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Unidade 01 Psicologia da Educação

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1 Educação, história e sociedade 
Quando realizamos qualquer estudo de caráter humano e social, é muito importante 
compreender os fenômenos frente ao momento histórico em que este se apresenta. A educação 
se encontra a partir desse olhar e para compreender sua trajetória com seus sucessos e fracassos, 
é imprescindível inserir cada passo no seu contexto histórico. 
1.1 História da educação no Brasil: da Colônia à República 
Mesmo antes do descobrimento do Brasil, a educação sempre esteve voltada para atender 
a elite e assim não foi diferente no nosso país. Desde quando os portugueses chegaram ao Brasil, 
nunca houve escolha por uma política de implantação de um sistema educacional. Somente em 
1549 o primeiro grupo de padres jesuítas, a Companhia de Jesus, chefiados por Manuel de 
Nóbrega, e o primeiro governador geral, Tomé de Souza, chegaram ao Brasil, fundando a primeira 
escola no Brasil. 
A criação da escola teve como desígnio catequizar os índios e educar os filhos dos colonos 
portugueses, a elite colonial, mas o real ideal era, acima de tudo, a propagação da fé. 
Esse interesse teve em sua essência uma tentativa de controle por conta da insubordinação 
dos indígenas para que estes servissem como mão de obra para a exploração do pau-brasil. 
A Companhia de Jesus utilizava o método de ensino Ratio Studioru, já balizado na Europa, 
e a formação para os índios era o elementar à catequese. Já para os filhos de colonos e a elite 
colonial era no nível elementar e médio, que repete o perfil da educação para os mais abastados. 
Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira de 1549 até 1759, quando 
foram expulsos de todas as colônias portuguesas. Durante esse período, José de Anchieta se 
destacou por sua quantidade de obras, incluindo sua preocupação com uma gramática em Tupi, 
língua dos índios, e a fundação do colégio de São Paulo, em 1554. Tal expulsão foi consequência 
das mudanças que estavam acontecendo em Portugal e esse período é conhecido historicamente 
como Era Pombalina. 
Marquês de Pombal, ministro de D. José I, na época, tinha como foco a recuperação da 
economia portuguesa para fortalecer a realeza. Tal atuação não obteve bons resultados no Brasil, 
que vivenciou uma grande ruptura histórica numa ação já implantada e consolidada como um bom 
modelo educacional. A Companhia de Jesus já tinha instalado 17 colégios e “escola de primeiras 
letras” jesuíticas, e com essa expulsão, o Brasil ficou praticamente sem nenhuma educação 
elementar e média. 
Dessa feita, entramos no século XIX com o Brasil passando a ser a Sede do Vice-Reino de 
Portugal com a vinda da família Real. 
 
Ainda em 1808, para atender a elite que se encontrava no Brasil após a abertura dos portos, 
criaram-se os cursos de cirurgia, na Bahia, e o de cirurgia e anatomia, no Rio de Janeiro, assim 
como a Academia Real de Marinha. 
Outras construções para fomentar a educação da elite foram criadas, como a Biblioteca 
Pública (1810) e o Museu Nacional (1818) e inauguram-se os jornais “A Gazeta do Rio de Janeiro” 
(1808) e “A idade de Ouro no Brasil” (1811), da Bahia. 
Esses cursos equivaleriam ao início do Nível Superior no Brasil, mas, na verdade, eram 
apenas aulas com um nível mais alto do que havia anteriormente e com propósito profissionalizante, 
diferente da proposta jesuítica. Nesse período, o ensino imperial organizou-se em três segmentos: 
 
 
 
Por fim, a sociedade brasileira ainda permanecia sem nenhuma organização educacional de 
fato e a maioria da sua população sem escolaridade. 
1.1 Da República Velha aos dias atuais 
A primeira constituição republicana brasileira chegou em 1891 e seguiu o sistema federativo 
de governo. Já no campo educacional, tivemos um processo que permanece até hoje de alguma 
forma, em que houve uma descentralização de responsabilidades, cabendo à União a incumbência 
do Ensino Superior e Secundário e aos Estados o Ensino Elementar e Profissional. Tal 
estrutura demonstrava a separação clara que existia entre a educação dos formados para o trabalho 
intelectual e o comando daqueles que eram formados para o trabalho manual. 
De acordo com Romanelli (1982, p. 41), essa política educacional gerou o seguinte sistema: 
 
