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Índice 1. Introdução ........................................................................................................................... 1 1.2. Objectivos ....................................................................................................................... 1 1.2.1. Geral ............................................................................................................................ 1 1.2.2. Específicos .................................................................................................................. 1 1.3. Metodologia .................................................................................................................... 1 2. Água Potável....................................................................................................................... 2 2.2. Tratamento da Água ........................................................................................................ 2 3. Crise da Água Potável ........................................................................................................ 3 3.2. Crise de Água Potável em Nacala-Porto ......................................................................... 5 3.3. Legislação, estratégias e programas do sector de águas em Moçambique ..................... 7 A importância da água potável .................................................................................................. 9 Uso consciente da água .............................................................................................................. 9 4. Conclusão ......................................................................................................................... 12 5. Referencias Bibliográficas ................................................................................................ 13 Legislação ................................................................................................................................ 13 1 1. Introdução A presente pesquisa aborda a cerca da Crise da Água Potável, Devido à dificuldade de controlar o desperdício da água potável consequente do uso inconsciente das pessoas, essa pesquisa se justifica através da aplicação das estratégias do uso consciente da água, em contribuição para o seu público-alvo os ganhos em economizar água em edificações, utilizando a gestão da água. Portanto, buscou-se reunir dados/informações com o propósito de responder ao seguinte problema de pesquisa: como a aplicação do uso de aparelhos hidros sanitários apropriados e técnicas com o aproveitamento de água de chuva e reuso da água cinza influencia no controle do desperdício da água potável devido ao uso inconsciente das pessoas. 1.2.Objectivos 1.2.1. Geral Compreender as causas da Crise de Água Potável. 1.2.2. Específicos Conceituar a água potável; Falar da importância da água potável; Analisar a crise de água potável em Nacala-Porto. 1.3.Metodologia Foi utilizada a pesquisa bibliografia. Segundo de ponto de Vista de Cervo e Bervin (2002) a pesquisa bibliográfica é: Aquela que procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema (p. 65) 2 2. Água Potável A Água Potável é toda água própria para o consumo. É um líquido incolor, inodoro (sem cheiro), insípida (sem sabor) e insossa (sem sal), essencial para a sobrevivência humana. Deve ter certa quantidade de sais minerais dissolvidos, que são importantes para a saúde. Além disso, ela deve estar livre de materiais tóxicos e microorganismos, como bactérias, protozoários etc. Encontrar, colectar, tratar e distribuir a água é um processo bastante complexo, sendo muito caro e depende das condições. Parâmetros que definem a potabilidade da água são definidos por órgãos nacionais e internacionais e devem ser seguidos rigorosamente a fim de permitir o acesso a fontes de água limpa para todos. Contudo, sabe-se que existem populações de baixa renda que habitam locais periféricos distantes dos centros urbanos e dos serviços de abastecimento de água e esgoto que sobrevivem utilizando fontes de água não seguras. Segundo a ONU, o acesso a água de boa qualidade varia fortemente de acordo com o local em que uma população vive. Os países africanos e muitos países asiáticos possuem as piores condições, variando entre 40 e 50% a parcela da população total em cada país sem possibilidade de obter água potável. Outros locais com uma percentagem considerável de pessoas vivendo em stress hídrico incluem partes da América Latina nos quais as pessoas vivem em áreas secas e quentes, como é o caso de uma parte do nordeste brasileiro. As fontes de água potável mais comuns são nascentes de rios, lagos e represas de abastecimento de água, sistemas de cisternas e poços ou ainda a extracção de água subterrânea de aquíferos. Em muitos locais também é feita a captação de água da chuva para consumo ou uso doméstico. 