolar, para ai sim formar indivíduos pensadores e cientes de 
seus direitos e deveres, capazes de contribuir para a construção de uma sociedade igualitária e digna. 
 
 Quer saber mais? Leia os textos: 
http://www.dihitt.com.br/barra/aula-2-de-sociologia-da-educacao--o-desenvolvimento-
da-sociologia 
 
http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-praxis-
pedagogicas/GRANDES%20MESTRES/emiledurkheim.pdf 
 
Para ler o texto na íntegra acesse: 
DURKHEIM, Émile . A educação como processo socializador: função homogeneizadora e 
função diferenciadora In PEREIRA, LUIZ e FORACHI, Marialice. Educação e sociedade: 
leituras de sociologia da educação. 8. ed. São Paulo: Nacional, 1977. 
http://www.ufrgs.br/tramse/pead/2006/01/educao-diferenciadora.htm 
 
 
1 – Assinale a alternativa correta: 
O surgimento da Sociologia foi propiciado pela necessidade de: 
A) Manter a interpretação mágica da realidade como patrimônio de um restrito círculo sacerdotal. 
B) Manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicação do mundo. 
C) Condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir e pensar conforme os ensinamentos transmitidos pelos 
deuses. 
D) Observar, medir e comprovar as regras que tornassem possíveis através da razão, prever os fenômenos 
sociais. 
 
2 – Surgida no momento de consolidação da sociedade capitalista, a Sociologia tinha uma importante tarefa a 
cumprir na visão de seus fundadores, dentre os quais se destaca Auguste Comte. Assinale a alternativa correta 
quanto a essa tarefa. 
A) Desenvolver o puro espírito científico e investigativo, sem maiores preocupações de natureza prática, 
deixando a solução dos problemas sociaispor conta dos homens de ação. 
B) Incentivar o espírito crítico na sociedade e, dessa forma, colaborar para transformar radicalmente a ordem 
capitalista responsável pela exploração dos trabalhadores. 
C) Contribuir para a solução dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, tendo em vista a 
necessária estabilização da ordem social burguesa. 
D) Tornar realidade o chamado “socialismo utópico”, visto como única alternativa para a superação das lutas 
de classe em que a sociedade capitalista estava mergulhada. 
 
3 – Qual das alternativas abaixo se refere ao significado da educação formal? 
A) Acontece em ambientes diferenciados, principalmente fora da escola. 
B) Seu espaço é a casa do educando e é própria para infância e adolescência. 
C) Acontece em todos os momentos da vida da criança, continuamente. 
D) Tem como espaço próprio a escola, sendo intencional e organizada. 
http://www.dihitt.com.br/barra/aula-2-de-sociologia-da-educacao--o-desenvolvimento-da-sociologia
http://www.dihitt.com.br/barra/aula-2-de-sociologia-da-educacao--o-desenvolvimento-da-sociologia
http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-praxis-pedagogicas/GRANDES%20MESTRES/emiledurkheim.pdf
http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-praxis-pedagogicas/GRANDES%20MESTRES/emiledurkheim.pdf
http://www.ufrgs.br/tramse/pead/2006/01/educao-diferenciadora.htm
 
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4 – Pensando na educação como possível agente promotor de mudanças sociais, marque a alternativa correta: 
A) A educação pode promover mudanças apenas no plano individual: em um contexto social mais amplo ela se 
torna objeto de mudanças. 
B) Como decorrência dos processos de globalização, a escola vem perdendo seu espaço de agente educacional 
para os novos meios de comunicação. 
C) A educação tem um grande poder de difundir novas visões, valores e atitudes que podem alterar 
radicalmente as instituições sociais. 
D) Em virtude dos valores universais que transmite, consegue permanecer imune às mudanças típicas da 
sociedade contemporânea. 
 
5 - Qual o direito fundamental de todo cidadão que deve ser garantido pelo estado, mas que foi e ainda é 
negado à maioria da população brasileira? 
A) Educação. 
B) Lazer. 
C) Urbanização. 
D) Transporte 
 
6 - Foi o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como “Educação e Sociologia”, “A 
Evolução Pedagógica na França” e “Educação Moral”. Trata-se de: 
A) Marx. 
B) Weber. 
C) Durkheim. 
D) Engels. 
 
