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Atividade Le Goff

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DISCIPLINA: Memória e Patrimônio Cultura
PROFESSOR(A): Adriana Mortara Almeida
ATIVIDADE: Estudo Dirigido (Le Goff)
ALUNA: Isadora A. Campos e Vinícius Rocha Figueiredo
Referência: 
LE GOFF, Jacques. Documento/Monumento. In: ROMANO, R. (dir). Enciclopédia Einaudi: Memória-História, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, vol. 1, 1984, p.95-106. 
1. Quem foi Jacques Le Goff? Pesquise e informe dados principais do autor que tenham relação com o verbete/artigo “Documento/Monumento”.
Jacques Le Goff, Nascido em 1º de janeiro de 1924 em Toulon, foi Integrante destacado da terceira geração da Escola dos Annales, toda sua trajetória profissional foi devotada à História, com destaque para os estudos sobre a Idade Média. 
Em sua obra “Documento/Monumento”, Le Goff demonstra a ocorrência, ao longo dos anos, de uma variação quantitativa e também qualitativa, permeada por novas fontes de armazenamento, pesquisa e, consequentemente, novas formas de lidar com esse campo em expansão. Le Goff visa, além de destacar os métodos utilizados, evidenciar a necessidade de um aprofundamento crítico do historiador diante do documento.
A revolução documental ocorreu no século XX. O termo documento se consolidou como um artefato que em suas diversas modalidades é selecionado e inserido em um processo científico. A revolução documental faz parte da mudança metodológica que o campo da história alcançou naquele período, destacando as importantes contribuições da Escola dos Annales.
Para Le Goff, o documento deve ser tratado como documento/monumento e observado previamente como monumento. Le Goff pretende demonstrar que os termos documento e monumento, não mais vinculados a uma abordagem positivista, fundem-se em uma terminologia que tem como guia a produção cognitiva e crítica do conhecimento histórico. Pois, o documento, enquanto documento/monumento, é a chave que pode cumprir a missão de deslegitimar o passado, “destruir” e “repelir” a memória, uma vez que, para Le Goff, a memória, espaço no qual cresce a história, deve ser enfrentada como um terreno capaz de promover a “libertação” e não a “escravidão dos homens”.
2. Logo no início do texto, Le Goff trata da “história” e dos “historiadores”: Como ele os relaciona com a memória?
Jacques Le Goff nos mostra o modo como os positivistas pensavam os documentos históricos através de Fustel de Coulanges. A leitura dos documentos não serviria, portanto, para nada se fosse feita com ideias preconcebidas. E que a única habilidade do historiador é extrair dos documentos tudo o que eles contêm e não acrescentar nada a eles.
Le Goff escreve sobre a necessidade de romper com a limitação da definição de documento como aquilo que está escrito. A revolução documental empreendida no século XX não mudou o conceito de documento, mas o ampliou e enriqueceu.
O documento é uma ferramenta para o ofício do historiador.
A expansão do que se entendia como documento ocorreu de forma qualitativa e quantitativa, os homens se interessaram pela história, os documentos foram ampliados, a capacidade de trabalho e o espírito do historiador foram inovados. O trabalho dos historiadores foi ampliado de forma quantitativa e qualitativa.
Le Goff chama nossa atenção para a grande importância de se fazer a crítica dos documentos. A revolução documental não deve ser entendida como o aspecto mais espetacular que ocorreu em nosso trabalho como historiador. O mesmo nos fala sobre o surgimento da reflexão crítica sobre os documentos para a história como ciência.
Cabe ao historiador problematizar o documento e sua produção a partir de uma perspectiva lúcida. A presença ou ausência do documento depende de causas humanas, e que estas não devem escapar à análise da História. Intencionalidade consciente e/ou inconsciente, condições de sua produção histórica e as relações de poder nela estabelecidas.
A problematização do documento não deve acontecer apenas com a ajuda de uma única crítica histórica. Pode ser estudado sob uma perspectiva social, econômica, cultural, política, religiosa, jurídica e, sobretudo, como instrumento de poder. Não devemos isolá-lo de outros documentos com os quais o diálogo é possível. Devemos cruzar os documentos e alargar nosso corpo documental para além dos textos tradicionais, através de uma erudição capaz de transferi-lo da esfera da memória para a esfera da ciência histórica.
3. Na página 1, Le Goff afirma que “O monumento tem como características o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva) (...)”. 
Como você interpreta a afirmação do autor de que a perpetuação seria “voluntária” ou “involuntária”? Você poderia dar exemplo(s) para relacionar com essa afirmação?
O monumento existe como legado, independente da opção do historiador em utilizá-lo como fonte histórica. O monumento seria um legado à memória coletiva e está ligado ao poder de perpetuação das sociedades históricas. Exemplos de perpetuação, são os escritos ou uma obra comemorativa de arquitetura ou de escultura.
4. Na página 6, Le Goff se refere à “revolução documental”. Explique o que significa e quais as consequências dessa revolução.
Entre os séculos XIX e XX, uma extensa discussão a respeito do que o termo “documento” compreendia incitou uma nova percepção sobre o tema, esticando os limites textuais impostos pelo pensamento positivista. Até aquele momento, os documentos compreendiam os registros escritos (textuais) sendo a crítica restrita a sua “veracidade”. Lefebvre ilustra: “Não há notícia histórica sem documentos”, “Pois se dos fatos históricos não foram registrados documentos, ou gravados ou escritos, aqueles fatos perderam-se”. A evolução natural da reavaliação do entendimento sobre o “documento” levou a uma ampliação de seu sentido, incluindo nele, outros gêneros de registros. 
Le Goff aponta que esta movimentação foi apenas uma etapa do que ele chamou de “revolução documental”. Nela, a própria compreensão sobre a história (interesse dos historiadores) e mudanças no pensamento/filosofia/ciência do presente culminou na “dilatação da memória histórica”, amparada pela revolução tecnológica resultou, ainda, na “história quantitativa”.
Le Goff cita Furet para descrever o novo posicionamento, "O documento, o dado já não existem por si próprios, mas em relação com a série que os precede e os segue, é o seu valor relativo que se torna objetivo e não a sua relação com uma inapreensível substância real". Observa-se então uma nova modalidade, a análise quantitativa da história, o estudo sistêmico sobre o passado, conjunta de uma nova visão sobre essa ciência.
 