2.2.Tratamento da Água O tratamento da água pode ser realizado para atender diversos aspectos: Higiénicos - remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microrganismos, de substâncias nocivas, redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos; Estéticos - correção da cor, sabor e odor; e, Económicos - redução de corrosividade, cor, turbidez, ferro e manganês. A necessidade de tratamento e os processos exigidos deverão ser determinados com base em inspecções sanitárias e nos resultados de análises (físico-químicas e bacteriológicas). O processo de tratamento de água é dividido em 9 fases. São elas: Captação. A água passa por um sistema de grades que impede a entrada de elementos macroscópicos grosseiros (animais mortos, folhas, etc.) no sistema. Parte das 3 partículas está em suspensão fina, em estado coloidal ou em solução, e por ter dimensões muito reduzidas (como a argila, por exemplo), não se depositam, dificultando a remoção. Coagulação. É adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante, seguido de uma agitação violenta da água. Assim, as partículas de sujeira ficam eletricamente desestabilizadas e mais fáceis de agregar. Floculação. Após a coagulação, há uma mistura lenta da água, que serve para provocar a formação de flocos com as partículas. Decantação. A água não é mais agitada e os flocos vão se depositando no fundo, separando-se da água. O lodo do fundo é conduzido para tanques de depuração. O ideal é que ele seja transformado em adubo, em um biodigestor. A água mais limpa vai para o filtro de areia. Filtração. A água já decantada passa por um filtro de cascalho/areia/antracito (carvão mineral), onde vai se livrando dos flocos que não foram decantados na fase anterior e de alguns microrganismos. Cloração. A água filtrada está limpa, mas ainda pode conter microrganismos causadores de doenças. Por isso, ela recebe um produto que contém cloro, que mata os microrganismos. Na água, o cloro age de duas formas principais: como desinfectante, destruindo ou inactivando os microrganismos e bactérias de vida livre, e como oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos presentes. Florestação. O flúor também é adicionado à água. A substância ajuda a prevenir cáries. Reserva. A água tratada é armazenada em grandes reservatórios, antes da distribuição. Esses reservatórios sempre são instalados nos locais mais altos das cidades. Distribuição: A água tratada é distribuída para as residências, comércio e indústria a partir dos reservatórios de água potável. A correcção de PH é feita quando se coloca cal hidratada ou carbonato de sódio, corrigindouma possível alcalinidade da água (PH). Este procedimento também previne uma possível corrosão futura da rede de encanamento que irá distribuir a água tratada. 3. Crise da Água Potável Para Durand (2003) a água potável actualmente não está disponível para todas as pessoas do mundo, em muitas sociedades isso é um problema grave com consequências reais e trágicas na vida das pessoas que compõem estes grupos. Já em países desenvolvidos a relação de saneamento básico e água potável é atendida na maioria das vezes e de forma universal, por 4 meio de sistemas colectivos de distribuição, que caracterizam um acesso adequado à água potável e saneamento para todos. Quando falamos de países subdesenvolvidos ou em estado de pobreza, parcelas significativas de suas populações urbanas não tem acesso ou tem um acesso precário à água potável e saneamento. Os problemas decorrentes de tal situação se reflectem na persistência de enfermidades que poderiam ser prevenidas, caso houvesse um suprimento adequado de água de boa qualidade, condição indispensável para uma qualidade de vida razoável. Com efeito, por ser um bem de primeira necessidade, a água é utilizada, quotidianamente, para o preparo de alimentos, matar a sede, higiene e asseio corporal, limpeza de utensílios domésticos e da habitação, banho, dentre outros usos importantes. Razão pela qual a condição existencial de não dispor de água potável em quantidade adequada compromete esses usos quotidianos, podendo expor as