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AULA 15 - AGRAVO EM EXECUÃ_Ã_O

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CCJ 0047/0149– PRÁTICA SIMULADA III
Aula 15: AGRAVO EM EXECUÇÃO
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PRATICA SIMULADA III
AULA 15 – Agravo em Execução
Willian Vonner da Silva, brasileiro, solteiro, com 40 anos de idade foi condenado por
incorrer nas sanções previstas no artigo 121, parágrafo segundo, inciso I do Código Penal Brasileiro, por crime ocorrido em 28 de janeiro de 2007, sendo certo que o acusado respondeu ao processo em liberdade.
Na sentença condenatória a pena privativa de liberdade aplicada foi de 12 anos de reclusão a ser cumprida em regime inicial fechado. Willian foi recolhido ao presídio em 01 de fevereiro de 2014, data na qual iniciou o cumprimento da pena.
O apenado sempre ostentou bom comportamento na casa carcerária, trabalhando cinco dias por semana, desde junho de 2015, no setor administrativo do presídio.
Diante desse panorama você, mediante procuração, peticionou ao juízo da execução em 02 de maio de 2016, requerendo a progressão de regime. Em 17 de maio de 2016 foi publicada no Diário Oficial a seguinte decisão: 
Vistos. Nego o pedido de progressão de fls. pois muito embora estejam presentes os requisitos subjetivos o apenado não adimpliu o requisito objetivo indispensável, previsto no art. 2º, §2º da Lei 8.072/90, uma vez que foi condenado por crime hediondo. 
Publique-se. Registre-se. Intime-se. Pelotas, 17 de maio de 2016.
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Fundamento: artigo 197 da Lei 7.210/84.
Conceito: é a peça cabível para atacar as decisões proferidas pelo juiz das execuções penais.
Prazo: 05 (cinco) para interposição e 02 (dois) para razões (Súmula n. 700 do STF). O início do prazo é da data da intimação da decisão.
Como identificá-lo: o problema trará uma decisão proferida pelo juiz das execuções penais. As atribuições deste magistrado estão previstas no artigo 66 da Lei 7.210/84 (LEP).
Dica: o procedimento do agravo em execução é idêntico ao do recurso em sentido estrito portanto, é possível, inclusive, o juízo de retratação.
Importante: as hipóteses previstas no artigo 581, XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, do CPP. Motivo: ainda que estejam no rol do rese, as decisões são atacáveis por agravo em execução.
Atenção: segundo a súmula 192 do STJ, a competência do juiz é determinada pela esfera responsável pelo presídio por isso, caso a condenação seja da JF, mas o condenado esteja cumprindo pena em presídio estadual, o processo será de competência do TJ, e não do TRF.
Súmula 192 do STJ: Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual 
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O examinando deve redigir, na condição de advogado, recurso de Agravo em Execução, com fundamento no Art. 197 da Lei nº 7.210/84 – Lei de Execução Penal (LEP). Isso porque, nos termos do dispositivo mencionado, das decisões proferidas pelo magistrado em sede de Execução Penal, sempre caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. 
Apesar de o Art. 197 da LEP trazer a previsão de que o recurso cabível é o de Agravo, não estabelece a Lei nº 7.210/84 qual seria o procedimento a ser seguido, de modo que a doutrina e a jurisprudência pacificaram o entendimento de que seria o mesmo do Recurso em Sentido Estrito. 
Diante disso, primeiramente deveria o examinando apresentar petição de interposição, direcionada ao Juízo da Vara de Execução Penal da Comarca de Belo Horizonte/MG, com formulação de pedido de retratação por parte do juízo a quo, na forma do Art. 589 do CPP, por analogia. Em caso de não acolhimento, deve haver requerimento de encaminhamento do feito para instância superior, com as respectivas razões recursais.
Após, o examinando deveria apresentar Razões do Recurso, direcionadas ao Tribunal de Justiça do Estado, com a fundamentação necessária para rebater a decisão do magistrado de primeira instância.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DE _______ - ESTADO___.
