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DIABETES MELLITUS

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THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
DIABETES MELLITUS 
 
CONCEITO GERAL DE DIABETES 
 
A diabetes é a doença mais importante na 
medicina humana e na medicina veterinária, 
quando o paciente possui diabetes ele 
apresenta poliúria (PU) e polidipsia (PD). 
Outras doenças também causam PU/PD, 
onde a poliúria indica que a urina está rica 
em glicose, pois a glicose atrai água, sendo 
elas: 
 DRC, sendo a causa mais provável. 
 Hiperadrenocorticismo 
 Hipertireoidismo 
 Hipercalcemia 
 Insuficiência Hepática 
Com o tempo, estudos indicaram que das 
doenças endócrinas que geram PU/PD, 
duas teriam como explicação a deficiência 
de um hormônio, sendo elas: 
 Diabetes Mellitus 
Caracterizada por um aumento de açúcar 
no sangue (hiperglicemia) e resulta de uma 
deficiência em produzir insulina suficiente 
para as necessidades do animal, ou numa 
incapacidade de utilização da insulina (raro). 
A urina fica doce, com elevada densidade, 
pois fica concentrada, e atrai insetos. 
 Diabetes Insipidus 
Caracterizada pelo distúrbio no 
metabolismo de sal e água devido a perda 
da capacidade de reter água pela 
deficiência de ADH ou pela ausência de 
receptores para esse hormônio. A urina fica 
insípida, inodora e incolor, com densidade 
hipostenúrica (menor que 1.012), sendo 
rara. 
 
DEFINIÇÃO DE DIABETES MELLITUS 
 
Doença do metabolismo animal, secundária 
a deficiência relativa ou absoluta de insulina, 
que se caracteriza por hiperglicemia pós-
jejunal (mesmo em jejum é hiperglicêmico) 
e pela tendência a desenvolver catabolismo 
proteico e lipídico. A disfunção na porção 
endócrina do pâncreas, particularmente das 
células beta, é responsável por um distúrbio 
endócrino denominado diabetes mellitus. 
O diabetes mellitus é manifestado pela 
incapacidade relativa ou absoluta da célula 
beta produzir e secretar insulina e/ou ação 
deficiente desta nos tecidos. Isso incapacita 
a utilização da glicose pelos tecidos, e 
resulta em hiperglicemia prolongada, 
podendo causar cetoacidose e outras 
alterações que podem ser fatais. 
Após 6 a 8 horas da refeição a tendência é 
da glicemia baixar para 60 a 120mg/dL no 
cão e 80 a 180mg/dL no gato. Se estiver 
acima disso já caracteriza diabetes, o 
animal possui uma hiperglicemia de jejum. 
 
 CÃO GATO 
GLICEMIA 
60 – 120 
mg/dL 
80 – 180 
mg/dL 
INSULINA 
5 – 25 
um/ml 
5 – 25 
um/ml 
 
A hiperglicemia de jejum não implica em 
glicosúria, os rins possuem um limite de 
glicose, se ultrapassar disso que o animal 
possuirá glicosúria. 
 