pessoas a riscos de adoecimento, como, também, limitar o desenvolvimento de legítimos projectos pessoais de vida. Isso ligado a falta de saneamento pode gerar doenças, contaminação da água limpa disponível, custos com medicamentos que muitas vezes não poderão ser adquiridos. Esse cenário leva a vida dessas sociedades a alto grau de risco diminuindo sua média de vida e capacidade de sobrevivência. Essa questão fica evidente quando são colocados em discussão as dificuldades enfrentadas por pessoas que não têm acesso à água potável e saneamento, ou tem acesso precário. O tempo gasto na espera por água gera complicações que afectam de forma drástica a vida das pessoas. Lavar uma roupa, tomar um banho, tudo se torna condicionado ao momento que este bem está disponível e este tempo subtraído da vida desses determinados grupos afecta na obtenção de novas perspectivas, sendo difícil buscar uma qualificação, aprender uma nova actividade, desenvolver uma saúde boa entre outras coisas. Falta de água aumenta risco de diarreia, hepatite A e até cólera, alertam especialistas. Para fugir da crise hídrica, população armazena água de maneira inapropriada. Redução na pressão também oferece riscos à saúde, por contaminação da água. Apesar das fortes chuvas, a região Sudeste enfrenta uma grave crise hídrica, que está longe de chegar ao fim. A falta de água nas torneiras e a redução da pressão na distribuição impactam de forma negativa na saúde com aumento de doenças como a hepatite A cólera, e principalmente diarreia. A falta de acesso à água de qualidade e o saneamento precário podem ser os responsáveis por 94% dos casos de diarreia no mundo, de acordo com estudos. Para enfrentar a falta de abastecimento de água, a população é obrigada a buscar o recurso em fontes alternativas, o que pode ser um estopem para os casos de doença. 5 Fontes, poços, carros pipas, por exemplo, nem sempre são seguros, do ponto de vista sanitário. Isso aumenta o risco de as pessoas contraírem doenças de veiculação hídrica. Estas doenças são causadas, basicamente, pelo consumo de água ou alimentos contaminados por fezes. Exemplos mais comuns destas doenças são as diarreias, hepatite, febres tifóides e paratifóide, cólera e parasitoses. Além disso, pouca água afecta a higiene das pessoas e dos locais onde elas vivem, o que também é factor de risco para outras doenças, como micoses e conjuntivites. Nos tempos de falta de água é importante ficar atento também a higiene das mãos, Em baixo das unhas é o local onde mais armazenamos bactérias e vírus, por isso a importância de lavar as mãos com frequência. Na falta de água, a saída é usar álcool em gel, que é um excelente anticéptico. Vale lembrar que as mãos devem estar limpas não só para manusear os alimentos como também aquela água estocada em baldes e outros recipientes. Para lavar frutas, verduras e legumes sem desperdiçar água, a dica da especialista é usar hipoclorito de sódio, "já que as bactérias não sobrevivem em ambiente ácido". Deixar os alimentos mergulhados na água com vinagre até funciona, mas ainda há poucos estudos em relação à quantidade adequada para exercer essa função. Eu confio mais nos produtos comercializados no mercado. Em restaurantes, especialmente self service, a médica orienta dar preferência para os alimentos cozidos e frutas sem a casca, assim é possível reduzir a chance de diarreia e outras doenças causadas pela ingestão de água ou alimentos contaminados, como hepatite, febre tifóide, norovírus e rotavírus. 3.2. Crise de Água Potável em Nacala-Porto Tomando como como exemplo o município de Nacala Porto na província de Nampula, estes autores constatam que a resposta do Estado para limitações no fornecimento de água tem sido a desconcentração e o apelo à iniciativa privada. Contudo, estas formas de resposta têm-se traduzido em “forte pressão mais ou menos informal, mais ou menos coordenada e mais ou menos dirigida de constituir redes com os fornecedores de água, influenciando a definição dos modos de acção e as práticas quotidianas de gestão de água” (Rosário & Guambe, 2015: p. 117). Como se pode observar nos autores anteriormente mencionados, a questão central prende-se com a sustentabilidade dos mecanismos de captação e distribuição da água. A seguir são apresentadas as ideias principais ideias dos estudos sociológicos e antropológicos sobre a água. Neste sentido, destacam-se aqui os estudos de Durand (2003); Godoy (2007). 