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1@professorferretto @prof_ferretto Romantismo L0111 - (Fatec) Leia o fragmento da obra “Senhora”, de José de Alencar. Quando Seixas achava-se ainda sob o império desta nova contrariedade, apareceu na sala a Aurélia Camargo, que chegara naquele instante. Sua entrada foi como sempre um deslumbramento; todos os olhos voltaram-se para ela; pela numerosa e brilhante sociedade ali reunida passou o frêmito das fortes sensações. Parecia que o baile se ajoelhava para recebê-la com o fervor da adoração. Seixas afastou-se. Essa mulher humilhava-o. Desde a noite de sua chegada que sofrera a desagradável impressão. Refugiava-se na indiferença, esforçava-se por combater com o desdém a funesta influência, mas não o conseguia. A presença de Aurélia, sua esplêndida beleza, era uma obsessão que o oprimia. Quando, como agora, a �rava da vista fugindo-lhe, não podia arrancá-la da lembrança, nem escapar à admiração que ela causava e que o perseguia nos elogios proferidos a cada passo em torno de si. No Cassino, Seixas �vera um reduto onde abrigar-se dessa cruel fascinação. <h�p://�nyurl.com/ou5m65d> Acesso em: 17.09.2015. Adaptado. É correto afirmar que essa obra pertence ao a) Roman�smo, pois ela cri�ca os valores burgueses, exalta a natureza e a vida simples do campo, denunciando a corrupção e a hipocrisia na sociedade fluminense do século XX. b) Roman�smo, pois ela enaltece a fragilidade da mulher e exprime de forma con�da os sen�mentos das personagens, situando-as no contexto da sociedade paulista do século XX. c) Roman�smo, pois ela exalta a figura feminina, expõe, de maneira exacerbada, os sen�mentos das personagens, tendo como pano de fundo os costumes da sociedade fluminense do século XIX. d) Modernismo, pois ela idealiza a mulher e a juventude e trata da infelicidade dos amores não correspondidos, inserindo as personagens na sociedade fluminense do século XX. e) Modernismo, pois ela se opõe ao exagero na expressão dos sen�mentos e ao papel de submissão des�nado às mulheres, retratando o co�diano da sociedade paulista do século XX. L0105 - (Acafe) Relacione as colunas, considerando as especificidades e os diferentes aspectos apontados rela�vamente à poesia brasileira, e assinale a sequência correta. 1. O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: – “Meu cancioneiro É bem martelado.” 2.Enquanto pasta, alegre, o manso gado, Minha bela Marília, nos sentemos À sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos Na regular beleza, Que em tudo quanto vive nos descobre A sábia Natureza. 3.Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças... mas nuas, espantadas, Em ânsia e mágoa vãs. 2@professorferretto @prof_ferretto 4.Caminhando contra o vento sem lenço, sem documento no sol de quase dezembro eu vou. 5.Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã. 6.Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... (__)O tropicalismo, movimento libertário por excelência da década de 1960 no Brasil, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. (__)As principais caracterís�cas da poesia produzida por essa geração são: o individualismo, egocentrismo, o nega�vismo, a dúvida, a desilusão, o tédio e os sen�mentos relacionados à fuga da realidade, que caracterizam o chamado ultrarroman�smo. (__)Configura a disposição dos modernistas de provocar uma ruptura com a arte do passado. (__)O es�lo parnasiano no texto beira a perfeição. O belo é a poesia com sua correção métrica grama�cal, com versos decassílabos, modelo clássico de composição. O belo, o sublime e a natureza permeiam o poema. (__) Os poetas condoreiros defendiam a liberdade e denunciavam as desigualdades sociais. (__)Os poetas árcades veem a natureza em perfeito equilíbrio e harmonia. a) 5 - 3 - 2 - 4 - 6 - 1 b) 3 - 2 - 6 - 1 - 5 - 4 c) 2 - 5 - 3 - 6 - 1 - 4 d) 4 - 5 - 1 - 6 - 3 - 2 L0101 - (Enem) Leito de folhas verdes Brilha a lua no céu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mágico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! A flor que desabrocha ao romper d’alva Um só giro do sol, não mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me dê vida. DIAS, G. Antologia poé�ca. