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Crise da Agua Potavel Ossugula

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Índice 
1. Introdução ........................................................................................................................... 1 
1.2. Objectivos ....................................................................................................................... 1 
1.2.1. Geral ............................................................................................................................ 1 
1.2.2. Específicos .................................................................................................................. 1 
1.3. Metodologia .................................................................................................................... 1 
2. Água Potável....................................................................................................................... 2 
2.2. Tratamento da Água ........................................................................................................ 2 
3. Crise da Água Potável ........................................................................................................ 3 
3.2. Crise de Água Potável em Nacala-Porto ......................................................................... 5 
3.3. Legislação, estratégias e programas do sector de águas em Moçambique ..................... 7 
A importância da água potável .................................................................................................. 9 
Uso consciente da água .............................................................................................................. 9 
4. Conclusão ......................................................................................................................... 12 
5. Referencias Bibliográficas ................................................................................................ 13 
Legislação ................................................................................................................................ 13 
 
 
1 
 
1. Introdução 
A presente pesquisa aborda a cerca da Crise da Água Potável, Devido à dificuldade de 
controlar o desperdício da água potável consequente do uso inconsciente das pessoas, essa 
pesquisa se justifica através da aplicação das estratégias do uso consciente da água, em 
contribuição para o seu público-alvo os ganhos em economizar água em edificações, 
utilizando a gestão da água. 
Portanto, buscou-se reunir dados/informações com o propósito de responder ao seguinte 
problema de pesquisa: como a aplicação do uso de aparelhos hidros sanitários apropriados e 
técnicas com o aproveitamento de água de chuva e reuso da água cinza influencia no controle 
do desperdício da água potável devido ao uso inconsciente das pessoas. 
 
1.2.Objectivos 
1.2.1. Geral 
Compreender as causas da Crise de Água Potável. 
1.2.2. Específicos 
 Conceituar a água potável; 
 Falar da importância da água potável; 
 Analisar a crise de água potável em Nacala-Porto. 
 
1.3.Metodologia 
Foi utilizada a pesquisa bibliografia. Segundo de ponto de Vista de Cervo e Bervin (2002) a 
pesquisa bibliográfica é: 
Aquela que procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em 
documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou 
experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou 
científicas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema (p. 65) 
2 
 
2. Água Potável 
A Água Potável é toda água própria para o consumo. É um líquido incolor, inodoro (sem 
cheiro), insípida (sem sabor) e insossa (sem sal), essencial para a sobrevivência humana. 
Deve ter certa quantidade de sais minerais dissolvidos, que são importantes para a saúde. 
Além disso, ela deve estar livre de materiais tóxicos e microorganismos, como bactérias, 
protozoários etc. 
Encontrar, colectar, tratar e distribuir a água é um processo bastante complexo, sendo muito 
caro e depende das condições. 
Parâmetros que definem a potabilidade da água são definidos por órgãos nacionais e 
internacionais e devem ser seguidos rigorosamente a fim de permitir o acesso a fontes de 
água limpa para todos. Contudo, sabe-se que existem populações de baixa renda que habitam 
locais periféricos distantes dos centros urbanos e dos serviços de abastecimento de água e 
esgoto que sobrevivem utilizando fontes de água não seguras. 
Segundo a ONU, o acesso a água de boa qualidade varia fortemente de acordo com o local 
em que uma população vive. Os países africanos e muitos países asiáticos possuem as piores 
condições, variando entre 40 e 50% a parcela da população total em cada país sem 
possibilidade de obter água potável. Outros locais com uma percentagem considerável de 
pessoas vivendo em stress hídrico incluem partes da América Latina nos quais as pessoas 
vivem em áreas secas e quentes, como é o caso de uma parte do nordeste brasileiro. 
As fontes de água potável mais comuns são nascentes de rios, lagos e represas de 
abastecimento de água, sistemas de cisternas e poços ou ainda a extracção de água 
subterrânea de aquíferos. Em muitos locais também é feita a captação de água da chuva para 
consumo ou uso doméstico. 
2.2.Tratamento da Água 
 O tratamento da água pode ser realizado para atender diversos aspectos: 
 Higiénicos - remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microrganismos, de 
substâncias nocivas, redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de 
compostos orgânicos; Estéticos - correção da cor, sabor e odor; e, 
 Económicos - redução de corrosividade, cor, turbidez, ferro e manganês. 
A necessidade de tratamento e os processos exigidos deverão ser determinados com base em 
inspecções sanitárias e nos resultados de análises (físico-químicas e bacteriológicas). 
O processo de tratamento de água é dividido em 9 fases. São elas: 
 Captação. A água passa por um sistema de grades que impede a entrada de elementos 
macroscópicos grosseiros (animais mortos, folhas, etc.) no sistema. Parte das 
3 
 
