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UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1 SUMÁRIO 2UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Objetivos: • Analisar, interpretar dados e informações de caráter econômico, frente à política econômica atual. • Possibilitar a análise microeconômica, por meio de conhecimentos sobre os conceitos fundamentais da Economia. AULA 2 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 2 Seja Bem-vindo! Prezado(a) Estudante: Após você ter vencido as tarefas da Primeira Aula e ter tido a oportunidade de compreender alguns dos principais fundamentos sobre Economia como Ciência Social, é com grande satisfação que apresento a você a Aula 2 da Disciplina Economia. O mercado está cada vez mais competitivo. Diariamente, os agentes econômicos (consumidores, produtores e governo) se interagem por meio do consumo, de bens e de serviços e da produção ao utilizarem-se de fatores de produção, que, apesar de escassos, prestam-se aos usos alternativos. Para compreendermos o aspecto microeconômico, o qual estuda o comportamento individual dos agentes econômicos, estudaremos: • Os Conceitos básicos da microeconomia. • O Mercado e suas estruturas de concorrência. • O mercado e suas Leis de Demanda e de Oferta. • O Equilíbrio de mercado. O desenvolvimento das atividades programadas para esta Aula 2 proporcionará a você, caro(a) Aluno(a), os princípios fundamentais para a compreensão do comportamento individual dos agentes econômicos. Vamos ao trabalho! Professor Fábio Augusto Martins AULA 2 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 3 A escassez é uma lei. É o objeto central da Economia que está na discrepância entre as necessidades físicas e não-físicas ou desejos das pessoas e a disponibilidade dos meios para satisfazê-los. Constatamos, então, que a existência terrestre é constituída de incessantes momentos de escolhas. Daí se justifica a necessidade de estudar Economia, em seus dois aspectos fundamentais (Figura 1), para melhor compreender os acontecimentos do sistema econômico no cotidiano. Os aspectos microeconômicos dizem respeito à análise de caráter individual dos agentes econômicos, isto é, das famílias, das empresas e do governo; e, como eles se interagem no mercado. Os aspectos macroeconômicos estão relacionados aos agregados, ou seja, ao conjunto da Economia, que será objeto de estudo da Aula 6. A Microeconomia, em termos de teoria, segundo Salvatore (1984, p.2), “estuda o comportamento econômico das unidades decisórias individuais como consumidores, proprietários de recursos e firmas, em um sistema de livre empresa”. AULA 2 ASPECTO MICROECONÔMICO 1.1-CONCEITOS BÁSICOS DE MICROECONOMIA O enfoque microeconômico é individual. Economia Microeconomia Estuda o aspecto individual Macroeconomia Estuda o aspecto agregado Figura 1: Aspectos de estudo da Economia Fonte: Elaborado pelo Autor UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 4 Os agentes econômicos se interagem no mercado, via produção, distribuição e consumo (ROSSETTI, 1997). No passado, mercado era visto sob uma conotação físico-geográfica. Era tido como o local onde os mercadores se encontravam para a realização das trocas (escambo) de mercadorias. Daí a origem do termo mercado municipal, supermercado, mercadinho da esquina. Um local preestabelecido onde um comprador se encontra com um vendedor. No entanto, hoje, no mundo contemporâneo, mercado diz respeito a uma abstração, em que prevalecem as leis de demanda e oferta. Isso quer dizer que se não há procura para um determinado produto, não haverá mercado para esse bem. Simplesmente, não há conotação geográfica, mas apenas o confronto das forças de demanda e oferta. A Figura 2 ilustra alguns tipos de mercados existentes. De uma forma simplificada, podemos demonstrar em uma ilustração a inter-relação dos mercados de Bens e Serviços (Figura 3). Mercado de Bens e Serviços Demanda e oferta por bens e serviços. Demanda e oferta por