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Introdução ao momento linear Até agora, estudamos basicamente situações envolvendo apenas um corpo. Vimos várias ferramentas para analisar seu movimento e interações, como as equações da cinemática, leis de Newton e energia. Porém, muitas vezes nosso interesse é entender situações envolvendo mais de uma partícula. Para isso, precisaremos de uma nova ferramenta, que é o que vamos estudar nesta unidade Essa ferramenta é chamada de momento linear. Além disso, em algumas situações, a energia mecânica não é conservada. Durante uma colisão, por exemplo, parte da energia mecânica é transformada em outros tipos de energia, como térmica e sonora. Mesmo não havendo conservação da energia, veremos que é possível analisar a conservação do momento linear. Dessa forma, seremos capazes de entender e analisar uma variedade bem mais ampla de situações físicas. Momento linear na reta O momento linear é uma grandeza física vetorial, também chamado de quantidade de movimento ou de momentum, e que pode ser representada pelas letras Ԧ𝑝 ou Ԧ𝑞. O módulo do momento linear é dado pelo produto da massa pela velocidade de um objeto: 𝑝 = 𝑚𝑣 Unidade de momento linear: kg · m/s Devemos considerar o sinal do momento linear. Ex: Qual é a ordem de grandeza do momento linear de uma pessoa de 80 kg caminhando, em kg · m/s? a) 100 b) 101 c) 102 d) 103 e) 104 R: alternativa (c) Ex: Qual é a ordem de grandeza do momento linear de um carro de passeio se movendo na cidade, em kg · m/s? a) 102 b) 103 c) 104 d) 105 e) 106 R: alternativa (c) Ex: Quando o semáforo fica verde, uma motociclista parte do repouso e acelera a uma taxa constante de 3,0 m/s². Se a massa da motociclista com a moto é de 200 kg, qual é a intensidade do momento linear dela após 5,0 s? 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 𝑣 = 0 + 3,0 ⋅ 5,0 𝑣 = 15 m/s 𝑝 = 𝑚𝑣 𝑝 = 200 ⋅ 15 𝑝 = 3.000 kg ⋅ m/s Ex: Um projétil de massa 90 g é disparado com velocidade inicial de 400 m/s, formando um ângulo com a horizontal de 60°. Qual é o momento linear do projétil no ponto mais alto da trajetória? A velocidade no ponto mais alto da trajetória é igual à componente horizontal da velocidade inicial: 𝑣0𝑥 = 𝑣0 cos 𝜃 𝑣0𝑥 = 400 ⋅ cos 60° = 400 ⋅ 0,5 𝑣0𝑥 = 200 m/s 𝑝 = 𝑚𝑣 𝑝 = 0,090 ⋅ 200 𝑝 = 18,0 kg ⋅ m/s Ex: Um objeto de massa 𝑚 = 3,0 kg se move ao longo de um eixo 𝑥, no sentido negativo do eixo. Ele passa pelo ponto 𝑥 = 65,0 cm no instante 𝑡 = 4,7 s e pelo ponto 𝑥 = 55,0 cm no instante 𝑡 = 4,9 s. Determine o momento linear desse objeto, sabendo que ele se move com velocidade constante. 𝑣 = Δ𝑥 Δ𝑡 𝑣 = 0,55 − 0,65 4,9 − 4,7 = −0,10 0,2 = −0,5 m/s 𝑝 = 𝑚𝑣 = 3,0 ⋅ −0,5 𝑝 = −1,5 kg ⋅ m/s Momento linear no espaço A velocidade é um vetor, e por isso ela possui módulo, direção e sentido. O momento linear é dado pelo produto da massa pela velocidade. Como a massa é um escalar e a velocidade é um vetor, então o momento linear também é um vetor. Logo, o momento linear também possui módulo, direção e sentido, sendo que estes dois últimos são iguais ao da velocidade. Ex: Um pássaro bravo de 70 g é lançado por uma catapulta com velocidade de 100 m/s, formando um ângulo 𝜃 com a horizontal. Sabe-se que sen 𝜃 = 0,60 e cos 𝜃 = 0,80. Quais são as componentes horizontal e vertical do momento linear do pássaro no instante do lançamento? 