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GELSON LUIZ BENATTI MARIA LUIZA RIBEIRO Professores autores/conteudistas É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal. SUMÁRIO Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Unidade 1 – Organização do sistema bancário nacional e formação do portfólio de produtos e serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1 . Organização bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1 .1 Estrutura organizacional das organizações bancárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1 .2 Segmentação bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1 .3 Canais de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1 .4 Produtos e serviços bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1 .5 Produtos passivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1 .6 Produtos ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Unidade 2 - Investimentos e serviços em finanças bancárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2 . Gestão de fundos de investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2 .1 Aspectos econômicos associados ao setor de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2 .2 Particularidades da qualidade em serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2.1 Atividades de apoio à confiabilidade de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2 .3 Estratégias de prestação de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 2.3.1 Sistemas amigáveis em serviços, pessoal da linha de frente nas organizações de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31 2.3.2 Relação com clientes e recuperação de falhas em serviços . . . . . . . . . . . . . . . 32 2 .4 Depósitos, cheques e ordens de pagamento, cadernetas de poupança, títulos de capitalização, crédito, serviços, cartões de crédito, pessoa jurídica, pessoa física, normas de abertura e movimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 2 .5 Finanças bancárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Unidade 3 – Riscos bancários e gestão da tesouraria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3 .1 Gestão de riscos bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3 .2 Os acordos de Basileia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 3 .3 Rating de instituições financeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 3 .4 Gestão da tesouraria bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3 .5 Cenários econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 3 .6 Risco e precificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 3 .7 Asset and liability management (ALM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Unidade 4 – Governança bancária e sistemas de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 4 .1 . Governança bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 4 .2 Transparência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 4 .3 Compliance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 4 .4 Controles internos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 4 .5 Lavagem de dinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 4 .6 IBGC e SOx . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Pág. 5 de 78 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA BANCÁRIA INTRODUÇÃO Em nosso cotidiano, é bastante comum utilizarmos produtos e serviços bancários, seja para realizar o pagamento de contas, seja para receber valores, ou, até mesmo quando adquirimos um produto, utilizando o comércio eletrônico, acabamos por interagir com organizações bancárias. Assim, torna-se cada vez mais importante conhecer como o sistema bancário está organizado e compreender um pouco mais sobre a estrutura e o funcionamento do setor. Ao identificar os principais produtose serviços oferecidos pelos bancos, podemos escolher quais aqueles que atendem aos interesses individuais ou mesmo às necessidades da empresa, aprimorando os mecanismos utilizados para a gestão financeira. Nesta unidade, convidamos você a conhecer a organização e a estrutura bancária, como estão segmentadas as atividades e os principais canais de distribuição para diferentes produtos e serviços. Pág. 6 de 78 UNIDADE 1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO NACIONAL E FORMAÇÃO DO PORTFÓLIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS 1. ORGANIZAÇÃO BANCÁRIA As organizações bancárias fazem parte do Sistema Financeiro Nacional (SFN), que nada mais é que um conjunto de órgãos responsáveis pela execução da política monetária brasileira. Vamos conhecê-lo. O Sistema Financeiro Nacional está organizado de acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo 192 (BRASIL, 2019). Para melhor organizar suas atividades, o SFN é dividido em dois subsistemas principais denominados subsistema normativo e subsistema operativo — também chamado de subsistema de intermediação. No subsistema normativo são desenvolvidas as políticas, normas e diretrizes para funcionamento do sistema, regulação e supervisão de todas as entidades que operam no sistema financeiro brasileiro, enquanto no subsistema operativo são realizadas as operações que permitem o funcionamento do SFN. O subsistema normativo é formado por um conjunto de órgãos destinados a regulamentar e fiscalizar a atuação das instituições que compõem o subsistema operativo, com o objetivo de assegurar que as normas e os regulamentos sejam respeitados, e as atividades, realizadas adequadamente, mantendo o SFN funcionando de acordo com as estratégias e necessidades do país. Os principais órgãos do subsistema normativo são: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), que são responsáveis por estabelecer as normas para funcionamento do sistema financeiro brasileiro. Existem também as entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgãos ligados aos normativos e que têm a função Pág. 7 de 78 de supervisionar as operações realizadas por todo o SFN, verificando se estão sendo realizadas conforme regras estabelecidas. Observe a Figura 1: Figura 1 – Formação do Sistema Financeiro Nacional CMN BCB CVM SUSEP PREVIC CNSP CNPC Subsistema normativo Fonte: Adaptada de Chiavenato (2005, p. 29). O subsistema normativo é composto por entidades normalizadoras — CMN, CNSP e CNPS — e por entidades supervisoras — BCB, CVM, Susep e Previc. No subsistema normativo, existem ainda algumas instituições que executam atividades específicas para o funcionamento do SFN e por isto são consideradas como agentes especiais: o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). O Banco do Brasil, além de outras operações como um banco múltiplo, é ainda o responsável pela compensação dos cheques e outros papéis. A Caixa Econômica Federal também exerce a atividade de banco múltiplo e ainda é responsável por executar alguns programas do governo federal, tais como Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família, além de administrar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O Banco Nacional de Desenvolvimento é uma instituição responsável por subsidiar projetos que possam promover desenvolvimento socioeconômico. O subsistema operativo é formado por um conjunto de instituições financeiras e não financeiras públicas ou privadas que executam as operações do Sistema Financeiro Nacional. De acordo com Brito (2013), instituições financeiras são instituições que atuam no processo de intermediação financeira, compreendendo diversas modalidades de captação de recursos, operações de crédito, seguros, capitalização etc. Pág. 8 de 78 Para Chiavenato (2005), as instituições financeiras podem ser divididas em instituições bancárias, que funcionam como bancos, e não bancárias — aquelas que prestam algum tipo de serviço financeiro. Bancos são instituições que operam com recursos financeiros, seja captando ou aplicando dinheiro, seja emprestando dinheiro ou crédito. Os bancos são classificados como empresas prestadoras de serviços. (CHIAVENATO, 2005, p. 28) Dessa forma, a composição do subsistema operativo é formada por um conjunto de instituições bancárias e não bancárias conforme apresentado na Figura a seguir: Figura 2 – Subsistema operativo do Sistema Financeiro Nacional CMN BCB CVM SUSEP PREVIC CNSP CNPC Subsistema normativo Fonte: Adaptada de Chiavenato (2005, p. 29). Instituições públicas são aquelas que foram constituídas com capital público (do governo), e instituições privadas são as formadas com capital de particulares, pessoas físicas ou jurídicas. Dessa forma, existem instituições bancárias públicas, como a Caixa Econômica Federal, e instituições públicas privadas, como Itaú, Bradesco etc. SAIBA MAIS Para conhecer um pouco mais sobre a formação do Sistema Financeiro Nacional, acesse: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/composicaosfn (BACEN, 2019). https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/composicaosfn Pág. 9 de 78 1.