partículas está em suspensão fina, em estado coloidal ou em solução, e por ter 
dimensões muito reduzidas (como a argila, por exemplo), não se depositam, 
dificultando a remoção. 
 Coagulação. É adicionado sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante, 
seguido de uma agitação violenta da água. Assim, as partículas de sujeira ficam 
eletricamente desestabilizadas e mais fáceis de agregar. 
 Floculação. Após a coagulação, há uma mistura lenta da água, que serve para 
provocar a formação de flocos com as partículas. 
 Decantação. A água não é mais agitada e os flocos vão se depositando no fundo, 
separando-se da água. O lodo do fundo é conduzido para tanques de depuração. O 
ideal é que ele seja transformado em adubo, em um biodigestor. A água mais limpa 
vai para o filtro de areia. 
 Filtração. A água já decantada passa por um filtro de cascalho/areia/antracito (carvão 
mineral), onde vai se livrando dos flocos que não foram decantados na fase anterior e 
de alguns microrganismos. 
 Cloração. A água filtrada está limpa, mas ainda pode conter microrganismos 
causadores de doenças. Por isso, ela recebe um produto que contém cloro, que mata 
os microrganismos. Na água, o cloro age de duas formas principais: como 
desinfectante, destruindo ou inactivando os microrganismos e bactérias de vida livre, 
e como oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos presentes. 
 Florestação. O flúor também é adicionado à água. A substância ajuda a prevenir 
cáries. 
 Reserva. A água tratada é armazenada em grandes reservatórios, antes da distribuição. 
Esses reservatórios sempre são instalados nos locais mais altos das cidades. 
 Distribuição: A água tratada é distribuída para as residências, comércio e indústria a 
partir dos reservatórios de água potável. 
A correcção de PH é feita quando se coloca cal hidratada ou carbonato de sódio, corrigindouma possível alcalinidade da água (PH). Este procedimento também previne uma possível 
corrosão futura da rede de encanamento que irá distribuir a água tratada. 
3. Crise da Água Potável 
Para Durand (2003) a água potável actualmente não está disponível para todas as pessoas do 
mundo, em muitas sociedades isso é um problema grave com consequências reais e trágicas 
na vida das pessoas que compõem estes grupos. Já em países desenvolvidos a relação de 
saneamento básico e água potável é atendida na maioria das vezes e de forma universal, por 
4 
 
meio de sistemas colectivos de distribuição, que caracterizam um acesso adequado à água 
potável e saneamento para todos. 
Quando falamos de países subdesenvolvidos ou em estado de pobreza, parcelas significativas 
de suas populações urbanas não tem acesso ou tem um acesso precário à água potável e 
saneamento. Os problemas decorrentes de tal situação se reflectem na persistência de 
enfermidades que poderiam ser prevenidas, caso houvesse um suprimento adequado de água 
de boa qualidade, condição indispensável para uma qualidade de vida razoável. 
Com efeito, por ser um bem de primeira necessidade, a água é utilizada, quotidianamente, 
para o preparo de alimentos, matar a sede, higiene e asseio corporal, limpeza de utensílios 
domésticos e da habitação, banho, dentre outros usos importantes. Razão pela qual a condição 
existencial de não dispor de água potável em quantidade adequada compromete esses usos 
quotidianos, podendo expor as pessoas a riscos de adoecimento, como, também, limitar o 
desenvolvimento de legítimos projectos pessoais de vida. Isso ligado a falta de saneamento 
pode gerar doenças, contaminação da água limpa disponível, custos com medicamentos que 
muitas vezes não poderão ser adquiridos. Esse cenário leva a vida dessas sociedades a alto 
grau de risco diminuindo sua média de vida e capacidade de sobrevivência. 
Essa questão fica evidente quando são colocados em discussão as dificuldades enfrentadas 
por pessoas que não têm acesso à água potável e saneamento, ou tem acesso precário. O 
tempo gasto na espera por água gera complicações que afectam de forma drástica a vida das 
pessoas. Lavar uma roupa, tomar um banho, tudo se torna condicionado ao momento que este 
bem está disponível e este tempo subtraído da vida desses determinados grupos afecta na 
obtenção de novas perspectivas, sendo difícil buscar uma qualificação, aprender uma nova 
actividade, desenvolver uma saúde boa entre outras coisas. 
Falta de água aumenta risco de diarreia, hepatite A e até cólera, alertam especialistas. Para 
fugir da crise hídrica, população armazena água de maneira inapropriada. 
Redução na pressão também oferece riscos à saúde, por contaminação da água. 
Apesar das fortes chuvas, a região Sudeste enfrenta uma grave crise hídrica, que está longe de 
chegar ao fim. A falta de água nas torneiras e a redução da pressão na distribuição impactam 
de forma negativa na saúde com aumento de doenças como a hepatite A cólera, e 
principalmente diarreia. 
A falta de acesso à água de qualidade e o saneamento precário podem ser os responsáveis por 
94% dos casos de diarreia no mundo, de acordo com estudos. 
Para enfrentar a falta de abastecimento de água, a população é obrigada a buscar o recurso em 
fontes alternativas, o que pode ser um estopem para os casos de doença. 
5 
 
