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ÍNDICE
PARA COMEÇAR 01
TENDÊNCIAS CRÍTICAS 02
KARL MARX 02
ANTONIO GRAMSCI 03
PAULO FREIRE 05
GEORGES SNYDERS 06
HENRY GIROUX 07
TENDÊNCIAS CRÍTICO – REPRODUTIVISTAS 09
LOUIS ALTHUSSER 09
CHRISTIAN BAUDELOT E ROGER ESTABLET 10
PIERRE BOURDIEU E JEAN CLAUDE PASSERON 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS 13
REFERÊNCIAS
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PARA COMEÇAR
No Caderno Autores Parte I, nós analisamos autores não-críticos, desde o século XVI
até o século XX.
Agora, analisaremos alguns autores críticos que sempre aparecem nas provas de
concursos de Carreiras Educacionais.
O autor Dermeval Saviani tem como matriz filosófica o marxismo, e classificou
teorias pedagógicas a partir de sua análise histórica centrada em uma perspectiva marxista.
Ele classificou as teorias pedagógicas em não-críticas, crítico-reprodutivistas e críticas. Sua
análise se constrói a partir da questão da marginalidade em relação à educação. Deste
modo, a perspectiva de Saviani olha para os indivíduos que se situam na marginalização da
sociedade e na problemática que envolve sua inserção na escola para construção de uma
escola democrática. Observe abaixo como ficou a classificação das Teorias Pedagógicas de
Saviani:
NÃO CRÍTICAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS CRÍTICAS
Tradicional Violência Simbólica Libertadora
Escola Nova Aparelho Ideológico do Estado Libertária
Tecnicista Dualista Crítico Social dos Conteúdos
É muito importante que você conheça a obra de Saviani, bem como sua classificação
no que diz respeito às teorias pedagógicas, visto que é recorrente nas bancas de concursos.
Além disso, também se torna fundamental que você saiba quem são os principais autores
que fundamentaram tais teorias, e para isso este material foi criado, ou seja, foi elaborado
para apresentar os principais autores no que tange às perspectivas críticas da educação
(críticas e crítico-reprodutivistas).
Neste módulo você vai aprender um pouco mais sobre os autores que
instrumentalizaram e tornaram possíveis as teorias crítico-reprodutivistas e as teorias
críticas, para que assim você consiga construir uma base de entendimento do pensamento
que fundamenta as tendências pedagógicas e consiga avançar nos seus estudos.
Este material está centrando em no estudo dos seguintes autores: Marx, Gramsci,
Paulo Freire, Georges Snyders, Louis Althusser, Pierre Bourdieu, Baudelot e Establet, Henry
Giroux. Os tópicos que você vai estudar neste manual foram elaborados a partir da
contribuição de pesquisadores que se dedicaram em compreender o pensamento dos
principais autores críticos e críticos-reprodutivistas, bem como de estudos de questões mais
recorrentes nas bancas de concursos. Assim, nossa base é o conteúdo que instrumentaliza a
prática do educador e que o capacita para ingressar nos mais diversos cargos da área da
educação.
Você está recebendo uma importante ferramenta de estudos, que vai te ajudar a
aperfeiçoar o processo de preparação para as provas, contudo, ainda assim é muito
importante que você busque cada vez mais se aprofundar no tema, complementando sua
preparação com outros materiais, aulas e resolução de exercícios.
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TENDÊNCIAS CRÍTICAS
No que diz respeito à questão da marginalidade, Saviani (2012) divide as teorias
pedagógicas em dois grupos, observe o trecho abaixo:
“Grosso modo, podemos dizer que, no que diz respeito à questão da marginalidade, as
teorias educacionais podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, temos aquelas teorias
que entendem ser a educação um instrumento de equalização social, portanto, de superação da
marginalidade. No segundo, estão as teorias que entendem ser a educação, um instrumento de
discriminação social, logo, um fator de marginalização.” (SAVIANI, 2012, p.13)
O primeiro grupo se refere ao conjunto de teorias não críticas e o segundo ao de
crítico-reprodutivistas. Essas teorias possuem uma matriz filosófica marxista, portanto para
compreendê-las é muito importante ter conhecimento acerca da ciência de Karl Marx, bem
como dos principais pensadores de tendência marxista. Para iniciarmos este estudo, vamos
começar conhecendo os autores que contribuem com as tendências críticas da educação, deste
modo, vejamos um resumo sobre Karl Marx, Gramsci, Paulo Freire, Georges Snyders e Henry
Giroux.
