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Introdução ao Ayurveda
Principais Aplicações Terapêuticas
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Esp. Ana Paula Malinauskas
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Principais Aplicações Terapêuticas;
• Terapias Manuais Ayurvédicas;
• Considerações Finais. Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Ensinar como realizar a auto-abhyanga dentro do contexto de rotina diária;
• Identificar através das características dos doshas a melhor prática recomendada de Yoga 
bem como suas técnicas;
• Introduzir as principais técnicas do tratamento ayurvédico bem como seus benefícios.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Principais Aplicações Terapêuticas
UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
Contextualização
No Ocidente, a medicina ayurvédica é conhecida pelos seus tratamentos e princi-
palmente pelas massagens. Muitas vezes, confundidas com outras massagens indianas, 
a massagem tradicional ayurvédica é recomendada sempre em um contexto de tra-
tamento onde a alimentação, a rotina diária e a fitoterapia ayurvédica também estão 
inclusas. Uma das principais massagens é o Abhyanga, em que a fricção de óleo no 
corpo promove principalmente a remoção de ama (toxinas). Outra técnica muito re-
conhecida é o Shirodhara (fluxo continuo de óleo na cabeça) devido possuir inúmeros 
benefícios ao sistema nervoso.
Para iniciarmos esta unidade, convido você a assistir a técnica de Abhyanga aplicada de 
forma tradicional pelo terapeuta Erick Schultz. 
Disponível: https://goo.gl/y2xsvL
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Principais Aplicações Terapêuticas
Automassagem (Auto-Abhyanga)
A auto-abhyanga (automassagem) deve ser feita de acordo com a constituição: 
• Vata: aqueles de constituição Vata ou que estejam na fase Vata da vida devem usar 
o óleo de gergelim (prensado a frio) todos os dias da semana, pois neutraliza a se-
cura da pele e diminui a ansiedade (MARINO, 2004);
• Pitta: o óleo mais indicado é o de coco (prensado a frio), já que esfria, sendo me-
lhor que o gergelim. No entanto, o óleo de gergelim é tridosha, não agrava Pitta e 
nem Kapha. Para o dosha Pitta, a automassagem deve ser realizada de 2 a 3x por 
semana (MARINO, 2004);
• Kapha: naturalmente oleoso, deve preferir óleos mais finos (mostarda e girassol) e 
usá-los com moderação. Para Kapha, a automassagem pode ser realizada apenas 
1x por semana (MARINO, 2004).
O óleo deve estar levemente aquecido e a automassagem durar de 5 a 10 minutos. 
Cada movimento deve ser realizado por 7 repetições. A automassagem deve ser feita 
pela manhã (no horário Kapha). Após a automassagem, permanecer com o óleo aplica-
do até 20 minutos, após isso finalize com um banho morno. O óleo regula as condições 
de hidratação e maciez da pele. O óleo de gergelim é o “coringa”, podendo ser utilizado 
para todos os doshas. 
Técnica
• Cabeça:
 » Massageie o couro cabeludo com as palmas das mãos com movimentos circulares;
 » Continue em direção às bochechas e orelhas com movimentos suaves, massage-
ando as têmporas e atrás das orelhas;
 » Massageie a testa e o pescoço, com movimento de deslizamento (vai e vem).
• Braços:
 » Nas articulações, ombros e cotovelos, fazer movimentos circulares;
 » Deslizamento nos ossos longos (para cima e para baixo).
• Mãos:
 » Massagear as mãos com movimentos circulares e deslizamento.
• Tronco:
 » Movimentos circulares no sentido horário: tórax, abdome e baixo ventre.
• Costas:
 » Massagear com movimentos para cima e para baixo, na medida do alcance das mãos. 
7
UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
• Pernas:
 » Repetir o mesmo processo usado nos braços.
• Pés:
 » Massagear vigorosamente, tanto a planta quanto os dedos dos pés.