 
 
Entre 1911 e 1915, surgiu o conceito de Grupo Escolar (reunião de escolas isoladas de uma 
região comum) e as classes passaram a distribuir os alunos em séries, o chamado Ensino Seriado. 
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a industrialização, o perfil demográfico da 
sociedade brasileira mudou e a imigração tornou-se a opção, face ao cenário pós abolição da 
escravatura. 
Muitos imigrantes, já letrados, vieram para o Brasil e conheciam seus direitos, apresentando 
engajamento político, o que trouxe vários movimentos de contestação, como o Movimento 
Tenentista. De acordo com alguns autores, esse movimento representava, na verdade, os 
interesses da classe média urbana. 
 
 
Em 1942, ainda ministro, Gustavo Capanema incentivou novas leis de reforma do Ensino, 
que ficaram conhecidas como “Reforma Capanema”. Nesse ano surgiram a Lei Orgânica do Ensino 
Industrial e a Lei Orgânica do Ensino Secundário, além de ter sido fundado o Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial (Senai). Com a lei orgânica, o Ensino Secundário foi dividido em três 
modalidades: Clássico, Científico e Normal (ensino profissionalizante, porém considerado dentro 
do ensino secundário). 
Com o fim do Estado Novo, surgiu a nossa terceira Constituição Federal, em 1946, que 
trouxe normas dirigidas à educação, como a gratuidade para o Ensino Primário. Muitas ideias 
surgiram e a discussão versava sobre o que seria uma educação popular. Com tantos 
questionamentos, surgem novos movimentos, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o 
Teatro de Arena, a Teoria Educacional de Paulo Freire e outros. 
Campanhas para a alfabetização e o uso da Teoria de Paulo Freire, a política educacional 
brasileira, na década de 1950, apresentou outro aspecto importante, as discussões sobre a nossa 
primeira Lei de Diretrizes e Bases de Educação (LDB). 
Foi quando houve a implementação da Lei de Diretrizes e Bases de Educação (LDB) – Lei 
4.024/1961 pelo governo João Goulart. Novos debates surgiram, como a defesa dos interesses dos 
proprietários de escolas privadas. Nesse período, o movimento estudantil cresceu e as 
agremiações, como da União Nacional dos Estudantes (UNE) estavam presentes como fieis 
participantes em busca de transformações. 
Na lei, preponderava o modelo de política educacional já em vigência, em que o Estado 
custeava parte das despesas das escolas particulares e, paralelamente, não criava novas 
oportunidades escolares fora dos grandes centros urbanos. 
 
 
 
 
Com todas as mudanças sofridas durante a história, vivemos uma grande era da educação. 
Nunca no país foi feito tanto como hoje em dia. No entanto, é visível a falta de gestão desses 
financiamentos. 
Atualmente, temos mais vagas nas escolas públicas e essas cada vez mais próxima dos 
alunos, o que nos leva a menos crianças fora da escola. Com essa iniciativa, muitos jovens e adultos 
estão retornando à escola e conseguindo ampliar suas capacidades intelectuais e profissionais. 
Sendo assim, cabe a reflexão baseada nas palavras de Paschoal Lemme: 
 
2 Relação escola-sociedade 
Dentro de um pensamento da Sociologia, as relações entre o processo educacional 
acadêmico e a sociedade de classes é estudada por várias perspectivas. 
2.1 Abordagem teórica de alguns pensadores 
Começando por John Dewey, é através da educação que a vida humana se perpetua por 
meio da comunicação permanente das experiências adquiridas pelo grupo social às novas gerações 
para que esta se desenvolva incessantemente. 
Dewey aborda a importância de uma educação integral, ajustando o crescimento natural do 
ser humano com uma eficiência social. Tal ajuste chegaria ao alcance de uma sociedade ideal, uma 
sociedadeverdadeiramente democrática. 
Esse pensamento de Dewey percebe a educação como algo positivo para o progresso da 
sociedade como um todo. Por outro lado, alguns teóricos compreendem a educação como 
ferramenta de transmissão de ideologias que comprometem as ideias sociais, contaminando os 
pensamentos dos educandos, pois estariam a serviço do monopólio do poder econômico, social, 
político e cultural. 
A base desses entendimentos tão antagônicos pode ser amparada pelas ideias de dois 
grandes representantes do pensamento sociológico: 
 
