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175
Capítulo 11
A economia 
brasileira à procura 
da estabilização 
econômica
O início do governo Sarney (15 de março de 1985 a 15 de março de 
1990) coincidiu com a mudança de patamar da inflação de algo em tor-
no a 100% ao ano (entre 1980 e 1982) para um tanto acima de 200% ao 
ano (a partir de 1983). Portanto, a política econômica da Nova República 
começou tendo que enfrentar dois grandes problemas simultaneamen-
te: a crise da dívida externa e a crescente inflação denominada “inercial”.
O período é marcado por duas moratórias (fevereiro de 1987 e 
setembro de 1989) e pela execução de cinco planos econômicos 
(Cruzado, Cruzadinho, Cruzado II, Bresser e Verão) que foram conduzi-
dos por quatro diferentes ministros da economia – Francisco Dornelles 
(1985), Dilson Funaro (1985 a 1987), Bresser-Pereira (1987) e Maílson 
da Nóbrega (1987 a 1989) –, em uma fase que o país fez uso de três 
moedas diferentes: cruzeiro, cruzado e cruzado novo. Conforme pode-
-se constatar, todo esse movimento não resultou em êxito: ao final do 
governo Sarney, em 1989, a hiperinflação havia atingido um índice pró-
ximo de 1.800% ao ano.
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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
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.O objetivo deste capítulo, portanto, é entender o Plano Cruzado e 
a tentativa de utilizá-lo como instrumento para a superação da crise 
econômica estrutural que vinha se desenvolvendo desde o início da 
década de 1980.
Na primeira parte do capítulo, analisaremos o conceito relativo a 
planos heterodoxos de estabilização. Na segunda, apresentaremos o 
Plano Cruzado; e, por fim, na terceira, que aqui denominamos de “plano 
B”, serão tratados os outros três programas de combate à inflação rea-
lizados ainda durante o governo Sarney: Cruzado II, Bresser e Verão.
1 Os planos heterodoxos de estabilização
O conceito do termo “heterodoxo” está relacionado a uma aborda-
gem relativamente conflitante com a abordagem ortodoxa. Em geral, 
os planos heterodoxos de combate à inflação são aplicados por meio 
de “choques”, de súbito, buscando surpreender os agentes econômi-
cos. Esses planos se utilizam da prática do congelamento de preços 
nos mais variados níveis por um certo tempo, mantendo livres des-
sas ações as políticas monetária e fiscal. Ou seja, centram energia no 
combate à inflação por meio da “freada” dos preços praticados em 
determinado momento, diferentemente dos planos de perfil ortodoxo 
cujas estratégias consistem, basicamente, em promover corte repen-
tino na expansão da base monetária simultaneamente à redução do 
déficit público, os preços seguem liberados na confiança de que os 
agentes econômicos encontrarão livremente no mercado o ponto de 
equilíbrio que será determinado não mais pela especulação do aumen-
to de preços, mas pela oferta e demanda de cada um dos produtos 
disponíveis (SANDRONI, 1999).
De acordo com Tavares e Belluzzo (2002), os planos de estabiliza-
ção heterodoxos podem ser posicionados em duas fases distintas: os 
de primeira geração, que estão relacionados a um certo período de 
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tentativas, durante a década de 1980; e uma segunda fase, em que os 
programas de estabilização (da década de 1990) estão relacionados à 
reinserção dessas economias, a partir daí, na condição de “mercados 
emergentes”.
Os planos heterodoxos de estabilização, colocados em prática na dé-
cada de 1980, se caracterizam, assim, por certa descrença em relação 
aos diagnósticos ortodoxos. Eles ganharam força durante a crise da dí-
vida externa e inflação, que resultaram na redução e na instabilidade das 
taxas de crescimento, assim como na superaceleração inflacionária.