KARL MARX
Biografia: Karl Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trevelis, Alemanha. Ele ingressou na
Universidade de Bonn e mais tarde mudou-se para Berlim para estudar direito. Ele deixou o
curso e se dedicou ao estudo de filosofia na mesma faculdade. Lá, ele discutirá com os jovens
hegelianos que defendem o estabelecimento de um Estado forte e eficiente como Hegel.
Entretanto, Marx acreditava que das duas classes sociais que surgiram no século XIX, nas teorias
marxistas gerais, alguns conceitos chamam a atenção por causa de sua ampla importância no
próprio sistema marxista, eles são:
Análise geral: Na análise de Marx em relação à infraestrutura e superestrutura do sistema
capitalista, sobre a infraestrutura e a superestrutura ela traz uma metáfora em relação a um
prédio, afirmando que a infraestrutura é a base deste prédio, ou seja as condições econômicas,
e a superestrutura que são as ideias são sustentadas pela base deste prédio.
Infraestrutura: Com base na economia e sua posição central no campo da produção, este é o
eixo principal do materialismo histórico. A infraestrutura envolve a divisão do trabalho,
produção e suas relações, compras, comércio, etc.
Superestrutura: é um conjunto de sistemas e normas que mantêm a ideologia social e a lógica
de exploração em operação. Os elementos da superestrutura são o Estado, a lei, a religião e a
cultura.
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Mais-valia: é a diferença entre o preço das matérias-primas e o preço da produção e do trabalho
da mercadoria e o custo dos meios de produção da mesma mercadoria.
Alienação: há uma separação clara entre os trabalhadores e os resultados do trabalho. A mais-
valia que beneficia o artesão no processo de manufatura e a mais-valia que beneficia o artesão
no processo de produção capitalista dão aos trabalhadores a capacidade de se reconhecerem
em seu próprio trabalho.
Burguesia: a classe que possui os meios de produção.
O proletariado: é a classe operária. Apenas dispõe de sua força de trabalho, e a troca pelo
salário oferecido pelo burguês.
Valor de troca: O valor do trabalho acaba sendo apropriado por um algorítimo, sendo atribuído
seu valor na sociedade e sobrevivência a partir de um salário, do qual é expropriado pela mais
valia.
Valor de uso: O valor do trabalho é atribuído por sua função social, no valor em que ele exerce
dentro da sociedade, no reconhecimento que ele tem e em sua importância social.
ANTONIO GRAMSCI
Biografia: Antonio Francesco Gramsci (Ales, 22 de janeiro de 1891 —Roma, 27 de abril de 1937)
era um filósofo, crítico literário, historiador e político italiano. Escreveu sobre teoria política,
sociologia, antropologia, história e linguística, cujas áreas ele buscou relacionar para entender a
cultura do capitalismo. Fundou e se engajou no Partido Comunista da Itália, depois foi preso
pelo regime fascista de Benito Mussolini, cujo espaço acabou degradando suas condições de
saúde. Todavia, uma das suas maiores obras, que criou discípulos foi o seu cadernos do cárcere,
sendo esta obra a qual ele desenvolveu sua maior obra.
Análise geral: Gramsci filósofo italiano cultiva o método científico marxista de pesquisa, o
materialismo histórico dialético no campo da cultura, compreendendo que a superestrutura
influencia em todo o interior social, tendo a cultura como objeto de estudo,definindo que este
campo está relacionado na:
Ideologia: Gramsci utiliza das definições de Marx, o qual acredita que as “as ideologias são reais
tanto quanto influenciam na sociedade. Mas Gramsci vai mais a fundo, ele procura distinguir as
ideologias e legitimar este termo como uma base da organização do povo.
Ideologias que ele critica, principalmente a burguesa, que define como imparcial, individualista
e racional, definindo que a burguesia nega as contradições, diferente da marxista que não nega
as contradições não define uma verdade estática e analisa as contradições, sendo sobretudo
parcial.
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Gramsci contraria a definição de outros autores, e principalmente de Marx que é os meios de
produção que condicionam a sociedade, mas ele vai definir que a ideologia também condiciona
a sociedade, a ideologia é material, pois “a luta pele hegemonia é a luta das ideologias: não se
trata de uma pura “batalha das ideias”, estas ideias têm uma “estrutura material” (FROSINI,
2016, p.787). Portanto, a superestrutura e a infraestrutura se colocam em uma relação
horizontal.