HORMÔ NIO REGULATÓ RIO - 
HIPOGLICEMIANTE 
 
1. INSULINA 
 
 
 Produção 
O pâncreas é um órgão de secreção mista, 
endócrina e exócrina. A porção endócrina é 
formada pelas ilhotas de Langerhans que, 
por sua vez, apresentam quatro tipos 
celulares distintos, um desses tipos 
celulares é a célula beta, que secreta 
insulina. 
 Hormônio Anabólico e Hiperglicemiante 
A insulina é o hormônio anabólico 
responsável pelo metabolismo dos 
carboidratos, gorduras e proteínas. Nos 
tecidos sensíveis a este hormônio, o 
principal efeito da insulina sobre o 
metabolismo dos carboidratos é aquele que 
permite o transporte de glicose através da 
membrana celular, sendo um hormônio do 
aproveitamento alimentar e hipoglicemiante, 
pois retira a glicose da circulação e manda 
para dentro da célula. A insulina promove o 
depósito, desses nutrientes em excesso, 
nos órgãos de depósito para preparar para 
um futuro de necessidade (jejum de mais 
de 8 horas). Tecidos que não são fígado, 
músculo e tecido adiposo, não precisam de 
insulina para intermediar a captação desses 
nutrientes. 
Esses órgãos de depósito são grandes 
ocupando uma área grande no corpo, por 
isso que a ação da insulina é muito 
importante. A insulina além de ser 
THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
hipoglicemiante, também é 
hipoaminoacidemiante e hipolipemiante. 
Além disso, é um hormônio de crescimento, 
aumentando a musculatura, multiplicação 
celular e crescimento dos tecidos. 
 Como Realiza sua Função 
A glicose precisa de um transportador para 
adentrar a célula, onde no fígado, músculo 
e nos adipócitos o transportador é o GT4, 
sendo o maior transportador 
transmembrana que é responsivo à insulina. 
A glicose plasmática penetra nas células 
através de proteínas transportadoras de 
glicose (GLUT), que são bombas de sódio e 
potássio que levam a glicose junto com o 
potássio. Há vários tipos de GLUT descritos, 
porém somente o GLUT4 está associado ao 
receptor de insulina e sua função de 
transporte de glicose é dependente da 
presença de insulina plasmática. 
 
 Secreção de Insulina 
A cada alimentação o pâncreas libera 
insulina, dando um pico insulinêmico, o 
pâncreas faz isso, pois o cérebro não 
suporta hipoglicemia, se houver situações 
de hipoglicemia o organismo começa a 
consumir outras fontes de energia, como a 
glicogenólise e a lipólise. A glicose é o 
regulador mais importante da secreção de 
insulina. Quando a glicose sanguínea 
aumenta acima do valor limiar, a secreção 
de insulina pelo pâncreas aumenta 
proporcionalmente, as células beta são as 
primeiras a receberem os nutrientes 
advindos da alimentação. 
 
 Falta de Insulina 
Ao dosar a glicemia e indicar níveis altos 
(hiperglicemia), o animal estando em jejum, 
isso indica diabetes. Sem a insulina o 
animal não consegue aproveitar os 
nutrientes, além disso, ele começa a 
quebrar gordura e proteína (a perder massa 
muscular). 
 Fornecimento de ATP 
No alimento estão presentes proteína, 
carboidratos (amido e açúcar) e lipídios 
(gorduras, triglicérides), sendo os principais 
componentes que fornecem ATP para o 
organismo, onde a glicose é a principal 
fonte. 
No duodeno, as enzimas pancreáticas 
(amilase, protease e lipase) atuam 
quebrando as partículas em partículas 
menores. 
 Proteínas  Aminoácido 
 Carboidratos  Glicose 
 Lipídios  3 ácidos graxos + glicerol 
O cérebro é o órgão que mais utiliza glicose 
como fonte de energia. O músculo utiliza 
ácido graxo como fonte de energia. 
Durante a alimentação, todos os nutrientes 
são absorvidos e destinados para seu órgão 
alvo, porém nós e os animais sempre 
ingerimos mais do que o necessário, sendo 
assim esse excesso é estocado: 
 Glicose: Estocada em forma de 
glicogênio no fígado e no músculo 
através da Glicogênese. 
 Triglicérides: Como o glicogênio é 
limitado, os nutrientes passam a ser 
estocados como triglicérides, e são 
estocados no tecido adiposo através da 
Adipogênese/Lipogênese. 
 