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES BANCÁRIAS De acordo com o Bacen (2019), o Sistema Financeiro Nacional está estruturado com base em dois segmentos: de um lado estão as instituições bancárias e, de outro, as instituições que atuam em outras áreas do mercado financeiro. As instituições bancárias são compreendidas como um conjunto formado por: • bancos comerciais; • bancos múltiplos; • Caixa Econômica; • cooperativas de crédito. As instituições que atuam em outras áreas do mercado financeiro são: • bancos de desenvolvimento; • bancos de investimentos; • sociedades de crédito, financiamento e investimentos; • sociedades de arrendamento mercantil; • sociedades de crédito imobiliário; • associações de empréstimos; • sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; • corretoras e outras. Conforme definição do Bacen (2019), banco é uma instituição financeira especializada em intermediar o dinheiro entre poupadores e aqueles que precisam de empréstimos, tendo ainda a responsabilidade de custodiar (guardar) o dinheiro e oferecer serviços financeiros, tais como investimentos, empréstimos e outros. Figura 3 – Principais tipos de bancos Bancos Comerciais Bancos Múltiplos Bancos deDesenvolvimento Bancos de Investimentos Fonte: Deduca (2020). Pág. 10 de 78 Cada instituição bancária tem uma atuação diferente, cumprindo papel determinado na estrutura no sistema financeiro: • Bancos comerciais: responsáveis por realizar a intermediação financeira, ou seja, captar recursos por meio de depósitos à vista e a prazo fixo, descontar títulos, obter capitais externos para repasses, entre outras atividades, e realizar empréstimos para, dessa forma, promover a circulação do dinheiro entre investidores e tomadores de recursos. De acordo com Fortuna (2002), os bancos comerciais têm o objetivo de proporcionar os recursos necessários para financiar as atividades do comércio, da indústria, das empresas prestadoras de serviços e das pessoas físicas. • Bancos de investimentos: captam recursos por meio de depósitos a prazo e realizam empréstimos de capital de giro ou capital fixo, sendo que os bancos de investimento e os bancos de desenvolvimento não realizam a abertura de conta-corrente, conta poupança ou conta salário. • Bancos de desenvolvimento: captam recursos de depósito a prazo, repasse de recursos públicos e fundos de investimentos, e fornecem financiamento de projetos para a promoção do desenvolvimento econômico e social em médio e longo prazos. No Brasil, o BNDES é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, constituído como empresapública, que tem o papel de apoiar a realização de investimentos em todos os segmentos da economia por meio da oferta de recursos de longo prazo, com linhas de financiamentos adequadas para tal fim. • Bancos múltiplos: são aqueles que exercem as atividades dos bancos comerciais e acumulam também as funções de outras carteiras, tais como bancos de investimentos ou câmbio. Eles representam a constituição em uma única instituição ou razão social de várias instituições, operando conjuntamente (CHIAVENATO, 2005, p. 32). ACONTECEU A Resolução n. 1.524/88, do Banco Central do Brasil, regulamentou as atividades dos bancos múltiplos, permitindo que empresas de um mesmo grupo fossem constituídas como uma única instituição financeira, mantendo as funções de cada instituição realizadas separadamente, mas apresentando suas informações contábeis em conjunto (BRASIL, 1988). Para que um banco possa ser considerado múltiplo, deve, obrigatoriamente, apresentar pelo menos duas carteiras, sendo uma delas comercial e outra de investimentos. Pág. 11 de 78 1.2 SEGMENTAÇÃO BANCÁRIA Para melhor organizar a segmentação bancária e garantir transparência às atividades executadas no setor bancário, o Banco Central do Brasil apresentou a Resolução n. 4.553, em 30 de janeiro de 2017, que aborda a segmentação bancária, e, de acordo com ela, os bancos passaram a ser dispostos em cinco segmentos, denominados de S1 a S5: Figura 4 – Segmentação bancária, de acordo com a resolução do Bacen S1 Bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de câmbio e Caixas Econômicas, que tenham porte igual ou superior a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ou exerçam atividade internacional relevante, independente do porte. S2 Bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de câmbio e Caixas Econômicas, com porte inferior a 10% e igual ou superior a 1% do PIB S3 Composto por instituições de porte inferior a 1% e igual ou superior a 0,1% do PIB. S4 Instituições que possuam porte inferior a 0,1% do PIB. S5 Instituições com porte inferior a 0,1% do PIB e que adotam metodologia simplificada para apuração dos requerimentos mínimos de Patrimônio de Referência. Fonte: Adaptado da Resolução n. 4.553 (BACEN, 2017). EXPLORE MAIS Conheça mais sobre a segmentação bancária acessando: https://www.bcb. gov.br/estabilidadefinanceira/regprudencialsegmentacao e veja as instituições que fazem parte de cada segmento. A segmentação representa a divisão ou separação de algo em partes para que possam ser mais facilmente administradas ou até mesmo compreendidas. No ambiente empresarial, as áreas ou atividades são segmentadas para que sejam desenvolvidas estratégias específicas de atuação para cada segmento, de acordo com suas características, condições e preferências. https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/regprudencialsegmentacao https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/regprudencialsegmentacao Pág. 12 de 78 Os principais tipos de segmentação são apresentados na Figura 5, observe: Figura 5 – Tipos de segmentação Segmentação demográfica Segmentação psicográfica Segmentação por uso Segmentação por benefício Fonte: Chiavenato (2005, p. 45). A segmentação demográfica está baseada em características do segmento de atuação, tais como idade, sexo, renda, classe social, nível educacional, ocupação etc.; a segmentação psicográfica consiste em agrupar os clientes/consumidores de acordo com estilo de vida, valores, atitudes, entre outras especificidades; já a segmentação por uso consiste em classificar os clientes conforme o nível de utilização do produto ou serviço; e a segmentação por benefício agrupa os clientes em consonância com os benefícios que eles buscam em produtos ou serviços. A segmentação é um processo utilizado por muitas empresas, sendo visto como uma estratégia para aprimorar as atividades desenvolvidas, por permitir que a empresa conheça melhor as características de seu público-alvo e possa desenvolver produtos e serviços adequados aos interesses dele. Para o setor bancário, a segmentação também é importante, pois permite que os bancos tenham maior agilidade e versatilidade para executar suas atividades. De acordo com Chiavenato (2005), os bancos podem ser segmentados de duas maneiras: quanto à clientela e quanto ao território. Quanto à clientela, os bancos podem ser classificados em bancos de atacado e bancos de varejo; já, quanto ao território, podem ser separados entre bancos nacionais ou regionais. A Figura 6 retrata esse tipo de segmentação, observe: Figura 6 – Classificação dos bancos Bancos Quanto à Clientela Quanto ao Território Bancos de atacado Bancos de Varejo Bancos Nacionais Bancos Regionais Fonte: Chiavenato (2005, p. 32). Pág. 13 de 78 Se o banco dirigir seus negócios ao atendimento de poucos clientes, mas com elevados valores, será um banco de atacado. Caso direcione suas atividades ao público em geral, negociando qualquer valor, será considerado um banco de varejo. Quando a atuação do banco se estender por todo o território do país, mantendo rede de agências em todas as unidades da federação, será considerado banco nacional, assim como será considerado banco regional se mantiver sua atuação em diversas regiões do país, porém concentrando 90% de suas atividades em três estados principais. Os bancos utilizam o conceito de segmentação para classificar os clientes e, a partir daí, direcionar as estratégias de atendimento e a oferta de produtos e serviços. A segmentação bancária em torno da carteira de clientes ou consumidores é realizada por alguns bancos utilizando caraterísticas específicas tanto de seus clientes como de potenciais usuários. Na prática, os bancos separam os clientes entre pessoas físicas ou jurídicas para então estabelecer critérios para classificação. 1.3 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Canais de distribuição representam os meios escolhidos por uma organização para atender seus clientes ou para apresentar e entregar seus produtos e serviços a seu público. O canal de distribuição deve estar adequado ao ramo de atividade da empresa, assim como ao tipo de produto ou serviço ofertado. Com as expansões das atividades e segmentações do mercado bancário, as instituições passaram a ter a necessidade de utilizar outros canais de distribuição, adaptando-se às oportunidades do mercado e às necessidades de seus clientes e usuários. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) dispõe sobre a distribuição dos bancos, de acordo com seus canais de atendimento, classificando-os em três canais: digitais, telefônicos e presenciais. A Figura 7 sintetiza essa distribuição, acompanhe: Pág. 14 de 78 Figura 7 – Principais canais dos bancos • Internet banking • Apps bancários • Redes sociais • Caixas eletrônicos. Canais Digitais • Centrais de atendimento • Serviço de atendimento ao consumidor – SAC • Ouvidorias Canais telefônicos • Agências • Correspondentes bancários Canais presenciais Fonte: Adaptado de Febraban (2017). Os canais digitais permitem que clientes e usuários tenham acesso a informações, produtos e serviços bancários, além da realização de investimentos e operações de empréstimos. Da mesma forma, os canais telefônicos permitem que o cliente acesse produtos, serviços e realize transações, mas possa também obter informações e registrar elogios, insatisfações ou mesmo dar sugestões sobre o banco e suas atividades. Nos canais presenciais, os clientes também acessam serviços, realizam transações e podem conversar com funcionários e prestadores de serviços a respeito de suas necessidades. EXPLORE MAIS A cartilha sobre canais de atendimento da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) está disponível em https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/ documentos/PDF/Cartilha%20Canais%20de%20Atendimento_31_10_17.pdf. Acesse e amplie seus conhecimentos. 