Educação: Gramsci reafirma como Marx em suas obras de educação e ensino como objeto de
disputa, e acima de tudo burguês, evidenciando a intenção de formar habilidades e separar o
método de educação em classes, sendo também uma educação pautada nos moldes
iluministas. Mas, Gramsci se aprofunda nas críticas da escola burguesa, evidenciando por trás
dela, a ideologia burguesia, mas sobretudo a sua vertente idealista, do qual o indivíduo é um
mero reprodutor de noções abstratas diante de um método de individualização da criança
revestido da ideia de autonomia, cuja crença se tem que toda criança é autodidata. No caso da
educação separada por classes, Gramsci revela que o Estado utiliza a Igreja para educar os mais
pobres na escolas sob a sua ferramenta moral e intelectual, e universidade se torna um espaço
laico para educar as elites.
Hegemonia: Consiste em ser um domínio de uma classe dirigente sob as classes adversárias, de
modo que o território se situa na sociedade civil, aglutinando este domínio na estrutura da
sociedade (modos de produção), nas forças políticas, nas forças militares, na imprensa, na
unidade intelectual e moral. Dessa forma é um corolário de elementos do poder da sociedade
civil que são universalizados em prol da hegemonia.
Escola: A escola é uma agência educativa que forma o ser social, que é a criança. Para Gramsci,
a escola deve ser um espaço de formação para toda a humanidade. Especificamente para ele, a
escola estabelecerá relações entre o trabalho intelectual e o trabalho industrial consolidando
uma formação em toda a vida social (FROSINI, 2016, p.488). Vale ressaltar, que nesta escola ela
deve legitimar a cultura proletária, não silenciando a identidade do trabalhador, de modo que
desenvolva o ser humano integralmente.
No entanto, a escola foi apropriada pela burguesia aristocrata, a qual legitimou uma concepção
dicotômica entre teoria e prática. Gramsci critica a divisão entre a escola clássica (universidades
para as elites) e as escolas profissionais a qual se destinava aos trabalhadores, pois ela
predeterminava o futuro do indivíduo, permanecendo as diferenças sociais. Portanto, Gramsci
rejeita as duas formas educativas: a clássica e a profissionalizante, sendo extremamente
abstratas e fora da realidade humana.
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PAULO FREIRE
Biografia: Paulo Freire (1921-1997) foi educador no Brasil, criador de métodos inovadores de
ensino de cultura e alfabetização para adultos. Seu método foi levado a vários países. Paulo
Freire abriu uma escola secundária no Colégio 14 de julho, no centro de Recife. Em 1947, foi
nomeado chefe do Departamento de Educação e Cultura do Ministério da Indústria e Serviços
Sociais. Em 1955, ele e outros educadores fundaram a Academia Capibaribe no Recife, uma
escola inovadora que atraía muitos intelectuais na época, e essa atividade continua até hoje.
Pedagogia do Oprimido: Livro publicado por Paulo Freire em 1968, é uma das obras
educacionais mais importantes do mundo, baseado em sua experiência como educador durante
seus anos no Chile. A obra Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa foi
o último trabalho publicado na vida de Paulo Freire. Ao longo do livro, o educador resume as
questões que o inspiraram ao longo de sua vida e discute os principais aspectos da educação.
Por exemplo, ensinar não é apenas disseminar conhecimento.
Paulo Freire preocupado com o grande número de adultos analfabetos nas áreas rurais dos
estados nordestinos e, portanto, muitos excluídos, Paulo Freire desenvolveu um método de
alfabetização. Suas sugestões de ensino são baseadas na vida diária dos alunos e no vocabulário
da vida real: as palavras são discutidas e colocadas no ambiente social pessoal. Por exemplo: os
agricultores aprenderam palavras, bengalas, cabeças, terras, colheitas, etc. Oriente os alunos a
pensar sobre as questões sociais relacionadas ao seu trabalho. Com base nessas palavras
básicas, novos termos foram descobertos e o vocabulário foi expandido.
Ensino Horizontal: Sobre o ensino horizontal, consiste em relacionamentos horizontais entre as
pessoas, em vez de relacionamentos verticais. Na concepção de Paulo Freire, o diálogo é uma
relação, e sua relação é a expressão da prática individual ou social, e o respeito mútuo entre os
sujeitos participantes. No pensamento de Paulo Freire, ele dizia: “Ninguém educa ninguém.
Ninguém educa sozinho. No mundo em mudança, as pessoas educam juntas” (TORRES, 1979,
p.76). Portanto, o conhecimento de todos é valorizado, e acima de tudo a realidade proporciona
a mediação da aprendizagem.