𝑝0 = 𝑚𝑣0 = 0,070 ⋅ 100 = 7,0 kg ⋅ m/s 𝑝0𝑥 = 𝑝0 cos 𝜃 = 7,0 ⋅ 0,80 𝑝0𝑥 = 5,6 kg ⋅ m/s 𝑝0𝑦 = 𝑝0 sen 𝜃 = 7,0 ⋅ 0,60 𝑝0𝑦 = 4,2 kg ⋅ m/s Outra forma de fazer seria decompondo primeiro a velocidade: 𝑣0𝑥 = 𝑣0 cos 𝜃 = 100 ⋅ 0,80 = 80 m/s 𝑝0𝑥 = 𝑚𝑣0𝑥 = 0,070 ⋅ 80 = 5,6 kg ⋅ m/s Ex: A bola de cristal da bruxa gigante rola de uma mesa de 6,4 m de altura e cai em direção ao chão. A bola, que possui 9,0 kg, sai da mesa com velocidade inicial de 6,0 m/s. Qual será o vetor momento linear da bola de cristal quando ela tiver percorrido metade da altura na queda? Considere 𝑔 = 10 m/s2 e a resistência do ar desprezível. Impulso de uma força constante Quando uma força constante 𝐹 é aplicada sobre um corpo durante um intervalo de tempo Δ𝑡, dizemos que o impulso 𝐼 que atua nesse corpo é dado por 𝐼 = 𝐹Δ𝑡 Unidade de impulso: N ⋅ s ou kg ⋅ m/s Como a força é um vetor, então o impulso também é um vetor e podemos escrever Ԧ𝐼 = Ԧ𝐹Δ𝑡 No dia-a-dia, associamos a ideia de impulso a interações de curta duração, como, por exemplo, dar um chute numa bola. Porém, na física, o conceito de impulso também pode ser aplicado a interações com duração mais longa. Ex: Uma criança empurra um carrinho aplicando uma força constante de 20 N durante 5 segundos. Qual é o impulso aplicado sobre o carrinho? 𝐼 = 𝐹Δ𝑡 𝐼 = 20 ⋅ 5 𝐼 = 100 kg ⋅ m/s Ex: Um projétil sofre um impulso de 12 kg ⋅ m/s durante um intervalo de tempo de 80 ms. Qual é a força média que atuou sobre o projétil? 𝐼 = 𝐹Δ𝑡 𝐹 = 𝐼 Δ𝑡 𝐹 = 12 0,080 𝐹 = 150 N Impulso e momento linear Outra forma de definir o impulso é através do momento linear: 𝐼 = Δ𝑝 = 𝑝𝑓 − 𝑝𝑖 Ou seja, o impulso que atua sobre um corpo é responsável por provocar uma variação do momento linear desse corpo. Da mesma forma, para que o momento linear de um corpo varie, é necessário que atue um impulso sobre ele. Juntando as duas definições de impulso, temos que 𝐹Δ𝑡 = Δ𝑝 Ex: Uma criança chuta uma bola de 400 g massa, inicialmente parada, imprimindo-lhe uma velocidade de 54 km/h. Se o pé da criança fica em contato com a bola durante 500 ms, qual é a força média exercida pela criança sobre a bola? 𝐼 = 𝐹Δ𝑡 = Δ𝑝 𝐹 = Δ𝑝 Δ𝑡 Δ𝑝 = 𝑝𝑓 − 𝑝𝑖 = 𝑚𝑣𝑓 −𝑚𝑣𝑖 = 0,4 ⋅ 15 − 0 = 6,0 kg ⋅ m/s 𝐹 = 6,0 0,5 𝐹 = 12 N Podemos tirar algumas conclusões a partir da fórmula 𝐹Δ𝑡 = Δ𝑝: 1. Para o mesmo intervalo de tempo, quanto maior a força, maior será a variação do momento linear; 2. Para a mesma força, quanto maior o intervalo de tempo em que ela é aplicada, maior será a variação do momento linear; 3. Para a mesma variação do momento linear, quanto maior o intervalo de tempo da interação, menor será o valor da força atuante. Ex: Uma pedra de 80 g é solta de uma altura de 1,8 m. Ao bater no solo, ela para imediatamente. Qual é o impulso que o chão faz sobre a pedra? Considere 𝑔 = 10 m/s2. 