Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Penal Extinção da Punibilidade Artigos Principais 1. Ementa: Código Penal 93 ao 120. 2. Esses Slides: CP 107 e 108 (Extinção da punibilidade) 3. CPP –Art. 24 ao 62 Ação Penal 1. Direito Penal - Parte Geral - Vol.1 (2017) - Cleber Masson. PÁGINA 1004 (1032 do PDF) 2. CURSO DE DIREITO PENAL V. 1 - PARTE GERAL - CAPEZ - 22ED – 2018 PÁGINA 938 3. Direito Penal - Parte Geral - Volume 1 - André Estefam – 2018 PÁGINA 563 4. Direito-Penal-Volume-Único-Japiassu e Artur de Brito Gueiros Souza -2018 PÁGINA 774 5. TRATADO DE DIREITO PENAL - VOL 1 - PARTE GERAL - BITENCOURT - 24ED – 2018 PÁGINA 1413 Causas de extinção da punibilidade 2. CAPEZ São aquelas que extinguem o direito de punir do Estado. As causas extintivas da punibilidade são mencionadas no art. 107 do CP. Esse rol legal não é taxativo, pois causas outras existem no CP e em legislação especial. Cite-se como exemplo o ressarcimento do dano, que, antes do trânsito em julgado da sentença, no delito de peculato culposo, extingue a punibilidade (CP, art. 312, § 3º). Causas de extinção da punibilidade 3. Estefam O reconhecimento de uma causa extintiva da punibilidade é matéria de ordem pública, motivo pelo qual deve ser pronunciada a qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição, ainda quando não haja provocação das partes (art. 61 do CPP), pena de configurar-se constrangimento ilegal (art. 648, VII, do CPP. Causas de extinção da punibilidade 3. Estefam As escusas absolutórias são causas impeditivas do direito de punir do Estado, criadas por razões de política criminal. Não se confundem com as causas extintivas da punibilidade, muito embora tenham, na prática, o mesmo efeito, qual seja, o de obstar a satisfação do direito de punir estatal. Como exemplo de escusas absolutórias, podem-se citar as “imunidades” concedidas a alguns crimes patrimoniais, como ocorre, por exemplo, na isenção de pena outorgada ao cônjuge que furta bens de seu consorte, na constância da sociedade conjugal, ou ao filho que se apropria indevidamente de bens de seu pai (CP, arts. 181 e 183). Causas de extinção da punibilidade Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Causas de extinção da punibilidade Não se deve misturar também com as excludentes de ilicitude ou atipicidade. As excludentes de ilicitude tornam lícito fato típico. Ex: matar alguém em legítima defesa. Já a atipicidade é o fato sequer ser criminoso. Ex: porte de combustível em vasilhame adequado. Causas de extinção da punibilidade As condições objetivas de punibilidade não se confundem com as causas de extinção da punibilidade. Na verdade, são expressões antípodas, pois elas são fatores ou contingências externas ao fato delituoso, não abrangidas pelo dolo do agente, mas necessárias para que o direito de punir possa existir. O crime existe, há tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade, mas não há, enquanto não verificada determinada condição de punibilidade, a consequência jurídica do delito: o ius puniendi in concreto. Não havendo punibilidade, não há, por óbvio, que se falar das causas de sua extinção. Podem ser consideradas condições objetivas de punibilidade: Causas de extinção da punibilidade (1) o ingresso do agente no território nacional, nos termos do art. 7º, § 2º, “a”, do CP; (casos de Extraterritorialidade) (2) a sentença declaratória de falência, concessória de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial (art. 180, da Lei nº 11.101/2005); (3) a decisão judicial de invalidação de licitação ou contrato (art. 91, da Lei nº 8.666/1993); (4) o lançamento definitivo do crédito tributário, para o delito tipificado no art. 1º, da Lei nº 8.137/1990 etc. Causas de extinção da punibilidade Classificação Gerais são as que podem atingir quaisquer infrações penais, como a morte do agente, a abolitio criminis (ou lei supressiva de incriminação), o perdão constitucional (que contém algumas poucas exceções), a prescrição (também inaplicável somente a um pequeno grupo de infrações). Especiais são aquelas que somente atingem uma categoria determinada de ilícitos penais, como a retratação (que no Código Penal somente se aplica aos crimes de calúnia, difamação e falso testemunho ou falsa perícia) e o perdão judicial (previsto no Estatuto Penal somente para os delitos de homicídio culposo, lesão corporal culposa, entre outros). Causas de extinção da punibilidade Classificação Comunicáveis são aquelas que favorecem todos os sujeitos ativos da infração penal – autores ou partícipes – como, por exemplo, a abolitio criminis ou a perempção. Incomunicáveis são as que somente beneficiam um dos agentes, aos quais a causa é diretamente vinculada: por exemplo, a morte do agente. Causas de extinção da punibilidade Classificação causas naturais: as que se originam de um fato natural, como a prescrição, cujo fundamento