Buscar

Responsabilidade Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Design Sustentável e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Elisa Jorge Quartim Barbosa
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Responsabilidade Social
• A Ética no Projeto;
• O Papel Social do Designer;
• Aprender com Outras Culturas;
• Multidisciplinaridade;
• Inclusão Social;
• Comércio justo;
• Colaboração;
• Conclusão .
 · Conscientizar o profissional sobre o seu papel social na no mundo 
através de seus projetos. Promover o Design inclusivo e projetos 
mais colaborativos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Responsabilidade Social 
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Responsabilidade Social
A Ética no Projeto 
A definição do que é a ética surgiu no início da Grécia antiga, basicamente é o que 
determina modo de ser, de agir e costumes. É a parte da filosofia que estuda racional-
mente se a moral é injusta ou justa, esses termos viraram sinônimo de comportamento.
Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, ética é: parte da filosofia responsável pela inves-
tigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplina ou orientam o comportamento 
humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e 
exortações presentes em qualquer realidade social.
Ex
pl
or
Dentro da vida profissional, as organizações específicas de cada área determi-
nam bases para seus procedimentos éticos. A última versão do Código de Ética 
Internacional de Designers foi publicada em 2001, conjuntamente pelo Internatio-
nal Council of Societies of Industrial Design /ICSID, o International Council of 
Associations of Graphic Design / ICOGRADA e o International Federation of 
Interior Designers / IFI.
O objetivo do Código é definir os princípios de uma base internacional de pa-
drões éticos relacionados à prática do design e aceitos por todos os membros das 
associações internacionais ICOGRADA, ICSID e IFI.
Segundo esse documento, o designer deve, com a sua atividade, suprir necessi-
dades humanas por meio de sua competência, da sua criatividade, do seu método; 
deve ser sensível às prioridades sociais e culturais; deve conhecer as tendências cor-
rentes e a multiplicidade de parâmetros que as rege; deve consolidar os princípios 
que regem a sua atuação profissional. Para isso, o design se constitui coletivamente 
pela contribuição de cada profissional.
São os seguintes âmbitos tratados nesse Código de Ética:
• a responsabilidade do Designer em relação ao cliente;
• a responsabilidade do designer em relação ao usuário;
• a responsabilidade do designer em relação ao ecossistema da Terra;
• a responsabilidade do designer em relação à identidade cultural;
• a responsabilidade do designer em relação à profissão em si.
Cada um desses tópicos suscita uma série de debates que devem ser coletivamente 
aprofundados para levarem a posicionamentos efetivos e consistentes. É imperativo 
que sejam retomadas e ampliadas as discussões sobre as regras que pautam 
8
9
as relações humanas envolvidas no processo de design, seja elas no plano das 
relações de trabalho, de desenvolvimento de projeto, de uso e de pós-uso. Já têm 
se destacado os balizamentos legais em relação à preservação do meio ambiente.
O Papel Social do Designer
O papel social é um conjunto de direitos e deveres relativo à função social que 
se espera de um indivíduo exercer dentro de determinada posição social. Ela está 
relacionada a categorias sociais que podem ser determinadas por diferentes recor-
tes: família, linhagem, raça, religião, ocupação profissional etc. Portanto, uma ca-
tegoria profissional é uma categoria social, fruto de uma divisão social do trabalho. 
Na divisão do trabalho, há um papel social a ser desempenhado de conhecimento 
e às suas competências específicas.
Todo profissional consciente de seu papel e ao exercê-lo de maneira ética e 
de modo eficaz contribui para que a sociedade de que faz parte se desenvolva em 
harmonia. E para que o exercício desse papel seja profícuo para si como cidadão e 
para os demais membros de sua sociedade, há a necessidade de consciência sobre 
o lugar que a sua profissão e a sua categoria profissional ocupam nessa sociedade, 
de modo que suas competências específicas possam ser usadas para tal finalidade.
O trabalho de designer é identificar, valorizar e respeitar sua biodiversidade e seu 
ritmo. Está aqui o exercício profissional, provavelmente o desafio maior: conhecer, 
entender e criar soluções reais que beneficiem a vida comunitária.
