Buscar

AULA 3 - A Logística Colaborativa e os provedores logísticos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LOGÍSTICA COLABORATIVA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Rafaela Aparecida de Almeida 
 
 
2 
CONTEXTUALIZANDO 
Sabemos que a logística colaborativa visa reduzir os custos ao longo da 
cadeia produtiva, reduzindo assim o preço repassado ao cliente, com o intuito de 
aumentar a competitividade perante a concorrência. 
Quanto maior a colaboração entre os diferentes elos da cadeia logística, 
maiores as chances de se atingir os objetivos propostos. 
Com base nessa premissa, vamos retomar o fato de que a logística vem 
se adaptando ao longo do tempo em virtude das mudanças do mercado. Durante 
muito tempo, empresas optaram por produzir e elas mesmas distribuírem seus 
produtos, com o intuito de estarem mais próximas de seus clientes. Depois, 
compreenderam que a terceirização de alguns elementos logísticos poderia ser 
um bom negócio, ao se dedicar àquilo que era sua expertise. Mais tarde, as 
empresas passaram a terceirizar também o gerenciamento das atividades de 
logística e a execução em toda a cadeia de suprimentos. 
Nos dias atuais, vivemos o estágio mais avançado, em que empresas 
especializadas fornecem soluções logísticas inovadoras e desenvolvem uma 
rede de cadeia de suprimentos ideal para cada cliente em específico. 
A Figura 1 nos demonstra essa mudança de paradigmas por meio dos 
5PLs. Nessa figura é possível identificar, em cinza, as partes da cadeia de 
suprimentos que é terceirizada em cada uma das etapas e que a terceirização 
das atividades aumenta na medida em que avançamos do 1PL na direção do 
5PL. 
Figura 1 – Provedores logísticos 
Fonte: Adaptado de Ciemcioch, 2018. 
 
 
3 
Em paralelo a essas práticas, um conceito que vem sendo muito 
associado às práticas logísticas é a economia colaborativa, na qual empresas 
com necessidades e interesses em comum compartilham e trocam produtos e 
serviços a fim de eliminar a ociosidade de equipamentos e espaços e reduzir os 
desperdícios. 
Vale lembrar que não estamos aqui falando do futuro da logística, mas de 
práticas que já estão sendo adotadas por empresas ao redor do mundo. Então, 
caro aluno, ao compreender melhor as práticas da logística colaborativa, você 
dará um importante passo rumo ao conhecimento da forma correta, como as 
empresas devem atuar visando o diferencial competitivo frente ao mercado. 
CONVERSA INICIAL 
A logística colaborativa trata da sinergia entre diferentes empresas em 
busca de avanços em seus processos logísticos e com vistas à redução de 
custos. O que anteriormente parecia ser um paradigma vem sendo superado por 
meio de ações conjuntas, até mesmo entre concorrentes. Vamos compreender 
como a logística colaborativa está inserida nos serviços prestados por 
provedores de serviços logísticos, conhecidos como PLs. 
Em nosso primeiro e segundo tema, passaremos detalhadamente por 
cada uma das etapas dos provedores logísticos: 1PL, 2PL, 3PL, 4PL e o 5PL 
que integra os quatro anteriores. 
Esta aula nos traz novos conceitos, como o da economia compartilhada 
ou colaborativa, que vem para demonstrar que compartilhar recursos pode criar 
oportunidades de eliminar a ociosidade e reduzir os desperdícios, respeitando a 
sustentabilidade. 
Nesse sentido, compreenderemos a diferença entre centros de 
distribuição compartilhados, condomínios logísticos e plataformas logísticas, 
associando-os à nossa temática central da logística colaborativa. 
A seguir, os temas trabalhados nesta aula: 
• Provedores de Serviços Logísticos – PSL: 1PL, 2PL e 3PL; 
• Provedores de Serviços Logísticos – PSL: 4PL e 5PL; 
• CDs Compartilhados Ou Centro de Logística Compartilhado (CLC); 
• Condomínios Logísticos; 
• Plataformas logísticas. 
 
