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Modelo Peça Agravo em Execução Penal

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Prévia do material em texto

O Aluno deverá ler as instruções abaixo, e usar o modelo anexo para elaborar a peça. Para cada fundamento o aluno deverá usar uma doutrina e uma jurisprudência do TJGO.
Da fase de execução
Agravo em Execução (art. 66 c/c o art. 197 da Lei 7.210/1984):
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
 III – decidir sobre: a) soma ou unificação de penas; b) progressão ou regressão nos regimes; c) detração e remição da pena; d) suspensão condicional da pena; e) livramento condicional; f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar: a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução; b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade; c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; e) a revogação da medida de segurança; f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1.º, do artigo 86, desta Lei.
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade;
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei 10.713, de 13.8.2003)
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
 
CASO PRÁTICO:
Nilton cumpre pena em regime fechado pela prática do crime de roubo e durante o cumprimento em estabelecimento prisional, decidiu se dedicar aos estudos para completar o 2.º grau visando ter novas oportunidades ao término da pena com a consequente extinção da punibilidade. O Estado oferecia, dentro do estabelecimento prisional, com videoaulas e professores voluntários o curso supletivo e Nilton matriculou-se efetivando um período de 212 dias de estudo, divididos em 12 horas por dia, conseguindo com brilhante êxito, ao final, o diploma de ensino médio. Sabendo de tal possibilidade por informações de outros detentos, através da Defensoria Pública do Estado, apresentou pedido ao juízo competente para obter o benefício da remição da pena pelo estudo, já que conseguiu concluir o ensino médio e ainda alcançou várias horas de estudo, fazendo jus, portanto, ao benefício legal. O magistrado analisando todas as circunstâncias sobre o crime que Nilton fora condenado indefere o pedido informando que a gravidade de execução do delito impediria o benefício. De tal decisão, Nilton é intimado no dia 03/03/2017, segunda-feira e constitui você como advogado para apresentar no último dia do prazo a medida judicial cabível, diversa de Habeas Corpus para o caso narrado. Apresente todas as teses de direito relativas ao caso.
 
