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CONCEITO DE RAÇA

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12
HISTÓRIA - LICENCIATURA
MATHEUS ANTONINO DA SILVA SOUSA
CONCEITO DE RAÇA
João Pessoa
2022
matheus antonino da silva sousa
conceito de raça
Trabalho apresentado à Universidade Pitágoras, como requisito parcial à aprovação no 5º semestre do curso de HISTÓRIA (LICENCIATURA).
Orientador: Prof. Janaina dos Santos Correia Rodrigues
João Pessoa
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................4
2.1 A INFLUÊNCIA DO DISCURSO RELIGIOSO NA CONSTRUÇÃO DO RECISMO ESTRUTURAL..............................................................................................................4
2.2 O ENCONTRO DE DOIS MUNDOS E A IDEIA DE SUPERIORIDADE EUROPEIA...................................................................................................................7
2.3 A DISCUSSÃO COMO FERRAMENTE PARA SOCIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO....................................................................................................10
4 CONCLUSÃO	17
REFERÊNCIAS	18
INTRODUÇÃO
	Quando entramos em discussão sobre o conceito de raça, ouvimos muitos comentários sobre o surgimento de divisão racial apenas no início do processo de escravização dos africanos no século XV, porém essa divisão entre classes ocorre desde os primórdios humanos. Etimologicamente, o conceito de raça veio do italiano razza, que sofri influência do latim ratio, que significa sorte, categoria, espécie. Na história das ciências naturais, o conceito de raça foi primeiramente usado na Zoologia e na Botânica para classificar as espécies animais e vegetais.
	Como a maioria dos conceitos, o de raça tem seu campo semântico e uma dimensão temporal e especial. No latim medieval, o conceito de raça passou a designar a descendência, a linhagem, ou seja, um grupo de pessoas que têm um ancestral comum. Em 1684, o francês François Bernier emprega o termo no sentido moderno da palavra, para classificar a diversidade humana em grupos fisicamente comparados, denominados raças. Nos séculos XVI-XVII, o conceito de raça passa efetivamente a atuar nas relações entre classes sociais da França da época, pois utilizado pela nobreza local que se identificava com os Francos, de origem germânica em oposição a plebe, que mais tarde levaria a revolução francesa aonde os que tomaram o poder tomaram medidas extremas para a transformação do convívio social. Os Francos não se consideravam apenas como distintos dos Gauleses, mais do que isso, eles se consideravam dotados de sangue “puro”, insinuando suas habilidades especiais e aptidões naturais para dirigir, administrar e dominar os gauleses, que segundo pensavam, podiam até ser escravizados. Diante disso podemos observar como o conceito de raça foi transportado da Botânica e da Zoologia para validar as relações de dominação e de sujeição entre classes sociais. 
	As chamadas “descobertas” (sendo “descoberta” um termo incorreto, já que as populações presentes nesses territórios já tinham seu cotidiano cultural formado) do século XV colocavam um ponto de interrogação no conceito de humanidade até então conhecida nos limites da civilização ocidental. Até o fim do século XVII, a explicação dos “outros” passava pela Teologia e pela Escritura, que tinham o monopólio da razão e da explicação. A península ibérica constitui no século XVI – XVII o palco principal dos debates sobre esse assunto. Para aceitar a humanidade dos “outros”, era preciso provar que são também descendentes do Adão, prova parcialmente fornecida pelo mito dos Reis Magos.
DESENVOLVIMENTO
2.1. A INFLUÊNCIA DO DISCURSO RELIGIOSO NA CONSTRUÇÃO DO RACISMO ESTRUTURAL
	A luta contra as ideias racistas e preconceituosas vêm sendo travada a longa data no Brasil. Várias são as estratégias usadas para combater essa barreira, porém se debate atravessa gerações o que nos leva a entender que o racismo não é um sentimento maléfico dentro de um indivíduo, mas se constitui como algo criado entre relações socias. As suas marcas estão expostas em nossa história, através da escravidão que durou por quatro séculos em terras brasileiras que acabaram por mudar as relações socioeconômicas e o caráter nacional.
