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Conteudista: Prof.ª Carolina Bulgacov Dratch Revisão Técnica: Esp. Fernanda Trigo Objetivos da Unidade: Apresentar os órgãos de classe para apoio do exercício da profissão do nutricionista; Apresentar e permitir compreensão crítica-reflexiva dos conteúdos (capítulos, artigos e incisos) do Código de Ética e Conduta referentes a responsabilidades profissionais, relações interpessoais, condutas e práticas profissionais e meios de comunicação e informação, associação a produtos, marcas de produtos, serviços, empresas ou indústrias, pesquisa, e relações com as entidades da categoria; Capacitar o estudante na identificação de possíveis infrações ao Código de Ética e Conduta do Nutricionista. Material Teórico Referências Formação do Nutricionista e Áreas de Atuação Profissional Introdução Todos os ofícios e profissionais atuantes necessitam de uma rede de apoio, para que possam desempenhar suas atividades de maneira segura e prática. Além de segurança na prática profissional, a educação continuada, o incentivo à pesquisa e a motivação para encontros, com discussões dos mais diversos assuntos relativos às profissões, também fazem parte desta rede. Outro fator importante são as ações que promovem melhorias na atuação profissional por meio de diálogos com o poder público e a população, a fim de incentivar a participação social no exercício profissional e a divulgação da área de operação de cada uma das profissões. As associações, conselhos profissionais e sindicatos fazem parte deste complexo sistema de regulação e apoio com os quais contam todas as profissões normatizadas. Muitos estudantes e profissionais têm dificuldade em compreender claramente quais são as funções de cada uma destas entidades, buscando, muitas vezes, apoio na instituição incorreta. Neste capítulo vamos esclarecer as funções de associações, conselhos, tanto federais quanto regionais, e sindicatos, trazendo luz sobre estas questões e promovendo melhor engajamento dos futuros profissionais a estas instituições. Após a leitura desta Unidade, acreditamos que a tomada de decisões frente aos possíveis problemas que possam surgir na atuação profissional possa ser facilitada. Se você, estudante de Nutrição, no futuro profissional, tiver um problema relacionado a sua atuação, referente a questões salariais, por exemplo, sabe qual instituição deveria procurar? Diariamente, deparamo-nos com situações, dilemas e conflitos que nos obrigam a decidir sobre os caminhos para prosseguir, dilemas e conflitos que nos obrigam a decisões de determinados 1 / 2 Material Teórico caminhos para prosseguir. Essas escolhas são determinadas a partir de várias reflexões sobre a vida humana, o certo e o errado, o justo e o injusto. Diante desse cenário, como o nutricionista pode incluir os conceitos de valores, moral, ética e bioética na resolução de conflitos e dilemas da profissão? Associação Profissional Associações profissionais são aquelas que agrupam, por meio de reunião por afinidade, uma determinada categoria profissional, ou categorias afins. São diversas as atividades desenvolvidas no âmbito das associações, mas o principal foco, quando se trata de associações profissionais, são a discussão de assuntos-alvo da atuação profissional dentro do escopo científico, bem como aquisição de melhores condições de trabalho para o grupo representado. Nos próximos tópicos, veremos mais informações sobre outros tipos de associação, com ênfase nas associações profissionais. Funções, Atribuições e Atividades Desenvolvidas pelas Associações Profissionais Quando se fala em associações, muitas instituições podem passar pela sua imaginação. As associações são muito comuns no Brasil e têm diversos direcionamentos. Podem ser festivas, desportivas, de apoio ou auxílio, entre outras tantas possibilidades. Neste tópico, iremos conhecer um pouco mais sobre associações formadas pela junção de profissionais de uma mesma área, motivados pela afinidade, para prestar serviços e dar apoio a determinadas profissões. Essa união pode ser caracterizada como uma forma de participação social, que tem como objetivo empoderar e dar representação a fatias da sociedade. Figura 1 – Demonstrativa da participação social Reflita Você conhece as atividades das associações de classe e sabe quais são as suas funções? As associações, sejam elas de classe trabalhadora ou não, são instituições de fundo privado, e não público, ainda que representem entes da esfera pública. De maneira global, associações não têm a atividade econômica como foco, mas defendem os interesses de um grupo de pessoas, que podem ter se unido por desempenhar a mesma função profissional, por exemplo. Sendo assim, quando falamos de associação de classe, podemos dizer que elas representamos interesses de determinada classe profissional e/ou empresarial. Estes membros serão unidos por adesão a esta associação, por força de vontade