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento). Na perspec�va do Roman�smo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela a) reprodução de estereó�pos sociais e de gênero. b) presença de traços marcadores de nacionalidade. c) sublimação do desejo por meio da espiritualização. d) correlação feita entre estados emocionais e natureza. e) mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade. L0109 - (Unisc) Leia atentamente o trecho do poema Can�guinha, de Cecília Meireles, e analise as afirma�vas a seguir. (...) Veio vindo a ventania, – te juro – as águas mudam seu brilho, quando o tempo anda inseguro. Quando as águas escurecem, – te juro – todos os barcos se perdem, entre o passado e o futuro. São dois rios os meus olhos, – te juro – noite e dia correm, correm, mas não acho o que procuro. MEIRELES, Cecília. Obra Poé�ca. 2. ed. Rio de Janeiro: Jose Aguilar, 1967, p. 120. I. A exaltação da natureza, observada nos versos de Cecília Meireles, permite afirmar que sua obra pertence à primeira geração do Roman�smo brasileiro. II. Nos versos de Cecília Meireles, percebe-se o tom in�mista e a reflexão sobre a condição humana, que se dá a par�r da analogia entre o rio e as lágrimas do eu lírico. III. A singeleza da linguagem, verificada nos versos, configura uma das principais caracterís�cas da obra de Cecília Meireles. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II estão corretas. b) Somente as afirma�vas II e III estão corretas. c) Somente as afirma�vas I e III estão corretas. d) Nenhuma afirma�va está correta. e) Todas as afirma�vas estão corretas. L0110 - (Ueg) Leia o fragmento e observe a imagem para responder à questão. 3@professorferretto @prof_ferretto É ela! é ela! – murmurei tremendo, e o eco ao longe murmurou – é ela! Eu a vi... minha fada aérea e pura – a minha lavadeira na janela. Dessas águas furtadas onde eu moro eu a vejo estendendo no telhado os ves�dos de chita, as saias brancas; eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido, nas telhas que estalavam nos meus passos, ir espiar seu venturoso sono, vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!... Tinha na mão o ferro do engomado... Como roncava maviosa e pura!... Quase caí na rua desmaiado! AZEVEDO, Álvares de. É ela! É ela! É ela! É ela. In: Álvares de Azevedo. São Paulo: Abril Educação, 1982. p. 44. Tanto a pintura quanto o excerto apresentados pertencem ao Roman�smo. A diferença entre ambos, porém, diz respeito ao fato de que a) no fragmento verifica-se o retrato de um ser idealizado, ao passo que no quadro tem-se uma figura retratada de modo pejora�vo. b) na pintura tem-se o retrato de uma mulher de feições austeras, ao passo que no poema nota-se a descrição de uma mulher sofis�cada. c) no excerto tem-se a descrição realista e não idealizada de uma mulher, ao passo que na pintura retrata-se uma mulher pertencente à burguesia. d) na imagem tem-se uma moça cuja caracterização é abstrata, ao passo que no poema tem-se uma mulher cujo aspecto é burguês e requintado. e) no quadro constata-se a imagem de uma moça simplória, ao passo que no poema nota-se a caracterização de uma donzela de vida airada. L0100 - (Ufrgs) No bloco superior abaixo, estão listados movimentos literários brasileiros; no inferior, caracterís�cas desses movimentos. Associe adequadamente o bloco inferior ao superior. 1. Barroco 2. Roman�smo 3. Modernismo (__) U�liza manifestos como grandemeio de divulgação das intenções esté�cas e ideológicas. (__) Caracteriza-se como retorno a uma intensa religiosidade. (__) Procura configurar os dilemas e as contradições do ser humano. (__) Busca a iden�dade nacional como temá�ca, mantendo a forma conforme o padrão europeu. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 3 – 1 – 1 – 2. b) 2 – 3 – 1 – 3. c) 3 – 1 – 2 – 2. d) 2 – 3 – 3 – 1. e) 3 – 1 – 3 – 2. L0103 - (Fuvest) O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabu�caba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera? José de Alencar. Bênção Paterna. Prefácio a Sonhos d’ouro. 4@professorferretto @prof_ferretto A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome, outras remexe o uru de palha ma�zada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda e as �ntas de que ma�za o algodão. José de Alencar. Iracema. Glossário: “ará”: periquito; “uru”: cesto; “crautá”: espécie de bromélia; “juçara”: �po de palmeira espinhosa. Com base nos trechos acima, é adequado afirmar: a) Para Alencar, a literatura brasileira deveria ser capaz de representar os valores nacionais com o mesmo espírito do europeu que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera. b) Ao discu�r, no primeiro trecho, a importação de ideias e costumes, Alencar propõe uma literatura baseada no abrasileiramento da língua portuguesa, como se verifica no segundo trecho. c) O contraste entre os verbos “chupar” e “sorver”, empregados no primeiro trecho, revela o rebaixamento de linguagem buscado pelo escritor em Iracema. d) Em Iracema, a construção de uma literatura exó�ca, tal como se verifica no segundo trecho, pautou-se pela recusa de nossos elementos naturais. e) Ambos os trechos são representa�vos da tendência escapista de nosso roman�smo, na medida em que valorizam