𝑣 = 2𝑔𝑑 = 2 ⋅ 10 ⋅ 1,8 = 6,0 m/s Vamos adotar um eixo vertical como positivo para cima. Imediatamente antes da colisão, temos 𝑝𝑖 = 𝑚𝑣𝑖 = 0,080 ⋅ −6,0 = −0,48 kg ⋅ m/s 𝑝𝑓 = 0 𝐼 = 𝑝𝑓 − 𝑝𝑖 = 0 − −0,48 𝐼 = 0,48 N ⋅ s Ex: Uma “bolinha maluca” de 80 g é solta a partir do repouso de uma altura de 1,80 m. Após bater no solo pela primeira vez, ela sobe até uma altura de 1,25 m. Qual é o impulso que o chão realiza sobre a bolinha na primeira colisão? Considere 𝑔 = 10 m/s2. A velocidade da bolinha imediatamente antes do impacto com o chão é 𝑣𝑖 = 2𝑎𝑑 = 2 ⋅ 10 ⋅ 1,80 = 6,0 m/s Imediatamente após o impacto, a velocidade da bolinha é 𝑣𝑓 = 2 ⋅ 10 ⋅ 1,25 = 5,0 m/s Considerando um eixo positivo para cima: 𝐼 = Δ𝑝 = 𝑝𝑓 − 𝑝𝑖 = 𝑚 𝑣𝑓 − 𝑣𝑖 = 0,080 ⋅ +5,0 − −6,0 𝐼 = 0,88 N ⋅ s Demonstração da equação do impulso Definimos o impulso inicialmente como o produto de uma força constante pelo tempo em que ela é aplicada 𝐼 = 𝐹Δ𝑡 Da segunda lei de Newton, temos 𝐹 = 𝑚𝑎, ou seja: 𝐼 = 𝑚𝑎 ⋅ Δ𝑡 A aceleração é definida como 𝑎 = Δ𝑣 Δ𝑡 , portanto 𝐼 = 𝑚 Δ𝑣 Δ𝑡 ⋅ Δ𝑡 Cancelando os termos Δ𝑡, ficamos com 𝐼 = 𝑚Δ𝑣 que pode ser reescrito como 𝐼 = 𝑚 𝑣𝑓 − 𝑣𝑖 = 𝑚𝑣𝑓 −𝑚𝑣𝑖 ou seja, 𝐼 = 𝑝𝑓 − 𝑝𝑖 e, dessa forma, 𝐼 = Δ𝑝 Segunda lei de Newton e momento linear A segunda lei de Newton estabelece que 𝐹 = 𝑚𝑎 Se a aceleração for constante e apenas em um eixo, então 𝑎 = Δ𝑣 Δ𝑡 e 𝐹 = 𝑚 Δ𝑣 Δ𝑡 que pode ser reescrita como 𝐹 = Δ 𝑚𝑣 Δ𝑡 O termo entre parêntesis corresponde ao momento linear. Portanto, a segunda lei de Newton podeser expressa como 𝐹 = Δ𝑝 Δ𝑡 Ou seja, a força resultante que atua sobre um corpo faz com que ele sofra uma variação do momento linear em função do tempo. Em outras palavras, a taxa de variação do momento linear de uma partícula no tempo é igual à força resultante aplicada sobre ela. Esse raciocínio pode ser generalizado para as três dimensões de um eixo coordenado. Assim, temos que Ԧ𝐹 = Δ Ԧ𝑝 Δ𝑡 ou seja, o vetor força que atua sobre um corpo é igual à taxa de variação do seu vetor momento linear. Momento linear de um sistema Quando temos um sistema (ou seja, um conjunto de corpos), o momento linear total do sistema é a soma vetorial dos momentos lineares de cada objeto: 𝑃 = Ԧ𝑝1 + Ԧ𝑝2 + Ԧ𝑝3 + … + Ԧ𝑝𝑁 Ex: Dois objetos, um de massa 𝑚1 = 2,5 kg e outro de massa 𝑚2 = 4,0 kg, se movem ambos no sentido positivo de um eixo 𝑥, com velocidades constantes de 𝑣1 = 2,0 m/s e 𝑣2 = 3,0 m/s, respectivamente. Qual é o módulo, direção e sentido do momento linear total do sistema? Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,5 kg se move com velocidade constante de 𝑣1 = 2,0 m/s no sentido positivo do eixo 𝑥, enquanto outro objeto de massa 𝑚2 = 4,0 kg se move com velocidade constante de 𝑣2 = 3,0 m/s no sentido negativo do mesmo eixo. Qual é o módulo, direção e sentido do momento linear total do sistema? Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,5 kg se move com velocidade constante de 𝑣1 = 2,0 m/s no sentido positivo do eixo 𝑥, enquanto outro objeto de massa 𝑚2 = 4,0 kg se move com velocidade constante de 𝑣2 = 3,0 m/s no sentido positivo eixo 𝑦. Qual é o módulo do momento linear total do sistema? Conservação do momento linear Forças externas são aquelas realizadas por agentes que estão fora do sistema. Forças internas são aquelas realizadas por agentes que estão dentro do sistema. Se a resultante das forças externas que atuam em um sistema for nula, então o momento linear total do sistema se conserva: 𝑃𝑖 = 𝑃𝑓 Este é o princípio de