A inteligência dos produtos e serviços não está somente na tecnologia utilizada, e sim 
em entender os complexos sistemas de como a nossa sociedade funciona, dos meios de 
transportes e comunicação ao abastecimento de alimentos nas grandes cidades. 
Deve, principalmente, privilegiar as pessoas, antes de qualquer recurso tecnológico de 
última geração, nas decisões de design. Pense mais em serviços e infraestrutura e menos 
em produtos físicos.
John Thackara - “Plano B – O Design e as Alternativas Viáveis em um Mundo Complexo”
Ex
pl
or
O designer pode, de fato, promover uma revolução social, transformando a sociedade?
A sustentabilidade é uma revolução. O designer será mais um ator dentro desse 
grande plano, conduzindo a sociedade na direção correta, no seu papel de facilitar 
as inovações sociais.
9
UNIDADE Responsabilidade Social
Aprender com Outras Culturas
A Valorização dos recursos naturais, da cultura e das técnicas artesanais de cada 
região, devem ser empregadas com um mínimo necessário de recursos tecnológicos 
para fazer a ponte com novos mercados consumidores.
Nesse aspecto, alguns dos pontos mais importantes são o reconhecimento, a 
qualificação e a valorização do saber tradicional, para chegar assim a um preço justo 
ao consumidor e a uma remuneração justa da comunidade, bem como do próprio 
designer. Levar em conta os impactos sociais, econômicos e culturais dessa ação. 
Conjunto de ações leva ao desenvolvimento de projetos dinâmicos e flexíveis, em 
que a intuição e o respeito devem ser uma constante de peso, pois são características 
ainda muito vivas e necessárias nas próprias comunidades.
O saber tradicional é uma das grandes riquezas de todos os povos– transmitido 
de pai para filho ou de avô para neto, ainda é muito vivo nas comunidades 
brasileiras fora do âmbito urbano. Esse saber, rico e completo, possibilitou, de fato, a 
autossustentabilidade das nações indígenas durante milênios. Hoje, as comunidades 
tradicionais têm um grande desafio: viver com o resultado da comercialização de 
seus produtos dentro do mercado consumidor globalizado.
A realidade socioambiental e as últimas transformações sociais e econômicas no 
Brasil constatam a falta de equilíbrio e a injustiça em que vive o povo de modo geral.
Nesse contexto, o design apresenta-se como um fator estratégico de mercado e 
como um diferencial decisivo para artesãos e para comunidades com interesse no 
nicho do comércio ético e solidário, seja nacional, seja internacional. O design tem 
um importante papel no planejamento de um futuro responsável e comprometido 
com o meio ambiente e com a sociedade, caso suas ambições se alinhem com 
conceitos sustentáveis. O design surge, então, como uma ferramenta indispensável 
para melhorar o propósito do produto, a sua estratégia de venda e o sistema 
em que se insere. Assim, considerar não só aspectos econômicos e estéticos de 
cada produto é o que podemos elencar como características diferenciais do design 
sustentável, mas, também, aspectos ambientais e sociais.
Os designers não estão acostumados ao trabalho com comunidades, que vem 
sendo uma nova alternativa para a profissão, mas difere radicalmente dos requisitos 
das empresas e das indústrias. O designer deve ver as comunidades, ou as ONGs, 
como clientes a serem respeitados e desenvolver uma metodologia específica que 
cumpra sua função e seus objetivos, além de ir ao encontro de necessidades e de 
desejos das comunidades.
Um dos caminhos para esse trabalho é a valorização dos recursos naturais, da 
cultura e das técnicas artesanais de cada região, empregando um mínimo necessário 
de recursos tecnológicos para fazer a ponte com novos mercados consumidores, 
lembrando sempre que o objetivo é divulgar e fortalecer o mercado de produtos 
comunitários e não assinar produtos inovadores. Nesse aspecto, alguns dos pontos 
10
11
mais importantes são o reconhecimento, a qualificação e a valorização do saber 
tradicional, para chegar assim a um preço justo ao consumidor e a uma remuneração 
justa da comunidade, bem como do próprio designer.
Multidisciplinaridade 
As etapas para o desenvolvimento de produtos digitais de qualidade demandam 
conhecimentos de diversas áreas para serem realizadas. A razão para tal é que 
projetos desta natureza podem ser altamente complexos e exigem fases bastante 
diversificadas, como a elaboração do conceito do projeto e funcionalidades do 
produto, a arquitetura da informação, design visual, de interação e experiência, 
além das fases de programação e gestão de projetos de produtos.