Para um melhor entendimento dos movimentos da massagem, segue algumas ilustra-
ções de algumas técnicas apresentadas:
Figura 1 
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Figura 2
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Figura 3
Fonte: O caminho da saúde, 2004
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Figura 4
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Figura 5
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Figura 6
Fonte: O caminho da saúde, 2004
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
Figura 7
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Figura 8
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Figura 9
Fonte: O caminho da saúde, 2004
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Figura 10
Fonte: O caminho da saúde, 2004
Yoga e Ayurveda
De acordo com o Ayurveda, a prática do Yoga é uma medida natural muito impor-
tante e preventiva para assegurar a boa saúde. O Ayurveda e o Yoga são ciências irmãs. 
Na Índia, é tradicional estudar o Ayurveda antes do Yoga, porque Ayurveda é a ciência 
do corpo e somente quando o corpo está saudável considera-se que o indivíduo esteja 
preparado para estudar a filosofia do Yoga (LAD,2004). Entretanto, o Hatha-Yoga pos-
sui uma base física compatível que influencia as transformações da mente tornando-a 
estável. Uma vez que a grande maioria dos desequilíbrios procede de uma mente instá-
vel, pode-se dizer que existe Yoga sem Ayurveda, mas não pode existir Ayurveda sem 
Yoga (LAD, 2006). 
O Yoga é um sistema que deve ser praticado de maneira completa, uma vez que as 
práticas se complementam, conduzindo o indivíduo para a meditação. Dessa forma, a 
maioria das técnicas de Yoga são indicadas para todos os doshas, mas algumas técnicas 
devem ser introduzidas na prática diária com mais intensidade do que outras, de acordo 
com cada dosha:
Vata
Os ásanas (posturas) para Vata devem ter ênfase em fortalecimento e equilíbrio. 
Devem também trabalhar as regiões do corpo onde Vata é mais predominante como a 
região pélvica, lombar e articulações sacro-ilíacas. 
As indicações para Vata são: siddhasana (meditação), vajrasana (raio), tadasana (pal-
meira), ardha-mastsyendrasana (torção), naukasana (barco), setu-bandhasana (ponte), 
paschimottanasana (pinça), janu sirshasana (meia-pinça); bhujangasana (cobra), savasana 
(relaxamento). Deve-se manter a permanência por longo tempo de maneira confortável.
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
A respiração deve ser longa, profunda e consciente a fim de acalmar a ansiedade. 
Vata deve executar as pausas somente quando não estiver submetido a um estado de 
grande ansiedade. O pranayama (técnica respiratória) mais indicada é o nadi-shodana, 
a respiração alternada.
Uma vez que Vata pode sofrer de distúrbios no sistema digestivo (intestino grosso), a 
prática de uddiyana bandha, nauli e mula-bandha são indicadas.
A meditação deve ser realizada com o suporte da concentração em algum objeto, como 
a chama de uma vela ou um mantra repetido mentalmente: RAM (promove força, calma 
e paz), HUM (combate medo, ansiedade e emoções negativas), HRIM (promove alegria e 
conecta com a Terra). Atenção: o mantra OM, o mais importante de todos, não pode ser 
repetido demasiadamente pelos tipos Vata, pois isso aumenta o elemento espaço.
Pitta
As práticas para Pitta devem promover a interiorização, compaixão e o amor. Os 
ásanas ideais devem ter ênfase de trabalho na região abdominal,massageando o intesti-
no delgado, a parte baixa do estômago, o fígado e a vesícula. É preciso ter cuidado para 
não gerar muito calor nas práticas (procure sempre estar em ambiente arejado), especial-
mente na cabeça, portanto, Pitta não deve ficar muito tempo nas posturas invertidas. 
As indicações para Pitta são: sarvangasana (vela), halasana (arado), vakrasana (torção 
com uma perna estendida), naukasana (barco), matsyasana (peixe), bhujangasana (co-
bra), danurasana (arco), sirsharsana (pouso), paschimotanasana (pinça), balasana (crian-
ça), vrikshasna (árvore), savasana (relaxamento). A permanência deve ser moderada.