Fontes, poços, carros pipas, por exemplo, nem sempre são seguros, do ponto de vista 
sanitário. Isso aumenta o risco de as pessoas contraírem doenças de veiculação hídrica. Estas 
doenças são causadas, basicamente, pelo consumo de água ou alimentos contaminados por 
fezes. Exemplos mais comuns destas doenças são as diarreias, hepatite, febres tifóides e 
paratifóide, cólera e parasitoses. Além disso, pouca água afecta a higiene das pessoas e dos 
locais onde elas vivem, o que também é factor de risco para outras doenças, como micoses e 
conjuntivites. 
Nos tempos de falta de água é importante ficar atento também a higiene das mãos, Em baixo 
das unhas é o local onde mais armazenamos bactérias e vírus, por isso a importância de lavar 
as mãos com frequência. Na falta de água, a saída é usar álcool em gel, que é um excelente 
anticéptico. Vale lembrar que as mãos devem estar limpas não só para manusear os alimentos 
como também aquela água estocada em baldes e outros recipientes. 
Para lavar frutas, verduras e legumes sem desperdiçar água, a dica da especialista é usar 
hipoclorito de sódio, "já que as bactérias não sobrevivem em ambiente ácido". Deixar os 
alimentos mergulhados na água com vinagre até funciona, mas ainda há poucos estudos em 
relação à quantidade adequada para exercer essa função. Eu confio mais nos produtos 
comercializados no mercado. 
Em restaurantes, especialmente self service, a médica orienta dar preferência para os 
alimentos cozidos e frutas sem a casca, assim é possível reduzir a chance de diarreia e outras 
doenças causadas pela ingestão de água ou alimentos contaminados, como hepatite, febre 
tifóide, norovírus e rotavírus. 
3.2. Crise de Água Potável em Nacala-Porto 
Tomando como como exemplo o município de Nacala Porto na província de Nampula, estes 
autores constatam que a resposta do Estado para limitações no fornecimento de água tem sido 
a desconcentração e o apelo à iniciativa privada. Contudo, estas formas de resposta têm-se 
traduzido em “forte pressão mais ou menos informal, mais ou menos coordenada e mais ou 
menos dirigida de constituir redes com os fornecedores de água, influenciando a definição 
dos modos de acção e as práticas quotidianas de gestão de água” (Rosário & Guambe, 2015: 
p. 117). 
Como se pode observar nos autores anteriormente mencionados, a questão central prende-se 
com a sustentabilidade dos mecanismos de captação e distribuição da água. A seguir são 
apresentadas as ideias principais ideias dos estudos sociológicos e antropológicos sobre a 
água. Neste sentido, destacam-se aqui os estudos de Durand (2003); Godoy (2007). 
6 
 