	Boa parte dos estudos historiográficos já tem privilegiado os aspectos econômicos e políticos da escravidão (a relevância da burguesia mercantil no tráfico do Atlântico, a arrecadação do imposto por parte do Estado, os benefícios dados a igreja, a mão de obra necessária à produção). Entre essas características relacionadas daremos ênfase ao o uso da religião como uma ferramenta de colonização e construção do racismo estrutural, através de uma pergunta básica, que ao longo do texto terá sua própria resposta: “Como uma instituição, chamada IGREJA, que tinha como obrigação e principal missão a propagação da caridade, passou a contribuir para a construção da superioridade europeia sobre outras nações?”
	Antes da sua separação ocasionada pela reforma protestante, liderada por Lutero, a igreja passou a ser conhecida após o inicio da caminhada religiosa de Jesus. Segundo a tradição cristã, Jesus Cristo nasceu na cidade de Belém, na Galiléia, durante o reinado do Imperador Otávio Augusto (27 a.C – 14 d.C). Ao completar 30 anos de idade, segundo a tradição cristã, Jesus percorreu a Palestina, pregando uma mensagem religiosa. Anunciou que era o messias enviado por um deus único, criador de todas as coisas, e que todos poderiam ter acesso a esse deus e receber a vida eterna. Após a morte de Jesus, o cristianismo foi difundido pelo Império Romano por meio da pregação de seus discípulos. Encontrou, de início, maior repercussão entre os pobres e os escravos, que se convertiam. Porém durante o governo de Nero (54-68) começam os primeiros movimentos de perseguições contra os cristãos, essas perseguições perduraram até o governo de Diocleciano, que promoveu a última e mais cruel delas (303-305). A punição e o martírio dos cristãos eram aproveitados como uma espécie de espetáculo trágico, de grande atração pública, que divertia os pagãos. Apesar dos anos de perseguição, o cristianismo conseguiu sobreviver e conquistar um número crescente de seguidores, admirados pelos milagres realizados pelo Deus dos cristãos, outro fator que levou a conversão de muitas pessoas da classe dominante do Império foi a crise socioeconômica.
	Em 313, o imperador Constantino, que se convertera ao cristianismo, concedeu liberdade religiosa em todo o Império Romano, por meio do Edito de Milão. Assim os cristãos deixaram de ser uma comunidade religiosa nômade para se torna sedentária realizando cultos e construindo igrejas. Em 380 d.C., o cristianismo passou a ser considerado a religião do Estado, quando o imperador Teódosio foi batizado cristão. Cerca de uma década depois, os cultos pagãos foram proibidos, o cristianismo tornou-se, efetivamente, religião oficial de Roma, a partir dai podemos perceber que a igreja passa a possui um poder social e politico na sociedade romana. Após 395 com a divisão do Império Romano os imperadores do Oriente e do Ocidente encontraram dificuldades para governar, devido, principalmente, à ameaça das invasões bárbaras (termo preconceituoso usado para distinguir os povos que viviam ao redor do império, mas não praticavam a mesma cultura que os romanos). Somente no século V, no governo de Justiniano (527-565), o Império Bizantino foi mais bem estruturado e se expandiu, durante seu governo foram travadas várias batalhas com o objetivo de unificar novamente o império romano. Através da religião Justiniano e seus sucessores procuraram, por meio da religião, impor a unidade política ao império. Nesse contexto, os imperadores se apresentavam como os principais representantes de Deus na Terra, cabendo-lhes proteger a Igreja e dirigir o Estado. A união entre a Igreja e o Estado não foi pacifica, acabou ocasionando o Grande Cisma do Oriente, que foi a separação da Igreja em Igreja Católicado Oriente e Igreja Católica do Ocidente. No Império Bizantino a igreja do oriente possuía características de dominação bastante importantes como: fundamentação do poder imperial, absorção de boa parte dos recursos econômicos e procurava está presente no cotidiano das pessoas do inicio ao fim de suas vidas. A igreja católica que se fortalecia desde o final do império romano, passou a exercer ainda mais influência a partir da conversão dos francos ao cristianismo. Nesse contexto feudal e do poder politico fragmentado, a igreja foi responsável por certa unidade cultural das diferentes sociedades medievais. 
Na idade média não existia uma distinção rígida entre o poder do clero e o dos nobres, isso pode ser percebido na questão das Cruzadas, expedições militares organizadas, entre os séculos XI e XIII, por autoridades da igreja católica e pelos nobres mais poderosos da Europa, com o objetivo declarado de libertar os cristãos e os lugares considerados santos que estavam sob domínio dos mulçumanos. Logo mais no século XV com o inicio das grandes navegações a Igreja Católica o Papa Nicolau V, viu de bom grado o contato dos europeus com os africanos, apontando para a prática da escravidão.
