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POLITICA COMERCIAL BRASILEIRA

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31/08/2023, 15:10 Ead.br
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/NEG_POCMEX_20/unidade_2/ebook/index.html#section_1 1/29
introdução
Introdução
Olá, nesta unidade trataremos do contexto da política comercial brasileira, onde você poderá
interpretar e reconhecer a importância do ambiente regulatório no Comércio Internacional. Para
isso, falaremos sobre o ambiente regulatório e explicaremos os mecanismos de política comercial,
como o tratamento tarifário, tratamento administrativo e subsídios, apresentando os procedimentos
ordinários no tratamento administrativo e tributário nas operações de comércio exterior no Brasil.
POLÍTICAS DE COMÉRCIO EXTERIORPOLÍTICAS DE COMÉRCIO EXTERIOR
POLÍTICA COMERCIALPOLÍTICA COMERCIAL
BRASILEIRABRASILEIRA
Autor: Dra. Marcela Gimenes Bera Oshita
Revisor : Leonardo Aparec ido Santos S i lva
IN IC IAR
31/08/2023, 15:10 Ead.br
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/NEG_POCMEX_20/unidade_2/ebook/index.html#section_1 2/29
Neste contexto, você irá entender a sistemática do comércio exterior e do Sistema Integrado de
Comércio Exterior brasileiro. Por �m, compreenderemos as características dos regimes aduaneiros,
suas con�gurações e especi�cidades.
Bons estudos!
31/08/2023, 15:10 Ead.br
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/NEG_POCMEX_20/unidade_2/ebook/index.html#section_1 3/29
O Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), celebrado por 23 nações em 1947 em Genebra,
aborda o comércio internacional de mercadorias. O funcionamento do acordo do GATT é de
responsabilidade do Conselho de Comércio de Mercadorias (Conselho de Mercadorias), composto
por representantes de todos os países membros da OMC (Organização Mundial do Comércio), com
os princípios de: não discriminação das relações comerciais; condenação do uso de restrições
quantitativas; e as disputas precisam ser resolvidas mediante a consultas (MAIA, 2020).
Para participar do Acordo Geral, os países aderiram ao compromisso de não elevar as tarifas ou
realizar demais restrições ao comércio. Assim, “o GATT contribuiu efetivamente para reduzir o
protecionismo e facilitar o comércio mundial, embora tenha permanecido na condição de acordo
provisório durante toda a sua existência” (CARVALHO; LEITE, 2017, p. 101). Para isso, Maia (2020)
aponta algumas exceções:
As nações que estejam com di�culdades em seus Balanços de Pagamentos podem
determinar tarifas restritivas. Todavia, isso é permitido apenas pelo tempo necessário para
restabelecer a normalidade e após ouvir o FMI (Fundo Monetário Internacional);
Se houver autorização do GATT, os países subdesenvolvidos podem quebrar as regras do
Acordo Geral de Tarifas e Comércio, quando isso for necessário e se a �nalidade for
acelerar seu desenvolvimento econômico;
Caso um determinado país crie restrições e controles para a produção nacional de
determinados bens, poderá também determinar controles e restrições semelhantes para a
importação desses bens.
O GATT foi aperfeiçoado em 1º de janeiro de 1995, resultando na criação da Organização Mundial do
Comércio (OMC), que o absorveu e o ampliou. Com 125 nações signatárias de seus acordos,
representava aproximadamente 90% do comércio global.
[...] a Rodada Uruguai transformou o GATT em Organização Mundial do Comércio
(World Trade Organization), cuja sigla é WTO, em inglês, ou OMC, em português.
Entretanto, somente em 1o-1-1995 ocorreu o início de suas atividades que, na ocasião,
contou com a adesão de 124 países. Em setembro de 2013, 159 países eram associados
Política Comercial ePolítica Comercial e
NegociaçõesNegociações
InternacionaisInternacionais
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da OMC. Atualmente, cerca de 97% do comércio mundial é realizado por países-
membros da OMC (MAIA, 2020, p. 351).
O GATT teve por objetivo apenas o comércio mundial, uma vez que era simplesmente um acordo e
não um organismo internacional. Por sua vez, a OMC é um órgão permanente e com personalidade
jurídica, por isso é mais ampla.
Cabe destacar que, no início, houve oposição do governo dos Estados Unidos à criação da OMC, uma
vez que havia um receio de que as normas da OMC se chocassem “com a estrutura jurídica norte-
americana relativa a represálias comerciais a países por eles considerados desleais em comércio
exterior. Parte da população dos Estados Unidos também se opunha à OMC” (MAIA, 2020, p. 351).
Todavia, em dezembro de 1994, os Estados Unidos aderiram à OMC, com autorização do Congresso
Americano, o que foi indispensável para o estabelecer a OMC.
O jornal O Estado de S. Paulo, em artigo publicado em 4-12-1994, dizia: “O Congresso
dos Estados Unidos aprovou o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio com atraso de
sete meses. O pacto é tão longo (preenche quatro livros do tamanho de listas
telefônicas) e tão complicado que quase todos os que votaram não tinham mais do que
uma vaga ideia do seu conteúdo.” Em dezembro de 1994, o governo brasileiro,
devidamente autorizado pelo Senado e pela Câmara de Deputados, aprovou o nosso
ingresso na OMC (MAIA, 2020, p.351).
Na OMC as decisões são tomadas por consenso e, quando isso não ocorrer, haverá votação entre os
países. Neste contexto, o país-membro que se julgar prejudicado poderá submeter o problema à
OMC e, enquanto a questão não for solucionada, não se poderá tomar medida contra o parceiro-
réu. Observe que houve uma inversão de fatos, pois na OMC as restrições dependerão de consenso
e no GATT as alegações precisavam de consenso.
A importância dessa regra pode ser veri�cada pelo que foi publicado no jornal O Estado
de S. Paulo, de 10-4-1994: “Há 10 anos, os exportadores de calçados brasileiros foram
obrigados a pagar direitos compensatórios determinados pelo governo americano sob
a alegação de que as exportações brasileiras eram subsidiadas e causavam dano à
indústria americana. O Brasil apelou ao GATT e, depois de muitos anos, o GATT decidiu
que as exportações brasileiras não eram subsidiadas e que o valor pago tinha que ser
devolvido. Até hoje os exportadores brasileiros não viram a cor do dinheiro”   (MAIA,
2020, p. 352).
Assim, isso não acontecerá mais a partir da criação da OMC, uma vez que as restrições é que
dependerão de consenso. De modo geral, as decisões dos julgamentos dos processos na OMC são
atendidas, o que confere credibilidade ao sistema. Todavia, se não forem cumpridas as
determinações da OMC pela parte perdedora, a sanção disponível será a retaliação comercial pela
parte vencedora (MAIA, 2020). Diante disso, o autor destaca que as funções principais da OMC se
resumem:
No estímulo do comércio internacional;
Na assistência a países em desenvolvimento;
No serviço de fórum em caso de con�itos comerciais;
Na �scalização do atendimento das normas comerciais;
Na manutenção da cooperação com outras instituições internacionais.
