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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso(s) de Pedagogia– modalidade EAD AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA 2 – 2022.2 Disciplina: Geografia na Educação 2 Coordenador (a): Lincoln Tavares Silva Aluno (a): Patrícia da Silva Moraes Verdugo Matr. 19212080414 Polo: São Pedro da Aldeia Caro/a Estudante, Objetivamos com a AD que você responda as questões a partir de pesquisas e leituras que venha a fazer, além do livro da disciplina e dos textos complementares que se encontram postados na plataforma. Como você terá um tempo para fazê-la, sugerimos que possa entendê-la como um trabalho de pesquisa. Assim, a AD2 será mais uma forma de estudo para a avaliação presencial. As respostas desta avaliação podem ser enviadas até o dia previsto no cronograma da disciplina. Aplique-se e bom trabalho! 1ª questão: (3 pontos) A região Amazônica ainda se apresenta como campo de disputas entre interesses baseados em lógicas distintas de organização social e ambiental. A reportagem a seguir, obtida junto ao Jornal El País, mesmo se referindo ao período do então governo do ex-presidente Temer, reflete bem este jogo de interesses que continuam influenciando as formas pelas quais os agentes governamentais estabelecem as políticas de gestão das comunidades, do território, das riquezas e do patrimônio socioambiental da Região. Leia a reportagem adaptada e identifique o que se pede após a leitura da mesma. Renca: Temer revoga polêmico decreto que ameaça reservas da Amazônia Governo recua na proposta de abrir a região, entre Pará e Amapá, para exploração de mineradoras Alta de desmatamento na floresta amazônica era consequência inexorável O então presidente Michel Temer bem que tentou abrir a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), na floresta amazônica, para a exploração das mineradoras a toque de caixa. Mas, a reação de ambientalistas e da comunidade internacional foi tão grande que ele precisou voltar atrás, pelo menos por enquanto. Nesta segunda- feira o Governo anunciou a extinção total do decreto que previa a abertura da Renca, situada entre os Estados do Pará e Amapá, para a entrada de empresas de NOTA: 10.0 Feedback: ótimas respostas! mineração que cobiçavam ouro, cobre e outros tesouros na região, que alcança o tamanho da Dinamarca. A decisão deve ser publicada nesta terça-feira, 26 de setembro, no Diário Oficial, como apurou o repórter Afonso Benites, em Brasília. Apesar do recuo, nos bastidores já se sabe que o Governo não descarta voltar a debater o fim da reserva no futuro. Foi assim com a reserva Jamanxim, no Pará, que seria extinta, mas a decisão foi abortada diante da pressão geral, incluindo a marcação cerrada da modelo Gisele Bündchen, forte ativista ambiental. Apesar do nome, a Renca contempla nove reservas ambientais e indígenas, que seriam impactadas caso o Governo liberasse a área para a entrada de empresas privadas. A grita foi tão grande, incluindo dos povos indígenas que ali residem, como os Wajãpi, que o Governo chegou a reeditar o decreto com garantias de que essas regiões seriam preservadas. Mas de nada adiantou. Até o Rock in Rio jogou contra as ambições do Governo. Diversos artistas se manifestaram contra a extinção da Renca. A cantora Alicia Keys chegou a levar uma liderança indígena, Sônia Guajajara, para protestar no palco, pressionando senadores a trabalhar pela revogação do decreto de Temer. Fora do Brasil, europeus já se movimentavam preocupados com os destinos da Renca. A União Europeia já estudava uma cobrança ao Governo brasileiro questionando as decisões tomadas em prol da mineração que atingiam compromissos assumidos pelo Brasil sobre preservação ambiental. Na Renca, o garimpo ilegal foi denunciado diversas vezes por ONGs e entidades que atuam na região, mas a fiscalização para coibir a atividade nunca foi feita. O presidente Michel Temer chegou a sustentar que a abertura da Renca ao setor privado tentava legalizar o que já acontece de maneira clandestina. Nilo D'Ávila, coordenador de campanhas do movimento Greenpeace, entende que garimpo é impossível de ser legalizado. “Eles estão ali tirando uma riqueza nacional para uso próprio, sem nenhuma autorização. Como se pode legalizar algo sem calcular o impacto que é causado e sem saber em quais condições, nem como se pode recuperar o que for desmatado”, questiona. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ministério de Minas e Energias, apenas 25% dos 46.450 quilômetros quadrados da Renca pode ser, por lei, explorada – a projeção não confere com os dados do instituto Imazon, que estima em apenas 10,5% disponíveis para a exploração. Na área restante, onde estão as unidades de conservação além das duas reservas indígenas, ficaria vedada qualquer tipo de exploração. Mas, essa proposta é incompatível com o projeto de conservação, avalia Michel de Souza, coordenador de Políticas Públicas do WWF- Brasil. “Se abrir a Renca, haverá desmatamento inevitavelmente, mesmo que se sigam as melhores regras mundiais de exploração mineral. Como você vai escoar? Como abrir rodovias, levar máquinas pesadas para a floresta, equipamentos necessários para a extração de minérios?”, pergunta ele. A Renca foi criada em 1984, no final da ditadura militar, e previa que somente a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma empresa pública pertencente ao Ministério de Minas e Energia, podia fazer pesquisa geológica para avaliar as ocorrências de minérios na área. Na prática, pouco se pesquisou para dar viabilidade comercial a esse trecho. Em contrapartida, avançaram as áreas protegidas ali. Caso das terras Wajãpi, demarcadas em 1996. Metade do território habitado por este povo indígena está dentro da Renca. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/25/politica/1506372008_097256.html, acesso em 25-09-2017. Após a leitura da reportagem, pensando na perspectiva de realizar aulas voltadas aos estudantes de Ensino Fundamental, identifique dois aspectos que caracterizam bem o jogo de interesses socioeconômicos e socioculturais confrontantes, no que diz respeito a situação de ocupação do espaço amazônico presentes no texto em relação a: a) Grupos ou comunidades que disputam a posse e utilização do território abordado na reportagem; Resposta: Comunidades indígenas e ribeirinhas; pequenos produtores rurais; grupos de garimpeiros e madeireiros tanto para exploração legal quanto ilegal; agropecuriaristas; dentre outros. b) Pelo menos dois dos diferentes impactos causados pela atividade econômica que se pretendia adotar na RENCA, indicando suas consequências para os envolvidos. Resposta: Se pode falar em impactos ambientais significativos, afetando tanto a fauna quanto a flora locais; desequilíbrios climáticos; impactos socioeconômicos e culturais; precarização e exploração da força de trabalho; dentre outros. 2ª questão: (4 pontos) Leia ambos os textos a seguir e a partir deles atenda ao que se pede na questão: O Arranjo Produtivo Local (APL) Metal Mecânico da Região Médio-Paraíba foi estruturado em decorrência da concentração de empresas âncoras do setor, instaladas na região durante o século XX, e pela sua localização estratégica, pois se situa no principal eixo viário entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Seu surgimento gerou oportunidades de negócios para as micros e pequenas empresas da cadeia produtiva desse segmento e possui como parceiros atuantes como Governo do Estado do RJ, Sindicato do Setor na Região Sul Fluminense (METALSUL), Sistema Firjan, SEBRAE/RJ, Prefeituras da região, entre outros. O APL se localiza num território que agrega 12 municípios que guardam entre si relações econômicas e culturais consolidadas, a região hoje é uma das mais desenvolvidas do Estado. A região concentra importantes indústrias da cadeia produtivado segmento metal mecânico, tais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Siderúrgica Barra Mansa, Galvasud, MAN Latin America, PSA Peugeot-Citroen, Saint Gobain, Michelin, MBP, BR Metals e Grupo Votorantim, com também outras empresas do setor automotivo. Os principais segmentos do APL são: usinagem, caldeiraria, tornearia, manutenção, montagem industrial e fundição. Fonte: https://mooola.riooportunidadesdenegocios.com.br/apls/apl-de-metal- mecanico-do-medio-paraiba/, acesso