A respiração deve atuar de forma refrescante. Os pranayamas mais indicados são: chan-
dra-bedhana (inspiração lunar), na qual se inspira pela narina esquerda e expira-se pela direi-
ta; sitali, na qual inspira-se pelo canudinho da língua e expira-se pelas narinas (LAD, 2006); 
e sitkari, na qual inspira-se pelos espaços dos dentes e expira-se pelas narinas.
Todos os bandhas são indicados.
A meditação para Pitta o ajuda a liberar raiva e agressividade e a exercitar o desape-
go da necessidade de controle. Pitta deve meditar com foco na expansão da mente e do 
coração. Os mantras mais indicados são: SHAM (paz e contentamento), SHRIM (saúde, 
criatividade, prosperidade) e OM (aceitação). (LAD, 2006)
Kapha
Esse dosha precisa do movimento para opor sua tendência à letargia, ao desânimo 
e à depressão. O ideal é que permaneçam menos tempo nas posturas sentadas e em 
decúbito dorsal. Devem praticar mais retroflexões, postura que abrem a região anterior 
do tórax, que estimulam o funcionamento dos pulmões e ajudam a eliminar muco. 
As posturas indicadas são: tadasana (palmeira), vikrashana (árvore), dhanurasana 
(arco), bhujangasana (cobra), ushtrasana (camelo), shalabasana (gafanhoto), matsyasa-
na (peixe), naukasana (barco), savasana (relaxamento). A permanência deve ser curta, 
entretanto, as posturas podem ser realizadas por 2 a 3 repetições, sempre acompanha-
das de um breve relaxamento.
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Os kriyas (técnicas de limpeza) adequados para o dosha Kapha são: kapalabhati 
(respiração de fole) e o jalaneti (lavagem com água e sal) uma vez que ajuda na remoção 
de muco das vias aéreas superiores.
O pranayama adequado é o surya-bedhana (respiração solar) no qual se inspira pela 
narina direita e expira-se pela esquerda.
A meditação auxilia Kapha no desapego emocional e compensa a estagnação mental 
e a letargia. Ajuda a se libertar da possessividade. Cuidado, pois Kapha tende a dormir 
na meditação, assim, uma dica é concentrar a mente na contagem dos ciclos respirató-
rios. Os mantras mais indicados são: OM (aceitação), HUM (combate o medo, ansieda-
de e emoções negativas, bem como aumenta o agni) e AIM (concentração e poder da 
fala). (LAD, 2006)
Para maiores esclarecimentos das técnicas de Yoga como os ásanas (posturas), pranayamas 
(exercício respiratórios), bhandas (compressões) e kryias (purificações), recomendo dois livros 
do Swami Kuvalayananda, apesar de ter o título de Swami que podemos traduzir como sacer-
dote, foi o primeiro a criar um método intitulado como Yoga Científico, pois foi o pioneiro em 
fazer pesquisas sobre os efeitos do Yoga na fisiologia e nas doenças. São os livros: 
• KUVALAYANANDA, Swami. Ásanas. São Paulo: Phorte, 2008
• KUVALAYANANDA, Swami. Pranayama. São Paulo: Phorte, 2008
Terapias Manuais Ayurvédicas
Shamana (Purva Karma) consiste em técnicas terapêuticas aplicadas sobre o pacien-
te para reduzir os sintomas da desarmonia do sistema tridosha. Essas técnicas envolvem 
todas as aplicações necessárias para diluir, conduzir, lubrificar, aquecer, esfriar, nutrir, 
enfim, equilibrar o máximo possível os doshas que se encontram em desarmonia com 
o paciente. Shamana é uma maneira de conduzir a pessoa à sua natureza, retornar ao 
ponto de saúde e equilíbrio. (CARNEIRO, 2009)
Nas próximas páginas você encontrará algumas das principais técnicas de Shamana.