5. Na página 8, Le Goff cita Marc Bloch: 
“Assim, Marc Bloch teria escrito: ‘Não obstante o que por vezes parecem pensar os principiantes, os documentos não aparecem, aqui ou ali, pelo efeito de um qualquer imperscrutável desígnio dos deuses. A sua presença ou a sua ausência nos fundos dos arquivos, numa biblioteca, num terreno, dependem de causas humanas que não escapam de forma alguma à análise, e os problemas postos pela sua transmissão, longe de serem apenas exercícios de técnicos, tocam, eles próprios, no mais íntimo da vida do passado, pois o que assim se encontra posto em jogo é nada menos do que a passagem da recordação através das gerações’ [1941-42, pp. 29-30].”
Relacione essa afirmação de Bloch com a formação de acervos de bibliotecas, arquivos e museus.
Necessário apontar inicialmente que Bloch levanta alguns pontos relativos à natureza do documento que implicam sobre o entendimento do mesmo e de seu posicionamento dentro dos locais de memória. Na afirmação, o documento é visto dentro de sua importância política, ou seja, em sua relação de poder, sua existência é posta ainda como um ato humano, portanto, toda movimentação (presença ou ausência) advém igualmente do ato humano. Ainda é apontado a percepção sobre o documento como mantenedor e formador da memória, um participante ativo dela.
Com esse pontos em mente, na visão de Bloch, o documento é uma força vital da memória queencontra nos espaços de memória citados (bibliotecas, arquivos e museus) sua preservação, guarda e nova mecânica de interação, ou seja, nesses lugares, o documento tem sua maior relevância, carecendo de igual tratamento e estudo. Neles devem ser promovidos o arco final que acolhe toda a vida e componentes que atuaram naquele registro.
6. Na página 12, Le Goff afirma: “No limite, não existe um documento-verdade. Todo o documento é mentira.” Explique e comente essa frase a partir das ideias trazidas por Le Goff.
Le Goff questiona intensamente o conceito da terminologia "documento", como era compreendido e interpretado durante grande parte do estudo histórico medieval e moderno. Neles, o documento era limitadamente compreendido como todo o registro escrito (em forma de texto) com sua veracidade verificada, o papel do historiador dentro desse cenário positivista, seria apenas o de contestador da "verdade" dos documento, além de ser um mero instrumento de comunicação indiferente aos contextos exteriores ao estrito conteúdo de seu objeto.
A transformação desta ótica, humanizando e estendendo a compreensão do documento, possibilitou que a crítica também se desenvolvesse. Ao se considerar o documento como produto das relações e atividades humanas, sujeito dos interesses humanos, a "veracidade" altamente almejada pelas excludentes visões medievalistas é posta em xeque. 
O documento como monumento é produto das relações de poder. Todo documento é produto dos interesses humanos. Como Le Goff afirma, "um monumento é em primeiro lugar uma roupagem, uma aparência enganadora, uma montagem".

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