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Negacionismo

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Negacionismo: o perigo do pensamento negacionista 
Atualmente, vivemos uma crise da verdade. O negacionismo ganha novamente espaço 
dentro da sociedade e coloca em xeque preceitos básicos e já sedimentados pela ciência 
no mundo. Esse movimento se apresenta travestido de “polêmicas”, por isso, é 
importante tomar cuidado com ele. 
A problemática da veracidade é irrigada por ingredientes presentes nas estratégias dos 
“mercadores da dúvida”. Dessa forma, tais agentes procuram uma falsa simetria na 
argumentação científica e criam teorias conspiratórias para explicar o inexplicável. 
Um bom exemplo da atuação do negacionismo é em relação ao aquecimento global. De 
fato, existe uma desestruturação do conhecimento por parte da população, gerando um 
descrédito em relação ao tema, entretanto, também vemos empresas de petróleos e 
indústrias ajudando a disseminar contestações à ciência do clima. 
A movimentação dessas particularidades é perigosa. O campo do debate vira uma 
discussão ideológica capaz de influenciar a opinião pública e legitimar governantes com 
posições anticientíficas. 
Entretanto, infelizmente, o aquecimento global não é o único consenso científico 
questionado pelos negacionistas. Temos o movimento antivacinas, a crença de que a 
terra é plana, o dito de que o Holocausto não existiu, entre outros. Portanto, é necessário 
compreender melhor o negacionismo a as suas consequências. 
Índice de conteúdo [hide] 
• 1 O que é negacionismo? 
• 2 Origem da teoria negacionista 
• 3 O fenômeno da pós-verdade 
• 4 Psicologia do negacionismo 
 
 
 
https://www.telavita.com.br/blog/negacionismo/
https://www.telavita.com.br/blog/negacionismo/#O_que_e_negacionismo
https://www.telavita.com.br/blog/negacionismo/#Origem_da_teoria_negacionista
https://www.telavita.com.br/blog/negacionismo/#O_fenomeno_da_pos-verdade
https://www.telavita.com.br/blog/negacionismo/#Psicologia_do_negacionismo
 