Durkheim compreende que caberia à educação a função de constituir um ser social solidário 
em cada novo indivíduo. Por outro lado, a heterogeneidade educacional permite a formação de 
indivíduos diferentes para o exercício de funções diferentes. 
No seu pensamento, que apresenta um modelo orgânico, Durkheim expõe que a escolha por 
esta ou aquela educação seria suas aptidões individuais, e não sua origem social. 
Abrangendo o liberalismo junto às ideias de Durkheim, é então viável fazer brotar uma 
sociedade que permite a livre escolha dos indivíduos rumo à sua posição social desejada, o que 
promoveria a democracia. 
Esse movimento vem a partir da educação que, por meio de projetos de instrução pública, 
podemos chegar à igualdade de oportunidades. A educação, desse modo, teria o grande ensejo de 
mesmas possibilidades aos homens, ou melhor, seria o fator neutralizador das desigualdades 
sociais e com a viabilização do Estado. 
Quanto à ascensão social, esta dependeria única e exclusivamente das capacidades 
singulares do indivíduo e para os liberalistas as desigualdades têm origem nas desigualdades 
individuais naturais. O desejo de igualdade por meio da educação encontra-se impregnada em 
vários discursos e doutrinas que se perpetuam até hoje. 
Já para Marx, a sociedade se fundamenta na contradição: 
Proletariado versus Capitalistas, os que produzem versus os que consomem. Por esse 
motivo, não haveria como conciliar interesses tão diferentes. 
Marx apresenta um pensamento materialista em que a consciência é o produto da existência 
e da infraestrutura econômica, determinando a dimensão cultural. Nesse 
pensamento, ideias e ação caminham juntas. O homem produz os objetos e, ao mesmo tempo, ele 
também cria relações sociais, produzindo conceitos que justificam essas relações. 
A classe que dispõe dos meios de produção de objetos, dispõe igualmente dos meios de 
produção intelectual. Por Marx, não há como chegar à democracia devido às próprias condições 
estruturais do sistema capitalista. 
Nesse contexto, qualquer atitude de “desobediência” e de conflitos são expressões da 
contradição inerente ao sistema, e não sintomas de anomia. O Aparelho do Estado é, conforme 
análise de Althusser (1983), constituído pelo Aparelho Repressivo (governo, polícia, exército etc.) 
e pelos Aparelhos Ideológicos (igreja, escola, a família etc.), mas apesar da diversidade, ambos 
funcionam por uma ideologia dominante e que cumpre a função de assegurar as relações de 
produção. 
A transmissão da ideologia dominante como uma verdade divide e classifica os indivíduos: 
Fracasso/Sucesso, Normal/Anormal etc. e a escola acaba reproduzindo esse modelo sob disfarces 
sutis de transmitir semelhanças e união. 
2.2 Escola: instrumento do pensamento dominante 
A escola é um instrumento de muita importância na formação dos Aparelhos Ideológicos 
de Estado. Sua característica de poder atuar cotidianamente nos indivíduos, em especial as 
crianças, proporciona a elas um lugar de extrema importância e responsabilidade. 
Ao mesmo tempo que instrui com técnicas e conhecimentos com base na doutrina 
dominante, ensina também as regras do bom relacionamento social ou, conforme Althusser (1983), 
transmite a ideologia dominante em seu estado puro. 
Em cumprimento à formação profissionalizante, a escola prepara, a partir 
de atitudes, crenças e valores, os autores da mão de obra para respeitar a divisão social-técnica 
do trabalho e as regras estabelecidas pela dominação de classe. 
Esses resultados são alcançados por dissimulações e estratégias de uma ideologia 
dominante, como se fosse uma instituição neutra e desprovida de qualquer ideologia. Aspectos 
sutis, como alguns rituais escolares: avaliação, “dar notas”, são mecanismos de inclusão 
ideológica. 
Encontramo-nos frente à ruptura da teoria com a prática, do trabalho manual com o 
intelectual. Seja qual for o conteúdo transmitido, pois não são os conteúdos que são contaminados 
pela ideologia, e sim a própria forma de ensino que fortalece a sua natureza ideologizante. 
Após analisar a escola sob o ponto de vista ideológico, torna-se fatal chegar à conclusão de 
que o sistema educacional, a escola, é um lugar de contradição. 
3 Sistema educacional brasileiro: noções de estrutura e funcionamento 
Após apresentarmos o Sistema Educacional propriamente dito, cabe mais um espaço para 
que nós, educadores, sejamos instigados à construção de seu olhar crítico sobre as leis e sua 
aplicabilidade de cada segmento escolar, seja este privado ou público. 
3.1 Estrutura do sistema educacional brasileiro 
Antes de iniciar, vamos lembrar um pouco sobre nossa história para realçar que a 
atual Constituição Federal Brasileira (CFB) não foi a primeira e que uma constituição sempre 
será a carta magna para garantir a soberania do país. 
Nossa CFB atual é de 1988, com novas ementas posteriores, daremos início por ela para 
apresentar o embrião para posteriores projetos de lei que abordem o sistema de ensino nacional, 
visto que nada pode ser divergente dela. 
No início, no Capítulo II da Constituição Federal de 1988, temos a questão dos Direitos 
Sociais e já encontramos a educação fazendo parte desse bloco: “Art. 6 São direitos sociais 
a EDUCAÇÃO, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (grifo 
nosso). 
Dando continuidade, o Capítulo III da CF (1988) é dedicado à educação, à cultura e aos 
desportos. A primeira seção é destinada apenas à educação e inicia afirmando que a educação é 
um direto de todos, mas compartilha com a família o dever de educar e com a sociedade (Art. 205). 
Analisando vários artigos da CFB referentes à educação, pode-se notar um registro de 
assistência à toda população, independente de classe social, raça ou sexo. A proposta é de uma 
educação igualitária, de qualidade e democrática. 
Ainda no artigo 207 e 208, a CFB molda a estrutura educacional e, para garantia da qualidade 
do sistema educacional, define quais são os segmentos para a assistência educativa do cidadão 
através do poder público: creche e pré-escolar, ensino fundamental, ensino médio, universidade e 
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência. 
Mesmo apresentando a obrigatoriedade do governo em promover as políticas educacionais 
com gratuidade a todos, a CFB também aborda a permissão de iniciativa privada para realizar 
os processos educacionais, desde que sejam autorizadas pelo poder público e atendam todas as 
diretrizes da educação, sempre com qualidade. 
Acompanhando esse passo a passo, fica mais compreensível a razão de ser para normas, 
como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Plano Nacional de Educação 
(PNE), os referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil (RECNEI) e outros, pois a sua 
existência vem para atender as exigências da CFB. 
 
