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aula 3 Gestão de Serviços e Operações Portuárias e Aeroportuárias

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GESTÃO DE SERVIÇOS E
OPERAÇÕES PORTUÁRIAS E
AEROPORTUÁRIAS
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. João Marcos Andrade
CONVERSA INICIAL
Seguimos na busca pelo conhecimento pleno das atividades operacionais, gerenciais e
administrativas dos estabelecimentos definidos para atenderem às demandas de entradas e saídas de
cargas internacionais do Brasil, os portos e aeroportos. Por isso, estejamos atentos e dedicados a
absorver o máximo possível de aprendizado com base nas informações contidas nesta aula, em que
observaremos novos conceitos sobre atividades e agentes operantes na cadeia do comércio
internacional e da logística internacional, ou seja, de toda a malha internacional de atividades nas
transações e negócios.
CONTEXTUALIZANDO
Nossas atuações profissionais podem se diferenciar nos negócios internacionais conforme a
colocação profissional e nossa posição no mercado de trabalho, sendo que, no ramo internacional de
negócios, podemos, por exemplo, estar atuando como importadores, exportadores, agentes de
cargas, armadores, companhias aéreas, despachantes aduaneiros, compradores, vendedores
(procurement), corretores de seguros, peritos contábeis, advogados etc.
É certo que há uma gama extensa de oportunidades para atuação profissional, sendo que,
independentemente de qual seja, necessariamente precisamos compreender que as atividades
operacionais dos portos e aeroportos são imprescindíveis para o desenvolvimento mais amplo
possível de nossas práticas profissionais, pois, ao compreendermos exatamente as atividades
realizadas nesses locais, melhores serão nossos resultados de serviços prestados aos nossos clientes.
TEMA 1 – CONCEITO DE AUTORIDADE AEROPORTUÁRIA
O Brasil possui uma infraestrutura aeroportuária de extrema capacidade estrutural e de
governança, a qual detém competência administrativa de altíssimo nível para executar gestão
administrativa nos aeroportos do país, com destaque para alguns terminais aeroportuários nacionais,
sendo que a autoridade aeroportuária apresenta contexto muito necessário para que as atividades
administrativas e operacionais possam ser executadas com a máxima eficiência de forma que a
qualidade de serviço nos terminais aeroportos seja sempre mensurada, melhorando continuamente.
1.1 AUTORIDADE AEROPORTUÁRIA – ASPECTOS LEGAIS
O Decreto n. 10.319/2020, em seu art. 1º, apresenta a definição de autoridade aeroportuária de
forma legal, apresentando as incumbências administrativas dessa autarquia, o que permite a
compreensão clara quanto à competência da autoridade portuária na gestão administrativa e
operacional desse órgão em nosso país.
Vejamos, então, na íntegra o art. 1º do Decreto 10.319/2020:
Art. 1º Ficam instituídas a Comissão Nacional das Autoridades Aeroportuárias - Conaero e a
Comissão Nacional das Autoridades nos Portos - Conaportos com a finalidade de propor,
coordenar e avaliar medidas de eficiência relacionadas às atividades desempenhadas pelos órgãos
e entidades públicas nos aeroportos e nos portos, respectivamente. (Brasil, 2020)
1.2 DIVISÕES E COMPOSIÇÕES DAS RESPONSABILIDADES DA AUTORIDADE
AEROPORTUÁRIA, SEGUNDO O DECRETO 10.319/2020
O art. 2º do Decreto n. 10.319/2020 define a composição técnica da Conaero, importante órgão
federal responsável por reunir as ordens de natureza administrativa nos departamentos e setores
públicos para a perfeita coordenação das atividades operacionais nos campos sobre os quais está
responsável.
1.2.1 COMPOSIÇÃO E DIVISÕES DA CONAERO
O órgão Conaero tem as seguintes subdivisões conforme o art. 2º do Decreto 10.319/2020,
encontrado no portal do Planalto (Brasil, 2020). Confira na íntegra o art. 2º.