A formação de um bom designer deve acima de tudo estar atualizado nas mais 
diversas áreas de conhecimentos e das áreas técnicas e humanas. As bases do 
design envolvem tanto inovações tecnológicas como a integração de disciplinas 
estabelecidas pelas áreas humanas.
Não basta estar atualizado com a última versão do software de computação 
gráfica, deve haver uma aproximação entre as pessoas envolvidas em um projeto e 
o acesso a essas inovações técnicas.
A inovação técnica não necessariamente está na área de informática, cada vez 
mais busca-se o regate das tecnologias antigas e mais mecânicas, processos mais 
manuais, aproveitando conhecimentos básicos como do artesanato, de tecnologias 
tradicionais de construção e prototipagem manual. O projeto começa acima de 
tudo no papel e na interação entre as pessoas, onde será possível iniciar um projeto 
multidisciplinar e integrador.
Uma equipe multidisciplinar é essencial para o sucesso de um projeto composto 
por indivíduos com diferentes habilidades relevantes para o desenvolvimento do 
projeto, em que o cliente ou usuário final também tem participação nas etapas 
iniciais de um projeto.
Inclusão Social 
Infelizmente, uma pequena parte dos projetos desenvolvidos pelos designers é 
para uma população com condições econômicas melhores que a grande maioria. A 
base do design é resolver problemas desenvolvendo produtos e serviços para todos, 
e não apenas um diferencial estético.
Com base na percepção dessa diferença de acesso à produtos com design, o 
museu National Design Museum Cooper – Hewitt promoveu a Exposição Design 
para os outros 90%, onde divulgaram projetos feitos especialmente para uma parte 
11
UNIDADE Responsabilidade Social
da população mundial que raramente é atendida. A Exposição reuniu mais de trinta 
projetos que refletem o crescente movimento entre os projetistas para conceber 
soluções de baixo custo para os outros 90%.
Design para a sustentabilidade pode ser 
modelo de negócios inclusivo, estimulan-
do o desenvolvimento local e projetando 
as características da cultura no mercado 
globalizado. Gera empregos nos locais em 
que atua, onde dezenas de trabalhadores 
com carteira assinada trabalham em di-
versas áreas, desde o artesanato até áreas 
mais tecnológicas.
Para que ocorra com mais eficiência a 
inclusão social desses indivíduos que estão 
a parte da sociedade com maio poder aqui-
sitivo, é necessário se pensar o projeto de 
maneira mais empática, se colocando na 
posição do outro que é a base para o de-
sign centrado no usuário, principalmente 
pensando em todas as pessoas envolvidas.
Figura 1
Fonte: parsons.edu
Importante!
Design centrado no usuário
Bases para o design empático
1. Observação do usuário.
Observar sem interferir, de preferência à distancia, sem contato, para não interferir nos dados.
2. Captura de dados por instrumentos visuais, auditivos e sensoriais.
Após uma apresentação prévia, podem ser feitos registros como fotografias, vídeos, 
entrevistas e observações do local de forma mais próxima.
3. Análise dos dados.
Após a observação e captura dos dados, é necessário fazer uma análise do que foi visto, 
de forma organizada e criteriosa.
4. Brainstorming.
Brainstorm é uma técnica desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um 
indivíduo ou de um grupo, colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados. Ela 
propõe que o grupo se reúna e utilize a diversidade de pensamentos e experiências para 
gerar soluções inovadoras, sugerindo qualquer pensamento ou ideia que vier à mente a 
respeito do tema tratado. Com isso, espera-se reunir o maior número possível de ideias, 
visões, propostas e possibilidades que levem a um denominador comum e eficaz para 
solucionar problemas e entraves que impedem um projeto de seguir adiante.
5. Desenvolvimento de protótipos de possíveis soluções.
Com base no Brainstorming, chega o momento inicial da materialização do projeto, com 
o objetivo principal de testar opções para no final chegar ao desenvolvimento de fato.
Importante!