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Cabe destacar que um dos países que mais recorreram à OMC para lutar contra barreiras comerciais
determinadas por outros países foi o Brasil. Um exemplo bem conhecido disso foi com relação aos
subsídios americanos aos produtores de algodão, com o processo que durou cerca de 7 anos (2002-
2009). O Brasil ganhou, uma vez que “a OMC autorizou o Brasil a aplicar retaliação comercial aos
Estados Unidos, no valor de US$ 830 milhões. Esse valor poderia ser aplicado em retaliação contra
produtos importados” (MAIA, 2020, p. 354).
O subsídio, quando empregado como instrumento de política comercial, consiste em
pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para encorajar exportações ou
desencorajar importações. Em ambos os casos, equivale a um imposto negativo e
representa, portanto, uma redução de custo para o produtor (CARVALHO; LEITE, 2017,
p. 66).
De acordo comCarvalho e Leite (2017), a base do princípio da reciprocidade defendido pela OMC é
que um país que já tenha sistemas de proteção pode usá-los como forma de conseguir vantagens
nas negociações no comércio internacional. Isto quer dizer que cada negociador realiza concessões
para o acesso a seu mercado, exigindo, como contrapartida, abertura de mercado de outra nação.
Assim, pela negociação, consegue-se ampliar a liberação do comércio entre os países. Portanto, a
OMC visa assegurar que o comércio aconteça, quando possível, de forma mais estável, livre e
previsível.
praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir.
“A principal preocupação da OMC é assegurar que o comércio �ua da forma mais estável, previsível e livre
quanto possível. Nela, tudo é decidido por meio de acordos, e nenhum país é obrigado a reduzir o
protecionismo, mas �ca impedido de aumentar, a não ser que ofereça compensação aceitável aos seus
parceiros comerciais”.
CARVALHO, M. A.; LEITE, C. R. Economia internacional . 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 104.
A partir do excerto apresentado e do conteúdo estudado a respeito da política comercial e negociações
internacionais, assinale a alternativa que representa uma exceção permitida pelo  GATT com relação à
redução do protecionismo de forma a facilitar o comércio mundial.
a) Países que já tenham sistemas de proteção.
b) Países desenvolvidos que podem quebrar acordos.
c) Na �scalização do atendimento das normas comerciais.
d) Nações que estejam com di�culdades em seus balanços de pagamentos.
e) A não discriminação das relações comerciais e as disputas resolvidas mediante as consultas.
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Neste tópico, trataremos dos aspectos que envolvem o sistema brasileiro de comércio exterior. Para
isso, inicialmente faremos uma breve descrição do Sistema Integrado de Comércio Exterior
(Siscomex) e a sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro. Na sequência,
trabalharemos os procedimentos: ordinário no tratamento administrativo e tributário nas operações
de comércio exterior no Brasil.
Siscomex
O SISCOMEX, criado pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992, é um sistema “que integra as
atividades de registro, acompanhamento e controle do comércio exterior, mediante um �uxo único
de informações através de computadores” (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 11).
Ao ser informatizado entre 1993 e 1997, possibilitou que as operações de exportação e importação
fossem substituídas pelos registros eletrônicos. Diante disso,
todos os importadores, exportadores ou agentes credenciados têm à disposição um
software Siscomex, com interface grá�ca, para formulação de documentos eletrônicos
de importação e respectivas transmissões para o computador central (EIDELCHTEIN et
al., 2018, p. 11).
Assim, os importadores, exportadores ou agentes credenciados, com o software do Siscomex,
devem extrair e atualizar as tabelas com os códigos para o preenchimento dos documentos
comerciais e consultar a tabela Tratamentos Administrativos para o item a ser comercializado
(EIDELCHTEIN et al ., 2018).
No início de novembro de 2001, foi incorporado ao Siscomex o módulo de drawback eletrônico.
Criado pelo Decreto-lei nº 37/66, o regime de drawback possibilita a desoneração de impostos de
importação para aqueles insumos que serão empregados na fabricação de um produto para
exportação. “A Secretaria de Comércio Exterior criou o sistema de informatização para controlar, de
forma ágil e simpli�cada, as operações incluídas no Sistema Drawback Eletrônico” (EIDELCHTEIN et al
., 2018, p. 11).
Sistema Brasileiro deSistema Brasileiro de
Comércio ExteriorComércio Exterior
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O Siscomex é gerenciado pela   Receita Federal, Banco Central e Secretaria de Comércio exterior
(Secex). Além dos órgãos gestores, a Secex se relaciona por meio do Siscomex com os órgãos
intervenientes, como: Agência Nacional do Petróleo; Comissão Nacional de Energia Nuclear;
Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN); Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí�co e
Tecnológico (CNPq); Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); Departamento de
Operações de Comércio Exterior (Decex); Departamento de Polícia Federal (DPF); Comando da
Aeronáutica; Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT); Instituto Nacional de Metrologia
(Inmetro); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Agricultura e do Abastecimento; Comando do
Exército; Ministério da Cultura – Secretaria para Desenvolvimento Audiovisual; Ministério da Saúde;
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Por sua vez, compreende-se como usuários do Siscomex as “Pessoas físicas e jurídicas que atuam na
área de comércio exterior, tais como exportadores, importadores, depositários, transportadores, e
seus representantes legais” (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 12).
Ainda, compreende-se como usuários as instituições �nanceiras autorizadas pela Secex a conceder
licenças de importação, bem como os “órgãos da administração direta e indireta, intervenientes no
comércio exterior e as instituições �nanceiras autorizadas a operar em câmbio, mediante acesso ao
Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen)” (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 12).
Nesta perspectiva, o acesso (online, cooperativo e de transferência de arquivos) ao Siscomex é
permitido ao usuário habilitado, de acordo com as normas de segurança, que possibilite identi�car o
usuário, bem como o local e o horário de acesso, de forma a “preservar a integridade dos dados
relativos a transações e rotinas realizadas no sistema”  (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 12).
Assim, o acesso online é caracterizado por transações nas quais usa-se o terminal conectado ao
computador central, que reúne os dados e executa os programas do respectivo sistema. O acesso
cooperativo é aquele que caracteriza-se pelo envio direto de informações entre computadores.
Por �m, a transferência de arquivos ocorre mediante a formatação de dados em um computador e o
envio a outro computador, em que são registradas “as operações de exportação no Siscomex em
terminais próprios ou de terceiros (bancos, despachantes), conectados diretamente aos
computadores centrais do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)” (EIDELCHTEIN et al
., 2018, p. 12).
Entretanto, para ter o acesso ao sistema é essencial realizar o credenciamento e a habilitação no
Registro de Exportadores e Importadores (REI) que possibilita realizar a operação diretamente no
Siscomex. Não obstante, ter a possibilidade de realizar algum registro no sistema não indica que o
agente terá permissão para realizar “a prática de operações de compra e venda externas que não
estejam amparadas pela regulamentação vigente ou por autorização especí�ca da Secretaria de
Comércio Exterior” (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 12).
