Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

51
6ºAula
A escolarização colonial: 
consolidação do modelo agrário-
exportador dependente 
(1549-1808)
No decorrer desta aula, veremos sobre 
a Educação no Brasil colônia, os processos, a 
dependência da colônia sob metrópole portuguesa 
e uma educação dualística e elitista.
Se ao término desta aula, vocês tiverem dúvidas, 
poderão sanar utilizando as seguintes ferramentas: 
“fórum”, “quadro de avisos” e “chat”.
Boa aula!
História da Educação
52
Objetivos de aprendizagem
1 - A representação do poder público e o 
processo educacional: o plano educacional e nossos 
primeiros educadores
2 - As questões religiosas e o pacto com o 
Estado, frente os interesses econômicos
3 - A fase pombalina da escolarização colonial
1 - A representação do poder público
 e o processo educacional
Ao final desta Aula, vocês serão capazes de:
• compreender a representação do poder 
público e o processo educacional, que prevaleceu 
no período do Brasil colônia com a participação dos 
educadores Jesuítas;
• identificar as questões religiosas e o pacto 
com o Estado, frente os interesses econômicos;
• reconhecer que tanto a fase pombalina, 
quanto a fase joanina, pouco avanço se teve para a 
escolarização colonial.
O Governo Geral é o primeiro representante 
do poder público no Brasil Colônia, que tinha 
como incumbência apoiar o regime de capitanias 
hereditárias a fim de que o processo de colonização 
conseguisse um desenvolvimento normal.
Seções de estudo
Fonte: A educação jesuítica no Brasil colonial: 
adestramento aos povos indígenas . Disponível em : http://
samukalima.blogspot.com.br/. Acesso em: 17/10/2012.
 A organização escolar no Brasil Colônia está 
estreitamente vinculada à política colonizadora dos 
portugueses e em decorrência do estágio primitivo 
em que se encontravam as populações que aqui 
vivam – as etnias indígenas, a educação não tinha o 
objetivo de escolarização. A participação direta da 
criança nas diferentes atividades tribais era quase 
que suficiente para a formação necessária quando 
atingisse a idade adulta.
A produção de mercadorias, envolviam riscos 
e a necessidade de capital inicial, face a esses dois 
elementos, surgiu assim o sistema escravocrata, 
submetendo índios e negros. Estes vieram satisfazer 
aos interesses da burguesia mercantil portuguesa, 
porque possibilitavam a produção a baixo custo e 
porque o escravo, enquanto mercadoria, era fonte 
de lucro, já que era ela (burguesia) que transportava.
É assim que a grande produção açucareira foi 
a única base da economia colonial até meados do 
século XVII.
Num contexto social com tais características, 
a instrução, a educação escolarizada só podia ser 
conveniente e interessar a esta camada dirigente 
(pequena nobreza e seus descendentes) que, segundo 
o modelo de colonização adotado, deveria servir de 
articulação entre os interesses metropolitanos e as 
atividades coloniais.
Mas se for retomado o item dos 
“Regimentos”, ver se a clientela citada 
explicitamente foi a indígena, através da 
catequese e instrução. Os subsídios recebidos 
e a obrigação daí decorrente também 
sugerem as ideias colocadas em forma de 
questão, já que os jesuítas deveriam fundar 
colégios que recebiam subsídios do Estado 
português relativos a missões.
Por outro lado, ao analisar o primeiro 
plano educacional, elaborado pelo padre Manoel 
da Nóbrega, percebe se a intenção de catequizar 
e instruir os indígenas, como determinavam os 
“Regimentos”; percebe-se, também, a necessidade 
de incluir os filhos dos colonos, uma vez que, naquele 
instante, eram os jesuítas os únicos educadores de 
profissão que contavam com significativo apoio real 
na colônia.
O fato de este plano ter encontrado sérias 
resistências a partir de 1556, ano em que começam 
a vigorar as “Constituições da Companhia de Jesus” 
(<www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/
momentos/jesuitas/_private/hj.htm>), exigindo de 
Fonte: A 
educação 
jesuítica no 
Brasil colonial: 
adestramento 
aos povos 
indígenas . 
Disponível 
em : http://
samukalima.
blogspot.com.
br/. Acesso em: 
17/10/2012.
 Figura 28
53
Nóbrega muito empenho até sua morte, em 1570, 
indica que ele devia entrar, de alguma forma, em 
choque com a orientação da própria ordem religiosa.