própria, podendo ou não compor sua diretoria e colegiados, usufruindo de maneira igualitária dos benefícios propiciados pela associação a qual pertencem. As associações podem promover diversas atividades em suas esferas. Podemos citar algumas atividades como: Para formalizar uma associação de classe é necessária a junção, por afinidade, de duas ou mais pessoas, bem como o registro, em órgão público competente, criação de regimentos internos e normatizações para associados e dirigentes, além do estabelecimento de sede e reuniões periódicas. Eventos educativos ou de formação profissional livres; Eventos desportivos; Eventos festivos; Participação em manifestações populares; Formulação de materiais de divulgação, esclarecimento e valorização profissional; Presença nas agendas políticas; Presença em eventos do setor de interesse. Após devidamente instituídas, as associações desempenham forte poder nas tomadas de decisões políticas, atuando em âmbito privado e público, na busca de melhores condições de atuação profissional para seus associados. Estão presentes em diversas pautas de discussões governamentais ou até em pautas elencadas por associações correlatas, motivando decisões que possam melhorar a qualidade do setor que representam. Figura 2 Fonte: Getty Images As associações de classe são instituições independentes do Estado, de natureza política e social, e todos os seus recursos provêm da contribuição espontânea dos associados. Já os conselhos profissionais são organizações do governo para regulamentar e fiscalizar o exercício de uma profissão, como a Nutrição, no caso do Conselhos Regionais de Nutricionistas (CRN), a Advocacia, no caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ou até as Engenharias, que são fiscalizadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Por fim, há os sindicatos. Essas instituições têm como função primária negociar condições de trabalho e de remuneração entre patrões e empregados e se mantêm com a contribuição dos profissionais filiados. Agora ficou mais fácil compreender o papel de cada uma dessas instituições de apoio ao desempenho profissional, cada uma delas com sua importância específica e com sua esfera de atuação. Associações Brasileiras, Estaduais, Regionais e Municipais de Nutrição O Brasil conta com inúmeras associações profissionais, que são bastante comuns entre a maioria das profissões regulamentadas. Dentro da área da Nutrição, temos associações em todos os âmbitos: federal, estaduais e municipais. Historicamente, quando se fala em associações na área da Nutrição, a Associação Brasileira de Nutrição (ABN) sempre é citada como de grande relevância. Sua criação foi resultado do árduo trabalho de Firmina Sant’Ana, sua primeira presidente, que, além de outros feitos, também organizou o Serviço de Nutrição do Hospital do Servidor Público do Rio de Janeiro. A posteriori, a Saiba Mais Você sabe por que a data de 31 de agosto se tornou o dia de comemoração do nutricionista? Em 31 de agosto de 1949, foi fundada a Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), primeira associação desta categoria, que tinha o intuito de representar e defender os interesses dos nutricionistas/dietistas, bem como desenvolver estudos e pesquisas no campo da Nutrição. ABN foi sucedida pela Federação Brasileira de Nutrição (Febran), que em 8 de junho de 1990 transladou para Associação Brasileira de Nutrição (Asbran). Figura 3 – Logotipo da Asbran Fonte: asbran.org Normalmente, as associações estaduais e municipais tendem a ser vinculadas à Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) e à Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), ambas com sede em São Paulo. Podemos citar outras importantes associações relacionadas à profissão de nutricionista no Brasil: Associação Paranaense de Nutrição (Anupar); Associação Paulista de Nutrição (APAN); Associação de Nutrição do Distrito Federal (ANDF); Associação Catarinense de Nutrição (ACAN); Contamos também com a existência de associações de classe voltadas para profissionais de áreas especificas, como por exemplo: Todas essas associações têm em comum o objetivo de promover a atividade do nutricionista de maneira ética e pautada em conhecimentos sólidos. Também promovem encontros temáticos, formações e educação continuadas, bem como manifestação de ideias a respeito de assuntos Associação de Nutrição do Estado do Espírito Santo (ANEES); Associação Pernambucana de Nutrição (APN); Associação Alagoana de Nutrição (ALNUT); Associação Sul-mato-grossense (Asman); Associação de Nutrição do Estado do Rio de Janeiro (ANERJ); Associação Gaúcha de Nutrição (AGAN); Associação de Nutrição do Estado do Pará (ANEPA); Associação de Nutricionistas do Oeste do Paraná (ANOP). Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE); Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica (SBNO); Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC); Rede Brasileira de Alimentação Escolar (Rebrae); Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE). relacionados à alimentação humana e à prática profissional da Nutrição em diversos meios. Também objetivam defender a ciência e as profissões, promovendo maior interlocução entre seus membros e destes com a sociedade em que vivem, num diálogo constante de aprimoramento e conhecimento da ciência da Nutrição. Uma informação importante é que, diferente dos sindicatos e conselhos de classe, as associações aceitam estudantes de Nutrição em sua composição, além de técnicos em Nutrição e nutricionistas, formando, assim, uma rede profissional em diversos níveis de atuação. Conselho Profissional Agora que já entendemos a função das associações de classe, passemos ao conceito que melhor define os conselhos de classe ou conselhos profissionais. Segundo Maria Thereza M.C. de Rezende, “conselhos defendem e disciplinam o exercício profissional, representando, em juízo e fora dele, os interesses gerais e individuais dos profissionais, visando assegurar a qualidade dos serviços prestados à sociedade” (REZENDE, 2007). Para a criação de um conselho de representação profissional é imprescindível que a profissão que será representada esteja incluída no rol da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO (BRASIL, 2017) e a profissão regulamentada junto ao Ministério do Trabalho e do Emprego. Este, entretanto, foi extinto no ano de 2019, ficando suas atribuições a cargo do Ministério da Economia, Justiça e Segurança Pública. Leitura Conselho Nacional Segurança Alimentar e Nutricional Você sabe do que tratou a Medida Provisória 870/2019? Ela foi a responsável pela extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). A mobilização social, através de Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Um estudante formado, ao tornar-se profissional, só poderá atuar de forma regulamentada após a inscrição em seu respectivo conselho. Assim, a atuação em uma profissão devidamente regulamentada sem o registro profissional caracterizará exercício ilegal da profissão, sendo passível de sanções e penalidades. Muitos profissionais recém-formados aguardam seu primeiro emprego para que possam dar entrada em seu pedido de registro profissional. Este fato, no entanto, pode gerar um entrave na contratação, pois o trâmite de inscrição no conselho profissional pode levar algum tempo. Portanto, o procedimento mais indicado é já estar inscrito em seu respectivo conselho no momento em que se começa a procurar trabalho. associações de classe, teve forte influência na manutenção deste espaço de discussões sobre alimentação e nutrição. Reflita Você já conhece a sede do seu conselho de atuação profissional? Sabe como obter essa informação e localizá-lo em seu estado ou cidade? https://ipea.gov.br/participacao/conselhos/conselho-nacional-de-combate-a-discriminacao-lgbt/133-conselho-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional/269-conselho-nacional-seguranca-alimentar-e-nutricional Funções, Atribuições e Atividades Desenvolvidas pelos Conselhos Profissionais Muitos profissionais questionam o papel dos conselhos, alegando que ainda que sejam pagos pelos profissionais atuantes, não os defendem. Porém, é importante entender a função real dos conselhos profissionais para que possamos ter clareza de seu verdadeiro valor. Os conselhos de atuação profissional também são conhecidos como conselhos de fiscalização da atividade profissional, ou seja, fiscalizam o exercício profissional e incluem não só a atividade dos profissionais inscritos como eventuais irregularidades de quem atua de forma não regulamentada. Este, afinal, é o grande papel dos conselhos, pois além de protegerem a sociedade de profissionais não idôneos, resguardam os que atuam de maneira legal e ética. Os conselhos estão presentes em todo o território nacional e também em muitos países do mundo, sempre trabalhando pela regulação do exercício profissional ético e comprometido. Para a profissão de nutricionista, há o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) e os Conselhos Regionais de Nutricionistas (CRN), espalhados por diversos estados da Federação e sempre vinculados ao CFN. Existem estados em que, devido ao baixo número de profissionais ativos ou à falta de condições estruturais, entre outras, não existem conselhos regionais. Nestes casos, os profissionais desta região são acolhidos por conselhos de outra região. Portanto, se em seu local de atuação não houver uma representação de conselho profissional, o correto é procurar saber qual conselho representa a sua região e se filiar a ele, ainda que sua sede esteja em outra cidade. Um dos principais produtos elaborados pelos conselhos são os Códigos de Ética e Conduta, que fundamentam a atuação na área e devem ser conhecidos e seguidos por todos os profissionais. Mas também é de responsabilidade dos conselhos a criação de diversas outras normativas que