1.4 PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS Ao longo do desenvolvimento de suas atividades,os bancos passaram a exercer um papel importante na economia, oferecendo a seus clientes e usuários uma série de produtos e serviços, e, para tanto, cobram tarifas, que são fonte de receita para eles e cujas cobranças são fiscalizadas pelo Banco Central, que monitora o valor cobrado pelas casas bancárias sobre cada tipo de serviço. https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/Cartilha%20Canais%20de%20Atendimento_31_10_17.pdf https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/Cartilha%20Canais%20de%20Atendimento_31_10_17.pdf Pág. 15 de 78 DICAS DO PROFESSOR Sempre que for utilizar um serviço ou adquirir um produto bancário, é importante pesquisar em diferentes bancos a fim de conhecer bem o que está adquirindo, assim como comparar as tarifas cobradas por eles. Acesse o site do Banco Central e pesquise. Em um mercado regido pela concorrência, os clientes e também aqueles que utilizam os serviços ou que adquirem produtos bancários podem pesquisar os valores cobrados por cada banco por meio de informações fornecidas pelo Banco Central, que divulga o custo ao cliente de cada tipo de transação. O serviço mais comum utilizado por pessoas físicas e jurídicas são as contas, em geral oferecidas aos clientes em três modalidades principais, conforme a Figura 8: Figura 8 – Tipos de conta Conta corrente Conta salário Conta poupança Fonte: Deduca (2020). Vamos conhecer um pouco sobre as características de cada uma delas. • Conta-corrente: modalidade destinada à movimentação de recursos financeiros que permite depósito de valores, em espécie e em cheque, transferência de capital nos canais de atendimento escolhidos, operações de crédito e de investimentos, aquisição de produtos e outros serviços. Em geral, a movimentação de recursos pelo cliente em sua conta-corrente é realizada por meio de cartão de débito, cheques ou biometria (considerando a tecnologia oferecida pelo banco). • Conta poupança: destinada a efetuar investimento de recursos, com recebimento de juros correspondentes ao valor depositado após 30 dias — para resgates em períodos inferiores, não há pagamento de juros. A movimentação nesse tipo de conta também pode ser efetuada por cartão de débito ou sistema biométrico. Nessa modalidade de conta, é possível receber e realizar transferências de recursos para o mesmo banco ou para outras instituições, mas não é possível a emissão de cheques. Pág. 16 de 78 • Conta salário: esta modalidade de conta foi criada em 2006 com a finalidade específica de recebimento de salários pelos funcionários de empresas públicas e privadas. Ela destina-se ao pagamento, pela empresa contratante, de valores correspondentes à remuneração dos trabalhadores. O titular de uma conta salário somente pode ser uma pessoa física, que terá direito a retirar os valores por meio de cartão de débito ou cadastramento biométrico. Nessa modalidade de conta, os valores somente podem ser creditados pela empresa cadastrada como empregadora, conforme convênio firmado com o banco. Também não se permitem a emissão de cheques e a aquisição de produtos ou serviços bancários por meio dela. Em geral, as instituições bancárias cobram tarifas para manter as contas-correntes abertas de acordo com a negociação efetuada com o cliente. Já para as contas poupanças não há incidência de tarifas mensais, mas pode haver cobrança de tarifas pelos serviços utilizados. Para as contas salários, os bancos não cobram tarifas do titular da conta devido à existência de legislação específica para essa modalidade de conta. Outros serviços oferecidos pelos bancos envolvem: • cartão de débito: cartão plástico associado à conta, por meio de senha e dispositivo de segurança, que permite a movimentação de recursos da conta utilizando caixas da agência e eletrônico, correspondente bancário ou rede de lojas conveniadas; • cartão de crédito: cartão plástico que permite a aquisição de bens, produtos e serviços em estabelecimentos credenciados com pagamento das compras em data futura. É possível também a realização de saques de valores nos caixas eletrônicos da rede credenciada pelo banco para tal fim. Os pagamentos das compras efetuadas ocorrem após período acordado com o banco, geralmente de 30 dias, por meio de débito dos valores em conta- corrente ou por emissão de fatura a ser paga no sistema bancário. Cartões de débito e cartões de crédito são também chamados de dinheiro de plástico e representam boa parte dos recursos financeiros movimentados no sistema, uma vez que facilitam a realização das transações. Os cartões de débito estão diretamente associados à existência de conta- corrente, poupança ou conta salário, e, para sua emissão, pode haver cobrança de tarifas pelos bancos. Os cartões de crédito nem sempre estão associados a algum tipo de conta, mas também pode ser realizada cobrança de tarifa para emissão e para utilização dessa modalidade de cartão; • extratos: relatórios que refletem a movimentação ocorrida na conta em determinado intervalo de tempo, podem ser emitidos em quaisquer modalidades de contas e retirados nos canais de atendimento do banco escolhido, tais como caixa eletrônico, internet, aplicativos etc.; • transferência de valores: é possível realizar a transferência de valores para outras contas, do mesmo titular ou de titularidade diferente, o que facilita a movimentação dos recursos Pág. 17 de 78 financeiros e reduz o risco de transitar fisicamente com valores, se for o caso. É possível também realizar a transferência de valores entre contas de diferentes instituições bancárias — nesse caso, a transferência é denominada DOC ou TED; • pagamentos e recebimentos: o pagamento ou recebimento de boletos bancários, tributos e tarifas públicas, tais como contas de água, luz, telefone, gás ou impostos como IPTU, IPVA, ICMS, pode ser realizado pelos clientes/usuários nos bancos. Para a prestação desse tipo de serviço, os bancos firmam convênios com órgãos públicos e empresas privadas, realizando o recebimento dos valores e repassando os recursos conforme contrato. Para facilitar a realização dos pagamentos, os bancos também oferecem a clientes o serviço de débito automático; • débito automático: nesta modalidade de serviço/produto, o cliente previamente cadastra a empresa, por meio de código fornecido pela operadora, para efetuar pagamento em sua conta, e, na data do vencimento do título, o valor é então debitado pelo banco na conta indicada pelo cliente e repassado à empresa conveniada. 1.5 PRODUTOS PASSIVOS Os produtos bancários passivos representam as operações realizadas pelos bancos para a captação de recursos, por isso são também chamados de produtos de captação. Os principais produtos passivos são CDBs, RDBs, poupanças e letras. Vamos conhecê-los. • CDB (Certificado de Depósito Bancário): nesta modalidade de operação, o cliente adquire certificado de depósito do banco em que está alocando seus recursos. Esse produto é também chamado de depósito a prazo, nos casos em que os valores têm uma data definida para resgate. Ao adquirir um CDB, o cliente negocia com o banco o prazo em que o valor será aplicado, e a instituição financeira paga ao cliente rentabilidade sobre o valor aplicado. • LCI (Letras de Crédito Imobiliário): as LCIs foram criadas pela medida provisória n. 2.223, em setembro de 2001, regulamentadas pela Lei n. 10.931/2004 e pela circular do Bacen n. 3.614/2012. Funcionam como instrumento utilizado pelos bancos para captação de recursos para os financiamentos imobiliários. A LCI é um título de dívida, considerado título de renda fixa, emitido por uma instituição financeira e comercializada a seus clientes. • LCA (Letras de Crédito do Agronegócio): as LCAs são similares às LCIs, porém possuem lastro em operações de crédito rural ou atividades ligadas ao comércio, à industrialização ou ao beneficiamento de produtos agropecuários. • Poupança: nesta modalidade, o cliente efetua a abertura de uma conta poupança e depositaseus recursos financeiros, que serão utilizados pelas instituições bancárias para Pág. 18 de 78 a intermediação financeira, mas que poderão ser retirados pelo detentor da conta a qualquer momento. Nos casos em que os recursos permanecem no banco por prazo superior a 30 dias, o valor é remunerado com base na taxa Selic e na TR vigentes. 