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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA BANCÁRIA

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Prévia do material em texto

GELSON LUIZ BENATTI 
MARIA LUIZA RIBEIRO
Professores autores/conteudistas
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu 
fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o 
seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra 
forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Unidade 1 – Organização do sistema bancário nacional e formação do portfólio de 
produtos e serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1 . Organização bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1 .1 Estrutura organizacional das organizações bancárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 .2 Segmentação bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1 .3 Canais de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1 .4 Produtos e serviços bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1 .5 Produtos passivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1 .6 Produtos ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Unidade 2 - Investimentos e serviços em finanças bancárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2 . Gestão de fundos de investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2 .1 Aspectos econômicos associados ao setor de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2 .2 Particularidades da qualidade em serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.1 Atividades de apoio à confiabilidade de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2 .3 Estratégias de prestação de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.1 Sistemas amigáveis em serviços, pessoal da linha de frente nas organizações de 
serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
2.3.2 Relação com clientes e recuperação de falhas em serviços . . . . . . . . . . . . . . . 32
2 .4 Depósitos, cheques e ordens de pagamento, cadernetas de poupança, títulos de 
capitalização, crédito, serviços, cartões de crédito, pessoa jurídica, pessoa física, 
normas de abertura e movimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2 .5 Finanças bancárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Unidade 3 – Riscos bancários e gestão da tesouraria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3 .1 Gestão de riscos bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3 .2 Os acordos de Basileia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3 .3 Rating de instituições financeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3 .4 Gestão da tesouraria bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3 .5 Cenários econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3 .6 Risco e precificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3 .7 Asset and liability management (ALM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Unidade 4 – Governança bancária e sistemas de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4 .1 . Governança bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4 .2 Transparência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4 .3 Compliance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4 .4 Controles internos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4 .5 Lavagem de dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4 .6 IBGC e SOx . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Pág. 5 de 78
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA BANCÁRIA
INTRODUÇÃO
Em nosso cotidiano, é bastante comum utilizarmos produtos e serviços bancários, seja para 
realizar o pagamento de contas, seja para receber valores, ou, até mesmo quando adquirimos um 
produto, utilizando o comércio eletrônico, acabamos por interagir com organizações bancárias.
Assim, torna-se cada vez mais importante conhecer como o sistema bancário está organizado 
e compreender um pouco mais sobre a estrutura e o funcionamento do setor.
Ao identificar os principais produtose serviços oferecidos pelos bancos, podemos escolher 
quais aqueles que atendem aos interesses individuais ou mesmo às necessidades da empresa, 
aprimorando os mecanismos utilizados para a gestão financeira.
Nesta unidade, convidamos você a conhecer a organização e a estrutura bancária, como estão 
segmentadas as atividades e os principais canais de distribuição para diferentes produtos e serviços.
Pág. 6 de 78
UNIDADE 1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA 
BANCÁRIO NACIONAL E FORMAÇÃO DO 
PORTFÓLIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
1. ORGANIZAÇÃO BANCÁRIA
As organizações bancárias fazem parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN), que nada mais 
é que um conjunto de órgãos responsáveis pela execução da política monetária brasileira. Vamos 
conhecê-lo.
O Sistema Financeiro Nacional está organizado de acordo com a Constituição Federal de 
1988, artigo 192 (BRASIL, 2019). Para melhor organizar suas atividades, o SFN é dividido em dois 
subsistemas principais denominados subsistema normativo e subsistema operativo — também 
chamado de subsistema de intermediação.
No subsistema normativo são desenvolvidas as políticas, normas e diretrizes para funcionamento 
do sistema, regulação e supervisão de todas as entidades que operam no sistema financeiro brasileiro, 
enquanto no subsistema operativo são realizadas as operações que permitem o funcionamento 
do SFN.
O subsistema normativo é formado por um conjunto de órgãos destinados a regulamentar 
e fiscalizar a atuação das instituições que compõem o subsistema operativo, com o objetivo 
de assegurar que as normas e os regulamentos sejam respeitados, e as atividades, realizadas 
adequadamente, mantendo o SFN funcionando de acordo com as estratégias e necessidades do país.
Os principais órgãos do subsistema normativo são: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar 
(CNPC), que são responsáveis por estabelecer as normas para funcionamento do sistema financeiro 
brasileiro. 
Existem também as entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgãos ligados aos normativos e que têm a função 
Pág. 7 de 78
de supervisionar as operações realizadas por todo o SFN, verificando se estão sendo realizadas 
conforme regras estabelecidas. Observe a Figura 1:
Figura 1 – Formação do Sistema Financeiro Nacional
CMN
BCB CVM SUSEP PREVIC
CNSP CNPC
Subsistema
normativo
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2005, p. 29).
O subsistema normativo é composto por entidades normalizadoras — CMN, CNSP e CNPS — e 
por entidades supervisoras — BCB, CVM, Susep e Previc.
No subsistema normativo, existem ainda algumas instituições que executam atividades específicas 
para o funcionamento do SFN e por isto são consideradas como agentes especiais: o Banco do 
Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
O Banco do Brasil, além de outras operações como um banco múltiplo, é ainda o responsável 
pela compensação dos cheques e outros papéis. A Caixa Econômica Federal também exerce a 
atividade de banco múltiplo e ainda é responsável por executar alguns programas do governo federal, 
tais como Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família, além de administrar o Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço (FGTS). O Banco Nacional de Desenvolvimento é uma instituição responsável 
por subsidiar projetos que possam promover desenvolvimento socioeconômico.
O subsistema operativo é formado por um conjunto de instituições financeiras e não financeiras 
públicas ou privadas que executam as operações do Sistema Financeiro Nacional.
De acordo com Brito (2013), instituições financeiras são instituições que atuam no processo de 
intermediação financeira, compreendendo diversas modalidades de captação de recursos, operações 
de crédito, seguros, capitalização etc.
Pág. 8 de 78
Para Chiavenato (2005), as instituições financeiras podem ser divididas em instituições bancárias, 
que funcionam como bancos, e não bancárias — aquelas que prestam algum tipo de serviço financeiro.
Bancos são instituições que operam com recursos financeiros, seja captando ou 
aplicando dinheiro, seja emprestando dinheiro ou crédito. Os bancos são classificados 
como empresas prestadoras de serviços. (CHIAVENATO, 2005, p. 28)
Dessa forma, a composição do subsistema operativo é formada por um conjunto de instituições 
bancárias e não bancárias conforme apresentado na Figura a seguir:
Figura 2 – Subsistema operativo do Sistema Financeiro Nacional
CMN
BCB CVM SUSEP PREVIC
CNSP CNPC
Subsistema
normativo
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2005, p. 29).
Instituições públicas são aquelas que foram constituídas com capital público (do governo), e 
instituições privadas são as formadas com capital de particulares, pessoas físicas ou jurídicas. 
Dessa forma, existem instituições bancárias públicas, como a Caixa Econômica Federal, e instituições 
públicas privadas, como Itaú, Bradesco etc.
SAIBA MAIS
Para conhecer um pouco mais sobre a formação do Sistema Financeiro 
Nacional, acesse: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/composicaosfn 
(BACEN, 2019).
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/composicaosfn
Pág. 9 de 78
1.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES BANCÁRIAS
De acordo com o Bacen (2019), o Sistema Financeiro Nacional está estruturado com base em 
dois segmentos: de um lado estão as instituições bancárias e, de outro, as instituições que atuam 
em outras áreas do mercado financeiro.
As instituições bancárias são compreendidas como um conjunto formado por:
• bancos comerciais; 
• bancos múltiplos;
• Caixa Econômica;
• cooperativas de crédito.
As instituições que atuam em outras áreas do mercado financeiro são: 
• bancos de desenvolvimento;
• bancos de investimentos;
• sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
• sociedades de arrendamento mercantil;
• sociedades de crédito imobiliário;
• associações de empréstimos;
• sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
• corretoras e outras.
Conforme definição do Bacen (2019), banco é uma instituição financeira especializada em 
intermediar o dinheiro entre poupadores e aqueles que precisam de empréstimos, tendo ainda 
a responsabilidade de custodiar (guardar) o dinheiro e oferecer serviços financeiros, tais como 
investimentos, empréstimos e outros.
Figura 3 – Principais tipos de bancos
Bancos Comerciais Bancos Múltiplos Bancos deDesenvolvimento
Bancos de
Investimentos
Fonte: Deduca (2020).
Pág. 10 de 78
Cada instituição bancária tem uma atuação diferente, cumprindo papel determinado na estrutura 
no sistema financeiro:
• Bancos comerciais: responsáveis por realizar a intermediação financeira, ou seja, captar 
recursos por meio de depósitos à vista e a prazo fixo, descontar títulos, obter capitais 
externos para repasses, entre outras atividades, e realizar empréstimos para, dessa 
forma, promover a circulação do dinheiro entre investidores e tomadores de recursos. 