 
 
 
 
 Hipoglicemia 
O primeiro sinal de hipoglicemia é a 
desorientação mental, o corpo luta para 
não permitir a hipoglicemia, pois não é 
compatível com a vida. Para manter a 
glicemia em momentos de privação o 
organismo atua de algumas formas: 
 Glicogenólise: Fígado e músculo 
ajudam a manter a glicemia nos 
primeiros momentos, quebrando 
glicogênio em glicose, porém o 
glicogênio é limitado. 
 Lipólise: Para gerar novas moléculas de 
glicose se tem a quebra de gordura. 
Dentro do adipócito estão presentes 3 
ácidos graxos e glicerol. 
 Gliconeogênese: O ácido graxo é 
utilizado para a musculatura e o glicerol 
entrará na gliconeogênese, sendo 
transformado em glicose. A 
gliconeogênese é a síntese de glicose a 
partir de compostos como lactato, 
alanina (aminoácido) e glicerol, com o 
consumo de ATP. É realizada nas 
células hepáticas, e o ATP utilizado é 
proveniente principalmente da oxidação 
de ácidos graxos. 
 Cetogênese: O ácido graxo é 
transformado em corpos cetônicos 
sendo uma fonte importante para o 
cérebro. 
 Aminoácido 
 Proteína 
 Ácidos 
Graxos + 
Glicerol 
 
Insulina 
 Fígado e 
Músculo 
(Glicogênese) 
 Adipócitos 
(Adipogênese) 
 
THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
 Proteólise: A proteína fornece 
aminoácido e o fígado transforma em 
glicose (em gatos o aminoácido é a 
principal fonte de gliconeogênese, por 
isso que ele é um carnívoro essencial, 
já que preferem a proteína doque a 
gordura). 
 
HORMÔ NIOS CONTRARREGULATÓ RIOS E 
HIPERGLICEMIANTES 
 
São hormônios do jejum, da mobilização de 
reservas, do catabolismo; impedem a 
ligação da insulina com a glicose, não 
deixando que a glicose entre na célula, 
causando então uma resistência insulínica. 
Para que ocorram esses processos de 
glicogenólise, lipólise, gliconeogênese, 
cetogênese e proteólise, existem esses 
hormônios contrarregulatórios que são 
ativados quando começam a cair os níveis 
de glicose na circulação, sendo eles: 
 Glucagon: O glucagon é um hormônio 
que controla a glicose no sangue. 
 Catecolaminas: Que são a adrenalina e 
a noradrenalina, agem em jejuns mais 
prolongados. 
 Glicocorticóide: Cortisol. 
 GH: Hormônio do crescimento. 
Quando temos uma dose de insulina 
suprafisiológica (acima do normal) temos 
uma hipoglicemia. Quando ocorre a dose 
suprafisiológica de hormônios contra 
regulatórios temos uma hiperglicemia. 
 
CAUSAS DA DIABETES MELLITUS 
 
O Diabetes ocorre por hipoinsulismo, sendo 
multifatorial e associado à diminuição da 
secreção de insulina ou ao aumento dos 
fatores de resistência insulínica. 
Quando se tem Diabetes, mesmo o animal 
se alimentando, os nutrientes não serão 
bem aproveitados pelos órgãos que 
precisam da insulina para que a glicose 
consiga passar pela membrana de suas 
células ( que são o caso do músculo, tecido 
adiposo e fígado), fazendo com que ocorra 
um aumento de glicose, triglicérides e 
outros componentes na circulação 
sanguínea, já que os mesmo não são 
estocados ou utilizados por estes órgãos 
que ocupam uma área importante no corpo. 
Esses órgãos com deficiência de glicose 
passarão a realizar catabolismo, tendo 
então perda de massa. 
A falta de insulina também causa polifagia, 
já que a insulina é saciatogênica (produz 
saciedade), logo é comum na diabetes 
mellitus polifagia com perda de peso. 
Temos como principais causas de Diabetes 
Mellitus: 
 
1. Hereditárias e Raciais 
Predisposição genética. Animal ao nascer 
ou já na infância terá uma apoptose das 
células beta (diabetes juvenis). 
 