(...) Nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa autoridade apostólica,
plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer
outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados,
condados, principados e outras propriedades (...) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão, e apropriar e converter em seu uso e proveito e de seus sucessores.
(BULA; 08 de Janeiro 1454)
	A postura desse papa se baseava no entendimento que a igreja construíra de longa data sobre a escravidão. Os religiosos Santo Agostinho e Isidório de Sevilha defendiam, que a escravidão estava vinculada ao pecado e que, portanto, essa condição decorria da vontade divina. O discurso da igreja se baseava no imaginário consolidado historicamente, dado que que segundo Bathes a fala mítica é formada por uma matéria já trabalhada em vista de uma comunicação apropriada. Para explicar o discurso da igreja é necessário buscarmos suas justificativas a partir das escrituras bíblicas, entre elas encontramos a bases desses argumentos religiosos através do mito de Cam. Este mito está descrito em Gênesis, que conta a história de Noé que teria tido três filhos (Sem, Cam e Jafé), os quais foram responsáveis pela povoação da terra após o diluvio mandado por Deus para limpar todo o pecado que estava assolando a terra. Nesse mito Noé, após se embriagar com vinho, deitou-se num em sua tenda, seu filho Cam teria visto sua nudez, o que era extremamente recriminado pelos hebreus, e contado para seus irmãos. Quando seu pai soube do ocorrido, amaldiçoou o filho mais novo de Cam com a seguinte fala: “Maldito seja Canãa; seja servo dos servos de seus irmãos” (Gênesis 9:25). Essa maldição se estende ao sentido quando à história dos filhos de Noé e à partilha do mundo. Para uma clara compreensão é importante analisarmos os significados dos nomes dos três irmãos. Sem é considerado como o pai dos semitas, cujo etimologia é “nomeado”; Jafé, que de acordo teria dado origem aos ido-europeus, ido-germânicos e ido-arianos, corresponde a luz, enquanto Cam se refere a “quente”, “queimado” e “trevas”. Dessa forma Cam e seu filho amaldiçoado por Noé, quer dizer “embaixo”, transmitindo, assim, uma ideia de inferioridade, e teria gerado os mongóis, chineses, japoneses, ameríndios, esquimós, polinésios. Um dos filhos de Canãa se chama Cush, sinônimo de “preto”, e deu origem aos etíopes, sudaneses, ganeses, pigmeus, aborígines, australianos, Nova Guiné. Desta maneira a partir das influências geradas através dos discursos religiosos criou-se a percepção de superioridade, justificando a exploração e escravidão sofridos por diversas nações. 
2.2. O ENCONTRO DE DOIS MUNDOS E IDEIA DE SUPERIORIDADE EUROPEIA.
	Durante o predomínio do feudalismo, a Europa dividia-se em diversos reinos, onde o poder político era partilhado entre os grandes senhores feudais e o governo das cidades medievais autônomas, as comunas. Nos séculos finais da Idade Medieval uma série de fatores levaram a desestruturação do feudalismo, concorreram para a formação das monarquias nacionais e o fortalecimento do rei. 
	O processo de centralização política, que levou à formação dos Estados, não ocorreu de forma brusca ou sem resistência da parte dos grupos que não queriam perde seu poder local: os administradores das comunas e os senhores feudais, porém, existiam partes da nobreza e da burguesia interessados no fortalecimento da autoridade do rei, pois assim o Estado se tornaria um instrumento mais eficaz. Nos séculos V e IV, a maior parte dos povos que habitavam a península Ibérica converteu-se ao cristianismo. No século VIII, a península foi conquistada por mulçumanos vindos do norte da África. Durante toda essa ocupação, que se prolongou até os século XV, cristãos e mulçumanos alternaram momentos de paz o que possibilitou intercâmbios culturais. Durante a Reconquista formaram-se alguns reinos católicos no norte da península. As terras reconquistadas dos árabes eram transformadas em condados, a partir do condado de Portucale, originou-se o país Portugal. Portugal foi governada, por mais de duzentos anos, pelos reis da dinastia de Borgonha que chegou ao fim em 1383 com a morte do rei D. Fernando que não deixou herdeiro do sexo masculino, passando a assumir o poder a Rainha D. Leonor Teles como regente, que estava disposta a entregar o poder português a sua filha Beatriz, casada com o rei de Castela, porém os comerciantes e banqueiros insatisfeitos com sua decisão passam a unir forças em torno do D. João, irmão bastardo do rei falecido. Assim apoiado pelos comerciantes e banqueiros, D. João saiu-se vitorioso, preservando a independência politica de Portugal. 