A habilitação é realizada por meio de uma identi�cação por senha, que é concedida ao importador
ou exportador em caráter pessoal e intransferível, conforme as normas estabelecidas pelo órgão
concedente e os limites das funções e os níveis de acesso por ele administrados. O nível de acesso
está “diretamente relacionado com o conjunto de transações inerentes aos per�s estabelecidos pelo
órgão gestor do sistema” (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 12). Para isso, um funcionário habilitado,
conforme as competências estabelecidas pelo órgão anuente, será responsável por analisar a
operação realizada pelo exportador ou importador.
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Procedimentos Administrativos
Os documentos a serem empregados no processo de importação ou exportação mudam conforme
os fatores como, por exemplo, a existência ou não de acordos comerciais, bem como o tipo de
produto a ser comercializado, dentre outros. Assim, os principais documentos são: Pro-Forma
invoice; Commercial invoice; Packing list; Certi�cado de origem; Conhecimento de embarque; Nota
�scal; Certi�cado �tossanitário; Certi�cado Sanitário Internacional; e Certi�cado zoossanitário
internacional.
O Pro-Forma invoice ou a fatura pró-forma “é documento de responsabilidade do exportador,
emitido a pedido do importador, para que este providencie a Licença de Importação – se for o caso
–, dentre outras providências” (EIDELCHTEIN et al., 2018, p. 56). A maioria das faturas pró-forma
apresenta ao importador um preço de venda preciso, o que inclui um valor estimado dos custos,
taxas ou custos de envio aplicáveis. Assim, por mais que a fatura pró-forma possa estar sujeita a
alterações, ela representa uma estimativa de boa-fé para evitar expor o comprador a quaisquer
custos inesperados assim que a transação for fechada.
Este documento é o modelo de contrato mais frequente, formaliza e con�rma a
negociação, desde que devolvido ao exportador, contendo o aceite do importador para
as especi�cações contidas. Este documento não gera obrigações de pagamento por
parte do importador. A fatura proforma deve ser emitida no idioma do país importador
ou em inglês (EIDELCHTEIN et al., 2018, p. 56).
Já o Commercial invoice, isto é, a fatura comercial, é um formulário usado para todas as remessas
que não sejam documentos, sendo o documento principal empregado para controle de importação,
avaliação e determinação de imposto. Este documento identi�ca os produtos que estão sendo
enviados, sendo um documento internacional, “emitido pelo exportador, que, no âmbito externo,
equivale à nota �scal, cuja validade começa a partir da saída da mercadoria do território nacional e é
imprescindível para o importador desembaraçar a mercadoria em seu país” (EIDELCHTEIN et al .,
2018, p. 56).
O Packing list, ou seja, romaneio de embarque, é um documento detalhado que indica todos os
detalhes do produto e da embalagem contidos em cada remessa. Neste aspecto, esse documento
deve ser emitido pelo exportador e é “necessário para o desembaraço da mercadoria e para
orientação do importador quando da chegada dos produtos no país de destino” (EIDELCHTEIN et al .,
2018, p. 56).
Os agentes da cadeia de suprimentos usarão as informações contidas no documento para identi�car
e transportar corretamente a carga. Além disso, o romaneio de embarque será usado pela
Alfândega para entender como as remessas são embaladas e carregadas para veri�car a
conformidade do produto e da embalagem e quaisquer taxas ou impostos de importação a pagar no
país de destino.
Por sua vez, o certi�cado de origem é um documento que deve ser providenciado pelo exportador,
“emitido pelas federações de agricultura, da indústria e do comércio, por associações comerciais,
centros e câmaras de comércio”   (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 56). Certi�cado esse utilizado para
comprovar a origem dos bens e habilitação à redução ou isenção do Imposto de Importação,
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em decorrência de disposições previstas em acordos internacionais, ou em
cumprimento de exigências impostas pela legislação do país de destino. Os certi�cados
de origem são fornecidos mediante a apresentação de cópia da fatura comercial e
documentos de análise previstos em cada acordo internacional (EIDELCHTEIN et al.,
2018, p. 56).
Já o Conhecimento de embarque é um documento que a transportadora emite atestando o
recebimento da carga, bem como as condições de transporte e a obrigação de entrega dos bens ao
destinatário, no ponto de destino determinado, conferindo a posse das mercadorias (EIDELCHTEIN
et al ., 2018). É um dos documentos mais importantes no processo de importação e exportação, pois
se refere a um recibo de bens, um contrato de entrega e um documento de propriedade,
constituindo dessa forma um título de crédito.
A nota �scal,
acompanha a mercadoria desde a saída do estabelecimento até o efetivo desembaraço
físico junto à Secretaria da Receita Federal. Entende-se como desembaraço o
procedimento aduaneiro que autoriza o embarque da carga para o exterior
(EIDELCHTEIN et al., 2018, p. 56).
O Certi�cado �tossanitário é confeccionado conforme o modelo da Convenção Internacional de
Proteção de Plantas e expedido “de acordo com o que estabelecem as Diretrizes para a Elaboração e
Emissão dos Certi�cados Fitossanitários do Cosave” (EIDELCHTEIN et al ., 2018, p. 56).
O Certi�cado Sanitário Internacional é um “certi�cado expedido por autoridade veterinária, no qual
conste que as carnes ou os produtos de origem animal cumprem com as condições internacionais
vigentes em matéria de higiene veterinária de produtos e/ou de sanidade animal” (EIDELCHTEIN et al
., 2018, p. 56).
Por �m, o certi�cado zoossanitário internacional é um atestado de saúde de animais ou materiais de
multiplicação, expedido pela autoridade veterinária do país de origem, com as medidas utilizadas
para evitar a transmissão de epizootias.
Tributos no Comércio Exterior
Neste item, trataremos dos tributos que envolvem um processo de exportação e importação. Diante
disso, as exportações compreendem a venda de produtos produzidos internamente e a importação
é a compra de produzidos externamente.
Assim, a �m de incentivar a produção nacional, isto é, as exportações, o tratamento �scal no Brasil
não está sujeito à aplicação de impostos como: IPI (Impostos Sobre Produtos Industrializados), ICMS
(Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS (Programa de Integração Social) e
COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), conforme os dispostos
apresentados a seguir.
A exportação de produtos industrializados não está sujeita:
● Ao IPI.
● Ao ICMS, conforme art. 155, parágrafo 2o, inciso X, letra “a” da CF/1988 e art. 7o,
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inciso V, do RICMS (Decreto no 45.490, de 30-11-2000).
● Ao PIS, conforme art. 4o, da Lei no10.367, de 30-12-2002 (PIS não cumulativo).
● À Co�ns (art. 7o da Lei Complementar no 70/91 e art. 6o, inciso I, da Lei no 10.833, de
29-12-2003) (EIDELCHTEIN et al., 2018, p. 140).