1.6 PRODUTOS ATIVOS Os produtos ativos também são bastante diversificados, ou melhor, os bancos oferecem uma grande variedade de produtos ativos ao mercado, buscando satisfazer diferentes necessidades, tanto de pessoas físicas como jurídicas, clientes ou não clientes. Para pessoas físicas, as modalidades mais conhecidas são cheque especial, empréstimos e financiamentos. • Cheque especial: refere-se a determinado montante de recursos disponibilizado pelo banco aos clientes mediante análise de crédito e contrato. Sobre os valores utilizados, o cliente paga ao banco juros estabelecidos em contrato. • Empréstimos: neste tipo de produto, o cliente solicita à casa bancária que seja disponibilizado determinado valor, do qual efetuará o pagamento em parcelas, que podem ser mensais, trimestrais ou outras, conforme negociação entre o cliente e o banco. A instituição, após a realização de análise, elabora contrato a ser assinado pelo cliente e pelo banco para, cumpridas as exigências contratuais, disponibilizar o valor ao cliente em conta-corrente, o qual então fica responsável por devolver ao banco os valores recebidos conforme cláusulas contratuais. • Financiamentos: referem-se às linhas de crédito oferecidas pelos bancos aos correntistas e não correntistas para aquisição de bens, veículos, imóveis e outros itens. Para pessoas jurídicas, ou seja, empresas, os principais produtos ativos são conta garantida, desconto de títulos, antecipação de recebíveis e financiamentos. • Conta garantida: similares ao cheque especial, as contas garantidas referem-se a valores disponibilizados na conta-corrente das empresas, que podem ser utilizados por elas para pagamentos, compensação de cheques e outros. A empresa contratante paga ao banco juros sobre valores utilizados, conforme condições contratuais. Nessa modalidade de operação, a empresa disponibiliza para a instituição financeira algum tipo de ativo como garantia da conta, como aplicação financeira, máquinas, imóveis etc. • Desconto de títulos: por meio do sistema bancário, as empresas podem registrar suas vendas emitindo boletos de cobrança que serão encaminhados a seus devedores e pagos na rede bancária. Ao registrar os títulos em um banco, a empresa tem os valores correspondentes Pág. 19 de 78 creditados em conta a partir do momento em que o devedor efetua o pagamento. Em geral, a empresa realiza o registro dos boletos antes do vencimento e, caso necessite receber os respectivos valores antes da data prevista, poderá pedir ao banco a antecipação dos valores registrados. Nesta operação, o banco antecipa à empresa emitente o valor correspondente aos boletos registrados mediante cobrança antecipada dos juros sobre os valores dos boletos, daí a denominação desconto de títulos. Quando o sacado do boleto efetua o pagamento, o crédito passa a ser de direito do banco, que liquidará a operação. • Antecipação dos recebíveis: bastante similar ao desconto de títulos, a antecipação também se refere a operações em que o banco antecipa para as empresas os valores que receberiam em data futura. A principal modalidade de antecipação de recebíveis é realizada sobre vendas com cartões de crédito. Nesta operação, a empresa vende a seus clientes com recebimento em data futura por meio de crédito proveniente do pagamento com cartões, e o banco antecipa à empresa os valores a serem recebidos das operadoras de cartão. Pág. 20 de 78 CONCLUSÃO Você conheceu nesta unidade as formas de identificação de produtos e serviços prestados pelos bancos. A partir do estudo aqui realizado podemos compreender de melhor forma os serviços que atendem a cada interesse individual ou empresarial. A estrutura e a organização bancária deve ser conhecida para um melhor aproveitamento das operações que podem ser realizadas. As operações bancárias estão cada vez mais próximas do nosso cotidiano e se torna de suma importância conhecer as estratégias e os caminhos que devem ser traçados no uso das ferramentas que temos disponíveis. Pág. 21 de 78 UNIDADE 2 - INVESTIMENTOS E SERVIÇOS EM FINANÇAS BANCÁRIAS INTRODUÇÃO Os fundos de investimentos são considerados como uma oportunidade atrativa para muitos investidores aplicarem seus recursos, por isso, nesta unidade, abordaremos seus principais aspectos e gestão. Em geral, os bancos desenvolvem um papel importante para a economia e para o desenvolvimento da sociedade brasileira, visto que suas atividades fazem parte do setor terciário e são responsáveis por gerar um grande número de empregos, atendendo a diferentes interesses de pessoas físicas e jurídicas. Mas você já é capaz de identificar quais são as principais atividades de um banco? Nesta unidade, convidamos você a inteirar-se sobre o processo de intermediação financeira realizada nas casas bancárias e compreender o conceito de spread, a formação de resultados dos bancos e outros aspectos ligados aos serviços bancários. Vamos conhecer, aprender e desenvolver novos conhecimentos. 2. GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS Fundos de investimentos são uma forma de aplicar recursos financeiros na expectativa de obter retorno, caracterizados como uma modalidade de investimento ofertada pelo sistema bancário a seus correntistas e também por bancos de investimentos. De uma forma prática, o fundo de investimentos constitui-se como um instrumento utilizado por pessoas físicas e jurídicas para guardar os recursos excedentes, podendo ser realizado em curto, médio ou longo prazo, de acordo com as características de cada tipo de fundo, as condições oferecidas pela instituição e as necessidades do investidor. Mas você já sabe o que é um fundo de investimento? Pág. 22 de 78 Pois bem, é uma modalidade de aplicação financeira em que o investidor aplica seu dinheiro em diversos tipos de ativos financeiros. CURIOSIDADES O termo “ativo” representa um conjunto de bens e direitos da pessoa física ou jurídica que podem ser convertidos em dinheiro, conforme condições estabelecidas. Assim, ativo financeiro é a expressão utilizada para designar a posse e/ou os direitos sobre algum tipo de papel negociável no mercado financeiro, tais como certificados de depósito bancário (CDB), ações e outros. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um fundo de investimentos é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros. Você pode estar se perguntando: comunhão de recursos? Condomínio? O que isso significa? A expressão “comunhão de recursos” significa dizer que em um fundo podem existir diversos investidores, também denominados cotistas, em que cada um deles possui uma determinada parte do investimento, uma cota. Já a palavra “condomínio” representa o proprietário de um determinado bem por mais de uma pessoa (física ou jurídica) simultaneamente. Nesse caso, cada um dos proprietários é chamado de condômino, assumindo direitos e obrigações em relação ao condomínio formado. Assim, um fundo de investimento é formado de forma análoga a um condomínio, pois ao mesmo tempo em que os cotistas detêm a posse dos ativos financeiros, também assumem, de forma conjunta, direitos e obrigações. No dia a dia, o termo condomínio é bastante utilizado para designar a utilização de determinado espaço físico, por exemplo, um conjunto de casas ou prédios comerciais e residenciais, cuja posse é fracionada para mais de uma pessoa, e os proprietários assumem as despesas e os riscos sobre o bem compartilhado. Pág. 23 de 78 Do ponto de vista legal, esse condomínio de investidores que designamos como fundo de investimentosprecisa ser formalmente constituído como pessoa jurídica, sendo inscrito no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). A formação de um fundo de investimentos segue as diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por meio da Instrução Normativa n. 555/14 (BRASIL, 2014). EXPLORE MAIS Para saber mais sobre a Instrução da CVM a respeito de fundos de investimentos, acesse: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/ instrucoes/anexos/500/inst555consolid.pdf. Além disso, cada fundo de investimentos possui um regulamento próprio, no qual estão descritas todas as suas regras de funcionamento, tais como em que os recursos serão investidos, em quais tipos de ativos, os riscos existentes na operação, as despesas geradas pelo fundo, como as receitas serão computadas, a tributação envolvida e demais aspectos do investimento. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), os fundos de investimentos têm o objetivo de captar e investir recursos no mercado financeiro, transformando-se em uma forma de investimento coletivo. Os fundos podem ser separados em fundos de investimentos (FI) e fundos de investimentos em cotas (FIC), conforme demonstrado na Figura 1: Figura 1 – Separação dos fundos de investimentos Os recursos são aplicados diretamente em ativos disponíveis no mercado financeiro, tais como ações, títulos públicos etc. Fundos de Investimentos - FI Os recursos são aplicados na aquisição de cotas de outros fundos de investimentos (FI). Fundos de Investimentos em Cotas - FIC Fonte: Elaborada pela autora (2020). http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/500/inst555consolid.pdf http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/500/inst555consolid.pdf Pág. 24 de 78 Ao aplicar os recursos financeiros (dinheiro) em um fundo de investimentos, o investidor está adquirindo uma quantidade de cotas do fundo escolhido. Em geral, quando uma pessoa, física ou jurídica, decide comprar uma casa, escritório, terreno, apartamento etc. em um condomínio, é importante analisar possíveis regras, acordos ou estatutos existentes, visando evitar surpresas futuras. Por isso, em geral, o condômino busca informar-se sobre valor do condomínio, data de pagamento, formas de reajuste, assim como os demais direitos e deveres. Da mesma forma, quando se realiza um investimento em fundos, também é imprescindível ter bastante claros alguns aspectos principais sobre o produto financeiro escolhido, tais como os apresentados na Figura 2. Figura 2 – Principais aspectos dos fundos de investimentos Aplicação mínima Taxa de administração Prazo de resgate Fonte: Elaborada pela autora (2020). • A taxa de administração corresponde ao valor cobrado pela instituição financeira para cuidar do fundo de investimento. • A aplicação mínima refere-se ao menor valor possível de ser aplicado no fundo de investimentos. • O prazo de resgate é o período mínimo em que o dinheiro investido precisa permanecer no fundo. Para exemplificar, imagine que Elizabete possua em sua conta-corrente, no Banco América do Norte, o valor de R$ 10.000,00 e não pretenda fazer uso desse montante por um prazo de sete meses. Ela, então, foi ao banco e conversou com seu gerente de conta, Valério, que sugeriu à cliente que aplicasse seus recursos no fundo de investimentos Platina, explicando que: • o valor mínimo de aplicação é R$ 8.000,00; • o prazo para resgate é de, no mínimo, 30 dias; • o banco cobra taxa de administração de 1,5% ao mês sobre o rendimento. Pág. 25 de 78 Nesse caso , Elizabete poderá fazer a aplicação, pois o valor mínimo de aplicação está dentro do montante que ela possui, o prazo está adequado, uma vez que ela poderá resgatar o dinheiro, se precisar, em 30 dias, e ela já sabe a taxa de administração que será cobrada sobre o valor que o investimento render. Mas, além desses fatores, é preciso observar ainda que os fundos de investimentos podem ser classificados em abertos e fechados. Fundos abertos são aqueles que podem receber novas aplicações e resgates a qualquer momento. Assim, o investidor pode retirar o valor aplicado e aumentar ou diminuir o investimento a qualquer momento. Nesse tipo de fundo, não há uma data de vencimento da aplicação, e, então, o investidor não precisa renová-la. Fundos fechados possuem data estipulada para a realização das aplicações e dos resgates. Esse tipo de fundo recebe captação de recursos por um tempo determinado, e, após o encerramento desse período, não é mais possível realizar novas aplicações ou aumentar os valores já aplicados. Além disso, os resgates dos valores aplicados só podem ser feitos em data determinada, na maioria das vezes, no encerramento do fundo. DICA DO PROFESSOR Caso queira saber se um fundo de investimentos está devidamente registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acesse e consulte o site: http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/fundos/consultas/fundos.html. Independentemente da classificação ou do tipo de investimento, a abertura de um fundo por uma instituição bancária requer sua adequação às instruções da CVM e o devido registro no referido órgão. A partir daí, o fundo será constituído, terá registrado seu CNPJ, e as cotas serão calculadas e negociadas. Para gerir um fundo de investimentos, existem diferentes responsáveis, cada um deles com funções específicas, conforme a Figura 3: http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/fundos/consultas/fundos.html Pág. 26 de 78 Figura 3 – Responsáveis pelo fundo de investimentos Instituição que constitui o fundo e aprova o seu regulamento. Administrador Responsável pelos investimentos realizados no fundo. Gestor Fonte: Adaptada de investidor.gov.br. O administrador é o principal responsável pelo funcionamento do fundo de investimentos, deve ser uma pessoa jurídica, devidamente registrada na CVM, e tem ainda outras responsabilidades, tais como: • calcular e acompanhar o valor das cotas; • divulgar informações sobre o fundo aos investidores; • acompanhar a variação do valor dos ativos relacionados ao investimento; • divulgar a composição da carteira de investimentos escolhida pela gestão. O gestor de um fundo de investimentos tem a responsabilidade de compor a carteira, ou seja, estudar o mercado e escolher em que os recursos dos cotistas serão aplicados, determinando quais os papéis que serão adquiridos para compor o patrimônio do fundo de investimentos. Ele define, ainda, a estratégia que será utilizada pelo fundo de investimentos, determinando não somente os ativos que irão compor a carteira, como também o momento em que a compra ou a venda de tais papéis será realizada. Para isso, estuda criteriosamente o mercado, buscando sempre encontrar as melhores oportunidades. 2.1 ASPECTOS ECONÔMICOS ASSOCIADOS AO SETOR DE SERVIÇOS A economia é considerada uma ciência social que investiga a produção, a distribuição e o consumo de diversos tipos de bens e serviços por toda a sociedade. No Brasil, a economia pode ser segmentada em três setores principais: primário, secundário e terciário (ou terceiro setor). Para conhecermos a importância de cada um desses setores, observe a Figura 4: Pág. 27 de 78 Figura 4 – Setores da economia • Agricultura • Pecuária • Mineração • Extração vegetal • Pesca • Outros Primário • Transformação • Produção • Industrialização Secundário • Comércio • Prestação de serviços Terciário Fonte: Elaborada pela autora (2020). O setor primário é onde estão concentradas as atividades ligadas aos recursos naturais, incluindo plantio, colheita e extração. No setor secundário, ocorre a transformação das matérias-primas em produtos acabados, encaminhados ao consumo. No setor terciário, os produtos são negociados e/ ou os serviços ofertados, concluindo o ciclo econômico, representado na Figura 5: Figura 5 – Ciclo econômico Primário Secundário Terciário Fonte: Elaborada pelaautora (2020). Dessa forma, os produtos e serviços bancários são comercializados no setor terciário, pois os bancos integram esse segmento. 2.2 PARTICULARIDADES DA QUALIDADE EM SERVIÇOS O setor de serviços ocupa parcela significativa do produto interno bruto (PIB) no Brasil, pois nesse setor incluem-se as atividades de comércio, turismo, educação, hospitais, bancos e outros. Empresas prestadoras de serviços objetivam atender plenamente a necessidades de seus consumidores. Pág. 28 de 78 De acordo com Churchill e Peter (2000), os serviços têm como características principais a intangibilidade, a perecibilidade e a heterogeneidade. Para melhor compreender cada uma dessa características, veja a Figura 6: Figura 6 – Características dos serviços Não podem ser tocados, provados, cheirados ou vistos antes de sua realização. Intangibilidade Geralmente consumi- dos ao mesmo tempo em que são produzidos. Simultaneidade Não podem ser estocados. Perecibilidade São proporcionados por empregados e utilizados por consu- midores que não se comportam de forma padronizada. Heterogeneidade Fonte: Elaborada pela autora (2020). Empresas que atuam no setor de serviços, como os bancos, buscam alcançar a qualidade nos serviços prestados. Zeithaml et al. (2014) afirmam que para tanto é necessário atender às expectativas dos clientes ou excedê-las, considerando que tais expectativas podem ser influenciadas por diferentes fatores, como: informações obtidas com outros clientes, necessidades individuais, percepção baseada em experiências anteriores etc. A qualidade de serviços apresenta diferentes dimensões. Observe o Quadro 1, a seguir, e conheça essas dimensões. Quadro 1 – As dimensões da qualidade em serviço Dimensão Definição Elementos tangíveis Aparência de instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação. Confiabilidade Capacidade de realizar o serviço prometido de forma confiável e correta. Responsividade Disposição de ajudar o cliente e prestar o serviço sem demora. Competência Posse de habilidades e conhecimentos necessários para a realização do serviço. Cortesia Educação, respeito, consideração e cordialidade do pessoal de contato. Credibilidade Idoneidade, fidedignidade e honestidade do prestador de serviços. Pág. 29 de 78 Garantia Ausência de perigos, riscos ou dúvidas. Acessibilidade Disponibilidade e facilidade de contato. Comunicação Atenção aos clientes, mantendo-os informados, com uma linguagem que eles possam entender, além de ouvir o que eles têm a dizer. Entendimento do cliente Esforço para conhecer os clientes e suas necessidades. Fonte: Adaptado de Zeithaml (2014, p. 142). 