mãos de obra. Demanda e oferta por recursos de produção Demanda e oferta por capital Mercado de Trabalho Mercado de Fatores de Produção Mercado de Capitais Se não há demanda por máquina de datilografia, quer dizer que não há mercado; assim, não adianta produzi-la. Figura 2: Alguns tipos de Mercado Fonte: Adaptado (Rossetti, 1997, p.395) Figura 3: Mercado de Bens e Serviços simplificado Fonte: Elaborado pelo Autor Agentes Produtores Empresas Oferta Demanda Agentes Consumidores Famílias Mercado de Bens e Serviços UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 5 Se fôssemos classificar os mercados quanto à concorrência, a priori, poderíamos dizer que há apenas dois tipos: aqueles de concorrência perfeita e os de concorrência imperfeita. Porém, vamos classificá-los com base em seis principais características (ROSSETTI, 1997): 1. Número de vendedores 2. Produto 3. Controle sobre preços 4. Concorrência extra preço 5. Condições de ingresso 6. Informações Vamos apresentar quatro principais estruturas: concorrência perfeita; monopólio, oligopólio e concorrência monopolística (Figura 4). 1.2-ESTRUTURAS DE MERCADO Concorrência perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência monopolística Número de vendedores Muito grande. Mercado perfeitamente automatizado. Produto Padronizado. Não há quaisquer diferenças. Controle sobre preços Não há possibilidades. Concorrência extra preço Não seria possível e nem eficaz. Condições de ingresso Não há obstáculos. Informações Transparente. Número de vendedores Apenas um. Produto Não há substituto satisfatório. Controle sobre preços Muito elevado. Concorrência extra preço Admissível para objetivos institucionais. Condições de ingresso Impossível. Informações Ocultas. Número de vendedores Pequeno. Produto Padronizado ou diferenciado. Controle sobre preços Dificultado pela concorrência (quando diferenciado) ou facilitado por conluio (quando padronizado). Concorrência extra preço Vital, sobretudo quando diferenciados. Condições de ingresso Obstáculos como escala e tecnologia. Informações Limitadas pela rivalidade. Número de vendedores Muito grande. Produto Diferenciado. Controle sobre preços Limitadas pela substituição. Concorrência extra preço Decorrente da diferenciação: marca. Condições de ingresso Relativamente fáceis. Informações Amplas. Figura 4: Estruturas de Mercado Fonte: Adaptado (ROSSETTI, 1997, p. 407.) UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 6 A organização de Mercado de Concorrência Perfeita caracteriza-se como aquela em que se encontra perfeitamente atomizada. Atomização de mercado diz respeito à composição de um número muito grande de vendedores e compradores, cuja situação impossibilita o controle dos preços por quem quer que seja. Os produtos são homogêneos, nesse tipo de estrutura, e, há perfeita mobilidade dos recursos com extrema transparência de informações (CUNHA, 2000). Alguns dos mercados de produtos agrícolas podem ser considerados como uma aproximação de exemplos de concorrência perfeita, pois há atomização, grande padronização dos produtos, enorme mobilidade dos agentes econômicos (compradores e vendedores), dos recursos e dos produtos (CARVALHO, 1996; ROSSETTI, 1997). O monopólio puro é como devemos chamar essa estrutura, segundo ao rigor das características, em oposição à concorrência perfeita. Essa organização de mercado diz respeito à imperfeição absoluta de concorrência, pois há um único vendedor de um produto, sem substituto aceitável. Nessa organização estrutural de mercado, as informações são sigilosas e o ingresso é inaceitável. Quando há outro produtor fabricando um produto substituto, pode-se considerar um monopólio diferenciado. Mas, se existem duasempresas produzindo o mesmo produto, definimos como duopólio. Portanto, dificilmente conseguimos um exemplo de monopólio puro (CUNHA, 2000). Ao invertermos as posições de compradores e vendedores, chamamos de monopsônio, a estrutura de mercado com apenas um comprador e