O que é negacionismo? 
Negacionismo é a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade 
desconfortável. Na ciência, o negacionismo é definido como a rejeição dos conceitos 
básicos, incontestáveis e apoiados por consenso científico a favor de ideias, tanto radicais 
quanto controversas. 
Dessa forma, o negacionismo costuma se fortalecer quando a sociedade se depara com 
situações de instabilidade, como uma crise ou algo nunca antes presenciado. Quando em 
oposição a evidências científicas, o movimento encontra sustentação em teorias e 
discursos conspiratórios, sem aprofundamento e isolados, que acabam favorecendo 
disputas ideológicas, interesses políticos e religiosos. 
LEIA MAIS: O que são doenças psicossomáticas e como ocorrem 
Nesse sentido, alguns autores colocam o negacionismo como uma “pseudociência que 
contradiz um mundo imenso de teorias, verdades comprovadas e pesquisas sérias”. 
Sendo assim, o objetivo final dele – além de criar polêmicas retóricas e desnecessárias – 
é rejeitar alguma afirmação que encontra consenso no meio científico e em teorias 
solidamente comprovadas. 
Além disso, as pessoas que seguem essa ideologia tentam propor experimentos para 
comprovar seus ideais na prática. Entretanto, encontram limitação teórica e de 
equipamentos, o que os leva a criar falácias com uma conclusão inválida. 
Origem da teoria negacionista 
A teoria negacionista é uma estratégia antiga e bem sucedida de “minar” conceitos 
científicos. A ideia foi aplicada pela primeira vez nos EUA, em 1950, quando a indústria 
de tabaco desenvolveu um manual de relações públicas para reagir às evidências 
científicas das pesquisas clínicas, que ligavam o fumo ao câncer. O objetivo, ao constatar 
essas evidências e contrapô-las ao consenso científico, era o de criar a “dúvida”. 
Essa mesma “dúvida” do negacionismo foi utilizada para negar o buraco da camada de 
ozônio em 1980. Na mesma época, evangélicos americanos também usaram a mesma 
https://www.telavita.com.br/blog/doencas-psicossomaticas/
estratégia para forçar o ensino do “criacionismo” nas escolas, equiparando a inspiração 
bíblica da criação e derrotando a teoria da evolução. 
Ainda, as indústrias de carvão mineral e petróleo, em 1990, fizeram de tudo para 
desacreditar a ciência climática e barrar a ação contra o aquecimento global. Por isso, 
vemos hoje, em pleno século XXI, o desmatamento da Amazônia e a “permissão” para as 
queimadas e exploração dos garimpos e minério, que tanto causa debates e discussões 
políticas, inclusive em âmbito internacional. 
O fenômeno da pós-verdade 
Era comum a geração mais velha dizer “é comprovado cientificamente” quando queria 
sustentar uma argumentação. Hoje, essa tática já não tem a mesma eficácia, pois a 
confiança na ciência está diminuindo. 
Dessa forma, os que apoiam a teoria negacionista generalizam dúvidas e argumentos 
superficiais não comprovados, o que provoca uma descrença nas instituições científicas. 
Tal movimento favorece a disseminação de fatos escancaradamente anticientíficos, 
contando inclusive, com o apoio de governos e setores políticos. 
O fenômeno da pós-verdade (fatos objetivos que passam a ter menos influência do que 
crenças pessoais na opinião pública) é um sintoma extremo dessa crise. Muitas pessoas 
não enxergam que a ciência existe para beneficiar a sociedade e seus indivíduos. A pós-
verdade não designa só o uso oportunista da mentira: sinaliza um ceticismo quanto ao 
benefício das verdades e suas evidências factuais, comprovadas pela ciência. 
LEIA MAIS: Narcisismo e poder 
A educação e os meios de comunicação sérios são determinantes para gerar confiança 
nos conhecimentos científicos. No entanto, não podemos deixar de apontar que a 
distribuição de renda e as sociedades desiguais economicamente tendem a desconfiar da 
ciência, pois acabam não tendo acesso, principalmente, à educação de qualidade. 
A maior riqueza da ciência não são as certezas produzidas ao fim de um processo de 
investigação, mas sim o modo qualificado de tratar as dúvidas durante este processo. Ser 
“cético” é o que se exige de todo cientista. Incertezas, perguntas, problemas e questões 
são matéria-prima da ciência. Dessas dúvidas é que se extraem as certezas. 
https://www.telavita.com.br/blog/narcisismo-poder/
 
Psicologia do negacionismo 
A ideia de negação foi definida por Freud como um mecanismo psicológico, que tem a 
finalidade de reduzir qualquer manifestação capaz de colocar em perigo a integridade do 
ego dos sujeitos. Então, essas pessoas não conseguem enfrentar os fatos que julguem 
ameaçadores. 
Dessa forma, trata-se de um mecanismo de defesa, que leva as pessoas, 
inconscientemente, a evitar a realidade em que vivem. Em termos psicanalíticos, a 
negação é um fenômeno típico de indivíduos que não querem lidar com as situações que 
geram incertezas. 
A origem da negação é a angústia, que se recusa em reconhecer o problema que está 
acontecendo. Os indivíduos afetados agem como se nada tivesse acontecido, se 
comportando de maneira confusa e visto pelos outros como um comportamento 
insensato. 
Nesse sentido, essa negação resulta num alto custo socioemocional a si mesmas e aos 
outros. Então, esse custo se traduz na prepotência e na intolerância, que, muitas vezes, 
leva ao obscurantismo das crenças e superstições. 
Os negacionistas se consideram os “buscadores da verdade” e todos eles rejeitam/negam 
o conhecimento, porque isso é inconveniente para suas crenças e fantasias. No fundo, 
esse movimento revela posições autoritárias e preconceituosas. O mecanismo de 
negação, enquanto defesa inconsciente do indivíduo, é passível de tratamento 
terapêutico. 
Enquanto psicólogos(as), estudamos durante anos a ciência do comportamento humano. 
Nos vemos, em pleno século XXI, enquanto profissionais que se defrontam com esses 
processos de desinformação, com a confusão entre o fato e a ficção, e as mentiras que se 
tornam verdades.

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