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Revisão - Delegado de Polícia Federal 2021 - II

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REVISÃO DE DELEGADO FEDERAL 
Principais alterações em relação à primeira versão 
 
INCLUÍDOS 
 
A mudança na ação penal do crime de estelionato, promovida pela Lei 13.964/2019, não retroage 
para alcançar os processos penais que já estavam em curso 
A exigência de representação da vítima no crime de estelionato não retroage aos processos cuja 
denúncia já foi oferecida. 
STJ. 3ª Seção. HC 610201/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021 (Info 691). 
 
É inconstitucional o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, I, do CP, devendo ser aplicada a pena 
prevista antes da Lei 9.677/98, qual seja, de 1 a 3 anos 
É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do art. 273 do Código Penal, com redação dada 
pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa), à hipótese prevista no seu § 1º-B, I, que versa 
sobre a importação de medicamento sem registro no órgão de vigilância sanitária. 
Para esta situação específica, fica repristinado o preceito secundário do art. 273, na redação originária 
(reclusão, de 1 a 3 anos, e multa). 
STF. Plenário. RE 979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 (Repercussão Geral – 
Tema 1003) (Info 1011). 
 
Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que, se 
logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade 
que maculava a custódia é suprido 
O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (sem requerimento)? 
• Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal. 
• Exceção: se, após a decretação, a autoridade policial ou o Ministério Público requererem a prisão, o 
vício de ilegalidade que maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será relaxada. 
O posterior requerimento da autoridade policial pela segregação cautelar ou manifestação do 
Ministério Público favorável à prisão preventiva suprem o vício da inobservância da formalidade de 
prévio requerimento. 
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado em 11/03/2021 (Info 691). 
 
As ações de indenização por danos morais e materiais decorrentes de perseguição, tortura e prisão, 
por motivos políticos, ocorridas durante o regime militar, são imprescritíveis 
Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes 
de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime 
militar. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 10/03/2021, DJe 15/03/2021. 
 
Servidor que recebe indevidamente valores da administração pública em razão de erro 
administrativo (erro de fato) 
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou 
de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão 
sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova 
sua boa-fé objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento 
indevido. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso 
Repetitivo – Tema 1009) (Info 688). 
 
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O pagamento indevido feito ao servidor público e que decorreu de erro administrativo está sujeito 
à devolução, salvo se o servidor, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva 
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou 
de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão 
sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova 
sua boa-fé objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento 
indevido. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1769306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso 
Repetitivo – Tema 1009) (Info 688). 
 
É possível a citação, no processo penal, via WhatsApp? 
É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas 
suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo 
destinatário do ato processual. 
STJ. 5ª Turma. HC 641877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688). 
 
A Petrobras, e demais sociedades de economia mista que explorem atividade econômica própria, 
são obrigadas a fazer licitação, mas as regras do procedimento licitatório não são as da Lei 8.666/93 
O regime de licitação e contratação previsto na Lei nº 8.666/93 é inaplicável às sociedades de 
economia mista que explorem atividade econômica própria das empresas privadas, concorrendo, 
portanto, no mercado. 
Não é possível conciliar o regime previsto na Lei nº 8.666/93 com a agilidade própria desse tipo de 
mercado que é movido por intensa concorrência entre as empresas que nele atuam. 
STF. Plenário. RE 441280/RS, Rel. Min. Dias Tofolli, julgado em 6/3/2021 (Info 1008). 
 
Na hipótese de suspeita de flagrância delitiva, qual a exigência, em termos de standard probatório, 
para que policiais ingressem no domicílio do suspeito sem mandado judicial? 
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito 
incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que 
autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo 
caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo. 
Principais conclusões do STJ: 
1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-se, em termos de standard probatório para 
ingresso no domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência de fundadas razões (justa causa), 
aferidas de modo objetivo e devidamente justificadas, de maneira a indicar que dentro da casa ocorre 
situação de flagrante delito. 
2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza 
permanente, nem sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se 
encontra a droga. Apenas será permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir que 
do atraso decorrente da obtenção de mandado judicial se possa objetiva e concretamente inferir que 
a prova do crime (ou a própria droga) será destruída ou ocultada. 
3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em sua casa e a busca e 
apreensão de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário e livre de qualquer tipo de 
constrangimento ou coação. 
4) A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do 
suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa 
que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo 
caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada tal prova enquanto durar o 
processo. 
5) A violação a essas regras e condições legais e constitucionais para o ingresso no domicílio alheio 
resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência da medida, bem como das demais provas que 
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dela decorrerem em relação de causalidade, sem prejuízo de eventual responsabilização penal do(s) 
agente(s) público(s) que tenha(m) realizado a diligência. 
STJ. 5ª Turma. HC 616.584/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 30/03/2021. 
STJ. 6ª Turma. HC 598051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687). 
 
Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a portede arma de fogo, em serviço 
ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município 
O art. 6º, III e IV, da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) somente previa porte de arma 
de fogo para os guardas municipais das capitais e dos Municípios com maior número de habitantes. 
Assim, os integrantes das guardas municipais dos pequenos Municípios (em termos populacionais) 
não tinham direito ao porte de arma de fogo. 
O STF considerou que esse critério escolhido pela lei é inconstitucional porque os índices de 
criminalidade não estão necessariamente relacionados com o número de habitantes. 
Assim, é inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de guardas municipais 
das capitais dos estados e dos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes e de 
guardas municipais dos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 
(quinhentos mil) habitantes, quando em serviço. 
Com a decisão do STF todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma 
de fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço. Não interessa o número de habitantes do Município. 
STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 
27/2/2021 (Info 1007). 
 
O crime de fraude à licitação é formal e sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou 
da obtenção de vantagem 
Súmula 645-STJ: O crime de fraude à licitação é formal e sua consumação prescinde da comprovação 
do prejuízo ou da obtenção de vantagem. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021. 
 
 
EXCLUÍDOS 
 
Acórdão que confirma ou reduz a pena interrompe a prescrição? 
• SIM. É a posição da 1ª Turma do STF. 
O acórdão confirmatório da sentença implica a interrupção da prescrição. 
STF. 1ª Turma. HC 136392, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 03/10/2017. 
 
• NÃO. É a posição da doutrina, do STJ e da 2ª Turma do STF. 
O art. 117, IV do CP estabelece que o curso da prescrição interrompe-se pela publicação da sentença 
ou acórdão condenatórios recorríveis. Se o acórdão apenas CONFIRMA a condenação ou então REDUZ 
a pena do condenado, ele não terá o condão de interromper a prescrição. 
STF. 2ª Turma. ARE 1033206 AgR-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2017. 
STJ. Corte Especial. AgRg no RE nos EDcl no REsp 1301820/RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 
16/11/2016. 
 
Extinção da punibilidade independentemente do adimplemento da pena de multa 
João foi condenado a 3 anos de reclusão (pena privativa de liberdade) e a 200 dias-multa. Após cumprir 
integralmente a pena privativa de liberdade, João foi solto e a Defensoria Pública peticionou ao juízo 
requerendo a extinção da punibilidade. O juiz extinguiu a pena privativa de liberdade pelo seu integral 
cumprimento; todavia, determinou que fosse oficiada a Procuradoria da Fazenda Pública para 
cobrança da pena de multa e afirmou que a extinção da punibilidade só poderia ser decretada quando 
houvesse o pagamento do valor. 
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Agiu corretamente o magistrado? O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da 
punibilidade mesmo que já tenha sido cumprida a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de 
direitos? 
NÃO. Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e multa, cumprida a primeira 
(ou a restritiva de direitos que eventualmente a tenha substituído), o inadimplemento da sanção 
pecuniária não obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade. 
Em outras palavras, o que importa para a extinção da punibilidade é o cumprimento da pena privativa 
de liberdade ou da restritiva de direitos. Cumpridas tais sanções, o fato de o apenado ainda não ter 
pago a multa não interfere na extinção da punibilidade. Isso porque a pena de multa é considerada 
dívida de valor e, portanto, possui caráter extrapenal, de modo que sua execução é de competência 
exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública (Súmula 521-STJ). 
Assim, cumprida a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos), extingue-se a execução penal 
e, se restar ainda pendente o pagamento multa, esta deverá ser cobrada pela Fazenda Pública, no 
juízo competente, tendo se esgotado, no entanto, a jurisdição criminal. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.519.777-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/8/2015 (recurso 
repetitivo) (Info 568). 
 
 
 
 
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