conservação do momento linear. Ex: Uma pessoa com patins está parada e em pé segurando um carrinho de supermercado. A pessoa dá um empurrão no carrinho, que adquire uma velocidade de 3,0 m/s. Sabendo que a massa da pessoa é de 50 kg e a massa do carrinho é de 10 kg, qual é a velocidade que a pessoa adquire após dar o empurrão? Desconsidere os atritos. Centro de massa Como você explicaria o funcionamento do passarinho equilibrista? Im agem : A m azo n O centro de massa é definido como o ponto que se move como se toda a massa do objeto estivesse concentrada nesse ponto e como se todas as forças estivessem aplicadas nesse ponto. Se jogarmos um bastão no ar, seu movimento é complexo pois ele se move e gira ao mesmo tempo. Porém, se analisarmos o movimento do seu centro de massa, sua trajetória é parabólica, como se fosse um objeto pontual. Muitas vezes, a simetria nos ajuda a identificar facilmente o centro de massa de um objeto. Por exemplo, o centro de massa de um bastão homogêneo está localizado no encontro de seus eixos principais. O objeto pode ter simetria em relação apenas a um dos eixos. O centro de massa pode estar em um ponto em que não haja nenhuma massa. O centro de massa de um anel, por exemplo, está no meio dele. Posição do centro de massa de dois corpos na reta Considere dois objetos pontuais posicionados ao longo de um eixo 𝑥. A posição do centro de massa 𝑥𝐶𝑀 desses dois corpos é dada pela média ponderada pelas massas das posições dos objetos. Portanto, 𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está na origem, enquanto outro objeto, de massa idêntica 𝑚2 = 2,0 kg, está em 𝑥2 = 1,0 m. Em que posição está o centro de massa do sistema? 𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 𝑥1 = 0m 𝑥𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ 0 + 2,0 ⋅ 1,0 2,0 + 2,0 = 2,0 4,0 𝑥𝐶𝑀 = 0,5 m Note que o centro de massa está exatamente no meio dos dois corpos, já que eles possuem massas iguais. Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está na origem, enquanto outro objeto, de massa 𝑚2 = 3,0 kg, está em 𝑥2 = 1,0 m. Em que posição está o centro de massa do sistema? 𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 𝑥1 = 0m 𝑥𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ 0 + 3,0 ⋅ 1,0 2,0 + 3,0 = 3,0 5,0 𝑥𝐶𝑀 = 0,6 m Observe que, neste caso, o centro de massa está mais próximo do objeto de massa maior. Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está em 𝑥1 = 1,2 m, enquanto outro objeto, de massa 𝑚2 = 3,0 kg, está em 𝑥2 = 2,2 m. Em que posição está o centro de massa do sistema? 𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 𝑥𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ 1,2 + 3,0 ⋅ 2,2 2,0 + 3,0 = 2,4 + 6,6 5,0 = 9,0 5,0 𝑥𝐶𝑀 = 1,8 m O centro de massa continua a uma distância de 0,6 m do corpo de massa 𝑚1. O sistema apenas foi transladado ao longo do eixo. Posição do centro de massa de vários corpos na reta Se tivermos três objetos posicionados ao longo do eixo 𝑥, a posição do centro de massa será dada por 𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 +𝑚3𝑥3 𝑚1 +𝑚2 +𝑚3 Da mesma forma, para 𝑁 corpos, temos 𝑥𝐶𝑀 = σ𝑖=1 𝑁 𝑚𝑖𝑥𝑖 σ𝑖=1 𝑁 𝑚𝑖 = 1 𝑀 𝑖=1 𝑁 𝑚𝑖𝑥𝑖 em que 𝑀 = σ𝑖=1 𝑁 𝑚𝑖 é a soma de todas as massa. Ex: Considere três corpos e suas respectivas localizações: 𝑚1 = 1,0 kg em 𝑥1 = 0,5 m; 𝑚2 = 0,8 kg em 𝑥2 = 1,4 m; e 𝑚3 = 2,5 kg em 𝑥3 = 2,0 m. Qual é a posição do centro de massa do sistema? Posição do centro de massa de dois corpos no espaço Considere dois corpos posicionados no espaço, de forma que cada um deles possui coordenadas 𝑥, 𝑦, 𝑧 . As coordenadas do centro de massa podem ser calculadas de forma análoga ao que foi feito no eixo 𝑥, ou seja: 𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 𝑦𝐶𝑀 = 𝑚1𝑦1 +𝑚2𝑦2 𝑚1 +𝑚2 𝑧𝐶𝑀 = 𝑚1𝑧1 +𝑚2𝑧2 𝑚1 +𝑚2 Velocidade do centro de massa Quando calculamos a posição do centro de massa de dois objetos, assumimos implicitamente que eles permaneciam parados. Entretanto, pode ser que um ou os dois deles estejam em movimento. Nesse caso, o centro de massa também vai ser mover. A velocidade do centro de massa é dada por 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1𝑣1 +𝑚2𝑣2 𝑚1 +𝑚2 Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está parado na origem, enquanto um outro objeto, de massa idêntica 𝑚2 = 2,0 kg, se move a partir do ponto 𝑥2 = 1,0 m com velocidade constante de 3,0 m/s no sentido positivo do eixo. a) No instante 𝑡 = 0, qual é a posição do centro de massa do sistema? 𝑥𝐶𝑀 𝑡 = 0 = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 = 2,0 ⋅ 0 + 2,0 ⋅ 1,0 2,0 + 2,0 = 2,0 4,0 = 0,5 m b) Em 𝑡 = 1 s, qual é a posição do centro de massa do conjunto? 𝑥𝐶𝑀 𝑡 = 1 s = 𝑚1𝑥1 +𝑚2𝑥2 𝑚1 +𝑚2 = 2,0 ⋅ 0 + 2,0 ⋅ 4,0 2,0 + 2,0 = 8,0 4,0 = 2,0 m c) Qual foi a velocidade com que o centro de massa se moveu? 𝑣𝐶𝑀 = 𝑥𝐶𝑀 𝑡 = 1 s − 𝑥𝐶𝑀 𝑡 = 0 Δ𝑡 = 2,0 − 0,5 1,0 − 0 = 1,5 m/s Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está parado na origem, enquanto um outro objeto, de massa idêntica 𝑚2 = 2,0 kg, se move a partir do ponto 𝑥2 = 1,0 m com velocidade constante de 3,0 m/s no sentido positivo do eixo. Qual é a velocidade do centro de massa do sistema? 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1𝑣1 +𝑚2𝑣2 𝑚1 +𝑚2 𝑣1 = 0 𝑣𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ 0 + 2,0 ⋅ 3,0 2,0 + 2,0 = 6,0 4,0 𝑣𝐶𝑀 = 1,5 m/s Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está inicialmente na origem, enquanto um outro objeto, de massa idêntica 𝑚2 = 2,0 kg, está inicialmente em 𝑥2 = 1,0 m. Os dois corpos se movem com velocidade constante de 3,0 m/s no sentido positivo do eixo. Qual é a velocidade do centro de massa do sistema? 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1𝑣1 +𝑚2𝑣2 𝑚1 +𝑚2 𝑣𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ 3,0 + 2,0 ⋅ 3,0 2,0 + 2,0 = 12,0 4,0 𝑣𝐶𝑀 = 3,0 m/s Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está inicialmente na origem e se move com velocidade de 3,0 m/s no sentido positivo do eixo, enquanto um outro objeto, de massa idêntica 𝑚2 = 2,0 kg, está inicialmente em 𝑥2 = 1,0 m e se move com velocidade de 3,0 m/s no sentido negativo do eixo. Qual é a velocidade do centro de massa do sistema? 