Técnicas de Oleação
Abhyanga
O termo abhyanga vem do sânscrito e significa untar, friccionar com óleo. Conhe-
cido como snehana (oleação) externo e popularmente como massagem ayurvédica. 
O Abhyanga se utiliza de óleos vegetais e ervas específicas para o dosha, auxiliando 
(principal ação) na revitalização dos tecidos do corpo (dhatus) e facilitando com que as 
toxinas (ama) sejam removidas. É considerado um dos procedimentos mais importantes 
do Ayurveda. No Abhyanga é essencial o uso de óleos vegetais medicados, sempre se 
utilizando dele morno, por todo o corpo. (CARNEIRO, 2009)
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
Figura 11 - Abhyanga está sendo realizado a duas mãos (ou seja, apenas 
 um terapeuta) e na postura deitada de bruços, sendo realizada a fricção do óleo
Fonte: iStock/Getty Images
O Abhyanga tem um efeito muito mais profundo que as massagens em geral, pois 
consegue equilibrar corpo-mente-energia. Tradicionalmente é aplicada a 4 mãos, ou 
seja, por 2 terapeutas sincronicamente. O Abhyanga deve ser feito preferencialmente 
pela manhã e após 2 horas da alimentação. O uso da aromaterapia é também indicando: 
ervas e óleos essenciais podem ser adicionados ao óleo base de acordo com cada dosha.
No texto Ashtanga Hridaya de Vagbhata são encontrados os seguintes benefícios da 
massagem (JOHARI, 2007): 
• Fortalece o sistema imunológico, ajudando o indivíduo a criar resistência e flexibili-
dade para se adaptar as mudanças;
• Aumenta a circulação periférica nos vasos capilares, que auxiliam na redução de 
pressão arterial e contribui para melhorar a oxigenação nos tecidos;
• Previne o envelhecimento e aumenta a longevidade;
• Reduz toxinas e o estresse;
• Induz ao sono saudável;
• Pacifica o desequilíbrio dos doshas (especialmente Vata).
O Abhyanga pode ser aplicado em regiões específicas sendo: 
• Mukhabhyanga: massagem facial; 
• Padabhyanga: massagem dos pés;
• Pristhabhyanga: massagem das costas;
• Shiroabhyanga: massagem na cabeça.
As contraindicações para a aplicação da técnica do abhyanga são: gestantes, a mu-
lher não pode estar em seu período menstrual, tromboses / varizes, hipertensão, febre 
alta, diarreia, infecção, alergia cutânea e agni baixo.
Abhyanga para Vata
Esse dosha sofre de excesso de secura tanto na pele quanto internamente. Assim, 
tende a desenvolver desordens nos nervos e ossos, constipação, ansiedade e baixa imu-
nidade. A aplicação de óleo e temperatura quente (óleo de gergelim) hidrata a pele, 
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suaviza os nervos, fortifica os ossos e nutre os tecidos. A pressão na massagem deve ser 
aconchegante e agradável. O Abhyanga deve ser feito por 7 dias seguidos.
Abhyanga para Pitta
Esse dosha geralmente tem problemas relacionados ao excesso de calor como rushes 
cutâneos, úlceras, infecções, desordens nos olhos, coração e sangue, impaciência e alta 
temperatura corporal. A aplicação de óleos de potência resfriante (coco, girassol, ghee, 
gergelim) e doce traz o balanço necessário e previne essas situações. A temperatura do 
óleo deve ser morna. O terapeuta deve encontrar um ritmo adequado para Pitta, uma 
vez que este tende a se irritar com facilidade – não deve ser uma pressão muito forte e 
nem muito fraca. O Abhyanga deve ser feito por 5 dias seguidos.