 
4 
A partir desta aula, você será capaz de avaliar os benefícios envolvidos 
na estratégia da terceirização e compartilhamento de recursos ou serviços. 
Então, seja muito bem-vindo (a) à nossa aula! 
TEMA 1 – PROVEDORES DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS – PSL: 1PL, 2PL E 3PL 
Figura 2 – Outsourcing 
 
Crédito: Alexander Supertramp/Shutterstock. 
Você provavelmente já deve ter ouvido o termo outsourcing, que 
representa a delegação de serviços a terceiros. 
No que diz respeito à terceirização da logística, encontramos empresas 
que optam desde a não terceirização, também chamada de primarização, até os 
modelos mais recentes conhecidos como 5 PLs. 
Neste nosso primeiro tema estudaremos os três primeiros PLs. 
1.1 - 1PL – First-Party Logistics 
O primeiro modelo que estudaremos é o 1PL, também conhecido como 
logística primária. Nele o fabricante é responsável por toda operação logística de 
movimentação, armazenagem, transportes e entrega aos clientes finais, ou seja, 
aquele no qual a empresa tem responsabilidade em todas as etapas do 
processo, sem terceirizar nenhum serviço a um provedor. 
Neste momento, você deve estar se perguntando: se temos ouvido falar 
tanto de terceirização, por que estas empresas escolhem a direção contrária? 
Dentre os motivos, podemos citar a capacidade para responder de forma 
adequada a picos inesperados, melhorando a resposta de atendimento, maior 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Alexander+Supertramp
 
 
5 
controle de seus processos, garantia de qualidade e maior proximidade com 
seus clientes. 
1.2 - 2PL – Second-Party Logistics 
Na logística secundária, a empresa terceiriza a entrega de seus produtos, 
ou seja, toda a movimentação, armazenagem e controle continua sendo do 
fabricante, mas algumas movimentações e distribuição dos produtos são feitas 
por um parceiro. 
A busca neste modelo é por provedores logísticos que tenham uma 
estruturação capaz de atender às demandas de entregas e que, com sua própria 
frota, transportem um produto de um ponto A (estoque) até um ponto B 
(consumidor). 
Atualmente, essa é uma prática que tem sido muito utilizada entre os e-
commerces. 
1.3 - 3PL – Third-Party Logistics 
A partir deste ponto veremos que a visão sobre terceirização logística e o 
papel do PSL passam a se complementar, demandando relações mais próximas, 
marcadas pela execução de diferentes tarefas pelo provedor logístico. Aqui, é 
reforçada a importância da colaboração entre os parceiros da cadeia logística. 
Em um modelo 3PL, uma empresa mantém o controle de sua gestão, 
terceirizando operações de transporte, armazenagem e distribuição a um 
provedor que pode subcontratar parte ou toda a execução. 
O 3PL, também conhecido como operador logístico, oferece serviços 
logísticos nas várias fases da cadeia de abastecimento dos seus clientes, 
prestando simultaneamente serviços nas três atividades básicas de controle de 
estoques, armazenagem e gestão de transportes, agregando valor ao produto. 
Dessa forma, um 3PL pode ter ou não seus próprios ativos, como caminhões e 
armazéns, e usualmente oferece pacotes de serviços integrados, como 
transporte, armazenagem, cross-docking, embalagem, gestão de inventário e 
expedição. 
Lima (2004) destaca a existência de três tipos de operadores logísticos, 
de acordo com seus ativos: 
https://www.intelipost.com.br/blog/tecnologia-no-armazem-resolvendo-problemas-de-estoque/
 
 
6 
• Operadores baseados em ativos: são aqueles que se caracterizam por 
possuírem ou operarem ativos próprios, como veículos de transporte e 
armazéns. 
• Operadores baseados em informação e gestão: são aqueles que não 
possuem ativos operacionais próprios e terceirizam seu know-how no 
gerenciamento da cadeia de suprimentos. Alinham seu conhecimento em 
sistemas de informação à sua capacidade analítica, propondo soluções 
de inteligência logística aos seus clientes. 
• Operadores híbridos: são aqueles que possuem ativos próprios, mas 
também subcontratam ativos de terceiros. São conhecidos como híbridos 
por oferecem aos seus clientes tanto serviços físicos quanto de 
gerenciamento. 
Ao contratar um 3PL, o cliente contará com toda a experiência adquirida 
do provedor, por trabalhar para váriosclientes em diversas frentes, além do uso 
de tecnologias específicas, como sistemas de transporte e gerenciamento de 
armazém. 
Vejamos alguns serviços que podem ser executados por um operador 
logístico: 
• Gerenciamento de armazém; 
• Consolidação de carga; 
• Sistemas de informação; 
• Emissão/processamento de pedidos; 
• Serviços de importação/exportação; 
• Retorno de fretes; 
• Montagem ou instalação de produtos ou kits; 
• Operação ou gerenciamento de frota, negociação de frete e seleção de 
transportadores. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Figura 3 – Você consegue imaginar a logística colaborativa em um modelo 
3PL? 
 