Art. 2º  A Conaero é composta por representantes dos seguintes órgãos e entidades:
I - Ministério da Infraestrutura, por meio da Secretaria-Executiva, que a presidirá;
II - Casa Civil da Presidência da República;
III - Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Polícia Federal;
IV - Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando
da Aeronáutica;
V - Ministério da Economia, por meio da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil;
VI - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria de Defesa
Agropecuária;
VII - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa; e
VIII - Agência Nacional de Aviação Civil - Anac.
§ 1º  Cada membro da Conaero terá um suplente, que o substituirá em suas ausências e
impedimentos.
§ 2º Os membros da Conaero e respectivos suplentes serão indicados pelos titulares dos órgãos e
das entidades que representam e designados pela Comissão.
§ 3º Os membros da Conaero e respectivos suplentes terão autonomia para tomada de decisão nas
reuniões da Comissão.
§ 4º  A Conaero poderá convidar para participar de suas reuniões, sem direito a voto, e dos Comitês
Técnicos, representantes de associações setoriais e demais órgãos e entidades públicas ou privadas
que possam contribuir para o debate das pautas.
Assim, é possível visualizarmos as particularidades administrativas de um órgão diretamente
ligado ao Poder Executivo da Nação, o que nos faz perceber a importância de tal órgão haja vista a
grandeza dos negócios internacionais atuais do Brasil, mas também é relevante observarmos que a
Conaero tem, em suas atribuições, a missão de concentrar os departamentos responsáveis por todas
as demais atividades dos aeroportos, e não apenas as questões que envolvem o setor de logística
internacional.
1.3 ATRIBUIÇÕES DA CONAERO
Vejamos um extrato das atribuições, tarefas da Conaero com abrangência nacional.
O mesmo Decreto visto no tópico anterior também apresenta as atribuições e tarefas da
Conaero, que encontramos no art. 3º (Brasil, 2020).
Art. 3º  Compete à Conaero:
I - coordenar as atividades dos órgãos e entidades públicas e privadas nos aeroportos, no âmbito
de suas respectivas competências;
II - elaborar, implementar e revisar o Programa Nacional de Facilitação do Transporte Aéreo e o
Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita;
III - assessorar os órgãos públicos quanto à política de segurança contra atos de interferência ilícita
e facilitação do transporte aéreo;
IV - promover alterações, aperfeiçoamentos ou revisões de atos normativos, procedimentos e
rotinas de trabalho com vistas à otimização do fluxo de pessoas e bens e da ocupação dos espaços
físicos nos aeroportos e ao aumento da qualidade, da segurança e da celeridade dos processos
operacionais;
V - estabelecer parâmetros de desempenho e padrões mínimos para a atuação de órgãos e
entidades públicos nos aeroportos e revisá-los periodicamente;
VI - propor aos órgãos ou entidades competentes medidas para implementar os padrões e as
práticas internacionais relativas ao transporte aéreo, observados os acordos, os tratados e as
convenções internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária, além de
acompanhar a sua execução;
VII - aprovar a criação das Comissões Locais das Autoridades nos Aeroportos  e os Comitês
Técnicos e estabelecer seus respectivos regimentos internos, que disporão sobre sua organização e
funcionamento, bem como monitorar e orientar suas atividades;
VIII - avaliar e deliberar sobre as propostas encaminhadas pelas Comissões Locais das Autoridades
nos Aeroportos e pelos Comitês Técnicos;
IX - acompanhar o desempenho das operações aeroportuárias, por meio de indicadores, com o
auxílio do operador do aeroporto e dos órgãos e entidades públicos e privados que nele exercem
atividades;
X - coordenar os requerimentos de internacionalização de aeroporto que dependam de
manifestação dos órgãos e das entidades de controle de fronteira do País e das demais autoridades
estabelecidas em regulamentos específicos, observadas suas competências;
XI - aprovar seu regimento interno, que disporá sobre sua organização, a forma de apreciação e
deliberação das matérias; e
XII - propor medidas com vistas:
a) ao aperfeiçoamentodo fluxo de informações, o despacho por meio eletrônico, o
compartilhamento dos bancos de dados e a integração dos sistemas informatizados dos órgãos e
entidades públicos;
b) à adequação e à qualificação dos recursos humanos para o desempenho de suas atividades nos
aeroportos;
c) à padronização das ações de cada um dos integrantes da Conaero nos aeroportos, conforme os
parâmetros de desempenho a que se refere o inciso V; e
d) à adequação dos procedimentos e dos equipamentos necessários para atender aos requisitos de
segurança, qualidade e celeridade recomendáveis às atividades públicas exercidas nos aeroportos.