2. Pancreopatias 
Alguma afecção nas células do pâncreas 
(células beta) impede a liberação de 
insulina. 
 Amiloidose 
Ocorre um desarranjo genético e as células 
betas começam a produzir uma proteína 
anômala (substâncias amiloides) no lugar 
da insulina, essa substância é uma proteína 
sem função que se acumula e acaba 
destruindo a célula beta. Quanto mais o 
pâncreas trabalha para produzir insulina, já 
que o corpo sente a ausência da mesma, 
mais ele irá produzir essa substancia 
amiloide, acelerando o processo de falência 
das células beta e colocando em situações 
de resistência insulínica onde ela não 
consegue atuar (fígado, tecido adiposo e 
músculo). 
É muito comum em gatos, ocorrendo mais 
na vida adulta. O tratamento consiste no 
uso de insulina para deixar a célula beta 
descansar. 
 Insulite Autoimune 
O corpo produz anticorpos anti-insulínicos 
que passam a destruir as células betas. 
Comum em cães com predisposição a 
hipoadrenocorticismo e tireoidite autoimune. 
 Pancreatite 
A pancreatite destrói as células betas, 
porém é raro ocorrer Diabetes Mellitus por 
pancreatite. 
 
3. Obesidade 
Quando a célula adiposa atinge um 
determinado limite de estoque ela esconde 
os receptores de insulina, criando uma 
resistência insulínica. 
 
 
THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
4. Endocrinopatias 
Pode ser por hiperadrenocorticismo ou por 
origem iatrogênica também, pois a 
aplicação de corticoides causa resistência 
insulínica. 
 
5. Estresse 
Estresse crônico libera catecolaminas e 
cortisol, todas as formas de doenças são 
fatores estressantes que podem causar 
resistência insulínica. Ocorre principalmente 
em gatos obesos em estresse. 
Logo, uma pancreopatia ou alterações 
hereditárias associadas à obesidade, 
endocrinopatias e estresse possuem uma 
predisposição a gerar Diabetes Mellitus. 
 
DIAGNÓ STICO 
 
Como sem a insulina não há a entrada de 
glicose nas células dos músculos, após as 
mesmas usarem toda a reserva de 
glicogênio, se tem uma perda de massa 
pelo catabolismo, fazendo assim proteólise 
e lipólise com a ação dos hormônios 
contrarregulatoórios. Os produtos desses 
processos (aminoácidos e ácidos graxos + 
glicerol respectivamente) são liberados na 
circulação sanguínea e seguem para o 
fígado, formando ainda mais glicose através 
da gliconeogênese (que transforma os 
metabólitos das quebras mencionadas em 
glicose), fazendo com que haja ainda mais 
glicose no organismo do que a que já está 
vindo da alimentação e que não consegue 
passar pelas membranas das células dos 
músculos, fígado e tecido adiposo. 
 
1. Identificação 
 
 Cão 
Obesos, com administração de corticoides. 
As cadelas em diestro liberam progesterona 
e isso libera GH, fazendo com que as 
fêmeas em diestro tenham resistência 
insulínica. 
As raças com maior predisposição a gerar 
Diabetes Mellitus que mais vemos na clínica 
são: Shnauzer, Samoieda, Fox Terrier, Spitz, 
Poodle e Husky Siberiano. 
Logo o perfil ideal de cão com diabetes 
mellitus seria uma dessas raças, fêmea, 
entre 9 a 10 anos (adulto, idoso). 
 Gato 
Possuem o pâncreas fragilizado, são em 
sua maioria obesos, normalmente com 
administração de corticoides e em 
momentos de estresse. 
Gatos que se tornam diabéticos sempre 
suspeitar de acromegalia, que é uma 
doença que ocorre quando a hipófise libera 
hormônio do crescimento em excesso. 
 
2. Anamnese 
 
Os sintomas mais comuns e inespecíficos 
desse acúmulo de glicose são: 
 Perda de Peso e Fraqueza 
Devido ao catabolismo celular para a 
obtenção de energia nos órgãos que não 
possuem a entrada de glicose sem a 
presença de insulina. 
 Poliúria e Polidpsia 
A reabsorção de glicose no túbulo renal 
proximal está no limite, resultando em 
glicosúria, já que a glicose atrai a água. 
 Polifagia 
A cada refeição existe um pico de insulina, 
esse pico chega ao cérebro, promovendo 
saciedade, já que a insulina é saciatogênica, 
sendo assim o animal com falta de insulina 
não tem saciedade, possuindo assim 
polifagia, que é um dos sintomas que 
diferenciam a poliúria e a polidipsia da 
Doença Renal, já que na Doença Renal não 
se tem polifagia. 
 Observação 
Todos os pacientes, cães e gatos, para 
tratar a diabetes, entramos com insulina, 
pois o cão com diabetes provavelmente já 
não produz mais insulina e no gato usamos 
a insulina para promover um descanso para 
o pâncreas, que pode se recuperar. 
Outros sintomas da diabetes mellitus são: 
 Perda de Visão 
Com catarata, opacidade bilateral do 
cristalino, que ocorre do dia para a noite. 
 Fatores de Resistência 
Sendo um dos fatores que deu inicio a 
diabetes, como ciclo estral, neoformações e 
glicocorticoides. 
 