O ressaltar da cultural local: A partir da experiência de Paulo Freire e de sua equipe pioneira no
Nordeste, todo trabalho de alfabetização começa com uma investigação conjunta da cultura pop
mundial. Em seguida, a própria aula se transforma em um círculo cultural, onde o trabalho
docente visa a obtenção de um espaço de diálogo inusitado e inovador. Ali iniciou-se e
continuou-se o próprio ensino da leitura do vocabulário português, e foi realizada uma reflexão
coletiva com base nas questões teóricas culturais e nos elementos culturais locais de cada grupo
de alunos. Não apenas aprendendo um idioma, como o programa tradicional de alfabetização
de adultos, mas antes de aprender a "ler seu próprio mundo através de sua própria cultura",
comunique-se conscientemente com outras pessoas.
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A Libertação da opressão: Quanto as relações de opressão e oprimido, a consciência do
oprimido está imersa no mundo preparado pelo opressor. Portanto, há uma dualidade em
relação à consciência do oprimido: por um lado, a persistência do opressor, essa adaptação à
consciência do governante (seus valores, sua ideologia, seus interesses e medo da liberdade), E
por outro são desejos e necessidades livres. Portanto, deve haver uma luta interna entre os
oprimidos, e o indivíduo deve deixar de ser um indivíduo e se tornar uma luta coletiva. Quando
Freire fala em pedagogia, não está falando apenas da relação que se estabelece entre escola e
sala de aula. Seu método de ensino está relacionado ao que temos apontado é a opressão de
toda a sociedade e a falta de democracia. Toda educação é política, assim como toda política é
educacional. Não há neutralidade. Portanto, sua abordagem dialógica e problemática não é
apenas um método ou uma teoria de ensino, mas também uma prática que sugere se livrar da
opressão que impera em nossa sociedade.
Disciplina da autonomia: Para Paulo Freire, na relação entre educadores e alunos, entre
autoridade e liberdade, e entre pais,mães, filhos e filhas, é imprescindível que o ser humano
seja autônomo na aprendizagem. Paulo Freire não aceitou escola, cada escola eliminou a
possibilidade de se tornar uma disciplina e levou à internalização e ao reaparecimento da
relação de governo na sociedade. A escola deve promover a ética para alunos e educadores e
estar em pé de igualdade com a integração social da sociedade sob a proteção de direitos.
Educação Bancária: Paulo Freire faz uma crítica a educação tradicional burguesa definindo-a
como educação bancária, pelo fato deste método acreditar que o aluno acumula conteúdos de
forma linear, como se fosse uma poupança de banco, método este que é um dos grande
responsáveis pela exclusão na sociedade. Por isso, ele define que a aprendizagem é formada por
ciclos e pela dialética.
GEORGES SNYDERS
Biografia: George Snyders nasceu em Paris em 1917, vindo a falecer em 2011. O autor teve sua
formação ligada à filosofia e sua vida profissional fortemente vinculada à área da educação. Foi
docente das Universidades de Nancy e Pairs, atuou também na resistência francesa na II Guerra.
Snyders viveu a experiência de ser preso em 1944 pela condição de judeu e para o pensador a
situação de cárcere, fome e miséria o sensibilizaram para sempre, de modo que impactaram em
sua militância e posicionamento comunista.
Obras: As obras de Snyders dividem-se didaticamente em dois conjuntos. O primeiro deles se
refere a uma perspectiva crítica sobre as correntes da pedagogia tradicional e ao movimento
escolanovista, sendo este primeiro conjunto representado de maneira nuclear pelas obras
Pedagogia Progressista (1970), Escola e luta de classes (1976). Tais obras, de bases marxistas,
explicitam reflexões acerca do vínculo que se estabelece entre educação e sociedade, discussão
esta que colocava em pauta a educação de filhos de operários, na perspectiva da luta de classes.
O segundo grupo, por sua vez, representa-se pelas obras da década de 80 e 90, momento no
qual Snyders passa a reforçar aquilo que denominou alegria na escola, tendo como escritos
centrais Alegria na Escola (1988), A Escola Pode Ensinar as Alegrias da Música? (1997), Alunos
Felizes (1993) e Feliz na Universidade (1995). Aqui suas reflexões volta-se para a prática escolar,
e também para o papel da cultura, das artes, musica e literatura na educação.