12
13
Um projeto justo é feito por pessoas para pessoas. Não estamos sozinhos no 
mundo, precisamos da ajuda mútua e estar aberto a experiências e vivências de 
pessoas com culturas diferentes e que possam ajudar no caminho da sustentabilidade 
e inovação.
Comércio justo
Um projeto feito com comunidades apenas é efetivo se incluir economicamente 
grupos de trabalhos que muitas vezes tem o conhecimento técnico mais não o valo-
riza, ficando dependente de atravessadores que vendem seus trabalhos e produtos 
por um preço muito abaixo do que seria justo.
O sistema do comércio justo é fundamentado no relacionamento e parceria en-
tre compradores do mercado global e produtores, particularmente de empresas de 
pequeno porte, em busca de preços mais justas para seus produtos, investimentos 
em comunidades e em identidade cultural, sustentabilidade socioambiental e condi-
ções de trabalho mais adequadas.
O Fair Trade (Comércio Justo) contribui para o desenvolvimento sustentável ao 
proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores 
e trabalhadores marginalizados. É uma alternativaconcreta e viável frente ao 
sistema tradicional de comércio.
A International Federation of Alternative Trade (Federação Internacional de 
Comércio Alternativo) define o Comércio Justo (Fair Trade, em inglês) como uma 
parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior 
equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentá-
vel por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores 
e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.
Princípios de Fair Trade
Os princípios que devem reger uma relação comercial considerada justa são:
1. Transparência e corresponsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial;
2. Relação de longo prazo que ofereça treinamento e apoio aos produtores 
e acesso às informações do mercado;
3. Pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de um bônus 
que deve benefi ciar toda a comunidade, e de fi nanciamento da produção ou 
do plantio, ou a antecipação do pagamento da safra, quando necessário;
4. Organização democrática dos produtores em cooperativas ou associações;
5. Respeito à legislação e às normas (por exemplo, trabalhistas) nacionais e 
internacionais;
13
UNIDADE Responsabilidade Social
6. O ambiente de trabalho deve ser seguro e as crianças devem frequentar 
a escola;
7. O meio ambiente deve ser respeitado.
Produtos certificados – Selo Fair Trade
Os principais personagens do Comércio Justo no 
mercado internacional são os produtores, os impor-
tadores, os licenciados e as world shops, sendo que 
os importadores não cuidam somente da importação 
e da distribuição dos produtos para as world shops – 
muitos mantêm lojas próprias ou sites e ajudam ativa-
mente a promover todo o movimento.
Os licenciados são empresas que têm o direito de 
usar o selo de Fair Trade mediante o pagamento de 
licenças, concedidas pelas iniciativas nacionais (movi-
mentos organizados que mantêm entidades de certificação e promovem as empre-
sas e produtos) ou pela Fairtrade Labelling Organizations International (FLO).
As empresas podem ser especializadas em Comércio Justo ou atuar no co-
mércio tradicional com marcas convencionais, incorporando itens com o selo de 
Comércio Justo a suas linhas. O licenciado também dá apoio de marketing às lojas 
e paga o importador.
Colaboração
As etapas iniciais de um processo de solução influenciam de forma crucial o 
sucesso e a direção no desenvolvimento de um produto. A compreensão dos pro-
blemas enfrentados pelos usuários e seus casos de uso são de extrema importância 
para aqueles que buscam criar soluções de alto nível.
Uma das atribuições de um Designer é a de clarificar para sua equipe ao máximo 
os problemas enfrentados pelos usuários, a fim de que juntos possam realmente en-
tender suas reais necessidades e desenvolverem soluções mais assertivas e eficazes.
Dentro de um sistema colaborativo de criação, as pessoas geram ideias 
esboçando seus conceitos. Um grupo se reúne para mostrar e criticar esboços de 
outras pessoas.
Com base nos comentários do grupo, os conceitos ficam mais refinados. 
Figura 2 – Selo da Fairtrade Labelling 
Organizations International (FLO)
Fonte: Wikimedia Commons
14
15
Como aplicar o Codesign
Antes de iniciar a dinâmica, o designer deve levantar as hipóteses ou fatos que 
mostrem os problemas e dores dos usuários, deixando claro para a equipe qual é o 
problema que deve ser solucionado.