Isto foi constatado pelo fato do plano que 
vigorou durante o período de 1570 a 1759 excluir 
as etapas iniciais de estudo, o aprendizado do canto, 
da música instrumental, profissional e agrícola. 
A orientação contida no Ratio Studiorium (saiba 
mais, acesse www.anpuh. uepg.br/historia-hoje/
vol1n2/ratio.htm) que era a organização e plano 
de estudos da Companhia de Jesus publicado em 
1599, concentra sua programação nos elementos 
da cultura européia. O plano legal (catequizar e 
instruir os índios) e o plano real se distanciam. Os 
instruídos serão descendentes dos colonizadores. 
Os indígenas serão apenas catequizados.
O plano de estudos foi elaborado de forma diversifi cada, 
com o objetivo de atender à diversidade de interesses e de 
capacidades. Voltado para o aprendizado do português, incluía 
o ensino da doutrina cristã, a escola de ler e escrever. Daí em 
diante, continua, em caráter opcional o ensino de canto orfeônico 
e de música instrumental, e uma bifurcação tendo em um dos 
lados o aprendizado profi ssional e agrícola e, de outro, aula de 
gramática e viagem de estudos à Europa. O Plano de Estudo 
elaborado por Nóbrega tinha em sua base o aprendizado do 
português, doutrina cristã, escola de ler e escrever, canto 
orfeônico – música instrumental, aprendizado profi ssional 
agrícola – gramática latina e viagem à Europa. Não tinha, 
inicialmente, de modo explícito, a intenção de fazer com que o 
ensino profi ssional atendesse à população indígena e o outro 
à população “branca” exclusivamente. É assim que planejara 
“Recolhimentos, nos quais se educassem os mamelucos, os 
órfãos e os fi lhos dos principais (caciques) da terra (...)” além 
“dos fi lhos dos colonos brancos dos povoados)” em regime de 
externato (Mattos, 1958, p. 84-85).
2 - As questões religiosas e o pacto 
com o estado, frente os interesses 
econômicos
A catequese, do ponto de vista religioso, 
interessava à Companhia como fonte de novos 
adeptos ao catolicismo, bastante abalado com 
o movimento de Reforma. Do ponto de vista 
econômico, interessava tanto a companhia como 
ao colonizador, à medida que tornava o índio mais 
dócil e, portanto, mais fácil de ser aproveitado como 
mão-de-obra.
A educação profissional (trabalho manual), 
sempre muito elementar diante das técnicas 
rudimentares de trabalho, era conseguida através do 
convívio, no ambiente de trabalho, quer de índios, 
negros ou mestiços que formavam a maioria de 
população colonial.
A educação feminina restringia-se a boas 
maneiras e prendas domésticas. A elite era 
preparada para o trabalho intelectual segundo um 
modelo religioso (católico), mesmo que muitos de 
seus membros não chegassem a ser sacerdotes. 
Isso porque, diante do apoio real oferecido, a 
Companhia de Jesus se tornou a ordem dominante 
no campo educacional. Isto, por sua vez, fez com 
que os seus colégios fossem procurados por muitos 
que não tinham realmente vocação religiosa, mas 
que reconheciam que esta era a única via de preparo 
intelectual. Haja vista que, em determinadas épocas, 
a procura era tão maior que a capacidade limitada 
dos colégios que chegou a causar problemas, como 
a “Questão dos Moços Pardos”, resolvida em 
1689, surge da proibição, por parte dos jesuítas, 
da matrícula e freqüência de mestiços “por serem 
muitos e provocarem arruaças”. Como eram escolas 
públicas, pelos subsídios que recebiam foram 
obrigados a readmiti-los.
É interessante notar que os movimentos de 
Reforma e Contra Reforma ocorridos no início do 
século XVI criam o mesmo problema no seio do 
cristianismo. É assim que Portugal, entre outras 
nações, se considera defensor do catolicismo e 
estimula a atuação educacional, tanto no território 
metropolitanocomo no colonial, de uma ordem 
religiosa que se constitui para servir de instrumento 
de defesa do catolicismo e, conseqüentemente, de 
ataque a toda heresia. Nessa tarefa seus membros 
se dedicam por inteiro, como guerreiros de Cristo. 
Inácio de Loyola, o fundador, como antigo militar 
espanhol, chega a imprimir diretamente um regime 
de trabalho modelado na sua anterior forma de vida.