Por sua vez, no processo de aquisição de mercadorias externamente, isto é, no processo de
importação, a incidência de impostos (IPI, PIS, COFINS, ICMS), ocorre de acordo com sua classi�cação
�scal, no momento que a mercadoria entra no território aduaneiro.
Cabe destacar que no processo de importação e exportação há opções de eliminar produtos
mediante aos regimes Reintegra e Drawback. Regulamentado pelo Decreto no 8.415 (2015), o
Reintegra é um regime especial de reintegração de valores tributários para empresas exportadoras,
com a �nalidade de devolver o resíduo tributário de bens exportados.
Assim, poderá apurar crédito, mediante a aplicação do percentual de 3% (três por cento) sobre a
receita auferida com a exportação de produtos que   tenham sido industrializados no país, que
estejam classi�cados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) e
que tenham custo total de insumos importados inferior ao limite percentual do preço de exportação
(BRASIL, 2015).
Como forma de incentivo às exportações, o regime drawback , regulamentado pelo Decreto nº
6.759/2009, possibilita a eliminação, suspensão e restituição de tributos incidentes sobre matérias-
primas importadas para o emprego na produção de um bem que será exportado.
A suspensão e a isenção do pagamento do Imposto de Importação (IPI, PIS, COFINS) pode ocorrer de
forma combinada ou não coma compra de matérias-primas no mercado interno para o uso ou
consumo na fabricação de produto a ser exportado. Já a restituição possibilita a devolução, total ou
parcial, dos tributos pagos na importação de bens exportados após o processo de fabricação ou
bene�ciamento (BRASIL, 2009).
Para realizar a importação e exportação de mercadorias, é imprescindível conhecer o Sistema
Integrado de Comércio Exterior Brasileiro e os instrumentos de política comercial, como o
tratamento tarifário, tratamento administrativo e subsídios, relacionados ao comércio exterior.
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praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir.
“O que leva os países a comercializarem entre si é a diversidade de possibilidades de produção, combinada
às vantagens comparativas de produzir, com menor custo, um produto de melhor qualidade. Nenhum país é
autossu�ciente em tudo: exportam o excedente e importam o necessário para atender às necessidades de
produção e consumo”.
EIDELCHTEIN, C. et al . Manual prático de comércio exterior . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018. p. 01.
A partir do excerto apresentado, devemos compreender que nas relações de trocas há procedimentos
administrativos que precisam ser levados com consideração para que o comércio internacional se efetive.
Assim, a respeito dos procedimentos administrativos do comércio exterior, assinale a alternativa que
representa o documento que indica todos os detalhes do produto e da embalagem contidos em cada
remessa.
a) Nota Fiscal.
b) Packing list.
c) Conhecimento de embarque.
d) Certi�cado de origem.
e) Commercial invoice.
Importação
Na importação é necessário considerar os passos
para realizá-la, como:
● solicitação da Fatura Pró-forma para o exportador;
● após o fechamento se realiza a classi�cação �scal e
a licença de importação;
● na chegada ao porto providência-se os documentos
de nacionalização e liberação da mercadoria.
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Neste tópico, trataremos da inserção do Brasil no comércio internacional, que, em termos
comerciais, as exportações e importações tinham uma elevada participação na renda nacional,
resultante do histórico do país em seu caráter agroexportador.   Já o modelo de desenvolvimento
adotado pelo Brasil (Processo de Substituição de Importações - PSI), advindo da industrialização,
visava atender à demanda doméstica e se contrapôs ao modelo de promoção de exportações
adotado por países em desenvolvimento, este que visava desenvolver uma industrialização para
atender a demanda internacional.
Nesse sentido, o grau de abertura comercial da economia brasileira era mais reduzido
que esses países. Por outro lado, o PSI necessitava de alguma abertura, à medida que
eram necessárias importações, especialmente de máquinas e equipamentos, tendo em
vista a necessidade de ampliação da capacidade produtiva. Para gerar as divisas
necessárias a essas importações, em parte valia-se de exportações (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 540).
Observa-se que, mesmo em um processo de industrialização voltado para o mercado interno, havia
uma participação importante da economia brasileira no mercado internacional. Neste contexto, o
Brasil adotou políticas comerciais protecionistas, buscando, além de promover a industrialização
“interna, também os desequilíbrios relacionados ao Balanço de Pagamentos. Esses desequilíbrios,
que já foram sistemáticos ao longo do PSI, mostraram-se especialmente graves na década de 80”
(GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 540).
Entretanto, o fortalecimento de demandas comerciais internacionais, aliadas com uma defesa nos
organismos internacionais do livre comércio da abertura comercial dos países em desenvolvimento,
gerou pressão e vantagem no processo de abertura comercial no Brasil, resultando em um
relaxamento das di�culdades à importação, revertendo-se o saldo da balança comercial brasileira
para de�citário.  Assim, a abertura comercial,
iniciou-se em 1988, ainda no governo Sarney. No período Sarney, aboliram-se diversos
regimes especiais de importação, reduziu-se a redundância tarifária, uni�cando-se a
incidência dos impostos sobre importação, além de ter sido promovida uma redução
das alíquotas, diminuindo também o tamanho de seu espectro. Até então as alíquotas
Inserção do Brasil noInserção do Brasil no
Comércio InternacionalComércio Internacional
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variavam de 0 a 105%, passando a variar de 0 a 85% (GREMAUD; VASCONCELLOS;
TONETO JUNIOR, 2017, p. 540).
Já no governo Collor, extinguiu-se diversas barreiras comerciais não tarifárias e de�niu-se também
um programa de redução gradual das tarifas sobre importação. “É nesse governo que a abertura
comercial passou a constituir-se como meta explícita, sendo sua justi�cativa baseada nos elementos
de ganhos delineados anteriormente” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 540).
O governo FHC continuou a desenvolver o processo de abertura comercial, buscando as vantagens
com relação aos termos de estabilização econômica, além de cumprir com os compromissos
desenvolvidos com o Mercosul (Mercado Comum do Sul). A partir de 1995, o ritmo da abertura da
economia brasileira diminuiu “pressionado pelos grupos que tiveram problemas com a abertura,
como a indústria automobilística, e enfrentando uma série de distúrbios externos, como a crise
mexicana e asiática, e problemas com o Balanço de Pagamentos” (GREMAUD; VASCONCELLOS;
TONETO JUNIOR, 2017, p. 540).
saiba mais
Saiba mais
Por meio do Atlas da complexidade, é possível observar as
exportações e importações do país com seus parceiros
comerciais, como são os países do bloco econômico do
Mercosul e BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
além de países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão.
Acessar o mapa Atlas da complexidade ajudará você,
aluno(a), a avançar no conhecimento sobre os aspectos que
envolvem o comércio exterior brasileiro.
Para saber mais, acesse o link a seguir.
ACESSAR
Assim, um dos aspectos que possibilitaram a maior liberdade comercial foi o aumento expressivo do
�uxo de capitais privados em direção ao Brasil, resultantes das alterações “no sistema �nanceiro
internacional, da abertura �nanceira que também se processou na economia brasileira e da política
econômica interna, com suas elevadas taxas de juros” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR,
2017, p. 542).