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Alegria na Escola: Para o autor, a alegria é instrumento que faz parte da luta transformadora em
contexto escolar e na sociedade. Sabe-se que ao começar a trabalhar com mais atenção o
conceito de alegria na escola, o autor não deixa de lado sua crítica de matriz marxista, todavia
passa a se aprofundar nos temas de sua pedagogia progressista para além da discussão de
classes. A alegria na escola traz como pressuposto a tentativa de renovação dos conteúdos
culturais, para que a escola se torne também um espaço de renovação e satisfação cultural.
Assim, propõe uma pedagogia que almeja a alegria na escola, de forma que se possa contribuir
com um processo transformador do aluno. Para o autor esse conceito se materializa, na prática
escolar, por meio de livros literários, como romances e poemas, músicas e também biografias.
Propostas: Georges traz como objetivo a formação de sujeitos autônomos, por meio da
transformação dos conteúdos e de construir uma pedagogia marxista baseados em ambiente
favorável para o desenvolvimento de pessoas conscientes de sua inserção na sociedade e
instrumentalizados a este contexto de luta.
Além disso, o autor aponta para um modelo de formação que contempla a posse dos
conhecimentos historicamente acumulados pela sociedade.
Pedagogia Progressista: Trata-se de uma obra que constitui importante referência para as
teorias pedagógicas no Brasil, contribuindo com as obras de Dermeval Saviani e José Carlos
Libâneo.
HENRY GIROUX
Biografia: Henry A. Giroux é um educador norte americano que atua como docente na
Universidade Ryerson em Toronto no Canadá. Nasceu em Rhode Island, Estados Unidos em
1943.
Obras: Em 1982 o autor começou a publicar vários estudos pedagógicos, sendo considerado um
dos fundadores da Pedagogia Crítica na região norte-americana. Giroux posicionou-se como
uma figura teórica educacional radical no final dos anos 80. Em sua obra retomou proposições
teóricas de Dewey, Paulo Freire e de outros autores expandindo suas teorias. Um dos principais
conceitos desenvolvidos e trabalhados pelo educador é o do professor como intelectual público
e transformador, trazido em sua obra Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia
crítica da aprendizagem (1988).
O professor como intelectual público transformador: o educador aborda dois cenários
problemáticos que precisam ser considerados no sentido de melhorar a atividade docente:
1. Examinar as forças ideológicas e materiais que contribuem para a “proletarização do
trabalho docente; tendência de reduzir os professores ao status de técnicos especializados
dentro da burocracia escolar”; e
2. Defesa das escolas como instituições essenciais para o desenvolvimento de um democracia
crítica, bem como a “defesa dos professores como intelectuais transformadores que
combinam a reflexão e prática acadêmica a serviço da educação dos estudantes para que
sejam cidadãos reflexivos e ativos” (GIROUX, 1997, p. 158).
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Para Giroux, uma das maiores ameaças existentes para os docentes diz respeito ao predomínio
das “ideologias instrumentais” ou “racionalidade instrumental”, isto é, uma abordagem que
“organiza a vida escolar em torno de especialistas em currículo, instrução e avaliação, aos quais
se reserva a tarefa de concepção, ao passo que os professores são reduzidos à tarefa de
implementação” (GIROUX, 1997, p. 160).
Dentro desse contexto, uma forma de repensar e reestruturar a atividade docente é considerar
o professor como intelectual transformador.
A categoria de “intelectual” é útil, visto que “oferece uma base teórica para examinar-se a
atividade docente como forma de trabalho intelectual, em contraste com sua definição em
termos puramente instrumentais ou técnicos”; assim Giroux “esclarece os tipos de condições
ideológicas e práticas necessárias para que os professores funcionem como intelectuais” (1997,
p. 161).
Propostas: As propostas de Henry Giroux podem ser compreendidas como a aplicação de uma
perspectiva cosmopolita pós-colonial à noção norte-americana de educação cívica democrática.
O autor desenvolve uma ótica educacional centrada nos desafios que se apresentam no ínicio
do século XXI em decorrências das alterações demográficas e políticas do contexto. O autor
propõe uma postura crítica e de reação frente às forças que políticas que se contrapõesm à
educação, incentivando os docentes e acadêmicos a atuarem conscientemente neste cenário de
precarização do trabalho docente.
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TENDÊNCIAS CRÍTICO – REPRODUTIVISTAS
Como visto anteriormente, a teoria crítico-reprodutivista refere-se a um movimento
intelectual de tendência crítica de base marxista. Também teve seu desenvolvimento inicial em
contexto francês, ganhando espaço e ampliação nas décadas de 60 e 70. Suas contribuições se
evidenciam na explicitação da existência de uma estrutura socioeconômica que se utiliza do
espaço escolar como ambiente de reforço e perpetuação das desigualdades e dominação de
classes.