Abhyanga para Kapha
Pessoas desse dosha retêm excesso de água e tende a sofrer de sintomas como 
acúmulo de peso, edema, muco, congestão nasal e nos sinus e mente vagarosa. Óleos 
finos como mostarda e girassol (opcional: gergelim) e de potência aquecedora ajudam a 
remover o acúmulo excessivo de água e restaura o balanço do corpo. A temperatura do 
óleo deve ser quente. A pressão mais forte e a massagem mais acelerada. O abhyanga 
deve ser feito por 3 dias seguidos.
Shirodhara
Shiro significa cabeça e dhara significa fluxo contínuo. É um dos procedimentos mais 
utilizados na Ayurveda. Aplica-se um fluxo contínuo sobre a cabeça, cujo efeito varia de 
acordo com a substância aplicada. A região da testa onde se derrama o fluxo de líquidos 
é extremamente sensível,contendo um ponto marma sthapani (próximo ao início do 
couro cabeludo e no meio da testa) que se conecta com todo o corpo, espalhando os 
seus efeitos. O shirodhara é realizado durante um período mínimo de 30 minutos e 
máximo de 60 minutos.
Figura 12 - Udwarthana está sendo aplicado a 4 mãos, 
ou seja, dois terapeutas, com um pó fino de cúrcuma
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
Existem 3 tipos de shirodhara:
• Tailadhara: óleo medicado;
• Kheeradhara: leite medicado;
• Takradhara: com Buttermilk (iogurte diluído) medicado.
O procedimento do Shirodhara produz melhor resultado quando realizado logo após 
a aplicação do abhyanga. O shirodhara é realizado durante um período mínimo de 30 
minutos e máximo de 60 minutos.
Este procedimento induz a um estado de relaxamento profundo do corpo e da mente, 
revitalizando o sistema nervoso central. As indicações para o shirodhara são:
• Estresse, ansiedade, pânico, mente muito agitada, transtornos psicológicos;
• Quadros neurológico como: paralisia, sequelas de acidentes vasculares cerebrais, 
esclerose múltipla, ataxias (distúrbios de coordenação motora), mal de Parkinson;
• Déficits de memória;
• Enxaquecas e cefaleia em geral;
• Distúrbios do sono;
• Falta de concentração;
• Terapia auxiliar: na dependência química, esquizofrenia, psicose;
• Distúrbios psicológicos de sexualidade como: ejaculação precoce, impotência, frigidez;
• Terapia isolada: como prevenção e manutenção da saúde.
Udwarthana
É um procedimento aplicado ao corpo (exceto o rosto), indicado principalmente para 
auxiliar na perda de peso. Pó fino de ervas é aplicado seco e diretamente sobre todo o 
corpo, sendo massageados profundamente com movimentos específicos por um ou dois 
terapeutas (CARNEIRO, 2009). A massagem é realizada em média de 60 a 90 minutos.
Figura 13 - Udwarthana está sendo aplicado a 4 mãos, 
ou seja, dois terapeutas, com um pó fino de cúrcuma
Fonte: iStock/Getty Images
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Os benefícios de udwarthana são:
• Reduz o excesso de gordura;
• Diminui a secura da pele;
• Melhora o estado causado por acúmulo de toxinas, devido ao funcionamento ina-
propriado das glândulas sudoríparas;
• Reduz o excesso de suor;
• Remove o odor do corpo;
Basti
Netra basti
Consiste em um método muito útil para distúrbios da visão. Realizado com a coloca-
ção de um envoltório feito de cereais ao redor dos olhos preenchido com ghee puro ou 
com ervas levemente aquecidas. O ghee é colocado na cavidade que se forma ao redor 
dos olhos, permanecendo no local de 20 a 40 minutos. O tratamento completo pode 
ser feito em mínimo de 7 dias consecutivos ou poderá ser aplicado em dias alternados 
(CARNEIRO, 2009). Em geral, aplicado para: dor nos olhos, queimaduras, lubrificação 
dos olhos, do cristalino etc. Os benefícios são: fortalecimento dos nervos, fortalecimento 
dos músculos, melhora a circulação na região, reduz glaucoma, melhora a visão. Em 
geral, indicado para desordens de Vata do sistema nervoso.