A abertura �nanceira veio de encontro com uma valorização da taxa real de câmbio e redução das
tarifas de importação (1992-1995), resultando em graves problemas do ponto de vista social e
industrial, apesar de ter sido bené�ca no processo de estabilização econômica (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017), uma vez que era notória a falta de competitividade da
indústria nacional, o que se agravou com a valorização da taxa de câmbio após o Plano Real,
levando, assim, ao fechamento de empresas e retração do emprego e renda de diversos setores da
economia.
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Durante os primeiros anos do plano real, houve uma deterioração da balança comercial por causa
do aumento das importações de bens superior ao das exportações de bens. Entre 1997 e o �nal do
século XX, ocorreu “um período de instabilidade, com problemas internos e consequente diminuição
do impulso importador, e também externos, com di�culdades tanto no que tange à demanda
externa como ao �nanciamento das exportações” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR,
2017, p. 543), conforme podemosobservar na Figura 2.1 a seguir.
Por sua vez, na primeira década do século XXI, houve uma reversão da balança comercial por causa
do crescimento das exportações, mantendo-se o nível de importações que já vinham sendo
realizadas. Resultado esse que pode ter sido advindo da valorização cambial, do baixo dinamismo da
economia interna e a melhora dos termos de troca, bem como a modernização dos setores
econômicos nacionais (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017).
Podemos observar, no Quadro 2.1, que nesse período o Brasil diversi�cou sua pauta de países
compradores, num contexto cada vez mais impactado por causa da China no mercado internacional,
“sendo este um importante destino das exportações brasileiras (de uma participação de menos de
2% até 2000, atualmente atinge quase 20% do total de nossas exportações)” (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 545).
1990 1993 1997 2001 2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2
cosul 4,1 13,9 17,4 10,9 7,8 10,2 10,8 11,0 10,3 11,2 10,8 9,4 10,2 9
ão
péia
30,9 25,9 28,9 25,5 24,8 22,1 25,3 23,5 22,3 21,5 20,8 20,2 19,7 1
fta 27,9 24,5 22,4 28,9 28,2 22,8 19,9 14,1 13,2 12,6 12,9 14,0 13,1 1
ros
ses
37,1 35,7 31,3 34,7 39,3 44,9 44,0 59,4 54,25 54,7 55,5 56,4 57,0 5
Quadro 2.1 - Destino das exportações brasileiras por blocos econômicos
Fonte: Gremaud, Vasconcellos e Toneto Junior (2017, p. 545).
Figura 2.1 - Balança Comercial - Brasil (1986-2014)
Fonte: Gremaud, Vasconcellos e Toneto Junior (2017, p. 544).
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Assim, observou-se que, a partir de 2011, houve uma reversão de tendência, resultante de uma
diversidade de fatores como o agravamento da situação �scal interna e a redução do crescimento da
economia mundial,  principalmente da China. Além disso, a dinamização das relações comerciais do
Brasil com os países do Mercosul, que ocorreu na década de 90, chegando a 20% do total das
exportações brasileiras a partir dos anos 2000, estabilizou-se em torno de 10% (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017).
Portanto, nota-se que ao longo do primeiro mandato do governo Lula (2003-2006) ocorreu um forte
aumento das exportações e do superávit na balança comercial do país, aumento esse derivado do
crescimento econômico mundial, mais especi�camente das economias emergentes, com a elevação
do preço das commodities e ascensão dos termos de troca do país.
O bom desempenho das exportações persistiu até o �nal de 2008, quando eclodiu a
crise internacional, e houve retração do comércio internacional e do preço das
commodities, principalmente ao longo de 2009. [...] o saldo comercial já foi se reduzindo
ao longo do segundo mandato, também em função do forte crescimento das
importações decorrente do maior crescimento econômico do país, a forte expansão do
consumo e a valorização da taxa de câmbio (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO
JUNIOR, 2017, p. 708).
Observou-se, ao longo do tempo, uma ascensão contínua do peso das commodities na pauta
exportadora brasileira (carnes, soja, açúcar, minério de ferro, entre outras) e uma maior
concentração das importações em produtos industriais, e ao mesmo tempo, uma redução
signi�cativa nas exportações de produtos de intensidade tecnológica no Brasil e um aumento na
importação desse tipo de bem. Fenômeno esse “comum em países com elevada dotação de recursos
naturais, porém também ressalta a nossa maior dependência do preço das commodities para o
desempenho exportador e a perda crescente de competitividade do setor industrial” (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 708). Esse processo persistiu durante o governo Dilma
reflita
Re�ita
O sistema multilateral de comércio tem sido uma
das bases da política comercial do Brasil nos
últimos anos, diante da busca por alternativas
negociais regionais, bi ou plurilaterais de adesão
voluntária, em que países em desenvolvimento,
como o Brasil, vêm apresentando-se contrários a
esse tipo de acordo, uma vez, que eles tendem a
atender aos interesses das principais economias.
Além disso, as negociações plurilaterais deixariam
para o segundo plano as barganhas já
enfraquecidas da agenda principal de Doha.
Fonte: Roder e Cotta (2016).
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(2011-2016). Isto pois, na sequência da retração das exportações em 2009, estas começaram a
aumentar em 2010,
voltando ao patamar veri�cado em 2008 e apresentando um elevado crescimento em
2011, novamente em decorrência do crescimento das economias emergentes e da forte
elevação do preço das commodities naquele ano. Nos dois anos seguintes, as
exportações perderam dinamismo pelo pior cenário internacional e retração do preço
dos produtos de exportação brasileiros (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR,
2017, p. 708).
As importações, após 2009, vêm aumentando de forma signi�cativa, levando à redução dos
superávits comerciais adquiridos na década anterior, apresentando inclusive um dé�cit em 2014,
processo esse que resultou dos estímulos ocorridos à demanda interna aliados à valorização
cambial.
Além da redução do saldo comercial, cabe destacar a alteração na composição das exportações.
“Enquanto as importações se concentram principalmente em produtos manufaturados, as
exportações estão cada vez mais concentradas nos produtos básicos, cuja participação se aproxima
dos 50% da pauta exportadora” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 708),
conforme podemos observar no Quadro 2.2.
Quadro 2.2 - Composição das exportações brasileiras
Fonte: Gremaud, Vasconcellos e Toneto Junior (2017, p. 710).
Esta mudança da pauta das exportações está relacionada à expansão das economias emergentes e
ao grande aumento da demanda por commodities, em “especial a China, que se tornou a principal
compradora do Brasil, e a intensidade de recursos naturais da economia brasileira, com destaque
para a possibilidade de expansão da agropecuária e as riquezas minerais” (GREMAUD;
VASCONCELLOS; TONETO JUNIOR, 2017, p. 708).