influenciam diretamente na atuação profissional. Dentre essas normativas, podemos citar as que estabelecem as áreas de atuação profissional, os parâmetros numéricos para diversas áreas, as punições e sanções para má conduta profissional, entre outras. A imparcialidade é uma das atribuições mais citadas por profissionais e cidadãos quando questionados sobre os conselhos profissionais, pois eles devem atuar de forma justa, baseado nas normatizações, independentemente do profissional que estará sendo fiscalizado, trazendo, assim, maior segurança para a atuação profissional. Em relação ao gerenciamento, os conselhos são dirigidos por membros eleitos democraticamente pelos profissionais nele contidos. Os mandatos são de três anos e podem ser reconduzidos de acordo com os regimentos internos de cada conselho. Os conselhos são fiscalizados a respeito de suas tributações e movimentações financeiras pelo Tribunal de Contas da União, segundo regulamentação da Constituição Federal (Inciso II do Artigo 71). Segundo dados do IBGE, hoje mais de 30 profissões brasileiras contam com conselhos de classe (IBGE, 2019). Figura 4 Fonte: ideastream.org Sistema Conselho Federal e Regionais de Nutricionistas O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) foi criado pela Lei n. 6.583, de 20 de outubro de1978, e regulamentado pelo Decreto n. 84.444, de 30 de janeiro de 1980. Figura 5 – Logotipo do Conselho Federal de Nutricionistas Fonte: Reprodução Essa entidade é definida como uma autarquia federal, sem fins lucrativos, de interesse público, com poder delegado pela União para normatizar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício e as atividades da profissão de nutricionista em todo o território nacional, em defesa da sociedade. Este é um órgão central do Sistema CFN/CRN. O CFN foi criado a partir da mobilização de profissionais, estudantes e entidades de nutrição, que defendiam a necessidade da categoria ter um órgão regulamentador próprio, pois eram fiscalizados por órgãos regionais de fiscalização da Medicina através da Lei n. 5.276, de 24 de abril de 1967 (CFN, 2019). Cabe ressaltar a data de criação do Sistema Conselhos Federal e Regionais de nutricionistas, marcado pelo ano de 1978. O Brasil conta, hoje, com onze conselhos regionais de nutricionistas, sendo eles os seguintes: CRN-1: DF, GO, MT, TO, com sede em Brasília-DF; CRN-2: RS, com sede em Porto Alegre-RS; As principais funções dos conselhos, tanto o federal quanto suas sedes regionais, são, resumidamente: CRN-3: SP e MS, com sede em São Paulo-SP; CRN-4: ES e RJ, com sede no Rio de Janeiro-RJ; CRN-5: BA e SE, com sede em Salvador-BA; CRN-6: AL, PB, PE, PI, RN, com sede em Recife-PE; CRN-7: AC, AM, AP, PA, RO, RR, com sede em Belém-PA; CRN-8: PR, com sede em Curitiba-PR; CRN-9: MG, com sede em Belo Horizonte-MG; CRN-10: SC, com sede em Florianópolis-SC; CRN-11: CE, MA, PI, com sede em Fortaleza-CE. Habilitar legalmente os profissionais para o exercício da profissão; Habilitar legalmente as pessoas jurídicas para exploração das atividades profissionais; Fiscalizar o exercício da profissão; Aplicar o Código de Ética Profissional; Normatizar as profissões; Aplicar multas relativas a processos disciplinares e de infração. Um dos pontos importantes a ser salientado sobre este órgão são as suas limitações jurídicas. Os conselhos são orientados por leis específicas e ficam, muitas vezes, proibidos de atuar de forma mais incisiva na conquista de direitos profissionais, ficando estas atribuições a cargo das associações e sindicatos de classe. Pode-se dizer que fiscalização é a palavra-chave que define os conselhos de atuação profissional. Sindicato Segundo definição do dicionário Aurélio, sindicato é um substantivo masculino que nomina um tipo de associação para defesa e coordenação dos interesses econômicos e/ou profissionais de indivíduos (empregados, empregadores, profissionais liberais, autônomos etc.) que exercem a mesma atividade ou atividades similares ou conexas. O Conselho Regional de Nutricionistas da 10ª região, por sua vez, define sindicatos da seguinte forma: Saiba Mais Você conhece o Código de Ética e de Conduta do Nutricionista? Ele passou por alterações durante os anos de existência da instituição e pauta a atuação profissional de nutricionistas do Brasil. É possível encontrá-lo no site do Conselho Federal de Nutricionistas. Funções, Atribuições e Atividades Desenvolvidas pelos Sindicatos São entidades profundamente relacionadas à proteção dos direitos dos trabalhadores, sendo subdivididas entre as profissões e classes de trabalhadores. O seu maior interesse é a conquista e a manutenção dos direitos profissionais das ocupações que representam. Os sindicatos possuem as seguintes atribuições perante a lei: E ainda: - CRN10, 2019 - OIT, 2019 “De acordo com Convenções da OIT/Organização Internacional do Trabalho, CFB/Constituição Federal Brasileira e a Consolidação das Leis