	No século XI, em Portugal, setores ligados à burocracia e à burguesia ambicionavam enriquecer por meio da expansão da atividade comercial marítima (que levaria ao encontro de outros povos, que dariam inicio aos processos de colonização na América), porém havia uma barreira a ser quebrada os genoveses e venezianos já dominavam o lucro do comércio das especiarias, o que obrigava os portugueses a encontraram outra maneira de entrar em contato com o oriente e essa solução seria através da construção de uma nova rota que levaria ao encontro de um novo mundo levando ao choque das humanidades. Havia muitos motivos para os portugueses buscarem a expansão marítima no século XV entre eles estão a: Conquista de Constantinopla, a necessidade de novos mercados, falta de metais preciosos, interesse dos estados nacionais, propagação da fé cristão, ambição material (valer mais, ter mais, ser mais e garantir a elevação dos status sociais) e o progresso tecnológico. A expansão marítima portuguesa teve inicio e 1415, com a conquista de Ceuta, no norte da África, um rico centro de negócios dominado pelos mulçumanos. Com o aperfeiçoamento das técnicas de navegação, ao longo do século XV, os portugueses foram avançando pouco a pouco em direção às Índias sempre contornando pelo continente africano, percorrendo a costa africana estabeleceram-se feitorias de onde obtinham ouro, sal, marfim e pimenta entre outros diversos produtos. Ao mesmo tempo participavam da escravização dos africanos. 
	Enquanto os portugueses se desenvolviam na navegação marítima os espanhóis enfrentavam os mulçumanos que ainda ocupavam a cidade de Granada. Depois de 1492, deram atenção aos planos de Cristóvão Colombo, que lhes apresentou um novo projeto de navegação para chegar as Índias. Com três caravelas concedidas pelos reis espanhóis, Colombo e sua tripulação partiram do porto de Palos em 3 de agosto de 1492. Em 12 de outubro, chegaram a terras que pensavam ser a Índia, por isso denominaram seus habitantes de índios. Interessados também em descobrir novos caminhos para a Índia, franceses, ingleses e holandeses lançaram-seàs navegações marítimas, concentrando-se no Atlântico Norte já que os espanhóis e português haviam navegado em direção ao Atlântico Sul, navegaram com o intuito de traça uma rota pela Ásia, porém acabaram por ocupar e explorar a parte da América do Norte. 
	Com a chegada à América estava por iniciar uma mudança no cotidiano dos povos que aqui viviam e dos que estavam chegando, a partir desse fato histórico houve uma quebra de cotidiano para os povos que estavam em suas terras, mudança essa que se perdura até os dias atuais, estava sendo iniciado o processo de globalização que se caracteriza como a quebra das fronteiras mundiais e o eurocentrismo como um novo padrão de poder mundial. Do ponto de vista dessa perspectiva, o fenômeno do poder é caracterizado como um tipo de relação social constituído pela co-presença permanente de três elementos – dominação, exploração e conflito – que afeta as quatro áreas básicas da existência social e que é resultado e expressão da disputa pelo controle delas: o trabalho, seus recursos e seus produtos; o sexo, seus recursos e seus produtos; a autoridade coletiva (ou pública), seus recursos e seus produtos; a subjetividade/ intersubjetividade, seus recursos e seus produtos. As formas de existência social em cada uma dessas áreas não nascem umas das outras, mas não existem, nem operam separadas ou independentes entre si. Por isso mesmo, as relações de poder que se constituem na disputa pelo controle de tais áreas ou âmbitos de existência social tampouco nascem, nem se derivam, umas das outras, mas não podem existir, salvo de maneira intempestiva e precária umas sem as outras. Isto é, formam um complexo estrutural cujo caráter é sempre histórico e específico. Em outras palavras, trata-se sempre de um determinado padrão histórico de poder.
	O atual padrão de poder mundial consiste na articulação entre: a colonialidade do poder, isto é, a ideia de “raça” como fundamento do padrão universal de classificação social básica e de dominação social; o capitalismo, como padrão universal de exploração social; o Estado como forma central universal de controle da autoridade coletiva e o moderno Estado-nação como sua variante hegemônica; o eurocentrismo como forma hegemônica de controle da subjetividade/ intersubjetividade, em particular no modo de produzir conhecimento.