É importante ressaltar que a formação 
intelectual oferecida pelos jesuítas, e, portanto, 
a formação da elite colonial, será marcada por 
uma intensa “rigidez” na maneira de pensar e, 
consequentemente, de interpretar a realidade.
Planejaram, e foram bastante eficientes em sua 
execução, converter, por assim dizer, seus alunos ao 
catolicismo, afastando-os das influências consideradas 
nocivas. É por isso que dedicavam especial atenção ao 
preparo dos professores, que somente se tornam aptos 
após os trinta anos, selecionavam cuidadosamente os 
livros e exerciam rigoroso controle sobre as questões 
a serem suscitadas pelos professores, especialmente 
em filosofia e teologia. Um trecho de uma das regras 
do Ratio diz o seguinte: “Se alguns forem amigos 
de novidades ou de espírito demasiado livre devem 
ser afastados sem hesitação do serviço docente” 
(Paim, 1967, p. 28).
História da Educação
54
No plano de Nóbrega, havia a proposição 
de criação de confrarias para sustento da clientela 
dos Recolhimentos, que teriam nos missionários 
os diretores espirituais e docentes e nos leigos 
os administradores dos bens materiais. No das 
“Constituições”, não só se proibia a criação 
destes Recolhimentos e o atendimento de sua 
clientela, como já foi discutido, como também 
ficava determinado que os bens materiais deveriam 
permanecer vinculados à Companhia de Jesus. E 
estes bens eram basicamente conseguidos com a 
aplicação dos recursos resultantes do “Padrão de 
Redízima”, colocado em execução a partir de 1564. 
Isto equivale a dizer que, a partir daí, 10% de toda 
arrecadação dos dízimos reais (impostos), em todas 
as capitanias da colônia e seus povoados, ficavam 
para sempre vinculados à manutenção e sustento 
dos colegas jesuíticos.
Além disso, seria interessante destacar que 
as missões jesuíticas foram a base da economia 
florestal amazônica durante a primeira metade do 
século XVII, advindo daí grande lucro.
A importância social desses religiosos chegou a 
tal ponto, que se transformaram na única força capaz 
de influir no domínio do senhor do engenho. Isso 
foi conseguido não só através dos colégios, como 
do confessionário, do teatro e, particularmente, 
pelo terceiro filho, que deveria seguir a vida religiosa 
(o primeiro seria o herdeiro, o segundo, o letrado).
O número de estabelecimentos que a ordem 
possuía quando de sua expulsão (1759) varia 
segundo os autores. Para Tito Lívio Ferreira eram 
“vinte Colégios, doze Seminários, um Colégio e um 
Recolhimento Feminino (...) “(Ferreira, 1966: 218). 
Para Fernando de Azevedo eram “36 residências, 36 
missões e 17 colégios e seminários, sem contar os 
seminários menores e as escolas de ler e escrever 
(...)” (Azevedo, 1944. p. 312).
3 - A fase pombalina da escolarização 
colonial
Como já foi lembrado no item anterior, a 
política colonial, objetivava a conquista de um 
capital necessário à passagem da etapa mercantil 
para a industrial do regime capitalista. Foi dito 
também que, por razões internas e externas, 
Portugal, mesmo tendo se antecipado em relação à 
primeira etapa, não chegou à segunda.
Como nação, 
continuava 
Portugal um 
país pobre, 
sem capitais, 
quase 
despovoado, 
com uma 
lavoura 
decadente 
pela falta de 
braços que a 
trabalhassem, 
pelas relações 
de caráter 
feudal ainda 
existentes, 
dirigido por um 
Rei absoluto, 
uma nobreza 
arruinada, 
quase sem 
terras e sem 
fontes de 
renda, onde 
se salientava 
uma burguesia 
mercantil 
rica mas 
politicamente 
débil, 
preocupada 
apenas em 
importar e 
vender para 
o estrangeiro 
especiarias 
e escravos e 
viver no luxo e 
na ostentação. 
Era o país uma 
nação em que 
o feudalismo 
se desagrega 
por si mesmo, 
sem que se 
consolidasse 
um capitalismo 
sobre os seus 
escombros 
(Basbaum, 
1957, p.48-49).