Ano Básicos Semifaturados Manufaturados
Operações
especiais
2002 28,06 14,83 54,61 2,39
2006 29,23 14,17 54,44 2,16
2008 36,89 14,68 46,82 2,61
2010 44,58 13,97 39,40 2,05
2011 47,83 14,07 36,05 2,05
2012 46,77 13,62 37,39 2,22
2013 46,67 12,60 38,44 2,29
2014 48,7 12,9 36,3 2,1
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O aumento da demanda por commodities e o fraco desempenho dos principais compradores de
produtos industriais brasileiros são fatores que estão relacionados à retração da participação da
indústria  no comércio internacional, além da perda de competitividade da produção industrial por
causa dos elevados custos da valorização cambial.
Ao tratarmos da evolução do comércio exterior brasileiro, é importante considerar que a China
desempenha um papel importante na balança comercial do país, uma vez que o crescimento das
exportações para China foi exponencial, principalmente por causa do aumento da demanda de
commodities brasileiras (soja, minério de ferro, petróleo bruto, dentre outros). De forma
semelhante, vem ocorrendo com as importações, na quais o país asiático vem sendo um importante
fornecedor para o mercado brasileiro (RODER; COTTA, 2016).
Cabe destacar que, simultaneamente ao aumento da China na pauta de exportações do Brasil, há
diminuição da participação relativa com relação às exportações brasileiras para os Estados Unidos.
No entanto, as exportações para o Mercosul se mantiveram estáveis a partir dos anos 2000.
praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir.
“O comércio internacional é instrumento indispensável: à promoção do crescimento da economia nacional e
do aumento da produtividade e da qualidade dos bens produzidos no país; às políticas de investimentoestrangeiro, de investimento nacional no exterior e de transferência de tecnologia, que complementam a
política de comércio exterior; e às competências de coordenação atribuídas ao Ministério das Relações
Exteriores no âmbito da promoção comercial e da representação do Governo nos diversos organismos
internacionais”.
EIDELCHTEIN, C. et al . Manual prático de comércio exterior . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018. p. 01.
A partir do excerto apresentado e do conteúdo estudado a respeito da inserção do Brasil no comércio
internacional, assinale a alternativa que representa a abertura da economia na década de 90 e a valorização
cambial.
a) Houve uma alta competitividade da indústria nacional bene�ciada pela valorização da taxa de
câmbio após o plano real.
b) Houve um forte aumento das exportações e um superávit na balança comercial do país, derivado
do crescimento econômico mundial.
c) No processo de substituição de importações, o grau de abertura comercial foi  reduzido para
gerar divisas.
d) Houve o desenvolvimento de um programa de redução gradual das tarifas de importação e
elevação do nível competitividade dentro do país.
e) O Processo de Substituição de Importações visava atender à demanda doméstica e externa.
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Neste tópico, trataremos dos aspectos que envolvem os regimes aduaneiros. Faremos uma
introdução sobre o território aduaneiro, tratando de zonas primárias e secundárias, e na sequência
avançaremos destacando os regimes aduaneiros existentes no país.
Diante disso, o território aduaneiro compreende todo o território nacional dividido em zonas:
primárias e secundárias. As zonas primárias abrangem a área terrestre ou aquática dos portos
alfandegados, por isso podem ser de�nidas como “faixas internas de portos e aeroportos, recintos
alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, como também as áreas onde se efetuem
operações de carga e descarga, embarque ou desembarque de passageiros” (BORTOTO et al ., 2012,
p. 264).
A área terrestre corresponde aos aeroportos alfandegados e também à área de fronteira onde há os
pontos de fronteira alfandegados. Compreende-se por recintos alfandegados,
os pátios, armazéns, terminais e outros locais destinados à movimentação e ao
depósito de mercadorias importadas ou destinados à exportação, que devam se
movimentar ou permanecer sob controle aduaneiro, assim como as áreas reservadas à
veri�cação de bagagens destinadas ao exterior ou dele procedentes, incluem-se ainda
as dependências de lojas francas (BORTOTO et al., 2012, p. 264).
Para �ns de controle aduaneiro, há ainda as áreas consideradas como zona primária, que são
caracterizadas como Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) de livre comércio, voltadas para a
instalação de negócios destinados à fabricação de produtos a serem comercializados com o exterior.
O restante do território aduaneiro compreende-se por zonas secundárias, o que inclui as águas
territoriais e o espaço aéreo, bem como os recintos alfandegados como os terminais, depósitos,
entrepostos ou demais unidades voltadas ao armazenamento de produtos importados ou
destinados “à exportação, que devam movimentar-se ou permanecer sob controle aduaneiro,
incluindo-se também as dependências destinadas ao depósito de remessas postais internacionais
sujeitas ao mesmo controle” (BORTOTO et al ., 2012, p. 264).
Na zona secundária, tem-se os portos secos, que são de uso público, funcionando como recintos
alfandegados onde são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho
Regimes AduaneirosRegimes Aduaneiros
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aduaneiro de produtos e bagagens, originadas do exterior ou a ele destinadas. Por sua vez,
os terminais Retroportuários Alfandegados (TRA) são instalações situadas em zona
contígua ao porto, compreendidas no perímetro de cinco quilômetros da zona primária,
onde são executados serviços de operação, sob controle aduaneiro, com cargas de
importação ou exportação, embarcadas em contêiner, reboque ou semirreboque
(BORTOTO et al., 2012, p. 264).
Para não ter a necessidade de desembaraçar na fronteira produtos oriundos do Mercosul, é
importante utilizar o Manifesto Internacional de Carga/Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIC-DTA),
que é um documento que possibilita a circulação do veículo de um país a outro, sem necessitar
desembaraçar a mercadoria na fronteira. Assim, uma  unidade de Despacho da Receita Federal do
Brasil “é aquela que jurisdiciona o local de conferência e desembaraço de mercadoria a ser
importada ou exportada (zona primária ou secundária)” (BORTOTO et al ., 2012, p. 265).
Assim, as responsabilidades das autoridades aduaneiras dentro das zonas primárias e secundárias
são de garantir que nenhum produto ilegal ou proibido entre no país e que o governo receba
impostos por bens sujeitos a impostos e taxas. Neste aspecto, cabe destacar que as leis aduaneiras
são administradas e executadas pela alfândega na gestão de uma parte relativa à importação,
exportação e transbordo de mercadorias, no que se refere a direitos aduaneiros, outros impostos e
outros encargos, ou a proibições, restrições e outros controles similares no que diz respeito à
movimentação de itens controlados de uma parte da fronteira do território aduaneiro.
Assim, um regime é um conjunto de normas jurídicas e �scais, que regulam um procedimento
obrigatório. “Denomina-se regime aduaneiro os tratamentos tributário e administrativo, aplicáveis a
mercadorias submetidas ao controle aduaneiro, considerando sua natureza e a utilização, e de
acordo com as leis e os regulamentos aduaneiros” (REBONO, 2018, p. 153). Nesta perspectiva,
passaremos a compreender os diversos regimes aduaneiros de exportação e importação.