2.2.1 Atividades de apoio à confiabilidade de serviços Os serviços são considerados intangíveis, dessa forma, um cliente passa a ter contato com o serviço ofertado por uma empresa na medida em que ele é realizado, como, os serviços de atendimento em um hospital, consultoria financeira realizada por uma instituição e outros. A intangibilidade significa que o cliente só pode avaliar o serviço enquanto ou após ele é prestado, o que pode representar maior ou menor grau de confiança. Em geral, quando um cliente compra um serviço, é possível afirmar que ele vivenciará uma experiência e que espera obter algum tipo de benefício, alguma vantagem percebida por ele, quando do consumo do serviço adquirido. Existem três aspectos principais nas atividades que apoiam a execução dos serviços: • atendimento ao cliente ou consumidor – refere-se à execução do serviço propriamente dito. As atividades previstas devem ser realizadas, conforme especificações do serviço contratado, utilizando recursos adequados e cumprindo prazos ou horários previamente combinados, de forma a se executarem todas as condições relativas à realização do serviço; • qualidade do serviço prestado – a qualidade é uma avaliação bastante subjetiva, pois aquilo que é de boa qualidade para uma pessoa não necessariamente é considerado da mesma forma por outra. Por essa razão, as empresas preocupam-se em executar os serviços de acordo com o que foi apresentado ao cliente, buscando sempre atender às necessidades e aos anseios do consumidor em relação ao serviço escolhido; • confiança – corresponde ao grau de credibilidade que o cliente adquire em relação ao serviço oferecido e realizado. Em geral, os clientes comparam as especificações do serviço ofertado com aquilo que realmente foi entregue ou realizado, e, dessa forma, quanto maior Pág. 30 de 78 for a aderência entre oferta e concretização, maior será o grau de confiabilidade que o cliente terá em relação ao serviço e também à pessoa (física ou jurídica) que o oferta. Os bancos, por atuarem no setor de serviços, precisam estar sempre atentos ao atendimento oferecido, à qualidade do serviço prestado e ao grau de confiança que os clientes e usuários têm em relação às atividades da instituição, pois esses aspectos refletem sua imagem para o mercado. Assim, quanto maior o grau de confiabilidade percebido pelos clientes em relação aos serviços ofertados pelos bancos, maior credibilidade a instituição transmite ao mercado, valorizando sua marca. A confiabilidade é alcançada quando o serviço prestado corresponde exatamente ao que foi contratado, por isso as organizações observam atentamente os 4 Ps dos serviços, ou ainda quatro pontos principais a serem considerados na atividade de prestação de serviços. Vamos conhecê-los observando a Figura 7: Figura 7 – 4 Ps dos serviços Perfil Processos Procedimentos Pessoas Fonte: Elaborada pela autora (2020). O perfil corresponde às características do cliente. Para a oferta e a execução dos serviços, é necessário conhecer quais são as características principais do contratante, suas necessidades e seus anseios em relação ao serviço contratado. Conhecer o perfil do cliente pode facilitar a realização do serviço, adequando a oferta aos interesses dele. Processos referem-se à forma como o serviço é realizado, quais são os profissionais envolvidos, os instrumentos a serem utilizados, os procedimentos realizados, os materiais disponibilizados, entre outros. Procedimento corresponde à concretização do serviço, à execução da atividade propriamente dita. Pessoas representam quais são os profissionais capacitados para a realização dos processos e procedimentos relacionados ao serviço. Pág. 31 de 78 Assim, os 4 Ps dos serviços estão diretamente ligados à execução das atividades que apoiam a realização do serviço contratado. 2.3 ESTRATÉGIAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS O termo “estratégia” origina-se da expressão grega strategia, sendo comumente utilizado para designar as práticas ou os caminhos escolhidos para a realização de uma atividade — neste caso, os serviços. Estratégia pode ser definida como o conjunto de atividades planejadas e escolhidas para o alcance de determinado objetivo. SAIBA MAIS O termo estratégia é bastante utilizado no ambiente corporativo referindo-se às atividades planejadas pela organização para o alcance de um objetivo, porém esse termo possui diversos contextos. Para conhecer mais, acesse: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/estrategia-origem-conceitos- definicoes.htm. Quando uma organização desenvolve a estratégia em prestação de serviços, deve ter em mente alguns critérios importantes, tais como: • ser orientada para a ação; • apresentar informações claras e objetivas; • identificar o benefício a ser oferecido ao cliente; • criar diferenciação para a empresa em relação à concorrência. 2.3.1 Sistemas amigáveis em serviços, pessoal da linha de frente nas organizações de serviços A produção e a venda de determinado tipo de produto possibilitam que a empresa possa antecipadamente avaliar a entrega a ser realizada ao cliente e, se houver necessidade, corrigir falhas existentes, garantindo a qualidade do produto comercializado. https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/estrategia-origem-conceitos-definicoes.htmhttps://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/estrategia-origem-conceitos-definicoes.htm Pág. 32 de 78 Entretanto, devido à característica de simultaneidade da prestação do serviço, não existe a possibilidade de a empresa promover testes antes da concretização da realização do serviço oferecido, e, por essa razão, a ocorrência de algum tipo de falha ou situação não prevista pode ser facilmente percebida pelo cliente, causando insatisfação e podendo gerar impacto à confiabilidade no serviço realizado. Na execução de serviços, há diferentes tipos de pessoal envolvido, pois existem atividades consideradas de retaguarda e atividades de vanguarda. Retaguarda? Vanguarda? O que significa isso? Neste momento, você pode estar se perguntando: qual a diferença entre retaguarda e vanguarda ou onde fica o pessoal de linha de frente? Pois bem, observe a Figura 8 a seguir e acompanhe o exemplo: Figura 8 – Pessoal envolvido na prestação de serviço Corresponde às atividades internas que darão suporte à realização da prestação de serviço ao cliente — também são chamadas de atividades internas ou back office. Corresponde às atividades externas, que serão realizadas junto com o cliente — são conhecidas também como linha de frente.Vanguarda Retaguarda Fonte: Elaborada pela autora (2020). No caso dos bancos, o pessoal e as atividades considerados de retaguarda estão ligados a áreas administrativas ou departamentos que não têm contato direto com o cliente, porém são de grande importância para apoiar a qualidade dos serviços. As atividades de vanguarda compreendem as ações ou os processos realizados para subsidiar a execução dos serviços pelos prestadores que estão na linha de frente, ou, melhor dizendo, em contato direto com o cliente. 2.3.2 Relação com clientes e recuperação de falhas em serviços O relacionamento com os clientes é realizado pelo pessoal de linha de frente, seguindo a estratégia adotada pela organização. Pág. 33 de 78 Para um bom relacionamento com o tomador dos serviços, é imprescindível que a organização conheça as características de seu público-alvo, identificando os melhores canais para relacionar- se com ele. Com os avanços tecnológicos, as organizações deixaram de ter contato apenas presencialmente ou por telefone, e, na atualidade, esse relacionamento acontece de múltiplas formas, incluindo a utilização de canais de atendimento eletrônicos. Os bancos, por exemplo, relacionam-se com seus clientes por meio de plataformas digitais utilizando a internet, as redes sociais, os aplicativos de mensagens instantâneas e outras tecnologias. Em alguns casos, dependendo do ramo de atuação, as centrais de atendimento estão disponíveis até mesmo 24 horas por dia. Como ferramenta estratégica para administrar a relação com os clientes, as instituições podem utilizar um sistema denominado Customer Relationship Management (CRM), ou gestão de relacionamento com clientes, técnica americana que consiste em adequar as estratégias adotadas pela empresa ao perfil de seu público. No CRM, a empresa busca identificar as necessidades, expectativas e características dos clientes, e, a partir de tais informações, ajustar as estratégias delineadas para a oferta de serviços. A segmentação também é um dos mecanismos utilizados para melhor se relacionar com clientes, uma vez que ao agrupar pessoas de características semelhantes é possível conhecer com maior detalhamento suas demandas e necessidades, o que permite às empresas encontrarem o meio de relacionamento mais adequado. A diversificação também é uma consideração do sistema bancário sobre o relacionamento com clientes, buscando encontrar diferentes meios para relacionar-se com eles, utilizando desde ferramentas mais tradicionais, como o atendimento pelo gerente em um agência bancária, até a realização de contatos por videochamadas, a fim de garantir a possibilidade de contato, mesmo em situações em que as pessoas estejam em localidades mais distantes. De acordo com Fortuna (2002), a segmentação do mercado bancário é composta por bancos de negócios, de atacado e de varejo. Vamos conhecer o que cada um realiza observando a Figura 9: Pág. 34 de 78 Figura 9 – Segmentação de atividade bancária Dedicam-se à interme- diação de grandes operações, conheci- das como engenharia financeira. Bancos de negócios Trabalham com poucos e grandes clientes. Bancos de atacado Trabalham com o grande público, muitos clientes, independentemente do tamanho. Bancos de varejo Fonte: Adaptada de Fortuna (2002) A segmentação é utilizada como ponto de partida para o desenho dos produtos e serviços a serem ofertados, a diversificação necessária e os apontamentos que a aplicação do CRM (gerenciamento do relacionamento dos clientes) propicia à instituição. Fortuna (2002) indica, ainda que em alguns casos, que os bancos estão formalmente segmentando sua atuação em três grupos de atendimento específico, exemplificados no quadro a seguir: Quadro 2 – Segmentação