Crédito: Tynyuk/Shutterstock. 
Vamos tomar como exemplo um operador que oferece serviços de 
armazenagem e gestão de estoques. Então imagine o seguinte: o terceirizado 
tem a guarda do estoque; ele controla as entradas e saídas de matéria-prima e 
produto acabado de uma empresa, emite relatórios que permitem o 
monitoramento de demanda, ressuprimento, giro de estoque e ele mesmo 
informa os fornecedores sobre novos pedidos, controla os itens a serem 
expedidos para clientes, e sua contratante se preocupa apenas com as 
atividades condizentes com seu core business. 
Nesse exemplo percebemos que o provedor pode colaborar com sua 
expertise e sua inteligência logística, propondo alteração de quantidades de 
ressuprimento, redução do tempo para novos pedidos de acordo com demanda 
e lead time de fornecedores, colaborando assim com a redução dos níveis de 
estoque, maior acuracidade do inventário e redução de produtos obsoletos, 
dentre outras possibilidades. 
O resultado dessa parceria? 
Redução de custos e aumento do nível de serviço entregue aos clientes! 
 
 
 
 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Alexey0210
 
 
8 
Figura 4 – Parceria bem-sucedida 
 
Crédito: Tynyuk/Shutterstock. 
Vale lembrar que nesse caso não há supervisão e controle direto dos 
processos, afinal de contas, trata-se de um provedor de serviços terceirizado. 
Garantir o controle de qualidade e de atendimento ao cliente requer alto nível de 
confiança e parceria entre as partes envolvidas. 
TEMA 2 – PROVEDORES DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS – PSL: 4PL E 5PL 
Estamos chegando aos níveis mais avançados nas relações com 
provedores logísticos. Lembrando que, à medida que vamos avançado, maior é 
o nível de confiança que deve haver entre a empresa contratante e o terceirizado, 
pois mais próximos chegamos do conceito de logística colaborativa. 
2.1 - 4PL – Fourth-Party Logistics 
Você consegue imaginar como seria contratar um provedor logístico que 
realizasse o gerenciamento de todas as atividades logísticas de sua empresa, 
desde a escolha dos fornecedores até os serviços de distribuição física? 
O termo 4PL, também conhecido como integradores logísticos, refere-se 
à evolução dos prestadores de serviços logísticos, que até então eram mais 
focados no armazenamento e transporte. Esse modelo é ainda recente, e na 
maioria das vezes é representado por operadores logísticos que foram 
adicionando capacidades aos serviços que ofereciam. 
Esse modelo representa um nível mais alto de gerenciamento da cadeia 
de suprimentos para o cliente. Nele, o objetivo é atuar como uma interface única 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Alexey0210
 
 
9 
entre todos os elos da cadeia de suprimentos e a organização do cliente. A 
principal diferença aqui está no fato de que o PL oferece uma visão e 
gerenciamento mais estratégicos da cadeia de suprimentos da empresa. 
A Figura 5 representa o modelo 4 PL. Nele é possível perceber a relação 
entre os diferentes elos da cadeia logística e também que a soma dos serviços 
prestados pelos demais provedores logísticos estão atuando na gestão de todo 
este agrupamento. 
Figura 5 – Demonstração do modelo 4PL 
 
É importante deixarmos bem claro que, enquanto um operador logístico (3PL) participa das 
operações logísticas, um integrador logístico (4PL) coordena tais ações. Ele é altamente 
baseado em informação e possui habilidades estratégicas para operar em toda a cadeia de 
abastecimento. 
Lima (2004) ressalta que um 4PL pode gerir todas as atividades 
estratégicas, táticas e operacionais da cadeia de abastecimento desenvolvendo 
três funções básicas: 
• Gerenciamento da cadeia de abastecimento, o que inclui fornecedores e 
operadores logísticos. 
• Gerenciamento, integração e coordenação dos vários prestadores de 
serviços logísticos que são contratados pelo 4PL. 
• Reengenharia dos processos da cadeia de suprimentos para assegurar 
que eles sejam constantemente eficazes e eficientes, otimizando recursos 
e reduzindo custos. 
É importante que o integrador logístico tenha compreensão dos processos 
relacionados com a gestão colaborativa, uma vez que a colaboração com 
clientes e parceiros será essencial para coordenar as operações. Outro ponto 
importante é que essa colaboração permita a transferência de informações sobre 
 