Contraditoriamente, a partir de meados da década de 1980, ficava 
ainda mais evidente o fenômeno denominado estagflação, em que a 
variação do produto interno bruto (PIB) e a inflação tomavam rumos 
diametralmente opostos. O PIB, cuja expansão esteve perto de 8% nos 
anos de 1985 e 1986, caiu para algo em torno de 3,5%; no ano seguinte, 
tornou-se (tecnicamente) negativo (-0,1%); em 1989, ficou pouco acima 
de 2%; apresentando recessão, no entanto, em 1990.
Já a inflação se mostrou bem mais “dinâmica”, saiu de um patamar 
médio de 10% ao mês ao longo de 1985 para pouco mais de 20% ao 
mês, às vésperas da execução do Plano Cruzado (28 de fevereiro de 
1986). Após as eleições de 15 de novembro de 1986 (realizada sob a 
euforia do sucesso de consumo daquele plano), em que o governo saiu 
amplamente vitorioso nesse pleito elegendo governadores dos princi-
pais estados do país e quase dois terços da Câmara dos Deputados, 
do Senado e das Assembleias Legislativas estaduais, seis dias depois 
dessa espantosa vitória eleitoral, em 21 de novembro, o governo lançou 
o Plano Cruzado II, por meio do qual liberou parcialmente os preços de 
alguns produtos e serviços, como aluguéis, tarifas públicas, entre ou-
tras ações. O resultado dessas medidas foi a volta da inflação alta que 
passou de 1,96% no mês da eleição, para 7,41% no mês seguinte. E não 
parou por aí, entre janeiro e junho de 1987, a média mensal já havia atin-
gido 18,7% ao mês (BRASIL, [s.d.]).
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.Voltemos ao PIB. Nos anos de 1985 e 1986, alcançaram-se os me-
lhores resultados ao longo do governo Sarney, pois ficaram em torno 
de 8%. A partir de então a queda foi enorme: em 1987 caiu para 3,6%; 
em 1988, apresentou recessão de 0,1; e, embora tenha sido positivo em 
1989 (3,3%), despencou em 1990 (-3,1%).
Vejamos, agora, a trajetória da inflação, cuja tendência foi oposta ao 
observado com o PIB. Mesmo o governo aplicando cinco programas 
econômicos (Cruzado, Cruzadinho, Cruzado II, Bresser e Verão) e mu-
dando o nome da moeda três vezes (cruzeiro, cruzado e cruzado novo), 
a hiperinflação voltou cada vez mais resistente. Em março de 1985 
(mês da posse de Sarney), a inflação mensal foi de 13,7%; em janeiro de 
1986, já estava em 20,2%; em maio de 1987, 30,5%; em janeiro de 1989, 
chegou a 36,6%, e não parou por aí, em dezembro de 1989, fechou o ano 
com um índice recorde de 49,7%; que foi batido nos meses seguintes: 
72,2%, 74,1% e 82,4%, respectivamente em janeiro, fevereiro e março 
(último mês do governo Sarney).
Gráfico 1 – Comparativo dos índices PIB e inflação no Brasil (1985-1990)
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10,00
-
2,00
4,00
-4,00
-2,00
6,00
I. Variação anual do PIB (%)
II. Variação da inflação
– mensal, janeiro de 1985 a janeiro de 1990
Índice de preços por atacado – IPA
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Fonte: adaptado de Brasil ([s.d.]).
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 Editora Senac São Paulo. A economia brasileira à procura da estabilização econômica 
Em 1988, a média mensal, que já havia se estabelecido em torno de 
22,7%, subiu um pouco mais ao longo de 1989, quando alcançou 28,4%. 
Às vésperas do Plano Collor I (16 de março de 1990), a média já havia 
chegado a espantosos 76,2% ao mês (BRASIL, [s.d.]).
Interpretações não ortodoxas de combate à inflação passaram a ga-
nhar destaque, portanto, na primeira metade da década de 1980, e ga-
nharam prestígio e força política diante dos fracassos sucessivos de se 
conter a crescente inflação, que saltara de algo em torno de 100% entre 
1980 e 1982 para um patamar de cerca de 220% entre 1983 e 1985. 