Resolução do Enunciado:
Inicialmente devemos nos preocupar com o momento procedimental que o enunciado nos coloca. Não restam dúvidas se tratar do momento de execução penal, pois nosso personagem Nilton está cumprindo pena em estabelecimento prisional. Após o trânsito em julgado de uma decisão condenatória, independente da instância, os autos são encaminhados à Vara de Execuções Penais. Neste ponto, registramos, à título de estudo, o Verbete Sumular nº 192 do Superior Tribunal de Justiça:
“Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual.”
Retornando ao enunciado, um pedido de remição de pena é feito ao juízo da Vara de Execuções Penais e incrivelmente indeferido, o que gera, naturalmente uma insatisfação, nos mostrando o caminho de um recurso, que é o meio impugnativo voluntário que demonstra insatisfação em relação a uma decisão. Das decisões interlocutórias proferidas pelo juízo da Vep, caberá Agravo em Execução, conforme art. 197 da Lei 7.210/1984 – LEP. Registra-se ainda que no art. 66, inciso III, alínea c, da Lei 7.210/1984 define que quem decide sobre remição da pena é o juiz da execução penal, reforçando a certeza de que devemos elaborar um Agravo em Execução, com prazo de cinco dias conforme Súmula 700 do STF, que possui a seguinte redação: “É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal.”
AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA __ VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE __________ DO ESTADO ________
NILTON, jé devidamente qualificado, vem, por intermédio de seu advogado infra-assinado, com base no artigo 197, c/c 66, inciso III, alínea “c”, da Lei 7.210/1984, c/c Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal, apresentar, tempestivamente,
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
pelos fatos e fundamentos jurídicos que se seguem nas razões anexas.
Caso Vossa Excelência não entenda pela reforma da decisão, com base no artigo 589 do CPP, que se remetam as razões anexas ao tribunal julgador competente.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Município, __ de ________ de 20__.
___________________________ 
Advogado 
OAB/__ n. _____ 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
Processo n.:
Origem: 
Agravante: Nilton
Agravado: Ministério Público 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado _________,
Colenda __ Câmara Criminal,
Excelentíssimos Julgadores. 
Trata-se de decisão interlocutória proferida pelo juízo da execução penal e, inconformado com a presente decisão, vem dela recorrer com base nas razões de fato e de direito abaixo. 
I – DOS FATOS 
Nilton, ora agravante, está cumprindo pena em estabelecimento prisional por praticar um roubo e, com intuito de obter novas oportunidades após o término da pena resolve estudar para completar o ensino médio.
Nilton cumpriu 212 dias de estudo, em 12 horas diárias. Com a conclusão e diploma em mãos, Nilton, procurou a Defensoria Pública, para requerer ao juiz o benefício da remissão da pena. Porém, o juiz competente indeferiu o pedido sem qualquer justificativa, informando apenas que a gravidade da execução do delito à que tinha cometido impedia a concessão do benefício.
Inconformado, passemos ao mérito onde será demonstrado que o agravante faz jus ao benefício.
II – DAS PRELIMINARES 
a) Nulidade por ausência de fundamentação Idônea (artigo 564, IV, do CPP, c/c 93, IX, da CF)
Preliminarmente, insta salientar a notória ausência de fundamentação da decisão interlocutória proferida pelo juízo da execução penal, o que está em desacordo com os ditames constitucionais que, em seu artigo 93, inciso IX, prevê que as decisões do poder judiciário serão fundamentadas, sob pena de nulidade.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX -todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
Este dispositivo consagra o princípio da motivação das decisões judiciais, como explica Nery Jr e Nery:
As decisões do Poder Judiciário (...) têm de ser necessariamente fundamentadas, sob pena de nulidade, cominada no próprio texto constitucional. A exigência de fundamentação das decisões judiciais é manifestação do princípio do devido processo legal. (NERY JR e NERY).
Ademais, o artigo 564, inciso IV, do Estatuto Processual Penal prevê que nos casos em que houver omissão de formalidade que constitua elementoessencial do ato, no caso em tela, a fundamentação da decisão de indeferimento da remissão da pena do agravante, ocorrerá nulidade. 
Neste sentido, há precedentes do TJ/GO:
AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. NULIDADE DA DECISÃO. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. Constatado que a decisão questionada é desprovida de fundamentação, é de se considerar que está eivada de vício insanável e desnecessário se faz a comprovação do prejuízo do apelante, outra alternativa não nos restando senão anulação da sentença. RECURSO CONHECIDO E De ofício, declarada a nulidade da DECISÃO, determinando o retorno do agravante ao status quo ante, restando prejudicada a análise do mérito recursal. (TJGO, AGRAVO EM EXECUCAO PENAL 32897-31.2018.8.09.0000, Rel. DES. CARMECY ROSA MARIA A. DE OLIVEIRA, 2A CAMARA CRIMINAL, julgado em 19/07/2018, DJe 2568 de 16/08/2018) – grifo nosso
Ora ínclitos julgadores, apenas mencionar que o crime é grave jamais pode ser forma de fundamentação válida para indeferir qualquer que seja o pedido, o que gera nulidade, pugnando – se pelo reconhecimento nos termos do artigo 564, inciso IV do Código de Processo Penal.
III – DO MÉRITO
a) Pela Remição da Pena pelo Estudo (art 126, I, da lei 7.210/84, c/c Súmula 341 do STJ
Esclarecida a preliminar de nulidade, passamos a analisar a real possibilidade que o agravante faz jus, qual seja, remir sua pena ao se dedicar aos estudos.
Nas palavras de NUCCI, “remição é o resgate da pena pelo trabalho ou estudo, permitindo-se o abatimento do montante da condenação, periodicamente, desde que se constate estar o preso em atividade laborativa ou estudantil”. 
Após reiteradas decisões dos tribunais superiores, nosso Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento, através da Súmula 341, dada a relevância do tema em comento. Segundo o enunciado, a frequência a curso é a causa de remição.
Súm. 341 - A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
Outrossim, a Lei 12.433/2011, incorporou ao texto do artigo 126, §1º, da Lei de Execuções Penais a possibilidade de remissão pelo estudo e pelo trabalho. 
Como referido, Nilton cumpriu 12 horas diárias de estudo para concluir o ensino médio, no decorrer de 212 dias, o que está previsto no próprio texto legal da norma supracitada, em seu inciso I.
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.
§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:  
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;  
Diante disso, depreende-se que o agravante faz jus a remir sua pena, de acordo com o referido artigo. NUCCI também esclarece: “a conclusão de ensino fundamental, médio ou superior, durante o cumprimento da pena, permite o acréscimo de 1/3 no tempo a remir (art. 126, § 5.º, LEP).”.
O Egrégio Tribunal de Justiça de Goiás já se posicionou neste sentido:
AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. PRETENSÃO DE BENEFÍCIO DE REMIÇÃO DOS DIAS TRABALHADOS DURANTE CUMPRIMENTO DE PENA EM REGIME ABERTO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Acerca da remição da pena, o artigo 126, caput, da Lei de Execução Penal (LEP), não deixa espaço para dúvida, ao dispor que o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. Para o condenado que cumpre pena em regime aberto a possibilidade de remição da reprimenda exige a frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, não havendo razões para considerar o trabalho extramuros de quem cumpre pena em regime aberto como fator de contagem do tempo para fins de remição. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJGO, AGRAVO EM EXECUCAO PENAL 314247-28.2016.8.09.0097, Rel. DR(A). FABIO CRISTOVAO DE CAMPOS FARIA, 2A CAMARA CRIMINAL, julgado em 04/07/2017, DJe 2316 de 27/07/2017) – grifei
De acordo com a Recomendação n. 44 do CNJ, para fins de remição por estudo deve ser considerado o número de horas correspondente à efetiva participação do apenado nas atividades educacionais, independentemente de aproveitamento, exceto quando o condenado for autorizado a estudar fora do estabelecimento penal. Neste caso, o preso tem que comprovar, mensalmente, por meio de autoridade educacional competente, tanto a frequência, quanto o aproveitamento escolar.
Assim sendo, é de clareza solar que o agravante faz jus ao benefício da remição da pena, em nome dos benefícios resguardados da Lei de Execuções Penais.
IV – DOS PEDIDOS
Isto posto, pugna-se:
a) Pelo conhecimento e provimento do presente recurso;
b) Em preliminar, pelo reconhecimento da nulidade por ausência de fundamentação da decisão proferida pela d. magistrado da __ Vara de Execuções Penais, nos termos do artigo 564, inciso IV, c/c artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal; 
c) No mérito, pela concessão do benefício da remição da pena, nos termos do artigo 126, §1º, inciso I, da LEP, bem como Súmula 341 do STJ.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Município, __ de ______ de 20__.
___________________________ 
Advogado 
OAB/__ n. _____

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