O estudo de Durand (2003) apresenta uma abordagem antropológica e com o objectivo de 
fazer uma retrospectiva sobre a abordagem antropológica da água, chamando atenção para a 
possibilidade da disciplina ser mais atenta a aspectos como o facto de a água ser um bem se 
consumo de massas e as dimensões política e técnica das infraestruturas hidráulicas. No 
contexto dessa retrospectiva, o autor identifica 5 (cinco) eixos principais de estudos da água 
na Antropologia. 
No primeiro eixo discutem-se aspectos como as técnicas das operações de aquisição da água 
para o consumo humano e animal e para a irrigação, o uso da água enquanto fonte de energia 
bem como, questões relacionadas com a água enquanto meio de acção físico-química sobre a 
matéria. No segundo eixo, as abordagens estão voltadas para os aspectos económicos e 
sociais do controlo da água, com destaque para “o domínio individual ou comunitário sobre 
os recursos; a divisão sexual de todos os aspectos da relação com a água; a organização e o 
controlo intra e intercomunidades do acesso ao recurso” (Durand, 2003: p. 22). 
No terceiro eixo as preocupações dos antropólogos prendem-se com o impacto da água no dia 
das comunidades. Aqui, analisam-se questões como a distribuição das fontes de água na 
comunidade; as relações socias que se estabelecem a volta da procura, captação, transporte e 
consumo da água bem como, as trajectórias individuais e colectivas motivadas pela procura 
deste recurso para diferentes finalidades. 
Relativamente ao quarto eixo, nele discutem-se as representações sociais e saberes que são 
construídos a volta da água, enfatizando-se aspectos como 
“A diferenciação lexical dos vários tipos de água; as ideias 
etnogeografias acerca do ciclo da água, do seu comportamento e dos 
seus trajectos subterrâneos; os métodos da sua busca; a avaliação 
estética do gosto das águas loca e a determinação das suas qualidades” 
(Durand, 2003:p. 22). 
No quinto e último eixo pesquisa-se a dimensão cognitiva da relação que os indivíduos e 
grupos estabelecem com a água. Aqui, o estudo deste recurso está voltado para a captação da 
sua dimensão simbólica, para os seus significados que variam muito de contexto para 
contexto e em função das dificuldades para aceder a água. 
7 
 
Por seu turno, Godoy (2007) elaborou um estudo cujo objectivo era o de resgatar e apresentar 
os factores limitantes da teoria neoclássica que serve de base para a implementação de 
políticas governamentais de recursos hídricos. 
A água é considerada valiosa contudo, não tem valor de troca dada a sua abundância na 
natureza. Contudo, as actividades humanas voltadas para o melhoramento do bem-estar dos 
indivíduos traduzem-se muitas vezes na degradação ambiental que inclui a poluição das 
águas. Esta situação leva a que seja necessário considerar a utilidade deste recurso pois, a sua 
captação, tratamento e distribuição envolvem custos muito elevados. 
A perspectiva clássica da economia aplicada à gestão dos recursos hídricos é considerada 
limitante segundo Godoy (2007) na medida em que ignora as relações sociais e culturais que 
estabelecem a volta da captação e consumo da água. Neste sentido, o autor defende que as 
políticas de gestão de recursos hídricos devem envolver os interesses dos diferentes extractos 
da população, dos agentes económicos e do governo que possuem níveis diferenciados de 
informação sobre a água. 
3.3.Legislação, estratégias e programas do sector de águas em Moçambique 
Moçambique dispõe de um conjunto de leis e documentos estratégicos que expressam a visão 
do Estado em relação ao sector dos recursos hídricos. Neste ponto da dissertação faz-se uma 
apresentação das ideias contidas nas principais leis e nos principais programas e estratégias 
para o sector de águas no país. 
O país dispõe de vários dispositivos legais que regulam a captação, armazenamento, 
distribuição e gestão de água. Estes dispositivos regulam sobretudo as entidades que tem por 
responsabilidade executar a visão do Governo em relação aos recursos hídricos. No contexto 
desta pesquisa, foram considerados relevantes quatro documentos legais, nomeadamente: 
 Lei nº16/91 de 3 de Agosto, a Lei de Águas; 
 Decreto nº 73/98 que cria o Fundo de Abastecimento e Património de Águas; 
 Diploma Ministerial nº180/2004 que aprova o Regulamento sobre a Qualidade da 
Água para o consumo humano; e 
 Decreto nº43/2007 que aprova o Regulamento de Licenças e Concessões de Águas; 
3.3.1. Lei nº16/91 de 3 de Agosto – Lei de Águas 
 Definir domínio público hídrico do Estado e a política geral da sua gestão; 
8 
 