Trabalhistas/CLT, os sindicatos defendem os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria em questões judiciais e administrativas.” “Art. 2º Os trabalhadores e os empregadores, sem distinção de qualquer espécie, terão direito de constituir, sem autorização prévia, organizações de sua escolha, bem como o direito de se filiar a essas organizações sob a única condição de se conformar com os estatutos das mesmas.” A convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) cita a liberdade de criação e filiação sindical. A convenção pautou boa parte das leis que asseguram, no Brasil, o direito sindical, que é garantido pelo Artigo 166 da nossa Constituição. Ela “estabelece que os sindicatos devem exercer funções delegadas pelo poder público e colaborar com a preservação da paz social, transformando-os em uma força orgânica de colaboração com o Estado [...] e defender os interesses dos trabalhadores” (SILVA, 1987). Essa perspectiva provocou alterações na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) com inclusão das garantias sindicais nesse documento. Durante toda a história dos trabalhadores no Brasil, os sindicatos estiveram presentes, dando ênfase às lutas por melhores salários e condições de trabalho dignas para diversas classes de trabalhadores. Os sindicatos têm importância tão evidente que foram objeto de estudos e pesquisas em diversas áreas, constituindo parte inegável da história brasileira. Tiveram papel fundamental inclusive na construção da democracia brasileira, tornando a sociedade mais justa, igualitária e livre. - OIT, 2019 “Art. 3º 1) As organizações de trabalhadores e de empregadores terão direito de elaborar seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus representantes, de organizar a gestão e a atividade dos mesmos e de formular seu programa de ação. 2) As autoridades públicas deverão abster-se de qualquer intervenção que possa limitar esse direito ou entravar o seu exercício legal.” Figura 6 Fonte: prevention.psu.edu Os sindicatos são mantidos financeiramente pela contribuição dos seus associados, tendo em sua constituição presidência, vice-presidência, secretarias e demais cargos administrativos julgados necessários. Algumas das prerrogativas da lei a respeito das entidades sindicais é de que o Governo Federal não poderá interferir em sua livre atuação, que os trabalhadores não são obrigados ase filiar ou manter-se filiados e que não poderá haver dois sindicatos representando uma mesma categoria em território nacional. Os funcionários eleitos para representar o sindicato na sua presidência e vice-presidência são cedidos para desempenhar este papel em tempo integral, mantendo ainda o vínculo com a empresa contratante, e têm estabilidade sindical, ou seja, não podem ser demitidos enquanto desempenharem tal função. Após a reforma trabalhista, ocorrida em 2017, a contribuição sindical obrigatória passou a ser facultativa, ou seja, o desconto de um dia de trabalho, que antes era debitado automaticamente, passou a ser oferecido ao sindicato de forma facultativa. Os sindicatos costumam ser vistos como entidades urbanas, porque essas áreas concentram mais trabalhadores desde a Revolução Industrial, mas existem sindicatos nas mais diversas áreas, como por exemplo os Sindicatos de Trabalhadores Rurais. Federação Sindical e Sindicatos de Nutricionistas A profissão de nutricionista ainda não conta com uma ampla rede sindical, sendo mais provável que seu estado ou município tenha uma associação de nutricionistas do que um sindicato de nutricionistas. Por ser uma profissão relativamente nova, que comemorou 80 anos em 2019, ainda são poucos os seus sindicatos e o número de associados nessas instituições é pouco expressivo. Sendo assim, algumas conquistas da classe dos trabalhadores na área da Nutrição acabam sendo realizadas por sindicatos de hotelaria, alimentação coletiva, hospitalar, entre outros. Uma opção para aqueles profissionais que gostariam de participar do movimentos sindical, mas não têm em seu estado uma entidade de nutricionistas, é a Federação Nacional de Nutricionistas (FNN), que tem a função de representar os filiados de todo o país. Saiba Mais O Brasil conta com um Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, onde todos os sindicatos devidamente formalizados estão cadastrados. Em 2017, o Brasil contava com 16.517 entidades sindicais. Figura 7 Fonte: Getty Images A Federação Nacional de Nutricionistas, segundo informações no site da instituição, é definida como uma: “Entidade Sindical de 2º grau, constituída de acordo com a CLT e a Constituição Federal, com âmbito de representação nacional para fins de estudo, coordenação e representação legal dos integrantes da categoria profissional, habilitados nos termos da Lei de nº 8234/91, pautando sempre pelos princípios de liberdade e autônima sindical, sendo formada por Sindicatos dos Nutricionistas no País.” De acordo com seus estatutos, a