Como bem observamos, a Coanero, como autoridade aduaneira, tem a responsabilidade de
coordenar todas as atividades executadas nos aeroportos brasileiros, sejam eles administrados pela
iniciativa privada (empresas particulares), sejam também pelo poder público em aeroportos
administrados pela Infraero, assim, é possível entendermos que a demanda de atividades daquele
órgão é exaustivamente grande e contínua, pois envolve aspectos de organização de procedimentos,
estabelecimento de metas e objetivos e adaptação de estruturas físicas conforme a demanda de cada
terminal aeroportuário.
Especificamente em nossa área de atuação, o comércio internacional, podemos observar
claramente a preocupação dos responsáveis por esse órgão quanto à melhoria contínua nos
aeroportos, o que faz com que os exportadores e importadores brasileiros tenham as melhores
condições para apresentarem suas cargas destinadas ao exterior ou dele vindas, pois a busca pela
eficiência contínua e sempre melhorada tão almejada pela Conaero faz com que os terminais
aeroportos estejam em constantes adaptações inclusive aos avanços da tecnologia, especialmente ao
que estiver relacionado com as movimentações das cargas transitadas nos aeroportos brasileiros.
1.4 INFRAERO – INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA
A Infraero é um órgão presente na gestão aeroportuária do Brasil e pode assim ser definida e
observada, conforme dados de seu próprio portal na internet:
Somos a Infraero, uma empresa pública nacional com mais de 40 anos de experiência,
comprometida com as pessoas, com a segurança, o conforto e o bom atendimento. Estamos entre
as três maiores operadoras aeroportuárias do mundo e, desde 1973, contribuímos para simplificar e
enriquecer a experiência dos clientes, viajantes ou parceiros de negócios, que utilizam nossos 55
aeroportos espalhados pelo Brasil. São mais de 100 milhões de passageiros transportados ao ano,
representando cerca de 60% do movimento aéreo no País, o que nos coloca em posição de
destaque no cenário da aviação nacional. Administramos desde grandes aeroportos até alguns tão
pequenos que ainda não recebem voos comerciais regulares, mas cumprem a função de
representar a soberania do Brasil em áreas longínquas e de fronteira. (Infraero, [S.d.])
As competências da Infraero estão dispostas da seguinte forma, conforme o objeto social
publicamente divulgado em seu portal na internet:
I - Implantar, administrar, operar e explorar industrial e comercialmente a infraestrutura
aeroportuária e de apoio à navegação aérea; e
II - prestar consultoria e assessoramento em suas áreas de atuação e na construção de aeroportos.
Parágrafo único. A Infraero poderá, para a consecução do seu objeto social, constituir subsidiárias,
assumir o controle acionário de empresa e participar do capital de outras empresas, relacionadas ao
seu objeto social, conforme expressamente autorizado pela Lei nº 5.862, de 1972. (Infraero, 2018)
TEMA 2 – CONCEITO E APLICABILIDADES DAS COMPANHIAS
AÉREAS
Mesmo que tenhamos uma compreensão do que literalmente venha a ser uma companhia aérea,
é importante observamos tecnicamente qual é a atribuição dada a esse indispensável setor da
economia, responsável pelo transporte tanto de cargas, como e principalmente de pessoas em tempo
contínuo e de forma globalmente integrada.
Companhias aéreas são empresas voltadas para a prestação de serviço de transporte de pessoas
e mercadorias, objetivando um determinado lucro por essa prestação de serviço.