A CFB exige conteúdos mínimos para o ensino fundamental para garantir uma formação 
básica comum a todos os brasileiros, daí identificarmos a existência do Programa Nacional da 
Educação. Ainda determina que os municípios sejam responsáveis pelo ensino fundamental e pré-
escola e os Estados e o Distrito Federal atuarão no ensino fundamental e médio (Capítulo III, Artigo 
211, § 2º e §3º). 
Dentro desse capítulo referente à educação, a CFB englobaa organização, o financiamento 
e os recursos para que o sistema educacional, com essas exigências, seja alcançado, sendo a 
União a responsável por esses processos. 
 
Dando prosseguimento aos nossos estudos e já compreendendo que toda e qualquer 
legislação deve seguir a constituição do país, vamos conhecer pilares importantes da Lei nº 
9.393/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Assim como a CFB, a LDB 
também sofreu ajustes após sua homologação e para estarmos sempre atualizados, é importante 
buscar as leis atualizadas, sejam quais forem. 
A criação da LDB vem para atender a uma normatização das instituições de ensino, 
oferecendo condições de igualdade para todos os cidadãos desde cedo e garantindo que onde o 
estudante esteja, respeitando cada cultura regional, todos terão as grades curriculares em comum. 
Com a criação dessa lei, a educação se torna mais empoderada, pois alavanca mudanças 
bastante significativas que determinarão uma formação igualitária e com a cidadania em plena 
atividade. 
A LDB distribui os segmentos, tal qual previsto na CFB, entre Município, Estado e União e, 
juntamente, quais suportes deverão ser proporcionados para a escolarização efetiva dos seus 
estudantes, como: transporte e material. 
A lei não vincula apenas o governo público no processo. A família, os docentes, as 
instituições de ensino em si e a sociedade precisam cumprir suas partes elucidadas pela legislação. 
Como padronização da Estrutura do Sistema de Ensino, a LDB assim define os segmentos 
da educação acadêmica sistematizada em Educação básica e Ensino Superior. 
 Educação básica: Etapas infantil, fundamental e médio e tem como intuito 
proporcionar ao educando sua formação para o pleno exercício enquanto cidadão e a 
progressão para o trabalho e estudos futuros: 
 
 Ensino superior: Sua finalidade é formar o estudante em áreas diferentes de conhecimento 
e, inclusive, estimular para o aprimoramento da cultura, do espírito científico e do pensamento 
crítico e reflexivo. 
Como mais uma estratégia de garantia de excelência, a LDB formaliza a carga horária anual 
mínima para a Educação Básica, 800 horas, distribuídas por 200 dias de efetivo trabalho escolar. 
Seu cumprimento é essencial para a evolução do indivíduo e para a aquisição dos conhecimentos 
básicos necessários ao avanço. 
De tudo, o que é necessário compreender é que desde a colonização várias leis foram 
promulgadas para a melhoria da Educação e a LDB vem cumprir este papel. Seu cumprimento de 
forma virtuosa tende a reduzir a alienação política dos brasileiros, desmascarando a intenção 
manipuladora de qualquer consciência dominante. 
Quanto à outra legislação de porte a ser seguida para a garantia da educação para todos, 
em vários momentos citada, existe o Programa Nacional de Educação de 2014 (PNE), como um 
planejamento para dez anos e que chega para agregar mais possibilidades de melhorias no sistema 
educacional. 
Existem metas a serem atingidas durante essa década e os relatórios de acompanhamento 
sempre envolvem diagnóstico, diretrizes, objetivos e o andamento das metas: 
 Expansão do ensino básico, garantindo uma expansão do ensino obrigatório e de 
qualidade; 
 Valorização da diversidade presente no país, além da diminuição da disparidade da 
educação, visando sempre aumentar a equidade educacional; 
 Melhor preparação e valorização dos profissionais da educação; 
 Expansão do ensino superior. 
Como pudemos identificar, vários mecanismos têm sido criados para a melhoria da nossa 
educação. O cumprimento de cada um destes, identificando a parte que cabe a cada cidadão e o 
nosso compromisso com a aplicação deles, favorecerá o alcance com mais magnitude para a 