 
10 
a demanda do mercado para os fornecedores, com processos de oferta e 
demanda bem sincronizados. Nesse formato, confiança e compromisso se 
tornam os elementos centrais da gestão colaborativa da cadeia de suprimentos. 
2.2 – 5PL – Fifth-Party Logistics 
Figura 6 – Alta tecnologia 
 
Crédito: Sergey Nivens/Shutterstock. 
Você provavelmente já deve ter ouvido falar em blockchain, Big Data e IOT. Esses três termos 
representam inovações tecnológicas que vêm sendo incorporadas aos processos de gestão 
logística. 
É nesse sentido que o 5PL atua, fornecendo soluções logísticas 
inovadoras para o desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos ideal. Os 
provedores de 5PL buscam obter eficiência e maior valor desde o início da 
cadeia de suprimentos até o fim, por meio do uso de tecnologias, robótica e 
automação. 
Conforme falamos no início da aula, a logística vem se transformando de 
acordo com a demanda do mercado: o 5PL é mais um exemplo disso! 
Você já parou para pensar no quanto as operações de e-commerce 
mudaram a forma de se fazer logística? 
Entregas muito mais pulverizadas, foco no consumidor final, prazos de 
entrega reduzidos, logística de distribuição urbana com entregas de pequenos 
volumes e o desafio maior, o omnichannel, que permite que o cliente compre on-
line, por exemplo e retire seu produto em uma loja física. Como gerir toda essa 
cadeia logística pautada no e-commerce? 
Esse último nível de provedores vem para auxiliar operações de e-
commerce nessa gestão, com foco na tecnologia, buscando recursos que 
 
 
11 
otimizem a operação e tragam redução de custos. Os 5PLs são contratados por 
essas empresas para a análise e gestão dos trabalhos dos 3PL e 4PL, 
vislumbrando soluções mais eficientes e de menor custo para os e-commerces. 
TEMA 3 – CDs COMPARTILHADOS OU CENTRO DE LOGÍSTICA 
COMPARTILHADO (CLC) 
Figura 7 – Integração 
 
Crédito: Tynyuk/Shutterstock. 
Para que possamos compreender melhor nosso terceiro tema, vamos conhecer dois conceitos 
distintos que, somados, irão nortear nossa aprendizagem a respeito dos CDs compartilhados 
ou Centro de Logística Compartilhado. 
 
 
Vejamos: 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Alexey0210
 
 
12 
Quadro 1 – Economia colaborativa e Centros de distribuição 
A ideia da economia colaborativa é fazer com que empresas que possuem 
necessidades e interesses em comum possam dividir ou trocar produtos e 
serviços. No caso de um centro de distribuição, se uma empresa possui espaço 
disponível em seu armazém, e outra necessita de espaço para guardar seus 
produtos, poderá existir uma união de esforços e compartilhamento do local, 
tornando-se assim em um centro de distribuição compartilhado ou centro de 
logística compartilhado. 
Essa definição é dada para empreendimentos capazes de atender à 
demanda de diferentes empresas, e se tornou viável com a popularização da 
internet e das plataformas digitais, vindo ao encontro das premissas da logística 
colaborativa. 
3.1Centro de Distribuição Compartilhado 
Trata-se de um centro de distribuição onde é realizada a armazenagem, 
gestão do estoque, entradas e saídas de produtos e, consequentemente, o 
manuseio para o envio do produto para diferentes clientes. Até aí, nada de 
diferente, não é mesmo? 
A grande diferença para um centro de distribuição comum está no fato de 
que o espaço físico é compartilhado por diferentes empresas, que podem até 
mesmo serem concorrentes, com vistas à redução de custo de transporte e 
armazenagem. Para empresas que não possuem a cultura do compartilhamento 
de recursos, a ideia pode trazer insegurança por sua maior complexidade, mas 
 