Para todos os tipos de Basti é utilizado o envoltório de cereais, sendo os ingredientes da 
massa: 1 xícara de farinha branca, 1 xícara de farinha integral e água. Amassar até chegar 
a uma consistência homogênea e firme (que não grude na mão).
Netra Basti feito um envoltório com a massa de cereais, aplicado ao redor dos olhos. Com os 
olhos fechados, foi colocado o ghee na cavidade e solicitado para o indivíduo abrir os olhos. 
Os olhos devem permanecer abertos podendo piscar sempre que necessário. Após o tempo 
de aplicação, retirar o óleo com uma seringa: https://bit.ly/3DJUGdV
O ghee é a manteiga purificada utilizada pelos indianos em sua alimentação no dia a 
dia e, também, utilizada em algumas técnicas do Ayurveda. Veja como prepará-la. 
• Você irá precisar:
 » 1 panela de ágata branca tipo tacho;
 » 1 escumadeira com a grelha a mais fechada possível (tipo japonesa);
 » 1 difusor de calor;
 » 1 filtro de café de algodão;
 » 1 pote de vidro esterilizado;
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
• Ingrediente:
 » 2 Tabletes de manteiga sem sal.
• Preparação:
 » coloque o difusor de calor sobre a boca do fogão e acenda em fogo baixo;
 » coloque os tabletes de manteiga na panela e deixe derreter de 50 a 60 minutos;
 » com a escumadeira retire a espuma branca que irá flutuar (proteína). Cuidado para 
não mexer o conteúdo profundo, pois a proteína modificada pelo calor vai se depo-
sitar também no fundo da panela. No entanto, se o fogo estiver bem baixo, toda a 
proteína irá flutuar sem queimar o ghee;
 » despeje o conteúdo com cuidado através do filtro de algodão no frasco em que 
irá estocá-lo.
Kati basti
Consiste em tratamento para dores na região lombar e adjacentes, mediante a colo-
cação de óleos medicados ou ghee, em um envoltório feito de farinha de cereais para ser 
colocado ao redor da base da coluna vertebral. O ghee ou o óleo medicado é aquecido 
e colocado na cavidade, permanecendo por um período de 20 a 30 minutos. Após a 
aplicação do Kati basti, retirar o óleo com uma seringa e com o excesso realizar uma 
massagem local. (CARNEIRO, 2009)
As indicações para aplicação são: dor lombar, degeneração, hérnia de disco, protusão 
de disco, osteoporose, postura incorreta, diminuição da lubrificação entre as vértebras.
Envoltório com massa de cereais na região lombar e aplicado do óleo aquecido na cavi-
dade. Após o tempo de aplicação, retirar o óleo com uma seringa: https://goo.gl/uaEBeA 
Griva basti
É um procedimento semelhante ao Kati Basti, porém aplicado na região cervical.
Figura 14 - Na região cervical foi colocado o envoltório de cereais e aplicado o óleo 
aquecido na cavidade. Após o tempo de aplicação, retirar o óleo com uma seringa
Fonte: iStock/Getty Images
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Janu basti
Da mesma maneira que é feita um envoltório com farinha de cereais, só que ao re-
dor dos joelhos, é colocado ghee ou óleo medicado morno de 20 a 30 minutos. Após, 
retirar o óleo com uma seringa e com o excesso realizar uma massagem local específica. 
Indicado para artrose nos joelhos, dor, crepitação articular, perda muscular, nervos en-
fraquecidos, osteoporose, rompimento dos ligamentos, problemas nos meniscos e falta 
de sensibilidade.
Ao redor dos joelhos, foi colocado um envoltório com massa de cereais e aplicado o óleo aquecido 
na cavidade. Após o tempo de aplicação, retirar o óleo com uma seringa: https://bit.ly/40F4EXC 
Tanto as massas de cereais bem como óleo ou o ghee aplicado, após a técnica, jogá-los no lixo. 