 Definir o regime jurídico geral das actividades de protecção e conservação, 
inventário, uso e aproveitamento, controlo e fiscalização dos recursos hídricos; 
 Definir as competências atribuídas ao Governo em relação ao domínio público 
hídrico. 
3.3.2. Decreto nº 73/98 que cria o Fundo de Abastecimento e Património de Águas 
 Atribuir ao FIPAG a responsabilidade pela gestão do programa de investimento 
público nos sistemas de abastecimento de água que lhe forem conferidos; 
 Promover através do FIPAG uma gestão autónoma eficiente e financeiramente viável 
dos sistemas de abastecimento de água que lhe forem confiados; 
 Conferir ao FIPAG a competência para garantir transitoriamente a gestão e 
exploração de sistemas de abastecimento de água em situação em que estes não se 
encontram ainda concedidos ou sob contrato de gestão, ou quando situações 
excepcionais de carácter transitório determinem a intervenção pública. 
3.3.3. Diploma Ministerial nº180/2004 que aprova o Regulamento sobre a 
Qualidade da Água para o consumo humano 
 Fixar os parâmetros de qualidade da água destinada ao consumo humano e as 
modalidades de realização do seu controlo, visando proteger a saúde humana dos 
efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação que possa ocorrer nas diferentes 
etapas do sistema de abastecimento de água desde a captação até a disponibilização ao 
consumidor. 
3.3.4. Decreto nº43/2007 que aprova o Regulamento de Licenças e Concessões de 
Águas 
 Melhorar o uso das águas disponíveis através da sua utilização racional e planificada; 
 Garantir o aproveitamento sustentável dos recursos hídricos mediante o melhor 
aproveitamento das águas de acordo com uma visão global e integrada do ambiente; 
 Lutar contra os desperdícios e pela possibilidade de utilização para fins múltiplos, 
garantindo a regularização de caudais para, designadamente manter os ecossistemas 
fluviais e estuários; 
 Garantir a boa qualidade do ambiente, através da luta contra a contaminação das 
águas e mediante a responsabilização de quem contamina ou, de outra forma, degrada 
a qualidade das águas; 
 Prevenir os efeitos nocivos das águas evitando os impactos ambientais negativos da 
erosão dos solos e das cheias; 
9 
 
 Procurar equilíbrios para o conjunto dos utentes nos casos de utilizações múltiplas e 
conflituosas das águas do domínio público. 
3.3.5. Decreto nº51/2015 de 31 de Dezembro que aprova o Regulamento do 
Licenciamento de Serviços de Abastecimento de Água por Fornecedores 
Privados 
 Estabelecer o regime, requisitos, procedimentos práticos aplicáveis à prestação de 
serviços de abastecimento de água potável por fornecedores privados 
 Assegurar que o fornecimento privado seja complementar ao serviço público 
 Estabelecer parâmetros que garantam a protecção da saúde pública, dos 
consumidores, dos recursos hídricos e do meio ambiente. 
A importância da água potável 
A vida do nosso planeta necessita da água disponível na natureza. No entanto, o volume 
disponível de água potável para consumo tem se tornado cada vez mais escasso. A taxa de 
habitantes no mundo está crescente e juntamente às necessidades vitais e higiénicas das 
pessoas tem que suprir esta demanda, esse é o ponto em que a água está envolvida nas 
principais actividades dos seres humanos. 
Segundo Lima (2010), caso se mantenha a taxa de crescimento da população mundial, em 
1,6% ao ano, e o consumo per capita se mantiver, o planeta terá cinquenta anos garantidos e a 
partir daí a demanda será maior que a oferta. 
Segundo a (ONU, 2015) de projecção populacional nos próximos anos para a cidade de 
Nacala-Porto, e o mundo, é notável que a demanda de água para necessidades das pessoas 
terá que ser atendida, o que pode comprometer o sistema nos próximos anos. 
Uso consciente da água 
Uso consciente da água é medido de como pode-se chegar a uma gestão da água evitando 
desperdícios e reaproveitando de forma eficiente e eficaz. Com isso faz-se ampliar nossos 
conhecimentos no referido tema, partindo do princípio de analisar todo processo da água, 
desde a captação até o descarte, além de pontuar os principais usos na edificação, levantar 
desperdícios pelos usuários e abordar maneiras de aproveitar e reutilizar a água. 
10 
 