3. Exame Físico 
 
No exame físico não tem algo que seja 
muito específico. 
 Desidratação 
Moderada, devido à poliúria e polidipsia. 
 Atrofia Muscular 
Devido a perda de tecido muscular pelo 
catabolismo. 
THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
 Opacidade de Cristalino 
Opacidade bilateral do cristalino, 
evidenciando catarata. 
 Hepatomegalia 
Devido ao acumulo de glicerol e ácidos 
graxos no fígado, possuindo um infiltrado 
de gorduras já que o fígado é um órgão de 
depósito. Sendo muito comum em gatos 
com casos de lipisode hepática devido à 
esteatose. 
 Fatores de Resistência 
 
4. Exames Complementares 
 
 Bioquímica 
Apresentando hiperglicemia em todos os 
casos de diabetes, hipercolesterolemia, 
hiperfosfatemia e hipertrigliceridemia em 
boa parte dos casos, e também podendo 
apresentar azotemia pré-renal em 
cetoacidose diabética, que leva aos 
sintomas de taquicardia e taquipneia. 
Além desses parâmetros também podemos 
ter dosagem de enzimas hepáticas 
aumentadas quando houver lesão nos 
hepatócitos, causando aumento de 
Fosfatase Alcalina, aumento de ALT, e 
albumina e bilirrubina normais. 
 Urinálise 
Glicosúria e bacteriúriasempre estão 
presentes na urinálise, pois a bactéria 
adora a urina do diabético rica em glicose. 
Além desses parâmetros podemos também 
observar hematúria, cetonúria, cristalúria e 
proteinúria em alguns casos. 
 Cultura e Antibiograma 
Analisar e identificar a infecção urinária do 
animal (cistite). 
 
TRATAMENTO 
 
Tratar todas as causas de alterações no 
animal, como: 
 Insulina: Todos os animais, cães ou 
gatos, com Diabetes Mellitus, devem 
ser tratados com insulina. 
 Cistite: Tratar após pedir uma cultura e 
antibiograma para identificar a cistite. 
 Castração de Fêmeas: Devido a 
liberação de progesterona que libera 
GH durante o diestro. 
 Dor: Aliviar dores e incômodos. 
Animais com predisposição para a doença 
devem ser evitados o uso de corticoides, 
situações de estresse prolongado, deve 
ainda ser prevenido a obesidade e deve ser 
realizada a castração. 
 
