Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATIVIDADE 1 – DESIGN DO MOBILIÁRIO A proximidade entre designers e artesãos é um fenômeno de extrema importância pelo impacto social e econômico que vem gerando e por seu significado cultural, principalmente no mercado brasileiro. Entretanto, no Brasil, a atividade artesanal ainda é vista com preconceito, ganhando conotação depreciativa, apesar de ser uma atividade econômica relevante para o país, podendo estar, segundo Lima (2015) entre os cinco maiores contribuintes para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O desafio está em vencer este preconceito e estabelecer novas relações de produção que contribuam e beneficiem ambos os profissionais envolvidos. A partir desta relação intrínseca entre designers e artesãos, disserte sobre qual o papel do designer e do artesão no processo e concepção de um produto e quais as vantagens e desafios desta relação. A ideia de que o designer está acima do artesão está totalmente ultrapassada. Ambos são feitos em paralelo com uma abordagem "colaborativa". O objetivo é que o designer transfira conhecimento metodológico para o artesão, que então usa esse conhecimento para resolver problemas de desenvolvimento e produtos. A iminência entre designers e artesãos é um feito extremamente importante devido ao impacto social e econômico que tem e seu significado cultural, especialmente no mercado brasileiro. Todavia, no Brasil, o artesanato ainda é figura de preconceito, mas com uma conotação pejorativa, apesar de ser uma atividade econômica relevante para o país e, segundo Lima (2015), podendo estar entre as cinco principais contribuintes para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Atualmente no Brasil o preconceito em relação ao artesanato e seus produtos ainda é grande, pois é classificado como uma ocupação secundária e conter particularidades típicas do trabalho feito à mão, como o tempo extenso de produção, o custo pela valorização da mão-de-obra, as imperfeições e pequenas dessemelhanças entre produtos do mesmo tipo, sendo assim características que costumam depreciar o trabalho feito à mão. Entretanto, nos dias de hoje o artesanato tem se mostrado de grande importância cultural, social e econômica para o país, visto que frente à crise econômica e política vigente o artesanato é uma fonte de sustentação financeira de uma parcela significativa da população (KELLER, 2014). O designer, introduzido neste contexto, deve preferencialmente focar o processo como uma experiência de projeto social, para criar soluções inovadoras com potencial transformador. Vários autores confirmam a ideia de que a interação entre design e artesanato surge da necessidade de conceber produtos com valores identitários que reflitam uma cultura e estilo de vida específicos, mas que também crie condições sustentáveis para os produtores artesanais. Essa união contribui para o desenvolvimento de novos significados a partir de citações culturais voltadas para a revitalização dos produtos locais. A relação entre os campos do design e do artesanato é um tema muito debatido no Brasil. Alguns teóricos defendem que o design interfere na valorização cultural relacionada ao artesanato, porém, o fato é que esta área tem muito a contribuir para o desenvolvimento do segmento e do artesanato. Em termos de utilizações metodológicas, técnicos e industriais, o design contribui para o desenvolvimento do artesanato, incorporando conceitos e funções do produto melhorando os processos de produção e criando valor agregado. Entender a história e reconhecer as peculiaridades e características de um local são ações extremamente relevantes para a construção da iconografia de uma região com base no patrimônio histórico-cultural e nas manifestações artísticas. A relação de culturas não materiais, material e territórios permitiram preservar as características específicas de determinados grupos. Neste contexto, o design atua como motor da inovação, contribuindo para a seleção das potencialidades da região e desencadeando a valorização da comunidade local com base em projetos de desenvolvimento em rede. Segundo Izolina Passos Siqueira, na pesquisa intitulada “A força do relacionamento entre artesão e designer no olhar de Carl Rogers”, as etapas desse processo são: Identificação de demandas: Pesquisa de mercado, de público-alvo, compradores, tendências nacionais e internacionais, matérias-primas, design, novos produtos, dentre outros. Identificação de ofertas: Levantamento do artesanato e de produtos concorrentes para análise de qualidade e verificação de pontos fracos e fortes, para identificar oportunidades e ameaças. Melhoria em produtos e processos: Desenvolvimento de novos produtos com a utilização do design. Melhoria de processos produtivos, por meio da verificação de aspectos relacionados à matéria-prima, ergonomia, embalagem, padronização, durabilidade, qualidade, dentre outros. Capacitação de produtores: Qualificação dos artesãos em matérias de gestão, marketing, comercialização, dentre outros. Agregação de valor: Desenvolvimento de peças com valor cultural e iconográfico, que apresentam um pouco da história em cada objeto. Agregam valor também aspectos relacionados à sustentabilidade, matéria-prima e outros. Divulgação e acesso ao mercado: Envolve a criação de formas de comunicação e divulgação dos artesanatos. Englobam desde a inserção de tags nos produtos, com informações do processo produtivo, da técnica, da matéria-prima e a história local, até o desenvolvimento de um site para a divulgação e comercialização das peças. Comercialização: Relacionada à participação em feiras e eventos nacionais e internacionais para a comercialização dos artesanatos. A participação em rodadas e encontros de negócios podem gerar bons frutos e potencializar os ganhos, por meio de possíveis parcerias e fechamento de negócios. Para integrar as funções básicas do design ao artesanato, primeiro deve ser feito um esforço conjunto entre o artesão e o designer. A cooperação de profissionais de outras áreas, como a antropologia, é pertinente no sentido de contribuir para a compreensão das necessidades dos indivíduos com o objetivo de satisfazê-los através da criação de peças apropriadas e do uso que delas se fará. O artesanato que agrega as três funções tem grandes chances de atender às necessidades dos usuários. Contudo, foi possível constatar as seguintes vantagens: Produtor adequados à utilização e ao consumidor; Possibilidade de aumentar a competitividade das peças de reposição no mercado; Melhor desenvolvimento do negócio; Demanda perene; Fechamento de parcerias e negócios; Diferenciação de mercado; entre outros. O repto é superar esses vieses e criar novas relações de produção que contribuem e beneficiam os dois profissionais envolvidos.
Compartilhar