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Entre rios e a urbanização de SP- comparação. Ambos os instrumentos, tanto o livro como o vídeo, tratam do processo de urbanização da cidade de São Paulo. Todavia, tomam uma visão diferente de como foi esse processo, desde o momento histórico de como era a área da cidade antes desse desenvolvimento (os aspectos naturais, biológicos, topográficos daquela região) até os dias atuais com suas consequências. O texto " Dos surtos urbanísticos do final do século 19 ao uso das várzeas pelo plano de avenidas", traz uma narrativa mais técnica de como foi com exatidão todos os planejamentos, desde à formação do urbanismo moderno, às principais influências do urbanismo moderno na cidade de São Paulo, como foi a atuação do poder público naquela cidade; para construção da cidade de São Paulo, até o plano de avenidas de Prestes Maia. Já a narrativa do vídeo "entre Rios", traz uma fala mais formal, com mais comentários propriamente das pessoas que estudaram, críticos, e até mesmo relatos de pessoas que passaram por esse processo de urbanização, o vídeo traz uma discussão mais crítica a respeito de como a cidade de São Paulo foi se desenvolvendo, pois ela deixa os rios ( que antigamente foram a base para a civilização antiga ) com menos importância, o que causa muitas consequências; como enchentes e a própria degradação do curso natural dos rios da região escolhida para a construção dessa cidade. Trata de como o setor privado consegue interferir definitivamente nas decisões do coletivo, visto que a construção da cidade de São Paulo teve todo pensamento de uma cidade como as de Chicago e esqueceram dos rios que permeavam aquela região. Isso hoje em dia tem uma consequência muito forte, porque toda aquela região na época das chuvas é inundada pela água, algo natural, e não foi muito bem administrada pelo setor público para que agora no futuro, isso não fosse um problema. Pensaram tanto na questão da circulação do automóvel, que seria algo super empreendedor e modernista para aquela época, que esqueceram de analisar minuciosamente a questão dos rios, onde a cidade estava sendo construída. Abaixo segue os resumos do vídeo “Entre rios “e o livro “Dos surtos urbanísticos do final do séc.19 ao uso das várzeas pelo Plano de Avenidas”, respectivamente. Entre rios Foi às margens dos rios no alto de uma Colina que nasceu a vida de São Paulo de Piratininga. Piratininga é o antigo nome do Rio Tamanduateí na língua tupi quer dizer Rio do Peixe seco, na época das chuvas o Rio transbordava e ocupava toda essa área quando a água abaixava muitos peixes ficavam presos e acabavam morrendo ,a morte desses peixes atraia as formigas e atrás das Formigas vinham os tamanduás, o Rio do Peixe se tornou o rio do Tamanduá o Tamanduateí . Quando os Jesuítas chegaram aproveitaram a sabedoria dos índios e instalaram sua Capela ao lado das duas tribos que viviam ao lado dessa colina. A região era privilegiada para a fundação de uma vila naquele tempo e os índios já tinham escolhido há muito tempo não foram os portugueses escolheram e Eles escolheram sabiamente um ponto plano entre o rio Tamanduateí e um Ribeirão portanto eles tinham no lado um local fácil de um rio menor para pegar água limpa para consumo e do outro lado o Tamanduateí pelo qual ele chegava ao Rio Tietê, circulavam por toda a região por via fluvial. Ladeira do Palácio 1862 Durante aproximadamente 300 anos a vila de São Paulo só existia por causa desses dois rios. Hoje a maioria nem nota sua existência, a máquina fotográfica chegou a tempo de registrar as mudanças que essa paisagem iria sofrer. O canal que passa ao lado do mercado municipal é o rio Tamanduateí ele já beirou a Rua 25 de Março e nas suas margens havia um porto. Naquele tempo essa já era uma área de intenso comércio popular ali se encontraram o mercado dos caipiras, local onde pescadores e produtores Rurais comercializavam seus produtos, com a expansão do café pelo interior do Estado, atraiu investimentos para São Paulo. Em 1867 é inaugurada A Ferrovia são Paulo- railway a única a fazer ligação com o