principal é o decurso do tempo (somado à inércia do Estado) e a morte do agente. Políticas: as quais se baseiam em questões de conveniência ou utilidade política, como o perdão constitucional (anistia, graça, indulto e comutação). Causas de extinção da punibilidade Não se deve misturar também com as excludentes de ilicitude ou atipicidade. As excludentes de ilicitude tornam lícito fato típico. Ex: matar alguém em legítima defesa. Já a atipicidade é o fato sequer ser criminoso. Ex: porte de combustível em vasilhame adequado. Causas de extinção da punibilidade A principal lista de causas da extinção da punibilidade está no artigo 107 do CP. O rol é meramente exemplificativo, pois existem diversas outras hipóteses em leis especiais e na parte especial do CP. Causas de extinção da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. Causas de extinção da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. Causas de extinção da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - pela morte do agente; Causas de extinção da punibilidade A aquisição de renda superveniente na contravenção de vadiagem (LCP, art. 59, parágrafo único); também extingue a pena. O ressarcimento do dano antes do recebimento da denúncia no crime de estelionato mediante emissão de cheque sem provisão de fundos (CP, art. 171, § 2º, VI; Súmula 554 do STF Causas de extinção da punibilidade A Súmula 617 do STJ estabelece que a ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena. O cumprimento do sursis também extingue a punibilidade. Assim como evidentemente o cumprimento integral da pena. Causas de extinçãoda punibilidade Nada impede a construção de causas supralegais. Um exemplo a parte interessantíssimo é a inexigibilidade de conduta diversa, muita usada pela defesa em casos de porte de arma de fogo. Dificilmente tem sucesso, tanto que um caso que teve virou notícia: https://www.conjur.com.br/2017-abr-25/trauma-roubo-justifica- posse-arma-ilegal-afasta-punicao Não é caso exatamente de exclusão da punibilidade e sim da culpabilidade, apesar de alguns atecnicamente assim tratarem a inexigibilidade. https://www.conjur.com.br/2017-abr-25/trauma-roubo-justifica-posse-arma-ilegal-afasta-punicao Causas de extinção da punibilidade A extinção da punibilidade pode ser da punitiva ou da executória. Causas de extinção da punibilidade A extinção da punibilidade pode ser da punitiva ou da executória. Causas de extinção da punibilidade A extinção da punibilidade pode ser da punitiva ou da executória. Causas de extinção da punibilidade A extinção da punibilidade pode ser da punitiva ou da executória. Causas de extinção da punibilidade A anistia e a abolição do crime apagam tudo, todavia, existem algumas divergências na doutrina. A maioria aduz que os efeitos extrapenais são mantidos após a sentença e é o entendimento do STF. Abolitio Criminis – caso do adultério. Podem ser antes ou depois da sentença condenatória. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, I – Morte do Agente 5. BITTENCOURT A morte do agente é a primeira causa de extinção da punibilidade. Com a morte do agente (indiciado, réu, condenado, reabilitando) cessa toda atividade destinada à punição do crime: com o processo penal em curso encerra-se ou impede-se que ele seja iniciado, e a pena cominada ou em execução deixa de existir. Essa causa é uma decorrência natural do princípio da personalidade da pena, hoje preceito constitucional (art. 5º, XLV, da CF), segundo o qual a pena criminal não pode passar da pessoa do criminoso: mors omnia solvit. Nem mesmo a pena de multa pode ser transmitida aos herdeiros. Causas de extinção da punibilidade Todavia, o espólio do condenado responde pelos danos do crime, cuja obrigação transmite-se aos seus herdeiros, até os limites da herança. 4. Japiassu: “A”, condenado pelo peculato de milhões de reais, após o trânsito em julgado da sentença condenatória e na iminência de ser executada a obrigação de reparar o dano causado ao erário público, comete suicídio, a fim de transferir para seus herdeiros os valores dos quais se locupletou criminosamente. Caso não houvesse essa previsão constitucional, estes enriqueceriam ilicitamente. Causas de extinção da punibilidade 2. CAPEZ Se ocorrer após o trânsito em julgado da condenação, a morte só extinguirá os efeitos penais, principais e secundários, não afetando, no entanto, os extrapenais. Assim, por exemplo, nada impedirá a execução da sentença penal no juízo cível contra os sucessores do falecido, desde que realizada a prévia liquidação do valor do dano ou aceito o valor mínimo fixado pelo juiz criminal em sentença penal condenatória (art. 387, IV, do CPP). Discute-se muito a aplicabilidade ou não da transmissibilidade de penas alternativas. Aduzo que apesar de ser alternativa, é pena do mesmo jeito e instransmissível. Causas de extinção da punibilidade 4. Japiassu: Para ocorrer a extinção da punibilidade em decorrência da morte do agente, deve o magistrado exigir a juntada da certidão de óbito (art. 62, do CPP). A legislação processual penal admite, ainda, a possibilidade da revisão criminal, mesmo depois da morte do réu, como se vê no art. 623, do CPP. Causas de extinção da punibilidade Morte Presumida CC arts. 6 e 7: (1) quando extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (2) se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. (3) ausentes por mais de 10 anos depois da abertura da sucessão provisória (que precisa de 1 ano – sem procurador- ou 3 anos – com procurador – da arrecadação de bens) Divergências na doutrina sobre a possibilidade de aceitação. Causas de extinção da punibilidade 4. Japiassu: A maioria da doutrina brasileira sustenta que, na hipótese de passar em julgado a sentença que decrete a extinção da punibilidade, com base no art. 107, I, do CP, e sobrevindo a constatação da falsidade da prova do óbito – estando, portanto, vivo o agente –, aquela extinção não poderia ser revista, diante do fenômeno processual da coisa julgada, bem como pela impossibilidade da revisão pro societatis (art. 626, parágrafo único, do CPP). A única atitude jurídica que poderia ser adotada seria a de processar o falso morto pela falsificação de documento público ou pelo uso de documento público falsificado (arts. 297 ou 304, do CP) Causas de extinção da punibilidade Diverge-se desse entendimento. Não se pode aceitar que normas processuais possam suplantar, de forma absoluta, as de direito material. É inaceitável que se premie uma fraude adrede arquitetada contra a Justiça Penal, sob o argumento da intangibilidade da coisa julgada e da impossibilidade da revisão criminal em desfavor do réu. Ad absurdum, poder-se- ia sustentar que qualquer do povo poderia matar, impunemente, o falso morto, uma vez que, formalmente, ele já não existe. A jurisprudência segue esse entendimento. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, II - Anistia – 2. CAPEZ Lei penal de efeito retroativo que retira as consequências de alguns crimes já praticados, promovendo o seu esquecimento jurídico; na conceituação de Alberto Silva Franco, “é o ato legislativo com que o Estado renuncia ao jus puniendi”. A lei pode ser de qualquer iniciativa mas tem que ser lei federal editada pelo Congresso Nacional. Apaga somente os efeitos penais – inclusive a reincidência, mantidos os civis. Causas de extinção da punibilidade Supremo Tribunal Federal: “a anistia, que é efeito jurídico resultante do ato legislativo de anistiar, tem a força de extinguir a punibilidade, se antes da sentença de condenação, ou a punição, se depois da condenação. Portanto, é efeito jurídico, de função extintiva no plano puramente penal. A perda de bens, instrumentos ou do produto do crime é efeito jurídico que se passa no campo da eficácia jurídica civil; não penal, propriamente dito. Não é alcançada pelo ato de anistia sem que na lei seja expressa a restituição desses bens” (STF, RT 560/390). Causas de extinção da punibilidade De acordo com a Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, são insuscetíveis de anistia os crimes hediondos, a prática de tortura, o tráfico de drogas e o terrorismo, consumados ou tentados. Uma vez concedida, não pode a anistia ser revogada, porque a lei posterior revogadora prejudicaria os anistiados, em clara violação ao princípio constitucional de que a lei não pode retroagir para prejudicar o acusado (CF, art. 5º, XL). Causas de extinção da punibilidade 3. Estefam: A anistia não pode ser recusada, pois sua aplicação independe da vontade do beneficiário; trata-se de decisão política em que o Estado abre mão de seu direito de punir. Caberá recusa, todavia, quando se tratar de anistia condicionada, uma vez que, nesse caso, poderá o agente recusar-se a cumprir a condição imposta. Causas de extinção da punibilidade Exemplo: “É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de Fundações vinculadas ao Poder Público, aos servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares” (art. 1º, da Lei nº 6.683/1979, reafirmada pela Emenda Constitucional nº 26/1985). Causas de extinçãoda punibilidade Com a incorporação do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, pelo Decreto nº 4.388/2002, surgiu uma questão a respeito de anistia. A jurisdição penal internacional permanente não reconhece nenhuma forma de anistia ou Comissões da Verdade em matéria dos crimes internacionais próprios (genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e agressão). O Brasil foi condenando a investigar os crimes cometidos pela ditadura militar pelo caso da Guerrilha do Araguaia, apesar de anistiados, assim como diversos outros países. Na prática, entretanto foi de efeito basicamente moral a decisão. http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_219_por.pdf