Regimes Aduaneiros: Exportação
Neste item, trataremos dos regimes aduaneiros na exportação, que envolvem o trânsito aduaneiro,
exportação temporária, entreposto aduaneiro na exportação; exportação com margem não sacada e
exportação em consignação.
Compreende-se por trânsito aduaneiro na exportação o transporte de mercadorias (nacional ou
nacionalizada) a ser exportada de um ponto a outro do país, sob controle das autoridades
aduaneiras. Assim, conferirá um prazo su�ciente para suspensão dos tributos, de forma a amparar o
transporte (da origem ao destino), prazo esse que passa a ser considerado no momento do
desembaraço da mercadoria para trânsito aduaneiro e limitado ao momento da con�rmação da
chegada da mercadoria no destino, assim, quando essa operação é �nalizada, o regime é extinto
(REBONO, 2018).
Já a exportação temporária é uma modalidade que possibilita a saída de produtos (nacionais ou
nacionalizados) do país, condicionando-a à importação num prazo de até dois anos. Essa
modalidade inclui a aplicação de casos como:
- Mercadorias destinadas a feiras, competições esportivas ou exposições no exterior;
- Produtos manufaturados e acabados, incluindo consertos, reparos ou restaurações;
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- Minérios e metais para recuperação ou bene�ciamento;
- Mercadoria a ser submetida a operação de transformação, elaboração,
bene�ciamento ou montagem, no exterior, e sua reimportação, na forma dos produtos
resultantes dessas transformações (REBONO, 2018, p. 153).
A modalidade de entreposto aduaneiro na exportação possibilita o depósito de produtos a serem
exportados, em local estabelecido, “com suspensão do pagamento dos tributos e sob controle
aduaneiro. O prazo de permanência da mercadoria no regime de entrepostona exportação é de até
um ano (prorrogável até o limite máximo de três anos)” (REBONO, 2018, p. 154). Dentro do prazo de
vigência, o exportador deverá iniciar o despacho de exportação; reintegrar a mercadoria ao estoque
do estabelecimento do bene�ciário; e recolher os tributos suspensos conforme a legislação.
As modalidades do regime de entreposto aduaneiro de exportação são regimes comum e
extraordinário. O regime comum dá o direito de depósito do produto, designado ao mercado
externo, com suspensão dos tributos. Já o regime extraordinário é destinado de forma exclusiva
para entidades “comerciais exportadoras ( trading companies ), inclui as mercadorias adquiridas
especi�camente para exportação, seja depositando em entreposto aduaneiro ou promovendo o
embarque direto” (REBONO, 2018, p. 154).
Por sua vez, para a exportação com margem não sacada, a legislação possibilita que o exportador
retenha até 25% da venda, para realizar a comprovação (em laboratórios credenciados) da variação
do grau de pureza para um produto desembaraçado no exterior.
A remessa �nanceira com relação ao pagamento complementar será realizada ao exportador
apenas depois da “con�rmação de que o teor da perda de qualidade e ou de quantidade não foi
superior ao percentual de retenção contratual, feita de acordo com a natureza do produto. Em geral,
essa remessa está limitada ao prazo máximo de 180 dias” (REBONO, 2018, p. 154). Caso os testes
apresentem uma perda superior à parcela do percentual do pagamento retido, o exportador deverá
ressarcir a diferença ao importador.
Por �m, a exportação em consignação é admitida para alguns produtos, para que o exportador
possa avaliar o grau de receptividade do produto no exterior. Essa mercadoria deve possibilitar o
ingresso de moeda estrangeira num prazo máximo de 180 dias da data do embarque. Caso isso não
ocorra, haverá um prazo máximo de 60 dias para o retorno da mercadoria ao país (REBONO, 2018).
De acordo com Rebono (2018), a saída das mercadorias para o exterior será realizada com cobertura
cambial e as partes negociantes estipularão, mediante a contrato, as regras de responsabilidade
pela armazenagem e seguro, os compromissos de venda no prazo e no preço mínimo estipulado e
remessa de divisas apuradas com a venda.
Regimes Aduaneiros: Importação
Os regimes comum, especial e atípico representam a divisão dos regimes aduaneiros de importação.
Caracterizado por tratar das importações de forma generalizada, o regime aduaneiro comum “trata-
se da importação de bens, de forma de�nitiva, passando a integrar a massa de riqueza do país,
sendo autorizada sua utilização no país após a nacionalização” (REBONO, 2018, p. 157). As exceções
ao regime aduaneiro comum são direcionadas pelos regimes especiais e atípicos que têm por
�nalidade atender situações momentâneas dos bens no território aduaneiro ou concessões de
benefícios �scais.
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Assim, no caso de importação, são considerados regimes aduaneiros especiais “todos os casos que
não se adequarem à regra geral do regime comum de importação e exportação, portanto esses
casos estão sujeitos a procedimentos �scais especí�cos, que variam de acordo com a �nalidade da
transação”  (REBONO, 2018, p. 157).
Podemos citar como exemplo: amostras; admissão temporária; entreposto aduaneiro; depósito
Aduaneiro de Distribuição (DAD); depósito alfandegado certi�cado (DAC); Regime aduaneiro especial
de entreposto industrial sob controle informatizado (Recof); Trânsito aduaneiro; Projeto linha azul.
As amostras envolvem itens (insumos, matérias-primas e produtos acabados), não comercializáveis,
importados em quantidade restrita, isto é, somente “o su�ciente para demonstração, análise de sua
natureza, espécie e qualidade (REBONO, 2018, p. 157). Cabe destacar que se as mesmas possuírem
valor comercial e se forem comercializadas, serão tributadas normalmente.
O regime aduaneiro de admissão temporária possibilita a importação de bens que precisam
permanecer no país durante prazo determinado, nas seguintes condições: suspensão do pagamento
dos impostos incidentes na importação e no pagamento referente ao tempo proporcional de
permanência no país. Esse regime estará sujeito ao cumprimento de condições, como: “importação
em caráter temporário e sem cobertura cambial; adequação à �nalidade para a qual o bem foi
importado; utilização em conformidade com o prazo de permanência e a �nalidade constante do ato
de concessão” (REBONO, 2018, p. 158).
O regime de entreposto aduaneiro na importação possibilita que os bens, com suspensão do
pagamento de tributos, sejam depositados em local estabelecido e sob controle �scal. Os bens
admitidos para armazenamento poderão ter um dos seguintes destinos: “despacho para consumo;
transferência para outro regime especial na importação; reexportação (em devolução ou destinada a
terceiro em outro país); exportação, quando importadas com cobertura cambial” (REBONO, 2018, p.
161).
Já o Depósito Aduaneiro de Distribuição (DAD) é um regime que possibilita “um entreposto de
mercadorias, sem cobertura cambial, para exportação ou reexportação para outros países,
reflita
Re�ita
O drawback é um regime aduaneiro?