mar, ela utilizou o vale do Tamanduateí como rota, reforçando a posição estratégica da cidade como ponto de encontro de várias ferrovias. Esses trilhos marcaram a entrada do Brasil na modernidade, a velocidade da máquina transformou a vida na cidade e alterou de forma marcante sua relação com os rios. Os peixes que antes eram tirados dos rios agora vinham diretamente do mar trazidos em vagões. As distâncias se encurtaram e pouco a pouco os rios que antes eram as razões da existência da cidade tornando-se obstáculos para o seu crescimento. A construção do viaduto do chá sobre o vale do Anhangabaú foi o primeiro marco de superação as barreiras que os rios impunham a expansão da cidade todo feito em metal importado da Alemanha ele ligou o centro velho aos novos loteamentos que surgiram ao oeste da cidade. Esses bairros destinados a elite cafeeira que vinha do interior para capital usufruir das comodidades da vida moderna, contariam com infraestrutura que mudariam ainda mais a relação da cidade com seus Rios. A água encanada: Para garantir o sucesso de seus empreendimentos os loteadores fundaram em 1878 o primeiro sistema de abastecimento de água de São Paulo: a companhia de água e esgoto Cantareira , quanto maior o número de pessoas, maior a necessidade de água, quanto maior o consumo de água, maior o esgoto gerado, esse esgoto era despejado nas várzeas dos rios que cruzavam a cidade o que causava um grave problema sanitário. A elite paulistana sonhava em construir uma cidade como as que viam em suas viagens pela Europa e seus rios não se encaixavam nesse sonho não do jeito que era. A solução escolhida foi transformar os rios, cortar suas curvas e afundar seu leito assim eles levariam o esgoto mais rápido para longe das suas vistas, o Tamanduateí aleijado de suas antigas margens, devido ceder seu espaço, foi quem pagou a conta das reformas urbanas. Na década de 20 os dois rios que dividiam a cidade foram transformados em parques, o parque do Anhangabaú sobre o riacho com seu nome, já canalizado e enterrado, e o parque Dom Pedro segundo sobre as margens do rio Tamanduateí, os dois rios entre as quais a cidade havia sido fundada não representavam mais limites para sua expansão, a metrópole crescia em ritmo acelerado em pouco tempo ela se encontraria na mesma condição, barrada entre Rios. Rio Tietê 1900: Essas áreas ocupadas pelas águas apenas em uma fase do ano despertavam enorme interesse imobiliário, as inundações castigavam a população mais pobre que se submetia a morar nas baixadas o que criavam transtorno político que alimentava as discussões sobre a canalização do Rio Tietê. Ulhôa Cintra e Prestes Maia: falavam o que os empreendedores queriam ouvir, que era, realmente justificar o tal desenvolvimento da cidade de São Paulo através de um plano de avenidas Radial concêntrico. Entretanto ele sonegou informações de que os rios de São Paulo não possuíam o formato ideal para esse plano de avenidas. O carro em São Paulo é carregado de uma carga simbólica, houve uma confusão entre o automóvel e a identidade em São Paulo, ele se transformou numa peça chave no discurso de modernização, mas não o discurso de modernização como a gente conhece, discurso de modernização progressista, mas uma modernização conservadora que propunha mudar a cidade de São Paulo numa Chicago da América do Sul, ou seja, uma cidade tipicamente tomada por arranha céus, auto pistas e automóveis espalhados por toda a cidade. No ano de 1938 Prestes Maia foi nomeado prefeito de São Paulo e começou a concretizar suas obras de seu plano para construir uma avenida. Seria necessário desocupar uma grande área, o plano propunha utilizar os fundos de vale do Itororó dos rios e dos córregos para as construções dessas novas avenidas. Impróprias paraconstrução essas áreas úmidas e alagadiças eram os espaços vazios da cidade, o que garantia baixos custos com as apropriações e a valorização dos entornos após a obra. As principais avenidas de São Paulo como: a marginal Pinheiros e Tietê, avenida do Estado, a 9 de julho, 23 de maio, estavam propostas no plano de avenidas. Plano que estruturou