De acordo com Fortuna (2002), os bancos comerciais têm o objetivo de proporcionar os 
recursos necessários para financiar as atividades do comércio, da indústria, das empresas 
prestadoras de serviços e das pessoas físicas.
• Bancos de investimentos: captam recursos por meio de depósitos a prazo e realizam 
empréstimos de capital de giro ou capital fixo, sendo que os bancos de investimento e os 
bancos de desenvolvimento não realizam a abertura de conta-corrente, conta poupança 
ou conta salário.
• Bancos de desenvolvimento: captam recursos de depósito a prazo, repasse de recursos 
públicos e fundos de investimentos, e fornecem financiamento de projetos para a promoção 
do desenvolvimento econômico e social em médio e longo prazos. No Brasil, o BNDES é 
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, constituído como empresapública, que tem o papel de apoiar a realização de investimentos em todos os segmentos 
da economia por meio da oferta de recursos de longo prazo, com linhas de financiamentos 
adequadas para tal fim.
• Bancos múltiplos: são aqueles que exercem as atividades dos bancos comerciais e acumulam 
também as funções de outras carteiras, tais como bancos de investimentos ou câmbio. Eles 
representam a constituição em uma única instituição ou razão social de várias instituições, 
operando conjuntamente (CHIAVENATO, 2005, p. 32).
ACONTECEU
A Resolução n. 1.524/88, do Banco Central do Brasil, regulamentou 
as atividades dos bancos múltiplos, permitindo que empresas de um 
mesmo grupo fossem constituídas como uma única instituição financeira, 
mantendo as funções de cada instituição realizadas separadamente, mas 
apresentando suas informações contábeis em conjunto (BRASIL, 1988).
Para que um banco possa ser considerado múltiplo, deve, obrigatoriamente, apresentar pelo 
menos duas carteiras, sendo uma delas comercial e outra de investimentos. 
Pág. 11 de 78
1.2 SEGMENTAÇÃO BANCÁRIA
Para melhor organizar a segmentação bancária e garantir transparência às atividades executadas 
no setor bancário, o Banco Central do Brasil apresentou a Resolução n. 4.553, em 30 de janeiro de 
2017, que aborda a segmentação bancária, e, de acordo com ela, os bancos passaram a ser dispostos 
em cinco segmentos, denominados de S1 a S5:
Figura 4 – Segmentação bancária, de acordo com a resolução do Bacen
S1
Bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimentos, 
bancos de câmbio e Caixas Econômicas, que tenham porte igual 
ou superior a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ou exerçam 
atividade internacional relevante, independente do porte.
S2
Bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de 
investimentos, bancos de câmbio e Caixas Econômicas, 
com porte inferior a 10% e igual ou superior a 1% do PIB
S3 Composto por instituições de porte inferior a 1% e igual ou superior a 0,1% do PIB.
S4 Instituições que possuam porte inferior a 0,1% do PIB.
S5
Instituições com porte inferior a 0,1% do PIB e que 
adotam metodologia simplificada para apuração dos 
requerimentos mínimos de Patrimônio de Referência.
Fonte: Adaptado da Resolução n. 4.553 (BACEN, 2017).
EXPLORE MAIS
Conheça mais sobre a segmentação bancária acessando: https://www.bcb.
gov.br/estabilidadefinanceira/regprudencialsegmentacao e veja as instituições 
que fazem parte de cada segmento.
A segmentação representa a divisão ou separação de algo em partes para que possam ser 
mais facilmente administradas ou até mesmo compreendidas. No ambiente empresarial, as áreas 
ou atividades são segmentadas para que sejam desenvolvidas estratégias específicas de atuação 
para cada segmento, de acordo com suas características, condições e preferências.
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/regprudencialsegmentacao
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/regprudencialsegmentacao
Pág. 12 de 78
Os principais tipos de segmentação são apresentados na Figura 5, observe:
Figura 5 – Tipos de segmentação
Segmentação
demográfica 
Segmentação
psicográfica
Segmentação
por uso
Segmentação
por benefício
Fonte: Chiavenato (2005, p. 45).
A segmentação demográfica está baseada em características do segmento de atuação, tais 
como idade, sexo, renda, classe social, nível educacional, ocupação etc.; a segmentação psicográfica 
consiste em agrupar os clientes/consumidores de acordo com estilo de vida, valores, atitudes, entre 
outras especificidades; já a segmentação por uso consiste em classificar os clientes conforme o 
nível de utilização do produto ou serviço; e a segmentação por benefício agrupa os clientes em 
consonância com os benefícios que eles buscam em produtos ou serviços.
A segmentação é um processo utilizado por muitas empresas, sendo visto como uma estratégia 
para aprimorar as atividades desenvolvidas, por permitir que a empresa conheça melhor as 
características de seu público-alvo e possa desenvolver produtos e serviços adequados aos 
interesses dele.
Para o setor bancário, a segmentação também é importante, pois permite que os bancos tenham 
maior agilidade e versatilidade para executar suas atividades.
De acordo com Chiavenato (2005), os bancos podem ser segmentados de duas maneiras: quanto 
à clientela e quanto ao território.
Quanto à clientela, os bancos podem ser classificados em bancos de atacado e bancos de 
varejo; já, quanto ao território, podem ser separados entre bancos nacionais ou regionais. A Figura 
6 retrata esse tipo de segmentação, observe:
Figura 6 – Classificação dos bancos
Bancos 
Quanto à Clientela 
Quanto ao Território
Bancos de atacado
Bancos de Varejo 
Bancos Nacionais
Bancos Regionais
Fonte: Chiavenato (2005, p. 32).
Pág. 13 de 78
Se o banco dirigir seus negócios ao atendimento de poucos clientes, mas com elevados valores, 
será um banco de atacado. Caso direcione suas atividades ao público em geral, negociando qualquer 
valor, será considerado um banco de varejo.
Quando a atuação do banco se estender por todo o território do país, mantendo rede de agências 
em todas as unidades da federação, será considerado banco nacional, assim como será considerado 
banco regional se mantiver sua atuação em diversas regiões do país, porém concentrando 90% de 
suas atividades em três estados principais.
Os bancos utilizam o conceito de segmentação para classificar os clientes e, a partir daí, 
direcionar as estratégias de atendimento e a oferta de produtos e serviços.
A segmentação bancária em torno da carteira de clientes ou consumidores é realizada por alguns 
bancos utilizando caraterísticas específicas tanto de seus clientes como de potenciais usuários. Na 
prática, os bancos separam os clientes entre pessoas físicas ou jurídicas para então estabelecer 
critérios para classificação.
1.3 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Canais de distribuição representam os meios escolhidos por uma organização para atender 
seus clientes ou para apresentar e entregar seus produtos e serviços a seu público. O canal de 
distribuição deve estar adequado ao ramo de atividade da empresa, assim como ao tipo de produto 
ou serviço ofertado.
Com as expansões das atividades e segmentações do mercado bancário, as instituições passaram 
a ter a necessidade de utilizar outros canais de distribuição, adaptando-se às oportunidades do 
mercado e às necessidades de seus clientes e usuários.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) dispõe sobre a distribuição dos bancos, de acordo 
com seus canais de atendimento, classificando-os em três canais: digitais, telefônicos e presenciais. 
A Figura 7 sintetiza essa distribuição, acompanhe:
Pág. 14 de 78
Figura 7 – Principais canais dos bancos
• Internet banking 
• Apps bancários
• Redes sociais
• Caixas eletrônicos.
Canais Digitais 
• Centrais de 
atendimento 
• Serviço de 
atendimento ao 
consumidor – SAC 
• Ouvidorias
Canais telefônicos 
• Agências 
• Correspondentes 
bancários
Canais presenciais 
Fonte: Adaptado de Febraban (2017).
Os canais digitais permitem que clientes e usuários tenham acesso a informações, produtos e 
serviços bancários, além da realização de investimentos e operações de empréstimos.
Da mesma forma, os canais telefônicos permitem que o cliente acesse produtos, serviços e 
realize transações, mas possa também obter informações e registrar elogios, insatisfações ou 
mesmo dar sugestões sobre o banco e suas atividades.
Nos canais presenciais, os clientes também acessam serviços, realizam transações e podem 
conversar com funcionários e prestadores de serviços a respeito de suas necessidades.
EXPLORE MAIS
A cartilha sobre canais de atendimento da Federação Brasileira dos Bancos 
(Febraban) está disponível em https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/
documentos/PDF/Cartilha%20Canais%20de%20Atendimento_31_10_17.pdf. Acesse 
e amplie seus conhecimentos.
1.4 PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS
Ao longo do desenvolvimento de suas atividades,os bancos passaram a exercer um papel 
importante na economia, oferecendo a seus clientes e usuários uma série de produtos e serviços, 
e, para tanto, cobram tarifas, que são fonte de receita para eles e cujas cobranças são fiscalizadas 
pelo Banco Central, que monitora o valor cobrado pelas casas bancárias sobre cada tipo de serviço.
https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/Cartilha%20Canais%20de%20Atendimento_31_10_17.pdf
https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/Cartilha%20Canais%20de%20Atendimento_31_10_17.pdf
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DICAS DO PROFESSOR
Sempre que for utilizar um serviço ou adquirir um produto bancário, é 
importante pesquisar em diferentes bancos a fim de conhecer bem o 
que está adquirindo, assim como comparar as tarifas cobradas por eles. 