6 O estudo de Durand (2003) apresenta uma abordagem antropológica e com o objectivo de fazer uma retrospectiva sobre a abordagem antropológica da água, chamando atenção para a possibilidade da disciplina ser mais atenta a aspectos como o facto de a água ser um bem se consumo de massas e as dimensões política e técnica das infraestruturas hidráulicas. No contexto dessa retrospectiva, o autor identifica 5 (cinco) eixos principais de estudos da água na Antropologia. No primeiro eixo discutem-se aspectos como as técnicas das operações de aquisição da água para o consumo humano e animal e para a irrigação, o uso da água enquanto fonte de energia bem como, questões relacionadas com a água enquanto meio de acção físico-química sobre a matéria. No segundo eixo, as abordagens estão voltadas para os aspectos económicos e sociais do controlo da água, com destaque para “o domínio individual ou comunitário sobre os recursos; a divisão sexual de todos os aspectos da relação com a água; a organização e o controlo intra e intercomunidades do acesso ao recurso” (Durand, 2003: p. 22). No terceiro eixo as preocupações dos antropólogos prendem-se com o impacto da água no dia das comunidades. Aqui, analisam-se questões como a distribuição das fontes de água na comunidade; as relações socias que se estabelecem a volta da procura, captação, transporte e consumo da água bem como, as trajectórias individuais e colectivas motivadas pela procura deste recurso para diferentes finalidades. Relativamente ao quarto eixo, nele discutem-se as representações sociais e saberes que são construídos a volta da água, enfatizando-se aspectos como “A diferenciação lexical dos vários tipos de água; as ideias etnogeografias acerca do ciclo da água, do seu comportamento e dos seus trajectos subterrâneos; os métodos da sua busca; a avaliação estética do gosto das águas loca e a determinação das suas qualidades” (Durand, 2003:p. 22). No quinto e último eixo pesquisa-se a dimensão cognitiva da relação que os indivíduos e grupos estabelecem com a água. Aqui, o estudo deste recurso está voltado para a captação da sua dimensão simbólica, para os seus significados que variam muito de contexto para contexto e em função das dificuldades para aceder a água. 7 Por seu turno, Godoy (2007) elaborou um estudo cujo objectivo era o de resgatar e apresentar os factores limitantes da teoria neoclássica que serve de base para a implementação de políticas governamentais de recursos hídricos. A água é considerada valiosa contudo, não tem valor de troca dada a sua abundância na natureza. Contudo, as actividades humanas voltadas para o melhoramento do bem-estar dos indivíduos traduzem-se muitas vezes na degradação ambiental que inclui a poluição das águas. Esta situação leva a que seja necessário considerar a utilidade deste recurso pois, a sua captação, tratamento e distribuição envolvem custos muito elevados. A perspectiva clássica da economia aplicada à gestão dos recursos hídricos é considerada limitante segundo Godoy (2007) na medida em que ignora as relações sociais e culturais que estabelecem a volta da captação e consumo da água. Neste sentido, o autor defende que as políticas de gestão de recursos hídricos devem envolver os interesses dos diferentes extractos da população, dos agentes económicos e do governo que possuem níveis diferenciados de informação sobre a água. 3.3.Legislação, estratégias e programas do sector de águas em Moçambique Moçambique dispõe de um conjunto de leis e documentos estratégicos que expressam a visão do Estado em relação ao sector dos recursos hídricos. Neste ponto da dissertação faz-se uma apresentação das ideias contidas nas principais leis e nos principais programas e estratégias para o sector de águas no país. O país dispõe de vários dispositivos legais que regulam a captação, armazenamento, distribuição e gestão de água. Estes dispositivos regulam sobretudo as entidades que tem por responsabilidade executar a visão do Governo em relação aos recursos hídricos. No contexto desta pesquisa, foram considerados relevantes quatro documentos legais, nomeadamente: Lei nº16/91 de 3 de Agosto, a Lei de Águas; Decreto nº 73/98 que cria o Fundo de Abastecimento e Património de Águas; Diploma Ministerial nº180/2004 que aprova o Regulamento sobre a Qualidade da Água para o consumo humano; e Decreto nº43/2007 que aprova o Regulamento de Licenças e Concessões de Águas; 3.3.1. Lei nº16/91 de 3 de Agosto – Lei de Águas Definir domínio público hídrico do Estado e a política geral da sua gestão; 8 Definir o regime jurídico geral das actividades de protecção e conservação, inventário, uso e aproveitamento, controlo e fiscalização dos recursos hídricos; Definir as competências atribuídas ao Governo em relação ao domínio público hídrico. 