FNN está apta a: - FNN, 2019 - FNN, 2019 Em Síntese Fizemos uma incursão sobre as mais importantes instituições que norteiam o desenvolvimento e atuação de um profissional. Associações, conselhos profissionais e sindicatos são os responsáveis por termos profissões com caminho sólido e ético, guiando desde “Promover os interesses econômicos, sociais, profissionais e culturais dos integrantes da Categoria, assegurando por todos os meios ao seu alcance, o efetivo cumprimento dos direitos dos profissionais, com relevância às leis referentes à proteção do trabalho, lutando por condições adequadas de trabalho, por uma remuneração justa, por uma redistribuição de renda e pela valorização da profissão. Substituir, representar e defender perante as autoridades administrativas e judiciárias, judicial e extrajudicialmente os direitos e interesses individuais ou coletivos dos nutricionistas e dos sindicatos filiados.” Valores, Moral, Ética e Bioética Valores, Moral e Ética A discussão sobre os conceitos de valores, moral e ética sempre estiveram presentes em todas as culturas e sociedades. Eles são construídos juntamente com o surgimento e as mudanças da humanidade por meio de reflexões e vivências éticas. Antigamente, os dogmas determinados pela religião apresentavam um forte poder de valor, de influência e de decisão na vida do indivíduo quanto ao certo e indiscutível (PESSINI e HOSSNE, 2013). Atualmente, esses conceitos se embasam no pluralismo de valores, no respeito à diversidade, na mentalidade capitalista e individualista (COMPARATO, 2006). De acordo com o Michaelis (2019), a palavra ethos é de origem grega e significa caráter ou modo de ser; enquanto mos deriva do latim e quer dizer costume. Assim, podemos considerar que a ética é a ciência dos costumes e a moral é o objeto dessa ciência. estudantes até profissionais de longa data. Com as considerações aqui descritas, pudemos perceber as funções de cada uma destas instituições e provavelmente esclarecer dúvidas que facilitarão as tomadas de decisão na vida profissional dos futuros nutricionistas. Agora fica muito mais fácil responder nossa pergunta norteadora! Sabemos que as lutas por melhores salários são a base das atividades desenvolvidas por sindicatos! Assim como também compreendemos as funções das associações e dos conselhos de classe profissional. Para Nalini (2014), a ética é uma reflexão teórica que analisa, critica ou legitima os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral, já a moral é como um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos de uma sociedade. Figura 8 – Ética e moral O termo valor também é utilizado desde a Antiguidade para definir o preço de bens materiais ou mérito de indivíduos. No interior de cada indivíduo ou sociedade existe um conjunto de conceitos, pensamentos, reflexões e juízos que podemos chamar de valores morais. Eles variam conforme o tempo, a cultura, o cenário político e social, as regras profissionais, a educação e a vivência social e familiar de cada um. Uma ação pode ser considerada correta para uma determinada sociedade e para outra a mesma atitude pode ser considerada errada ou imoral (GOERGEN, 2005). Definição e Construção de Valores, Moral e Ética Para iniciarmos o estudo sobre a definição e a construção de valores, moral e ética, é necessário um aprofundamento em diferentes pensamentos, uma vez que os termos apresentam definições distintas em cada um deles. Começaremos o estudo com a apresentação de três pensadores gregos que estabeleceram as bases para o pensamento ocidental: Sócrates, Platão e Aristóteles. Esses três pensadores consideram o homem não como ser isolado, mas como um ser social (NALINI, 2014). Figura 9 Fonte: Getty Images A Ética de Sócrates Sócrates nasceu em Atenas, viveu entre os anos de 470 ou 469 e 399 a.C., sem deixar nada escrito, apenas o conhecimento de sua famosa frase “Só sei que nada sei”. Aos 70 anos, ele foi condenado a morte. Embora considerasse a sentença injusta, recusou sugestões para evitar a execução, dizendo que aquilo havia sido designado por tribunal legítimo. Segundo Nalini (2014), ele representa um marco para a ética uma vez que seus diálogos eram baseados em contínuas indagações que tinham como objetivo descobrir a verdade da matéria. O filósofo defendeu a ética racionalista, estabelecendo a necessidade do uso da razão na prática da virtude e, com isso, ele inaugurou a história da ciência do ethos. Na época, os atenienses estavam mais preocupados com os valores cultuados em relação ao corpo e Sócrates os criticava, afirmando que o homem é a sua alma (“Conhece-te a ti mesmo”) e que tais valores deveriam ser rebaixados (STONE, 2015). Para o pensador, quem conhece o bem não pratica o mal. O homem sábio é necessariamente um homem bom e, somente o ignorante é quem pratica o mal; o sábio nunca faz o mal voluntariamente e somente pratica o bem aquele que o conhece. A verdade deve ser buscada