Acesse o site do Banco Central e pesquise.
Em um mercado regido pela concorrência, os clientes e também aqueles que utilizam os serviços 
ou que adquirem produtos bancários podem pesquisar os valores cobrados por cada banco por 
meio de informações fornecidas pelo Banco Central, que divulga o custo ao cliente de cada tipo 
de transação.
O serviço mais comum utilizado por pessoas físicas e jurídicas são as contas, em geral oferecidas 
aos clientes em três modalidades principais, conforme a Figura 8:
Figura 8 – Tipos de conta
Conta corrente Conta salário Conta poupança
Fonte: Deduca (2020).
Vamos conhecer um pouco sobre as características de cada uma delas.
• Conta-corrente: modalidade destinada à movimentação de recursos financeiros que permite 
depósito de valores, em espécie e em cheque, transferência de capital nos canais de 
atendimento escolhidos, operações de crédito e de investimentos, aquisição de produtos e 
outros serviços. Em geral, a movimentação de recursos pelo cliente em sua conta-corrente 
é realizada por meio de cartão de débito, cheques ou biometria (considerando a tecnologia 
oferecida pelo banco).
• Conta poupança: destinada a efetuar investimento de recursos, com recebimento de juros 
correspondentes ao valor depositado após 30 dias — para resgates em períodos inferiores, 
não há pagamento de juros. A movimentação nesse tipo de conta também pode ser efetuada 
por cartão de débito ou sistema biométrico. Nessa modalidade de conta, é possível receber 
e realizar transferências de recursos para o mesmo banco ou para outras instituições, mas 
não é possível a emissão de cheques.
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• Conta salário: esta modalidade de conta foi criada em 2006 com a finalidade específica de 
recebimento de salários pelos funcionários de empresas públicas e privadas. Ela destina-se 
ao pagamento, pela empresa contratante, de valores correspondentes à remuneração dos 
trabalhadores. O titular de uma conta salário somente pode ser uma pessoa física, que terá 
direito a retirar os valores por meio de cartão de débito ou cadastramento biométrico. Nessa 
modalidade de conta, os valores somente podem ser creditados pela empresa cadastrada 
como empregadora, conforme convênio firmado com o banco. Também não se permitem 
a emissão de cheques e a aquisição de produtos ou serviços bancários por meio dela.
Em geral, as instituições bancárias cobram tarifas para manter as contas-correntes abertas de 
acordo com a negociação efetuada com o cliente. Já para as contas poupanças não há incidência 
de tarifas mensais, mas pode haver cobrança de tarifas pelos serviços utilizados. Para as contas 
salários, os bancos não cobram tarifas do titular da conta devido à existência de legislação específica 
para essa modalidade de conta.
Outros serviços oferecidos pelos bancos envolvem:
• cartão de débito: cartão plástico associado à conta, por meio de senha e dispositivo de 
segurança, que permite a movimentação de recursos da conta utilizando caixas da agência 
e eletrônico, correspondente bancário ou rede de lojas conveniadas;
• cartão de crédito: cartão plástico que permite a aquisição de bens, produtos e serviços em 
estabelecimentos credenciados com pagamento das compras em data futura. É possível 
também a realização de saques de valores nos caixas eletrônicos da rede credenciada 
pelo banco para tal fim. Os pagamentos das compras efetuadas ocorrem após período 
acordado com o banco, geralmente de 30 dias, por meio de débito dos valores em conta-
corrente ou por emissão de fatura a ser paga no sistema bancário. Cartões de débito e 
cartões de crédito são também chamados de dinheiro de plástico e representam boa parte 
dos recursos financeiros movimentados no sistema, uma vez que facilitam a realização 
das transações. Os cartões de débito estão diretamente associados à existência de conta-
corrente, poupança ou conta salário, e, para sua emissão, pode haver cobrança de tarifas 
pelos bancos. Os cartões de crédito nem sempre estão associados a algum tipo de conta, 
mas também pode ser realizada cobrança de tarifa para emissão e para utilização dessa 
modalidade de cartão;
• extratos: relatórios que refletem a movimentação ocorrida na conta em determinado intervalo 
de tempo, podem ser emitidos em quaisquer modalidades de contas e retirados nos canais 
de atendimento do banco escolhido, tais como caixa eletrônico, internet, aplicativos etc.;
• transferência de valores: é possível realizar a transferência de valores para outras contas, 
do mesmo titular ou de titularidade diferente, o que facilita a movimentação dos recursos 
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financeiros e reduz o risco de transitar fisicamente com valores, se for o caso. É possível 
também realizar a transferência de valores entre contas de diferentes instituições bancárias 
— nesse caso, a transferência é denominada DOC ou TED;
• pagamentos e recebimentos: o pagamento ou recebimento de boletos bancários, tributos 
e tarifas públicas, tais como contas de água, luz, telefone, gás ou impostos como IPTU, 
IPVA, ICMS, pode ser realizado pelos clientes/usuários nos bancos. Para a prestação desse 
tipo de serviço, os bancos firmam convênios com órgãos públicos e empresas privadas, 
realizando o recebimento dos valores e repassando os recursos conforme contrato. Para 
facilitar a realização dos pagamentos, os bancos também oferecem a clientes o serviço 
de débito automático;
• débito automático: nesta modalidade de serviço/produto, o cliente previamente cadastra 
a empresa, por meio de código fornecido pela operadora, para efetuar pagamento em sua 
conta, e, na data do vencimento do título, o valor é então debitado pelo banco na conta 
indicada pelo cliente e repassado à empresa conveniada. 
1.5 PRODUTOS PASSIVOS
Os produtos bancários passivos representam as operações realizadas pelos bancos para a 
captação de recursos, por isso são também chamados de produtos de captação.
Os principais produtos passivos são CDBs, RDBs, poupanças e letras. Vamos conhecê-los.
• CDB (Certificado de Depósito Bancário): nesta modalidade de operação, o cliente adquire 
certificado de depósito do banco em que está alocando seus recursos. Esse produto é 
também chamado de depósito a prazo, nos casos em que os valores têm uma data definida 
para resgate. Ao adquirir um CDB, o cliente negocia com o banco o prazo em que o valor 
será aplicado, e a instituição financeira paga ao cliente rentabilidade sobre o valor aplicado.
• LCI (Letras de Crédito Imobiliário): as LCIs foram criadas pela medida provisória n. 2.223, 
em setembro de 2001, regulamentadas pela Lei n. 10.931/2004 e pela circular do Bacen n. 
3.614/2012. Funcionam como instrumento utilizado pelos bancos para captação de recursos 
para os financiamentos imobiliários. A LCI é um título de dívida, considerado título de renda 
fixa, emitido por uma instituição financeira e comercializada a seus clientes.
• LCA (Letras de Crédito do Agronegócio): as LCAs são similares às LCIs, porém possuem 
lastro em operações de crédito rural ou atividades ligadas ao comércio, à industrialização 
ou ao beneficiamento de produtos agropecuários.
• Poupança: nesta modalidade, o cliente efetua a abertura de uma conta poupança e 
depositaseus recursos financeiros, que serão utilizados pelas instituições bancárias para 
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a intermediação financeira, mas que poderão ser retirados pelo detentor da conta a qualquer 
momento. Nos casos em que os recursos permanecem no banco por prazo superior a 30 
dias, o valor é remunerado com base na taxa Selic e na TR vigentes.
1.6 PRODUTOS ATIVOS
Os produtos ativos também são bastante diversificados, ou melhor, os bancos oferecem uma 
grande variedade de produtos ativos ao mercado, buscando satisfazer diferentes necessidades, 
tanto de pessoas físicas como jurídicas, clientes ou não clientes.
Para pessoas físicas, as modalidades mais conhecidas são cheque especial, empréstimos e 
financiamentos.
• Cheque especial: refere-se a determinado montante de recursos disponibilizado pelo banco 
aos clientes mediante análise de crédito e contrato. Sobre os valores utilizados, o cliente 
paga ao banco juros estabelecidos em contrato.
• Empréstimos: neste tipo de produto, o cliente solicita à casa bancária que seja disponibilizado 
determinado valor, do qual efetuará o pagamento em parcelas, que podem ser mensais, 
trimestrais ou outras, conforme negociação entre o cliente e o banco. A instituição, após 
a realização de análise, elabora contrato a ser assinado pelo cliente e pelo banco para, 
cumpridas as exigências contratuais, disponibilizar o valor ao cliente em conta-corrente, o 
qual então fica responsável por devolver ao banco os valores recebidos conforme cláusulas 
contratuais.
• Financiamentos: referem-se às linhas de crédito oferecidas pelos bancos aos correntistas 
e não correntistas para aquisição de bens, veículos, imóveis e outros itens. 