Com a priorização do problema em mãos, garanta um espaço onde a equipe 
possa se concentrar para criar conceitos sem interrupções e inicie a dinâmica na 
seguinte ordem: criar > apresentar > criticar.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
Todos participam colaborando com ideias, podendo inclusive o cliente ser 
chamado nessa etapa. Um projeto onde todos participam tem uma alta probabilidade 
de aceitação, em que todos sentem a sua participação e se sentem como coautores.
Design comunitário
Esse método também é muito bom quando se busca trabalhar em alguma 
comunidade mais pobre, geralmente distantes do acesso ao conhecimento mais 
básico de projeto.
O saber tradicional é uma das grandes riquezas de todos os povos – transmitido 
de pai para filho ou de avô para neto, ainda é muito vivo nas comunidades brasileiras 
fora do âmbito urbano. Esse saber possibilita a auto sustentabilidade das comunida-
des. Hoje, as comunidades tradicionais têm um grande desafio: viver com o resultado 
da comercialização de seus produtos dentro do mercado consumidor globalizado.
A participação nesse mercado gera novas possibilidades para as comunidades: 
desde vender os seus produtos tradicionais, voltados apenas para o mercado local, 
até desenvolver novos produtos, dirigidos, desta feita, para um público específico. A 
nova realidade, que determina a incorporação de conceitos e de estéticas externas, 
exige a realização de parcerias e de trocas de experiências não predatórias, sob 
pena do extermínio do saber.
15
UNIDADE Responsabilidade Social
Para que continuem a viver em um sistema sustentável, um dos elementos 
de importância extrema é o cuidado com o equilíbrio a ser mantido dentro das 
experiências de troca. Sem perder o foco sobre a viabilidade econômica, é preciso 
que os agentes externos entendam que o processo de comércio deve respeitar o 
ritmo interno das comunidades envolvidas.
O principal objetivo é torná-las independentes dentro dos princípios da sustenta-
bilidade socioambiental, resultando em geração de renda, ao mesmo tempo em que 
perpetuam seu saber tradicional, seu modo de vida, permanecendo em seus territó-
rios, defendendo o seu ambiente e respeitando sua identidade e suas tradições.
O design industrial, como o conhecemos hoje, tem a inovação como um dos 
seus valores principais. Levar essa perspectiva para as comunidades interessadas no 
mercado ético e solidário exige do designer novas qualidades e maiores cuidados.
Quanto menos intervir sobre a produção já existente, melhor o resultado – o 
produto terá maior qualidade estética e maior interesse cultural. Essa maneira de 
aproximação, sem dúvida, permitirá que a comunidade com a qual o designer está 
envolvido retome sua autonomia, condição básica para a autossustentabilidade.
Conclusão 
Os valores apresentados ao longo das unidades deste curso apresentam princípios 
para um bom design. O conceito do que é um bom design pode ser interpretado 
de várias formas, dependendo do tipo de interesse de que o propaga, mas vimos 
que os aspectos sociais e ambientais são primordiais para o sucesso pleno de um 
projeto. A abordagem ampla e multidisciplinar de um problema é o ideal. Não 
devemos nos limitar ao que o mercado já tem, mas ir além dele, nos envolvendo de 
forma profunda, porém realista.
Dieter Rams, já em 1970, introduziu a ideia de desenvolvimento sustentável em 
seus “Dez Princípios do Bom Design” onde defende a simplicidade, a honestidade 
e a contenção, e aplica-se ainda hoje à teoria e prática do design.
16
17
Importante!
Dez Princípios do Bom Design, de Dieter Rams
O bom design:
• É inovador – As possibilidades de evolução não estão, de forma alguma, esgotadas. O 
desenvolvimento tecnológico sempre oferece novas oportunidades de designs originais. 
Mas o design imaginativo sempre se desenvolve em paralelo com a avanços tecnológicos, 
nunca pode ser um fi m por sim próprio.
• Faz um produto ser útil – Um produto é comprado para ser usado. Ele tem que 
satisfazer não apenas o critério funcional, mas também o psicológico e estético. Um bom 
design enfatiza a utilidade de um produto, enquanto exclui qualquer coisa que poderia 
prejudicá-la.
• É estético – A qualidade estética de um produto integra a sua utilidade porque 
produtos são usados todos os dias e têm um efeito nas pessoas e seu bem estar. Apenas 
objetos bem executados podem ser bonitos.
