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Extinção da Punibilidade - Direito Penal Parte Geral direitoporpamella

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@direitoporpamella 1 
 
Extinção de Punibilidade 
 Introdução; 
 Condições para a extinção; 
 Causas para a extinção; 
Espécies de extinção da punibilidade: 
 Morte do agente 
 Anistia 
 Indulto 
 Retroatividade da lei penal 
 Prescrição 
 Decadência 
 Renúncia ao direito de queixa 
 Perdão Judicial 
 Perdão pelo ofendido 
 Perempção 
 Retratação 
 
Introdução 
É a extinção ou desaparecimento da 
pretensão punitiva ou executória do 
Estado que decorre de lei. 
O Estado exerceu o direito de punir, 
concluiu pela procedência da ação 
penal e na sequência ele perde o 
direito de executar aquela pena. 
 
Ex: Um dos exemplos de extinção da 
punibilidade é a prescrição, mas ainda 
existe crimes imprescritíveis onde não 
se encaixa a extinção da punibilidade. 
Condições 
Esses institutos não são extinção da 
punibilidade, porém são muito 
parecidos. São elas condições que 
impedem o exercício de punir. 
CONDIÇÃO OBJETIVA DE 
PUNIBILIDADE: É aquela condição 
necessária para o exercício do direito 
de punir (pressuposto para punir), 
aquela condição deve estar satisfeita. 
Ex: crimes falimentares, em que a 
conduta pode ser praticada por aquele 
que esteja falindo, só poderá punir após 
a declaração de falência. 
CONDIÇÃO NEGATIVA DE 
PUNIBILIDADE: Também conhecido 
como escusa absolutória. É uma 
condição também exterior a conduta 
delituosa, entendida como uma 
despensa especial e pessoal que não 
afeta o crime, apenas a sua 
punibilidade. 
Escusa absolutória 
As escusas absolutórias são causas 
excludentes da punibilidade previstas 
no Código Penal brasileiro, é o caso, 
por exemplo da absolvição de um filho 
que furta coisa móvel pertencente ao 
seu pai. A consequência jurídica sob o 
ponto de vista teórico, varia conforme a 
corrente da dogmática penal adotada. 
Sob o ponto de vista prático, o acusado 
ficará isento de pena se o fato for 
cometido em qualquer das hipóteses 
previstas no art. 181 do Código Penal. 
Melhor dizendo, se houver persecução 
penal, a denúncia sequer deve ser 
Direito Penal – Parte Geral 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615513/artigo-181-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
@direitoporpamella 2 
 
recebida por falta de justa causa para 
ação 
Ex: Um exemplo de escusa absolutória 
é o artigo 181 do CP: 
Art. 181. É isento de pena quem comete 
qualquer dos crimes previstos neste título, 
em prejuízo: 
I – do cônjuge, na constância da sociedade 
conjugal; 
II – de ascendente ou descendente, seja o 
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil 
ou natural. 
 
• Apesar da expressão “cônjuge” estar 
ligada ao casamento, é 
perfeitamente cabível a escusa 
absolutória em casos de união 
estável. 
Ainda que exista o crime, existe sua 
prática, mas não poderá ser punido, é 
uma condição negativa. 
 
CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE: 
É a condição ligada ao processo, que 
permite a propositura da ação. 
Ex: Crimes contra a honra do 
presidente da república. 
É o esquecimento jurídico do fato, 
como se o ato não existisse. Poderá 
se referir tanto a pretensão punitiva 
quanto a executória. 
 
Espécies de Extinção 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DA 
PRETENSÃO PUNITIVA: é a extinção 
que atinge o próprio direito de punir do 
Estado e que ocorre antes do trânsito 
em julgado da sentença condenatória 
e, por isso não subsiste qualquer efeito 
no processo ou de eventual decisão 
condenatória que possa ter sido 
proferida. 
EXTINÇÃO DA PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA: extingue apenas a 
pretensão do estado de executar pena 
imposta em sentença penal 
condenatória transitada em julgada e, 
por isso mesmo não atinge os demais 
efeitos secundários daquela sentença. 
DIFERENÇAS 
Extinção da 
punibilidade 
da pretensão 
punitiva 
Apaga como se 
nunca tivesse 
existido. Nem 
começa o processo. 
Extinção da 
pretensão 
executória 
Existe o exercício de 
punir (foi julgada), 
mas extingue a 
punição (a pena). 
Existiu um 
processo. 
 
Causas para a Extinção 
As causas para a extinção podem estar 
presentes tanto no código penal 
(especial ou geral, art. 107 do CP), 
quanto na legislação extravagante. 
Morte do agente 
Morte do réu causa a extinção da 
punibilidade. Em caso de vários réus e 
acontece a morte de um deles, não irá 
afetar os demais. 
Não tem como executar uma pena 
contra um morto e nem mesmo dar 
continuidade a um processo. 
 