Sem reaproveitamento. 
Técnicas de Sudação
Pinda Sweda
Consiste em uma forma de swedana (calor), sendo a aplicação de calor através de 
trouxinhas. As trouxinhas são feitas com um tecido de algodão e com barbante, ficando 
do tamanho de uma tangerina. Após preparadas as trouxinhas, estas são colocadas 
em uma panela com óleo (no caso de Elakizhi e Podikizhi) ou leite (no caso de Nava-
rakizhi), em fogo baixo para mantê-las aquecidas. É uma técnica de rejuvenescimento 
que causa a transpiração do corpo todo. O conteúdo das trouxinhas pode ser de folhas 
medicinais chamado de Elakizhi, ou de arroz chamado de Navarakizhi ou ainda de pós 
medicinais chamado de Podikizhi. Os movimentos da massagem acontecem junto com 
a fomentação (aplicação de calor).
Figura 15
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
Tipos de Pinda Sweda
Navarakizhi
Feito com arroz, a trouxinha pode ser aplicada de forma localizada ou no corpo todo, 
sendo sua função nutritiva e rejuvenescedora. (LAD, 2006)
Os ingredientes para a preparação do arroz são:
• 360 gramas de arroz;
• 320 gramas de raiz de malva branca ou 160 gramas do pó;
• 4 litros de água;
• 2 litros de leite.
A preparação deve seguir:
• Reduzir a decocção de malva branca de 4 litros para 2 litros de água;
• Reservar 1 litro da decocção;
• Misturar o outro litro da decocção com 1 litro de leite e o arroz. Cozinhar em fogo baixo 
até ficar uma papa. Desligue o fogo e deixe esfriar;
• Divida o conteúdoem 4 partes iguais e prepare as trouxinhas com o pano (50x50cm);
• Mergulhar as trouxinhas em uma panela com mais 1 litro de leite aquecido e 1 litro da 
decocção de malva branca. 
Figura 16 - aplicação da técnica Navarakizhi 
(trouxinha de arroz) por dois terapeutas
Fonte: iStock/Getty Images
As indicações para esta prática complementar são: 
• Doenças do sistema nervoso;
• Reumatismo crônico; 
• Osteoartrite;
• Gota;
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• Fraqueza muscular dos membros;
• Falta de sensibilidade;
• Hipertensão; 
• Diabetes;
• Doenças de pele.
Os benefícios são:
• Aumenta o fluxo sanguíneo;
• Trata doenças de Vata agravado;
• Desobstruem os srotas (canais);
• Remove ama (toxinas) e malas (excreções);
• Melhora a qualidade da pele;
• Dá a sensação de leveza no corpo;
• Melhora a digestão e restaura o vigor;
• Melhora e qualidade do sono;
• Combate à sonolência excessiva (kapha).
Elakizhi
As trouxinhas são feitas com folhas medicinais. Podem ser usados: Ricinus commu-
nis (mamona); Datura stramonium (erva do diabo); Neem leaves. Qualquer tipo de 
folha com Virya quente pode ser utilizada neste Pinda Sweda. No Brasil, as folhas mais 
utilizadas são de eucalipto, mamona e de neem.
Os ingredientes para a preparação das folhas são:
• Em média, 8 mãos cheias de folha (que devem ser cortadas em pedaços pequenos, 
retirando-se o caule);
• 1 ou 2 limões cortados em pequenos pedaços, sem sementes;
• 1 xícara de polpa de coco ralado fresco;
• 10 dentes de alho (em pedacinhos);
• 2 colheres de chá de sal de rocha em pó;
• 1 colher de sopa de semente de cominho;
• 50 a 100 ml de óleo gergelim.
Preparação:
• Fritar em fogo baixo as sementes de cominho, o coco, as folhas e o limão em óleo. O 
óleo utilizado é o mesmo das folhas (rícino, neem ou gergelim);
• Misturar as folhas;
• Acrescentar o sal de rocha;
• O preparo deve permanecer no fogo até dourar o coco ou o volume das folhas diminu-
írem pela metade;
• Separar em 3 trouxinhas e mergulhá-las em uma panela com óleo gergelim aquecido.