o modo de expansão da cidade, Prestes Maia ficou no poder até o ano de 1945, neste período ele finalizou a retificação do Rio Tietê construiu a avenida 9 de julho e realizou uma série de outras obras viárias com intuito de abrir espaço para esse que prometia modernizar o país: o automóvel. Nas décadas seguintes várias outras avenidas fundo de vales foram construídas, a cidade crescia e a cada nova baixada seu córrego era canalizado e transformado em avenidas. O plano de avenidas inaugurou uma prática que se estabeleceu como um modelo na estruturação da cidade, onde o espaço das águas se transformou no espaço para os carros. O homem mudou o rio ao seu modo, colocou-o dentro de um cano e escondeu debaixo da terra para não se ver. Mas isso não mudou a natureza do Rio, quando a chuva cai é para lá que a água vai e se não tiver espaço ela toma o que for necessário inclusive as ruas, causando enchentes. A enchente é um produto da urbanização. A cidade virou as costas para o Rio, o rio é sua base, ninguém sabe, ninguém percebe, ninguém vê. A espinha dorsal para arquitetura desta cidade são os rios, os rios urbanos. Se quisermos resolver o problema do Rio devemos resolver o problema do deslocamento dentro da cidade. A fragilidade institucional do Brasil leva a uma proeminência do privado sobre o público, especulação mobiliária. Urbanismo rodoviarista. Estamos todos abduzidos por esse urbanismo rodoviarista, todo mundo acha que precisa do automóvel quando na verdade não precisamos. Então dentro desta visão de reversão disso, no lugar de fluxo :percurso, no lugar de esterilizar as ruas com esse urbanismo rodoviarista, devemos transformar os passeios públicos numa rua viva, urbanismo da confiança e não do medo, pois hoje as pessoas estão trancadas nos carros, são resignado a esse pau de arara chamado ônibus, felizmente de todas as obras de arte da humanidade a cidade é a principal obra de arte, infelizmente é uma obra de arte aberta, arte de construção do espaço público que é coletivo. Esse rio fomos nós que poluímos abduzidos, resignados, submetidos a esse colonizador. Cabe a nós conceber o espaço que nós queremos viver, o que vamos valorizar. Dos surtos urbanísticos do final do séc. 19 ao uso das várzeas pelo Plano de Avenidas. • A formação do urbanismo moderno Com a chegada das mudanças nas cidades, causadas pela industrialização e pela chegada de imigrantes, surgiram; grandes hotéis, lojas, e prédios públicos, avenidas, chaminés, moradias precárias, doenças, e com isso vários críticos apontavam e falavam suas teorias de como a sociedade estava e do que ela precisava. A organização de um novo espaço urbano era necessária, a cidade era vista como um organismo que funcionava bem quando suas partes estavam desempenhando plenamente suas funções. As cidades estavam em desordem urbana e precisavam com urgência ordena-la. Parecia passar despercebida a relação direta entre a ordem determinista ( a do processo capitalista ) e a ordem normativa ( a da sociedade urbana que surgiu naquele contexto ). Todas as análises priorizavam o problema da moradia, da higiene física, da salubridade, da helioterapia, da circulação do ar, da existência de áreas verdes. Agruparam-se dois modelos: progressistas e culturalista, tais foram os formadores da base do humanismo moderno. De acordo com o livro: “Os urbanistas progressistas – fazendo sua leitura da razão Iluministas – demonstravam confiança na ciência e na técnica, viam o homem como um homem-tipo com necessidades-tipo possíveis de serem atendidas por soluções-tipo. No espaço urbano isso se materializaria em habitações coletivas ou individuais separadas por espaços abertos, vazios e áreas verdes – numa classificação e separação das funções de trabalho, habitação, lazer e numa preocupação estética com as linhas retas. A homogeneidade obedecia uma lógica padrão que era sinônimo de ordem, uma ordem positivista que levaria ao progresso. Em verdade, buscava-se assegurar as condições gerais de produção capitalista de forma autoritária, como bem explicita Choay (1979: 10 e 11): “o autoritarismo político de fato, que