Para pessoas jurídicas, ou seja, empresas, os principais produtos ativos são conta garantida, 
desconto de títulos, antecipação de recebíveis e financiamentos.
• Conta garantida: similares ao cheque especial, as contas garantidas referem-se a valores 
disponibilizados na conta-corrente das empresas, que podem ser utilizados por elas para 
pagamentos, compensação de cheques e outros. A empresa contratante paga ao banco juros 
sobre valores utilizados, conforme condições contratuais. Nessa modalidade de operação, 
a empresa disponibiliza para a instituição financeira algum tipo de ativo como garantia da 
conta, como aplicação financeira, máquinas, imóveis etc.
• Desconto de títulos: por meio do sistema bancário, as empresas podem registrar suas vendas 
emitindo boletos de cobrança que serão encaminhados a seus devedores e pagos na rede 
bancária. Ao registrar os títulos em um banco, a empresa tem os valores correspondentes 
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creditados em conta a partir do momento em que o devedor efetua o pagamento. Em geral, 
a empresa realiza o registro dos boletos antes do vencimento e, caso necessite receber os 
respectivos valores antes da data prevista, poderá pedir ao banco a antecipação dos valores 
registrados. Nesta operação, o banco antecipa à empresa emitente o valor correspondente 
aos boletos registrados mediante cobrança antecipada dos juros sobre os valores dos boletos, 
daí a denominação desconto de títulos. Quando o sacado do boleto efetua o pagamento, o 
crédito passa a ser de direito do banco, que liquidará a operação.
• Antecipação dos recebíveis: bastante similar ao desconto de títulos, a antecipação também 
se refere a operações em que o banco antecipa para as empresas os valores que receberiam 
em data futura. A principal modalidade de antecipação de recebíveis é realizada sobre 
vendas com cartões de crédito. Nesta operação, a empresa vende a seus clientes com 
recebimento em data futura por meio de crédito proveniente do pagamento com cartões, e 
o banco antecipa à empresa os valores a serem recebidos das operadoras de cartão.
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CONCLUSÃO
Você conheceu nesta unidade as formas de identificação de produtos e serviços prestados pelos 
bancos. A partir do estudo aqui realizado podemos compreender de melhor forma os serviços que 
atendem a cada interesse individual ou empresarial. A estrutura e a organização bancária deve ser 
conhecida para um melhor aproveitamento das operações que podem ser realizadas. As operações 
bancárias estão cada vez mais próximas do nosso cotidiano e se torna de suma importância conhecer 
as estratégias e os caminhos que devem ser traçados no uso das ferramentas que temos disponíveis.
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UNIDADE 2 - INVESTIMENTOS E SERVIÇOS 
EM FINANÇAS BANCÁRIAS
INTRODUÇÃO
Os fundos de investimentos são considerados como uma oportunidade atrativa para muitos 
investidores aplicarem seus recursos, por isso, nesta unidade, abordaremos seus principais aspectos 
e gestão.
Em geral, os bancos desenvolvem um papel importante para a economia e para o desenvolvimento 
da sociedade brasileira, visto que suas atividades fazem parte do setor terciário e são responsáveis 
por gerar um grande número de empregos, atendendo a diferentes interesses de pessoas físicas 
e jurídicas.
Mas você já é capaz de identificar quais são as principais atividades de um banco?
Nesta unidade, convidamos você a inteirar-se sobre o processo de intermediação financeira 
realizada nas casas bancárias e compreender o conceito de spread, a formação de resultados dos 
bancos e outros aspectos ligados aos serviços bancários. 
Vamos conhecer, aprender e desenvolver novos conhecimentos.
2. GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS 
Fundos de investimentos são uma forma de aplicar recursos financeiros na expectativa de obter 
retorno, caracterizados como uma modalidade de investimento ofertada pelo sistema bancário a 
seus correntistas e também por bancos de investimentos.
De uma forma prática, o fundo de investimentos constitui-se como um instrumento utilizado 
por pessoas físicas e jurídicas para guardar os recursos excedentes, podendo ser realizado em 
curto, médio ou longo prazo, de acordo com as características de cada tipo de fundo, as condições 
oferecidas pela instituição e as necessidades do investidor.
Mas você já sabe o que é um fundo de investimento?
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Pois bem, é uma modalidade de aplicação financeira em que o investidor aplica seu dinheiro 
em diversos tipos de ativos financeiros.
CURIOSIDADES
O termo “ativo” representa um conjunto de bens e direitos da pessoa física 
ou jurídica que podem ser convertidos em dinheiro, conforme condições 
estabelecidas. Assim, ativo financeiro é a expressão utilizada para designar 
a posse e/ou os direitos sobre algum tipo de papel negociável no mercado 
financeiro, tais como certificados de depósito bancário (CDB), ações e 
outros.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um fundo de investimentos é uma 
comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos 
financeiros. 
Você pode estar se perguntando: comunhão de recursos? Condomínio? O que isso significa?
A expressão “comunhão de recursos” significa dizer que em um fundo podem existir diversos 
investidores, também denominados cotistas, em que cada um deles possui uma determinada parte 
do investimento, uma cota. 
Já a palavra “condomínio” representa o proprietário de um determinado bem por mais de uma 
pessoa (física ou jurídica) simultaneamente. Nesse caso, cada um dos proprietários é chamado de 
condômino, assumindo direitos e obrigações em relação ao condomínio formado. Assim, um fundo 
de investimento é formado de forma análoga a um condomínio, pois ao mesmo tempo em que os 
cotistas detêm a posse dos ativos financeiros, também assumem, de forma conjunta, direitos e 
obrigações. 
No dia a dia, o termo condomínio é bastante utilizado para designar a utilização de determinado 
espaço físico, por exemplo, um conjunto de casas ou prédios comerciais e residenciais, cuja posse 
é fracionada para mais de uma pessoa, e os proprietários assumem as despesas e os riscos sobre 
o bem compartilhado.
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Do ponto de vista legal, esse condomínio de investidores que designamos como fundo de 
investimentosprecisa ser formalmente constituído como pessoa jurídica, sendo inscrito no Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
A formação de um fundo de investimentos segue as diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) por meio da Instrução Normativa n. 555/14 (BRASIL, 2014).
EXPLORE MAIS
Para saber mais sobre a Instrução da CVM a respeito de fundos de 
investimentos, acesse: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/
instrucoes/anexos/500/inst555consolid.pdf.
Além disso, cada fundo de investimentos possui um regulamento próprio, no qual estão descritas 
todas as suas regras de funcionamento, tais como em que os recursos serão investidos, em quais 
tipos de ativos, os riscos existentes na operação, as despesas geradas pelo fundo, como as receitas 
serão computadas, a tributação envolvida e demais aspectos do investimento.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais 
(Anbima), os fundos de investimentos têm o objetivo de captar e investir recursos no mercado 
financeiro, transformando-se em uma forma de investimento coletivo. 
Os fundos podem ser separados em fundos de investimentos (FI) e fundos de investimentos 
em cotas (FIC), conforme demonstrado na Figura 1:
Figura 1 – Separação dos fundos de investimentos
Os recursos são aplicados diretamente em 
ativos disponíveis no mercado financeiro, 
tais como ações, títulos públicos etc.
Fundos de
Investimentos - FI
Os recursos são aplicados na aquisição de 
cotas de outros fundos de investimentos (FI).
Fundos de Investimentos 
em Cotas - FIC
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/500/inst555consolid.pdf
http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/500/inst555consolid.pdf
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Ao aplicar os recursos financeiros (dinheiro) em um fundo de investimentos, o investidor está 
adquirindo uma quantidade de cotas do fundo escolhido.
Em geral, quando uma pessoa, física ou jurídica, decide comprar uma casa, escritório, terreno, 
apartamento etc. em um condomínio, é importante analisar possíveis regras, acordos ou estatutos 
existentes, visando evitar surpresas futuras. Por isso, em geral, o condômino busca informar-se 
sobre valor do condomínio, data de pagamento, formas de reajuste, assim como os demais direitos 
e deveres.
Da mesma forma, quando se realiza um investimento em fundos, também é imprescindível 
ter bastante claros alguns aspectos principais sobre o produto financeiro escolhido, tais como os 
apresentados na Figura 2.
Figura 2 – Principais aspectos dos fundos de investimentos
Aplicação mínima
Taxa de administração
Prazo de resgate
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
• A taxa de administração corresponde ao valor cobrado pela instituição financeira para 
cuidar do fundo de investimento.
• A aplicação mínima refere-se ao menor valor possível de ser aplicado no fundo de investimentos.
• O prazo de resgate é o período mínimo em que o dinheiro investido precisa permanecer no 
fundo.
Para exemplificar, imagine que Elizabete possua em sua conta-corrente, no Banco América do 
Norte, o valor de R$ 10.000,00 e não pretenda fazer uso desse montante por um prazo de sete meses. 
