Buscar

fichamento Regionalismo crítico arquitetura moderna e identidade cultural

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Texto: Regionalismo crítico: arquitetura moderna e identidade cultural
O regionalismo crítico é uma abordagem na arquitetura que busca abordar questões relacionadas à modernização, preservando os aspectos progressistas e emancipatórios do legado arquitetônico moderno. Uma de suas principais características é a ênfase no lugar e no território, direcionando a atenção para o ambiente em que a estrutura está inserida.
Essa abordagem valoriza a arquitetura como uma prática técnica e busca uma resposta para as condições climáticas, levando em consideração fatores específicos do lugar, como topografia e luz local. Além disso, reconhece as sensações táteis e não apenas a visão, levando em conta níveis variáveis de iluminação, sensações ambientais e experiências corporais induzidas pelos materiais e acabamentos.
O regionalismo crítico pode incorporar elementos nativos reinterpretados e buscar influências em fontes estrangeiras, com o objetivo de cultivar uma cultura contemporânea voltada para o lugar, sem se tornar excessivamente fechada. A ideia é equilibrar a universalização com a preservação das culturas tradicionais e evitar a homogeneização dos produtos culturais.
O texto destaca que a universalização, embora seja vista como um avanço para a humanidade, também pode ter efeitos negativos. Essa universalização leva à perda de culturas tradicionais e afeta o núcleo criativo das grandes civilizações e culturas. Surge, então, o conflito entre a civilização mundial singular e os recursos culturais das grandes civilizações do passado, resultando na expansão de uma cultura comum e na homogeneização dos produtos culturais.
Existe um paradoxo entre enraizar-se no passado cultural e integrar a racionalidade científica, técnica e política da civilização moderna, muitas vezes exigindo o abandono completo do passado cultural. O texto destaca que nem todas as culturas são capazes de absorver o choque da civilização moderna e que se tornar moderno enquanto se mantém as raízes é uma questão complexa enfrentada pelas nações.
Além disso, o texto aborda a necessidade de um diálogo autêntico entre diferentes civilizações para compreender o desenvolvimento de nossa própria civilização. O regionalismo crítico é apresentado como uma abordagem que reflete elementos limitados e serve a eles, surgindo como resultado de um consenso anticentrista e aspiração por independência cultural, econômica e política. A cultura regional precisa ser cultivada de forma autoconsciente, mantendo sua autenticidade, ao mesmo tempo em que se apropria de influências estrangeiras.
O exemplo citado no texto é o arquiteto dinamarquês Jorn Utzon e sua obra, a Igreja Bagsvaerd, que representa esse processo de assimilação e reinterpretacão. A igreja combina elementos pré-fabricados de concreto com abóbadas de concreto armado moldadas no local, apresentando uma integração complexa de técnicas de construção que aludem a valores dialogicamente opostos.
O regionalismo na arquitetura se manifestou em vários países das Américas, Europa e Ásia. No continente americano, arquitetos como Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Amancio Williams, Carlos Raúl Villanueva, Richard Neutra e Harwell Hamilton Harris foram responsáveis por trazer o regionalismo para a América. Harris destacou a diferença entre regionalismo restrito e liberado, defendendo que o regionalismo deve estar em constante desenvolvimento para evitar a estagnação e substituição pelo modernismo universal.
Na Europa, o regionalismo emergiu após a Segunda Guerra Mundial, com arquitetos na Suíça valorizando a cultura local e assimilando influências externas. Na Grécia, o regionalismo historicista buscava criar uma elite urbana separada do campo, enquanto na Ásia, o japonês Tadao Ando buscava harmonizar a modernização universal com a cultura regional, enfatizando a conexão entre a casa e a natureza.
Em resumo, o texto discute a necessidade de um diálogo entre diferentes civilizações, a proposição paradoxal de uma cultura local ou nacional em contraste com a civilização universal, e a importância de cultivar formas vitais de cultura regional enquanto se apropria de influências estrangeiras. O regionalismo crítico é destacado como uma abordagem que busca preservar os aspectos progressistas e emancipatórios da arquitetura moderna, valorizando o lugar, a resposta às condições climáticas e as sensações táteis, ao mesmo tempo em que se integra aos avanços da modernização.

Outros materiais