A nação que lidera este processo no transcorrer 
dos séculos XVI ao XIX é a Inglaterra. Esta passa 
a ser beneficiada pelos próprios lucros coloniais 
portugueses, especificamente a partir do século 
XVII. Com o Tratado de Methuen (1703), o processo 
de industrialização em Portugal é sufocado. Seu 
mercado interno foi inundado pelas manufaturas 
inglesas, enquanto a Inglaterra se comprometia 
a comprar os vinhos fabricados em Portugal. 
Canaliza-se, assim, para a Inglaterra, o capital 
português, diante da desvantagem dos preços dos 
produtos agrícolas em relação ao manufaturados.
Desta maneira, enquanto uma metrópole 
entrava em decadência (Portugal) outra 
estava em ascensão (Inglaterra).
O conhecimento dessas distintas 
situações tem importância quando se está 
interessado na compreensão do processo de 
submissão/emancipação, à medida que os 
objetivos coloniais também serão diferentes 
e acabarão por tornar tal processo mais ou 
menos acelerado. É importante, também, 
quando se está analisando as tentativas de 
transformação da situação portuguesa em 
meados do século XVIII, consubstanciadas 
nas “Reformas Pombalinas”, que incluem 
o âmbito escolar metropolitano e colonial. 
O marquês de Pombal (Sebastião José de 
Carvalho e Meio), enquanto ministro de 
um monarca ilustrado (D. José I), orienta se 
no sentido de recuperar a economia através 
de uma concentração do poder real e de 
modernizar a cultura portuguesa.
Quanto ao aspecto econômico, a 
decadência já pode ser claramente constatada 
após o período de dominação espanhola de 
Portugal (1580-1640).
Diante desta realidade, era necessário 
tirar o maior proveito possível da colônia. 
Era necessária uma intensa fiscalização 
das atividades aqui desenvolvidas. Para 
tanto, o aparato material e humano deveria 
ser aumentado e, ainda mais, deveria ser 
discriminado o nascido na colônia do nascido 
na metrópole, quando da distribuição dos 
cargos: as posições superiores deveriam ser 
ocupadas apenas pelos metropolitanos.
Esta ampliação do aparelho administrativo e 
o consequente aumento de funções de categoria 
inferior passou a exigir um pessoal com um preparo 
55
Portugal chega em meados do século XVIII com 
sua Universidade a de Coimbra tão medieval como 
sempre fora. A filosofia moderna (Descartes), a ciência 
físico matemática, os novos métodos de estudo da 
língua latina eram desconhecidos em Portugal.
O ensino jesuítico, solidamente instalado, 
continuava formando elementos da corte dentro 
dos moldes do Ratio Studiorum. 
elementar. As técnicas de leitura e escrita se fazem 
necessárias, surgindo, com isto, a instrução primária 
dada na escola, que antes cabia à família.
A mineração, com os primeiros achados no 
final do século XVII, neste contexto, parecia ser 
um acontecimento providencial: era a solução 
esperada. Na verdade, foi apenas esperança, já que o 
ouro brasileiro será, na sua parte mais significativa, 
canalizado para a Inglaterra, em decorrência do 
Tratado de Methuen e, dessa forma, impulsionará, 
o processo de industrialização, só que o inglês.
A acordo fi rmado entre ingleses e lusitanos que estabelecia 
a compra dos tecidos ingleses por parte de Portugal, 
enquanto a Inglaterra se comprometia a adquirir a produção 
vinícola dos lusitanos a descoberta de ouro em terras 
brasileiras apareceu como uma alternativa econômica que 
poderia salvar os combalidos cofres da Coroa Portuguesa. 
Os gastos realizados com o processo de restauração da 
monarquia nacional (que marcou o fi m da União Ibérica), 
a perda de posses coloniais espalhadas pela Ásia e as 
oscilações do preço do açúcar no mercado europeu 
compunham uma série de problemas enfrentados pelo 
Estado lusitano naquela época. A dependência econômica 
de Portugal em relação aos ingleses marca um período 
históricoda economia europeia. Enquanto os lusitanos 
perdiam o antigo posto de nação rica e desenvolvida, 
galgado entre os séculos XVI e XVII, a Inglaterra alcançava 
as condições que a transformaria na maior potência 
econômica do mundo entre os século XVIII e XIX.
é uma espécie de coletânea privada, fundamentada em 
experiências acontecidas no Colégio Romano e adicionada 
a observações pedagógicas de diversos outros colégios, 
que busca instruir rapidamente todo jesuíta docente sobre 
a natureza, a extensão e as obrigações do seu cargo. 