7 - Analise os itens abaixo: 
I. A Sociologia da Educação é o segmento da Sociologia que pesquisa a realidade socioeducacional e os 
processos educativos para a socialização do estudante. 
II. A base da Sociologia da Educação está focada na formação do homem, no processo educativo, para que 
atue com menos criticidade e mais cidadania no mundo. 
Dos itens acima: 
A) Apenas I está correto. 
B) Apenas II está correto. 
C) Ambos estão corretos. 
D) Ambos estão incorretos. 
 
8 - Tendo em vista a importância do processo de socialização da criança, podemos considerar correta a 
alternativa que o caracteriza: 
A) É um processo alternativo para o desenvolvimento. 
B) É um processo de interação, necessário para o desenvolvimento, através do qual a criança satisfaça suas 
necessidades e assimila a cultura. 
C) Um dos objetivos mais importantes do processo de socialização consiste nas crianças saberem o que é bom 
para elas. 
D) O processo de socialização é uma interação da criança com o professor. 
 
RESPOSTAS: 
1 – D; 2 – C; 3 – D; 4 – C; 5 – A; 6 – C; 7 – A; 8 - B 
 
 
 
 
 
 
- 23 - 
 
VV.. AA EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO CCOOMMOO PPRROOCCEESSSSOO CCOONNTTRROOLLEE SSOOCCIIAALL 
 
Controle social é um conjunto heterogêneo de recursos materiais e simbólicos disponíveis em 
uma sociedade para assegurar que o individuo se comporta de maneira previsível e de acordo com regras e 
preceitos vigentes. Esse controle social é importante na educação pra ver como a escola enquanto instituição 
funciona. 
A sociedade precisa de normas e regras para a convivência com os indivíduos, onde essas regras 
vão ser construídas da partir do momento que determinados valores passam a ser importantes para a 
organização daquela sociedade ou grupo social. 
Desvio social ou comportamento desviante define-se aquele cujo comportamento não 
correspondeu ao esperado pelo grupo social. 
5.1. O conceito sociológico de cultura 
Como outras espécies na natureza, o homem, buscando a preservação, se agrupa, acasala, protege, 
alimenta e se defende. Precisamos de nossos semelhantes, vivemos em grupos, estabelecemos relações 
sociais e, assim, formamos sociedades. Ao longo de nossa existência criamos e participamos de diversos 
grupos. 
Grupo social: conjunto de duas ou mais pessoas que agem de maneira coordenada, implicando entre 
seus membros um certo grau de interdependência, integração e reciprocidade, e objetivos comuns. 
Como exemplos, temos grupos simples como a família, a escola, a igreja, a empresa, o clube, o partido 
político etc, e complexos como a sociedade. 
Ao nascermos em uma sociedade, encontramos determinados padrões de comportamento a serem 
seguidos por seus membros. Por isso, necessitamos de certas habilidades e competências para estabelecermos 
relações sociais. Somente assim, nos transformamos em seres humanos ou sociais. 
 Portanto, nossa humanização significa adquirir sociabilidade: produzir e ser produto da cultura do 
grupo em que vivemos, através da socialização. O Homem é um ser que constantemente cria e recria ricas e 
variadas estratégias de convívio social. E ainda: desenvolve a capacidade de dar significado ao seu estilo de 
vida, elaborando discursos de natureza mais ou menos sistematizada sobre a nossa existência, como a 
Sociologia. 
 Então o que é cultura para a sociologia? 
O conceito de cultura, tal como o de sociedade, é uma das noções mais amplamente usadas em 
Sociologia. A cultura consiste nos valores de um dado grupo de pessoas, nas normas que seguem e nos bens 
materiais que criam. Os valores são ideias abstratas, enquanto as normas são princípios definidos ou regras 
que se espera que o povo cumpra. As normas representam o permitido e o inaceitável da vida social. Assim, a 
monogamia – ser fiel a um único parceiro matrimonial – é um valor proeminente na maioria das sociedades 
ocidentais. Em muitas outras culturas, uma pessoa é autorizada a ter várias esposas ou esposos 
simultaneamente. As normas de comportamento no casamento incluem, por exemplo, como se espera que os 
esposos se comportem com os seus parentes por afinidade. Em algumas sociedades, o marido ou a mulher 
devem estabelecer uma relação próxima com os seus parentes por afinidade; noutras, espera-se que se 
mantenham nítidas distâncias entre eles. 
Cultura é um complexo composto por vários elementos, como podemos ver abaixo: 
• Artefatos: Bens materiais criados pelo homem. 
• Conhecimento: O saber acumulado através de gerações. 
• Sistema de símbolos: São elementos físicos (uma cruz, por exemplo) ou sensoriais (bater palmas, por 
exemplo) aos quais os indivíduos atribuem um significado específico, como a linguagem (sistema de 
sinais que incorpora a visão de mundo de cada grupo). 
• Normas: São regras – convenções – que definem o modo de agir dos indivíduos em certas situações. 
• Valores: Elementos abstratos consagrados por um indivíduo, grupo ou sociedade, que orientam suas ações. 
Exemplos: liberdade, sucesso, eficiência, igualdade, progresso. 
 