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1𝑣1 +𝑚2𝑣2 𝑚1 +𝑚2 𝑣𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ +3,0+ 2,0 ⋅ −3,0 2,0 + 2,0 = +6,0 − 6,0 4,0 = 0 4,0 𝑣𝐶𝑀 = 0m/s Ex: Um objeto de massa 𝑚1 = 2,0 kg está inicialmente na origem e se move com velocidade de 3,0 m/s no sentido negativo do eixo, enquanto um outro objeto, de massa idêntica 𝑚2 = 2,0 kg, está inicialmente em 𝑥2 = 1,0 m e se move com velocidade de 3,0 m/s no sentido positivo do eixo. Qual é a velocidade do centro de massa do sistema? 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1𝑣1 +𝑚2𝑣2 𝑚1 +𝑚2 𝑣𝐶𝑀 = 2,0 ⋅ −3,0 + 2,0 ⋅ +3,0 2,0 + 2,0 = −6,0 + 6,0 4,0 = 0 4,0 𝑣𝐶𝑀 = 0 m/s Demonstração da equação da velocidade do centro de massa A velocidade é a variação da posição no tempo, e isso se aplica também para o centro de massa. Assim, se a velocidade é constante, temos 𝑣𝐶𝑀 = Δ𝑥𝐶𝑀 Δ𝑡 A variação da posição do centro de massa é Δ𝑥𝐶𝑀 = 𝑥𝐶𝑀,𝑓 − 𝑥𝐶𝑀,𝑖 Logo, Δ𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1,𝑓 +𝑚2𝑥2,𝑓 𝑚1 +𝑚2 − 𝑚1𝑥1,𝑖 +𝑚2𝑥2,𝑖 𝑚1 +𝑚2 Ou seja, Δ𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1𝑥1,𝑓 −𝑚1𝑥1,𝑖 +𝑚2𝑥2,𝑓 −𝑚2𝑥2,𝑖 𝑚1 +𝑚2 que é igual a Δ𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1 𝑥1,𝑓 − 𝑥1,𝑖 +𝑚2 𝑥2,𝑓 − 𝑥2,𝑖 𝑚1 +𝑚2 Portanto Δ𝑥𝐶𝑀 = 𝑚1Δ𝑥1 +𝑚2Δ𝑥2 𝑚1 +𝑚2 Dividindo os dois lados da equação pelo tempo, temos: Δ𝑥𝐶𝑀 Δ𝑡 = 𝑚1Δ𝑥1+𝑚2Δ𝑥2 𝑚1+𝑚2 Δ𝑡 Reorganizando os termos, 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1 Δ𝑥1 Δ𝑡 +𝑚2 Δ𝑥2 Δ𝑡 𝑚1+𝑚2 Portanto, a velocidade do centro de massa é 𝑣𝐶𝑀 = 𝑚1𝑣1 +𝑚2𝑣2 𝑚1 +𝑚2 Podemos generalizar para três ou mais corpos: 𝑣𝐶𝑀 = σ𝑖=1 𝑁 𝑚𝑖𝑣𝑖 σ𝑖=1 𝑁 𝑚𝑖 Caso a velocidade do centro de massa não seja constante, podemos fazer o limite quando Δ𝑡 → 0 e transformar a razão Δ𝑥 Δ𝑡 em uma derivada, de forma que 𝑣𝐶𝑀 = 𝑑𝑥𝐶𝑀 𝑑𝑡 = 𝑚1 𝑑𝑥1 𝑑𝑡 +𝑚2 𝑑𝑥2 𝑑𝑡 𝑚1+𝑚2 = 𝑚1𝑣1+𝑚2𝑣2 𝑚1+𝑚2 Aceleração do centro de massa Assim como no caso da posição e da velocidade, podemos determinar a aceleração do centro de massa de um sistema. A aceleração do centro de massa também é obtida como a média ponderada pelas massas das acelerações de cada objeto. Para dois corpos, temos 𝑎𝐶𝑀 = 𝑚1𝑎1 +𝑚2𝑎2 𝑚1 +𝑚2 Introdução ao momento linear Slide 1 Slide 2 Slide 3 Momento linear na reta Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Momento linear no espaço Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Impulso de uma força constante Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Impulso e momento linear Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Demonstração da equação do impulso Slide 26 Slide 27 Slide 28 Segunda lei de Newton e momento linear Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Momento linear de um sistema Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Conservação do momento linear Slide 38 Slide 39 Slide 40 Centro de massa Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Posição do centro de massa de dois corpos na reta Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Posição do centro de massa de vários corpos na reta Slide 50 Slide 51 Slide 52 Posição do centro de massa de dois corpos no espaço Slide 53 Slide 54 Velocidade do centro de massa Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Demonstração da equação da velocidade do centro de massa Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Aceleração do centro de massa Slide 67 Slide 68
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