muitos vendedores. Dificilmente, encontraremos exemplos que atendam, ao rigor, às características em sua totalidade, dado ao caráter. Ao levar em consideração todas as características, dificilmente encontraremos monopólio puro. Os exemplos mais próximos são os mercados dos produtos agrícolas. Constitui monopólio da União a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo. (Art. 177 do Cap. I da Constituição) UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7 Oligopólio é a estrutura de mercado em que existem poucos vendedores de produtos, que podem ser padronizados ou diferenciados, para um número muito grande de compradores. Se há padronização dos produtos, existe a possibilidade de conluio, de formação de cartel. Mas quando os bens são diferenciados, possibilita acirrada concorrência. É a combinação de preços por parte dos poucos produtores de bens padronizados. Acordo de cooperação entre empresas que buscam manter (entre elas) a cota de produção do mercado, determinando os preços e limitando a concorrência. CONLUIO CARTEL Nessa organização estrutural de mercado, o controle de preço é dificultado, quando há diferenciação dos produtos. Todavia, há larga possibilidade se o bem for padronizado, por meio de conluio. O oligopólio constitui-se de grandes barreiras de entrada, sobretudo no que tange a investimentos em tecnologia para a produção em grande escala (ROSSETI, 1997). Assim, o ingresso nesse mercado é limitado, da mesma forma que as informações, por causa da extrema rivalidade existente. Os exemplos não são difíceis de serem encontrados. Basta identificarmos a indústria de transformação e de grande porte, indústria de alta tecnologia. Por características, em sua grande maioria, as indústrias que produzem em alta escala e precisam de grande investimento em tecnologia se enquadram como exemplo de oligopólio. “São raros os mercados não dominados por um pequeno número de grandes empresas, que concentram parcelas expressivas das vendas totais” (ROSSETTI, 1997, p. 517). Ao inverter as posições de compradores e vendedores, designa oligopsônio, a estrutura de mercado constituída por um número pequeno de compradores para um número muito grande vendedores. Um exemplo próximo dessa organização de mercado diz respeito ao destino do leite, produzido pelos produtores rurais. Contudo, não são mais difíceis de encontrar empresas que se enquadram em estruturas de organização de mercado de concorrência monopolística. A primeira pergunta que pode ser formulada é a seguinte: Essa estrutura não é uma contradição de termo? (É concorrência ou monopólio?). O que melhor retrata esse tipo de estrutura de mercado são as empresas que detêm o monopólio de seu produto. Como é que pode deter o monopólio de um produto? Por meio da marca, da localização, da imagem, da grife. A diferenciação, portanto, é a chave das empresas que participam de uma estrutura de mercado como essa. É por essa razão que existe a possibilidade de preço-prêmio, isto é, o vendedor consegue vender seu produto a um preço maior que o concorrente por causa da marca. “Ele premia a empresa, pagando Indústrias farmacêutica, siderúrgica, química de base, automobilística. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 8 preços mais altos que os praticados por suas concorrentes, desde que a diferenciação o satisfaça...” (ROSSETTI, 1997, p. 511), mesmo que o produto do concorrente seja um bom substituto do seu. Por outro lado, é difícil de controlar os preços, justamente por haver produto substituto. O número de vendedores é grande; e, relativamente, é de fácil ingresso. Os exemplos são os mais comuns em nossa sociedade de consumo: os setores de confecção, de calçados, de serviços, de refrigerantes, de restaurantes. Se quiser usar uma marca de um ídolo terá que submeter ao preço imposto pelo fabricante. Adam Smith publicou, em 1776, a obra "A Riqueza das Nações", como vimos na Aula 1. Smith entendia que o mercado, como que guiado por uma “mão invisível”, levaria