@direitoporpamella 3 
 
Princípio da Personalidade Pessoal (a 
pena não poderá ultrapassar a pessoa 
que cometeu o crime). 
Morte leva extinção da punibilidade, 
seja extinção da pretensão executória 
ou extinção da punibilidade da 
pretensão punitiva. 
 
Existe divergência: o STF permitiu 
que exista uma revisão criminal em 
virtude do direito de memória da 
pessoa e seu próprio direito ao respeito 
à morte e sua descendência. 
A prova da morte se dá pela 
comprovação coma certidão de óbito, 
mas qual é a solução para morte 
presumida ou certidão de óbito 
falsa? 
CERTIDÃO DE ÓBITO FALSO: ainda 
que tenha transitado em julgado, não 
poderá resolver aquele problema no 
mesmo processo e sim surgir outro 
processo e apurar o crime de falsidade 
ideológica e documento falso. 
Anistia 
Ato poder público que declara 
impuníveis delitos praticados até 
determinada data por motivos políticos 
ou penais, ao mesmo tempo que anula 
condenações e suspende diligências 
persecutórias. 
O Estado resolve para determinados 
fatos serão impuníveis, como por 
exemplo, ocasiões de necessidade 
social. 
A anistia pode ser concebida antes ou 
depois da condenação e vai extinguir 
todos os efeitos da condenação. 
Classificações 
Poderá ser especial ou comum: 
Especial: trata-se de crimes políticos, 
crimes políticos em si. 
Comum: trata-se de qualquer outro 
crime. São crimes que envolvem crime 
políticos, mas são comuns, como 
homicídio, corrupção ou tortura por 
exemplo. 
Poderá ser condicionada ou 
incondicionada: 
Condicionada: com hipóteses a serem 
seguidas; 
Incondicionadas: sem nenhuma 
hipótese para ser seguida. 
Poderá ser geral ou parcial: 
Geral: favorece todo mundo; 
Parcial: exclui determinadas pessoas 
Poderá ser total ou irrestrita ou 
parcial ou restrita: 
Total ou irrestrita: abrange todos os 
fatos. 
Parcial ou restrita: abrangendo alguns 
fatos e não outros. 
A anistia ao contrário do indulto, é feita 
pelo congresso nacional. A anistia é 
disciplina por uma lei do congresso 
nacional (21 INC, XVII e 48 inc VII). 
Indulto 
Clemência dada a uma certa pessoa ou 
várias pessoas (podendo ser chamada 
de indulto individual ou coletivo). 
O indulto coletivo atinge uma gama de 
pessoas, o indulto individual poderá 
@direitoporpamella 4 
 
ser chamado de graça, é quando atinge 
aquele condenado. 
Os dois são atos privativos do 
presidente da república, eventualmente 
ele pode delegar para o ministro da 
justiça por exemplo. 
O indulto individual: é algo bem difícil 
de acontecer, tanto que não tem ainda 
existido no Brasil, apenas o coletivo. 
Serve para corrigir erros judiciários. É 
também chamado de GRAÇA.Os dois tipos de indultos poderão ser 
gerais (atingir todas as pessoas) ou 
parciais (atingir algumas pessoas). E 
como a anistia poderá ser condicionada 
ou incondicionada. 
Qualquer pessoa pode fazer o pedido 
do indulto. Para todos os efeitos, 
precisa-se de uma decisão 
condenatória transitada em julgada. 
O induto só vai apagar os efeitos 
condenatórios e não o próprio 
crime. 
 
A anistia ela se refere a fatos e por isso 
é concedida pelo congresso nacional e 
o induto se refere as pessoas e por isso 
é dado pelo presidente da república. 
O indulto coletivo é dado pelo 
presidente da república que será 
concedido para uma coletividade de 
pessoas e só poderá ser feito pelo 
presidente da forma que ele quiser. 
Súmula 631 do STJ: Fala que o indulto 
extingue os efeitos primários, não atinge os 
efeitos secundários e nem os efeitos 
extrapenais. Vai continuar presente no 
histórico da pessoa e vai continuar tendo a 
responsabilidade de pagar indenização, por 
exemplo. 
 
É importante saber que: 
• A lei dos crimes hediondos veda o 
indulto para esse tipo de crime; 
• Tráfico privilegiado: pessoas que 
aproveitou a oportunidade para 
poder fazer o tráfico de drogas, 
como por exemplo, quando alguém 
já ia viajar e recebeu o pedido para 
levar as drogas na mala. Esse crime 
admite indulto. 
ABOLITIO CRIMINIS 
É uma forma de tornar atípica 
penalmente uma conduta até então 
proibida pela lei penal, gera como 
consequência a cassação imediata da 
execução e dos efeitos penais da 
sentença condenatória. 
É quando um crime deixa de ser 
típico, deixa de ser considerado crime 
e o direito de punir do Estado também 
é extinta. 
 