As companhias aéreas exercem atividade de apoio completamente necessárias em nossas
atividades do comércio internacional, negócios internacionais, e demandas ligadas às remoções e
transportes de cargas internacionais, considerando a importância da locomoção de administradores,
técnicos, vendedores e profissionais liberais transitando internacionalmente para busca de soluções e
adaptações de situações que venham promover a eficácia na gestão de negócios internacionais,
inclusive para realização de reuniões, congressos, feiras de negócios, abertura de novas empresas e,
obviamente, o transporte das mercadorias negociadas globalmente.
2.1 IATA – INTERNATIONAL AIR TRANSPORT ASSOCIATION  
A IATA (Associação Internacional de Transportadores Aéreos) é uma organização independente a
nível internacional e sem participação de governos. Segundo definições do autor Luiz Augusto
Tagliacollo Silva, em sua obra Logística no Comércio Exterior (2013), a IATA:
Tem como objetivo principal administrar os serviços das companhias aéreas assim como estudar e
desenvolver questões relacionadas ao tráfego, fretes e rotas. Um dos objetivos da IATA é promover
a segurança nos transportes aéreos e padronizar rotinas e operações para facilitar o tráfego aéreo
É importante sabermos que há uma organização internacional que, de certa forma, concentra as
informações e diretrizes operacionais das companhias aéreas de forma global, o que facilita o
gerenciamento das atividades e permite padronização nas atividades, pois pelas enormes distâncias
entre os pontos de saída e chegada de cargas no globo, fica nítida a necessidade de um organismo
que possa centralizar informações e conduzir ações práticas.
Com o apoio da IATA, as companhias aéreas passam, então, a desenvolver suas atividades de
transportes de pessoas e mercadorias de forma organizada e padronizada, logo, a compreensão
sobre o que de fato vem a ser o conceito de Companhia Aérea pode ser aperfeiçoada, como veremos
a seguir.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) é quem dita as regras para a criação e
atuação das Companhias Aéreas em nosso país, a qual em seu portal na internet apresenta as
seguintes condições para que empresas atuem como no Brasil:
Os serviços aéreos públicos abrangem os serviços aéreos públicos especializados e os serviços de
transporte aéreo público de passageiro, carga ou mala postal, regular ou não-regular, doméstico ou
internacional, conforme definição legal prevista pelo Artigo 175 da Lei nº 7.565/86 – Código
Brasileiro de Aeronáutica - CBA.
Para que uma empresa brasileira possa explorar serviços aéreos públicos, esta dependerá sempre
de prévia concessão, quando se tratar de transporte aéreo regular, ou de autorização no caso de
transporte aéreo não-regular ou de serviços aéreos especializados.
A concessão para operar terá validade enquanto a empresa mantiver todas as condições técnicas e
operacionais definidas pela ANAC e atender as demais leis e normas infralegais aplicáveis.
A autorização para operar terá validade de até  5 (cinco) anos, contados a partir da data da
publicação do ato de outorga, podendo ser renovada, no todo ou em parte, em função do
cumprimento do objetivo social relacionado às atividades aéreas e das demais leis e normas
infralegais aplicáveis.
2.2 COMPANHIAS AÉREAS – ATUAÇÃO E PRESENÇA
As companhias aéreas estão presentes em praticamente todos os países, sendo que a alternância
quanto a status e ranking varia muito conforme a situação econômica do país onde a companhia
aérea está sediada, bem como conforme reflexos da economia global, pois os impactos de crises
econômicas globais, por exemplo, são diretamente sentidos neste setor, haja vista os custos dos
serviços serem de certa forma altos. 
Para aquisição dos serviços prestados pelas companhias aéreas   pelas empresas atuantes no
mercado internacional,basta que se mantenha um contato com o setor comercial da companhia
pretendida, ou mesmo podendo ocorrer a contração do serviço de um frete internacional, por
exemplo, a partir de um contato com um agente de cargas, o freight forwarder (analisado em outra
aula desta disciplina), o qual é parceiro das companhias aéreas exatamente para comercializar os
serviços de fretes internacionais sob as condições comerciais negociadas.