Na edificação, existem estudos que vêm sendo desenvolvidos levantando os consumos mais 
importantes de água tratada, principalmente no sector residencial em diversos lugares do 
mundo. 
Um programa de conservação da água constitui-se de medidas e incentivos. 
Medidas são as tecnologias e mudanças de comportamento, chamada de práticas, que 
resultam no uso mais eficiente da água. 
Incentivos de conservação da água são a educação pública, a estrutura tarifária, e os 
regulamentos que motivam o consumidor a adoptar as medidas específicas. (VIckers, 2001) 
Para (Oliveira e Gonçalves, 1999, p. 2), a redução volumes utilizados e de desperdícios de 
água, ou seja, de consumo de água em edifícios pode-se implementar as seguintes acções: 
 Acções económicas – incentivos e desincentivos económicos. Os incentivos podem 
ser propostos por meio de subsídios para a aquisição de sistemas e componentes 
economizadores de água e de redução de tarifas. Os desincentivos podem ser 
implementadoselevando-se as tarifas de água; 
 Acções sociais – campanhas educativas e de conscientização dos usuários implicando 
a redução de consumo através da adequação de procedimentos relativos ao uso da 
água e da mudança de comportamento individual; 
 Acções tecnológicas – substituição de sistemas e componentes convencionais por 
economizadores de água, implantação de sistemas de medição sectorizada do 
consumo de água, detecção e correcção de vazamentos, reaproveitamento de água e 
de reciclagem de água servida. 
 As acções tecnológicas é o objectivo do trabalho em questão, pois as acções 
económicas e sociais ficam em responsabilidade das autoridades públicas e das 
companhias de fornecimento e abastecimento público de água. 
Segundo (Oliveira e Gonçalves, 1999, p. 2), das acções tecnológicas, as mais acessíveis aos 
usuários é a substituição de componentes convencionais por economizadores de água e o 
controle de desperdícios. No que diz respeito a componentes, em sua grande maioria, a 
redução do consumo é alcançada independentemente da acção do usuário. 
Além das acções tecnológicas sugerida na citação acima, os sistemas convencionais como 
aparelhos economizadores e o aproveitamento da água de chuva, o trabalho irá também 
abordar técnicas não convencionais como o reuso de água cinza para fins não potáveis. 
11 
 
 
12 
 
4. Conclusão 
Há previsões de que 2/3 da população do mundo enfrentará uma severa escassez de água em 
20 anos Contudo, actualmente, a água já está sendo um factor de conflito, a exemplo da Síria; 
Para reverter a situação da água potável é preciso tomar a conscientização que recursos 
hídricos são finitos; promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino; rever os 
hábitos de consumo; investir prioritariamente em saneamento básico, promover a 
solidariedade entre os povos, sem estas mudanças de comportamento os conflitos pelo 
domínio da água irão persistir. 
 
13 
 
5. Referencias Bibliográficas 
Durand, A. (2003). Crise da Água Potável Na Zona Norte. Nampula. 
Godoy, G. (2007). Uma proposta de abordagem teórica sobre a cobrança da água. 
Trabalho apresentado no XLV Congresso da Sociedade de Economia, Administração 
e Sociologia Rural - “Conhecimentos para Agricultura do Futuro”, Londrina. 
Lima, R. M. D. A. (2010). Gestão da água em edificações: utilização de aparelhos 
economizadores, aproveitamento de água pluvial e reuso de água cinza. Monografia 
(Especialização) - Curso de Especialização em Construção Civil, Departamento de 
Materiais de Construção, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, p. 
71. 
Oliveira, J. e Gonçalves A. (1999). Problemas da Água Potável no Mundo. 
ONU. United Nations. Departament of Economic and Social Affairs, (2015). Disponível 
em: <http://esa.un.org/unpd/wpp/Graphs/Probabilistic/ POP/TOT/>. Acesso em: 13 de 
Junho 2023. 
Legislação 
Decreto nº 43/2007 de 30 de Outubro: Aprova o Regulamento de Licenças e 
Concessões de Águas. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 43, 30 de 
Outubro de 2007. 
Decreto nº 51/2015 de 31 de Dezembro: Aprova o Regulamento do Licenciamento de 
Serviços de Abastecimento de Água por Fornecedores Privados. Maputo: Boletim da 
República, I Série – Número 104, 31 de Dezembro de 2015. 
Decreto nº 73/98 de 23 de Dezembro: Cria o Fundo de Investimento e Património de 
Abastecimento de Água – FIPAG. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 
51, 23 de Dezembro de 1998. 
Diploma Ministerial nº 180/2004 de 15 de Setembro: Aprova o Regulamento sobre a 
Qualidade da Água para o Consumo Humano. Maputo: Boletim da República I Série 
– Número 37, 15 de Setembro de 2007. 
Lei nº 18/91 de 3 de Agosto: Aprova a Lei de Águas. Maputo: Boletim da República, I 
Série – Número 31, 23 de Agosto de 1991. 
Resolução nº 46/2007 de 30 de Outubro: Aprova a Política de Águas e revoga a 
14 
 
Resolução nº 7/95 de 8 de Agosto. Maputo: Boletim da República, I Série – Número 
43, 30 de Outubro de 2007.

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