- 24 - 
 
• Crenças: Atitude de aceitação de uma proposição por parte dos indivíduos que fundamenta sua ação. Podem 
ser pessoais, públicas, declaradas, supersticiosas, extravagantes etc. 
Além das características anteriores, também podemos entender a cultura de uma sociedade 
através dos seguintes elementos: 
• Padrões de conduta, hábitos e costumes: face um dado problema, alguns povos desenvolvem e transmitem 
às gerações seguintesformas peculiares para lidar com cada situação. Se os resultados forem positivos, 
passam a ser repetidas. Assim, são adotadas pelo grupo e se tornam padrões de ação. Por exemplo, qualquer 
morador de uma grande cidade sabe que, ao chegar em frente a um prédio com botões na porta, está diante 
de um interfone e deve tocá-lo para entrar no local. Talvez um morador de uma cidade do interior fique em 
frente ao edifício durante horas até alguém lhe explicar o que já é padrão para muitos de nós. 
• Mecanismos que estabelecem uma divisão de funções e posições sociais definidas: todos os grupos 
estabelecem relações sociais e definem posições para seus membros. Mas isso pode variar. Por exemplo, em 
nossa sociedade, tradicionalmente (ou seja, culturalmente) o papel de provedor da família sempre foi do 
homem – pai de família – e a mulher destinava-se a cuidar do lar (“dona de casa”). No entanto, as mudanças 
em algumas sociedades contemporâneas vêm gerando e ampliando uma outra divisão de funções, com 
a mulher transformando-se na “chefe de família”, mantendo financeiramente a casa. Estamos diante de um 
outro mecanismo cultural. Atualmente, alguns homens casados não trabalham, ou apenas atuam em meio 
período, e realizam as atividades domésticas antes destinadas especificamente às mulheres. 
 
5.2. Socialização e Instituições Sociais 
 
Cada grupo social aprendeu a transmitir sua herança sócio-cultural através de um mecanismo 
denominado SOCIALIZAÇÃO. 
Socialização: Processo através do qual ocorre a internalização da cultura e nos integra ao modo de 
vida de uma determinada sociedade. 
 Processo de criação do ser social no qual o indivíduo: 
• aprende a ser membro da sociedade; 
• é apresentado a si mesmo (produz a individualidade); 
• adquire autocontrole e autoconsciência; 
• é auxiliado na formação de sua personalidade. 
Personalidade: Entidade que retrata a filtragem da realidade sócio-cultural objetiva, modelando um 
conjunto de traços emocionais e intelectuais pertencentes a um indivíduo e que expressa a sua maneira de 
ser. 
 Visão positiva: Socialização é o processo por meio do qual o homem é humanizado, desenvolve-se e 
expande seus horizontes. 
Visão negativa: Socialização é um processo de controle social que se impõe ao homem por meio de 
recompensas e castigos. 
 
Estágios da socialização 
• Primário: É a primeira socialização que o indivíduo experimenta. Ocorre na infância, quando se estabelece 
uma identificação emocional com o comportamento, maneirismos e valores das pessoas com as quais o 
indivíduo (criança) mantém uma relação mais próxima. 
• Secundário: Compreende todos os outros grupos e instituições com os quais o indivíduo irá interagir ao 
longo de sua vida. 
 
Como, em certas situações, o comportamento humano tende à padronização (repetição, hábito), 
formam-se as instituições sociais ou instâncias socializadoras. 
Instituições sociais: São organizações compostas por várias estratégias de comportamentos 
socialmente padronizados. 
 São entidades que têm o papel de: 
• estabelecer, cristalizar e institucionalizar (formalizar) a cultura do grupo; 
• transmitir valores; 
• fornecer normas e modelos positivos ou negativos de comportamento; 
 
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• especificar papéis sociais; 
• moldar atitudes. 
Exemplos: Estado, família, escola, igreja, meios de comunicação etc. 
 