A Ratio (pronuncia-se rácio, palavra feminina latina da 
Foi a fi gura-chave do governo português entre 1750 e 
1777. Sua gestão foi um perfeito exemplo de despotismo 
esclarecido, forma de governo que combinava a monarquia 
absolutista com o racionalismo iluminista. Aboliu também a 
escravatura nas Índias portuguesas, reorganizou o exército e 
a marinha, reestruturou a Universidade de Coimbra acabando 
com a discriminação dos “cristãos novos” (pelo menos 
em parte). Em 1759, o regime de capitanias hereditárias 
foi defi nitivamente extinto, com a sua incorporação aos 
domínios da Coroa portuguesa. Quatro anos depois, em 
1763, a sede do governo-geral da colônia foi transferida de 
Salvador para o Rio de Janeiro, cujo crescimento sinalizava 
o deslocamento do eixo econômico do Nordeste para a 
região Centro-Sul. Com a expulsão violenta dos jesuítas do 
império português, o Marquês determinou que a educação na 
colônia passasse a ser transmitida por leigos nas chamadas 
Aulas Régias. Até então, o ensino formal estivera a cargo 
da Igreja. O ministro regulamentou ainda o funcionamento 
das missões, afastando os padres de sua administração, 
e criou, em 1757, o Diretório, órgão composto por homens 
de confi ança do governo português, cuja função era gerir 
os antigos aldeamentos. Complementando esse “pacote” 
de medidas, o Marquês procurou dar maior uniformidade 
cultural à colônia, proibindo a utilização do Nheengatu, 
a língua geral (uma mistura das línguas nativas com o 
português, falada pelos bandeirantes) e tornando obrigatório 
o uso do idioma português. Alguns estudiosos da história 
afi rmam que foi com esta medida que o Brasil deixou o rumo 
de ser um país bilingue.
Entretanto, a Companhia de Jesus é atingida diretamente 
e chega a ser expulsa, em 1759. O motivo apontado era o 
fato de ela ser um empecilho na conservação da unidade 
cristã e da sociedade civil razão de Estado invocada na 
época porque: a) era detentora de um poder econômico 
que deveria ser devolvido ao governo; b) educava o cristão 
a serviço da ordem religiosa e não dos interesses do país. 
Do ponto de vista educacional, a orientação adotada foi 
de formar o perfeito nobre, agora negociante; simplifi car 
e abreviar os estudos fazendo com que um maior número 
se interessasse pelos cursos superiores; propiciar o 
aprimoramento da língua portuguesa; diversifi car o 
conteúdo, incluindo o de natureza científi ca; torná-los os 
Figura 29 - Marquês de Pombal. Disponível em http://goo.gl/
LNgrrE. Acesso em 10 ago 2010.
terceira declinação) surgiu com a necessidade de unifi car o 
procedimento pedagógico dos jesuítas diante da explosão 
do número de colégios confi ados à Companhia de Jesus 
como base de uma expansão missionária. Constituiu-se 
numa sistematização da pedagogia jesuítica contendo 
467 regras cobrindo todas as atividades dos agentes 
diretamente ligados ao ensino e recomendava que o 
professor nunca se afastasse em matéria fi losófi ca de 
Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino
A fonte das ideias aí defendidas está no 
movimento iluminista que toma corpo no final do 
século XVII e caracteriza o XVIII. A Inglaterra 
é o centro principal de 1680 a 1720, vindo, 
posteriormente, a compartilhar sua posição com a 
França e depois, com a Alemanha. Daí os intelectuais 
portugueses com tal influência serem rotulados de 
“estrangeirados” pelos seus oponentes. 
O que Pombal tenta, enquanto ministro 
de Estado, é tornar este programa concreto. As 
reformas, entre as quais as da instrução pública, 
traduzem, dentro do plano de recuperação nacional, 
a política que as condições econômicas e sociais do 
país pareciam reclamar” (Carvalho, 1952: 15).
História da Educação
56
Surge, com isso, um ensino público 
propriamente dito. Não mais aquele financiado pelo 
Estado, mas que formava o indivíduo para a Igreja, 
e sim o financiado para o Estado.