	Colonialidade do poder é um conceito que dá conta de um dos elementos fundantes do atual padrão de poder, a classificação social básica e universal da população do planeta em torno da idéia de “raça”.Essa idéia e a classificação social e baseada nela (ou “racista”) foram originadas há 500 anos junto com América, Europa e o capitalismo. São a mais profunda e perdurável expressão da dominação colonial e foram impostas sobre toda a população do planeta no curso da expansão do colonialismo europeu. Desde então, no atual padrão mundial de poder, impregnam todas e cada uma das áreas de existência social e constituem a mais profunda e eficaz forma de dominação social, material e intersubjetiva, e são, por isso mesmo, a base intersubjetiva mais universal de dominação política dentro do atual padrão de poder. A categoria de capitalismo está referida ao conjunto da articulação estrutural de todas as formas historicamente conhecidas de controle do trabalho ou exploração, escravidão, servidão, pequena produção mercantil independente, reciprocidade e salário. Tais formas de controle do trabalho se articularam como estrutura conjunta em torno do predomínio da forma salarial, chamada capital, para produzir mercadorias para o mercado mundial. O capital é uma forma específica de controle do trabalho que consiste na mercantilização da força de trabalho a ser explorada. Por sua condição dominante em tal conjunto estrutural, outorga a esse seu caráter central – quer dizer, o faz capitalista – mas historicamente não existe, não existiu nunca e não é provável que exista no futuro, separado ou independentemente das outras formas de exploração.
2.3. A DISCUSSÃO COMO FERRAMENTA PARA O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E PARA A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO.
	Para evitar confusões, é necessário distinguir os termos "individualidade" e "personalidade". Segundo Lalande (1930), a individualidade permite estabelecer as diferenças entre indivíduos pelo caráter e a constituição. A personalidade é o que permite aos indivíduos fazer parte de uma mesma sociedade. Durkheim afirma que o ser individual é o ser anárquico presente nas crianças, e o ser social, ou seja, o eu socializado, é aquele que predomina com a educação e a cultura formal. Piaget distingue também o eu, próprio da criança, e a personalidade, que ele define como a forma impessoal da razão. Se o eu é fundamentalmente egocêntrico, a personalidade permite descentrar-se e perceber o próprio ponto de vista como um entre outros. 
	O processo de intercâmbio entre personalidades é a discussão, que também permite a passagem do plano subjetivo ao objetivo. A psicologia, nesse estágio, é psicologia social ou interindividual, e a discussão é uma interação social na qual as pessoas confrontam e trocam as suas idéias num grupo, com a finalidade de propor uma solução.
	Como surge a discussão? A partir do embate entre as coisas e entre os outros, que produz um intercâmbio de pontos de vista. Sem a discussão, o espírito permaneceria num estado de conformismo total, de um lado, ou de autismo, de outro, sem ligação com a realidade. Haveria um estado de tranqüilidade próximo ao aniquilamento de toda consciência e à destruição de toda reflexão. Dessa forma, mesmo os conceitos adquiridos pela civilização nada representam se não são construídos ou reconstruídos pela pessoa. Goethe, antes de Piaget, já dissera através de Fausto: "Aquilo que você herdou de seus pais, é necessário conquistar para conhecê-lo." E é isso que a discussão vai propiciar.
	A discussão poderia ser vista como um jogo sem regra nenhuma. Mas, sem regra, desviar-se-ia do caminho da verdade e se resumiria a uma polêmica interindividual simples, uma rivalidade anárquica de preferências sentimentais, por exemplo. A necessidade de disciplina na discussão é importante. E isso implica que a discussão e a técnica do diálogo sejam um método coletivo de pesquisa. As afirmações, as contradições ou oposições, as respostas às contradições evidenciadas geram pensamentos novos que, nesse processo, tomam a via da objetividade. A obra dos cientistas consiste na modificação de uma fórmula, na correção de uma explicação teórica, na modulação da terminologia etc. Nesse domínio, a discussão é obra de vulgarização, pois mostra o andar do pensamento científico, as dúvidas e, sobretudo, as sinuosidades e a complexidade do caminho.