Didaticamente, reconhece-se Francisco Lopes, em seu artigo publica-
do em agosto de 1984 no Boletim do Conselho Regional de Economia, 
como o primeiro autor desse tipo de interpretação. Nesse documento, 
o autor se utiliza da expressão “choque heterodoxo” e propõe estraté-
gias não convencionais (logo, não ortodoxas) para combater a inércia 
inflacionária por meio de programas de desinflação de choque, com re-
dução drástica das taxas de inflação e que seriam neutros do ponto de 
vista distributivo. Em setembro do mesmo ano, um segundo artigo, “A 
moeda indexada” de André Lara Resende e Pérsio Arida, publicado na 
Gazeta Mercantil, trata da criação de uma moeda indexada.
Foram, portanto, essas as políticas colocadas (parcialmente) em 
prática, dois anos depois, por meio do planejamento e execução do 
Plano Cruzado. A produção de André Lara Resende e Pérsio Arida (que 
passou a ser conhecida como proposta Larida) propunha acabar com 
a inflação inercial por meio da convivência da moeda nova, “livre” da 
inflação, com a moeda antiga (corroída pela inflação inercial). Segundo 
essa (então) teoria, ao longo de um período determinado, os agentes 
econômicos redefiniriam seus contratos na nova moeda – optariam por 
esta moeda nova e forte e abandonariam a moeda velha e inflacionada. 
Vale lembrar que essas concepções acabaram por formatar aquela que 
seria a ideia-base do Plano Real, na década de 1990. Conforme se pode-
rá constatar adiante no Plano Real, a proposta de Pérsio Arida, de 1983, 
de se emitir uma nova moeda, acabou adaptada à criação do índice 
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.moeda: a unidade real de valor (URV), isso após mais de oito anos de 
experiências econômicas heterodoxas.
Haveria, assim, um reajuste neutro em termos distributivos. O foco 
seria apenas e tão somente acabar com a inflação; sem nenhuma preo-
cupação com o aumento da renda dos brasileiros ou de se reduzir pre-
ços de mercadorias de maneira impositiva (congelamento de preços).
O primeiro “ensaio” heterodoxo ocorreu já no mês seguinte à posse 
de José Sarney, que tinha à frente do Ministério da Fazenda Francisco 
Dornelles. Essa primeira experiência heterodoxa teve como estratégia 
central a aplicação do congelamento de preços como maneira de eli-
minar a memória inflacionária. Tal experimento resistiu, no entanto, 
somente até junho (1985), quando se iniciou o descongelamento dos 
preços dos setores privados e públicos.
Em agosto de 1985, Dornelles acabou substituído por Dilson Funaro. 
Este, em sintonia com João Sayad, ministro do Planejamento, lideraram 
a equipe econômica que elaborou o Plano Cruzado, formada, entre ou-
tros, por Edmar Bacha e pelos dois dos principais estrategistas da teoria 
do choque heterodoxo, André Lara Resende e Pérsio Arida.