O Alvará de 28 6 1759 criava o cargo de diretor 
geral dos estudos, determinava a prestação de 
exames para todos os professores, que passaram a 
gozar do direito de nobres, proibia o ensino público 
ou particular sem licença do diretor geral dos estudos 
e designava comissários para o levantamento sobre 
o estado das escolas e professores.
Em cumprimento a ele, neste mesmo ano 
foi aberto, no Brasil, um inquérito com o fim de 
verificar quais os professores que lecionavam sem 
licença e quais usavam os livros proibidos. Foram 
realizados concursos para provimento das cátedras 
de latim e retórica na Bahia, o que parece ter havido 
também no Rio. Foram enviados dois professores 
régios portugueses para Pernambuco.
Daí por diante, o ensino secundário, que ao 
tempo dos jesuítas era organizado em forma de 
curso Humanidades, passa a sê-lo em aulas avulsas 
(aulas régias) de latim, grego, filosofia e retórica. 
Pedagogicamente esta nova organização é um 
retrocesso. Representou um avanço ao exigir novos 
métodos e novos livros.
Para o ensino do latim, a orientação era a de 
ser entendido apenas como um instrumento de 
domínio da cultura latina e admitir o auxílio da 
língua portuguesa.
Quanto ao grego (indispensável a teólogos, 
advogados, artistas e médicos), as dificuldades 
deveriam ser gradualmente vencidas: primeiro 
a leitura (reconhecer as letras, sílabas, palavras), 
depois os preceitos gramaticais e, por último, a 
construção. A retórica não deveria ter seu uso 
restrito ao público e à cátedra. Deveria tornar se útil 
ao contato cotidiano.
As diretrizes para as aulas de filosofia ficaram 
para mais tarde e, na verdade, pouca coisa aconteceu. 
Diante da ruptura parcial com a tradição, este campo 
causou muito receio ou muita incerteza em relação 
ao novo.
As transformações ocorridas no nível 
secundário não afetam, como não poderia deixar de 
ser, o fundamental. Ele permaneceu desvinculado 
A formação “modernizada” da elite 
colonial masculina era uma das exigências para 
que ela se tornasse mais eficiente em sua função 
de articuladora das atividades internas e dos 
interesses da camada dominante portuguesa.
É certo que esta “nova” formação obtida 
por uns poucos levou alguns a participarem 
de movimentos que chagavam a propor 
a emancipação política. Mas a base do 
descontentamento não era fruto do contato 
com estas teorias iluministas e sim das 
mudanças que estavam ocorrendo na estrutura 
social brasileira, citadas anteriormente, quando 
da discussão do ciclo econômico da mineração. 
Essas teorias, com o passar do tempo, 
vão se caracterizar como inadequadas na 
interpretação e solução dos problemas 
internos, por serem resultado de circunstâncias 
especiais de determinados países europeus, e, 
enquanto tal, bastante artificiais também para 
os problemas portugueses.
No governo seguinte de D. Maria I, 
ocorre o movimento conhecido sob o 
mais práticos possíveis, tais como: 
as obras básicas de onde estas diretrizes foram tiradas são: 
Verdadeiro método de estudar, de Luís A. Verney; Educação 
da mocidade, de Antônio N. Ribeiro, e Gramática latina, da 
ordem dos Oratorianos.
dos assuntos problemas da realidade imediata. O 
modelo continuou sendo o exterior “civilizado” a 
ser imitado. Para maior garantia, aqueles que tinham 
interesse e condições de cursar o ensino superior 
deveriam continuar enfrentando os riscos das 
viagens e frequentar a Universidade de Coimbra 
reformada e/ou outros centros europeus.
Assim, fica evidenciado que as “Reformas 
Pombalinas” visavam a transformar Portugalnuma 
metrópole capitalista, a exemplo do que a Inglaterra 
já era há mais de um século. Visavam, também, 
provocar algumas mudanças no Brasil, com o 
objetivo de adaptá-lo, enquanto colônia, à nova 
ordem pretendida em Portugal.
Figura 30 - Sala de meninos. Disponível em: http://www.
unicampo.br. Acesso em 29/11/2010.