formação de uma sociedade mais igualitária e democrática. 
3.2 Reflexões acerca da evolução da legislação educacional 
As leis sempre estiveram presentes para a consolidação do processo educativo no Brasil e 
todas com a intenção de trazer um conjunto de medidas que trouxessem melhorias para atender 
a população em todo o território nacional ou para uma ideologia do governo. 
É fato que, a cada período histórico, muitas conquistas foram alcançadas com 
transformações educacionais expressivas. Por outro lado, ainda nos deparamos com grandes 
problemas da educação, como o índice de analfabetismo. Ao pensarmos nessa deficiência, fica 
claro que ainda temos muito a caminhar. 
Para Saviani (1987), “a compreensão do sistema educacional brasileiro exige que não se 
perca de vista a totalidade social da qual ela faz parte”. Esse pensamento traz em sua essência 
que a educação avance além de uma Pedagogia e que seus passos se dirijam para a verdadeira 
cidadania. 
Essa construção se concretizará no momento em que os projetos de educação saiam do 
papel, da teoria e sejam aplicados na prática, sem economia de nenhum esforço de natureza física, 
intelectual ou econômica. Aí teremos a real intenção de ascensão do incremento cultural do seu 
povo. Igualmente, apostar na democratização e na universalização de uma educação qualitativa 
que esteja alerta não só para o desenvolvimento intelectual, mas também emocional, físico, social 
e moral. 
Atualmente, vivemos uma era da educação de forma nunca vista anteriormente. Começa 
pelos investimentos financeiros estruturados por programas como o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), 
o Programa Universidade para todos (Prouni) e outros. Contudo, temos um antagonismo entre as 
metas e a falta de efetivação delas. Apesar dos recursos injetados na educação, falta uma política 
de monitoramento desses gastos e de fiscalização das instituições escolares em todos os 
segmentos. 
O cenário que tínhamos antigamente, por exemplo, era a grande dificuldade de acesso à 
educação por parte de famílias menos privilegiadas, que dependiam do sistema público de ensino. 
Filas enormes existiam para realizar a matrícula de seus filhos. Já, nos dias atuais, o número de 
vagas para o ensino básico aumentou consideravelmente e as escolas também estão mais 
próximas dos alunos em geral. 
Outra questão a ser analisada é a desvalorização dos profissionais de educação, que nos 
remete a falhas que não garantem uma educação qualitativa e nem a oferta de um desenvolvimento 
real, seja intelectual, moral, emocional ou social ao sujeito. 
Uma polêmica bastante atual e que compromete a qualidade da educação, é a 
chamada “Mercantilização da Educação” com a abertura de novas faculdades particulares que 
facilitam a entrada no nível superior, a abertura de escolas particulares de ensino básico sem a 
devida fiscalização que transformam a educação num produto e não um serviço como deve ser. 
Ainda abordando os projetos governamentais de acesso à educação, temos a Lei nº 12.711, 
de 29 de agosto de 2012. É a chamada Lei das Cotas, que reserva 50% das vagas das 
universidades públicas aos estudantes de escola pública, que por um lado traz em si um dinamismo 
no acesso ao nível superior, por outro revela a falta de qualidade do ensino público. 
Com tantos avanços, mas sem a efetivação total, o que fica evidente é uma preocupação 
com as estatísticas para apresentação no exterior (para a Unesco, por exemplo), que apresenta um 
quantitativo substancial dentro de instituições de ensino, mas com uma qualidade duvidosa. À parte, 
incluímos a grande desigualdade de distribuição de renda que desfavorece uma boa estrutura 
social para um melhor desempenho dos discentes. 
Cabe incluir na nossa ponderação o momento atual de globalização em que as trocas de 
informações ocorrem cada vez mais rápidas, além da incursão de novas tecnologias dentro das 
salas de aula. 
Apesar das dificuldades, a sociedade, em geral, está mais exigente por uma educação de 
qualidade e para Moran (2000, p. 14) esse aprimoramento é viável a partir do cumprimento de três 
instâncias: 
 