3.3.2. Decreto nº 73/98 que cria o Fundo de Abastecimento e Património de Águas Atribuir ao FIPAG a responsabilidade pela gestão do programa de investimento público nos sistemas de abastecimento de água que lhe forem conferidos; Promover através do FIPAG uma gestão autónoma eficiente e financeiramente viável dos sistemas de abastecimento de água que lhe forem confiados; Conferir ao FIPAG a competência para garantir transitoriamente a gestão e exploração de sistemas de abastecimento de água em situação em que estes não se encontram ainda concedidos ou sob contrato de gestão, ou quando situações excepcionais de carácter transitório determinem a intervenção pública. 3.3.3. Diploma Ministerial nº180/2004 que aprova o Regulamento sobre a Qualidade da Água para o consumo humano Fixar os parâmetros de qualidade da água destinada ao consumo humano e as modalidades de realização do seu controlo, visando proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação que possa ocorrer nas diferentes etapas do sistema de abastecimento de água desde a captação até a disponibilização ao consumidor. 3.3.4. Decreto nº43/2007 que aprova o Regulamento de Licenças e Concessões de Águas Melhorar o uso das águas disponíveis através da sua utilização racional e planificada; Garantir o aproveitamento sustentável dos recursos hídricos mediante o melhor aproveitamento das águas de acordo com uma visão global e integrada do ambiente; Lutar contra os desperdícios e pela possibilidade de utilização para fins múltiplos, garantindo a regularização de caudais para, designadamente manter os ecossistemas fluviais e estuários; Garantir a boa qualidade do ambiente, através da luta contra a contaminação das águas e mediante a responsabilização de quem contamina ou, de outra forma, degrada a qualidade das águas; Prevenir os efeitos nocivos das águas evitando os impactos ambientais negativos da erosão dos solos e das cheias; 9 Procurar equilíbrios para o conjunto dos utentes nos casos de utilizações múltiplas e conflituosas das águas do domínio público. 3.3.5. Decreto nº51/2015 de 31 de Dezembro que aprova o Regulamento do Licenciamento de Serviços de Abastecimento de Água por Fornecedores Privados Estabelecer o regime, requisitos, procedimentos práticos aplicáveis à prestação de serviços de abastecimento de água potável por fornecedores privados Assegurar que o fornecimento privado seja complementar ao serviço público Estabelecer parâmetros que garantam a protecção da saúde pública, dos consumidores, dos recursos hídricos e do meio ambiente. A importância da água potável A vida do nosso planeta necessita da água disponível na natureza. No entanto, o volume disponível de água potável para consumo tem se tornado cada vez mais escasso. A taxa de habitantes no mundo está crescente e juntamente às necessidades vitais e higiénicas das pessoas tem que suprir esta demanda, esse é o ponto em que a água está envolvida nas principais actividades dos seres humanos. Segundo Lima (2010), caso se mantenha a taxa de crescimento da população mundial, em 1,6% ao ano, e o consumo per capita se mantiver, o planeta terá cinquenta anos garantidos e a partir daí a demanda será maior que a oferta. Segundo a (ONU, 2015) de projecção populacional nos próximos anos para a cidade de Nacala-Porto, e o mundo, é notável que a demanda de água para necessidades das pessoas terá que ser atendida, o que pode comprometer o sistema nos próximos anos. Uso consciente da água Uso consciente da água é medido de como pode-se chegar a uma gestão da água evitando desperdícios e reaproveitando de forma eficiente e eficaz. Com isso faz-se ampliar nossos conhecimentos no referido tema, partindo do princípio de analisar todo processo da água, desde a captação até o descarte, além de pontuar os principais usos na edificação, levantar desperdícios pelos usuários e abordar maneiras de aproveitar e reutilizar a água. 10 Na edificação, existem estudos que vêm sendo desenvolvidos levantando os consumos mais importantes de água tratada, principalmente no sector residencial em diversos lugares do mundo. Um programa de conservação da água constitui-se de medidas e incentivos. Medidas são as tecnologias e mudanças de comportamento, chamada de práticas, que resultam no uso mais eficiente da água. Incentivos de conservação da água são a educação