 
13 
o avanço da tecnologia e o uso de plataformas digitais vem para facilitar e 
otimizar estes processos. 
3.2 Benefícios de um Centro de Distribuição Compartilhado 
A principal vantagem do uso desse recurso está na redução ou 
compartilhamento do custo de aluguel, uma vez que os custos são rateados 
entre os usuários. Tal redução permite que a empresa invista em sua operação 
logística e possa, por exemplo, contratar outros centros de distribuição em outras 
localidades, potencializando ainda mais a distribuição de seus produtos, com 
uma capilaridade otimizada. 
Vamos entender melhor estes benefícios: 
• Redução de custos: além de compartilhar o espaço, as empresas dividem 
as contas dos custos fixos, como salários dos funcionários, aluguel, 
armazenamento, limpeza e conservação do ambiente, e das variáveis, 
como energia, água, pagamento de sistemas de informação e seguros. 
• Facilidade no escoamento de produtos: espaços com localização mais 
privilegiada, como aeroportos, por exemplo, costumam ser mais caros; 
nesse sentido, a divisão das contas entre as empresas diminui o valor 
agregado ao produto dos custos de transporte e armazenagem. 
• Agilidade nos processos: além de garantir mais flexibilidade e agilidade 
para os processos de armazenagem, empresas que compartilham CDs 
podem contar com o conhecimento e experiência de profissionais aptos a 
resolver os mais diferentes problemas e ainda a propor melhorias em 
processos já existentes. 
• Aumento da rentabilidade: a redução dos custos fixos e variáveis 
aumentam as chances de a organização ter uma maior rentabilidade. 
Acabamos de conhecer mais um exemplo de logística compartilhada, em 
que a colaboração entre empresas pode trazer redução de custos, melhorias nos 
processos e diferencial competitivo. No entanto, sabemos que compartilhar 
recursos pode ser algo bastante difícil, dependendo dos valores que norteiam 
cada empresa. Vamos analisar, então, algumas dicas para que essa 
colaboração seja bem-sucedida. 
 
 
 
14 
Figura 8 – Colaboração bem-sucedida 
 
Crédito: Tynyuk/Shutterstock. 
• Ao elaborar um projeto de um Centro de Distribuição Compartilhado, é 
essencial que a organização e seus profissionais estejam alinhados com 
a mudança. 
• Investir em treinamentos e palestras podem ser boas saídas para que 
sócios e colaboradores entendam o novo modelo. 
• Quebrar o paradigma de que a empresa próxima é uma concorrente e vê-
la como uma grande aliada que pode, inclusive, cooperar com a sua 
operação. 
TEMA 4 – CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS 
Aos iniciarmos nosso quarto tema, precisamos ter em mente algumas 
questões. A primeira é que a logística dos dias atuais demanda dos produtores 
estarem cada vez mais próximos de seus fornecedores e dos consumidores 
finais, com o objetivo de garantir redução dos prazos de entregas e redução de 
custos. 
O segundo ponto é que a dinâmica, em especial a dos grandes centros 
urbanos, vem mudando. A partir dos anos 1990 percebemos um movimento de 
cidades que aderiram à instalação de polos industriais, usualmente localizados 
em áreas periféricas, com fácil acesso a rodovias, portos e aeroportos, mas 
também com o objetivo de retirar das áreas centrais veículos de maior porte. 
O terceiro e último ponto é a própria logística colaborativa: cada vez mais 
as empresas têm buscado colaborar entre si para redução de custos e diferencial 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Alexey0210
 
 
15 
competitivo, e uma das formas de colaboração é o compartilhamento de 
recursos. 
Tais mudanças geraram uma nova demanda: a dos condomínios de apoio 
logístico em áreas industriais. 
Então que tal conhecermos um pouco mais a respeito? 
4.1 Conceituando os Condomínios Logísticos 
Figura 9 – Condomínio logístico 
 
Crédito: NetVideo/Shutterstock. 
A ideia central dos condomínios logísticos é concentrar em uma região 
próxima aos grandes centros urbanos uma estrutura que suporte o recebimento 
de alto volume de cargas a serem distribuídas pelo país. 
Muitas empresas especializadas em armazenamento, transportes, fretes 
e todas os processos envolvendo a área de logística instalam-se no condomínio 
logístico, com o propósito de oferecer aos seus clientes facilidades em suas 
operações. 
Condomínio logístico pode ser conceituado, ainda, como uma estrutura 
flexível, composta por diversos armazéns situados no mesmo espaço com o 
objetivo de oferecer uma infraestrutura de serviços compartilhados, integração 
logística, redução de custos nos estoques, instalações e processos. Tais 
espaços podem ser compartilhados por operadores logísticos, transportadoras, 
indústrias e varejistas, atendendo às necessidades de armazenagem e 
distribuição (Kimimoto; Relva; Reame Junior, 2015). 
https://www.shutterstock.com/pt/g/NetVideo
 