para agir bem, não para o engrandecimento ou a satisfação. Dessa forma, é possível alcançara excelência humana, isto é, a sabedoria, a felicidade ou a vida boa. Sócrates defendeu que o princípio da virtude leva à felicidade, ou seja, a virtude é o bem mais precioso que possuímos e somente com sua prática o homem é feliz (NALINI, 2014). Figura 10 – Estátua de Sócrates Fonte: Getty Images Filme Sócrates Assista, a seguir, o trailer deste filme dirigido por Roberto Rossellini em 1971, que retrata a vida do filósofo grego. [Poetic Trailer] Socrates (1971) - Roberto Rossellini https://www.youtube.com/watch?v=EybU4HEe-gU A Ética de Platão Platão nasceu em Atenas, viveu entre 427-347 a.C. e foi influenciado por Sócrates desde seus 20 anos de idade (NALINI, 2014). Os fundamentos da ética platônica indicam a ideia de ordem. Essa diretriz de pensamentos e cruza com a ética, a metafísica, a política e a cosmologia. De acordo com Pegoraro (2006),para Platão, a ordem implica no conhecimento do bem e assegura a unidade das partes. A justiça também tem um destaque na ética defendida por Platão, pois é considerada a virtude que reúne e hierarquiza todo o conjunto da cidade, bem como os elementos que dão conformidade à vida do indivíduo. Assim, a função da justiça na sociedade é hierarquizar a polis em suas classes sociais: governantes, guerreiros e artesãos; no homem, sua função é classificar a razão, a sensibilidade e os instintos; já no universo, busca a harmonia entre as pessoas e a sociedade. Outras virtudes regidas pela justiça são a prudência (razão), a coragem (guerreiro) e a temperança (artesãos). Além disso, Platão considera a justiça como um bem em si mesmo, um valor que independe das circunstâncias e dos benefícios que trouxer, sendo a função da própria alma que se torna boa e justa conforme a prática. Para alcançar uma vida feliz, o filósofo propõe um modelo ideal de sociedade, um desenho e laborado pela razão e pela imaginação, destinado a servir de ponto de referência para todos aqueles que pretendem reformar os costumes e as instituições, com o objetivo de melhorar avida humana individual e social. Quanto à moral, Platão descreve que a verdadeira moral deve dar conta do indivíduo, da comunidade, da política e da natureza. Para Pegoraro (2006), Platão entendia que o indivíduo por si só não pode aproximar-se da perfeição e da felicidade. Por isso, é necessária a atuação do Estado e da comunidade política para criar leis; assim como a consideração do que ocorre na natureza. Figura 11 – Estátua de Platão Fonte: Getty Images A Ética de Aristóteles Aristóteles nasceu no ano 384 a.C. em Estagira, cidade macedônica, sendo o ano de sua morte indefinido (segundo estudiosos, ela teria ocorrido entre 324 e 322 a.C.). Ele foi discípulo de Platão e escreveu tratados sobre diversas áreas, como metafisica, lógica, física, biologia, antropologia e poéticos, por exemplo. O filósofo é o criador da teoria de que a ética é uma filosofia prática, isto é, um saber tem por objetivo a ação (PEGORARO, 2006). Assim como para Platão, a ética de Aristóteles é centrada nas relações humanas e a política é voltada para as vinculações do homem com a comunidade. O filósofo a considera a maior de todas as ciências e que a ela todas as outras devem estar submetidas. Assim, Aristóteles realizou a classificação sistemática das ciências do conhecimento. As ciências teoréticas são aquelas contemplativas que se referem à vida teórica. Tratam dos seres que apenas podemos contemplar (Deus e Natureza), sem agir sobre eles ou neles interferir. As Saiba Mais Em sua obra clássica, A República, Platão define a justiça como “a vontade de um cidadão de exercer sua profissão e atingir seu nível pré- determinado e não interferirem outros assuntos” (PLATÃO, 2001). coisas consideradas divinas são superiores às naturais, e por isso, essas são ciências imutáveis, a quais devem se dedicar os homens livres (filósofos), para alcançar o caminho da elevação, da tranquilidade ou do prazer do espirito. Elas devem buscar a verdade em si mesmas. As ciências práticas referem-se às ações humanas, isto é, a produção da ética e da política. São ciências contingentes; a ética com a busca da felicidade pela virtuosidade, e a política na buscado bem comum, da liberdade e da justiça. As ciências práticas usam o saber para uma ação ou finalidade moral, ou seja, estabelece um fim e ordena as suas ações para sua concretização. Já as ciências técnicas são referentes à fabricação de instrumentos e de objetos, e ao trabalho humano. Elas podem interferir no curso da natureza, como a agricultura, a medicina, o artesanato, a arquitetura, a escultura e a poesia. Os eixos da ética aristotélica podem ser divididos como: Além disso, Aristóteles conceituou prudência como uma virtude intelectual e não moral, entendida como uma disposição racional, verdadeira e prática e relacionada à verdade e à razão. A prudência é, então, um