 
Comoconclusão, é perceptível que o nosso sistema de ensino não funciona plenamente 
para atender as expectativas da sociedade, visto que se trata a educação a partir de ideais 
políticos e capitalistas. 
Os recursos são mal geridos, a formação dos professores é deficitária e estes não são 
valorizados como deveriam, além da falta de adequação dos currículos às necessidades dos 
alunos. Toda essa desvalia reforça a esquiva dos pais quanto às suas obrigações para a 
escolarização dos seus filhos, refletindo o pensamento dominante de que educação não é uma 
prioridade. 
Como consequência, por meio das estatísticas, percebe-se a defasagem escolar, crianças 
fora da escola, estudantes com idades não compatíveis ao ano escolar, analfabetismo etc. Esses 
são vestígios de um histórico de falta de planejamento com compromisso para os avanços 
educacionais. 
Nosso país tem muito pela frente para alcançar o desenvolvimento científico, cultural e social, 
mas, para que isso ocorra, a confiança no sistema educacional como o verdadeiro trampolim do 
incremento da sociedade precisa estar sempre presente. O Estado precisa ponderar e perceber 
que o progresso de um país depende de uma sociedade culta, qualificada e capaz de contribuir 
para o crescimento do país. 
4 Educação, política e sociedade 
Veremos agora a educação atrelada a quadros econômicos e políticos. Isso para que 
tenhamos elementos para um olhar e pensamento crítico para avaliar o que nos chega como 
informação acerca do trabalho pedagógico. 
4.1 Conceito de política e seus desdobramentos 
Muito se ouve falar de política, mas que tal saber seu real significado? 
O significado de política é muito amplo, mas encontra-se atrelado com aquilo que diz respeito 
ao espaço público e ao bem dos cidadãos. 
Por definição, política tem sua origem na Grécia Antiga, a palavra politiká é uma derivação 
de polis (aquilo que é público) e tikós (bem comum de todas as pessoas). A necessidade veio 
da concepção de regras de funcionamento e de organização das cidades gregas, e o primeiro 
registro desse tipo de organização política ocorreu em Atenas – “Democracia Ateniense”. 
Dentro da proposta política da Grécia, foram abordados o direito ao voto, garantido aos 
homens a partir dos 18 anos, e o direito de participação nas decisões ligadas às cidades. De acordo 
com Aristóteles, um dos pensadores da Grécia Antiga, a função essencial da política era atender 
aos interesses dos cidadãos, fazendo com que estes fossem a prioridade nas decisões tomadas 
pelo governo. 
Trazendo para a atualidade, podemos afirmar que a política é a ciência da governança de 
um Estado ou uma Nação e uma arte de negociação para ajustar interesses, e o sistema político 
é a forma de governo – Monarquia e República, sendo os mais clássicos. Seu objeto de estudo é a 
relação entre os dirigentes que estão no poder (governo) e os cidadãos em várias instâncias sociais 
e econômicas de interesse público. 
No início da construção de uma ciência política, suas abordagens partiam de perspectivas 
da Filosofia por meio de pensadores como Maquiavel, Montesquieu e outros. No entanto, na 
atualidade, a pesquisa e os estudos nessa área são ampliados dando espaço a outras áreas, como 
História, Economia e Direito. 
Dessa forma, todos os governos, para atender as necessidades de sua nação, promovem 
políticas públicas destinadas aos diversos segmentos das relações com a sociedade. 
4.2 Política e educação 
Durante toda a trajetória histórica do Brasil, as formas de governo influenciaram diretamente 
no avanço ou atraso do sistema educacional brasileiro. Adotamos várias formas de governo e 
independente de qualquer uma, a influência sempre foi determinante na direção que a educação 
seguiria. 
Nos dias de hoje, em função de muita luta em busca da redução da alienação da sociedade, 
o governo apresenta várias políticas públicas para o sistema de ensino, 
sejam distributivas, redistributivas ou regulatórias. 
 