Ela, então, foi ao banco e conversou com seu gerente de conta, Valério, que sugeriu à cliente que 
aplicasse seus recursos no fundo de investimentos Platina, explicando que:
• o valor mínimo de aplicação é R$ 8.000,00;
• o prazo para resgate é de, no mínimo, 30 dias;
• o banco cobra taxa de administração de 1,5% ao mês sobre o rendimento.
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Nesse caso , Elizabete poderá fazer a aplicação, pois o valor mínimo de aplicação está dentro 
do montante que ela possui, o prazo está adequado, uma vez que ela poderá resgatar o dinheiro, 
se precisar, em 30 dias, e ela já sabe a taxa de administração que será cobrada sobre o valor que 
o investimento render.
Mas, além desses fatores, é preciso observar ainda que os fundos de investimentos podem ser 
classificados em abertos e fechados.
Fundos abertos são aqueles que podem receber novas aplicações e resgates a qualquer 
momento. Assim, o investidor pode retirar o valor aplicado e aumentar ou diminuir o investimento 
a qualquer momento. Nesse tipo de fundo, não há uma data de vencimento da aplicação, e, então, 
o investidor não precisa renová-la.
Fundos fechados possuem data estipulada para a realização das aplicações e dos resgates. 
Esse tipo de fundo recebe captação de recursos por um tempo determinado, e, após o encerramento 
desse período, não é mais possível realizar novas aplicações ou aumentar os valores já aplicados. 
Além disso, os resgates dos valores aplicados só podem ser feitos em data determinada, na maioria 
das vezes, no encerramento do fundo.
DICA DO PROFESSOR
Caso queira saber se um fundo de investimentos está devidamente 
registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acesse e consulte 
o site: http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/fundos/consultas/fundos.html.
Independentemente da classificação ou do tipo de investimento, a abertura de um fundo por 
uma instituição bancária requer sua adequação às instruções da CVM e o devido registro no referido 
órgão. A partir daí, o fundo será constituído, terá registrado seu CNPJ, e as cotas serão calculadas 
e negociadas.
Para gerir um fundo de investimentos, existem diferentes responsáveis, cada um deles com 
funções específicas, conforme a Figura 3:
http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/fundos/consultas/fundos.html
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Figura 3 – Responsáveis pelo fundo de investimentos
Instituição que 
constitui o fundo e 
aprova o seu 
regulamento.
Administrador
Responsável pelos 
investimentos 
realizados no fundo.
Gestor
Fonte: Adaptada de investidor.gov.br.
O administrador é o principal responsável pelo funcionamento do fundo de investimentos, deve 
ser uma pessoa jurídica, devidamente registrada na CVM, e tem ainda outras responsabilidades, 
tais como:
• calcular e acompanhar o valor das cotas;
• divulgar informações sobre o fundo aos investidores;
• acompanhar a variação do valor dos ativos relacionados ao investimento;
• divulgar a composição da carteira de investimentos escolhida pela gestão.
O gestor de um fundo de investimentos tem a responsabilidade de compor a carteira, ou seja, 
estudar o mercado e escolher em que os recursos dos cotistas serão aplicados, determinando quais 
os papéis que serão adquiridos para compor o patrimônio do fundo de investimentos.
Ele define, ainda, a estratégia que será utilizada pelo fundo de investimentos, determinando 
não somente os ativos que irão compor a carteira, como também o momento em que a compra 
ou a venda de tais papéis será realizada. Para isso, estuda criteriosamente o mercado, buscando 
sempre encontrar as melhores oportunidades.
2.1 ASPECTOS ECONÔMICOS ASSOCIADOS AO SETOR DE SERVIÇOS
A economia é considerada uma ciência social que investiga a produção, a distribuição e o 
consumo de diversos tipos de bens e serviços por toda a sociedade. 
No Brasil, a economia pode ser segmentada em três setores principais: primário, secundário e 
terciário (ou terceiro setor).
Para conhecermos a importância de cada um desses setores, observe a Figura 4:
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Figura 4 – Setores da economia
• Agricultura
• Pecuária
• Mineração
• Extração vegetal
• Pesca
• Outros 
Primário
• Transformação
• Produção
• Industrialização
Secundário
• Comércio
• Prestação de 
serviços
Terciário
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
O setor primário é onde estão concentradas as atividades ligadas aos recursos naturais, incluindo 
plantio, colheita e extração. No setor secundário, ocorre a transformação das matérias-primas em 
produtos acabados, encaminhados ao consumo. No setor terciário, os produtos são negociados e/
ou os serviços ofertados, concluindo o ciclo econômico, representado na Figura 5:
Figura 5 – Ciclo econômico
Primário Secundário
Terciário
Fonte: Elaborada pelaautora (2020).
Dessa forma, os produtos e serviços bancários são comercializados no setor terciário, pois os 
bancos integram esse segmento.
2.2 PARTICULARIDADES DA QUALIDADE EM SERVIÇOS
O setor de serviços ocupa parcela significativa do produto interno bruto (PIB) no Brasil, pois 
nesse setor incluem-se as atividades de comércio, turismo, educação, hospitais, bancos e outros.
Empresas prestadoras de serviços objetivam atender plenamente a necessidades de seus 
consumidores. 
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De acordo com Churchill e Peter (2000), os serviços têm como características principais a 
intangibilidade, a perecibilidade e a heterogeneidade. 
Para melhor compreender cada uma dessa características, veja a Figura 6:
Figura 6 – Características dos serviços
Não podem ser 
tocados, provados, 
cheirados ou vistos 
antes de sua 
realização.
Intangibilidade
Geralmente consumi-
dos ao mesmo 
tempo em que são 
produzidos.
Simultaneidade
Não podem ser 
estocados.
Perecibilidade
São proporcionados 
por empregados e 
utilizados por consu-
midores que não se 
comportam de forma 
padronizada.
Heterogeneidade
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Empresas que atuam no setor de serviços, como os bancos, buscam alcançar a qualidade 
nos serviços prestados. Zeithaml et al. (2014) afirmam que para tanto é necessário atender às 
expectativas dos clientes ou excedê-las, considerando que tais expectativas podem ser influenciadas 
por diferentes fatores, como: informações obtidas com outros clientes, necessidades individuais, 
percepção baseada em experiências anteriores etc. A qualidade de serviços apresenta diferentes 
dimensões. Observe o Quadro 1, a seguir, e conheça essas dimensões.
Quadro 1 – As dimensões da qualidade em serviço
Dimensão Definição
Elementos tangíveis Aparência de instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação. 
Confiabilidade Capacidade de realizar o serviço prometido de forma confiável e correta.
Responsividade Disposição de ajudar o cliente e prestar o serviço sem demora.
Competência Posse de habilidades e conhecimentos necessários para a realização do serviço.
Cortesia Educação, respeito, consideração e cordialidade do pessoal de contato.
Credibilidade Idoneidade, fidedignidade e honestidade do prestador de serviços.
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Garantia Ausência de perigos, riscos ou dúvidas.
Acessibilidade Disponibilidade e facilidade de contato.
Comunicação
Atenção aos clientes, mantendo-os informados, 
com uma linguagem que eles possam entender, 
além de ouvir o que eles têm a dizer.
Entendimento 
do cliente Esforço para conhecer os clientes e suas necessidades.
Fonte: Adaptado de Zeithaml (2014, p. 142).
2.2.1 Atividades de apoio à confiabilidade de serviços
Os serviços são considerados intangíveis, dessa forma, um cliente passa a ter contato com 
o serviço ofertado por uma empresa na medida em que ele é realizado, como, os serviços de 
atendimento em um hospital, consultoria financeira realizada por uma instituição e outros. A 
intangibilidade significa que o cliente só pode avaliar o serviço enquanto ou após ele é prestado, o 
que pode representar maior ou menor grau de confiança.
Em geral, quando um cliente compra um serviço, é possível afirmar que ele vivenciará uma 
experiência e que espera obter algum tipo de benefício, alguma vantagem percebida por ele, quando 
do consumo do serviço adquirido. 
Existem três aspectos principais nas atividades que apoiam a execução dos serviços:
• atendimento ao cliente ou consumidor – refere-se à execução do serviço propriamente 
dito. As atividades previstas devem ser realizadas, conforme especificações do serviço 
contratado, utilizando recursos adequados e cumprindo prazos ou horários previamente 
combinados, de forma a se executarem todas as condições relativas à realização do serviço;
• qualidade do serviço prestado – a qualidade é uma avaliação bastante subjetiva, pois aquilo 
que é de boa qualidade para uma pessoa não necessariamente é considerado da mesma 
forma por outra. Por essa razão, as empresas preocupam-se em executar os serviços de 
acordo com o que foi apresentado ao cliente, buscando sempre atender às necessidades 
e aos anseios do consumidor em relação ao serviço escolhido;
• confiança – corresponde ao grau de credibilidade que o cliente adquire em relação ao 
serviço oferecido e realizado. Em geral, os clientes comparam as especificações do serviço 
ofertado com aquilo que realmente foi entregue ou realizado, e, dessa forma, quanto maior 
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for a aderência entre oferta e concretização, maior será o grau de confiabilidade que o cliente 
terá em relação ao serviço e também à pessoa (física ou jurídica) que o oferta.