A crítica a estas teorias centra-se no fato de que seus pensadores limitaram-se ao
diagnóstico da realidade, sem contudo, propor alternativas de superação da mesma. Ainda
assim, sabe-se que tais pensadores contribuíram notoriamente tanto para pesquisas em torno
do fenômeno da massificação escolar, quanto para a desconstrução do mito que a garantia ao
acessoà escola garantiria o sucesso social dos indivíduos oriundos, sobretudo, dos meios
socioeconomicamente mais desfavorecidos. Vejamos alguns dos mais destacados autores que
contribuíram com as perspectivas crítico-reprodutivistas, entre eles Louis Althusser, Christian
Baudelot e Roger Establet, Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron.
LOUIS ALTHUSSER
Biografia: Louis Althusser nasceu em Bir Mourad Rais, Argélia, 16 de outubro de 1918, ele foi
uma filósofo do Marxismo Estrutural de origem Francesa nascido na Argélia. Morreu em 23 de
outubro de 1990.
Análise geral do autor: Althusser apropria do marxismo para aprofundar os estudos acerca da
construção ideológica da sociedade, e como ela se movimenta, mas estando a ideologia
articulada com a totalidade, ou seja, a análise total da sociedade do materialismo histórico
dialético, epistemologia fundada por Marx. Em sua pesquisa ele intercala o marxismo com a
psicanálise para compreender a ideologia sob uma visão e definição que a ideologia é moldada
pelos meios de produção, ela é imposta pela infraestrutura, estando em uma relação vertical à
superestrutura, sendo definido por outros autores como estruturalista, pois acredita que as
relações em sociedade estão submetidas às forças produtivas.
Reprodução da força de trabalho: Se passa fora da empresa, se dando a partir do salário, ou
seja, pelas condições materiais, objeto que é definido historicamente, condicionando toda a
realidade sociocultural de um indivíduo.
Aparelhos ideológicos do Estado: Althusser define que os aparelhos que controlam
ideologicamente uma sociedade são as empresas, igrejas, famílias, justiça, política, sindicatos,
meios de comunicação e a cultura.
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Ideologia: A ideologia consiste em ser a forma imaginária do indivíduo influenciada pela
existência material social, a ideologia é condicionada também pela infraestrutura, dessa forma a
ideologia evidencia as representações da realidade social e imaginária, de modo que crie uma
coesão social e as pessoas sigam na normalidade do poder capitalista. Além disso, ele define
que a ideologia evidencia um domínio de um sujeito sob o outro.
Aparelhos repressivos do Estado: É considerado o governo, a polícia, o exército, a
administração, os tribunais, as prisões, sendo instituições que agem pelo modo coercitivo para
moldar a ideologia e o domínio do indivíduo.
Estado: Mantém a reprodução da realidade do domínio da classe burguesa sobre a proletária.
CHRISTIAN BAUDELOT E ROGER ESTABLET
Biografia: Christian Baudelot e Roger Establet são pensadores da área da sociologia francesa.
Ambos desenvolveram uma concepção crítica da educação no que se refere à escola em
contexto capitalista.
Obras: O conjunto de estudos e pesquisas de Christian Baudelot e Roger Establet foram
intitulados de Teoria da Escola Dualista (1971), isso pois suas obras denunciam a divisão da
escola burguesa e a escola do proletariado. Centram suas explanações no entendimento de que
a escola está inserida em uma sociedade de classes, portanto não há como se pensar na
existência de uma escola única e homogênea, mas sim em uma educação que reproduz este
fenômeno de segregação da sociedade.
A cultura na escola: Para os autores a cultura que se transmite na escola não é única e se
espelha na sociedade que está inserida, isto é na sociedade que enraíza em um sistema de
divisão de classes, com isso vê-se uma cultura escolar antagônica, dividida, segregatória.
Propostas: Os autores explicitaram o entendimento de que o processo de educação escolar é
desigual, uma vez que está posto e organizado pela classe dominante, de modo que acaba por
reforçar e reproduzir desigualdades sociais. Apontam que a escola se materializa como
instituição que mais segrega pessoas e reforça um sistema social de luta de classes. Propõem,
portanto uma visão crítica da realidade escolar como cenário de reprodução de desigualdades.