2 O Plano Cruzado
O Plano Cruzado (28 de fevereiro de 1986) adotava as seguintes me-
didas (SANDRONI, 1999; MODIANO, 1990):
• substituição do cruzeiro pelo cruzado (Cz$), equivalente a 
CR$ 1.000,00;
• conversão geral dos preços finais dos produtos, no nível vigente 
em 27 de fevereiro de 1986, por prazo indefinido (exceto para as 
tarifas de energia elétrica, que foram reajustadas em 20%);
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 • substituição das obrigações reajustáveis do Tesouro Nacional 
(ORTN) pelas obrigações do Tesouro Nacional (OTN) com o valor 
congelado durante 12 meses;
IMPORTANTE 
A obrigação reajustável do Tesouro Nacional (ORTN) é um título ne-
gociável da dívida pública, de prazo fixo, emitido pelo governo federal, 
que rende juros e correção monetária mensal de acordo com os índices 
oficiais de inflação. A variação do valor da ORTN foi utilizada como fa-
tor de correção e reajustamento em outras áreas, como o setor imobi-
liário. Assim, trimestralmente — em janeiro, abril, julho e outubro —, o 
valor de uma ORTN correspondia ao valor de uma unidade-padrão de 
capital (UPC). Em fevereiro de 1986, com a adoção do Plano Cruzado, a 
ORTN foi substituída pela obrigação do Tesouro Nacional (OTN), título 
negociá vel da dívida pública, de preço fixo, emitido pelo governo federal, 
que rende juros e cujo valor é reajustado mensalmente de acordo com 
a inflação oficial. A OTN foi criada em fevereiro de 1986 com a decreta-
ção do Plano Cruzado, em substituição à ORTN. Foi extinta em janeiro 
de 1989 com o Plano Verão, tendo alcançado o nível de 6,17 cruzados 
novos (SANDRONI, 1999).
 
• conversão dos salários com base na média do poder de compra 
dos seis meses anteriores à medida. Porém, com um acréscimo 
de 8% para os salários em geral e de 16% para o salário-mínimo;
• aluguéis e hipotecas convertidas com base na média do poder de 
compra dos seis meses anteriores à medida;
• introdução da escala móvel de salários (gatilho) – reajuste sala-
rial automático que ocorreria toda vez que o aumento acumulado 
no nível de preços ao consumidor atingisse 20%;
• proibição da indexação em contratos com prazo inferior a um 
ano; e
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. • conversão dos contratos previamente estabelecidos em cruzei-
ros para cruzados, de acordo com uma tabela em que o cruzeiro 
era desvalorizado a uma taxa mensal de 14%.
Segundo Francisco Lopes (apud REGO, 2006), o gatilho teria sido um 
erro ao criar na prática, um teto de 20% ao ano de inflação, que seria 
“indexada”. No entanto, o resultado parecia, no mínimo, espetacular.
Tabela 1 – Inflação mensal durante o Plano Cruzado
ANO/MÊS INFLAÇÃO MENSAL
1986.02 13,89
1986.03 4,11
1986.04 -1,41
1986.05 0,11
1986.06 0,4
1986.07 0,47
1986.08 1,27
1986.09 0,61
1986.10 1,02
1986.11 1,96
Fonte: adaptado de Brasil ([s.d.]).
A inflação mensal se reduziu para 14% ao mês em fevereiro, e seguiu 
caindo a ponto de, no mês de abril de 1986, se registrar algo impensável 
no país anos antes: deflação (de -1,41%). O apoio popular veio em forma 
da fiscalização dos preços, de maneira voluntária por parte da popula-
ção, dos denominados “fiscais do Sarney”.
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Parte do problema relativo ao plano, no entanto, estava vinculado ao 
seu aspecto mais arrojado. Ao se aplicar o plano, o governo promoveu 
uma redistribuição da renda em favor dos trabalhadores, especialmen-
te daqueles que recebiam salário-mínimo, ao inserir nele um reajuste 
real de 16%. O aumento do poder de compra dos salários, combinado 
ao consumo contido durante os anos anteriores de recessão e desem-
prego, levou à explosão de consumo; particularmente daqueles produ-
tos apanhados no congelamento com preços defasados, que ficaram 
muito baratos como a carne, farinha de mandioca, leite, óleo de soja, 
automóveis, televisores, refrigeradores, máquinas de lavar, entre outros 
(SANDRONI, 1999).