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
As indicações para esta prática complementar são:
• Dores no corpo;
• Falta de sensibilidade;
• Tremores;
• Paralisia;
• Convulsão;
• Artrite reumatoide;
• Problemas neurológicos em geral.
Os benefícios são a melhora da qualidade da pele, melhora a força muscular e reju-
venescimento do corpo.
Figura 17 - aplicação da técnica Elakizhi 
(trouxinha de folhas medicinais) por somente um terapeuta
Fonte: iStock/Getty Images
Podikizhi
As trouxinhas são feitas com pós medicinais. De forma geral, os pós podem ser estoca-
dos por mais tempo que as folhas frescas e possuem propriedades aquecedoras e nutriti-
vas. São: gengibre, cálamo aromático, nardo verde, raiz de mamona, cedro, aswaghanda 
(withania somnifera), semente de endro, cardamomo. 
O critério para a seleção do tipo de pó será determinado após a anamnese do pa-
ciente, com base no seu desequilíbrio e nas propriedades (Virna, vipaka, prabhava etc.) 
que a planta oferece.
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Os ingredientes para a preparação do pó de ervas são:
• 500 gramas de pó de ervas;
• 200 gramas de coco ralado fresco;
• 1 colher de chá de sal de rocha;
• 1 ou 2 limões (em pequenos pedaços);
• 9 dentes de alho descascados.
Preparação:
• Misturar todos os ingredientes;
• Manter em fogo baixo e misturar por 5 minutos;
• Fazer 3 trouxinhas e colocar dentro de uma panela aquecida com óleo de gergelim;
• Neste caso, pelo pó ser seco e áspero, colocar mais óleo na panela.
As indicações e os benefícios são os mesmos que Elakizhi.
Após a utilização das trouxinhas, estas devem ser jogadas no lixo. Sem reaproveitamento. 
Considerações Finais
Existem diversas terapias ayurvédicas, as mencionadas nesta unidade são apenas al-
gumas delas. Lembre-se de que as aplicações terapêuticas devem estar inseridas em um 
contexto de tratamento ayurvédico que vai desde a avaliação ayurvédica (anamnese, 
observação e diagnósticos ayurvédicos), rotina, hábitos, fitoterapia e alimentação.
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UNIDADE 
Principais Aplicações Terapêuticas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Yoga e Ayurveda: Self-Healing and Self-Realization
FRAWLEY, David. United States: Lotus Press, 2009.
Uma Visão Ayurvédica da Mente
FRAWLEY, David. United States: Lotus Press, 2009.
Ayurveda - A Ciencia da Autocura: Um Guia Prático
LAD, Vasant. São Paulo: Editora Ground, 2007.
Saúde Integral para Medicina Ayurvédica
NINIVAGGI, Frank John. São Paulo: Editora Pensamento, 2015.
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Referências
CARNEIRO, Danilo Maciel. Ayurveda: saúde e longevidade na tradição milenar da 
Índia. São Paulo: Editora Pensamento, 2009.
JOHARI, Harish. Manual de massagem Ayurvédica – Técnicas indianas tradicio-
nais para o equilíbrio do corpo e da mente. São Paulo: Ground, 2007.
LAD, Vasant. Ayurveda – The Science of Self-Healing: a practical guide. United 
States: Lotus Press, 2004.
LAD, Vasant. Textbook of Ayurveda – Fundamental Principles, Volume 1. United 
States: The Ayurvedic Press, 2006
LAD, Vasant. Textbook of Ayurveda – Fundamental Principles, Volume 2. United 
States: The Ayurvedic Press, 2006.
MARINO, Maria Inês. DAMBRY, Walkyria A. Giusti. Ayurveda: O caminho da saúde. 
São Paulo: Editora Gaia, 2004.
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