PIERRE BOURDIEU E JEAN CLAUDE PASSERON
Biografia: Pierre Bourdieu (1930-2001) foi um filósofo, sociólogo e etnólogo de origem humilde
e campesina de Denguin, Purénées-Atlantiques. O pensador teve grande sucessor escolar,
ganhando bolsas e suporte para progredir em seus estudos. Exerceu atividades militares na
Argélia, foi assistente de filosofia na Faculdade de Letras também da Argélia e a partir destas
experiências dedicou-se ao estudo da sociologia. Obteve posto de docente titular de Sociologia
no Collège de France, cargo que atuou até o ano de 2001.
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Jean-Claude Passeron (1930-ainda vivo) é um sociólogo francês que nasceu em Nice– Sul da
França. O autor também possui formação filosófica pela École Normale Supérieure. Atuou como
diretor de Marseille do Centro de Estudos e de Pesquisa sobre a cultura, a comunicação, os
modos de vida e a socialização. Atualmente é diretor de estudos na École de Hautes Études en
Sciences Sociales, em Paris.
Obras: Ambos os autores publicaram em parceria o total de três obras:
1) Os herdeiros: Os estudantes e a cultura (1964);
2) A reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino (1970);
3) O ofício do Sociólogo - em conjunto com Jean-Claude Chamboredon (1983).
Nas duas primeiras obras: Os autores explicitaram de maneira quantitativa a linguagem e a
cultura universitária e seus efeitos econômicos e simbólicos no processo de escolha e de
conquista de um diploma.
Na terceira obra: Apresentaram uma leitura conceituada dos resultados obtidos nas
investigações anteriores. Aqui, explanaram sobre a ideia de que a escola produz ilusões pela
forma na qual se organiza. Apontando também que “a escola reproduz as desigualdades sociais
através de métodos e conteúdo de ensino que privilegiam implicitamente uma forma de cultura
própria das classes dominantes”. Para isto, concentraram seus estudos em torno de alguns
conceitos, os de Habitus, Capital Cultural e Violência Simbólica.
HABITUS: O habitus diz respeito ao princípio gerador de práticas que representam uma classe
de indivíduos, sendo formado pela incorporação de experiências trazidas pelos contextos
familiares. Ele existe e materializa-se no processo de socialização nas instancias de reprodução
de formas de ser e agir que vão se naturalizando na vida em sociedade. No processo de
naturalização de um habitus, acredita-se que suas práticas representam sua classe social ou
grupo de origem. Assim, ocorre portanto um processo de socialização distinto entre as classes,
de modo que existe uma tendência a certas capacidades de saber-fazer, saber-dizer e aprender.
No caso de estudantes de filhos de proletários, naturaliza-se o entendimento de que a cultura
escolar não os legitima, o que se acarreta em um processo de defesa da sua cultura de origem e
culminando na morte escolar dos indivíduos. Para aqueles que acabam escolhendo os estudos
superiores, eles escolheriam naturalmente os cursos menos valorizados e isso está diretamente
relacionado com o habitus de cada indivíduo e o campo da escola. Por isso, acaba-se criando
dois tipos de crenças:
1. O indivíduo acredita que não é bom para os estudos e acaba escolhendo cursos menos
valorizados dentro do quadro de estudos superiores;
2. A escola acredita que esse mesmo indivíduo não corresponde às normas que representam
um bom aluno e o orienta a escolher estudos menos valorizados e de curto tempo.
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Jean-Claude Passeron (1930-ainda vivo) é um sociólogo francês que nasceu em Nice– Sul da
França. O autor também possui formação filosófica pela École Normale Supérieure. Atuou como
diretor de Marseille do Centro de Estudos e de Pesquisa sobre a cultura, a comunicação, os
modos de vida e a socialização. Atualmente é diretor de estudos na Écolede Hautes Études en
Sciences Sociales, em Paris.
Obras: Ambos os autores publicaram em parceria o total de três obras:
1) Os herdeiros: Os estudantes e a cultura (1964);
2) A reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino (1970);
3) O ofício do Sociólogo - em conjunto com Jean-Claude Chamboredon (1983).
Nas duas primeiras obras: Os autores explicitaram de maneira quantitativa a linguagem e a
cultura universitária e seus efeitos econômicos e simbólicos no processo de escolha e de
conquista de um diploma.
Na terceira obra: Apresentaram uma leitura conceituada dos resultados obtidos nas
investigações anteriores. Aqui, explanaram sobre a ideia de que a escola produz ilusões pela
forma na qual se organiza. Apontando também que “a escola reproduz as desigualdades sociais
através de métodos e conteúdo de ensino que privilegiam implicitamente uma forma de cultura
própria das classes dominantes”. Para isto, concentraram seus estudos em torno de alguns
conceitos, os de Habitus, Capital Cultural e Violência Simbólica.