em 23/04/2019 a) A industrialização na região do Médio Paraíba do estado do Rio de Janeiro tem levantado algumas questões quanto a caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos industriais gerados por essas empresas, qual o destino destes resíduos e se os mesmos sofrem algum tipo de tratamento antes de receberem o destino final. A disposição inadequada de resíduos sólidos industriais apresenta-se como um dos problemas ambientais mais críticos da atualidade, seja pelo passivo de solos contaminados que originou, seja pela prática incorreta de disposição final ainda corrente em muitas instalações industriais. Mesmo em países desenvolvidos este tipo de problema pode ser observado. A região do Médio Paraíba é constituída de 12 (doze) cidades, Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda (FUNDAÇÃO CEPERJ, 2013). Fonte: TORRES, et al., 2015, disponível em https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/1012287.pdf, acesso em 23/04/2019. Responda ao que se pede: a) Que atividade marcou a ocupação da Região do Vale do Paraíba Fluminense, antes do parque industrial retratado nos textos anteriores? Indique pelo menos um fator que contribuiu para a decadência desta atividade anterior. Resposta: A região do Vale do Paraíba é marcada por diferentes atividades econômicas ao longo de sua história, que vão desde as atividades cafeeiras que se iniciaram no século XVIII, até a construção da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda, que em conjunto com diversas outras atividades (como o turismo, por exemplo), fizeram surgir novos eixos industriais, transformaram centros urbanos em locais de prestações de serviços e intensificaram o processo de ocupação socioeconômica daquela região, reorganizando o espaço produtivo da região. b) Indique pelo menos três fatores marcantes para a instalação das indústrias na Região do Médio Vale do Paraíba (RMVP) fluminense. c) Apresente um impacto ambiental decorrente da instalação do parque industrial na RMVP, especificando seus riscos aos seres humanos desde aquela região. Resposta: Com todo esse desenvolvimento, as agressões ao meio ambiente e os processos de degradação ambiental tornaram-se cada vez mais crescentes, tais como o desgaste do solo, os desmatamentos (com a extinção de espécies animais e vegetais da mata Atlântica) 3ª questão: (3 pontos) No texto existente no resumo da aula 17 (O Brasil globalizado) do material didático da disciplina, podemos observar uma análise breve da evolução econômica brasileira até o final da década de 1990, no caminho de sua inserção na economia global. RESUMO No final da década de 1970, em função do capitalismo, o mundo mergulhou em mais uma crise e, para sair dela, passou a implementar ideias neoliberais, que visavam ao completo afastamento do Estado como investidor e gerenciador dos setores estratégicos dos países. O Brasil passou a implementar a política neoliberal nos anos 1990, e, também aqui, seus ditames foram colocados em prática, tais como o incentivo às privatizações, a eliminação dos monopólios estatais em setores estratégicos, a maior atração aos investimentos externos e a flexibilização cada vez maior das relações trabalhistas. No final da década, os resultados dessa política macroeconômica só vieram provar a sua fragilidade, pelo menos do ponto de vista social. O Brasil conseguiu aprofundar ainda mais as desigualdades existentes entre os mais ricos e os mais pobres. Para provar isso, basta ver os dados: no nosso país, os 10% mais ricos detêm 50% da renda nacional. Indique e justifique pelo menos três aspectos presentes no RESUMO apresentado que, demonstrando uma retomada neoliberal de inserção de nosso país na globalização, neste momento, se encontram novamente sendo vividos no cenário socioeconômico brasileiro. Resposta: Incentivo às privatizações, inclusive com a elaboração de um plano nacional de privatizações; flexibilização das leis trabalhistas e dos direitos previdenciários; eliminação de monopólios estatais, como a proposta de privatização dos Correios.
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