A queda da inflação levou à “despoupança” (a redução do rendimento 
nominal foi interpretada por parte da população como queda no seu 
rendimento real). O pacote econômico também não contemplava a eli-
minação de gargalos produtivos existentes na economia do país – para 
manter o congelamento, o governo impôs perdas às estatais e dificul-
dades nas contas externas e finanças públicas: a taxa de câmbio fora 
congelada, o que provocou sobrevalorização do cruzado e a redução 
das reservas internacionais –, colocando em risco a dificuldade de se 
realizar o pagamento dos serviços da dívida externa. Diante da possibi-
lidade de ganho político (que, de fato, se materializou a favor do PMDB 
nas eleições de 1986), acabou por incentivar o governo a estender o 
prazo do congelamento. Desse modo, entre julho e outubro de 1986, o 
governo se limitou a ganhar tempo ante o agravamento da escassez de 
produtos e à deterioração das contas externas.
Entre as políticas adotadas para conter o consumo e estimular a pou-
pança interna, o governo adotou um pacote de medidas em 24 de julho 
de 1986 (denominado pela imprensa como “cruzadinho”), no qual se esta-
beleceu o “empréstimo compulsório” – uma espécie de poupança força-
da – sobre o consumo de automóveis e combustíveis a fim de financiar 
um conjunto de investimentos públicos. A despeito de tais medidas, em 
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.novembro, mês de eleição, a inflação atingiu quase 5,5%, e no mês se-
guinte, voltou a subir atingindo o índice de 11,6% (SANDRONI, 1999).
Não foi coincidência, portanto, que apenas uma semana após a elei-
ção, o governo veio a público anunciar o Cruzado II.
3 Os Planos B, C e D: Cruzado II, 
Bresser e Verão
3.1 O Plano Cruzado II
Com o Plano Cruzado II, autoriza-se um brusco aumento de preços 
de diversos bens de consumo, como os de automóveis, de combustí-
veis, de cigarros, de bebidas alcoólicas, de açúcar, de leite e derivados, 
além das tarifas de serviços públicos. Por consequência, as taxas de 
juros subiram, provocando grande aumento de falências; a situação das 
contas públicas se deteriorou de tal maneira que o governo se viu força-
do a declarar moratória do pagamento dos juros da dívida externa, em 
fevereiro de 1987.
Nos primeiros meses do ano, a inflação já dava sinais de que gal-
garia patamares superiores aos atingidos no início do ano: 10,4% em 
fevereiro; 13,6% em março; e 20,7% em abril – quando Dilson Funaro 
deixou o Ministério da Fazenda, e entrou Luiz Carlos Bresser-Pereira 
(de 3 de maio a 18 de dezembro de 1987), que tinha naquele primeiro 
ano à frente do Ministério da Fazenda uma inflação mensal de 30,5% 
(BRASIL, [s.d.]).
3.2 O Plano Bresser
Os objetivos do plano Bresser, anunciado em 12 de junho de 1987, 
eram bem menos ousados. Não anunciava o fim da inflação, mas se 
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propunha a reduzi-la. O plano continha ainda elementos que podem 
ser classificados tanto como heterodoxos quanto ortodoxos, conforme 
apresenta o quadro 1 a seguir.
Quadro 1 – Plano Bresser
HETERODOXOS ORTODOXOS
Congelamento de preços por 90 dias. Extinção do gatilho.
Congelamento de salários e aluguéis. Redução dos gastos públicos.
Criação da unidade de referência de preço (URP), 
que, a partir de setembro, passaria a ser utilizada 
como indexador para reajustes salariais.
Altas taxas de juros para inibir o consumo.
Desvalorização diária do câmbio.  
Fonte: adaptado de Modiano (1990).