a sociedade ao crescimento econômico por meio da livre concorrência. Isso quer dizer que o mercado seria regido por duas forças: a demanda e a oferta. Para o escocês, o fato de todos os agentes econômicos estarem em busca de lucrar mais, havia grande promoção do bem-estar da sociedade (GREMAUD, 2004). A demanda ou a procura, a oferta e os preços dos produtos ou a remuneração dos fatores de produção são elementos fundamentais no contexto do conceito de mercado (ROSSETTI,1997). Pode-se dizer que a demanda do indivíduo por uma mercadoria está relacionada à quantidade do produto que uma pessoa pretende comprar, em um determinado período de tempo. Essa quantidade depende ou é função do preço do bem, da renda da pessoa, dos preços dos produtos substitutos e/ou complementares e do gosto ou dos hábitos do indivíduo. Assim, a função da demanda individual pode ser definida como: A função Demanda do Indivíduo pela mercadoria x mostra as quantidades alternativas dessa mercadoria x a que ele está se propondo a comprar, para as várias alternativas de preço dessa mercadoria, quando se mantêm todos os demais fatores constantes (ceteris paribus). Qdx = Quantidade demandada do indivíduo. Px = Preço da mercadoria x. R = Renda do indivíduo. Pi = Preços dos outros produtos. G = Gosto ou hábito do indivíduo. 1.3- AS LEIS DE MERCADO: DEMANDA E OFERTA Qdx = f (px; R; Pi; G) Qdx = f (Px) ceteris paribus é uma expressão do latim que significa condições anteriores inalteradas. CETERIS PARIBUS UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 9 Isso quer dizer que as quantidades de uma mercadoria que um indivíduo estará propenso a consumir dependem apenas do preço do produto, mantendo inalteradas as condições anteriores das outras variáveis (R; Pi; G). Se, de um período para outro, a sua renda, os preços dos outros produtos (substitutos e/ou complementares) e seu gosto ou hábito pela mercadoria não mudaram, as quantidades que o indivíduo estará disposto a levar para a casa, vão depender apenas do preço do bem. Imagine que a função Demanda para um Indivíduo, referente à mercadoria X é Qdx = 16 - 2Px, ceteris paribus. Ao designarmos preços para a mercadoria X e substituirmos a função Qdx, em Px, teremos a escala de Demanda Individual (Figura 5), com as quantidades demandadas para os respectivos preços. Px ($) 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Qdx 0 2 4 6 8 10 12 14 16 A Figura 5 demonstra uma relação inversamente proporcional preço/quantidade, demandada para a mercadoria X. Isso quer dizer que quando os preços sobem, as quantidades demandadas diminuem; o inverso é verdadeiro. A Figura 6 demonstra graficamente: Figura 5: Escala de Demanda Individual para a mercadoria x Fonte: Adaptado (SALVATORI, 1984, p.18) Figura 6: Curva de Demanda Individual Fonte: Elaborado pelo Autor Pr eç o de X Quantidade demandada de x Curva de demanda individual 2 0 0 5 10 15 20 4 6 8 10 D UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 10 A inclinação negativa da curva de Demanda é reflexo da relação inversamente proporcional preço/ quantidade demandada. Quando uma das condições ceteris paribus (R; Pi; G) se modifica, ocorre um deslocamento de toda a curva de demanda. O deslocamento pode ser para a direita (positivo) ou para a esquerda (negativo). Se a renda do indivíduo aumentar de forma que a sua função demanda mude para Qd'x = 20 – 2Px ceteris paribus, a curva de demanda desse indivíduo se deslocará para a direita (positivamente), decorrente da nova escala de demanda (Figura 7). Com base na nova Escala de Demanda Individual(Figura 7), resultante do acréscimo da renda do indivíduo, a curva de demanda se deslocou, positivamente, para a direita (de D para D’). O deslocamento foi para a direita por X se tratar de um bem normal (Figura 8). Px ($) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Qdx 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Figura 7: Nova Escala de Demanda Individual Fonte: Elaborado pelo Autor Figura 8: Deslocamento da Curva de Demanda Individual Fonte: Elaborado pelo Autor Quantidade demandada de x Deslocamento da Curva de Demanda Individual D D'Pr eç o de X 1 2 0 0 2 4 6 8 10 12 1814 2016 22 5 4 3 7 6 8 9 10 11 Com o aumento da renda, a demanda por um bem normal aumenta enquanto que a demanda por um bem inferior diminui. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 11 Resumindo, quando ocorrer uma variação no preço do produto X, ocorrerá um movimento em torno da mesma curva de demanda, estabelecendo uma variação inversa nas quantidades demandadas. Quando a renda (R) ou o preço dos outros produtos (Pi) ou o gosto (G) do indivíduo pelo produto mudam, ocorre uma variação na demanda pelo produto, fazendo com que haja um deslocamento de toda a curva de demanda. Pode-se dizer que as quantidades que um produtor estará disposto a oferecer dependerá da função do preço da mercadoria, do custo de produção (tecnologia, clima, matéria-prima) e do preço dos demais produtos (substitutos ou complementares). A função oferta individual pode ser definida como A função oferta do produtor da mercadoria x mostra as quantidades alternativas dessa mercadoria x, que ele está se predispondo a oferecer, para as várias alternativas de preço dessa mercadoria, quando se mantêm todos os demais fatores constantes (ceteris paribus). Isso quer dizer que as quantidades de uma mercadoria que um produtor estará predisposto a oferecer dependerão apenas do preço do produto, mantendo inalteradas as condições anteriores das outras variáveis (T; C; MP; Pi). Se, de um período para outro, a tecnologia, o clima, o preço da matéria-prima e os preços dos outros produtos (substitutos e/ou complementares) não mudaram, as quantidades que o produtor estará disposto a oferecer vão depender apenas do preço do produto. Imagine que a função oferta para um indivíduo referente à mercadoria X é Qox = 20Px, ceteris paribus. Ao designarmos preços para a mercadoria X e substituirmos na função Qox, em Px, teremos a Escala de Oferta Individual (Figura 9), com as quantidades ofertadas para os respectivos preços. Qox = Quantidade demandada do indivíduo. Px = Preço da mercadoria x. T = Tecnologia. C = Clima. MP = Matéria-prima. Pi = Preços dos outros produtos. Qox = f (Px; T; C; MP; Pi) Qox = f (Px) ceteris paribus Px ($) 1 2 3 4 5 Qdx 20 40 60 80 100 Figura 9: Escala de Oferta Individual para a mercadoria x Fonte: Adaptado (SALVATORI, 1984, p.22) UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 12 A Figura 9 demonstra uma relação diretamente proporcional preço/quantidade ofertada para a mercadoria X. Isso quer dizer que, quando os preços sobem, as quantidades ofertadas também sobem; o inverso é verdadeiro. A Figura 10 demonstra graficamente. A inclinação positiva da curva de oferta é reflexo da relação diretamente proporcional preço/quantidade ofertada. Quando uma das condições ceteris paribus (T; C; MP; Pi) se modifica, ocorre um deslocamento de toda a curva de oferta. O deslocamento pode ser para a direita (positivo) ou para a esquerda (negativo). Se ocorrer um incremento tecnológico de forma que a sua função oferta mude para Qo'x = 20 + 20Px ceteris paribus, a curva de oferta desse produtor se deslocará para a direita (positivamente) decorrente da nova escala de oferta (Figura 11). Com base na Nova Escala de Oferta Individual (Figura 11), resultante de um incremento tecnológico, a curva de oferta se deslocou, positivamente, para a direita (de O para O’). O deslocamento foi para a direita por se tratar de um melhor patamar produtivo, graças ao incremento tecnológico (Figura12). Quantidade ofertada de x Curva de oferta individual 0 Pr eç o de X 1 2 0 0 20 40 60 80 100 120 5 4 3 6 Figura 10: Curva de Oferta Individual Fonte: Elaborado pelo Autor Px ($) 1 2 3 4 5 Qdx 40 60 80 100 120 Figura 11: Nova Escala de Oferta Individual Fonte: Elaborado pelo autor. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 13 Figura 12: Deslocamento da Curva de Oferta Individual Fonte: Elaborado pelo Autor Quantidade ofertada de x Deslocamento da Curva de Oferta Individual 0 0'Pr eç o de X 1 2 0 0 20 40 60 80 100 120 5 4 3 6 Com o incremento tecnológico, a produção aumentou, mas poderia ter ocorrido um evento, reduzindo a produção. Resumindo: quando ocorrer uma variação no preço do produto X, ocorrerá um movimento em torno da mesma curva de oferta, estabelecendo uma variação direta nas quantidades ofertadas. Quando os custos de produção (T; C; MP) ou o preço dos outros produtos (Pi) mudam, ocorre uma variação na oferta do produto, fazendo com que haja um deslocamento de toda a curva de oferta. A função demanda de mercado é igual ao produto da função de demanda individual com o número de indivíduos idênticos; em termos de perfil de consumo para o produto em questão, no mercado. Pode-se dizer que a curva de demanda de mercado “resulta da soma horizontal de todas as curvas de demanda individuais para um determinado produto” (MENDES, 2004). O mesmo pode-se dizer da função e da curva de oferta em relação aos produtores, em termos de identidade produtiva. O equilíbrio de mercado ocorre quando há uma igualdade entre as quantidades demandadas de mercado e as quantidades ofertadas de mercado. Esse equilíbrio de mercado é identificado, matematicamente, quando: 1.4-EQUILÍBRIO DE MERCADO QDx = Quantidade Demandada de Mercado QOx = Quantidade Ofertada de MercadoQDx = QOx UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 14 O equilíbrio de mercado pode ser identificado graficamente, isto é, pelo ponto de interseção (Ponto E, da Figura 13) entre duas curvas de mercado, de demanda e de oferta. O ponto E (Figura 13) representa o equilíbrio de mercado (interseção das curvas de Demanda e de Oferta), em que a um preço de $4,00, todas as quantidades demandadas serão supridas com as mesmas quantidades ofertadas. Em um mercado de livre concorrência, se por um motivo haja uma imposição de um preço acima do equilíbrio, por exemplo $5,00, as quantidades demandadas reduzirão de 4 para 3; enquanto que, as quantidades ofertadas aumentarão para 6. Assim, ocorrerá um excesso de mercadoria no mercado, forçando o preço para baixo, rumo ao equilíbrio. O oposto, também, é verdadeiro. Caso haja uma imposição de um preço menor do equilíbrio, por exemplo $3,00, as quantidades demandadas aumentarão, enquanto as quantidades ofertadas reduzirão. Dessa forma, ocorrerá uma escassez da mercadoria no mercado, forçando um aumento nos preços rumo ao equilíbrio. As alterações nos preços, ceteris paribus determinam um movimento em torno da curva de demanda, estabelecendo, assim, uma variação nas quantidades demandadas, inversamente proporcional. Qual o grau em que a quantidade demandada responde a uma variação nos preços? (GREMAUD, 2004). Essa resposta é a responsável pela inclinação da curva de demanda; o que chamamos de elasticidade-preço da demanda; isto é, o grau de sensibilidade da variação nas quantidades demandadas, em função da alteração nos níveis de preços. Figura 13: Equilíbrio de Mercado Fonte: Elaborado pelo Autor Quantidade de x Equilíbrio de Mercado O D E Pr eç o de X 1 2 0 0 1 2 3 4 65 7 8 9 5 4 3 6 7 A Lei da Demanda estabelece uma relação preço/quantidade demandada inversamente proporcional. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 15 Pode-se, então, considerar a elasticidade-preço(€) da demanda como a relação da variação percentual da quantidade demandada (QD) com a variação percentual do preço (Px). As alterações nos preços, ceteris paribus determinam um movimento em torno da curva de oferta, estabelecendo, assim, uma variação nas quantidades ofertadas, diretamente proporcional. Qual o grau em que a quantidade ofertada responde a uma variação nos preços? (ROSSETTI, 1997). Essa resposta é a responsável pela inclinação da curva de oferta; o que chamamos de elasticidade-preço da oferta, isto é, o grau de sensibilidade da variação nas quantidades ofertadas em função da alteração nos níveis