	As novas descobertas e o progresso intelectual surgem do embate de idéias. Nesse processo, os pontos de vista pessoais subordinam-se sem se aniquilarem. Pelo contrário, os diferentes pontos de vista se reencontram na elaboração coletiva e progressiva da verdade. Assim, no momento da formação endógena ou interna do pensamento, o sujeito recebe um impacto, do qual derivam o esforço da pesquisa e o movimento intelectual. As diferentes experiências imaginadas, as dúvidas e as fórmulas vistas pelo sujeito criam um domínio provisório do saber. Esse é o momento interno, mais lógico que histórico. A cada etapa da vida, da criança ao adulto, a curiosidade leva a um movimento interno e forma, provisoriamente, um domínio individual de explicação. Explicamos as coisas para nós antes de explicarmos aos outros. É verdade que muitas pessoas preferem nada dizer aos outros, permanecendo num estágio verdadeiramente egocêntrico.
	Mas, normalmente, esse estágio é seguido de um momento social. O choque do pensamento que vem do meio social, particularmente o conflito provocado pelos pontos de vista diferentes sobre um mesmo tema, leva o sujeito a sair de si mesmo e a procurar o apoio objetivo de um sistema de referência.
	Fruto do pensamento pessoal, a ciência e todo conhecimento verdadeiro, diz Goblot, consistem em fazer do pensamento, através da socialização, algoimpessoal.
	Do ponto de vista do desenvolvimento do indivíduo, Piaget não só afirmou, mas também provou cientificamente que o adulto e a criança são diferentes. No início, a criança é egocêntrica porque não pode compreender o outro nem cooperar com ele numa estrita reciprocidade. O egocentrismo não é uma consciência exclusiva do eu, mas um fato primitivo, anterior à constituição de regras e que representa um obstáculo à elaboração de regras. A lógica do adulto é um conjunto de regras que governam o pensamento e que exigem a verificação. No estado egocêntrico, o pensamento fica preocupado em satisfazer o eu e seus desejos. Para chegar à verdade objetiva, a criança deve aprender a discutir, a compartilhar pensamentos. Para o Piaget dos anos 1930, o fator social é que permitirá o desenvolvimento da linguagem, das regras morais, lógicas e jurídicas. Desse modo, ele diz que tudo o que é normativo no espírito humano deve-se à vida social. Para pensar bem, ou seja, de forma lógica, o indivíduo deve eliminar as ilusões do egocentrismo (Piaget, 1930, 1931; Parrat-Dayan, 1994).
	O indivíduo não nasce cidadão, torna-se cidadão pela aprendizagem. A cidadania é o produto da educação. Para se preparar a aprendizagem da cidadania, é necessário ter a garantia da democracia. O debate é constitutivo da democracia. Não podemos aprender a democracia se não aprendemos a discutir, ou seja, é necessário ter regras que permitam a discussão.
	Tozzi (2002, 2003) lembra que, numa discussão, é proibida qualquer violência física ou verbal. Deve-se utilizar a linguagem e sua potencialidade argumentativa como base para a troca. É preciso respeitar os diferentes papéis que a democracia criou para realizar a confrontação regulada das idéias (presidente, animador, moderador etc.) e respeitar também os procedimentos que ela elaborou para melhor organizar o debate (tempo do debate, tempo de fala de cada participante, um participante por vez pode falar sem que seja interrompido, fazer progredir a discussão através de sínteses ou relatórios etc.).
	Além da técnica da discussão, o pensar juntos passa a constituir um objetivo pedagógico. Isso implica levar as crianças a utilizar procedimentos do pensamento adulto. Os adultos são mediadores, criticam, procuram elementos, examinam precedentes, imaginam alternativas. Só essa prática permitirá, entre as crianças, uma preparação para exercer a cidadania quando adultas. Outro elemento importante a considerar como garantia da democracia é o espírito crítico.