São exemplos 
de “ilustrados” 
que, ao 
retornarem, 
tiveram grande 
atuação: 
Francisco 
José Lacerda 
e Almeida 
(geólogo), 
Alexandre 
Rodrigues 
Ferreira 
(médico e 
naturalista), 
José Bonifácio 
de Andrade 
e Silva 
(mineralogista), 
Silva Alvarenga 
(poeta), José 
Joaquim de 
Azevedo 
Coutinho - 
fundador do 
Seminário de 
Olinda. O 
Seminário 
de Olinda foi 
fundado em 
1800. Pretendia 
seguir o 
modelo do 
Colégio de 
Nobres, criado 
em Lisboa em 
57
Sendo assim, o objetivo dos 
colonizadores era o lucro, e a função da 
população colonial era propiciar tais lucros 
às camadas dominantes metropolitanas.
No entanto, para que a empresa 
funcionasse, estes lucros não poderiam 
se concentrar exclusivamente nos grupos 
externos citados. Uma parte pequena, 
é certo, deveria permanecer na colônia 
com a camada que dirigia internamente a 
atividade produtiva.
O mecanismo era o seguinte:
“(...) detendo a exclusividade da compra 
dos produtos coloniais, os mercadores da 
mãe pátria podiam deprimir na colônia 
seus preços até ao nível abaixo do qual 
seria impossível a continuação do processo 
produtivo, isto é, tendencialmente ao 
nível dos custos da produção; a revenda 
na metrópole, onde dispunham da 
exclusividade da oferta, garantia lhes sobre 
lucros por dois lados na compra e na 
venda” (NOVAIS, 1975, p. 21).
O rápido esgotamento das matas costeiras de 
pau-brasil, a impossibilidade da população indígena 
Figura 31 - Imagem sobre o movimento 
viradeiro. Disponível em: books.google.com.br/
books?isbn=8585701102..., Acesso em 12/11/2010.
nome de “Viradeira”, isto é, o combate 
sistemático ao pombalismo, a tentativa de 
retornar à tradição, vista, mais uma vez, 
como a maneira adequada de se resolverem 
os problemas, problemas estes que, em 
realidade, vão se agravando.
1761. Mesmo 
não chegando 
a concretizar 
esta intenção, 
transformou 
se no melhor 
colégio de 
instrução 
secundária 
do Brasil 
durante um 
certo período. 
Empregava 
métodos mais 
suaves, dava 
maior atenção 
à matemática 
e às ciências 
físicas e 
naturais. Foi 
responsável 
pela formação 
de uma 
geração de 
párocos mais 
voltados para 
o ambiente 
urbano e para 
os métodos 
expiratórios de 
investigação 
da natureza, 
párocos estes 
que tiveram 
acentuada 
infl uência na 
revolução 
pernambucana 
de 1817. Com o 
mesmo espírito 
é organizada a 
instituição do 
Recolhimento 
de Nossa 
Senhora, para 
moças.
Compreenderam? Então veremos o mecanismo utilizado 
pela metrópole.
produzir algo que interessasse ao mercado europeu, 
a possibilidade da existência de ouro, bem como o 
perigo de usurpação do território por outra potência, 
fizeram com que o governo português abandonasse 
a orientação de colonizar através da ocupação.
O Brasil colônia foi marcado por três fases: 
Jesuítica, Pombalina e Joanina.
Ainda tem alguma dúvida? Então vamos voltar à nossa 
fala inicial?
Ainda tem alguma dúvida? Então vamos voltar à nossa 
fala inicial?
• Jesuítica: inicia com a chegada ao Brasil em 1549 
que tinha por objetivo: catequizar a população; com 
isso combater o avanço da (Reforma Protestante);o 
principal representante foi o Padre jesuíta Inácio de 
Loiola; a educação voltada para a transmissão do 
conhecimento, objetivando catequizar; lembrando 
que a educação era privilégio da classe burguesa.
• Pombalina: aconteceu com expulsão dos Jesuítas; 
surge o ensino público, fi nanciado pelo estado, po-
rém não em todas as cidades das províncias; e pra 
piorar não havia professores qualifi cados, a situação 
no que diz respeito a educação era caótica; simpli-
fi cação e abreviação dos estudos (para a formação 
do trabalho e com isso obtenção de lucro por parte 
dos detentores do poder) a educação no Brasil, após 
a reforma pombalina, continuou reduzida a segun-
do plano pelas classes dirigentes; e foi desse modo 
que chegou à independência destituído de qualquer 
forma organizada de educação escolar. Importante 
salientar que desde o início da reorganização dos 
estudos, e do estabelecimento das aulas de primeiras 
letras, de gramática, latim e grego no Rio de Janei-
ro e nas principais cidades das capitanias, em 1772, 
meio século já havia passado até a independência 
em 1822. O Brasil, no entanto, ainda se encontrava 
sem qualquer forma organizada de educação esco-
lar. Afi nal, não foi um sistema ou tipo pedagógi-
co que se transformou ou se substituiu por outro, 
mas uma organização escolar que se extinguiu sem 
que essa destruição fosse acompanhada de medidas 
imediatas, bastante efi cazes para lhe atenuar os efei-
tos ou reduzir a sua extensão.