Os bancos, por atuarem no setor de serviços, precisam estar sempre atentos ao atendimento 
oferecido, à qualidade do serviço prestado e ao grau de confiança que os clientes e usuários têm 
em relação às atividades da instituição, pois esses aspectos refletem sua imagem para o mercado. 
Assim, quanto maior o grau de confiabilidade percebido pelos clientes em relação aos serviços 
ofertados pelos bancos, maior credibilidade a instituição transmite ao mercado, valorizando sua 
marca.
A confiabilidade é alcançada quando o serviço prestado corresponde exatamente ao que foi 
contratado, por isso as organizações observam atentamente os 4 Ps dos serviços, ou ainda quatro 
pontos principais a serem considerados na atividade de prestação de serviços. Vamos conhecê-los 
observando a Figura 7:
Figura 7 – 4 Ps dos serviços
Perfil Processos Procedimentos Pessoas
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
O perfil corresponde às características do cliente. Para a oferta e a execução dos serviços, é 
necessário conhecer quais são as características principais do contratante, suas necessidades e 
seus anseios em relação ao serviço contratado. Conhecer o perfil do cliente pode facilitar a realização 
do serviço, adequando a oferta aos interesses dele. 
Processos referem-se à forma como o serviço é realizado, quais são os profissionais envolvidos, 
os instrumentos a serem utilizados, os procedimentos realizados, os materiais disponibilizados, 
entre outros.
Procedimento corresponde à concretização do serviço, à execução da atividade propriamente 
dita.
Pessoas representam quais são os profissionais capacitados para a realização dos processos 
e procedimentos relacionados ao serviço. 
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Assim, os 4 Ps dos serviços estão diretamente ligados à execução das atividades que apoiam 
a realização do serviço contratado.
2.3 ESTRATÉGIAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
O termo “estratégia” origina-se da expressão grega strategia, sendo comumente utilizado para 
designar as práticas ou os caminhos escolhidos para a realização de uma atividade — neste caso, 
os serviços.
Estratégia pode ser definida como o conjunto de atividades planejadas e escolhidas para o 
alcance de determinado objetivo.
SAIBA MAIS
O termo estratégia é bastante utilizado no ambiente corporativo referindo-se 
às atividades planejadas pela organização para o alcance de um objetivo, 
porém esse termo possui diversos contextos. Para conhecer mais, acesse: 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/estrategia-origem-conceitos-
definicoes.htm.
Quando uma organização desenvolve a estratégia em prestação de serviços, deve ter em mente 
alguns critérios importantes, tais como:
• ser orientada para a ação;
• apresentar informações claras e objetivas;
• identificar o benefício a ser oferecido ao cliente;
• criar diferenciação para a empresa em relação à concorrência.
2.3.1 Sistemas amigáveis em serviços, pessoal da linha 
de frente nas organizações de serviços
A produção e a venda de determinado tipo de produto possibilitam que a empresa possa 
antecipadamente avaliar a entrega a ser realizada ao cliente e, se houver necessidade, corrigir falhas 
existentes, garantindo a qualidade do produto comercializado.
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/estrategia-origem-conceitos-definicoes.htmhttps://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/estrategia-origem-conceitos-definicoes.htm
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Entretanto, devido à característica de simultaneidade da prestação do serviço, não existe a 
possibilidade de a empresa promover testes antes da concretização da realização do serviço 
oferecido, e, por essa razão, a ocorrência de algum tipo de falha ou situação não prevista pode ser 
facilmente percebida pelo cliente, causando insatisfação e podendo gerar impacto à confiabilidade 
no serviço realizado.
Na execução de serviços, há diferentes tipos de pessoal envolvido, pois existem atividades 
consideradas de retaguarda e atividades de vanguarda.
Retaguarda? Vanguarda? O que significa isso?
Neste momento, você pode estar se perguntando: qual a diferença entre retaguarda e vanguarda 
ou onde fica o pessoal de linha de frente? Pois bem, observe a Figura 8 a seguir e acompanhe o 
exemplo:
Figura 8 – Pessoal envolvido na prestação de serviço
Corresponde às atividades internas que darão suporte à 
realização da prestação de serviço ao cliente — também são 
chamadas de atividades internas ou back office.
Corresponde às atividades externas, que serão realizadas junto 
com o cliente — são conhecidas também como linha de frente.Vanguarda
Retaguarda
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
No caso dos bancos, o pessoal e as atividades considerados de retaguarda estão ligados a áreas 
administrativas ou departamentos que não têm contato direto com o cliente, porém são de grande 
importância para apoiar a qualidade dos serviços. As atividades de vanguarda compreendem as 
ações ou os processos realizados para subsidiar a execução dos serviços pelos prestadores que 
estão na linha de frente, ou, melhor dizendo, em contato direto com o cliente.
2.3.2 Relação com clientes e recuperação de falhas em serviços
O relacionamento com os clientes é realizado pelo pessoal de linha de frente, seguindo a 
estratégia adotada pela organização.
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Para um bom relacionamento com o tomador dos serviços, é imprescindível que a organização 
conheça as características de seu público-alvo, identificando os melhores canais para relacionar-
se com ele.
Com os avanços tecnológicos, as organizações deixaram de ter contato apenas presencialmente 
ou por telefone, e, na atualidade, esse relacionamento acontece de múltiplas formas, incluindo a 
utilização de canais de atendimento eletrônicos.
Os bancos, por exemplo, relacionam-se com seus clientes por meio de plataformas digitais 
utilizando a internet, as redes sociais, os aplicativos de mensagens instantâneas e outras tecnologias. 
Em alguns casos, dependendo do ramo de atuação, as centrais de atendimento estão disponíveis 
até mesmo 24 horas por dia.
Como ferramenta estratégica para administrar a relação com os clientes, as instituições 
podem utilizar um sistema denominado Customer Relationship Management (CRM), ou gestão de 
relacionamento com clientes, técnica americana que consiste em adequar as estratégias adotadas 
pela empresa ao perfil de seu público.
No CRM, a empresa busca identificar as necessidades, expectativas e características dos 
clientes, e, a partir de tais informações, ajustar as estratégias delineadas para a oferta de serviços.
A segmentação também é um dos mecanismos utilizados para melhor se relacionar com clientes, 
uma vez que ao agrupar pessoas de características semelhantes é possível conhecer com maior 
detalhamento suas demandas e necessidades, o que permite às empresas encontrarem o meio de 
relacionamento mais adequado.
A diversificação também é uma consideração do sistema bancário sobre o relacionamento 
com clientes, buscando encontrar diferentes meios para relacionar-se com eles, utilizando desde 
ferramentas mais tradicionais, como o atendimento pelo gerente em um agência bancária, até a 
realização de contatos por videochamadas, a fim de garantir a possibilidade de contato, mesmo 
em situações em que as pessoas estejam em localidades mais distantes.
De acordo com Fortuna (2002), a segmentação do mercado bancário é composta por bancos 
de negócios, de atacado e de varejo. Vamos conhecer o que cada um realiza observando a Figura 9:
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Figura 9 – Segmentação de atividade bancária
Dedicam-se à interme-
diação de grandes 
operações, conheci-
das como engenharia 
financeira.
Bancos de negócios
Trabalham com 
poucos e grandes 
clientes.
Bancos de atacado
Trabalham com o 
grande público, 
muitos clientes, 
independentemente 
do tamanho. 
Bancos de varejo
Fonte: Adaptada de Fortuna (2002)
A segmentação é utilizada como ponto de partida para o desenho dos produtos e serviços a serem 
ofertados, a diversificação necessária e os apontamentos que a aplicação do CRM (gerenciamento 
do relacionamento dos clientes) propicia à instituição.
Fortuna (2002) indica, ainda que em alguns casos, que os bancos estão formalmente segmentando 
sua atuação em três grupos de atendimento específico, exemplificados no quadro a seguir:
Quadro 2 – Segmentação de atendimento bancário
Atendimento a 
grandes empresas e, 
algumas vezes, até 
mesmo a bancos de 
menor porte.
Corporate Bank
Atendimento a 
clientes pessoas 
físicas de altissima 
renda ou elevado 
patrimônio.
Private Bank
Atendimento a 
clientes que sejam 
pessoas fisicas de 
alta renda e pequenas 
e médias empresas.
Personal Bank
Fonte: Adaptado de Fortuna (2002)
A forma como as atividades estão segmentadas influencia diretamente o relacionamento da 
instituição com o cliente, e vice-versa, impactando a oferta de produtos e serviços customizados 
ou padronizados conforme o relacionamento estabelecido.