Processo nº:___________
Willian Vonner da Silva, já qualificado nos autos às folhas ( ), por meio de seu advogado
e procurador que a este subscreve, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente
a presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável decisão de folhas ( ), interpor tempestivamente, recurso de
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com fundamento no artigo 197 da Lei de Execução Penal, afim de requerer a realização do Juízo de Retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal, em sendo mantida a decisão atacada, que seja o presente recurso encaminhado para segunda instância para devido processamento e julgamento.
Termos em que,
Pede-se deferimento.
Local e data
(Item 03 – data e assinatura)
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RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
Recorrente: Willian Vonner da Silva
Recorrido: Ministério Público do Estado ___
Processo nº:______
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Douto Julgadores
Willian Vonner da Silva, já qualificado nos autos às folhas ( ), por meio de seu advogado e procurador que a este subscreve, conforme procuração em anexo (folhas __), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos de processo de execução de pena em epígrafe, inconformado com a respeitável decisão do Juízo da __ Vara de Execução Penal da Comarca de ____, interpor recurso de AGRAVO EM EXECUÇÃO com fundamento no artigo 197 da Lei de Execução Penal, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
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I - DOS FATOS: (Item 04 - a exposição dos fatos criminosos)
O Requerente, foi condenado por incorrer nas sanções previstas no artigo 121, parágrafo 2º, inciso I, do Código Penal Brasileiro. Na sentença condenatória a pena privativa de liberdade cominada foi de 12 anos de reclusão a ser cumprida em regime inicial fechado.
O recorrente foi recolhido ao presídio em 01 de fevereiro de 2014, data na qual iniciou o cumprimento da pena. Neste período, o recorrente sempre ostentou bom comportamento na casa carcerária, trabalhando cinco dias por semana, desde junho de 2015, no setor administrativo do presídio.
Diante disso, como forma de direito e justiça, foi peticionado ao juízo da execução, em 02 de maio de 2016, requerendo a progressão de regime do recorrente. Ocorre que o Juiz da Vara da Execução Penal negou o pedido de progressão de regime às folhas ( ), com o argumento de que muito embora estejam presentes os requisitos subjetivos, o apenado não adimpliu o requisito objetivo indispensável, eis que condenado por crime hediondo.
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II - DO MÉRITO / DIREITO
Não procede a respeitável decisão proferida pelo Juiz da Vara de Execução Penal, uma que o recorrente apresenta todos os elementos objetivos e subjetivos para concessão do benefício de progressão para regime semiaberto, eis que cumpre todos os requisitos do artigo 112 da Lei de Execução Penal, uma vez que possui bom comportamento carcerário e cumpriu 1/6 da pena.
Segundo documentos ( folhas) juntado nos autos, o recorrente desde do início do cumprimento de sua pena, manifesta um comportamento exemplar, sendo que trabalha diariamente no setor administrativo do estabelecimento prisional, nutrindo respeito pelos demais internos, pelas regras institucionais e pelos agente penitenciários. Estando, desta forma, presentes os elementos subjetivos para concessão do benefício.
Quanto aos elementos objetivos para concessão da progressão de regime, também demonstram-se presentes, uma vez que o recorrente trabalhou, cinco dias por semana entre o período de ________ a ___________, tendo remido no cumprimento de sua pena 203 dias, ou seja, sete meses (artigo 126, §1º da Lei de Execução Penal).
Desta forma, a progressão para regime semiaberto é medida de direito e justiça que se impõe, já que o recorrente cumpre todos os requisitos para sua concessão.
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III – DOS PEDIDOS (Item 06 – Dos pedidos)
Diante do exposto, requer de Vossa Excelência que seja conhecido o presente recurso e reformada a respeitável decisão de folhas ( ), para assim ser declarada a progressão do Recorrido para regime semiaberto, nos termos do artigo 112, da Lei de Execução Penal, determinando-se ao Meritíssimo Juízo a a expedição do alvará de soltura, por ser de direito e de justiça. Termos em que, pede deferimento.
Local e data.
Advogado,
OAB/____ n. ____.
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