A princípio, a inflação – como ocorrera com os outros planos – caiu, 
chegando a “apenas” 3,49% em agosto. Reduziu-se também o déficit 
público, o que possibilitou ao governo suspender a moratória. No en-
tanto, era evidente a falta de credibilidade, afinal, o congelamento de 
preços estava ocorrendo pela terceira vez no governo Sarney. Outro fa-
tor negativo se referia ao aumento das taxas de juros no período, o que 
desestimulava o consumo, ao mesmo tempo que se favorecia o setor 
financeiro em detrimento do setor produtivo. Assim, apesar do conge-
lamento de preços, a inflação permanecia alta. Em agosto, começaram 
as autorizações para os aumentos de preços; em dezembro, a inflação 
mensal chegou a 14,1%, precipitando o pedido de demissão do ministro 
Bresser-Pereira (MODIANO, 1990).
3.3 O Plano Verão
De acordo com Modiano (1990), o novo ministro Maílson da Nóbrega 
iniciou sua gestão com uma política tímida e pouco intervencionista, de 
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.orientação eminentemente ortodoxa (por ele denominada “feijão com 
arroz”) – e isso fazia sentido, diante das quatro tentativas heterodoxas 
já intentadas (congelamento, em abril de 1985; em fevereiro de 1986; e 
em junho de 1987).
Por meio de ações do Plano Verão, que ocorreu de 14 de janeiro a 
setembro de 1989, o governo se propunha a reduzir o déficit operacio-
nal (de 8% para 4%), trazer a inflação para patamares em torno de 8% 
ao mês, suspender temporariamente os ajustes dos funcionários pú-
blicos, e adiar os reajustes de preços dos produtos administrados. Tal 
qual ocorrera com o Plano Bresser, o Plano Verão não mais apostava 
totalmente na estratégia heterodoxa, em suas características centrais, 
a saber:
Quadro 2 – Plano Verão
HETERODOXOS ORTODOXOS
Criação de uma nova moeda NCz$ 1 = US$ 1 – 
câmbio fixo, por tempo “indeterminado”.
Elevação das taxas de juros.
Congelamento de preços (por tempo 
indeterminado).
Desindexação: extinção da URP e da OTN.
Não oferecia, a priori, regras para o reajuste de 
salários, vigoraria a livre-negociação até a nova 
lei – que seria pactuada – ser submetida ao 
Congresso, em 90 dias (até 15 de abril de 1989). 
Restrição de crédito ao setor privado.
Conversão de contratos de maneira análoga aos 
salários.
Cortes nas despesas públicas: a) redução na 
quantidade de ministérios; b) demissão de 
funcionários; c) privatização, limitação na 
emissão de títulos da dívida, entre outras.
Fonte: adaptado de Modiano (1990).
Diferentemente dos planos Cruzado e Bresser, não foram predeter-
minadas novas regras de indexação daeconomia, embora o congela-
mento de preços fosse por tempo indeterminado. Os salários foram 
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convertidos, tomando-se por base os últimos 12 meses (janeiro a de-
zembro de 1988). Sobre esses valores, se aplicariam a URP, pré-fixada 
a 26,1% para janeiro de 1989, período a partir do qual não se corrigiria 
mais os salários. No lado dos preços das mercadorias, foi autorizado, 
na véspera, o aumento dos preços públicos e administrados, como o 
do pão, das tarifas postais, da energia elétrica, da gasolina, do álco-
ol, entre outros. Acrescentava-se, ainda, a desvalorização do cruzado 
novo em 18% ao se “impor” uma paridade da moeda nacional ao dólar 
norte-americano (NCz$ 1 = US$ 1) (MODIANO, 1990).
Os resultados não foram animadores, pois, se em março a inflação 
atingiu quase 7%, em maio chegou a quase 18% (índice nacional de pre-
ços ao consumidor amplo, IPCA). Em fins de abril, o governo retornou 
com a reindexação da economia criando o bônus do Tesouro Nacional 
(BTN), corrigido mensalmente com base no índice de preços ao consu-
midor (IPC) (MODIANO, 1990).
O insucesso da política “feijão com arroz” ficou evidente já a partir de 
junho de 1988, quando a inflação voltou a ultrapassar a marca de 20% 
ao mês. Em setembro de 1989, o governo suspendeu o pagamento dos 
juros da dívida externa, em razão da deterioração do saldo comercial 
(MODIANO, 1990).
