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Fichamento VI - O Psicodiagnóstico Interventivo sob o Enfoque da Narrativa docx

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA
Aluno: Isabella Nazaré Silva
R.A.: N586923
Semestre: 7º Semestre
Professor: Patricia Shalana Albertuni
Texto:
Bilbao, G. G. L. O Psicodiagnóstico Interventivo sob o Enfoque da Narrativa em Ancona-Lopez,
S., Psicodiagnóstico Interventivo: Evolução de Uma Prática. Cap. III. P. 65-76
O presente fichamento refere-se à leitura do capítulo O Psicodiagnóstico interventivo sob o
olhar da narrativa escrito por Giuliana Gnatos Lima Bilbao. A autora revisita o papel da narrativa e do
discurso no psicodiagnóstico interventivo, desde seus pressupostos até a sua prática, dando enfoque na
importância da narrativa e seu significado.
Bilbao trás a conceitualização de discurso, sua visão histórica, iniciando-se pelo senso comum
e a atribuição do significado de discurso ao raciocínio, explicações e por conseguinte o produto final
de um processo. Logo assim, utiliza-se desse contexto para dar enfoque na visão do discurso para o
psicodiagnóstico interventivo, referenciando Ancona, a autora apresenta a ideia de que para o
psicodiagnóstico, uma narrativa não se tange ao seu significado usual, ao invés disso, toma um papel
importante ao propiciar ao indivíduo uma oportunidade de revisitar suas experiências, percepções,
criar histórias e construir diferentes significados neste processo de discursar.
Apresenta-se a narrativa, uma das possíveis formas de discurso, ao que tange em seu conceito
histórico, desde seus pressupostos a narrativa era utilizada como uma forma de transmitir uma
experiência, um relato vívido de um acontecimento, narrado pela perspectiva daquele que o viveu,
sendo assim, sem um compromisso com uma fidedignidade factual, uma verdade absoluta. Outrossim,
a autora diferencia a narrativa da informação, modelo de discurso que o substituiu na modernidade, na
narrativa, o ouvinte tem abertura e liberdade para interpretá-la de acordo com a sua vontade e
interpretação, já a informação necessita-se de uma autenticidade, um modo de verificação daquela
experiência, por isso, a informação tende a ser priorizada socialmente e a narrativa acaba por ser
submetida ao desuso em uma sociedade informativa.
Por conseguinte, a autora traz em destaque o convite ao resgate da experiência humana por
meio de filósofos e autores no século XIX e XX, as visões de Benjamin e Husserl, mesmo que de
maneiras diferentes interseccionam-se a mesma crítica e ao mesmo objetivo. Husserl apresenta a ideia
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de uma consciência intencional, negando a dicotomia sujeito-objeto e a substituindo pela relação
dicotômica de consciência-objeto, ou seja, tudo que criamos ao longo de nossa vida inclusive relações
e significados também refletem em nossa construção.
Esses pressupostos epistemológicos contextualizados pro Bilbao são de suma importância para
a análise da narrativa na prática atual do psicodiagnóstico interventivo, a autora reflete sobre como
não podemos encarar as histórias contadas pelos pais nesse processo como verdades objetivas pois
tratam-se de narrativas construídas por uma consciência que constantemente atribui significados a
essas histórias, ou seja, para os cuidadores que estão relatando esse acontecimento, aquilo se atribui
como a sua verdade. Verdade na qual tem carácter mutável e pode-se atribuir diversos significados que
surgem no próprio processo da narrativa. Em virtude disso, não se pode considerar o psicodiagnóstico
como apenas um processo de investigação, mas sim analisá-lo nessa perspectiva, levando em
consideração que a experiência e seus significados podem se modificar de diversas formas dentro
desse processo dinâmico seja para o sujeito que está relatando ou para o psicólogo e quaisquer outras
partes que estejam envolvidas nesse processo.
Bilbao também reforça o papel da narrativa dentro das devolutivas do psicodiagnóstico infantil,
a criação de personagens, histórias, enredos, que substituem a linguagem da informação clínica,
mostra-se uma alternativa valiosa, uma forma de o próprio indivíduo encontrar naquela narrativa seus
significados e escolher se os aceita ou não. De forma lúdica, estimula-se a criação, ressignificação e a
compreensão daquele ser.
Em suma, indispensável que o psicólogo se esforce para encontrar um esforço de percepção
aberto que compreenda como esperar o desenvolvimento desse processo e confie na experiência e na
narrativa do sujeito por meio dele próprio e não querer explicar as situações com base em referenciais
teóricos pré estabelecidos e classificá-los em categorias já existentes. A experiência ganha espaço
dentro da narrativa e as palavras expressam significados para aquele ser, independente se sejam
culturais ou pessoais para cada relator, os colocando como agentes de sua própria história.

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