 
16 
As grandes companhias são os principais clientes dos operadores 
logísticos usuários de condomínios, pois buscam posicionar seus estoques 
próximo ao mercado consumidor, na região de influência do condomínio. E 
dentre os principais setores atraídos por estas operações destacam-se: 
eletroeletrônico e computação, comércio varejista, higiene, limpeza e 
cosméticos, automotivo e alimentos e bebidas. 
Dentre as atividades mais realizadas em condomínios estão a 
armazenagem, controle de estoques, o cross-docking, consolidação de carga e 
gestão de transportes. 
Santos et al. (2018) destacam três tipos de condomínios logísticos: 
armazéns, cross-docking e industrial. 
• Armazéns: são galpões modulados projetados especialmente para 
armazenagens, e indicados para operadores logísticos e atacadistas. 
• Cross-docking: galpões projetados apenas para movimentação de 
cargas, pois as mercadorias chegam de acordo com a demanda dos 
clientes e são imediatamente processadas e encaminhadas, eliminando 
assim, a necessidade de armazenamento das mercadorias. Indicado para 
as transportadoras. 
• Industrial: projetados para a implantação industrial, podendo ser 
customizado para atender aos diversos tipos de indústria, inclusive o de 
manufatura. 
4.2 Vantagens dos condomínios logísticos 
Dentre as vantagens de se trabalhar com condomínios logísticos, Santos 
et al. (2018), destacam: 
• Localização estratégica e vantajosa: usualmente encontram-se 
localizados próximo aos centros urbanos e grandes centros de consumo, 
produção e escoamento, ficando às margens de algumas das principais 
rodovias, ferrovias, terminais intermodais, portos ou aeroportos de grande 
circulação no país, o que lhes permite um posicionamento estratégico. 
• Flexibilidade: podem ser montados de forma que possam atender 
diferentes necessidades, demandas, anseios e expectativas das 
empresas que farão uso das suas instalações. No caso de galpões 
 
 
17 
modulares, podem ser adaptados às necessidades de tamanho do 
armazém de cada contratante. 
• Comodidade: serviços adicionais podem ser oferecidos dentro da 
estrutura, como borracharias, oficinas mecânicas, loja de conveniência, 
alojamentos e até restaurantes, contando com a segurança e controle de 
entrada restrito para a área interna. 
• Facilidade na captação de mão de obra: por se tratar de um local 
especializado em logística, os conhecimentos adquiridos pelos 
profissionais são mais facilmente compartilhadosentre as organizações 
que fazem parte do empreendimento. 
• Localização e visibilidade: o condomínio torna-se referência na sua área 
de atuação. 
TEMA 5 – PLATAFORMAS LOGÍSTICAS 
Com a globalização, as distâncias foram encurtadas, as cadeias 
passaram a ser globais e empresas negociam com fornecedores e 
comercializam com clientes do mundo todo. Essa extensão geográfica dos 
elementos da cadeia logística demanda uma crescente necessidade de 
organização de instalações que melhorem a competividade frente aos 
concorrentes. 
Diante desse cenário, as plataformas logísticas surgem, na França, na 
década de 1960, como uma solução para a distribuição de atividades 
econômicas dentro de determinadas regiões de forma equilibrada, aumentando 
a velocidade de reação no desempenho rumo à adaptação da grande 
diversidade de demanda. Lembrando que a lógica é sempre estar mais próximo 
de fornecedores (entradas) e de clientes (saídas), ao menor custo possível. 
5.1 Conceituando as plataformas logísticas 
Razzolini Filho (2012) descreve a plataforma logística como uma 
infraestrutura logística multimodal que conta com a possibilidade da prática da 
intermodalidade de transportes, oferece suporte de recursos de 
telecomunicações, de tecnologia de informação e apoio comercial. Tais 
estruturas possibilitam aproveitar a localização estratégica de determinadas 
regiões próximas a grandes centros consumidores. 
 