Causas de extinção da punibilidade (i) especial: para crimes políticos; (ii) comum: para crimes não políticos; (iii) própria: antes do trânsito em julgado; (iv) imprópria: após o trânsito em julgado; (v) geral ou plena: menciona apenas os fatos, atingindo a todos que os cometeram; (vi) parcial ou restrita: menciona fatos, mas exige o preenchimento de algum requisito (por exemplo, anistia que só atinge réus primários); (vii) incondicionada: não exige a prática de nenhum ato como condição; (viii) condicionada: exige a prática de algum ato como condição (por exemplo, deposição de armas). Causas de extinção da punibilidade 2. CAPEZ A graça é um benefício individual concedido mediante provocação da parte interessada; o indulto é de caráter coletivo e concedido espontaneamente. Na conceituação de José Frederico Marques, “o indulto e a graça no sentido estrito são providências de ordem administrativa, deixadas a relativo poder discricionário do Presidente da República, para extinguir ou comutar penas. O indulto é medida de ordem geral, e a graça de ordem individual, embora, na prática, os dois vocábulos se empreguem indistintamente para indicar ambas as formas de indulgência soberana. Atingem os efeitos executórios penais da condenação, permanecendo íntegros os efeitos civis da sentença condenatória. Causas de extinção da punibilidade Feito por decreto, que pode ser delegado ao aos ministros de Estado, ao procurador-geral da República ou ao advogado- geral da União (parágrafo único do art. 84 da CF). Só se admite a recusa no indulto e graça parciais, sendo inaceitável a recusa da graça ou do indulto, quando plenos. O acusado pode recusar apenas a comutação da pena – 739 CPP. Anexada aos autos a cópia do decreto, o juiz deve proceder ao ajuste da pena. Pode atuar de ofício. Causas de extinção da punibilidade Quanto ao momento para aferição dos requisitos objetivos e subjetivos do indulto, há posicionamento no sentido de que o exame dos requisitos objetivos e subjetivos deve ser feito com base na situação do sentenciado à época do decreto e não no momento da decisão concessiva do benefício pelo juiz. Há, por outro lado, posicionamento no sentido de que a análise das condições deve ser feita por ocasião da sentença e abrange todo o período a ela antecedente, antes e depois da publicação do decreto. O último prevalece. Se por exemplo, o apenado cometer falta grave entre a publicação do decreto e a decisão judicial não poderá ser beneficiado se for exigido bom comportamento. Causas de extinção da punibilidade Apesar disso, a súmula 535 do STJ aduz que “A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.” Ressaltemos que a falta grave, ope legis, interrompe apenas a progressão e determina a regressão ou até mesmo Regime Disciplinar Diferenciado, perda do direito de saída temporário, perda de até 1/3 do tempo remido, conversão da pena alternativa. Causas de extinção da punibilidade Em tese só após o trânsito em julgado da condenação poderia ser concedido o benefício. Ressalve-se, no entanto, que “a jurisprudência do STF já não reclama o trânsito em julgado da condenação nem para a concessão do indulto, nem para a progressão de regime de execução, nem para o livramento condicional (HC 76.524; HC 87.801/SP)”. A obtenção de tal benefício nesse momento não torna prejudicada a apelação que visa à absolvição do réu que vem a ser indultado, uma vez que permanece o seu interesse no julgamento Causas de extinção da puni Causas de extinção da punibilidade Abolitio Criminis Art. 107, III 2. CAPEZ A lei penal retroage, atingindo fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, sempre que beneficiar o agente de qualquer modo (CF, art. 5º, XL). Se a lei posterior deixa de considerar o fato como criminoso, isto é, se lei posterior extingue o tipo penal, retroage e torna extinta a punibilidade de todos os autores da conduta, antes tida por delituosa. Mantém-se os efeitos extrapenais. Ex: sentença que reconhece o adultério pode ser usada para cobrar dano moral. O juiz que estiver com o processo tem a competência para reconhecer. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, IV - prescrição, decadência ou perempção; Art. 107, V - renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; Decadência, renúncia, retratação da representação já foram trabalhados. Prescrição, pela complexidade será alvo de slide próprio. Mas desde já vejamos a tabela diferenciado os institutos. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, IV prescrição, decadência ou perempção; Decadência, renúncia, retratação já foram trabalhados. Prescrição, pela complexidade será alvo de slide próprio. Mas desde já vejamos a tabela diferenciado os institutos. Causas de extinção da punibilidade Perempção é sanção processual ao querelante desidioso, que deixa de dar andamento normal à ação penal exclusivamente privada. “É uma pena ao ofendido pelo mau uso da faculdade, que o poder público lhe outorgou, de agir preferentemente na punição de certos crimes” Causas de extinção da punibilidade Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; (requer notificação do querelante para agir) II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo. III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; (se o advogado impede a perempção, exceto ato personalíssimo) IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; São os seguintes: (i) art. 143 do CP: a retratação é admitida nos crimes contra a honra, mas apenas nos casos de calúnia e difamação, sendo inadmissível na injúria; (ii) art. 342, § 2º, do CP: o fato deixa de ser punível se o agente (testemunha, perito, tradutor ou intérprete) se retrata ou declara a verdade. Causas de extinção da punibilidade Na hipótese de crime contra a honra, a retratação do agente só será possível até a sentença de primeiro grau do processo criminal instaurado em virtude da ofensa. No caso do falso testemunho, a retratação só será admitida até a sentença de primeira instância do processo em que se deu o falso, ou, na hipótese de ele ter ocorrido em procedimento da alçada do júri popular, até o veredicto dos jurados. Causas de extinção da punibilidade Revogados em 2005: Casamento do agente com a vítima e casamento da vítima com terceiro. Caso a mulher fosse estuprada, sem violência real/grave ameaça, por exemplo, o casamento desta com outra pessoa, caso esta não requeresse o prosseguimento da AP em até 60 dias extinguia a punibilidade. Se uma criança de 12 anos fosse estuprada e o agente cassassecom ela era também extinta a punibilidade. Ainda é tecnicamente possível para crimes praticados antes da mudança normativa, em 28 de março de 2005. Causas de extinção da punibilidade Era circunstância comunicável e poderia ser feita mesmo após o trânsito em julgado, para o casamento da vítima com o agente. Casamento com terceiros só até o trânsito. Para crime sexual feito mediante queixa ou representação ainda pode ser considerado como perdão tácito extraprocessual. Doutrina majoritária equipara a união estável. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, IX – Perdão Judicial 4. Japiassu O perdão judicial – que não guarda qualquer relação com o perdão do ofendido – consiste na possibilidade de o juiz deixar de aplicar a pena, nas hipóteses expressamente previstas na lei. São situações em que, embora reconhecida a perpetração do delito, há circunstâncias de cunho moral ou social que justificam a não imposição da sanção penal. É ato unilateral e independe de aceitação do agente. Sendo causa extintiva da punibilidade pode ser aplicada a qualquer tempo no processo, de ofício, pelo juiz. Causas de extinção da punibilidade Art. 107, IX – Perdão Judicial 4. Japiassu O perdão judicial – que não guarda qualquer relação com o perdão do ofendido – consiste na possibilidade de o juiz deixar de aplicar a pena, nas hipóteses expressamente previstas na lei. São situações em que, embora reconhecida a perpetração do delito, há circunstâncias de cunho moral ou social que justificam a não imposição da sanção penal. É ato unilateral e independe de aceitação do agente. Causas de extinção da punibilidade A lei vigente dispõe que a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência (art. 120, CP). O STJ, sobre a matéria, editou a Súmula 18, que dispõe: “A sentença concessiva de perdão judicial é declaratória de extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.” 5. BITENCOURT Embora as opiniões dominantes concebam o perdão judicial como mero benefício ou favor do juiz, entendemos que se trata de um direito público subjetivo de liberdade do indivíduo, a partir do momento em que preenche os requisitos legais. Causas de extinção da punibilidade Aduz a doutrina 2. CAPEZ: A extinção da punibilidade não atinge apenas o crime no qual se verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no mesmo contexto. Por exemplo, o agente provoca um acidente, no qual morrem sua esposa, seu filho e um desconhecido. A circunstância excepcional prevista no art. 121, § 5º, do CP só se refere às mortes da esposa e filho, mas o perdão judicial extinguirá a punibilidade em todos os três homicídios culposos. Causas de extinção da punibilidade No crime de injúria, a lei prevê o perdão judicial quando o ofendido age de modo reprovável, a provocar diretamente, ou no caso de retorsão imediata; No homicídio e lesão corporal culposos, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, o mesmo para lesão corporal culposa. No delito do art. 176 (fraude similar ao estelionato), consistente em “tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento”, o perdão poderá ser concedido “conforme as circunstâncias” do caso; Causas de extinção da punibilidade no parto suposto (art. 242), dá-se o perdão judicial quando o fato é praticado por motivo de reconhecida nobreza; (Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: ) Na Subtração de incapazes no caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena. ( Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:) Causas de extinção da punibilidade Receptação culposa: § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Causas de extinção da punibilidade Guarda doméstica de animais silvestres não ameaçados de extinção: § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Causas de extinção da punibilidade Nas contravenções penais, temos previsão de perdão por ignorância: Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada. Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação: § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. Causas de extinção da punibilidade Lei 9807/99 (programa de proteção à testemunha): Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado: I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa; II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada; III - a recuperação total ou parcial do produto do crime. Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso. Causas de extinção da punibilidade Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços. Causas de extinção da punibilidade ORCRIM – 12850/13 Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. Causas de extinção da punibilidade § 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador: I - não for o líder da organização criminosa; II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. § 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. Causas de extinção da punibilidade § 6o O juiz não participará das negociaçõesrealizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. § 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor. § 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. Causas de extinção da punibilidade § 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações. § 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor. § 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. Causas de extinção da punibilidade 4. Japiassu Para a generalidade das infrações praticadas sem violência ou grave ameaça a pessoa, a reparação do dano, até o recebimento da denúncia, por ato voluntário do agente, acarreta a redução de pena de um a dois terços (art. 16, do CP). No entanto, cuidando-se de delitos previdenciários ou tributários (arts. 168-A e 337-A, do CP, e arts. 1º e 2º, da Lei nº 8.137/1990), o legislador tem adotado regra mais benéfica para o infrator que adota iniciativa reparatória do dano causado ao erário público. Sendo assim, consoante sucessivos diplomas legais, atrelados a planos governamentais arrecadatórios, o pagamento integral ou o parcelado do débito previdenciário ou fiscal gera referente àqueles delitos, causa reflexos na órbita penal, com a extinção ou suspensão, respectivamente, da pretensão punitiva estatal. Causas de extinção da punibilidade Caso aquela pessoa física ou jurídica efetue o pagamento integral dos débitos oriundos dos tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento, deverá ser extinta a punibilidade do respectivo infrator, conforme dispõe o § 4º, do art. 83, da Lei nº 9.430/1996, com a redação da Lei nº 12.382/2011. Dessa forma, encontram-se revogadas as normas insertas no art. 168-A, § 2º e § 3º, I, e art. 337-A, § 2º, do Código Penal. Causas de extinção da punibilidade Acordo de Leniência Art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar acordo de leniência, com a extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, nos termos deste artigo, com pessoas físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte: I - a identificação dos demais envolvidos na infração; e II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação. Causas de extinção da punibilidade Acordo de Leniência § 1o O acordo de que trata o caput deste artigo somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação; II - a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob investigação a partir da data de propositura do acordo; III - a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a condenação da empresa ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo; e IV - a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. § 2o Com relação às pessoas físicas, elas poderão celebrar acordos de leniência desde que cumpridos os requisitos II, III e IV do § 1o deste artigo. Causas de extinção da punibilidade Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Causas de extinção da punibilidade Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. Exemplos: a extinção da punibilidade com relação ao crime de furto não se estende ao crime de receptação (note que poderá ser o furto pressuposto de uma futura receptação da coisa furtada);
Compartilhar