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Avaliação final_Politicas_Publicas



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AVALIAÇÃO GLOBAL
QUESTÃO 01
EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento dos fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem outra vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. (...) A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar mais nas negociações de paz. (...) A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra. (...) A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. (...) A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde em si mesma.
Marina Colassanti
Faça uma reflexão pessoal sobre este texto, a partir das discussões desenvolvidas na disciplina. 
Resposta:
O texto “EU SEI, MAS NÃO DEVIA” da autora Marina Colassanti, tem tudo a ver com os conteúdos que debatemos em sala de aula durante o semestre.
Fazendo uma reflexão pessoal, a partir das discussões desenvolvidas na disciplina, vejo que em alguns pontos me encaixo completamente. Primeiramente, me acostumo em alguns momentos em não ser percebida dentro da sociedade por diversos motivos que pode ser pela indiferença, pelo preconceito ou ainda pela diferença de classe social, ou seja, as vezes aceito ser socialmente invisível. Acostumo em não reivindicar os meus direitos sociais, que é obrigação do Governo me fornecer, e até mesmo aceito em pagar por serviços básicos como educação, saúde, moradia, cultura e até mesmo segurança. Isso não é bom, pois os nossos governantes dão as costas para nós e só aparecem com falsas promessas na época de eleições. 
Entendo que tenho que lutar para que os Governos implantem o máximo de políticas públicas, pois eles têm esse dever e obrigação.
Refletindo mais um pouco, posso dizer que me acostumo viver em isolamento, sem a convivência em sociedade e a disciplina me ajudou e muito mostrando a importância do debate e de me expor, mas acaba que a falta de políticas públicas eficazes, que elevam a sensação de insegurança, nos forçam ao isolamento.
Mas posso dizer que a disciplina me provocou a sair da minha bolha, em ter um olhar mais crítico e nem sair aceitando tudo o que me é imposto e ter um olhar mais crítico em relação aos governantes, e também entender que boa parte dos criminosos não estão naquela vida por que querem, e sim por serem vítimas da própria sociedade.
QUESTÃO 02
Coronavírus: teto de gastos emperra ações de combate
Nara Lacerda e Lu Sudré
Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 18 de Março de 2020 às 09:23
O Brasil enfrenta a pandemia global do coronavírus com cerca de R$ 20 bilhões a menos para o Sistema Único de Saúde. Resultado da Emenda do teto de gastos (EC 95), que congela gastos públicos por 20 anos, o corte nos investimentos ocorre desde a promulgação do texto, em 2016.
Ideia do governo de Michel Temer (MDB), endossada pelo Congresso Nacional e mantida pela gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), a EC 95 foi vendida como essencial para equilíbrio das contas públicas, criação de confiança no mercado e retomada da economia. Os resultados percebidos nos últimos quatro anos, no entanto, estão longe desse cenário.
https://www.brasildefato.com.br/2020/03/18/coronavirus-teto-de-gastos-emperra-acoes-de-combate
Faça uma análise da concepção presente na noticia acima, a partir dos conceitos de políticas sociais e neoliberalismo apresentadas no teto “A psicologia frente às políticas públicas”.
Resposta:
A ação tomada pelo governo Temer e mantida pelo Bolsonaro em relação a EC 95, infelizmente é normal em países neoliberais, mas no caso do Brasil afronta diretamente a Constituição Federal que garante os direitos sociais a todo cidadão brasileiro e o Estado tem a obrigação de cumprir.
Com isto, vemos que a EC 95 foi uma ação equivocada, uma vez que o Governo tem que priorizar investimentos em políticas sociais, que no caso em questão seria investimentos na saúde, o que se fosse feito, poderia ter salvado muitas vitimas do Covid-19. A própria Lei Orgânica da Assistência Social (L.F 8742/93) garante que as necessidades socais tem prevalência em relação as exigências de rentabilidade econômica, mas os Governos pensando naquela minoria da população que tem maiores condições financeiras faz exatamente o contrário, impedindo que a parcela mais pobre da população tenha acesso aos direitos sociais básicos.
De acordo com Saadallah (2006) a visão neoliberal percebe as políticas sociais como gastos, enquanto deveriam ser concebidas como investimentos sociais. Segundo os neoliberais, os investimentos públicos devem ser direcionados para as políticas econômicas, que representam a parte dinâmica da sociedade. Não tenho dúvidas que essa visão neoliberal foi utilizada pelos governos Temer e Bolsonaro na manutenção da EC 95, pois priorizam o grupo que representam, que não dependem do SUS devido ao alto poder aquisitivo, e possuem os melhores planos de saúde. Esses grupos influenciam o governo a priorizarem ações que possuem grande retorno financeiro, e não relevância social, o que afronta diretamente a Constituição Federal.
Os governos e a parcela dos mais ricos da população precisam se conscientizar que para o país crescer, precisam ser reduzidas as diferenças sociais, e isso só vai ocorrer quando a população mais pobre tiver acesso a direitos sociais. Com isso teremos um país mais equilibrado, com a qualificação dos mais pobres e com isso haverá o crescimento econômico. Precisam entender que direitos sociais são investimentos e não gastos.
QUESTÃO 03
De acordo com o texto a Psicologia frente às políticas públicas,
“Gradativamente, a presença da psicologia vem se consolidando no campo das políticas
públicas, especialmente das políticas sociais, a partir das respostas às novas demandas
colocadas pela sociedade.”
A partir dessa afirmativa e dos debates realizados em sala, responda:
Quais seriam essas demandas colocadas pela sociedade brasileira? Qual seria a resposta da psicologia?
Resposta:
As demandas sociais colocadas pela sociedade para a psicologia são:
As lutas contra injustiças, pobreza, violência, desigualdade e outros sofrimentos humanos relacionados ao sistema social como racismo, preconceitos diversos, homofobia, diferenças de classe social, liberdade de expressão e etc. Aparecem também demandas relacionadas a garantia dos Direitos Humanos, Sociais e garantia das políticas públicas. 
A psicologia tem atuado e dado cada vez mais respostas em relação as essas demandas, principalmente através das Psicologias Sociais Críticas, que de acordo com Saadallah (2006) a intervenção aponta para práticas voltadas para a promoção dos sujeitos, a partir de sua própria participação e envolvimento nas ações realizadas,de acordo com o seu contexto, história e vivências, buscando a transformação social.
Assim sendo, pode-se dizer que as Psicologias Sociais Críticas têm ganhado bastante espaço dentro da sociedade, respondendo as demandas, e cada dia mais vemos profissionais que estão se especializando e capacitando nessa área, o que não víamos antigamente. 
Comentários sobre a disciplina e o seu envolvimento e interesse pessoal
Resposta:
Achei a disciplina Psicologia e Políticas Públicas muito interessante e importante para formação profissional, onde nos foi dada a oportunidade de debatermos muitos temas. Confesso que no início do semestre não consegui me engajar tanto, mas aos poucos enxerguei a importância do social dentro da psicologia e me interessei bastante pela disciplina.
Gostei muito de fazer o trabalho referente a Saúde Mental, achei o tema muito interessante e pude me expor.
Muito obrigada Professora Márcia Mansur e te desejo ótimas férias.