saber conectado à ação humana, sendo que a virtude estabelece ajusta medida entre os extremos. Para o pensador, ela facilita-nos o discernimento na tomada de decisão, guiando-nos para a obtenção de um equilíbrio (ARISTÓTELES, 1999). Até a chegada de Aristóteles, a prudência era considerada como um conceito equivalente à sabedoria. Racionalista: as virtudes éticas nada mais são do que a educação do instinto, da sensibilidade e das paixões sob a luz do intelecto; Naturalista: inerente da estrutura humana; Heterônoma: o homem não escolhe e nem decide ser ético; Finalista: todas as ações visam a uma finalidade, que é alcançar o Bem. Figura 12 – Busto de Aristóteles Fonte: atc.edu Valores, Moral e Ética na Sociedade Contemporânea O debate dos valores, da moral e da ética na atualidade representa o acúmulo de embates teóricos que vêm refletindo sobre a vida do homem em sociedade. A finalidade da ética para gregos e romanos era o comportamento do indivíduo em termos do ideal, objetivando a efetivação dos valores para atingi-los plenamente. A partir dos séculos XIX e XX, o tema da liberdade e da responsabilidade se impõem nas discussões da sociedade. De acordo com o pensamento do filósofo Jean-Paul Sartre, o homem é liberdade. Para ele, cada indivíduo livre escolhe e, ao escolher, cria o seu valor. O homem está condenado a ser livre e toda sua existência decorre dessa condição. Assim, frente a uma decisão, o homem percebe o seu total desamparo, já que não há nada que possa salvá-lo da tarefa de escolher. Ou seja, nada pode salvá-lo de si mesmo. Assim, entende-se que o ser humano precisa de liberdade para expressar suas qualidades morais e ela deve estar fundamentada nas normas que regulam os atos morais (GAUDENZI, 2004). Hans Jonas, considerado o filósofo da vida, é conhecido por falar sobre a ética da responsabilidade. Para ele, “o homem é o único ser vivente que pode assumir a responsabilidade do que faz, e com este pode já é, de fato, responsável” (JONAS, 2001). O filósofo questiona os valores imprescindíveis na civilização tecnológica e por que a responsabilidade ocupou o lugar central da moralidade em nosso tempo. Para ele, os valores correspondem a uma urgência determinada, o que os fazem necessários em momentos específicos e dispensados no momento seguinte; ou seja, os valores são em si intransformáveis e o que muda é o seu uso e exigência (JONAS, 2006). Os valores surgem e são importantes para proteger algo que está sendo ameaçado. Nesse sentido, as ameaças da contemporaneidade decorrem do poder e da capacidade tecnocientífica. Jonas ainda destaca que, habitualmente, a responsabilidade é entendida como consequência do que foi feito ou até mesmo de omissão. É nesse sentido que as éticas tradicionais se tornaram insuficientes porque apenas imputam a responsabilidade ao ato passado, sem pensar no futuro. Para o filósofo, a responsabilidade se dá, sobretudo, por algo que será realizado. Ela é, portanto, anterior à ação e se aproxima da ideia de precaução. Ele descreve também que a responsabilidade tem um princípio interno, ou seja, independente da consequência; assim, a causa já nos faz responsáveis porque está ligada à capacidade de previsão das consequências (JONAS, 2006). Muitos problemas éticos ocorrem no relacionamento pessoal ou nas relações de trabalho, provavelmente porque nossos valores morais não estão sufi cientemente interiorizados para que possamos agir sempre da forma considerada eticamente correta. De acordo com Gaudenzi(2004), o enfrentamento dos problemas éticos antes encontra alguns limites na sociedade moderna, como, por exemplo: Assim, podemos dizer que conflitos na vida pessoal e profissional são inevitáveis, em virtude da complexidade do ser humano, tendo em vista as diferentes personalidades, as aspirações e os níveis de frustrações, assim como o princípio da autonomia, tão caro ao pensamento liberal. Bioética Atualmente, existem várias correntes de estudo da Bioética, entre elas: Bioética de intervenção, Bioética de proteção, Bioética Clínica, Bioética da teologia da libertação e a Bioética feminista e antirracista. O excesso de obsessão do homem por coisas práticas e prazeres imediatos, que beneficiam a si próprio; O prestígio à atividade intelectual apenas quando são oferecidos lucros; A compulsão pela tecnologia e pelo automatismo, que leva o homem a considerar perda de tempo a reflexão, o exercício do questionamento e a análise da realidade. A sociedade precisa de regras e normas para se ordenar em vista da boa harmonia relacionada à convivência em todos os âmbitos. Esse é um pressuposto que a Bioética precisa ter em conta, ou seja, facilitar o enfrentamento de dilemas e conflitos éticos/bioéticos que surgirão na vida pessoal e profissional. ABREU, E. S. et al. Alimentação mundial: uma reflexão sobre a história. Saúde soc., São Paulo, v. 10, n. 2, 2001. ANJOS, M. 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