Quanto mais uma organização conhece seu cliente, maiores são as possibilidades de alcançar 
a satisfação nesse relacionamento, ampliando a possibilidade de retenção — que consiste em um 
conjunto de ações adotadas pelas empresas para evitar a perda do cliente — e fidelização — que 
acontece quando o consumidor, por estar satisfeito, consome única e exclusivamente produtos e 
serviços oferecidos por determinada empresa.
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No entanto, nem todo relacionamento atinge a fidelização, principalmente quando ocorrem 
falhas relacionadas a perfil, processos, procedimentos ou pessoas, ou seja, nos 4 Ps.
A incorreta identificação do perfil do cliente pode acarretar, por exemplo, a oferta de um produto 
ou serviço inadequado, a escolha de processos e procedimentos incapazes de gerar satisfação ao 
cliente ou, ainda, falhas do pessoal envolvido, considerando pessoas que atuam tanto em áreas de 
retaguarda como de vanguarda.
A recuperação das falhas em serviços consiste na forma com que a instituição lida com situações 
adversas, adotando ações capazes de responder prontamente às ocorrências.
Para Zeithaml e Bitner (2006), se as falhas não forem corrigidas, os clientes poderão deixar a 
empresa, divulgando a outros clientes suas experiências negativas ou mesmo intervindo em órgãos 
de defesa do consumidor, relatando as experiências que tiveram.
2.4 DEPÓSITOS, CHEQUES E ORDENS DE PAGAMENTO, 
CADERNETAS DE POUPANÇA, TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO, 
CRÉDITO, SERVIÇOS, CARTÕES DE CRÉDITO, PESSOA JURÍDICA, 
PESSOA FÍSICA, NORMAS DE ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO
O relacionamento dos clientes com o banco ocorre de diversas formas, tais como por meio 
da movimentação de contas-correntes ou poupança, depósitos, emissão de cheques e ordens de 
pagamento, aquisição de títulos de capitalização, solicitação de crédito, utilização de cartões de 
crédito e outros.
A prestação dos mais variados serviços também se tornou importante alavanca de expansão 
do sistema financeiro na renda nacional, ajudando a canalizar recursos das mais diversas fontes 
para os cofres carentes do deficitário setor público (FORTUNA, 2002, p. 129).
A Resolução do Banco Central do Brasil (BCB) n. 2.025/1993 regulamenta os critérios aplicados 
à abertura e à movimentação de uma conta bancária. Essa resolução foi complementada em 1998 
por meioda Instrução n. 2.554 e pelas Cartas Circulares do BCB números 3.725/2015, 3.680/2013 
e 3.807/2016.
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EXPLORE MAIS
Leia na íntegra a Resolução do Banco Central: https://www.bcb.gov.br/
estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=3763.
A abertura de uma conta pode ser vista como o momento em que se inicia o relacionamento 
com o banco, por isso tanto a instituição bancária como o cliente devem atentar para o cumprimento 
da regulamentação vigente.
Para efetuar a abertura de uma conta de depósito, são obrigatórios a completa identificação 
do(s) depositante(s), o preenchimento de ficha-proposta e a assinatura do(s) depositante(s). O 
BCB determina, ainda, que a ficha proposta apresente as condições para a manutenção da conta, 
o fornecimento de talão de cheques, a rescisão do contrato e outros detalhes.
As contas de depósito podem ser do tipo corrente ou poupança, sendo que as correntes são 
aquelas que permitem a movimentação constante e podem ser abertas nas agências ou em postos 
bancários, e alguns bancos também ofertam meios digitais para a realização dessa operação.
A conta-corrente caracteriza-se por permitir depósitos e saques de valores a qualquer tempo, 
podendo ser aberta para pessoas físicas ou jurídicas, com um ou mais titulares. O correntista pode 
também, por meio da conta, contratar com o banco produtos e serviços, realizar pagamentos e 
receber valores via depósitos, transferências ou ordens de pagamento.
A conta poupança também permite a realização de saques e depósitos de valores, porém 
caracteriza-se como uma conta destinada a uma menor movimentação, uma vez que os recursos 
depositados e que permanecerem em conta por um período mínimo de 30 dias renderão juros ao(s) 
titular(es) da conta.
Depósitos referem-se à entrega de valores ao banco, por pessoas físicas ou jurídicas, para 
que os recursos sejam creditados em determinada conta-corrente ou poupança especificada pelo 
depositante.
Os depósitos, sejam em espécie (dinheiro) ou em cheques, podem ser realizados pelo(s) titular(es) 
da conta, mas também por qualquer pessoa à qual sejam fornecidos seus dados para depósito, 
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=3763
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=3763
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operação esta que pode ser realizada em agências bancárias ou correspondentes credenciados 
na instituição para tal finalidade. 
Cheques são um meio de movimentação de recursos entre contas-correntes de pessoas físicas 
ou jurídicas. Eles correspondem a uma ordem de pagamento à vista, emitida pelo detentor da conta 
emissora do talão, de acordo com informações descritas pelo titular ao preencher o formulário do 
cheque e que será cumprida pelo banco quando ocorrer sua apresentação. O banco, então, paga 
o valor indicado pelo emitente do cheque ao sacado conforme a disponibilidade de recursos em 
conta ou condições contratuais existentes entre o cliente e a instituição.
De uma forma mais simples, podemos entender que o titular da conta é o emitente do cheque, 
e aquele que deve receber o valor é o sacado do cheque. Tanto o titular como o emitente do cheque 
podem ser pessoas físicas ou jurídicas, devidamente identificadas no ato da abertura da conta.
A conversão dos cheques em dinheiro pode ser realizada diretamente no caixa das agências 
bancárias, conforme condições estipuladas pelo banco, ou por meio de depósitos efetuados em 
contas-correntes e poupança. Neste caso, ao receber o depósito em cheque, a instituição encarrega-
se de encaminhá-lo para o sistema de compensação.
Compensação refere-se à atividade de converter a ordem de pagamento à vista emitida pelo 
cliente em espécie. Quando a conta de depósito e o cheque emitido pertencem à mesma casa 
bancária, essa atividade é designada como compensação interna. 
Ordens de pagamento são uma forma de efetuar pagamentos ou transferências de recursos 
autorizando o banco a entregar determinada quantia à pessoa indicada. Em geral, ordens de 
pagamento são destinadas a pessoas físicas ou jurídicas que não possuem nenhuma modalidade 
de conta de depósito em instituição bancária.
Cartões de crédito são utilizados para a aquisição de bens ou serviços nos estabelecimentos 
credenciados, com pagamento das compras em data futura, por meio de fatura, conforme condições 
contratuais.
Capitalização corresponde a investimento com características de um jogo, por meio do qual 
se pode recuperar parte do valor gasto na aposta. São vistos como uma forma de poupança de 
longo prazo, em que sorteios realizados durante o período de vigência do título funcionam como 
estímulo (FORTUNA, 2002, p. 247).
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2.5 FINANÇAS BANCÁRIAS 
A principal atividade bancária é a intermediação financeira, que consiste em promover o 
encontro dos recursos excedentes dos agentes superavitários — aqueles que depositam recursos 
nos bancos — com a necessidade de recursos dos agentes deficitários — aqueles que buscam 
dinheiro nas casas bancárias. 
Os bancos remuneram os agentes superavitários pagando juros conforme o produto ou serviço 
contratado, tais como CDB, poupança etc., e cobram juros dos agentes deficitários, conforme 
montante, prazos e condições em que os recursos são emprestados ou as operações, financiadas.
Mas você pode estar se perguntando: o que o banco ganha com isso?
O banco ganha o chamado spread, que consiste na diferença entre os juros pagos aos investidores 
e os cobrados dos tomadores. 
A intermediação financeira segue regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, pela 
Comissão de Valores Mobiliários e pelo Banco Central.
A receita dos bancos é constituída também por receitas com prestação de serviços, tais como: 
tarifas de conta-corrente, operações de crédito e atualização cadastral, anuidades de cartão de 
crédito, taxas de administração de fundos de investimentos e serviços de cobrança.
Por outro lado, as principais despesas do banco estão relacionadas à captação de recursos (juros 
pagos aos investidores) e às despesas administrativas, como salários, manutenção de agências, 
aluguéis, água, energia, impostos etc.
O resultado da instituição bancária é constituído pela diferença obtida entre o total de receitas 
subtraído do total de despesas, atingindo resultado positivo ou negativo.
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CONCLUSÃO
Nesta unidade compreendemos melhor como funcionam os fundos de investimentos e a forma 
de aplicação realizada pelos investidores. A economia depende também do funcionamento dos 
bancos e eles são responsáveis por uma parcela importante do desenvolvimento econômico de 
um país. Nesta parte do nosso estudo compreendemos como funcionam os processos financeiros 
a partir de conceitos como o spreed e a formação dos resultados bancários.
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UNIDADE 3 – RISCOS BANCÁRIOS E GESTÃO DA TESOURARIA
INTRODUÇÃO
A gestão de riscos é um campo em constante evolução teórica – uma ferramenta poderosa para 
a minimização das perdas e aprimoramento de desempenho das organizações, independentemente 
do setor de atuação e do porte. 