os elementos naturais em detrimento da realidade ro�neira. L0107 - (Upe-ssa) O Roman�smo não é só um período literário, ele também é um movimento que abarca as artes plás�cas. Assim, analise as imagens a seguir. Acerca dos textos acima, assinale com V as afirma�vas Verdadeiras e com F as Falsas. (__) É possível afirmar que esses textos têm em comum complexos valores ideológicos, próprios da expressão plás�ca român�ca. (__) A Imagem 1 expressa uma das temá�cas do Roman�smo, isto é, a liberdade contra a �rania. (__) A Imagem 2 dialoga com o Roman�smo por tratar de uma temá�ca cara aos român�cos, que é a exaltação do passado histórico e de caráter nacionalista. (__) A Imagem 3 expressa, de forma dramá�ca, a tragédia de um naufrágio. Nessa obra, é possível iden�ficar uma das caracterís�cas do Roman�smo, a hipervalorização dos sen�mentos, tanto as do mundo �sico natural como as emoções pessoais. (__) A Imagem 4 dialoga com a obra de José de Alencar, O Uraguai, cuja protagonista é Iracema. 5@professorferretto @prof_ferretto A sequência CORRETA, de cima para baixo é: a) V – V – V – V – F b) F – F – V – V – F c) F – V – V – F – F d) V – V – V – F – V e) V – F – V – F – V L0108 - (Enem) Pertencente ao Roman�smo, a obra de Victor Meirelles caracteriza-se como uma a) descrição dramá�ca da guerra. b) inclinação ao retrato nacionalista. c) es�lização das revoltas populares. d) construção da iden�dade brasileira. e) representação das obras francesas. L0113 - (Uneb) I. Chegou no verão, em janeiro, quando soube que Geraldo cancelara o contrato de locação da casa, nos Barris. Primeiro, e logo que se deu a Geraldo como uma escrava, foi o Jardim da Piedade com a casa tão perto da igreja que acordava com o sino batendo forte todas as manhãs. O Campo Grande, a seguir, lugar de grandes árvores e muitos pássaros. Depois, o prédio magro de três andares na ruazinha da ladeira, no Rio Vermelho, onde permaneceria os úl�mos quinze anos ao lado do mar e de Geraldo. E dali, após vender os móveis para apurar um pouco mais de dinheiro, dali saiu enxotada para o Bângala. FILHO, Adonias. O Largo da Palma. Novelas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. p. 29. II. No momento de ajoelhar aos pés do celebrante, e de pronunciar o voto perpétuo que a ligava ao des�no do homem por ela escolhido, Aurélia, com o decoro que reves�a seus menores gestos e movimentos, curvara a fronte, envolvendo-se pudicamente nas sombras diáfanas dos cândidos véus de noiva. Malgrado seu, porém, o contentamento que lhe enchia o coração e estava a borbotar nos olhos cin�lantes e nos lábios aljofrados de sorrisos, erigia-lhe aquela fronte gen�l, cingida nesse instante por uma auréola de júbilo. No al�vo realce da cabeça e no enlevo das feições cuja formosura se toucava de lumes esplêndidos, estava-se debuxando a soberba expressão do triunfo, que exalta a mulher quando consegue a realidade de um desejo férvido e longamente ansiado. ALENCAR, José de. Senhora: perfil de mulher. 2. ed. São Paulo: FTD, 1993. p. 73. O texto II faz parte do romance Senhora, de José de Alencar, obra representa�va do Roman�smo no Brasil. Comparando-o com o texto I, inserido na narra�va O Largo da Palma, sobre as figuras femininas em foco está correto o que se afirma na alterna�va a) Os perfis de Aurélia e Eliane atendem ao gosto esté�co român�co. b) Aurélia e Eliane são enfocadas como estereó�pos da mulher presa a convenções sociais. c) Aurélia e Eliane são personagens — cada uma em sua época — representa�vas de um ideal de mulher a ser a�ngido. d) Os textos, embora se enquadrem em épocas literárias dis�ntas, apresentam o ser feminino como ví�ma de um des�no previamente traçado. e) Aurélia é apresentada sob uma perspec�va de idealização; já Eliane é mostrada como uma mulher carente, que se frustra nas relações amorosas. L0104 - (Espcex) Sobre o Roman�smo no Brasil, marque a afirmação correta. 6@professorferretto @prof_ferretto a) A arte român�ca pôs fim a uma tradição clássica de três séculos e dá início a uma nova etapa na literatura, voltada aos assuntos contemporâneos - efervescência social e polí�ca, esperança e paixão, luta e revolução - e ao co�diano do homem burguês. b) O lema da bandeira brasileira "Ordem e Progresso" é ni�damente marcado pelos ideais român�cos: parte da suposição de que é necessário ordem social para que haja o progresso da sociedade. c) O roman�smo era um movimento an�materialista e an�rracionalista, que usava símbolos, imagens, metáforas e sinestesias com a finalidade de exprimir o mundo interior, intui�vo e an�lógico. d) O movimento inspirou-se em uma lendária região da Grécia An�ga, dominada pelo deus Pan e habitada por pastores, que viviam de modo simples e espontâneo e se diver�am cantando, fazendo disputas poé�cas e celebrando o amor e o prazer. e) O es�lo român�co registra o espírito contraditório de uma época que se divide entre as influências do Renascimento - o materialismo, o paganismo e o sensualismo - e da onda de religiosidade trazida sobretudo pela Contrarreforma. L0112 - (Fgvrj) Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e bonitota. O Leonardo, fazendo-se-lhe jus�ça, não era nesse tempo de sua mocidade mal-apessoado, e sobretudo era maganão. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarceum tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias. Embora de fato pertençam ao Roman�smo, as Memórias de um sargento de milícias não apresentam as caracterís�cas mais �picas e notórias desse movimento. No entanto, analisando-se o trecho aqui reproduzido, verifica-se que nele se apresenta claramente o seguinte traço do Roman�smo: a) preferência pela narração de aventuras fabulosas e extraordinárias. b) tendência a emi�r juízos morais sobre as condutas das personagens. c) livre expressão de conteúdos eró�cos incomuns e chocantes. d) tema�zação franca e aberta da vida popular e co�diana. e) busca do raro e do exó�co, como meio de fuga da realidade burguesa. L0106 - (Enem) Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher �nha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande amor, mas jurou e não cumpriu, fingiu e me enganou, pra mim men�u, pra Deus você pecou, o coração tem razões que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece. O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras di�ceis, mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava a voz: Seus cabelos �nham a cor/ Do sol a irradiar/ Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/ Do roman�smo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,/ Um corpo alvo sem par/ E os pés muito pequenos/ Enfim eu vi nesta boneca/ Uma perfeita Vênus. CASTRO, N. L. As pelejas de Ojuara: o homem que desafiou o diabo. São Paulo: Arx, 2006 (adaptado). O comentário do narrador do romance “[...] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras di�ceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é representa�va de uma variedade linguís�ca a) detentora de grande pres�gio social. b) específica da modalidade oral da língua. c) previsível para o contexto social da narra�va. d) cons�tuída de construções sintá�cas complexas. e) valorizadora do conteúdo em detrimento da forma. L0102 - (Uel) 7@professorferretto @prof_ferretto Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão a seguir. EDUARDO (Rindo-se) – Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio industrioso. PEDRO – Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico! EDUARDO – E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te trato mais como um amigo do que como um escravo? PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor �vesse muito dinheiro e comprasse carro bem bonito para... EDUARDO – Para... Dize! PEDRO – Para Pedro ser cocheiro de senhor! EDUARDO – Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro? PEDRO — Sim, senhor! EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que es�mava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse mo�vo frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.) ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Mar�n Claret, 2013. p. 54-55. Sobre as relações entre O demônio familiar e o Roman�smo, considere as afirma�vas a seguir. I. O vínculo da peça com o Roman�smo decorre do franco abolicionismo, apesar da negação da concessão de alforria a Pedro. II. A comicidade da peça realça a tonalidade român�ca, pois expõe a fragilidade da nobreza de caráter como marca central do es�lo de época. III. A defesa da família e o discurso moralista predominam como forma de exaltação de valores român�cos. IV. A relevância dos relacionamentos amorosos como tópicos centrais da peça contribui para acentuar as conexões com o Roman�smo. Assinale a alterna�va correta. a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. L0099 - (Enem) O laço de fita Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! Não rias, prendi-me Num laço de fita. Na selva sombria de tuas madeixas, Nos negros cabelos de moça bonita, Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, Formoso enroscava-se O laço de fita. [...] Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova... formosa Pepita! Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c'roa... Teu laço de fita. ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015 (fragmento). Exemplo da lírica de temá�ca amorosa de Castro Alves, o poema constrói imagens caras ao Roman�smo. Nesse fragmento, o lirismo român�co se expressa na a) representação infan�lizada da figura feminina. b) cria�vidade inspirada em elementos da natureza. c) opção pela morte como solução para as frustrações. d) ansiedade com as a�tudes de indiferença da mulher. e) fixação por signos de fusão simbólica com o ser amado. L0263 - (Fuvest) O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabu�caba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera? José de Alencar. Bênção Paterna. Prefácio a Sonhos d’ouro. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a 8@professorferretto @prof_ferretto virgem pelo nome, outras remexe o uru de palha ma�zada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda e as �ntas de que ma�za o algodão. José de Alencar. Iracema. Glossário: “ará”: periquito; “uru”: cesto; “crautá”: espécie de bromélia; “juçara”: �po de palmeira espinhosa. Com base nos trechos acima, é adequado afirmar: a) Para Alencar, a literatura brasileira deveria ser capaz de representar os valores nacionais com o mesmo espírito do europeu que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera. b) Ao discu�r, no primeiro trecho, a importação de ideias e costumes, Alencar propõe uma literatura baseada no abrasileiramento da língua portuguesa, como se verifica no segundo trecho. c) O contraste entre os verbos “chupar” e “sorver”, empregados no primeiro trecho, revela o rebaixamento de linguagem buscado pelo escritor em Iracema. d) Em Iracema, a construção de uma literatura exó�ca, tal como se verifica no segundo trecho, pautou-se pela recusa de nossos elementos naturais. e) Ambos os trechos são representa�vos da tendência escapista de nosso roman�smo, na medida em que valorizam os elementos naturais em detrimento da realidade ro�neira. L0294 - (Unesp) Escritor refle�do e cheio de recurso, a sua obra é uma das minas da literatura brasileira, até hoje, e embora não pareça, tem con�nuidades no Modernismo. Nossa iconografia imaginária, das mocinhas, dos índios, das florestas, deve aos seus livros muito da sua fixação social; de modo mais geral, para não encompridar a lista, a desenvoltura inven�va e brasileirizante da sua prosa ainda agora é capaz de inspirar. (Roberto Schwarz. Ao vencedor asbatatas, 2000. Adaptado.) O comentário refere-se ao escritor a) Raul Pompeia. b) Manuel Antônio de Almeida. c) José de Alencar. d) Tomás Antônio Gonzaga. e) Aluísio Azevedo. L0302 - (Unesp) Tão variadas são as manifestações desse movimento que é impossível formular-lhe uma definição única; mesmo assim, pode-se dizer que sua tônica foi uma crença no valor supremo da experiência individual, configurando nesse sen�do uma reação contra o racionalismo iluminista e a ordem do es�lo neoclássico. Seus autores exploravam os valores da intuição e do ins�nto, trocando o discurso público do neoclassicismo, cujas formas compunham um repertório mais comum e inteligível, por um �po de expressão mais par�cular. (Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007. Adaptado.) O movimento a que o texto se refere é o a) Naturalismo. b) Roman�smo. c) Barroco. d) Arcadismo. e) Realismo. L0308 - (Unesp) Leia a cena inicial da comédia O noviço, de Mar�ns Pena. AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se a�nar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e per�nácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo �ver de responder pelos meus atos, o ouro jus�ficar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Mar�ns Pena. Comédias (1844-1845), 2007.) A fala de Ambrósio contém um elogio a) à humildade. b) à moderação. c) à meritocracia. d) à jus�ça. e) à burocracia. L0309 - (Unesp) Leia a cena inicial da comédia O noviço, de Mar�ns Pena. AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é 9@professorferretto @prof_ferretto aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se a�nar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e per�nácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo �ver de responder pelos meus atos, o ouro jus�ficar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Mar�ns Pena. Comédias (1844-1845), 2007.) “O como não importa; no bom resultado está o mérito...” O teor dessa fala aproxima-se do conteúdo da seguinte citação: a) “Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência.” (Friedrich Schiller, escritor alemão, 1759- 1805.) b) “A virtude está toda no esforço.” (Anatole France, escritor francês, 1844-1924.) c) “Cuide dos meios; o fim cuidará de si mesmo.” (Mahatma Gandhi, líder polí�co indiano, 1869-1948.) d) “O homem é o lobo do homem.” (Plauto, dramaturgo romano, 254 a.C.-184 a.C.) e) “Os fins jus�ficam os meios.” (Ovídio, poeta romano, 43 a.C.-17 d.C.)
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