DESCRIMINALIZAR é quando 
entendemos que aquela conduta não 
merece mais uma tipificação penal. 
Não é mais problema do direito penal, 
mas pode ser de outros ramos do 
direito. 
DESPENALIZAR continua sendo um 
crime, mas retira a pena restritiva de 
liberdade. 
No abolitio criminis APAGA TUDO, 
não vai possuir nenhum efeito. 
 
 
@direitoporpamella 5 
 
Prescrição 
É a extinção do direito do Estado de 
punir alguma conduta considerada 
penalmente ilícita causada por alguma 
pessoa. 
A prescrição da pretensão punitiva se 
dirige ao Estado e não ao acusador. O 
Estado é que não exerceu o poder-
dever de punir no prazo previsto em 
lei e, em virtude disso, perdeu a 
legitimidade para exercê-lo. O 
transcurso do tempo retirou a 
necessidade da punição e, por 
consequência, extinguiu a punibilidade 
do agente. 
CRIMES QUE NÃO PRESCREVEM 
Todos os crimes são prescritíveis, salvo 
os citados na Constituição Federal: 
• Racismo; 
• Ação e grupos armados contra a 
ordem constitucional e o Estado 
Democrático de direito. 
Decadência 
A decadência consiste na perda do 
direito de ação pelo ofendido, diante de 
sua inércia em razão do decurso do 
prazo fixado em Lei. 
Quem ajuíza a queixa crime é chamado 
de querelante. O querelante tem 6 
meses para entrar com a queixa depois 
que sabe da autoria. 
O prazo decadencial não correrá até 
que o lesado tenha a ciência da prática 
do crime e por quem foi praticado. 
Decadência não interrompe, não 
suspende, é fatal. Diferente da 
prescrição. 
 
O prazo não é processual e sim penal, 
ou seja, vai começar a contar no 
mesmo dia, não desconsidera dias que 
não são úteis. O prazo é fatal, não tem 
prorrogação. 
Renúncia 
A renúncia é feita pela vítima, onde ela 
poderá escolher processar ou não os 
réus. Não existe a possibilidade de 
apenas oferecer queixa para alguns 
indiciados e outros não, por isso a 
renúncia atinge todos os réus. 
Uma vez declarada, ela leva a extinção 
da punibilidade. Poderá ser expressa 
ou tácita. 
Perdão 
PERDÃO JUDICIAL: quando o próprio 
Estado perdoa o réu. 
Ex: Quando a própria mãe atropela o 
seu filho sem possuir a intensão. O 
Estado pode entender que a sua 
punição será para sempre viver com as 
consequências. 
PERDÃO PELO OFENDIDO: é o 
perdão feito pela vítima, mas deve ser 
aceito pelo querelado (ministério 
público). Se a vítima deu o perdão para 
um, é a mesma coisa de ter perdoado 
todos os outros réus. 
Perdão Renúncia 
Ato bilateral: 
precisa da vontade 
do réu. 
Ato unilateral: não 
precisa da vontade 
do réu. 
@direitoporpamella 6 
 
Perempção 
É a inercia de se movimentar o 
processo. 
As hipóteses estão elencadas no 
artigo 60 do Código Penal: 
• Deixar de movimentar por 30 dias é 
porque o ato é de responsabilidade 
do juiz. 
• No caso da morte, o CADE vai 
substituir o falecido, ressalvando 
quando não for uma ação penal 
personalista. 
• Quando é marcado algum ato e 
necessita da presença pessoal do 
querelado e sem justificativa. 
• No caso em ação penal privada e o 
MP não fazer o pedido da 
condenação, vai cair na perempção. 
• Se for pessoa jurídica, essa vem a 
se extinguir. 
Retratação 
Segundo o Código Penal, o querelado 
que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. A 
retratação extingue a punibilidade se 
feita antes da sentença de 1ª 
instância. Quando a ação penal é 
pública, como no caso de crime contra 
o Presidente da República, a retratação 
não gera efeitos. 
O falso testemunho tem a chance de 
fazer uma retratação. A lei que vai 
prever quando e como será feito. 
QUADRO RESUMIDO 
CAUSA DE EXTINÇÃO SE COMUNICA 
AOS DEMAIS 
RÉUS? 
Morte do agente Não 
Anistia Não 
Indulto Não 
Retroatividade da lei 
penal 
Sim 
Prescrição Não 
Decadência Sim 
Renúncia ao direito de 
queixa 
Sim 
Perdão Judicial Não 
Perdão pelo ofendido Sim 
Perempção Sim 
 
Alexandre Zamboni, Curso de Direito Penal do Zero; 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 16° edição. 2020.

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