pública, a estrutura tarifária, e os regulamentos que motivam o consumidor a adoptar as medidas específicas. (VIckers, 2001) Para (Oliveira e Gonçalves, 1999, p. 2), a redução volumes utilizados e de desperdícios de água, ou seja, de consumo de água em edifícios pode-se implementar as seguintes acções: Acções económicas – incentivos e desincentivos económicos. Os incentivos podem ser propostos por meio de subsídios para a aquisição de sistemas e componentes economizadores de água e de redução de tarifas. Os desincentivos podem ser implementadoselevando-se as tarifas de água; Acções sociais – campanhas educativas e de conscientização dos usuários implicando a redução de consumo através da adequação de procedimentos relativos ao uso da água e da mudança de comportamento individual; Acções tecnológicas – substituição de sistemas e componentes convencionais por economizadores de água, implantação de sistemas de medição sectorizada do consumo de água, detecção e correcção de vazamentos, reaproveitamento de água e de reciclagem de água servida. As acções tecnológicas é o objectivo do trabalho em questão, pois as acções económicas e sociais ficam em responsabilidade das autoridades públicas e das companhias de fornecimento e abastecimento público de água. Segundo (Oliveira e Gonçalves, 1999, p. 2), das acções tecnológicas, as mais acessíveis aos usuários é a substituição de componentes convencionais por economizadores de água e o controle de desperdícios. No que diz respeito a componentes, em sua grande maioria, a redução do consumo é alcançada independentemente da acção do usuário. Além das acções tecnológicas sugerida na citação acima, os sistemas convencionais como aparelhos economizadores e o aproveitamento da água de chuva, o trabalho irá também abordar técnicas não convencionais como o reuso de água cinza para fins não potáveis. 11 12 4. Conclusão Há previsões de que 2/3 da população do mundo enfrentará uma severa escassez de água em 20 anos Contudo, actualmente, a água já está sendo um factor de conflito, a exemplo da Síria; Para reverter a situação da água potável é preciso tomar a conscientização que recursos hídricos são finitos; promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino; rever os hábitos de consumo; investir prioritariamente em saneamento básico, promover a solidariedade entre os povos, sem estas mudanças de comportamento os conflitos pelo domínio da água irão persistir. 13 5. Referencias Bibliográficas Durand, A. (2003). Crise da Água Potável Na Zona Norte. Nampula. Godoy, G. (2007). Uma proposta de abordagem teórica sobre a cobrança da água. Trabalho apresentado no XLV Congresso da Sociedade de Economia, Administração e Sociologia Rural - “Conhecimentos para Agricultura do Futuro”, Londrina. Lima, R. M. D. A. (2010). Gestão da água em edificações: utilização de aparelhos economizadores, aproveitamento de água pluvial e reuso de água cinza. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em Construção Civil, Departamento de Materiais de Construção, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, p. 71. Oliveira, J. e Gonçalves A. (1999). Problemas da Água Potável no Mundo. ONU. United Nations. Departament of Economic and Social Affairs, (2015). Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wpp/Graphs/Probabilistic/ POP/TOT/>. Acesso em: 13 de Junho 2023. Legislação Decreto nº 43/2007 de 30 de Outubro: Aprova o Regulamento de Licenças e Concessões de Águas. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 43, 30 de Outubro de 2007. Decreto nº 51/2015 de 31 de Dezembro: Aprova o Regulamento do Licenciamento de Serviços de Abastecimento de Água por Fornecedores Privados. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 104, 31 de Dezembro de 2015. Decreto nº 73/98 de 23 de Dezembro: Cria o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água – FIPAG. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 51, 23 de Dezembro de 1998. Diploma Ministerial nº 180/2004 de 15 de Setembro: Aprova o Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano. Maputo: Boletim da República I Série – Número 37, 15 de Setembro de 2007. Lei nº 18/91 de 3 de Agosto: Aprova a Lei de Águas. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 31, 23 de Agosto de 1991. Resolução nº 46/2007 de 30 de Outubro: Aprova a Política de Águas e revoga a 14 Resolução nº 7/95 de 8 de Agosto. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 43, 30 de Outubro de 2007.
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