Os serviços de frete aéreo são praticados pelas companhias aéreas tanto nas aeronaves
especificamente concebidas ou adaptadas para o transporte de cargas, as chamadas popularmente
de aviões cargueiros, como também podem ocorrer nas aeronaves de transportes de passageiros,
desde que, obviamente, ocorram no compartimento específico de bagagem, sempre observando
determinações de que as bagagens dos viajantes têm prioridade na ocupação dos espaços. Portanto,
a comercialização de frete nesse compartimento somente pode ocorrer desde que se observe a
“ociosidade de espaço”, assim sendo, então, possível a “venda” do serviço de frete nacional ou
internacional, prática muito comum atualmente.
TEMA 3 – CONCEITO E APLICABILIDADES DO DESPACHANTE
ADUANEIRO
As importações e exportações ocorrem de forma direta pelas empresas praticantes dessas
atividades, porém, a imensa maioria das empresas requer e depende dos serviços de profissionais
especializados na execução de atividades técnicas do comércio internacional, especialmente para
atendimento e cumprimento das Fundamentações Legais da Aduana Brasileira e termos
internacionais envolvidos nas negociações internacionais.
Esses profissionais do comércio exterior, dentre vários outros, são os despachantes aduaneiros,
os quais possuem qualificação técnica definida na Instrução Normativa da Receita Federal n.
1209/2011 e Decreto n. 6759/2009, arts. 808 a 810, nos quais estão dispostas as atividades técnicas
operacionais a serem realizadas pelo Despachante Aduaneiro.
Vejamos o conteúdo do art. 810 do Decreto n. 6.759/2009, o qual define a figura do despachante
aduaneiro conforme a legislação aduaneira.
Art. 810. O exercício da profissão de despachante aduaneiro somente será permitido à pessoa física
inscrita no Registro de Despachantes Aduaneiros, mantido pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil (Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 5º, § 3º).
§ 1o A inscrição no registro a que se refere o caput será feita, a pedido do interessado, atendidos os
seguintes requisitos:
I - comprovação de inscrição há pelo menos dois anos no Registro de Ajudantes de Despachantes
Aduaneiros, mantido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil;
II - ausência de condenação, por decisão transitada em julgado, à pena privativa de liberdade;
III - inexistência de pendências em relação a obrigações eleitorais e, se for o caso, militares;
IV - maioridade civil;
IV-A - nacionalidade brasileira; (Incluído pelo Decreto nº 7.213, de 2010).
V - formação de nível médio; e
VI - aprovação em exame de qualificação técnica.
§ 2o Na execução das atividades referidas no art. 809, o despachante aduaneiro poderá contratar
livremente seus honorários profissionais (Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 5º, § 2º).
§ 3o A competência para a inscrição nos registros a que se referem o caput e o inciso I do § 1o será
do chefe da unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição aduaneira sobre o
domicílio do requerente.
§ 4o Para inscrição no Registro de Ajudante de Despachantes Aduaneiros, o interessado deverá
atender somente os requisitos estabelecidos nos incisos II a V do § 1o.
§ 5o Os ajudantes de despachantes aduaneiros poderão estar tecnicamente subordinados a um
despachante aduaneiro e exercer as atividades relacionadas nos incisos I, IV, V e VI do art. 808.
§ 6o Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil:
I - editar as normas necessárias à implementação do disposto neste artigo; e
II - dar publicidade, em relação aos despachantes aduaneiros e ajudantes inscritos, das seguintes
informações:
a) nome;
b) número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;
c) número de registro;
d) número e data de publicação do ato declaratório de inscrição no registro em Diário Oficial da
União; e
e) situação do registro.
§ 7o Enquanto não for disciplinada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil a forma de realização
do exame a que se refere o inciso VI do § 1o, o ingresso no Registro de Despachantes Aduaneiros
será efetuado mediante o atendimento dos demais requisitos referidos no § 1o.
§ 8o Aos despachantes aduaneiros e ajudantes de despachantes aduaneiros inscritos nos
respectivos registros até a data da publicação deste Decreto ficam asseguradas as regras vigentes
no momento de sua inscrição.