HABITUS: O habitus diz respeito ao princípio gerador de práticas que representam uma classe
de indivíduos, sendo formado pela incorporação de experiências trazidas pelos contextos
familiares. Ele existe e materializa-se no processo de socialização nas instancias de reprodução
de formas de ser e agir que vão se naturalizando na vida em sociedade. No processo de
naturalização de um habitus, acredita-se que suas práticas representam sua classe social ou
grupo de origem. Assim, ocorre portanto um processo de socialização distinto entre as classes,
de modo que existe uma tendência a certas capacidades de saber-fazer, saber-dizer e aprender.
No caso de estudantes de filhos de proletários, naturaliza-se o entendimento de que a cultura
escolar não os legitima, o que se acarreta em um processo de defesa da sua cultura de origem e
culminando na morte escolar dos indivíduos. Para aqueles que acabam escolhendo os estudos
superiores, eles escolheriam naturalmente os cursos menos valorizados e isso está diretamente
relacionado com o habitus de cada indivíduo e o campo da escola. Por isso, acaba-se criando
dois tipos de crenças:
1. O indivíduo acredita que não é bom para os estudos e acaba escolhendo cursos menos
valorizados dentro do quadro de estudos superiores;
2. A escola acredita que esse mesmo indivíduo não corresponde às normas que representam
um bom aluno e o orienta a escolher estudos menos valorizados e de curto tempo.
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CAPITAL CULTURAL: Os autores apontam que o mundo social na verdade não está totalmente
em constante movimento ou transformação, uma vez que mesmo que se possam mudar as
formas de organização dos espaços sociais que estruturam o mundo, ainda assim os
mecanismos de manutenção e reprodução de uma ideologia dominante continuam os mesmos.
Deste modo, a distribuição do capital cultural entre os distintos campos ainda é estagnada.
Nessa explanação apontam para o entendimento de que o capital cultural é o conjunto de
saberes-fazer, saberes-dizer, que distribuídos de forma desigual, dentro dos espaços sociais,
contribuem para a manutenção das desigualdades e para a classificação da posição social dos
indivíduos.
Nesta teoria, pessoas que vêm de classes distintas trazem, desde o nascimento, um capital
cultural.
VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: A violência simbólica é “todo tipo de poder que consegue se impor de
significados e os impor como legítimos, dissimulando as relações de forças que são o
fundamento de sua própria força” (BOURDIEU; PASSERON, 1970, p.18, tradução nossa). Os
autores afirmam que a ação pedagógica (AP) é uma violência simbólica, pois ela é a
representação do poder arbitrário do professor ou da escola e, nesse sentido, de um arbitrário
cultural burguês.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de toda esta contemplação e análise sobre a escola e a educação, nota-se a
importância de Edemerval Saviani para a educação brasileira, da qual evidência que ele funda
uma nova área científica acerca da educação, compreendendo a escola como objeto e reflexo da
estrutura sociedade, buscando de forma transversal a partir da epistemologia do materialismo
histórico dialético, o qual cultiva a totalidade.
É evidenciado a escola como objeto de disputa de poder, tanto quanto como reflexo
das intervenções do Estado, construindo um novo papel ao professor e ao espaço escolar, de um
pesquisador e indivíduo atuante diante de um trabalho de intensa prática social, e a escola um
local de investigação científica, de efervescência política e cultural. Além disso, a partir de todos
esses autores é possível revelar desromantização da escola como instituição responsável da
salvação da nação, compreendendo este discurso tanto quanto de outros elementos são
reflexos das ideologias e intencionalidades do Estado vigente.
Portanto, Saviani a partir das suas reflexões e engajamento quanto a defesa da escola
pública brasileira e a democracia, possibilita criar uma categoria social a identidade e a
emancipação dos professores.
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Referências
ALTHUSSER, L. Aparelhos Ideológicos de Estado. Rio de Janeiro. Edições Graal, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
GADOTTI, M. Paulo Freire: uma bibliografia. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire/Unesco 
1996.
KONDER, L. Marx vida e obra. São Paulo: Editora Paz e terra, 1999.
LIGUORI &VOZA (org.) Dicionário Gramsciano. In: FROSINI. Ideologia, Escola. São Paulo: 
Boitempo, 2016, p.488, 787.
MARX, K. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.
MARX, K. & ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Editora Cortez, 1998.
TORRES, C. A. A práxis educativa de Paulo Freire. São Paulo: Loyola, 1979.
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