 
18 
Duarte e Kliemann Neto (2008) reforçam que uma plataforma logística é 
o local da máxima eficiência logística e da perfeita otimização dos serviços de 
transporte, armazenagem, distribuição e atividades correlatas, além da 
desburocratização e agilização das operações aduaneiras, considerando aqui os 
mercados globais. Deve possuir, ainda, um eficiente sistema de transporte 
multimodal e uma rede informatizada que conecte os diversos pontos da cadeia 
logística. 
Duarte e Kliemann Neto (2008) destacam que a plataforma logística é 
composta de três subzonas com funções especiais: 
• Subzona de serviços gerais: destinada ao uso comum, com áreas de 
recepção, informação, acomodação e alimentação, bancos, agência de 
viagens; áreas de estacionamento, abastecimento e reparos; e à 
empresa, com áreas de serviços de alfândega, administração e 
comunicação. 
• Subzona de transportes: agrupa infraestruturas de grandes eixos de 
transportes. Considerando a internacionalização de processos, é 
importante que a plataforma seja multimodal e possua terminais 
multimodais. 
• Subzona destinada aos operadores logísticos: permite a prestação de 
serviços de fretamento, corretagem, assessoria comercial e aduaneira, 
aluguel de equipamentos, armazenagem, transporte e distribuição. 
Quando nos referimos à plataforma logística, estamos pensando em uma 
gama de serviços oferecidos, um local com máxima eficiência logística e perfeita 
otimização dos serviços de transporte, armazenagem, distribuição e atividades 
correlatas, além da desburocratização e agilização das operações aduaneiras, 
nos casos de plataformas voltadas para a internacionalização. 
Duarte (2004) ressalta que esse modelo pode agrupar centros de 
distribuição, armazéns, estações aduaneiras, terminais retroportuários, portos, 
ferrovias e terminais rodoviários, os quais são conectados por fortes sistemas de 
informações, tendo como objetivo principal fazer com que produtos e serviços 
circulem rapidamente além das fronteiras, sejam elas nacionais ou 
internacionais. 
 
 
 
 
19 
5.2 Plataforma logística colaborativa 
Razzolini Filho (2012) destaca que, para o sucesso de uma plataforma 
logística, é preciso contar com a existência de um sistema de comunicação 
integrado e com um sistema de informações eficiente, a fim de minimizar erros 
e redundância de procedimentos, além de reduzir o tempo necessário às 
operações logísticas, aumentando a transparência e a segurança de processos 
operacionais. 
Essas exigências decorrem da necessidade do fluxo de informações 
acompanhar o fluxo físico de mercadorias. Lembrando que a integração do fluxo 
físico de mercadorias ocorre com base no fluxo de informações. Assim, uma 
plataforma logística bem planejada e adequadamente gerenciada permite a 
integração e a comunicação em tempo real de todos os agentes intervenientes 
no processo logístico, como indústrias, fornecedores, clientes, empresas 
importadoras e exportadoras, despachantes aduaneiros, transportadores, 
armazenadores, além da Receita Federal. 
Para melhor compreensão da colaboração entre os agentes de uma 
plataforma logística, vamos tomar como base um exemplo de Duarte (2004) e o 
modelo representado na Figura 10. 
Figura 10 – Sistema logístico que engloba a plataforma logística 
Fonte: Adaptado de Duarte, 2004. 
Uma empresa tem em sua entrada produtos provenientes do mercado 
nacional e em sua saída produtos destinados ao mercado internacional. Esses 
produtos deverão passar por processos como consolidação, expedição, 
 