§ 9o A aplicação do disposto neste artigo não caracterizará, em nenhuma hipótese, qualquer
vinculação funcional entre os despachantes aduaneiros, ajudantes de despachante aduaneiro e a
administração pública.
§ 10. É vedado, a quem exerce cargo, emprego ou função pública, o exercício da atividade de
despachante ou ajudante de despachante aduaneiro. (Brasil, 2009)
3.1 O DESPACHANTE ADUANEIRO E SUA IMPORTÂNCIA
As atividades profissionais do despachante aduaneiro são cada vez mais necessárias e utilizadas,
pois são capazes de cumprirem as exigências da legislação aduaneira seja para cargas de importação
bem como de exportações. Além do mais, quaisquer descumprimentos de regras por parte das
empresas atuantes no comércio internacional podem trazer multas e sanções administrativas, o que
inviabiliza as atividades de comercialização internacional. Por isso, há a necessidade de sempre contar
com ótimos profissionais despachantes aduaneiros, especialmente para executar as atividades
apresentadas a seguir.
3.1.1 ATIVIDADES PROFISSIONAIS DO DESPACHANTE ADUANEIRO
Na prática diária, o profissional do despacho aduaneiro executa desde elaboração de
documentos aduaneiros até conferências aduaneiras de cargas de importação e exportação (vistas no
art. 10º do Decreto n. 6.759/2009).
Para compreendermos de forma mais clara a atuação profissional do despachante aduaneiro,
vejamos as informações a seguir:
Elaboração de documentos. O despachante atua orientando importadores e exportadores a
elaborarem os documentos de instrução de despacho previstos nos arts. 554 a 557 do Decreto n.
6.759/2009.
Acesso e operacionalização de sistemas oficiais da aduana. Também atua mediante o acesso
e execução de Sistemas de Informações Gerenciais do Governo Federal, especialmente ao Sistema
Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX, no qual são apresentadas as cargas de importação e
exportação ao fisco federal (Receita Federal do Brasil), para que possam ser praticadas as etapas
operacionais dos procedimentos técnicos definidos como despacho aduaneiro pela legislação
específica, que é a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n. 680/2006. Essa legislação, em
seu artigo primeiro, define, por exemplo, que todas as cargas que adentrem ao território nacional
(importações) sejam submetidas ao processo de despacho aduaneiro, procedimento este executado
formalmente pelo despachante aduaneiro, e nas exportações seguindo os requisitos determinados
na Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n. 1702/2017, sendo que em todas é necessário
o acesso ao sistema Siscomex, ao qual o despachante aduaneiro tem acesso por sua característica
técnica peculiar definida pelo art. 810 do Decreto n. 6.759/2009.
TEMA 4 – CONCEITO E APLICABILIDADE DA RECEITA FEDERAL
A Receita Federal do Brasil é o órgão federal designado para realizar as atividades de fiscalização
sobre as operações de importações e exportações no Brasil, sendo a aduana brasileira de sua
competência.
Podemos definir assim a aduana: “todo país possui nas suas fronteiras um órgão que controla e
fiscaliza o fluxo internacional de bens, mercadorias e veículos. Esse órgão é chamado de Aduana. No
Brasil, é a Receita Federal que exerce a Administração Aduaneira” (ReceitaFederal, [S.d.]).
Cabe então à Receita Federal do Brasil executar as atividades de fiscalização sobre as atividades
de importações e exportações pelas empresas brasileiras nos portos, aeroportos e fronteiras
terrestres do país. Para tanto, conta com equipamentos tecnicamente capazes de auxiliar tanto a
prática da fiscalização aduaneira, no controle tributário e administrativo do comércio exterior
brasileiro, bem como na coibição e apreensão de contrabandos de entorpecentes.
Saiba mais
Mais detalhes da aduana brasileira podem ser encontrados no portal do próprio órgão: <ww
w.receita.economia.gov.br>.