1. Insulinoterapia 
 
A insulina apresenta um pico de ação de 1 
a 2 horas, sendo assim a indústria começou 
a alterar essa atuação, fazendo com que 
ela atue de forma prolongada no organismo. 
Essas alterações são realizadas mexendo no 
pH da insulina, deixando-a mais neutra ou 
mais ácida, fazendo união de moléculas de 
insulinas ou ainda usando proteínas como 
adsorventes que aumentam ainda mais o 
tempo de absorção da insulina no 
organismo. 
Devemos nos atentar para a armazenagem 
da insulina, manter em refrigeração sempre 
no fundo da geladeira e não na porta, para 
evitar alterações de temperatura. 
 Tipos de Insulina 
A insulinoterapia (tratamento com insulina) 
consiste em: 
 Insulinas de Ação Rápida: Duração de 3 
a 4 horas da insulina no organismo. 
 Insulinas de Ação Intermediária: Com 
glutamina e pH neutro, possuem ação 
de 12 horas. São as insulinas 
recomendadas para cães e gatos. Para 
os cães são recomendadas insulina NPH, 
que é a insulina humana, ou então a 
insulina lenta, que possui duração de 8 
horas. Para os gatos a insulina 
recomendada é a glargina ou a detemir, 
que são insulinas humanas modificadas. 
A dose recomendada é de: 0,5 a 10 
UI/kg SID (uma vez ao dia) ou BID 
(duas vezes ao dia), no caso da insulina 
lenta é recomendado TID (3 vezes ao 
dia). 
 Insulinas de Ação Prolongada: Com 
várias proteínas e com pH ácido, 
possuem duração de 24 horas no 
organismo. 
A aplicação deve ser realizada o mínimo 
possível, devendo apresentar uma curva 
suave de distribuição, a dieta deve 
acompanhar essa distribuição. 
 Aplicação 
Na região subcutânea variando os locais de 
aplicação, sendo na face dorsal ou na face 
ventral do tronco. Sempre realizar a 
assepsia do local antes e depois da 
aplicação. 
 
THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
 Alimentação 
A dieta deve ser com restrição de gorduras 
e açúcares, devido a hiperlipidemia. Deve 
ser composta por muitas fibras, para 
absorver e digerir o alimento por um maior 
tempo, por carboidratos mais complexos, 
como o amido, liberando a glicose aos 
poucos, sendo adequado rações de 
liberação gradual dos nutrientes no sistema 
digestório. 
A alimentação sempre deve ser dada antes 
de administrar a insulina, pois se der a 
insulina antes e o animal não comer ele 
pode entrar em hipoglicemia. 
A dieta seca possui digestão/absorção mais 
lenta, logo, o intervalo de refeições pode 
ser maior, sendo duas refeições por dia 
aceitável. A dieta úmida ou caseira possui 
digestão/absorção mais rápida, logo, o 
intervalo de refeições deve ser menor, 
fazendo com que os metabólitos dos 
nutrientes durem menos tempo na 
circulação. 
 Tempo de Atuação da Insulina NPH ou 
Lenta 
 
 Complicações 
O paciente quando não tratado morre, pois 
pode apresentar complicações: 
 Curto Prazo: Sendo as complicações 
agudas, como a cetoacidose diabética. 
O animal começa a quebrar gordura e 
começa a formar corpos cetônicos para 
fornecer energia para o sistema 
nervoso, esses corpos cetônicos se 
acumulam no corpo e causam acidose 
metabólica. O animal faz 
hemoconcentração desses ácidos, 
azotemia pré-renal, má perfusão renal, 
IRA e pode evoluir para DRC. 
 Longo Prazo: Sendo as complicações 
crônicas, como a degeneração tecidual 
devido às glicosilações proteicas. 
Ocorre devido a um tratamento que 
não se tem a preocupação de manter a 
glicemia. 
 Glicosilações Proteicas 
Organismo começa a grudar glicose nas 
moléculas de proteína, mexendo com a 
estrutura terciária da proteína causando 
alterações funcionais. Isso ocorre devido a 
um mau controle da glicemia, pois um 
diabético mau cuidado sempre tenderá a 
fazer hiperglicemia (que não é detectável, 
desnaturando todas as proteínas), fazendo 
com que essa glicose em excesso comece a 
grudar nas moléculas de proteína causando 
deformações na mesma devido a uma 
desnaturação proteica na estrutura terciaria 
da mesma. Como a hiperglicemia não é 
detectável, temos como consequência: 
 Vasculopatias: Com a glicosilação 
ocorre uma má circulação, com 
arteriosclerose, por isso ocorrem 
amputações em pacientes diabéticos 
descompensados, pois o endotélio é 
fragilizado com essas glicosilações e 
ainda com a entrada de colesterol nos 
vasos há o endurecimento e o 
estreitamento das artérias. 
 Retinopatia/Oculopatia: A catarata 
ocorre devido a glicosilação do 
cristalino, causando uma 
ceratoconjuntivite (inflamação da 
córnea e da conjuntiva). 
 Neuropatia: Comum os gatos 
apresentarem neuropatia motora, que é 
o apoio plantígrado (apoio do calcâneo 
no chão também). 
 Nefropatias: A membrana do néfron 
ficará glicosilada, podendo causar uma 
doença renal crônica. 
 Metabólicas: No sistema digestório 
poderá causar lipidose hepática e 
pancreatite. 
 