de atendimento bancário Atendimento a grandes empresas e, algumas vezes, até mesmo a bancos de menor porte. Corporate Bank Atendimento a clientes pessoas físicas de altissima renda ou elevado patrimônio. Private Bank Atendimento a clientes que sejam pessoas fisicas de alta renda e pequenas e médias empresas. Personal Bank Fonte: Adaptado de Fortuna (2002) A forma como as atividades estão segmentadas influencia diretamente o relacionamento da instituição com o cliente, e vice-versa, impactando a oferta de produtos e serviços customizados ou padronizados conforme o relacionamento estabelecido. Quanto mais uma organização conhece seu cliente, maiores são as possibilidades de alcançar a satisfação nesse relacionamento, ampliando a possibilidade de retenção — que consiste em um conjunto de ações adotadas pelas empresas para evitar a perda do cliente — e fidelização — que acontece quando o consumidor, por estar satisfeito, consome única e exclusivamente produtos e serviços oferecidos por determinada empresa. Pág. 35 de 78 No entanto, nem todo relacionamento atinge a fidelização, principalmente quando ocorrem falhas relacionadas a perfil, processos, procedimentos ou pessoas, ou seja, nos 4 Ps. A incorreta identificação do perfil do cliente pode acarretar, por exemplo, a oferta de um produto ou serviço inadequado, a escolha de processos e procedimentos incapazes de gerar satisfação ao cliente ou, ainda, falhas do pessoal envolvido, considerando pessoas que atuam tanto em áreas de retaguarda como de vanguarda. A recuperação das falhas em serviços consiste na forma com que a instituição lida com situações adversas, adotando ações capazes de responder prontamente às ocorrências. Para Zeithaml e Bitner (2006), se as falhas não forem corrigidas, os clientes poderão deixar a empresa, divulgando a outros clientes suas experiências negativas ou mesmo intervindo em órgãos de defesa do consumidor, relatando as experiências que tiveram. 2.4 DEPÓSITOS, CHEQUES E ORDENS DE PAGAMENTO, CADERNETAS DE POUPANÇA, TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO, CRÉDITO, SERVIÇOS, CARTÕES DE CRÉDITO, PESSOA JURÍDICA, PESSOA FÍSICA, NORMAS DE ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO O relacionamento dos clientes com o banco ocorre de diversas formas, tais como por meio da movimentação de contas-correntes ou poupança, depósitos, emissão de cheques e ordens de pagamento, aquisição de títulos de capitalização, solicitação de crédito, utilização de cartões de crédito e outros. A prestação dos mais variados serviços também se tornou importante alavanca de expansão do sistema financeiro na renda nacional, ajudando a canalizar recursos das mais diversas fontes para os cofres carentes do deficitário setor público (FORTUNA, 2002, p. 129). A Resolução do Banco Central do Brasil (BCB) n. 2.025/1993 regulamenta os critérios aplicados à abertura e à movimentação de uma conta bancária. Essa resolução foi complementada em 1998 por meioda Instrução n. 2.554 e pelas Cartas Circulares do BCB números 3.725/2015, 3.680/2013 e 3.807/2016. Pág. 36 de 78 EXPLORE MAIS Leia na íntegra a Resolução do Banco Central: https://www.bcb.gov.br/ estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=3763. A abertura de uma conta pode ser vista como o momento em que se inicia o relacionamento com o banco, por isso tanto a instituição bancária como o cliente devem atentar para o cumprimento da regulamentação vigente. Para efetuar a abertura de uma conta de depósito, são obrigatórios a completa identificação do(s) depositante(s), o preenchimento de ficha-proposta e a assinatura do(s) depositante(s). O BCB determina, ainda, que a ficha proposta apresente as condições para a manutenção da conta, o fornecimento de talão de cheques, a rescisão do contrato e outros detalhes. As contas de depósito podem ser do tipo corrente ou poupança, sendo que as correntes são aquelas que permitem a movimentação constante e podem ser abertas nas agências ou em postos bancários, e alguns bancos também ofertam meios digitais para a realização dessa operação. A conta-corrente caracteriza-se por permitir depósitos e saques de valores a qualquer tempo, podendo ser aberta para pessoas físicas ou jurídicas, com um ou mais titulares. O correntista pode também, por meio da conta, contratar com o banco produtos e serviços, realizar pagamentos e receber valores via depósitos, transferências ou ordens de pagamento. A conta poupança também permite a realização de saques e depósitos de valores, porém caracteriza-se como uma conta destinada a uma menor movimentação, uma vez que os recursos depositados e que permanecerem em conta por um período mínimo de 30 dias renderão juros ao(s) titular(es) da conta. Depósitos referem-se à entrega de valores ao banco, por pessoas físicas ou jurídicas, para que os recursos sejam creditados em determinada conta-corrente ou poupança especificada pelo depositante. Os depósitos, sejam em espécie (dinheiro) ou em cheques, podem ser realizados pelo(s) titular(es) da conta, mas também por qualquer pessoa à qual sejam fornecidos seus dados para depósito, https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=3763 https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Circular&numero=3763 Pág. 37 de 78 operação esta que pode ser realizada em agências bancárias ou correspondentes credenciados na instituição para tal finalidade. Cheques são um meio de movimentação de recursos entre contas-correntes de pessoas físicas ou jurídicas. Eles correspondem a uma ordem de pagamento à vista, emitida pelo detentor da conta emissora do talão, de acordo com informações descritas pelo titular ao preencher o formulário do cheque e que será cumprida pelo banco quando ocorrer sua apresentação. O banco, então, paga o valor indicado pelo emitente do cheque ao sacado conforme a disponibilidade de recursos em conta ou condições contratuais existentes entre o cliente e a instituição. De uma forma mais simples, podemos entender que o titular da conta é o emitente do cheque, e aquele que deve receber o valor é o sacado do cheque. Tanto o titular como o emitente do cheque podem ser pessoas físicas ou jurídicas, devidamente identificadas no ato da abertura da conta. A conversão dos cheques em dinheiro pode ser realizada diretamente no caixa das agências bancárias, conforme condições estipuladas pelo banco, ou por meio de depósitos efetuados em contas-correntes e poupança. Neste caso, ao receber o depósito em cheque, a instituição encarrega- se de encaminhá-lo para o sistema de compensação. Compensação refere-se à atividade de converter a ordem de pagamento à vista emitida pelo cliente em espécie. Quando a conta de depósito e o cheque emitido pertencem à mesma casa bancária, essa atividade é designada como compensação interna. Ordens de pagamento são uma forma de efetuar pagamentos ou transferências de recursos autorizando o banco a entregar determinada quantia à pessoa indicada. Em geral, ordens de pagamento são destinadas a pessoas físicas ou jurídicas que não possuem nenhuma modalidade de conta de depósito em instituição bancária. Cartões de crédito são utilizados para a aquisição de bens ou serviços nos estabelecimentos credenciados, com pagamento das compras em data futura, por meio de fatura, conforme condições contratuais. Capitalização corresponde a investimento com características de um jogo, por meio do qual se pode recuperar parte do valor gasto na aposta. São vistos como uma forma de poupança de longo prazo, em que sorteios realizados durante o período de vigência do título funcionam como estímulo (FORTUNA, 2002, p. 247). Pág. 38 de 78 2.5 FINANÇAS BANCÁRIAS A principal atividade bancária é a intermediação financeira, que consiste em promover o encontro dos recursos excedentes dos agentes superavitários — aqueles que depositam recursos nos bancos — com a necessidade de recursos dos agentes deficitários — aqueles que buscam dinheiro nas casas bancárias. Os bancos remuneram os agentes superavitários pagando juros conforme o produto ou serviço contratado, tais como CDB, poupança etc., e cobram juros dos agentes deficitários, conforme montante, prazos e condições em que os recursos são emprestados ou as operações, financiadas. Mas você pode estar se perguntando: o que o banco ganha com isso? O banco ganha o chamado spread, que consiste na diferença entre os juros pagos aos investidores e os cobrados dos tomadores. A intermediação financeira segue regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelo Banco Central. A receita dos bancos é constituída também por receitas com prestação de serviços, tais como: tarifas de conta-corrente, operações de crédito e atualização cadastral, anuidades de cartão de crédito, taxas de administração de fundos de investimentos e serviços de cobrança. Por outro lado, as principais despesas do banco estão relacionadas à captação de recursos (juros pagos aos investidores) e às despesas administrativas, como salários, manutenção de agências, aluguéis, água, energia, impostos etc. O resultado da instituição bancária é constituído pela diferença obtida entre o total de receitas subtraído do total de despesas, atingindo resultado positivo ou negativo. Pág. 39 de 78 CONCLUSÃO Nesta unidade compreendemos melhor como funcionam os fundos de investimentos e a forma de aplicação realizada pelos