As instituições sociais podem realizar a socialização de duas maneiras: formal/sistemática ou 
informal/assistemática. Vejamos cada uma delas. 
• Formal/sistemática: Quando obedece a um sistema, método ou planejamento. 
Exemplo: a educação. Na escola, cada ato tem um objetivo traçado. Desde a conduta do aluno com relação aos 
superiores, até os valores e ideias presentes nos conteúdos programáticos das disciplinas. Assim, quando 
explicamos a origem do homem pela biologia, estamos valorizando o saber científico em detrimento da 
explicação de ordem religiosa. 
• Informal/assistemática: Quando ocorre de forma mais ampliada e flexível, sem indicar um objetivo claro. 
Exemplo: alguns programas de televisão. Nesses programas são transmitidos diversos valores, conhecimentos, 
crenças e formas de comportamento, porém, de maneira difusa. 
 
TEXTO COMPLEMENTAR: A EDUCAÇÃO COMO TÉCNICA SOCIAL 
 
Para o sociólogo alemão Karl Mannheim, a educação pode ser utilizada tanto como fator conservador, 
mantendo, pois, a ordem social, quanto como fator construtivo de transformação consciente e intencional da 
ordem social vigente, isto é, como fator de mudança social. 
Dessa forma, a educação é conservadora ou inovadora de acordo com o contexto histórico e social no 
qual se manifesta. 
A educação é pois, usada como técnica social, isto é, como método de influenciar o comportamento 
humano, de modo que este se enquadre nos padrões vigentes de interação e organização sociais. 
Entretanto, alguns regimes políticos totalitários usam a educação para transmitir somente o que lhes 
interessa, apenas o que está de acordo com sua ideologia política. Fazem da educação uma técnica social de 
doutrinação política, que, como tal, desempenha a função de domesticar as massas, manipulando a vontade a 
ação dos indivíduos. 
A educação como processo social deve ser aberta, democrática, para preparar as pessoas ou grupos para a 
mudança social, isto é, para o aperfeiçoamento progressivo do homem e a construção de um mundo melhor. 
 A visão “bancária” da educação 
Se o educador é aquele que sabe, se os alunos são aqueles que não sabem, cabe ao primeiro dar, 
entregar, transmitir, saber aos segundos. E este saber não é mais aquele da “experiência vivida”, mas sim o da 
experiência narrada ou transmitida. 
Não é de surpreender, então, que nesta visão “bancária” da educação, os homens sejam 
considerados como seres destinados a se adaptar, a se ajustar. Quanto mais os alunos se empenham em 
arquivar os “depósitos” que lhes são entregues, tanto menos desenvolvem em si a consciência crítica que lhes 
permitiria inserirem-se no mundo como agentes de sua transformação, como sujeitos. 
Quanto mais se lhes impõe a passividade, tanto mais, de maneira primária, ao invés de 
transformar o mundo, eles tendem a se adaptar à realidade fragmentada contida nos “depósitos” recebidos. 
(FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido 13ªedição. Rio de janeiro. Ed. Paz e terra. 1983) 
 
 
 
 
RESPONDA: 
1) O que é Sociologia da Educação? 
2) O que é cultura? 
3) Diferencie função controladora e função inovadora da escola. 
4) O que é educação “bancária”? 
 
 
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VVII.. AA SSOOCCIIOOLLOOGGIIAA NNOO BBRRAASSIILL 
 
No Brasil, diversos fatores contribuíram para a inserção de novas ideias na educação e inclusão da Sociologia 
nos currículos escolares. Entre eles, temos: o fim da Primeira Guerra Mundial; a industrialização e a 
urbanização, estas que traziam à tona um novo grupo nacional, uma espécie de pequena burguesia, a qual 
almejava o acesso à educação, algo principalmente reservado aos grupos aristocratas espalhados pelo Brasil. 
Esses fatores, e tantos outros, contribuíram para mudar a estrutura econômica e política do país. Neste 
contexto, o estudo da Sociologia passou a ser visto como de fundamental importância na educação das futuras 
gerações, contemplando a formação de perfis de liderança nos diferentes setores da sociedade brasileira. 
 
Então, a Sociologia passa a atender a algumas exigências, entre elas estudar o Brasil por meio de uma 
perspectiva nossa – nacional, deixando de lado padrões produzidos pelos europeus única e exclusivamente; 
incentivar o nacionalismo, unindo as camadas sociais em torno de um projeto político, econômico e social 
brasileiro; e, por fim, explicar a realidade nacional com os olhares voltados para a modernização do país. 
 
Nesse contexto, houve alguns movimentos muito importantes em favor da educação nacional, entre eles: o 
entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico, os quais acabaram influenciando um grupo de 
educadores

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