TEMA 5 – CONCEITO E APLICABILIDADE DO MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA)
As importações e exportações são partes do sistema econômico, pois refletem vendas e compras
internacionais, as quais dependem de procedimentos para serem realizadas, os quais variam
conforme as características das mercadorias transacionadas (negociadas).
Como analisamos no tópico anterior, a Receita Federal do Brasil exerce importante função na
prática das tarefas de fiscalizações tributárias, administrativas e logísticas das cargas internacionais no
Brasil. No entanto, não é apenas esse órgão que atua na fiscalização das mercadorias importadas e
exportadas no Brasil, visto que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também
executa papel primordial para a boa ordem e cumprimento de requisitos de ordem natural quanto ao
fluxo de cargas que possuam características que envolvam aspectos de produtos in natura (naturais),
além de todos os que possuem origem animal e vegetal.
5.1 ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO (MAPA)
Atuando de forma técnica com base em conhecimentos científicos de seus servidores públicos, o
MAPA está presente nos aeroportos e portos nacionais, bem como nas fronteiras terrestres,
promovendo o controle de aspectos como entrada de pragas no país em embalagens de madeira,
como prevê a Instrução Normativa n. 32/2015 do órgão. Essa instrução define que determinada carga
de importação que adentre ao território nacional e apresente características de contaminação por
inseto deve ser tratada imediatamente após a chegada no Brasil, ou inclusive devolvida ao país de
origem, de acordo com a situação.
https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/www.receita.economia.gov.br
Também está sob a incumbência de fiscalização do MAPA as importações de produtos de origem
vegetal, como por exemplo bebidas. O vinho é uma das bebidas que depende de cumprimento de
requisitos técnicos desse órgão, inclusive sendo necessário a obtenção de licença de importação
concedida pelo MAPA para que a importação ocorra de forma regular, sendo que tal procedimento
percorre um caminho sistêmico a ser cumprido conforme procedimentos próprios do órgão.
Saiba mais
Para mais detalhes sobre as licenças de importação (permissões de importações a
mercadorias controladas pelo MAPA, sugere-se a visitação do portal do órgão:  <https://www.go
v.br/agricultura/pt-br>.
TROCANDO IDEIAS
Você já imaginou um comércio internacional sem a presença das companhias aéreas, em que
não seria possível o transporte de pessoas ou cargas, inviabilizando completamente as atividades de
negócios internacionais?
Assim, é muito importante que façamos um resumo refletivo em nosso estudo na presente aula
em relação à importância tanto das companhias aéreas quanto da autoridade aeroportuária, que
define e determina quais as formas padronizadas de atuação de todos os participantes das atividades
operacionais logísticas nos aeroportos do país.
Também é muito necessário compreendermos, conforme estudamos na aula, que profissionais
de apoio às atividades de negócios internacionais, como os despachantes aduaneiros, podem
colaborar de forma técnica para o cumprimento das regras aduaneiras impostas por órgãos federais
de fiscalização como a Receita Federal e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
NA PRÁTICA
Observando o conteúdo desta aula, considere citar no fórum de seu ambiente virtual no mínimo
duas atividades operacionais executadas pelo profissional despachante aduaneiro, conforme a
https://www.gov.br/agricultura/pt-br
normatização encontrada no Decreto n. 6.759/2009, artigo correspondente na legislação citada e
contido nesta aula.
FINALIZANDO
Acompanhamos, ao longo do material desta aula, informações relevantes e indispensáveis para
as execuções das tarefas de importações e exportações de bens e mercadorias, tanto em relação aos
órgãos públicos discutidos quanto aos demais envolvidos como despachantes aduaneiros,
companhias aéreas, enfim, todas as entidades organizacionais que estão presentes na gestão de
negociações internacionais, sejam aquisições (importações), sejam vendas (exportações).
REFERÊNCIAS
ANAC. Disponível em: <https://anac.gov.br/>. Acesso em: 21 ago. 2020.
BRASIL. Decreto n. 10.319, de 9 de abril de 2020. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 13 abr. 2020.
_____. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 6 fev. 2009.
SILVA, L. A. T. Aduaneiras. São Paulo, 2013.

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