investidores. A economia depende também do funcionamento dos bancos e eles são responsáveis por uma parcela importante do desenvolvimento econômico de um país. Nesta parte do nosso estudo compreendemos como funcionam os processos financeiros a partir de conceitos como o spreed e a formação dos resultados bancários. Pág. 40 de 78 UNIDADE 3 – RISCOS BANCÁRIOS E GESTÃO DA TESOURARIA INTRODUÇÃO A gestão de riscos é um campo em constante evolução teórica – uma ferramenta poderosa para a minimização das perdas e aprimoramento de desempenho das organizações, independentemente do setor de atuação e do porte. Em uma instituição bancária, a função da gestão de riscos é um processo imprescindível e realizado em várias instâncias, pois o banco está exposto a todo tipo de risco e, em alguns, casos, o próprio risco é parte essencial do negócio, como, por exemplo, no segmento de concessão de crédito. No atual cenário econômico, caracterizado pela alta conexão e dependência entre os agentes, os efeitos de uma crise em qualquer lugar do planeta podem ser sentidos, muito rapidamente, em diferentes locais. Por isso a gestão de risco é tão importante para as instituições bancárias, que são as intermediárias financeiras e, em muitos casos, servem como instrumento para mitigar o risco de outras organizações. Nessa unidade, vamos falar sobre os riscos financeiros, abordando a questão do rating, além de tratar da tesourariabancária, de cenários econômicos e de como precificamos o risco. Para as empresas bancárias, o uso de mecanismos de gestão de risco eficientes não é fundamental somente para atender determinações de órgãos normatizadores, mas é essencial para a própria sobrevivência. Vamos lá? Acompanhe! 3.1 GESTÃO DE RISCOS BANCÁRIOS É provável que o risco tenha surgido junto com as primeiras iniciativas econômicas. No começo da história humana, por exemplo, muitas plantações devem ter sido destruídas por eventos climáticos, causando a perda de produtos. Naquela época, as pessoas atribuíam tais eventos aos deuses, ao acaso, à sorte ou azar. Pág. 41 de 78 Embora seja uma preocupação bastante antiga, o risco, como campo de estudo, começou a surgir a partir da década de 1960, com trabalhos relacionados ao uso de modelos que permitissem evitar falências. Desde então, o campo evolui de forma contínua, especialmente com o aumento da capacidade tecnológica de processamento de grandes volumes de informações. CURIOSIDADE Knight (1964, p. 197) criou, ainda em 1921, na primeira edição do clássico Risco, incerteza e lucro, a definição que procurava para diferenciar risco e incerteza: “situação de risco é aquela que se dispõe de informações que podem ser utilizadas para calcular o grau de probabilidade de evento semelhante acontecer futuramente” e quanto à situação de incerteza expôs que “não dispomos de informações capazes de subsidiar mensuração do grau de probabilidade de perdas, as informações e dados são subjetivos”. Segundo Pereira (2008), todas as organizações estão submetidas a diversos tipos de riscos, sejam eles endógenos (gerados pela própria atividade) ou exógenos (provocados pelo exterior), definindo, ainda, a administração de riscos como a aplicação de estratégias para evitar ou reduzir os custos gerados pelos riscos. A gestão do risco inclui as ações de pesquisar e identificar fontes de risco; estimar a probabilidade de ocorrência e avaliar os efeitos; planejar estratégias e procedimentos de controle; aplicar as estratégias. Figura 1 – Na época das primeiras navegações comerciais, os naufrágios e os piratas eram os principais riscos das empresas Pág. 42 de 78 O Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (ANBIMA, 2016) elenca, como mais relevantes para o setor bancário os riscos: operacional, país, de mercado, de crédito, de taxa de juros, de liquidez, de regulamentação e de reputação. Riscos como o de mercado, liquidez e crédito, são relativamente bem controlados, na maior parte pelo próprio sistema financeiro, visto que se tratam de elementos sistêmicos que todos têm interesse em evitar que seus efeitos se espalhem, razão pela qual existem diversas entidades bastante atuantes nesse sentido, legislações claras e bem fiscalizadas, além dos próprios bancos que zelam para manter esses riscos sob controle. Riscos como país e taxa de juros, embora causem efeitos que podem ser facilmente gerenciados, não estão sob o controle das instituições, pois enquanto o primeiro depende diretamente da conjuntura política e da macroeconomia mundial e local, o segundo decorre de decisões de autoridades monetárias. Restam os riscos operacionais, associados diretamente a processos; controles e sistemas mal estruturados; fraudes e desvios, ou seja, são elementos particulares de cada organização bancária, cuja identificação e gestão é missão de cada banco. Entretanto, existem instrumentos legais que auxiliam a gestão destes riscos, sendo os principais os Acordos de Basileia. 3.2 OS ACORDOS DE BASILEIA A ampliação do fenômeno da globalização nas últimas décadas, que levou a um aumento da necessidade de padronização de regulamentos em nível global, gerou pelo menos cinco elementos bastante significativos para o mercado bancário: a Legislação Única Europeia (LUE) e os Acordos de Basileia I, II, III e IV. A LUE, emitida em 1992, tratava, basicamente, de permitir que o capital fluísse livremente pela Europa, liberar os bancos para oferecer atividades em toda a comunidade europeia e padronizar os regulamentos de concorrência, fusões e tributações. Madura (2008) afirma que os principais resultados foram a expansão bancária e o crescimento da eficiência do mercado. O primeiro Acordo de Basileia foi firmado em 1987 pelos bancos centrais de 12 países, concordando que as instituições bancárias deveriam manter uma reserva de capital igual ou superior a pelo menos 4% dos seus ativos ponderados pelo risco. Na prática, os bancos tinham que manter um índice mais elevado de capital para ativos mais arriscados. Pág. 43 de 78 SAIBA MAIS O Comitê de Supervisão Bancária de Basileia (BCBS) é o principal conjunto de padrões globais para a regulamentação prudencial dos bancos e oferece um fórum para cooperação regular em questões de supervisão bancária. Seus 45 membros compreendem bancos centrais e supervisores de bancos de 28 jurisdições. O site da instituição apresenta as informações oficiais sobre os Acordos de Basileia. Conheça mais no link: https://www. bis.org/bcbs/index.htm. No Acordo de Basileia II, firmado em 2004, o principal objetivo foi o estabelecimento de um padrão internacional de regulação bancária, com foco na proteção contra riscos financeiros e na garantia de liquidez, o que resultou, principalmente, na ampliação da transparência. O cálculo do capital mínimo começou a levar em conta os riscos operacional, de crédito e de mercado (MADURA, 2008). O processo de supervisão foi então fortalecido com a mensuração dos riscos de cada banco e confirmação do capital regulatório. Contudo, a crise de 2008 evidenciou algumas falhas no Acordo de Basileia II, quando se percebeu que os bancos tinham excessivos valores em seus balanços, sem o correspondente volume e qualidade de recursos próprios suficientes para cobrir os riscos relacionados. Na crise, os bancos foram incapazes de absorver os prejuízos. O Acordo de Basileia III, emitido em 2010, ampliou as exigências de capital e as necessidades de registro e detalhamento dos instrumentos financeiros que podem gerar riscos, sendo então criado o conceito de colchões de capital (GITMAN; ZUTTER, 2017). https://www.bis.org/bcbs/index.htm https://www.bis.org/bcbs/index.htm Pág. 44 de 78 Figura 2 – Os principais pontos do Acordo de Basileia III Maior quantidade e qualidade do capital. Pelo menos três quartos do capital devem ser compos- tos por títulos de boa qualidade (rating elevado). 1 Melhoria da captura de risco de mercado. Riscos de mercado calculados para 12 meses de estresse no mercado.2 Restrição da Alavanca- gem Financeira. Um índice de alavanca- gem restrito reduz a possibilidade de acúmulo de dívidas para financiar os investimentos e atividades bancárias. 3 Melhoria da Liquidez. Bancos devem ter ativos líquidos em quantidade suficiente para suportar 30 dias de operação em mercados em condi- ção de estresse. 4 Retenção de Capital anti-cíclico. Bancos retém lucros durante períodos de crescimento econô- mico, para utilizar quando a economia estiver em crise. 5 Foco em ativos com risco mensurável. Cada ativo tem um nível de risco especi- fico, que permite saber o quanto ele é arriscado para o banco. 6 Basileia III O Acordo de Basileia III foi uma resposta à crise financeira global de 2018. Ele tratou de várias deficiências no sistema regulatório pré-crise, estrutura e fornece uma base para criar um sistema bancário mais resiliente e evitar o acúmulo de vulnerabilidades sistêmicas. As normas devem permitir que o sistema bancário atravesse os ciclos da economia real. Fonte: Elaborada pelo autor (2020). O primeiro colchão é o de conservação de capital, que estipula que os bancos devem ter em seu capital um volume mínimo de 7% (podendo chegar a 10,5%) dos ativos ponderados pelo risco, reservando-o para riscos de nível I e com foco no risco operacional. O segundo colchão é o contracíclico de capital, que estipula
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