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Regionalismo Crítico: arquitetura moderna e identidade cultural Capítulo 5 - Kenneth Frampton Aluna: Gabriela Moura Cambraia Professor: Liszt Viana Neto Matéria: NHT 216 - História e Teoria da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo II Antes de se adentrar no texto, é importante se ter em mente um pouco sobre a universalização que o Frampton traz em alguns pontos para explicar o regionalismo crítico. Entende-se a universalização, como aquilo que está em todos os lugares, uma cultura industrializada e altamente replicável, que é exatamente do que o Regionalismo crítico vai tentar fugir em certa medida. Frampton traz um questionamento e um paradoxo de Paul Ricoer que vai citar uma das questões do Regionalismo Crítico: “ E o paradoxo é: como modernizar-se e retornar às fontes? Como despertar uma velha civilização adormecida e se integrar na civilização universal?" - Paul Ricoer (1965) Lendo o texto entende-se o Regionalismo crítico como um equilíbrio entre a modernização e as influências do passado. Um exemplo que Frampton traz é o da Igreja Bagsvaerd do dinamarquez Jorn Utzon, que vai trazer a junção do pré fabricado com o moldado in situ, que vai trazer o modernismo, mas sem deixar o “vernacular” e as especificidades do local de lado. O regionalismo crítico pretende identificar fenômenos regionais como a cultura, mitos, artesanato, clima e entre outros. Ao decorrer do texto Frampton vai trazer a questão de que é de extrema importância respeitar a topografia, os materiais da região, o artesanato, a luz no local de forma geral o tátil, porém sem deixar cair no sentimentalismo de excluir formas racionais, técnicas e modernas. O autor em questão, quando cita a questão da luz do local, traz um texto do Barragán que vai falar que os arquitetos esqueceram da necessidade que os humanos têm da meia-luz, na qual auxilia na concentração e na tranquilidade do trabalho. Outro ponto interessante que abordado por Barragan no trecho exposto por Frampton é a questão que antes da industrialização e das máquinas, a natureza e a humanidade viviam em uma harmonia de forma que co-habitavam, atualmente a uma distância, como diz Barragán “O homem não se encontra com a natureza, mesmo quando deixa a cidade para comungar com ela. (...) o homem é, dentro da natureza, um corpo estranho” - Barragán Outro tópico já citado, que Frampton traz, é a questão do terreno, como nesse pensamento o local, o terreno, vai ser importante para a concepção do projeto, desta forma trazendo a ideia de que cada desenho tem suas características particulares, assim se contrapondo a universalização, que tem uma repetitividade de técnicas em diversos terrenos. Ao final do capítulo Frampton resume o Regionalismo Crítico em 7 características, nas quais são: 1) Prática de certa forma marginal, apesar das críticas com a modernização, recusando deixar os aspectos emancipatórios da arquitetura moderna. 2) A ênfase do local e não da construção, o entendimento dos limites físico e temporal da construção dependendo do território. 3) arquitetura como algo importante e “único” e não como algo em série e desordenado, comum na universalização. 4) O regionalismo é regional, pois traz aspectos específicos do local, como terreno, luz, clima entre outros. No texto Frampton diz “Tende a tratar todas as aberturas como zonas delicadas de transição com capacidade de reagir às condições específicas impostas pelo lugar, pelo clima e pela luz.” Assim entende-se que o regionalismo é contra a “civilização universal” pois ela tende a utilizar dos industrializados e não do “natural”, um exemplo disto é o ar condicionado. 5) O ambiente pode ser vivido de forma visual e também de forma tátil. De forma que pode-se sentir o vento, a iluminação, a textura dos materiais, que podem levar o corpo a reagir de formas diferentes de acordo com o ambiente. 6) Neste ponto o autor traz a ideia do vernacular de forma reinterpretada e vai contra a ideia da simulação sentimental do mesmo. Assim ressignificando o antigo com o novo. 7) O regionalismo vai estar mais presente, nos locais que conseguem fugir da forte ação da civilização universal. Referências: FRAMPTON, K. Regionalismo Crítico: arquitetura moderna e identidade cultural. Em: História Crítica da Arquitetura Moderna. [s.l: s.n.]. capítulo 5 CUTIERU, A. Reavaliando o regionalismo crítico: uma arquitetura do lugar. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/966570/reavaliando-o-regionalismo-critico-uma-arquite tura-do-lugar>. Acesso em: 31 ago. 2023. MOREIRA, S. O que é regionalismo crítico? Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/930579/o-que-e-regionalismo-critico>. Acesso em: 31 ago. 2023.