dissimula, em todas essas propostas, uma terminologia democrática, está ligado ao objetivo comum, mais ou menos bem assumido, do rendimento máximo”. Já os culturalistas também demonstravam uma preocupação com o verde, com a preservação da natureza na cidade, com a higiene e a limpeza, mas em outros aspectos diferiam do primeiro modelo em quase tudo. As cidades deveriam voltar a ter limites precisos – tal como as urbes medievais –, as ruas tortuosas, a topografia e as linhas assimétricas deveriam ser mantidas. Nada de padrões e protótipos. A população deveria ser descentralizada e adensada apenas em alguns pontos, como em prédios comunitários e culturais. Exaltavam o conceito de cultura em contraposição ao de progresso – sem dúvida um avanço político, mas de alcance reduzido por uma visão nostálgica e romântica que teimava em negar o presente. O maior expoente dessas ideias foi o austríaco Camillo Sitte (1843-1903).” Ambos tratavam a cidade apenas como uma coisa/ objeto ou organismo desvinculado de um processo social, tinham a preocupação com a questão sanitária mas também queriam segurar a circulação; aspecto fundamental para a economia industrial capitalista. • Principais influências do urbanismo moderno em São Paulo As principais mudanças em São Paulo foram ensejadas pela economia cafeeira. Tiveram influências de estudiosos como: no primeiro escalão do que se poderia chamar de urbanistas paulistas – cujas práticas marcariam a cidade até os anos 1960 –, tem-se o próprio Victor da Silva Freire (1869-1951), João Florence de Ulhôa Cintra (1887-1944) e Francisco Prestes Maia (1896-1965). Em um segundo escalão, encontram-se Arthur Saboya e Saturnino de Brito, este último mais sanitarista do que urbanista propriamente dito. As ideias mais influentes foram as de Camillo Sitte (1943-1903), Joseph Stübben (1845-1936) e Eugène Alfred Hénard (1849-1923). O austríaco Camillo Sitte foi radicalmente contra as linhas retas, a monumentalidade das edificações, sua padronização e simetria. Considerado retrógrado, apregoava o retorno às praças fechadas medievais, tendo se desinteressado pela questão da circulação, Joseph Stübben foi um importante urbanista alemão que pensava a expansão urbana em termos de circulação, higiene, estética e edificações, Eugène Hénard foi um arquiteto e urbanista francês que, por intermédio de sua Teoria Geral da Circulação, influenciou decisivamente as práticas urbanísticas em São Paulo. Bem como da escola de Chicago, fizeram se materializar nas formas urbanas criadas por agentes públicos e privados na cidade de São Paulo. • A atuação do poder público em São Paulo O poder público municipal foi o principal agente das transformações ocorridas no período, trazendo os principais projetos para São Paulo. A constituição de 1891 separou o que era atribuições dos municípios e as dos Estados, também regulamentou a questão sanitária. Em 1892, foi organizado como órgão da secretaria de interior o serviço sanitário do Estado. Tudo isso para que fosse assegurado as condições gerais de produção do café e a reprodução social da força de trabalho. Sob o poderio lógico desses agentes públicos e privados vários planos, projetos, obras, órgãos e plantas foram criadas para São Paulo. Em 1926, Saturnino de Brito lançou o projeto para regularização do Rio Tietê (marcado por princípios do urbanismo moderno). Em 1930,a prefeitura obteve o mapa topográfico de município de São Paulo feito pela empresa SARA BRASIL S/A nas escalas 1:20.000 e 1:5.000 que mais tarde serviu como base para os futuros projetos urbanísticos. • Prestes Maia e o Plano de Avenidas Em 1930, foi proposto por Prestes Maia, o principal projeto do período, o Plano de Avenidas consistia no seguinte: um perímetro de irradiação envolvendo a Praça da Sé, o Parque D. Pedro II, o Vale do Anhangabaú e a Praça da República. No sopé do Pátio do Colégio seria criada a Praça da Estrela, rodeada de avenidas (como a criada em Paris por Haussmann), da qual ainda sairia um túnel até o Vale do Anhangabaú. O Sistema Y compreendia a construção das atuais avenidas 9 de Julho e 23 de Maio com a Av. Prestes