• Joanina: Proporcionou a criação do ensino su-
perior no Brasil. Ensino dividido em 3 faixas: en-
História da Educação
58
Artigo: Jordão, G. O mestre e a escola no período 
colonial brasileiro, Ano I - Nº 04 -Maio de 2002 
- Quadrimestral - Maringá - PR - Brasil - ISSN 
1519.6178, disponível em <http://www.urutagua.
uem.br//04jordao.htm.>
Vale a pena
Vale a pena ler
sino primário, leitura e escrita e ensino secundário, 
aulas régias e ensino superior. Em suma, a história 
da educação esteve, durante o período colonial, a 
serviço de interesses alheios ao sentido real da ins-
trução, ou seja, o da formação integral do indivíduo. 
Mesmo conscientes do fato de estarmos reforçando 
um velho conceito, sentimos a necessidade de tor-
ná-lo. Importante salientar que desde o início da re-
organização dos estudos, e do estabelecimento das 
aulas de primeiras letras, de gramática, latim e grego 
no Rio de Janeiro e nas principais cidades das capi-
tanias, em 1772, meio século já havia passado até a 
independência em 1822. 
Resumindo
Como infere Almeida e Teixeira, é fundamental ana-
lisarmos que, as desigualdades econômicas e sociais 
se refl etem no sistema educacional, até hoje na edu-
cação na educação brasileira . Assim, ao lado de uma 
elite bem educada, formada em boas escolas, encon-
tra-se uma população analfabeta ou semianalfabeta 
que não conseguiu ingressar no sistema escolar ou foi 
dele excluída precocemente (Werebe, 1997, p. 283). 
Senso assim, devemos ter a capacidade de compreen-
der através da história da nossa educação, o que está 
como “pano de fundo”, posto nas políticas educacio-
nais, que tipo de educação nós educadores podemos 
ajudar a construir como perspectiva futura.
Figura 33 - Fonte: Mineiração colonial.Disponivel em: 
betahistoria.wordpress.com. Acesso em: 10 out 2010.
Faz-se necessário que nossas leituras sejam feitas de forma que 
possamos ler e fazer uma leitura refl exiva e com autonomia.
1 - A representação do poder público e o 
processo educacional: o plano educacional e 
os nossos primeiros educadores.
a) A organização escolar no Brasil Colônia;
b) A escolarização para atender aos interesses 
da camada dirigente.
2 – As questões religiosas e o pacto com o 
Estado, frente aos interesses econômicos.
a) A catequese, do ponto de vista religioso, Os 
interesses da Companhia de Jesus como fonte de 
novos adeptos ao catolicismo;
b) A importância social dos religiosos jesuítas, 
capaz de influir no domínio do senhor do engenho.
3 – A fase pombalina da escolarização colonial
a) A política colonial objetivava a passagem 
da etapa mercantil para a industrial do regime 
capitalista;
b) A formação “modernizada” da elite colonial 
masculina era para atender os interesses da camada 
dominante portuguesa.
c) Com a reforma pombalina, a educação 
continuou reduzida a segundo plano pelas 
classes dirigentes.
Retomando a aula
Vamos encerrar esta aula. Mas perceberam 
quantas novas informações obtivemos? Para 
fi nalizar, vamos recordar? 
59
História da Colônia - Período Jesuítico (1500-
1759).A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA: 
PELO FIM DA VISÃO ILUMINISTA DA 
HISTÓRIA. <www.histedbr.fae.unicamp.br/.../
periodo_jesuitico.html>.
Vale a pena acessar
A Missão. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=cqcLJopZJ2A>. Acesso 
em 26/11/2012.
Vídeo sobre história da educação - período Joanino. 
Disponivel em: <http://www.youtube.com/
watch?v=TJjorHIutaM>. Acesso em 26 nov 2012.
Vale a pena assistir
História da Educação
60
Minhas ANOTAÇÕES

Mais conteúdos dessa disciplina