O ano de 1989 se encerrou com uma inflação anual de 1.764,8% – 
muito maior que a inflação de “apenas” 235% atingida no primeiro ano 
do governo Sarney (1985).
Em março de 1990, após a posse de Fernando Collor, que tinha como 
ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, foi anunciado o Plano Collor, 
marcado pela velha prática de congelamento de preços e salários, cortes 
de gastos públicos, tributação ampliada sobre operações financeiras e 
câmbio flutuante. A nova década de 1990 parecia começar – de novo – 
com os velhos problemas: dívida externa a ser renegociada, a inflação 
que atingia o recorde de 2.596% ao ano e a queda do PIB em 4,5%.
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Considerações finais
O objetivo deste capítulo foi perceber a aplicação do Plano Cruzado 
e seus congêneres subsequentes como instrumentos da política econô-
mica que buscava superar a crise econômica estrutural brasileira.
Conforme pôde-se observar, a tentativa inicial de conter a inflação 
(inercial) brasileira foi por meio de estratégias heterodoxas. A partir do 
insucesso do Plano Cruzado, as autoridades monetárias acabaram 
mesclando tanto elementos heterodoxos como ortodoxos.
Os planos subsequentes implementados durante o governo Sarney, 
após o Cruzado, são apresentados como verdadeiros planos “B”, em 
uma sequência de outras quatro tentativas de conter a inflação que re-
sultaram em insucessos que acabaram “consumindo” ao menos quatro 
ministros da Fazenda ao longo de um período que os brasileiros convi-
veram com três moedas diferentes.
A prova inconteste da vitória da inflação sobre as tentativas de con-
tê-la ao longo do governo da Nova República fica evidente quando se 
compara a inflação atingida no país no início e final do governo em 
questão. Enquanto em março de 1988 a inflação havia sido de 17,7%, 
em março de 1990 já havia atingido o absurdo índice de 82,4%.
Eis, portanto, a herança transmitida ao primeiro presidente eleito 
após 21 anos de regime civil-militar. Fernando Collor e sua ministra da 
fazenda Zélia Cardoso de Mello, conforme será verificado no próximo 
capítulo, enveredaram-se pela velha prática de congelamento de preços 
e salários, cortes de gastos públicos, tributação ampliada sobre ope-
rações financeiras e câmbio flutuante. E, como já se sabe no presente, 
pouco avançaram além das diversas tentativas encetadas pelo seu an-
tecessor. Até 1994, com a execução do Plano Real, o dragão da inflação 
continuaria a debochar das várias tentativas de combatê-lo.
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Referências
BRASIL. Instituto Econômico de Pesquisas Avançadas (Ipea). Ipeadata, [s.d.]. 
Disponível em: <http://www.ipeadata.gov.br/>. Acesso em: 4 abr. 2018.
MODIANO, Eduardo. Ajuste externo e desequilíbrio interno: 1980-1984. In: 
ABREU, Marcelo de Paiva (Org.). A ordem do progresso: cem anos de política 
econômica republicana (1889-1989). 22. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
REGO, José Márcio; MARQUES, Rosa Maria (Orgs.). Economia brasileira. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
SANDRONI, Paulo (Org.). Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best 
Seller, 1999.
SECURATO, José Cláudio. Economia brasileira: história, conceitos e atualida-
des. 2. ed. São Paulo: Saint Paul, 2011.
TAVARES, Maria da Conceição; BELLUZZO, Luiz Gonzaga. Desenvolvimento no 
Brasil: relembrando um velho tema. In: BIELSCHOWSKY, Ricardo; MUSSI, Carlos 
(Orgs.). Políticas para a retomada do crescimento: reflexões de economistas 
brasileiros. Brasília: IPEA; Cepal, mar. 2002.
http://www.ipeadata.gov.br/

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