Maia-Av.Tiradentes, correspondendo à haste do Y. Levava ainda em conta a remodelação do Parque do Anhangabaú, a reconstrução dos Viadutos do Chá e de Santa Ifigênia, a construção do conjunto Sé-Palácio-Estrela, na Rua 25 de Março, para onde algumas radiais convergiriam. Preconizava a abertura de novas vias radiais e a remodelação das já existentes, tendo agido sobre as Ruas Florêncio de Abreu e Brigadeiro Tobias, a Av. Anhangabaú Inferior, a Av. Tiradentes e a Rua Voluntários da Pátria, ao norte; as Avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia, para nordeste; as Avenidas do Estado e Dom Pedro I, para sudeste; as Ruas da Liberdade, Domingos de Morais e Brigadeiro Luís Antônio, para o sul; a Rua da Consolação e a Av. Rebouças, para sudoeste; a Av. São João, a Rua das Palmeiras e a Av. Água Branca, para oeste. Quanto à implantação de perimetrais, a primeira linha perimetral seria a do Perímetro de Irradiação, a segunda seria a formada pelo caminho das ferrovias a ser removido para as margens do rio Tietê e a terceira, pela implantação de um circuito de parkways formado pelas vias marginais Tietê e Pinheiros, interligando os parques da cidade. Ensejava também a manutenção e a remodelação dos Parques do Ipiranga, D. Pedro II e da Independência, a canalização do rio Tietê – para aproveitá-lo para a circulação viária, ferroviária, navegação e lazer –, a destinação de suas margens de um lado para as estradas de ferro e de outro para as residências e passeios e ainda para áreas industriais, a canalização dos rios Pinheiros e Tamanduateí e a unificação das várias linhas ferroviárias existentes em estação única, na altura da Ponte Grande, que seria remodelada com a construção de um monumento e de um parque esportivo nas margens do rio. Fez ainda muitas considerações gerais, por exemplo, sobre transporte coletivo, arruamentos, zoneamento [zoning], política de terras públicas, quarteirões, habitações populares, aeroportos, portos fluviais, descentralização das atividades com a implantação de centros secundários, conquista e urbanização das várzeas do Tietê. Desse último aspecto, vale ressaltar que Prestes Maia (1930:130) considerava as duas avenidas fluviais como possibilidades estéticas e utilitárias. Grosso modo, seu projeto constituía-se pela implantação do modelo radial-perimetral, formado por três circuitos: 1) o do Perímetro de Irradiação; 2) o das vias férreas transferidas para as marginais, tendo seus antigos leitos transformados em avenidas; 3)o circuito de parkways, em que a avenida mais importante é a Tietê. São esses os principais elementos estruturadores do Plano de Avenidas. Os dois últimos dizem respeito diretamente ao uso das várzeas. Desse meio século de urbanismo em São Paulo, pode-se dizer que os planos e intervenções se fizeram sentir sobretudo nas áreas centrais e nas várzeas: houve a implantação de áreas de lazer e recreação concretizadas nos parques, nos passeios públicos, no ajardinamento e aformoseamento das praças. Implantaram-se serviços públicos de abastecimento de água, coleta de esgotos, iluminação pública, transportes coletivos, circulação, limpeza e segurança pública. Construíram-se prédios públicos e, para tanto, demoliram-se casas, igrejas e lojas. Houve uma preocupação com a salubridade, executando-se vários aterros, canalizando córregos e iniciando-se a retificação dos rios Tamanduateí, Pinheiros e Tietê. Para a periferia inexistiam projetos. De modo rápido, o período marca a lógica da defesa dos interesses econômicos e dos valores estéticos e ideológicos da burguesia cafeeira em transição, no final do período, para o início da lógica da burguesia industrial – moderna –, reforçada com a atuação das empresas automobilísticas que se instituiriam nas décadas seguintes. Finalmente, vale ressaltar que Prestes Maia fez escola, pois a prática da retificação, canalização e construção de avenidas em fundo de vale ou sobre o leito dos rios predomina até nossos dias, com todos os efeitos negativos conhecidos, o mais destruidor deles são as inundações.
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