de preços. A Lei da Oferta estabelece uma relação preço/quantidade ofertada diretamente proporcional. € = variação % da QD variação % do Px Para complementar seus estudos, vale a pena conferir os textos referenciados abaixo: • José Paschoal Rossetti, Introdução à Economia, página 413, 17ª edição (1997) • Amaury Patrick Gremaud, et al, Manual de Economia, página 141, 5ª edição (2004) Para complementar seus estudos, vale a pena ler o texto referenciado abaixo: • José Paschoal Rossetti, Introdução à Economia, página 422, 17ª edição (1997) Pode-se, então, considerar a elasticidade-preço (€) da oferta como a relação da variação percentual da quantidade ofertada (QO) com a variação percentual do preço (Px). € = variação % da QO variação % do Px UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 16 CONCLUSÃO Você teve a oportunidade de tomar conhecimento sobre alguns conceitos fundamentais, referentes aos aspectos microeconômicos. Não tivemos a intenção, nem de longe, de explorar todos os conceitos elementares de microeconomia. Mas, você conseguiu ter uma noção das estruturas de mercado e suas características fundamentais, em termos de concorrência. Conseguimos enumerar alguns exemplos próximos de concorrência perfeita e monopólio; e, outros, de oligopólio e concorrência monopolística. Em se tratando das leis de mercado, você viu como se comportam as duas forças que regem o mercado: demanda ou procura e oferta. Por meio de gráficos, tornou mais fácil o entendimento das relações existentes entre preços/quantidades demandadas e preços/quantidades ofertadas. Teve conhecimento, também, de como se dá o equilíbrio de mercado, de forma matemática e por meio da interseção das curvas de demanda e oferta, em gráficos. Você teve conhecimento sobre a diferença de um movimento em torno da curva de demanda, resultante da variação do preço – por exemplo – dando origem a uma variação inversa nas quantidades demandadas e o deslocamento de toda a curva de demanda, como resultado de um aumento da renda – por exemplo – aumentando ou diminuindo a procura pelo bem (dependendo do tipo do bem: normal ou inferior). Não se preocupe com o termo elasticidade-preço da demanda e da oferta. Para um melhor entendimento desse termo, necessário se faz um aprofundamento maior sobre os conceitos, que não foi o nosso propósito. Mas, se for de seu interesse, saiba mais por meio das referências citadas. UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 17 ATENÇÃO! Antes de responder tais testes, revise o conteúdo deste Livro-Texto e assista à Videoaula correspondente. Até a próxima Aula. DICA ATENÇÃO! Esperamos que seu aprendizado tenha sido eficaz. Assim, após absorção de todo o conhecimento transmitido, entre no Portal UNIARAXÁ Virtual para realizar os Testes On-line. Para isso, no Portal, acesse a “TRILHA” e, em seguida, clique no ícone “AVALIAÇÃO CONTINUADA”. Chegamos ao final desta Aula! UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 18 REFERÊNCIAS CARVALHO, Luiz Carlos P. Microeconomia introdutória: para cursos de administração e contabilidade. São Paulo: Atlas, 1996. CUNHA, Fleury Cardoso da. Microeconomia: teoria, questões e exercícios. São Paulo: Makron Books, 2000. GREMAUD, Amaury Patrick, et al. Manual de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004. MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Disponível em http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/ publications/9788587918802 ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. SALVATORE, Dominick. Microeconomia. 2ª ed. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1984. http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788587918802 http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788587918802 UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 192UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS CONTATO: 3669.2008 • 3669.2017 • 3669.2028 ead@uniaraxa.edu.br
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