	Enfim, a solidariedade age como fator de coerência democrática. Quando se pede a uma criança ou a um grupo de crianças para formular novamente o argumento que uma delas apresentou, a reformulação permite, muitas vezes, chegar a um acordo. A solidariedade está presente de duas formas. Primeiro porque as crianças podem, pelas argumentações, favorecer a compreensão pessoal e do grupo. A solidariedade reside no fato de que as crianças percebem que o grupo não é um obstáculo à compreensão. Pelo contrário, o grupo permite um enriquecimento pessoal. Assim, pela estimulação da conversa e do diálogo, as crianças conseguem experimentar concretamente a importância do respeito verbal e não-verbal ao outro, a importância da tolerância, que cria um espaço para as opiniões do outro, a importância, enfim, para a compreensão, de submeter ao grupo a reformulação de argumentos individuais etc. Como se pode ver, a interação social é fundamental. O conflito cognitivo que provoca a diversidade de pontos de vista entre pares permite que os alunos se questionem, duvidem, problematizem a realidade, proponham soluções, critiquem as alternativas sugeridas e identifiquem os critérios para achar a solução mais coerente. Permite, finalmente, aplicar a solução escolhida na experiência cotidiana. Tudo isso mostra a complexidade da reflexão dos alunos, complexidade que se encontra num pensamento crítico, importante para que não se caia num relativismo negativo ou para não se deixar dominar pela ilusão.
	O professor deve insistir na perspectiva do enriquecimento mútuo através do intercâmbio de pontos de vista entre as diferentes crianças. Ele pode criar situações que exijam da criança a relativização de seu ponto de vista. Por exemplo, colocar a criança diante da situação incômoda de duas opiniões que podem ser parcialmente verdadeiras e falsas, segundo o ponto de vista. A educação, para Piaget, consiste em levar a criança a pensar por si mesma e a se posicionar em relação aos outros, permanecendo, ao mesmo tempo, aberta às opiniões alheias. Essa é a condição para que a democracia funcione e a pesquisa científica seja feita.
	Uma democracia não é apenas um espaço em que se confrontam mecanismos econômicos e políticos. A democracia se apóia no encontro de pessoas que procuram bases comuns. A democracia supõe a intersubjetividade e o diálogo argumentado. O comportamento democrático supõe diferentes valores, tais como: coerência ética, espírito crítico, rigor argumentativo, colaboração solidária e crítica construtiva. A democracia se torna, então, uma atitude do dia-a-dia. Com seu método, o professor conduz as crianças a elaborarem seus pontos de referência. Os diferentes valores evocados não supõem somente uma atitude democrática, mas também filosófica, o que permitirá a construção da identidade num mundo em que a globalização provoca a ruptura dos pontos de referência constitutivos da identidade individual e social.
	A problemática do viver juntos está muito ligada à cidadania (relação com a lei externa) e à educação moral (relação com a lei interna). Essa problemática começa cedo. Para Piaget, toda moral consiste num sistema de regras. A essência da moralidade reside no respeito que o indivíduo tem pelas regras. No desenvolvimento moral do indivíduo existem dois momentos, segundo Piaget (1932): um momento de heteronomia, em que a criança obedece às regras impostas pelos adultos sem ter consciência da necessidade delas aqui a obediência à regra deriva do respeito unilateral da criança pelo adulto ; e um momento de autonomia, quando a necessidade de cooperação com os pares conduz a criança progressivamente a tomar consciência dos princípios de reciprocidade e de igualdade que fundamentam a justiça e permitem aplicar e modificar as regras pela negociação. Nesse caso, a obediência às regras deriva da livre negociação entre pessoas consideradas iguais entre si.
	O respeito mútuo entre iguais permite a construção de normas, que pode começar bem cedo. Pode-se dizer que a co-construção de normas entre as crianças e o professor é a condição do viver juntos na sala de aula. Essas normas deveriam permitir tanto ao professor como aos alunos administrar e resolver diferentes problemas de comportamento. Na verdade, a co-construção de normas favorece a criação de um clima de cidadania. Assim, a escola é uma preparação para a vida adulta e, ao mesmo tempo, um lugar de vida para a criança.
	Quando se trata os alunos como responsáveis pela comunidade escolar, eles se formam para ser responsáveis na comunidade dos adultos. E isso pode começar aos dois ou três anos.
	Enfim, uma criança não é nem inferior ao adulto (o que justificaria o autoritarismo ou o comportamento paternalista), nem igual ao adulto (o que implica negar toda intervenção). Por outro lado, a escola deve reunir condições educativas para que as crianças possam adquirir, através de experiências vividas, as atitudes da cidadania. Para isso, é necessário evitar a imposição de regras definidas somente pelos adultos, mas também evitar que as crianças decidam sobre tudo o que se relaciona com a vida na escola. Trata-se de responsabilizar a criança sem que o professor deixe de ter responsabilidade.