 
20 
transporte, desembaraço aduaneiro e transporte até o porto embarcador para 
então seguir para o seu destino final. 
Neste caso teremos: 
• Segmento de entrada: mercadorias provenientes de um mercado local. 
• Sistema plataforma logística: processos como a armazenagem, 
desconsolidação, desembarque e estoque. 
• Sistema de saída: mercadorias com destino a outros países, com 
processos de consolidação, expedição, desembaraço aduaneiro e 
transporte. 
• Sistema de informação: responsável pelo gerenciamento das informações 
referentes ao cliente, à disponibilidade de mercadoria em estoque e ao 
trânsito. Esse sistema terá início no segmento de entrada, passando por 
todos os componentes do sistema da plataforma logística até chegar ao 
segmento de saída. 
• Sistema de transporte: responsável pela movimentação da mercadoria, 
desde sua entrada até sua movimentação para o segmento de saída. 
O exemplo demostra a importância de relacionar o fluxo de informações 
ao fluxo de mercadorias e a necessidade da visão sistêmica e colaborativa no 
processo logístico, envolvendo muitas vezes agentes que vão além da iniciativa 
privada, como é o caso da Receita Federal. 
TROCANDO IDEIAS 
Economia colaborativa é o conceito que prega o compartilhamento de 
recursos, e temos vivenciado isso até mesmo nas novas formas de nos 
locomover na vida pessoal. A logística vem acompanhando essas tendências 
criando produtos ou serviços que podem ser compartilhados por diferentes 
usuários. 
Utilize nosso fórum para trocar ideias com seus colegas a respeito das 
outras formas de economia colaborativa que vivenciamos em nosso dia a dia. 
Quer uma dica? O Uber é uma delas! 
NA PRÁTICA 
Acompanhe as orientações a seguir para realizar a atividade. 
 
 
21 
1. Leia a aula. 
2. Leia o texto a seguir. 
3. Realize a atividade solicitada. 
4. Bons estudos e bom trabalho! 
Acesse o link a seguir e leia o texto Logística compartilhada, por que não? 
Em seguida, realize a atividade proposta. 
<https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/logistica-compartilhada-por-que-
nao/>. 
Após realizar a leitura do texto, responda: 
1. Conceitue economia colaborativa, associando-a aos conceitos estudados 
até agora sobre logística colaborativa. 
2. Formule argumentos a respeito das vantagens do uso de recursos 
compartilhados em processos de armazenagem. 
3. Redija uma crítica a respeito da “falta de cultura” colaborativa na logística 
brasileira. 
FINALIZANDO 
Nesta aula foram apresentados novos conceitos que vêm ao encontro das 
práticas da logística colaborativa. O outsourcing, ou terceirização, associa-se às 
práticas dos provedores de serviços logísticos – PSL ou simplesmente PL – que 
podem ir desde a escolha por processos de primarização, quando a empresa 
opta por realizar de forma independente todos os processos da cadeia logística, 
até os níveis mais avançados, 4 PL e 5PL, em que uma única empresa 
terceirizada realiza todaa gestão de uma cadeia completa com o auxílio de 
novas tecnologias. 
Na sequência foi apresentado o conceito de economia colaborativa, 
associado às novas práticas de compartilhamento de recursos, tais como centros 
de distribuição compartilhados, o uso de condomínios e plataformas logísticas. 
Vivemos um momento de muito dinamismo nos mercados, e adaptar-se 
às mudanças se tornou uma questão de sobrevivência. Nesse sentido, vemos 
uma mudança de paradigmas, do agir sozinho para o agir coletivo. Compartilhar 
recursos e realizar parcerias tem sido a grande jogada para o diferencial 
competitivo. 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
CIEMCIOCH, S. 3PL vs. 4PL logistics: Best definition, explanation and 
comparison. Warehouse Anywhere, 2018. Disponível em: 
<https://www.warehouseanywhere.com/resources/3pl-vs-4pl-logistics-definition-
and-comparison/>. Acesso em: 09 fev. 2020. 
DUARTE, P. C. Desenvolvimento de um mapa estratégico para apoiar a 
implementação de uma plataforma logística. Tese (doutorado em Engenharia 
de Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Porto 
Alegre, 2004. 
DUARTE, P. C.; KLIEMANN NETO; F. J. Plataforma logística: análise estratégica 
dos benefícios no setor conserveiro gaúcho. Produto & Produção, v. 9, n. 3, p. 
27-45, 2008 
KIMIMOTO, C. F.; RELVA, L. C.; REAME JUNIOR, E. Condomínios logísticos: 
estudo de caso Bauru Business Park. In: XXXV Encontro Nacional de 
Engenharia de Produção. Fortaleza, 2015. 
LIMA, L. R. R. de. A evolução dos prestadores de serviços logísticos no 
Brasil: o surgimento dos 4PLs. Dissertação (mestrado em Engenharia de 
Produção). Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, 
2004. 
RAZZOLINI FILHO, E. Logística empresarial no Brasil: tópicos especiais. 
Curitiba: Intersaberes. 2012. 
SANTOS, P. S. dos et al. Condomínios logísticos: armazenagem e distribuição. 
In: 9ª FATECLOG, Santos, 2018.

Continue navegando