Em uma instituição bancária, a função da gestão de riscos é um processo imprescindível e 
realizado em várias instâncias, pois o banco está exposto a todo tipo de risco e, em alguns, casos, 
o próprio risco é parte essencial do negócio, como, por exemplo, no segmento de concessão de 
crédito. 
No atual cenário econômico, caracterizado pela alta conexão e dependência entre os agentes, 
os efeitos de uma crise em qualquer lugar do planeta podem ser sentidos, muito rapidamente, em 
diferentes locais. Por isso a gestão de risco é tão importante para as instituições bancárias, que 
são as intermediárias financeiras e, em muitos casos, servem como instrumento para mitigar o 
risco de outras organizações.
Nessa unidade, vamos falar sobre os riscos financeiros, abordando a questão do rating, além 
de tratar da tesourariabancária, de cenários econômicos e de como precificamos o risco. 
Para as empresas bancárias, o uso de mecanismos de gestão de risco eficientes não é fundamental 
somente para atender determinações de órgãos normatizadores, mas é essencial para a própria 
sobrevivência.
Vamos lá? Acompanhe!
3.1 GESTÃO DE RISCOS BANCÁRIOS
É provável que o risco tenha surgido junto com as primeiras iniciativas econômicas. No começo 
da história humana, por exemplo, muitas plantações devem ter sido destruídas por eventos climáticos, 
causando a perda de produtos. Naquela época, as pessoas atribuíam tais eventos aos deuses, ao 
acaso, à sorte ou azar.
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Embora seja uma preocupação bastante antiga, o risco, como campo de estudo, começou a 
surgir a partir da década de 1960, com trabalhos relacionados ao uso de modelos que permitissem 
evitar falências. Desde então, o campo evolui de forma contínua, especialmente com o aumento da 
capacidade tecnológica de processamento de grandes volumes de informações. 
CURIOSIDADE
Knight (1964, p. 197) criou, ainda em 1921, na primeira edição do clássico 
Risco, incerteza e lucro, a definição que procurava para diferenciar risco 
e incerteza: “situação de risco é aquela que se dispõe de informações 
que podem ser utilizadas para calcular o grau de probabilidade de evento 
semelhante acontecer futuramente” e quanto à situação de incerteza expôs 
que “não dispomos de informações capazes de subsidiar mensuração do 
grau de probabilidade de perdas, as informações e dados são subjetivos”.
Segundo Pereira (2008), todas as organizações estão submetidas a diversos tipos de riscos, 
sejam eles endógenos (gerados pela própria atividade) ou exógenos (provocados pelo exterior), 
definindo, ainda, a administração de riscos como a aplicação de estratégias para evitar ou reduzir 
os custos gerados pelos riscos. 
A gestão do risco inclui as ações de pesquisar e identificar fontes de risco; estimar a probabilidade 
de ocorrência e avaliar os efeitos; planejar estratégias e procedimentos de controle; aplicar as 
estratégias.
Figura 1 – Na época das primeiras navegações comerciais, os naufrágios 
e os piratas eram os principais riscos das empresas
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O Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (ANBIMA, 2016) elenca, como mais relevantes para 
o setor bancário os riscos: operacional, país, de mercado, de crédito, de taxa de juros, de liquidez, 
de regulamentação e de reputação.
Riscos como o de mercado, liquidez e crédito, são relativamente bem controlados, na maior 
parte pelo próprio sistema financeiro, visto que se tratam de elementos sistêmicos que todos têm 
interesse em evitar que seus efeitos se espalhem, razão pela qual existem diversas entidades 
bastante atuantes nesse sentido, legislações claras e bem fiscalizadas, além dos próprios bancos 
que zelam para manter esses riscos sob controle. 
Riscos como país e taxa de juros, embora causem efeitos que podem ser facilmente gerenciados, 
não estão sob o controle das instituições, pois enquanto o primeiro depende diretamente da conjuntura 
política e da macroeconomia mundial e local, o segundo decorre de decisões de autoridades 
monetárias. 
Restam os riscos operacionais, associados diretamente a processos; controles e sistemas mal 
estruturados; fraudes e desvios, ou seja, são elementos particulares de cada organização bancária, 
cuja identificação e gestão é missão de cada banco. Entretanto, existem instrumentos legais que 
auxiliam a gestão destes riscos, sendo os principais os Acordos de Basileia. 
3.2 OS ACORDOS DE BASILEIA 
A ampliação do fenômeno da globalização nas últimas décadas, que levou a um aumento da 
necessidade de padronização de regulamentos em nível global, gerou pelo menos cinco elementos 
bastante significativos para o mercado bancário: a Legislação Única Europeia (LUE) e os Acordos 
de Basileia I, II, III e IV. 
A LUE, emitida em 1992, tratava, basicamente, de permitir que o capital fluísse livremente pela 
Europa, liberar os bancos para oferecer atividades em toda a comunidade europeia e padronizar 
os regulamentos de concorrência, fusões e tributações. Madura (2008) afirma que os principais 
resultados foram a expansão bancária e o crescimento da eficiência do mercado. 
O primeiro Acordo de Basileia foi firmado em 1987 pelos bancos centrais de 12 países, concordando 
que as instituições bancárias deveriam manter uma reserva de capital igual ou superior a pelo 
menos 4% dos seus ativos ponderados pelo risco. Na prática, os bancos tinham que manter um 
índice mais elevado de capital para ativos mais arriscados. 
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SAIBA MAIS
O Comitê de Supervisão Bancária de Basileia (BCBS) é o principal conjunto 
de padrões globais para a regulamentação prudencial dos bancos e oferece 
um fórum para cooperação regular em questões de supervisão bancária. 
Seus 45 membros compreendem bancos centrais e supervisores de 
bancos de 28 jurisdições. O site da instituição apresenta as informações 
oficiais sobre os Acordos de Basileia. Conheça mais no link: https://www.
bis.org/bcbs/index.htm.
No Acordo de Basileia II, firmado em 2004, o principal objetivo foi o estabelecimento de um 
padrão internacional de regulação bancária, com foco na proteção contra riscos financeiros e na 
garantia de liquidez, o que resultou, principalmente, na ampliação da transparência.
O cálculo do capital mínimo começou a levar em conta os riscos operacional, de crédito e de 
mercado (MADURA, 2008). O processo de supervisão foi então fortalecido com a mensuração dos 
riscos de cada banco e confirmação do capital regulatório. 
Contudo, a crise de 2008 evidenciou algumas falhas no Acordo de Basileia II, quando se percebeu 
que os bancos tinham excessivos valores em seus balanços, sem o correspondente volume e 
qualidade de recursos próprios suficientes para cobrir os riscos relacionados. Na crise, os bancos 
foram incapazes de absorver os prejuízos. 
O Acordo de Basileia III, emitido em 2010, ampliou as exigências de capital e as necessidades de 
registro e detalhamento dos instrumentos financeiros que podem gerar riscos, sendo então criado 
o conceito de colchões de capital (GITMAN; ZUTTER, 2017).
https://www.bis.org/bcbs/index.htm
https://www.bis.org/bcbs/index.htm
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Figura 2 – Os principais pontos do Acordo de Basileia III
Maior quantidade e 
qualidade do capital.
Pelo menos três 
quartos do capital 
devem ser compos-
tos por títulos de boa 
qualidade (rating 
elevado).
1
Melhoria da captura 
de risco de mercado.
Riscos de mercado 
calculados para 12 
meses de estresse 
no mercado.2
Restrição da Alavanca-
gem Financeira.
Um índice de alavanca-
gem restrito reduz a 
possibilidade de 
acúmulo de dívidas 
para financiar os 
investimentos e 
atividades bancárias.
3
Melhoria da Liquidez.
Bancos devem ter 
ativos líquidos em 
quantidade suficiente 
para suportar 30 dias 
de operação em 
mercados em condi-
ção de estresse.
4
Retenção de Capital 
anti-cíclico.
Bancos retém lucros 
durante períodos de 
crescimento econô-
mico, para utilizar 
quando a economia 
estiver em crise.
5
Foco em ativos com 
risco mensurável.
Cada ativo tem um 
nível de risco especi-
fico, que permite 
saber o quanto ele é 
arriscado para o 
banco.
6
Basileia III
O Acordo de Basileia III foi uma resposta à crise financeira global de 2018.
Ele tratou de várias deficiências no sistema regulatório pré-crise, estrutura e fornece uma 
base para criar um sistema bancário mais resiliente e evitar o acúmulo de vulnerabilidades 
sistêmicas.
As normas devem permitir que o sistema bancário atravesse os ciclos da economia real.
Fonte: Elaborada pelo autor (2020).
O primeiro colchão é o de conservação de capital, que estipula que os bancos devem ter em 
seu capital um volume mínimo de 7% (podendo chegar a 10,5%) dos ativos ponderados pelo risco, 
reservando-o para riscos de nível I e com foco no risco operacional. 
O segundo colchão é o contracíclico de capital, que estipula

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