Sim. O drawback é um incentivo �scal à exportação,
que permite à empresa, do setor industrial ou
comercial, importar, sem pagamento de tributos,
mercadorias a serem utilizadas na fabricação de
novos produtos gerados por transformação,
bene�ciamento ou integração, com a condição
básica de esses produtos serem integralmente
exportados.
Fonte: Rebono (2018, p. 166).
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admitindo-se, entretanto, o despacho para consumo” (REBONO, 2018, p. 162). São bene�ciárias
deste regime as indústrias estabelecidas no país, que utilizem no processo de comercialização com o
exterior mercadorias da mesma marca adotada pela entidade bene�ciária, produzidas por
indústrias sediadas no exterior e vinculadas à empresa no Brasil.
Por sua vez, o Depósito alfandegado certi�cado (DAC) é um regime que possibilita a mercadoria �car
em local alfandegado, após ter sido vendida (mediante contrato Delivered Under Customs Bond (BUD)
para o exterior. Funciona como uma forma de incentivo às exportações, uma vez que o regime foi
desenvolvido com a �nalidade de desvincular exportações da necessidade de transferência física das
mercadorias para o exterior.
O regime aduaneiro especial de entreposto industrial sob controle informatizado (Recof) “possibilita
o desembaraço automático de mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização,
com dispensa de conferência física e documental nas alfândegas” (REBONO, 2018, p. 164),
possibilitando, assim, importar mediante a suspensão dos impostos e contribuições (II, IPI, PIS e
Co�ns).  Neste regime, as operações de industrialização são limitadas às modalidades de montagem,
bene�ciamento e transformação. Cabe destacar que 20% das mercadorias admitidas no Recof
poderão ser utilizadas para consumo.
Já o regime de trânsito aduaneiro, da mesma forma como ocorre no processo de exportação, na
importação possibilita o transporte do bem, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do
território aduaneiro, com suspensão de tributos. Esse regime abrange, conforme Rebono (2018, p.
165), “o transporte da mercadoria do local de origem ao local de destino e desde o momento do
desembaraço para trânsito aduaneiro, pela repartição de origem, até o momento em que a
repartição de destino certi�que a chegada da mercadoria”.
Por �m, Rebono (2018) salienta que o projeto linha azul  tem como �nalidades agilizar o processo de
desembaraço da mercadoria (no máximo em 6 horas úteis da chegada da aeronave à liberação da
carga ao importador) no processo de importação, redução de custosoperacionais, e incentivar,
indiretamente, o aumento das exportações, pois exige-se que as entidades bene�ciárias do regime
tenham uma cota de exportações anual.
praticar
Vamos Praticar
A expressão comércio internacional aplica-se ao intercâmbio de bens e serviços entre nações distintas,
resultante das especializações de cada nação na divisão internacional do trabalho. Seu desenvolvimento
depende basicamente do nível dos termos do intercâmbio ou das relações de troca, que se obtém
comparando o poder aquisitivo dos dois países que mantêm comércio entre si. No comércio internacional,
os intervenientes, ou seja, o comprador e o vendedor, devem obedecer às leis internas de seus países e aos
parâmetros legais ditados pelo ordenamento jurídico internacional.
EIDELCHTEIN, C. et al . Manual prático de comércio exterior . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018. p. 01.
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A partir do excerto apresentado e do conteúdo estudado a respeito dos regimes aduaneiros, assinale a
alternativa que representa o regime aduaneiro especial de entreposto industrial sob controle informatizado.
a) Permite a dispensa de conferência física e documental nas alfândegas e a suspensão dos
impostos e contribuições.
b) As operações de industrialização são ilimitadas às modalidades de montagem, bene�ciamento e
transformação.
c) Possibilita o transporte do bem, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território
nacional, sem suspensão de tributos.
d) Possibilita a mercadoria �car em local alfandegado, após ter sido vendida (mediante contrato
Delivered Under Customs Bond (BUD).
e) Redução de custos operacionais e incentivo, indiretamente, ao aumento das exportações, pois
exige-se das entidades bene�ciárias do regime uma cota de exportações anual.
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indicações
Material
Complementar
WEB
A grande aposta
Ano: 2016
Comentário: Esse �lme apresenta uma forma de driblar a crise
econômica que ocorreu em 2008. A partir de uma aposta realizada em
fundos por Michael Burry, um empresário que acreditava que os fundos
imobiliários dos Estados Unidos entrariam em crise em breve, este o
guru de Wall Street obteve inúmeros ganhos.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer a seguir.
ACESSAR
https://www.youtube.com/watch?v=-DdHnaGOZao
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LIVRO
Manual prático de comércio exterior
Editora: Atlas
Autor: Claudio Eidelchtein et al .
ISBN: ISBN 978-85-97-01738-0
Comentário: Esse livro possui uma abordagem bem completa sobre o
funcionamento do comércio exterior, como de�nições básicas, logística,
Incoterms, moeda e câmbio, regimes aduaneiros e negociação
internacional; o que proporcionará a você aprofundar seu conhecimento
sobre os aspectos relacionados à importação e exportação de
mercadorias e serviços.
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conclusão
Conclusão
Olá, estudante! A partir desta unidade pudemos entender os instrumentos de política comercial
adotados, a estrutura de regulação da política de comércio exterior e os procedimentos ordinário no
tratamento administrativo e tributário nas operações de comércio exterior no Brasil. Diante disso,
vimos a importância do sistema integrado de comércio exterior nas relações comerciais brasileiras.
Ainda, vimos o padrão de inserção brasileiro no comércio internacional (Padrão de Exportação e
Importação; Principais Parceiros Comerciais; Participação quantitativa; e Termo de Troca). Por �m,
você teve a oportunidade de compreender também as características dos regimes aduaneiros, bem
como as suas con�gurações e especi�cidades.
referências
Referências
Bibliográ�cas
BORTOTO, A. C. et al . Comércio exterior : teoria e gestão. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
BRASIL. Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Regulamenta a administração das atividades
aduaneiras, e a �scalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Diário
O�cial da União , 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6759.htm . Acesso em: 16 abr. 2020.
BRASIL. Decreto no 8.415, de 27  de fevereiro de 2015. Regulamenta a aplicação do Regime Especial
de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras - Reintegra. Diário O�cial da
União , 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Decreto/D8415.htm . Acesso em: 16 abr. 2020.
CARVALHO, M. A.; LEITE, C. R. Economia internacional . 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
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GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A.; TONETO JUNIOR. Economia brasileira contemporânea . 8.
ed. São Paulo: Atlas, 2017.
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MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior . 16. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/D8415.htm
31/08/2023, 15:10 Ead.br
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MEIRA, L. A. Tributos sobre o comércio exterior . São Paulo: Saraiva, 2012.
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Estudos Contemporâneos em Gestão Organizacional , v. 4, n. 1, 2016. Disponível em:
https://publicacao.uniasselvi.com.br/index.php/GESTAO_EaD/article/view/1599/728 . Acesso em: 19
fev. 2020.
https://publicacao.uniasselvi.com.br/index.php/GESTAO_EaD/article/view/1599/728

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