• Ajuda a entender o produto – Ele esclarece a estrutura do produto. Melhor que isso, 
ele pode fazer com que o produto expresse claramente sua função, fazendo uso daintuição do usuário. No melhor dos casos, ele é autoexplicativo.
• É discreto – Produtos que atendem a um propósito são como ferramentas. Eles não 
são objetos decorativos e nem obras de arte. Seu design deve, desta forma, ser neutro e 
contido, deixando espaço para a expressão do usuário.
• É honesto – Ele não faz um produto parecer mais inovador, poderoso ou valioso do que 
ele realmente é. Ele não tenta manipular o consumidor com promessas que não serão 
cumpridas.
• É durável – Ele evita estar na moda e assim nunca parece antiquado. Diferente de um 
design da moda, ele dura muitos anos – mesmo na sociedade descartável atual.
• É meticuloso – Nada deve ser arbitrário ou ao acaso. Cuidado e precisão no processo 
de design demonstram respeito com o consumidor.
• É ambientalmente correto – O design tem uma importante contribuição com a 
preservação do meio ambiente. Ele economiza recursos e minimiza a poluição física e 
visual ao longo do ciclo de vida do produto.
• É o menos design possível – Menos, porém melhor – porque ele se concentra nos 
aspectos essenciais e os produtos não são carregados com detalhes não essenciais. 
Retorno à pureza, retorno à simplicidade.
Em Síntese
Os designers como profissionais podem sim impactar o mundo tanto de maneira 
negativa como positiva, onde cada escolha é importante e deve se analisada.
Qual é o legado que quero deixar para o mundo como profi ssional?
Ex
pl
or
“O design se tornou a ferramenta mais poderosa com a qual o homem 
molda suas ferramentas e ambientes (e, por extensão, a sociedade e a si 
mesmo)” (Papanek,1970).
17
UNIDADE Responsabilidade Social
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Design Other 90 Network
Catálogo da exposição “Design With The Other 90 Percent: Cities” (Design para 
os outros 90 por cento: cidades organizadas pelo Cooper-Hewitt National Design 
Museum em Nova York.
https://goo.gl/r1DuR5
 Vídeos
Projeto Design Possível
https://youtu.be/MacvEd-km3Q
Processo Criativo - Design Thinking
https://youtu.be/Bwjwb5aIcZ8
 Leitura
Artigo Design e Ética da Profa. Dra. Cyntia Malaguti e alunos
https://goo.gl/W2cgMd
18
19
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 
26000. Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro, 2010.
ABRE. Associação Brasileira de Embalagem. Código de Ética de Design. Disponível 
em: < http://www.abre.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo_etica.pdf> 
Acesso em: 06/04/2018.
ADG Brasil. Associação dos Designers Gráficos. Código de Ética Profissional 
do Designer Gráfico. Disponível em: < http://www.adg.org.br/v1/wp-content/
uploads/2014/06/ADGBrasil_CodigoEtica.pdf> Acesso em: 06/04/2018.
ADP ASSOCIAÇÃO DOS DESIGNERS DE PRODUTO. Código de Ética da 
Associação de Designers de Produto. Disponível em: <http://turmadod.
com/alunos/downloads/4s2010_2/etica_legislacao/Codigo_de_Etica_Design_
Produto.pdf> Acesso em: 06/04/2018.
BRAGA, Marcos. O papel social do design gráfico: história, conceitos & atuação 
profissional. São Paulo: Editora SENAC, 2011.
BORGES, Adélia. Designer não é personal trainer. São Paulo: Ed. Rosari. 2009
ESCOREL, Ana Luisa. O efeito multiplicador do design. São Paulo: Ed. Senca.
PAPANEK, V. Arquitetura e design: ecologia e ética. Lisboa: Edições 70, 1995.
______. Design for the real world: human ecology and social change. London: 
Thames & Hudson, 1985.
SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/> Acesso em: 
06/04/2018.
MORAES, Dijon de. Metaprojeto: o design do design. São Paulo: Blucher, 2010;
Thackara, John. Plano B – O Design e as Alternativas Viáveis em um Mundo 
Complexo. São Paulo: Saraiva, 2008.
19

Continue navegando