	Um fato é fundamental: tanto a educação intelectual como a educação moral e a educação para cidadania precisam de condições pedagógicas que somente são garantidas pela democracia.
	Para educar crianças livres e responsáveis, é necessário que assumam responsabilidades. Para ser respeitado pelo outro, é preciso começar por respeitar osoutros. Para desenvolver o espírito crítico, deve-se aceitar ser criticado. Para educar para a democracia, deve-se transformar as escolas em lugares de vida onde predomine a atitude democrática. Porém, o mais importante é que a democracia não seja imposta, mas reinventada pelas crianças.
	A cidadania moderna, específica dos sistemas democráticos, é simultaneamente política (participar do poder), jurídica (obedecer às leis do país), ética (privilegiar o interesse coletivo) e afetiva (saber viver juntos). A participação no poder, as leis justas, a defesa do interesse geral e o desejo de viver juntos caracterizam, portanto, a cidadania democrática.
	Do ponto de vista da educação, todas essas dimensões devem ser levadas em consideração. A participação no poder, por exemplo. O sistema escolar pretende educar as crianças para a cidadania, mas ao mesmo tempo as impede de participar das decisões e, consequentemente, de exercer a cidadania. Ora, todo comportamento se aprende pelo exercício. A cidadania não se aprende através de aulas teóricas, mas na prática. Não se trata de imitar as instituições, porque as características da relação adulto/criança é que são diferentes e ambos têm responsabilidades. Trata-se de inventar um sistema que não retire a responsabilidade dos adultos e que dê responsabilidade às crianças.	
	A dimensão jurídica é importante na escola, onde não existe nenhuma instância de mediação. Assim, um aluno não pode se queixar do comportamento violento dos outros, por exemplo. Nesse sentido, seria interessante criar uma instância de arbitragem e de conciliação.
	Quanto à dimensão ética, é verdade que a escola pretende uma abertura ao outro: outras línguas, culturas, religiões, concepções de mundo. Porém, as reflexões sexistas e discriminatórias persistem. Seria interessante trabalhar essa questão na sala de aula, porque se trata de um problema cotidiano que pode ser vivido pelas crianças.
	Enfim, a dimensão afetiva tem de ser pensada na escola, porque, se esta não é considerada como um lugar de vida pelos alunos, comportamentos anti-sociais e antidemocráticos podem se propagar.
	
CONCLUSÃO
O estudo de história quando norteado de maneira correta com metodologias eficazes para compreensão do discente em sala de aula é capaz de faze-lo entender que pesquisar sobre os fatos ocorridos no passado, não são apenas dispositivos para uma simples analise mais pontos importantes para a compreensão do social do aluno. 
Neste documento estudamos a IMPORTÂNCIA DO DISCURSO RELIGIOSO NA INFLUÊNCIA A ESCRAVIDÃO, como uma das instituições principais da Idade Média. A igreja da Idade Antiga para a Média passou de perseguida pelo Império Romano a perseguidora de outras nações que não possuíam suas mesmas crenças, através de mitos disseminados com bases em escrituras bíblicas para justificativa da colonização europeia sobre outras nações. O uso dos mitos foi utilizado para apoiar a ideia eurocêntrica sobre as outras nações que consideravam os ameríndios como o atraso do avanço para o continente e até mesmo quando reduziram os africanos a objetos de trabalho escravo, mesmo com todos os avanços institucionais esses conceitos racistas e preconceituosos criados para explicar a separação das raças e a superioridade uma sobre a outra se perduram até os dias atuais através da colonialidade do poder, porém, em sala de aula através da observação dos fatos ocorridos é possível discutir os imaginários sociais existentes desconstruindo os pensamentos de diferenciação racial impostos pela sociedade e entendendo que a etnia é a maneira correta de se entender as diferenças sociais e culturais existentes em nossa sociedade.
Em virtude de tudo que foi dito neste documento, apesar das persistências racistas ainda presentes em nossa sociedade temos um grande poder em mãos chamado de comunicação, com os avanços tecnológicos se tornou possível combater os significados incorretos sobre o CONCEITO DE RAÇA, e que não importa a cor, se é índio, negro ou europeu mas todos fazem parte da construção histórico cultural e social.
REFERÊNCIAS
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Buenos Aires, CLACSO,2005.
HABSBAWN, Eric. A era das revoluções. Rio de Janeiro/São Paulo, Paz e Terra, 2019.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. São Paulo, Saraiva, 2005.

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