 
As atuais políticas públicas de educação são projetos criados pelo poder público para que 
garantam o acesso à educação para todos os cidadãos por meio da aplicação de suas normas. 
Para completar esse processo, existem dispositivos para a avaliação e fiscalização para transformar 
“a teoria na prática”. 
É de responsabilidade do poder público criar leis para amparar as políticas públicas que têm 
sua apresentação e votação no Poder Legislativo de todas as esferas do executivo: deputados 
federais e estaduais, senadores e vereadores. 
Acrescentando, outras instâncias podem apresentar projetos para a aprovação no legislativo, 
como os representantes do Poder Executivo, também das três esferas: federal, estadual e 
municipal. 
Após tanto tempo, nos dias atuais, a população também pode participar da formação das 
políticas públicas de educação fazendo parte dos Conselhos de Políticas Públicas, por exemplo. 
Esses conselhos são constituídos por representantes do governo e por cidadãos e são 
organizados pelos municípios. Sendo este um direito previsto pela Constituição Federal do Brasil, 
a sociedade como um todo deve exigir a instalação dessas políticas para a melhoria permanente 
das condições do ensino. 
Será que você saberia dizer algumas das políticas públicas em vigência em nosso país? 
 
 
 
E aí? Conhecia essas políticas públicas? Temos várias dessas para a melhoria do nosso 
sistema educacional. A criação desses projetos caminha junto com as propostas da nossa LDB, 
para que ela não seja mais uma lei que “ficou no papel”. 
 
REFERÊNCIAS 
ALTHUSSER, L. Aparelhos Ideológicos do Estado. Ed. Graal, 1983. 
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