MONITORANDO O DIABÉTICO 
 
 Anmnese e Exame Físico 
Devemos monitorar a melhora dos sintomas, 
como poliúria, polidipsia, polifagia e perda 
de peso, o animal deve então ganhar peso, 
onde é considerado melhora quando o 
animal passa a ganhar algumas gramas em 
2 a 3 dias. 
 Exames Complementares 
A realização de exames laboratoriais 
também é muito importante para a 
monitoração do diabético, dosando o 
colesterol e o triglicérides (que devem 
diminuir), a glicemia, o potássio, e as 
enzimas hepáticas (FA e ALT). 
 
THAÍS RIBEIRO MOLINA 2018 
 
 Proteínas Glicosiladas 
A dosagem de proteínas glicosiladas é 
muito importante, onde a frutosamina é a 
albumina ou outras proteínas séricas 
glicadas, se der aumento quer dizer que há 
21 dias o animal está tendo hiperglicemia 
(esta descompensado), onde quanto maior 
o número, mais tempo se teve glicosilação 
proteica. 
 Curva Glicêmica 
A curva glicêmica indica a eficácia da 
insulina, medindo o tempo de atuação da 
insulina e o nível glicêmico. Deve ser 
realizada com a administração de alimento 
e de insulina como é feita normalmente e 
deve ser dosada de hora em hora ou a 
cada 2 horas ao longo do dia. Sendo um 
bom acompanhamento de uma boa curva 
glicêmica a redução de poliúria, polidpsia e 
polifagia e ainda aumento de peso. 
 Caso 1: Glicemia dosada a cada duas 
horas, a administração da insulina foi 
na hora 0 com a alimentação usual. A 
insulina nesse caso funciona, pois os 
níveis de glicose caíram e se 
mantiveram ao longo do dia até que no 
final de 12 horas a glicemia subiu 
novamente no tempo certo da próxima 
administração. O menor nível que ela 
promove é de 100mg/dL, sendo então 
uma insulina que funciona com um bom 
nível de glicemia, já que o adequado é 
de 60-120mg/dL para cães e de 80-
180mg/dL para gatos. 
 
 Caso 2: Fêmea, sem raça definida, 10 
anos e com insulina NPH na dose de 
3,0UI/Kg. Essa curva indica que a 
insulina não está funcionando como 
deveria, pois se tem uma glicemia 
muito alta (440mg/dL), além disso, 
quando a dose ultrapassa 1,5-2,0UI/Kg 
indica que está tendo uma resistência 
insulínica (por estresse, corticoide, 
obesidade, diestro, etc.). Neste caso 
devemos avaliar se a fêmea é castrada, 
se há doenças concomitantes e 
também se o tutor sabe armazenare 
aplicar a insulina. No caso mencionado 
a fêmea era castrada, porém foi 
descoberto que possuía um ovário 
remanescente da 
ovariosalpingohisterectomia (OSH). 
 
 Caso 3: Beagle, fêmea, com 9 anos de 
idade. Nesse caso a curva glicêmica 
está tendo picos muito baixos 
(hipoglicemia), por isso após 4 ou 6 
horas da aplicação da insulina com a 
alimentação prévia é adequado dar 
outra refeição para evitar essa situação 
de hipoglicemia, pois em situações de 
hipoglicemia o cérebro faz 
hiperglicemia de rebote para controlar, 
liberando cortisol sempre que percebe 
uma hipoglicemia, sendo chamado de 
efeito somogyi (altas doses de insulina 
diminuem a glicemia de forma rápida). 
 
 Outros Exames 
Além destes exames também pode ser 
solicitado hemograma, ultrassom, 
bioquímica completa, urinálise, frutosamina 
e pressão arterial.

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